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1 2 UNESP – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências e Letras – Araraquara - Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários PROGRAMAÇÃO E CADERNO DE RESUMOS XIX Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UNESP/Araraquara IV Seminário Internacional de Estudos Literários IV Workshop do Grupo de Pesquisasem Dramaturgia e Cinema (GPDC) “O cinema e seus duplos” 18 a 22 de junho de 2018 Déborah Garson Cabral Leonardo Vicente Vivaldo Brunno V. G. Vieira (Orgs.) ISBN: 978-85-8359-055-2 XIX Seminário Araraquara p. 1-102 2018 3 XIX SEMINÁRIO DE PESQUISA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LITERÁRIOS IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LITERÁRIOS IV WORKSHOP DO GRUPO DE PESQUISASEM DRAMATURGIA E CINEMA (GPDC) “O CINEMA E SEUS DUPLOS” Realização Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários GPDC - Grupo de Pesquisa em Dramaturgia e Cinema (CNPq) Comissão Organizadora Brunno V. G. Vieira (Coordenador do PPGEL/UNESP/Araraquara) Renata Soares Junqueira (UNESP/Araraquara/GPDC) Fabiane Renata Borsato (UNESP/Araraquara/Coordenadora do Projeto Cine Campus) Fernanda Barini Camargo (PPGEL/UNESP/Araraquara) Déborah Garson Cabral (PPGEL/UNESP/Araraquara) Geisa Cristina Semensato (PPGEL/UNESP/Araraquara) Leonardo Vicente Vivaldo (PPGEL/UNESP/Araraquara) Mariana Veiga Copertino Ferreira da Silva (PPGEL/UNESP/Araraquara) Comitê Científico Profa. Dra. Ana Portich (UNESP/Marília) Prof. Dr. André Luís Gomes (UnB) Prof. Dr. António Preto (Escola Superior Artística do Porto – ESAP) Profa. Dra. Aparecida de Fátima Bueno (FFLCH/USP) Prof. Dr. Carlos Francisco de Morais (Universidade Federal do Triângulo Mineiro/GPDC) Profa. Dra. Claudia Barbieri Masseran (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/GPDC) Profa. Dra. Flávia Nascimento Falleiros (UNESP/São José do Rio Preto) Prof. Dr. Gilberto Figueiredo Martins (UNESP/Assis) Profa. Dra. Márcia Regina Rodrigues (pós-doutoranda UNESP/GPDC) Profa. Dra. Maria do Rosário Lupi Bello (Universidade Aberta de Portugal) Prof. Dr. Mário Fernando Bolognesi (UNESP/Instituto de Artes) Profa. Dra. Milca Tscherne (GPDC) Prof. Dr. Pedro Maciel Guimarães (UNICAMP) Profa. Dra. Silvana Pessôa de Oliveira (UFMG) Comissão de Trabalho Brunno V G. Vieira (Coordenador do PPGEL/UNESP/Araraquara) Renata Soares Junqueira (UNESP/Araraquara/GPDC) Fernanda Barini Camargo (PPGEL/UNESP/Araraquara) Mariana Veiga Copertino Ferreira da Silva (PPGEL/UNESP/Araraquara) Geisa Cristina Semensato (PPGEL/UNESP/Araraquara) Déborah Garson Cabral (PPGEL/UNESP/Araraquara) Leonardo Vicente Vivaldo (PPGEL/UNESP/Araraquara) Carlos Eduardo Monte (PPGEL/UNESP/Araraquara) Cristiane Passafaro Guzzi (UNESP/Araraquara/Prof. Letras) Jéssica Fabrícia da Silva (Grad./UNESP/Araraquara) Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (19. : 2018 : Araraquara, SP) Programação e Caderno de Resumos da XIX Semana de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, IV Seminário Internacional de Estudos Literários e IV Workshop do Grupo de Pesquisas em Dramaturgia e Cinema “O cinema e seus duplos” / Organizadores Déborah Garson Cabral, Leonardo Vicente Vivaldo, Brunno V. G. Vieira; Araraquara, 2018 (Brasil). – Documento eletrônico. - Araraquara : FCL-UNESP, 2018. – Modo de acesso: <http://fclar.unesp.br/#!/pos-graduacao/stricto-sensu/estudos-literarios/publicacoes/>. 1. Literatura. 2. Literatura -- Estudo e ensino. 3. Cinema. I. Título. II. Seminário Internacional de Estudos Literários (4. : 2018 : Araraquara, SP) III. Workshop do Grupo de Pesquisas em Dramaturgia e Cinema (4. : 2018 : Araraquara, SP). IV. Cabral, Déborah Garson. V. Vivaldo, Leonardo Vicente. VI. Vieira, Brunno V. G. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FCLAr – UNESP. 4 Prezados participantes, Vimos dar as boas vindas a todos os pesquisadores que atenderam ao nosso convite para debater o tema “O cinema e seus duplos”, em especial, aos debatedores e a nossos pós-graduandos que aceitaram o desafio do diálogo e da troca de ideias sem os quais o conhecimento não se efetiva. O cinema é chamado de “sétima arte” porque surgiu depois das seis que o antecederam na história das artes: música, teatro, pintura, escultura, arquitetura e literatura. Ao longo de toda a sua evolução desde o final do século XIX, o cinema, pelo esforço dos seus fautores (realizadores, teóricos e críticos), não tem feito senão variados exercícios com a finalidade de libertar-se da tutela das outras artes – sobretudo da literatura e do teatro –, propondo-se como linguagem específica que, podendo embora beneficiar-se de todas as outras linguagens artísticas (como, aliás, também ocorre com o teatro), é capaz de sugerir sentidos com formas próprias, alcançadas com exclusividade pelo dispositivo técnico que gera a arte cinematográfica. A técnica que permite o close- up, por exemplo, oferece ao espectador de cinema o privilégio de ver as imagens (de rostos, objetos etc.) com detalhes que ao espectador de teatro não é dado visualizar. Para refletir sobre essas especificidades, concentramos o XIX Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, o IV Seminário Internacional de Estudos Literários e o IV Workshop do Grupo de Pesquisas em Dramaturgia e Cinema numa proposta única: confrontar diferentes exercícios de análise fílmica e suscitar, pelo intercâmbio de perspectivas diversas, discussões sobre o cinema enquanto linguagem específica que articula, com os seus meios próprios, outras linguagens artísticas como a da literatura, a do teatro, a da pintura, a da música, a da arquitetura etc. Destaque especial é dado ao cinema de Manoel de Oliveira (1908/2015), objeto de pesquisa de vários dos integrantes do GPDC, que propõem um ciclo oliveiriano de filmes para estimular o debate sobre o cinema e seus duplos. Renata Soares Junqueira Brunno V. G. Vieira p/ Comissão Organizadora 5 PROGRAMAÇÃO GERAL 18/06/2018 19/06/2018 20/06/2018 21/06/2018 22/06/2018 9:00h às 10:00h (Anfiteatro B) Conferência de abertura: O Cinema e seus Duplos Profa. Dra. Maria do Rosário Lupi Bello – Universidade Aberta, Lisboa, Portugal Moderador: Prof. Dr. Brunno V. G. Vieira Expediente suspenso na UNESP, na parte da manhã, Of. Circular 005/2018- PROPEG 10:00h às 12:00h (Anfiteatro B) Mesa-Redonda: “Literatura, Teatro e Cinema” “O diálogo entre o cinema e o teatro no Expressionismo alemão” Prof. Dr. Carlos Francisco de Morais (UFTM) “Jogos e Cenas de Eduardo Coutinho” – Prof. Dr. Gilberto Martins (FCL/ Assis/UNESP) Moderador: Prof. Dr. Brunno V. G. Vieira Palestra: “Os duplos do cinema em A Divina Comédia, de Manoel de Oliveira” Profa. Dra. Renata Soares Junqueira – FCL/Araraquara Participação: Profa Ma. .Edimara Lisboa (GPDC - USP); Profa. Ma. Fernanda Barini (GPDC - UNESP) e Profa. Ma. Mariana Copertino. (GPDC - UNESP) Depoimento: “Como trabalha um conselheiro literário? Considerações sobre o filme A Carta” Jacques Parsi, historiador de cinema, tradutor e conselheiro literário de Manoel de Oliveira Moderadora: Profa Ma. Mariana Copertino (GPDC UNESP) Palestra: “Das servidões do amor (sobre Party, de Manoel de Oliveira)” Profa. Dra. Silvana Pessôa de Oliveira – FALE/UFMG Moderadora: Profa Dra.Claudia Barbieri Intervalo para almoço 14:00h às 15:30h (Salas 12, 13, 14 e 15) Sessões de Comunicação Sessões de Comunicação Sessões de Comunicação Sessões de ComunicaçãoSessões de Comunicação Coffee break 16:00h às 17:30h (Salas 12, 13, 14 e 15; Anf C e Anf D) Debates de Projetos de Pesquisa Debates de Projetos de Pesquisa Debates de Projetos de Pesquisa Debates de Projetos de Pesquisa Debates de Projetos de Pesquisa 17:30h às 19:30hs (Anfiteatro B) Palestra de encerramento: “O sorriso de Ema: considerações sobre o ator oliveiriano” Prof. Dr. Pedro Maciel Guimarães – UNICAMP Moderadora: Profa Dra Márcia Rodrigues 19:30h às 22:30h Ciclo de Cinema Manoel de Oliveira (Anfiteatro D) Exibição de filme para debate: A Divina Comédia (1991) Exibição de filme para debate: A carta (1999) Exibição de filme para debate: Party (1996) Exibição de filme para debate: Vale Abraão (1993) 6 PROGRAMAÇÃO GERAL 18/06/2018 – SEGUNDA-FEIRA das 9h às 10h Anf. B SESSÃO DE ABERTURA Prof. Dr. Cláudio Cesar de Paiva (Diretor da FCL/UNESP/Araraquara) Profa. Dra. Renata Soares Junqueira (Líder do GPDC-PPGEL/UNESP) Prof. Dr. Brunno Vinicius Gonçalves Vieira (Coordenador do PPGEL/UNESP) CONFERÊNCIA DE ABERTURA O cinema e seus duplos Profa. Dra. Maria do Rosário Lupi Bello – Universidade Aberta, Lisboa, Portugal Moderador: Prof. Dr. Brunno V. G. Vieira 18/06/2018 – SEGUNDA-FEIRA das 10h às 12h Anf. B MESA REDONDA Literatura, Teatro e Cinema “O diálogo entre o cinema e o teatro no Expressionismo alemão” Prof. Dr. Carlos Francisco de Morais (UFTM) “Jogos e Cenas de Eduardo Coutinho” – Prof. Dr. Gilberto Martins (FCL/ Assis/UNESP) Moderador: Prof. Dr. Brunno V. G. Vieira \ 18/10/2017 – SEGUNDA-FEIRA das 14h às 15h30 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO SC 1. Romance Moderno e Romance Contemporâneo Sala 12 Coordenador: Gustavo de Mello Sá Carvalho Ribeiro 1. Gustavo de Mello Sá Carvalho Ribeiro: Testemunho da iniquidade: Justiça e Direito em Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. (UNESP/ CAPES) 2. Elisa Domingues Coelho: Entre o Social e o Religioso: o entre-lugar dos personagens do romance de 30. (FCLAr/ UNESP) 3. Naiara Speretta Ghessi: (Des)filiações, orfandades e o papel (trans)formador da arte nos romances de Milton Hatoum. (FCLAr/ UNESP) 4. Pedro Barbosa Rudge Furtado: A perspectiva do EU sobre a visão de mundo do outro em O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos. (FCLAr/ UNESP) 7 SC2. Vertentes de crítica literária Sala 13 Coordenador: André Luiz Alselmi 1. André Luiz Alselmi: “Eu não sou o que escrevo ou sim, mas de muitos jeitos”: os diferentes ÉTHE discursivos na correspondência de Caio Fernando Abreu. (Centro Universitário Barão de Mauá/ UNESP) 2. Claudimar Pereira da Silva: O Fogo, a Madressilva e o Rio: uma isotopia do poético em O som e a fúria e Enquanto agonizo, de William Faulkner. (FCLAr/ UNESP) 3. Marcelo Branquinho Massucatto Resende: De Orlando a Orlanda: performances literárias da transexualidade no século X. (FCLAr/ UNESP) 4. Marina Venâncio Grandolpho: Machado de Assis e a formação do crítico. (FCLAr/ UNESP) SC3. Relações entre Literatura e Cinema Sala 14 Coordenadora: Deborah Garson Cabral 1. Deborah Garson Cabral: O efeito da névoa na construção do espaço nas obras de Umberto Eco e a referência ao Cinema Noir. (FCLAr/UNESP) 2. Ana Claudia Rodrigues: Borges e Bertolucci: o verso e o anverso na estética tradutória. (UNESP) 3. Juliana Cristina Minaré Pereira: Da literatura para o cinema, uma distorção inevitável? (FCLAr/ UNESP) 4. Manuela Rodrigues Furtado: Os planos de Lulu! (PUCRS) SC4. Gênero e ficção I Sala 15 Coordenadora: Leila de Almeida Barros 1. Leila de Almeida Barros: A correlação entre maternidade e morte em Enquanto agonizo (1930) e Palmeiras selvagens (1939). (FCLAr/UNESP) 2. Laís Rodrigues Alves Martins: Ficção Pós-moderna: o passado no tempo presente. (FCLAr/UNESP)/ 3. Marcelo Maciel Cerigioli: A representação da mulher nos romances espanhóis sobre o pós-guerra. (FCLAr/UNESP) 4. Vivian Leme Furlan: A liberdade feminina como força criadora: o matrismo na ficção de Natália Correia. (FCLAr/UNESP) 8 18/06/2018 – SEGUNDA-FEIRA das 16h às 17h30 SESSÕES DE DEBATES SD1. Abordagens machadianas Sala 12 Debatedor: Prof. Dr. Jefferson Cano (UNICAMP) Mediador: Prof. Dr. Luiz Gonzaga Marchezan 1. Mauro Roberto Dias Miranda (M): A Semana Literária: Machado de Assis e a construção da crítica no Brasil. 2. Sandro Ponciano dos Santos (M): As muitas faces da poesia romântica machadiana. 3. Clarissa Navarro Conceição Lima (D): Machado de Assis e Guy de Maupassant, dois autores marcados pelo riso torto. 4. Maylah Esteves (D): Duplo e o fantástico em uma leitura comparada entre Machado de Assis e Edgar Allan Poe. SD2. Literatura norte-americana e inglesa Anf. D Debatedora: Profa. Dra. Juliana Pimenta Attie (UNIFAL) – videoconferência Mediadora: Profa. Dra. Maria das Graças Gomes Villa da Silva 1. Gabriela Carlos Luz (M): A desarticulação do monomito do herói em Beowulf. 2. Rosemary Elza Finatti (M): A sacralização do universo feminino na obra O despertar, de Kate Chopin. 3. Gilliale de Souza Jeremias (M): Emily Dickinson e Manuel Bandeira: um diálogo entre poetas. SD3. Vida e literatura Anf. C Debatedora: Profa. Dra. Natali F. Costa e Silva (UNIFAL) – videoconferência Mediador: Prof. Dr. Aparecido Donizete Rossi 1. Alessandro da Silva (D) - O intelectual e o exílio na ficção de María Rosa Lojo: um estudo comparativo dos romances La pasión de los nómades (1994), Finisterra (2005), Árbol de família (2010) e Todos éramos hijos (2014). 2. Luciléa Ferreira Gandra (M): Vozes veladas sob os véus das filhas de Alá. 18/06/2018 – SEGUNDA-FEIRA das 19h30 às 22h30 Anfiteatro D FILME Exibição do filme para debate: A Divina Comédia (1991) 9 19/06/2018 – TERÇA-FEIRA das 10h às 12h Anf.B MESA REDONDA “Os duplos do cinema em A Divina Comédia, de Manoel de Oliveira” Profa. Dra. Renata Soares Junqueira – FCL Araraquara Participação: Profa Ma. .Edimara Lisboa (GPDC - USP); Profa. Ma. Fernanda Barini (GPDC - UNESP) e Profa. Ma. Mariana Copertino. (GPDC - UNESP) 19/06/2018 – TERÇA-FEIRA das 14h às 15h30 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO SC5. Literatura brasileira e portuguesa contemporânea Sala 12 Coordenadora: Rafaella Berto Pucca 1. Rafaella Berto Pucca: Divergentes vozes do passado: dialogismo, polifonia e carnavalização na obra romanesca de Moacyr Scliar. (FCLAr/UNESP) 2. Gabriel Capelossi Ferrone : O bom samba não tem lugar: os espaços e a música em Desde que o Samba é Samba, de Paulo Lins. (FCLAr/UNESP) 3. Gabriela Cristina Borborema Bozzo: A inversão de máximas em Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso. (FCLAr/UNESP) 4. Igor Iuri Dimitri Nakamura: Formas e representações do amor em Marçal Aquino: uma leitura do romance “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”. (FCLAr/UNESP) SC6. Literatura, cinema e ensino Sala 13 Coordenador: Efraim Oscar Silva 1. Efraim Oscar Silva: Símbolos e montagem na produção ficcional de Modesto Carone. (FCLAr/UNESP). 2. Ana Carolina Miguel Costa: Literatura na sala de aula: estudo, método e prática da leitura do texto literário. (FCLAr/UNESP) 3. Bruno Darcoleto Malavolta: O último espetáculo da poesia brasileira: a poesia no crepúsculo da cultura. (FCLAr/UNESP) 4. Glenda Verônica Donadio: Do cinema à narrativa: aplicação do conceito de montagem em L´Écume des Jours, de Boris Vian. (FCLAr/UNESP) 10 SC7. Literatura alemã e romance de formação Sala 14 Coordenador: Naiara Alberti Moreno 1. Naiara Alberti Moreno: A assimilação do conceito de romance de formação pela fortuna crítica de Michel Laub. (FCLAr/UNESP)/COORDENADORA 2. Carina Zanelato Silva: Der Findling e o fracasso da educação iluminista. (FCLAr/UNESP) 3. Daniel Moraes Gregores: O personagem literário Johannes Kreisler e o gênio romântico. (FCLAr/UNESP) 4. José Lucas Zaffani dos Santos: Melancolia e narração. A morte como estímulo à escrita em O Náufrago, de Thomas Bernhard. (FCLAr/UNESP) SC8. Linguagem literária e linguagem cinematográfica Sala 15 Coordenador: Cristiane Passafaro Guzzi 1. Cristiane Passafaro Guzzi: A escrita audiovisual: problematizando o estatuto do roteiro. (UNESP/FROfLetras)/ 2. Douglas de Magalhães Ferreira: Entre palavras e imagens: Casa-Grande, Senzala e Cia, roteiro de Joaquim Pedro de Andrade. (FCLAr/UNESP) 3. Murilo Eduardo dos Reis: Aproximação entre cinema e literatura em Rubem Fonseca. (FCLAr/UNESP) 4. Thaís Gonçalves Dias Porto: Entre o cinema e a literatura: a mudança de perspectiva através da intermidialidade em Das Nackte Auge, de Yoko Tawada. (FCLAr/UNESP) 19/06/2018 – TERÇA-FEIRA das 16h às 17h30 SESSÕES DE DEBATES DE PROJETOS SD4. Ressignificações de obras artísticas Sala 12 Debatedor: Prof. Dr. Márcio Prado (UEM) Mediadora: Profa. Dra. Karin Volobuef 1. Ana Claudia Rodrigues (D): Borges e Bertolucci: traduções do tema. 2. Isabella Gonçalves Vido (D): Uma fruição no desassossego: o sublime e o trágico na tragédia de Friedrich Schiller. 3. Laura Nogueira Pacheco (M): Leitura em tela: a ressignificação do autor frente à literatura digital. 4. Geisa Cristina Semensato (M): De Corisco a Coirana: euforia e disforia no cinema épico de Glauber Rocha. 11 SD5. Recepções da Literatura clássica Sala 13 Debatedor: Prof. Dr. Raimundo Carvalho (UFES) Mediador: Prof. Dr. João Batista Toledo Prado 1. Ingrid Moreno Ferreira (M): “Dafne e Apolo” nas Metamorfoses de Ovídio à luz da semiótica figurativa. 2. Isabela Maia Pereira de Jesus (M): Terentianus, De littera, de syllaba, de pedibus: estudo crítico e tradução anotada. 3. Brendon de Alcantara Diogo (M): O trágico na cena contemporânea: montagem, recepção e representação da Tragédia Grega no Brasil. 19/06/2018 – TERÇA-FEIRA das 19h30 às 22h30 Anfiteatro D FILME Exibição do filme para debate: A carta (1999) 20/06/2018 – QUARTA-FEIRA das 10h às 12h Anfiteatro B DEPOIMENTO “Como trabalha um conselheiro literário? Considerações sobre o filme A carta” Jacques Parsi (Historiador de cinema, tradutor e conselheiro literário de Manoel de Oliveira) Moderadora: Profa Ma. Mariana Copertino (GPDC UNESP) 20/06/2018 – QUARTA-FEIRA das 14h às 15h30 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO SC9. O cinema de Manoel de Oliveira Sala 12 Coordenadora: Elis Crokidakis Castro 1. Elis Crokidakis Castro: A cidade em Manoel de Oliveira e em dois outros clássicos diretores de cinema: Walter Ruttman e Fritz Lang. (UNESA/ FACHA) 2. Edimara Lisboa: O Porto da memória em Manoel de Oliveira. (FFLCH-USP) 3. Mariana Copertino: “Você é polícia, você é ladrão”: realismo social e humanismo crítico em Aniki-Bobó, de Manoel de Oliveira. (FCLAr/ UNESP) 4. Moisés Henrique Mietto Romão: Francisca e Belle Toujours: considerações sobre a eloquência do silêncio nos filmes de Manoel de Oliveira. (FCLAr/ UNESP) 12 SC10. Pintura, cinema e fotografia Sala 13 Coordenador: Renan Augusto Ferreira Bolognin 1. Renan Augusto Ferreira Bolognin: Eu não estou lá? Literatura brasileira contemporânea, fotografias e alguns resultados parciais. (FCLAr/UNESP) 2. Clêmie Ferreira Blaud: Um prefácio para o Fausto de Murnau. (FFLCH-USP) 3. Ivan Amaral: A obra transfigurada: variações visuais de Marie Menken. (ECA- USP) 4. Thais Vieira: Olhares de Van Gogh: o pictórico-cinematográfico como forma de narrar uma biografia. (FCLAr/UNESP) SC11. Relações entre literatura e cinema II Sala 14 Coordenador: Vinicius Lucas de Souza 1. Vinicius Lucas de Souza: Jekyl, Hyde e seus irmãos: diálogos entre O Médico e o monstro e O médico e a irmã do monstro. (FCLAr/UNESP) 2. Erivoneide Barros: A Expressividade literária nas aulas de Serguei Eisenstein. (IEL/UNICAMP) 3. Gabriela Bruschini Grecca: Convenções narrativas do romance distópico no filme Alphaville, de Jean-Luc Godard. (FCLAr/UNESP) 4. Stéfano Stainle: Do parágrafo à cena: o sequestro da construção afetiva. (FCLAr/UNESP) SC12. Perspectivas da ficção no século XX Sala 15 Coordenadora: Profa. Dra. Claudia F. de Campos Mauro 1. Profa. Dra. Claudia F. de Campos Mauro: Os contos de Primo Levi como território do fantástico. (FCLAr/UNESP) 2. Prof. Dr. Ivair Carlos Castelan: “Senilità”, de Italo Svevo e, “Um Amore”, de Dino Buzzati: diálogos possíveis. (FCLAr/UNESP) 3. Amanda da Silveira Assenza Fratucci: A manifestação do fantástico tradicional no século XX: Les Malédictions de Claude Seignolle. (FCLAr/UNESP) 4. Carlos Eduardo Monte: A Queda da Baliverna, uma abordagem pós-estruturalista do conto buzzatiano. (FCLAr/UNESP) 13 20/06/2018 – QUARTA-FEIRA das 16h às 17h30 SESSÕES DE DEBATES DE PROJETOS SD6. Narrativa italiana do século XX Anf. D Debatedora: Profa. Dra. Maria Celeste Tommasello Ramos (UNESP/IBILCE) videoconferência Mediador: Prof. Dr. Ivair Carlos Castelan 1. Sérgio Gabriel Muknicka (D): Alberto Moravia e a trilogia no feminino:Il Paradiso, Un’Altra Vitta e Boh. 2. Vanessa Matiola (M): A marca do insólito nos contos de Dino Buzzati. SD7. Literatura e diversidade Sala 13 Debatedora: Profa. Dra. Rosangela Sarteschi (USP) Mediadora: Profa. Dra. Maria Lúcia Outeiro Fernandes 1. Thaís Fernanda Rodrigues da Luz Teixeira (D): Perspectivas femininas negras nos romances: Um defeito de cor, Alzira está morta: Ficção histórica No Mundo Negro do Atlântico e As lendas de Dandara: 2. Daniela de Almeida Nascimentos (M): Memória e construção da identidade em Diário de Bitita. 3. Isabela Cristina do Nascimento (M): Outras macabéas: mulheres nordestinas e deslocamento em dois romances de Marilene Felinto. 20/06/2018 – QUARTA-FEIRA das 19h30 às 22h30 Anfiteatro D FILME Exibição do filme para debate: Party (1996) 21/06/2018 – QUINTA-FEIRA das 10h às 12h Anfiteatro B PALESTRA Das servidões do amor (sobre Party, de Manoel de Oliveira) Profa. Dra. Silvana Pessôa de Oliveira – FALE/UFMG Moderadora: Profa. Dra. Claudia Barbieri Masseran (UFRRJ) 14 21/06/2018 – QUINTA-FEIRA das 14h às 15h30 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO SC13. Estética cinematográfica, espaço e memória Sala 12 Coordenadora: Profa. Dra. Claudia Barbieri Masseran (UFRRJ) 1. Elis Crokidakis Castro (UNESA/FACHA)/ Eliana Monteiro (FACHA): Paisagem urbana: cinema, espaços periféricos e corpos. 2. Fernanda Barini: “[Douro] dum certo idílio com o demoníaco”: reflexões sobre o espaço romanesco e o espaço cinematográfico em Vale Abraão. (FCLAr/ UNESP) 3. Iamni Reche Bezerra: O instante de morte em La Jetée. (Unicamp) 4. Vanessa Aparecida Ventura Rodrigues: As trajetórias da memória em Hiroshima, mon amour. (FCLAr/ UNESP) SC14. Identidade Portuguesa Sala 13 Coordenadora: Ana Maria Saldanha 1. Ana Maria Saldanha: O cinema militante português: abordagem interdisciplinar no Portugal de Abril. (IPM – Instituto Politécnico de Macau) 2. Carlos Henrique Fonseca: Das páginas ao ecrã: a leitura cinematográfica de Ivo Ferreira sobre as Cartas de António Lobo Antunes. (FCLAr/UNESP) 3. Heloísa Helena Ribeiro: Poesia, intertextualidade e construção da identidade portuguesa em Silvestre, de João César Monteiro. (FCLAr/UNESP) 4. Jorge Eduardo Magalhães de Mendonça: Frei Luís de Sousa: Missões opostas no teatro e no cinema. (UFF) SC15. Literatura ClássicaSala 14 Coordenadora: Jaqueline Vansan 1. Jaqueline Vansan: A domina elegíaca como metáfora do fazer poético. (FCLAr/UNESP) 2. Adilson Oliveira Dos Santos: Vestígios do criador da humanidade na mitologia e nas fábulas de Esopo. (FCLAr/UNESP) 3. Jéssica Frutuoso Mello: Argonáutica(s): o tratamento dado à obra de Apolônio por Varrão Atacino. (FCLAr/UNESP) 4. Vivian Gregores Carneiro Leão Simões: A literatura técnica latina e os seus antecedentes gregos. (FCLAr/UNESP) 15 SC16. Literatura e crítica Sala 15 Coordenadora: Bruna Fernanda de Simone 1. Bruna Fernanda de Simone: Traços pós-modernos em A Convergência dos Ventos de Nuno Júdice. (FCLAr/UNESP) 2. Alex Wagner Dias: Construção e utopia na poesia de invenção. (FCLAr/UNESP) 3. Jorgelina Rivera: Pós-utopia em Haroldo de Campos. Uma aproximação a “A educação dos cinco sentidos” por meio do filme “Hiroshima, mon amour”. (FCLAr/UNESP) 4. Rosana Letícia Pugina: CLB: O corpo grotesco e o discurso carnavalizado em A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro. (FCLAr/UNESP) 21/06/2018 – QUINTA-FEIRA das 16h às 17h30 SESSÕES DE DEBATES DE PROJETOS SD8. Aspectos da poesia brasileira moderno-contemporânea Sala 12 Debatedora: Profa. Dra. Cristiane Rodrigues de Souza (UFMS) Mediador: Prof. Dr. Brunno V. G. Vieira 1. Márcia Maria Sant’Ana Jóe (D): O poema da pintura – relações intersemióticas em Poemas, obra de Portinari. 2. Natália Aparecida Bisio de Araujo (D): As relações estéticas entre Blaise Cendrars, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral no Modernismo Braisileiro. 3. Patrícia Vieira Lochini (M): Por uma poética romântica: utopia e resistência em Howl (1956), de Allen Ginsberg e Paranoia (1963), de Roberto Piva. 4. Pedro Passerini Rodrigues (M): A poesia futebolística de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. SD9. Poesia em três tempos Sala 13 Debatedor: Prof. Dr. Fabiano da Silva Santos (UNESP/Assis) Mediadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes Ortiz Gandini Baldan 1. Daniel de Assis Furtado (D): Lírica sacra no barroco luso-brasileiro. 2. Camila Sabino (M): O futurismo irônico de Álvaro de Campos. 16 3. Zenilda Durci (M): Ferreira Gullar e a poesia de tensão social em Dentro da noite veloz e Barulho. SD10. Vieses críticos em Literatura brasileira Sala 14 Debatedor: Prof. Dr. Alvaro Santos Simões Junior (UNESP-Assis) Mediador: Prof. Dr. Adalberto Luís Vicente 1. Jonatan de Souza Santos (D): A sátira nas crônicas limabarretianas. 2. Elvis Paulo Couto (M): Entre literatura e sociedade: a crítica literária de Antonio Candido e Roberto Schwarz. 3. Jéssica Ciurlin Silva (M): Cíntia Moscovich, leitora de Laços de família de Clarice Lispector. 4. Pedro Barbosa Rudge Furtado (D): O social no íntimo e o íntimo no social: modos de representar a história no romance de 30. 21/06/2018 – QUINTA-FEIRA das 19h00 às 22h30 Anfiteatro D FILME Exibição do filme para debate: Vale Abraão (1993) Expediente suspenso na FCL, no período da manhã, Of. Circular 005/2018-PROPEG 22/06/2018 – SEXTA-FEIRA das 14h às 15h30 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO SC17. Cinema e personagem Sala 12 Coordenadora: Profa. Dra.Fabiane Renata Borsato 1. Profa. Dra. Fabiane Renata Borsato: A Dama do Lotação E Belle de Jour: O duplo como índice de metalinguagem e integração do ser e seus desejos. (FCLAr/UNESP) 2. Carla Alexandre Ezarqui: Instinto criminal versus instinto materno na adaptação cinematográfica do romance La Fin de la Nuit de François Mauriac. (FCLAr/UNESP) 3. Felipe Camargo Mello e Manoelle Gabrielle Guerra: A mulher de duas idades: Leituras do feminino literário e cinematográfico de órfãos do Eldorado. (FCLAr/UNESP) 4. Márcia Regina Rodrigues: Luís de Lima e o Salário do Medo, de Henry-Georges Clouzot. (FCLAr/UNESP) 17 SC18. Teatro e cinema Sala 13 Coordenador: Prof. Dr. Antonio Donizeti Pires 1. Prof. Dr. Antonio Donizeti Pires: Do teatro risonho e trágico ao cinema de amor e de ação: o Mito de Orfeu na cena brasileira. (FCLAr/UNESP). 2. Daniel de Assis Furtado: O triunfo da verdade: sobre Deus da Carnificina e A Palavra. (FCLAr/UNESP) 3. Júlia Mara Moscardini Miguel: Intertextualidade e discurso no teatro de Dea Loher. (FCLAr/UNESP) 4. Lígia Maria Pereira de Pádua Xavier: A poesia dramática villieriana: entre a ilusão e a realidade. (FCLAr/UNESP) SC19. Poesia e cinema Sala 14 Coordenador: Thiago Buoro 1. Thiago Buoro: O vídeo-poema (UNESP) 2. Alexander Bezerra Lima: A montagem nos processos de criação da poesia eletrônica. 3. Patrícia Resende Pereira: As mãos que sonham o sentido: poesia e poética cinematográfica em Carlos de Oliveira e Manuel Gusmão. (UFMG/CNPQ) 4. Ednéia Minante Vieira: Cenas em linha única: seis microcontos Carrascozeanos transpostos para a linguagem fílmica. (FCLAr/UNESP) 5. Leonardo Vivaldo: “Olavobilaquices”: o movimento serial na poesia de Geraldo Carneiro. (FCLAr/UNESP) SC20. Gênero e ficção II Sala 15 Coordenadora: Karla Cristiane Pintar 1. Karla Cristiane Pintar: A reconstituição dos mitos genuínos para a edificação de A Cidade Das Damas. (UNESP/IES) 2. Camila Goos Damm: As deusas dos ramos e o sagrado feminino. (FCLAr/UNESP) 3. Juliana Cristina Terra de Souza: Aspectos do mito em As Brumas de Avalon: a criação de um imaginário em torno do sagrado feminino na matéria da Bretanha. (FCLAr/UNESP) 4. Maisa dos Santos Trevisoli: Releituras de Branca de Neve e os Sete Anões: a intertextualidade e o gótico. (FCLAr/UNESP) 18 22/06/2018 – SEXTA-FEIRA das 16h às 17h30 SESSÕES DE DEBATES DE PROJETOS SD11. Literatura francesa oitocentista Sala 12 Debatedora: Profa. Dra. Márcia Eliza Pires (UNESP/Araraquara) Mediadora: Profa. Dra. Andressa Cristina de Oliveira 1. Cristovam Bruno Gomes Cavalcante (D): As faces de Saturno: um estudo sobre as representações melancólicas na poesia de Alphonsus de Guimaraens e na de Paul Verlaine. 2. Dalila Silva Neroni Jora (M): Tradução literária: da ponte ao abismo – um estudo de tradução por meio da literariedade. 3. Maria Júlia Pereira (M): A concepção de justiça iluminista em Les Miserables: as personagens Jean Valjean, Javert, Myriel e Enjolras. SD12. Faces de Agustina Bessa-Luís Sala 13 Debatedora: Profa. Dra. Silvana Maria Pessôa de Oliveira (UFMG) Mediadora: Profa. Dra. Fabiane Renata Borsato 1. Fernanda Barini Camargo (D): Espaço romanesco e espaço cinematográfico: a arquitetura e as identidades do lugar em Vale Abraão. 2. Rodolfo Pereira Passos (D): A liberdade, a divergência e a “memória do amor”: o teatro de Agustina Bessa-Luís. 22/06/2018 – SEXTA-FEIRA das 17h30 às 19h30 Anfiteatro B PALESTRA DE ENCERRAMENTO O sorriso de Ema: considerações sobre o ator oliveiriano. Prof. Dr. Pedro Maciel Guimarães – UNICAMP Moderadora: Profa. Dra. Márcia Rodrigues 19 Resumos das comunicações 20 VESTÍGIOS DO CRIADOR DA HUMANIDADE NA MITOLOGIA E NAS FÁBULAS DE ESOPO Adilson Oliveira dos SANTOS (FCLAr/UNESP/M) adilsonsantos@fclar.unesp.br. Or. Prof. Dr. Fernando Brandão dos SANTOS (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Fábula; mito; Prometeu; Zeus; criação do homem. Neste artigo, após delimitarmos o campo material do mito e da fábula, fizemos o cotejo de algumas fontes de textos gregos e um latino, Metamorfoses de Ovídio, a fim de perscrutar a origem da humanidade atribuída a Prometeu. Depois da análise dessas fontes, verificamos que as fábulas de Esopo fornecem valiosos registros de Prometeu como o deus que criou o homem. Na nossa pesquisa, em concorrência com Prometeu, outra interessante atribuição encontrada como sendo o deus criador da humanidadefoi Zeus. Descoberta essa que necessitaria de mais pesquisa em busca de outras fontes. CONSTRUÇÃO E UTOPIA NA POESIA DE INVENÇÃO Alex Wagner DIAS (FCLAr/UNESP/M) alexwdias@gmail.com Or. Profa. Dra. Maria Lúcia Outeiro FERNANDES (FCLAr/UNESP) Palavras-chaves: Poesia; Cinema e Pintura; Invenção e Composição; Utopia Muitos poetas modernos legaram verdadeiras revoluções tanto em suas obras poéticas quanto em suas teorias, ensaios e críticas sobre o fazer literário, a profissão dos poetas e escritores e as relações da escrita com outras linguagens artísticas. Neste sentido, este trabalho pretende demonstrar, a partir de poemas e textos teóricos de Fernando Pessoa, Edgar Allan Poe, João Cabral de Melo Neto, Vladimir Maiakóvski e Haroldo de Campos, que suas formas de pensarem a composição perpassam um tripé em que podemos definir a invenção permeada por uma equação entre cálculo e utopia. Há, além deste debruçar-se sobre a invenção, um outro tripé a ser explorado e que se refere às relações das teorias desses poetas com as teorias da pintura e do cinema, aqui observadas pelo olhar de artistas que também se destacaram como teóricos nestas artes, a saber, Fayga Ostrower, Wassily Kandinsky, Sergei Eisenstein e Andrei Tarkovski. Aproximar artistas-críticos de artes distintas, poesia, pintura e cinema, nos permite averiguar de modo mais expansivo os percursos que sustentam as composições destes poetas-críticos modernos, no plano prático, a obra em si e a metapoesia, e teórico. Com isto, esta pesquisa não busca fazer uma arte sobressair-se à outra, mas possibilitar diálogos que enriqueçam o desenvolvimento de novos olhares críticos para os poetas que destacamos neste trabalho e da possibilidade de encontrarmos novos estímulos às leituras de suas obras. As escolhas dos autores se justificam pela importância e influência que suas obras, tanto teóricas quanto poéticas, tiveram e ainda têm para pesquisadores, críticos e poetas de nosso tempo e que distinguem, em conseguinte, os posicionamentos desses poetas e artistas em relação as ideias de inspiração, intuição e o trabalho profissional em arte. Assim, os poemas, no presente trabalho, servem como campo de comparação para as sustentações das teorias sobre composição em seus autores e não para análises que busquem decompor os poemas para depois remontá-los, visto que isso constituiria um outro objetivo, muito embora, este projeto sirva como mailto:adilsonsantos@fclar.unesp.br mailto:e_mail@email.com.br 21 esteio, no sentido de citar-se diversos pesquisadores que fizerem essas análises frente às obras dos poetas citados. As análises dos poemas, aqui, buscarão uma fruição estética que se valha de uma linguagem mais poética, que consideramos mais adequada para tratarmos de tais temas e abordagens. A MONTAGEM NOS PROCESSOS DE CRIAÇÃO DA POESIA ELETRONICA DIGITAL: O USO DA TECNICA DE MONTAGEM EM JUSTA POSIÇÃO USADA NO CIMENA NA GERAÇÃO DE SENTIDOS NO PROCESSO CRIAÇÃO DE POEMAS DIGITAIS. Alexander Bezerra LIMA (UNIARA) alexiconartes@gmail.com Palavras-chave: montagem; cinema; poesia digital. O poema criado em ambiente digital exige tipos específicos de conhecimentos em várias áreas. Podem-se citar conhecimentos sobre os aspectos verbais e não-verbais desta poesia, sua visualidade, seus aspectos sonoros, a carga cultural de interpretação e o conhecimento sobre o uso de ferramentas tecnológicas disponíveis para a sua criação. Nesse processo de criação do poema digital, observa-se a possibilidade do uso de uma técnica de montagem usada no cinema potencializando interpretações criadas a partir de um texto poético que possibilite elaboração de um roteiro e, posteriormente, de montagem com a intenção de suscitar estímulos, aumentando a percepção e gerando novos sentidos. A montagem, segundo alguns teóricos da área do cinema, é usada como processo criativo em várias linguagens artísticas, tendo como base sempre a justaposição de dois elementos. No caso da leitura interpretativa dos poemas, tendo o computador como mediador, a possibilidade de experimentar essa técnica é potencializada.Há uma particularidade nesse conceito de montagem no que diz respeito à criação do roteiro. Nele o artista vai definir qual o tipo de montagem que vai usar e assim estimular a geração de imagens nas quais a determinação da ordem das palavras, no sentido da montagem, dará maior ou menor intensidade na geração de sentidos. A ordem da apresentação do texto, comumente chamada se adaptação, pode modificar a “impressão”, ou o sentido, ou ainda a imagem recriada pelo leitor. A partir desse argumento, podemos sugerir que os poemas digitais são um tipo de artefato artístico, cujo lugar está entre o texto e o cinema, uma vez que é preciso seguir um roteiro de montagem para o poema neste novo suporte oferecendo outras possibilidades narrativas, mas diferentemente do cinema e do texto impresso. A MANIFESTAÇÃO DO FANTÁSTICO TRADICIONAL NO SÉCULO XX: LES MALÉDICTIONS DE CLAUDE SEIGNOLLE Amanda da Silveira Assenza FRATUCCI (FCLAr/UNESP/D) as.assenza@gmail.com Or. Profa. Dra. Ana Luiza Silva CAMARANI (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Literatura Francesa; Fantástico; Claude Seignolle. A literatura fantástica surgiu como modalidade literária durante o período do Romantismo europeu, com a intenção de representar o mundo interior e subjetivo da mente, conferindo à imaginação humana uma importância maior do que a da razão e da mailto:alexiconartes@gmail.com mailto:as.assenza@gmail.com 22 realidade. Grande parte dos estudiosos do fantástico afirma que esse fantástico tradicional que se manifestou ao longo do século XIX teve uma vida relativamente curta, não chegando ao século XX. Tzvetan Todorov, principal estudioso da literatura fantástica do século XIX, afirma em sua Introdução à Literatura Fantástica, que a manifestação tradicional da modalidade se esgotou com os textos de Maupassant no final do século XIX. O que temos nos dias atuais, portanto, é uma série de estudos a respeito da manifestação mais recente da modalidade fantástica que afirmam que há atualmente um neofantástico, principalmente nas literaturas de língua espanhola; outros tratam o Realismo Mágico ou Maravilhoso como manifestação fantástica atual. Assim, o presente estudo tem por objetivo mostrar que o fantástico tradicional do século XIX ainda tem, ao longo do século XX e até os dias atuais, uma permanência na literatura. O objetivo maior deste trabalho é, portanto, dar continuidade aos estudos teórico-críticos acerca da modalidade fantástica, mostrando que o fantástico tradicional continuou manifestando-se na literatura do século XX, trazendo a hesitação como principal aspecto. Para isso, partiremos da leitura, interpretação e análise dos textos ficcionais selecionados, de autoria de Claude Seignolle, escritor contemporâneo, verificando e buscando compreender como se dá a presença do fantástico tradicional nas obras do autor. Além disso, buscaremos compreender quais são as características que diferenciam esse fantástico tradicional aplicado à literatura dos séculos XX e XXI do neofantástico definido por Sartre, Alazraki ou Bessière. LITERATURA NA SALA DE AULA: ESTUDO, MÉTODO E PRÁTICA DA LEITURA DO TEXTO LITERÁRIO Ana Carolina Miguel COSTA (FCLAr/UNESP/M/CAPES) carol_c_fdj@hotmail.com Or. Profa. Dra. Fabiane Renata BORSATO (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: literatura; texto literário; ensino. Ao observarmos o cenário da educação brasileira na atualidade, notamos como esta se esvai dia a dia, com escolas sem estrutura; material de qualidade ruim; professores, de um lado, não capacitados, e de outro, marginalizados; a falta de interesse dos discentes e da sociedade;dentre tantos outros obstáculos. Ao adentramos a elementos mais específicos, como a leitura, ou ainda, a leitura de textos literários, percebemos que a defasagem é ainda maior. Na sala de aula, o docente deve conseguir o prazer da leitura, e a conscientização sobre seus benefícios, porém muitos não o fazem, utilizam os textos como meio para ensinar algum conteúdo específico, tal como a gramática ou técnicas de redação. Além disso, percebemos que cada vez mais o aprendizado está baseado no ensino especializado, visto que professores apenas reproduzem conteúdos que serão cobrados em exames vestibulares. Ou seja, o aluno não é visto como protagonista, um ser ativo que pode refletir, criar, criticar, interpretar, questionar; ele é colocado como um receptáculo, que vai reproduzir mecanicamente o que lhe foi transmitido, sendo, então, a literatura para ele não como um ato libertador, mas castrador. Diante desse problema, pretendemos ponderar sobre o fato de que a literatura não é um instrumento para outros fins e planear métodos para aproximar alunos dos textos literários. Desse modo, queremos mostrar possibilidades de leitura do texto literário na sala de aula, através dos resultados obtidos com pesquisa de campo - que teve início elencado na seleção de textos literários, seguida de elaboração de questões epilinguísticas, conforme proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa (1997), para incitar a reflexão sobre o texto e seus recursos expressivos e na leitura em voz alta mailto:emaildoaluno@email.com.br mailto:emaildoaluno@email.com.br 23 dos textos - e estudos teóricos, sendo a análise de conteúdo pautada no método quantitativo e qualitativo proposto por Laurence Bardin (1977). BORGES E BERTOLUCCI: O VERSO E O ANVERSO NA ESTÉTICA TRADUTÓRIA Ana Claudia RODRIGUES (FCLAr/UNESP/D) Anac_redacao@yahoo.com.br Or. Maria de Lourdes Ortiz Gandini BALDAN (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Tradição; tradução; criação; discussão estética. O intuito desta comunicação é estabelecer uma análise de cunho intersemiótico do conto “Tema do traidor e do herói” (1944), de Jorge Luis Borges, no filme A estratégia da aranha (1970), de Bernardo Bertolucci, e daí, articular, à luz de uma leitura crítica do olhar, uma categoria estética da tradução como criação emanada pelo tradutor/recriador. A partir do título do filme, percebe-se a desconstrução do conceito de fidelidade frente à tradução, e, desse modo, o tradutor torna-se fiel à própria sensibilidade que translada no tempo e no espaço – o outro (conto) e o mesmo (filme) como elementos estéticos distintos na forma, mas unidos na imanência da relação tradição/ tradução, que nada mais seria que um remanejamento, um despertar de uma obra na outra por intermédio de novos sentidos. E nesse espelhamento entre conto e filme, infere-se o reflexo, quase secreto, de algo maior, uma vez tratar-se da história enigmática daquele que sai em busca da biografia de seu ancestral, e, de imediato, recebe a informação de que se trata de um herói, mas à medida que as investigações se aprofundam, descobre outra versão dos fatos: o tão aclamado herói era um traidor, e que tudo não passava de uma trama arquitetada numa história cíclica, aquela, dentro de tantas outras que remonta, aqui no caso, às obras de Shakespeare (Júlio César e Macbeth). E diante da revelação de que o herói era um traidor, fez-se silêncio, ora imbuído pelo choque que ofusca os olhos quando se está diante da ‘verdade’ consumada, ora pela constatação de que a ‘verdade’ não importa, e sim, a estratégia de sua representação. Portanto, mediante tais arranjos de duplicidades (Shakespeare e Borges), (Borges e Bertolucci), (traidor e herói), (trágico e dramático), emana a síntese de que o elemento estético que perdura no tempo requer a perda da ilusão unívoca e intocável que possa recair sobre si, a fim de que transcenda nos seus duplos, tal e qual o verso e o anverso de uma mesma moeda, não necessariamente, a tradução literal, mas a transgressão criadora. “EU NÃO SOU O QUE ESCREVO OU SIM, MAS DE MUITOS JEITOS”: OS DIFERENTES ÉTHE DISCURSIVOS NA CORRESPONDÊNCIA DE CAIO FERNANDO ABREU André Luiz ALSELMI (Centro Universitário Barão de Mauá /FCLAr/UNESP/D) andre_alselmi@yahoo.com.br Or. Prof. Dr. Adalberto Luis VICENTE (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Caio Fernando Abreu; Cartas e Literatura; Éthe discursivos. Muitos estudiosos valem-se das cartas de personalidades históricas ou literárias para investigar aspectos ligados à identidade do emissor. Nesse sentido, os documentos epistolares são tomados como lugar da verdade, devido à suposta sinceridade mailto:Anac_redacao@yahoo.com.br mailto:andre_alselmi@yahoo.com.br 24 constituinte do discurso epistolar. Entretanto, de acordo com os estudos mais recentes sobre o gênero, ao invés de se creditar às missivas um caráter de discurso verdadeiro – que traria à cena a essência do remetente – é preciso desconfiar do discurso do epistológrafo, que manipula a linguagem a fim de construir uma “ilusão epistolar”, apresentando ao destinatário uma imagem bastante controlada de si. Nesse sentido, a correspondência pode ser lida como um discurso simulado e, nesse caso, o eu que se enuncia na carta não pode ser relacionado diretamente à pessoa de carne e osso do emissor, devendo ser entendido, assim, mais como um efeito de linguagem que como substituto de um eu real. Partindo dessas ideias, esta comunicação apresenta uma análise da construção dos diferentes éthe discursivos de Caio Fernando Abreu a partir discurso epistolar de alguns textos reunidos na coletânea Cartas (2002), organizada por Italo Moriconi . Com base nas ideias de Mikhail Bakhtin e de José Luiz Fiorin, que consideram o enunciador do texto como um efeito de linguagem, são analisadas as diferentes personae de Caio Fernando Abreu nas cartas e sua variabilidade de acordo com determinados destinatários: a de filho, quando escreve a seus pais; a de amigo, quando se comunica com pessoas que compõem seu círculo de amizades; a de amante, quando se comunica com Vera Antoun; e, por fim, a de escritor, quando escreve para personalidades da cena literária. A partir do contraste entre as diferentes vozes, analisam-se elementos como a linguagem, o tema e o tom das missivas, bem como alguns componentes estruturais, como a assinatura desses textos. O discurso epistolar é considerado, assim, a partir da relação entre as suas três dimensões constituintes: éthos (enunciador); páthos (enunciatário) e logos (discurso). DE MÃO DADA COM MEU AMIGO JEAN VIGO: A POESIA “CINEMATOGRÁFICA” DE ADÍLIA LOPES André Luiz Menezes de MORAIS (IBILCE/UNESP/M/CAPES) andremorais1@bol.com.br Or. Prof. Dr. Orlando Nunes de AMORIM (IBILCE/UNESP) Palavras-chave: Adília Lopes; Jean Vigo; poesia/cinema. Nesta comunicação, proponho uma discussão sobre questões que envolvem poesia e cinema tomando como ponto de partida para essa reflexão o poema “[De mão dada]”, da portuguesa Adília Lopes (1960- ). Nesse poema, Adília Lopes expõe dois traços fundamentais de sua poética: a narração e a referência cultural. Em quatro versos, a poeta relata um episódio entre si (eu-lírico) e seu amigo, enquanto ambos “assistem” aos filmes do cineasta francês Jean Vigo (1905-1934). Intenciono aproximar os recursos poéticos utilizados pela autora portuguesa àqueles praticados pelos cineastas, tendo os filmes de Jean Vigo como “interlocutores” dessa leitura entre as práticas poética e cinematográfica. DO TEATRO RISONHO E TRÁGICO AO CINEMA DE AMOR E DE AÇÃO: O MITO DE ORFEU NA CENA BRASILEIRA Prof. Dr. Antônio Donizeti PIRES (FCLAr/UNESP/ CNPq) adpires@fclar.unesp.br Palavras-chave: Mito órfico; Cinema; Teatro. mailto:andremorais1@bol.com.br mailto:adpires@fclar.unesp.br 25 Desde o século XIX,na cena teatral brasileira há pelo menos três peças que partem do mito de Orfeu e o aclimatam à realidade problemática dos trópicos, ainda que em diapasões muito diferentes: a comédia Orfeu na roça (1868), de Francisco Correia Vasques (1839-1892); o poema dramático Orpheu (1923), de Homero Prates (1890- 1957); e a “tragédia carioca” Orfeu da Conceição (estreia teatral em 1956), de Vinicius de Moraes. Se a primeira, adaptada e representada (com enorme sucesso de público) por Correia Vasques, ativo ator/escritor cômico e empresário teatral carioca, é uma paródia em segundo grau da paródica ópera-bufa Orfeu nos infernos (1858), de Jacques Offenbach (música) e Hector Crémieux (texto), a segunda é um poema dramático de estofo parnaso-simbolista, idealista e espiritual, que nunca foi levado à cena. Já a terceira, a mais bem-sucedida experiência teatral do poeta-músico Vinicius de Moraes, por ele mesmo subintitulada “tragédia carioca”, é a base de dois filmes emblemáticos, em português, sobre o mito de Orfeu: Orfeu negro (1959), de Marcel Camus, premiado em Cannes e em Hollywood, e Orfeu (1999), de Carlos Diegues. O primeiro (acusado de exotismo, mas importante porta-estandarte da MPB e dos valores musicais afro- brasileiros no exterior) e o segundo (mais vincadamente realista, ao explorar a violência e o estado paralelo conflagrado pelo tráfico de drogas nas favelas, nos tempos atuais) – ainda que muito diferentes entre si – são recriações/releituras/reescrituras do mito de Orfeu (através, claro, da ótica pioneira de Vinicius de Moraes) e, tal qual na peça de 1956, valem pela construção que empreendem de uma personagem autêntica e ontologicamente válida, imersa em um espaço sócio-cultural e histórico degradado, com seus problemas pessoais e coletivos. E porque tais revisões e reelaborações cinematográficas são vincadas por perspectivas, pontos de vista e contextos sociais e histórico-culturais muito diferentes da origem, que acabam por problematizar (e enriquecer) a própria tradição clássica grega, é que se pretende realçá-las na comunicação, que condensará dois textos publicados pelo autor: “Orfeu na cena trágica brasileira” (Portugal, 2015) – parcialmente apresentado no XIV Congreso de Estudios Clásicos da SEEC, Barcelona, Espanha, 2015 – e “Três personae de Orfeu na cena brasileira” (Brasil, 2017). TRAÇOS PÓS-MODERNOS EM A CONVERGÊNCIA DOS VENTOS DE NUNO JÚDICE Bruna Fernanda de SIMONE (FCLAr/UNESP/D) bru_aisha@hotmail.com Or. Prof. Dra. Maria Lúcia Outeiro FERNANDES (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: poesia portuguesa contemporânea; Pós-Modernidade; Nuno Júdice. O poeta português Nuno Júdice, autor de uma densa e rica obra poética, empreende, desde suas primeiras publicações, um trabalho voltado à discussão do lugar da arte e do poema no mundo contemporâneo, tais temáticas estão presentes dentro de suas produções por meio de uma retomada da tradição literária ocidental. Em 2015, com a publicação de A Convergência dos Ventos, não foi diferente. Há, nessa obra, uma quantidade considerável de poemas em que o poeta algarvio deixa evidente seu intuito de reavivar escritores de outras épocas, momentos e personagens da literatura. Tal processo pode ser identificado como uma característica pós-moderna em sua obra. Período de revisão e reflexão a respeito de pensamentos racionalistas e totalitários que permearam o século XX, a pós-modernidade promove uma análise crítica das grandes narrativas, da História e da própria modernidade. Tal atitude tem como um de seus reflexos, no âmbito literário, a descrença no novo, na originalidade e a retomada do mailto:bru_aisha@hotmail.com 26 passado literário como um exercício de diálogo com este. Assim, buscando o entendimento do passado e a ruptura com a ideia de tempo cronológico e acelerado, um dos traços essenciais da pós-modernidade é a inclinação sobre questões e releituras de outras épocas e de outros momentos da literatura. Essa inclinação pode ser notada nos poemas de Júdice, em A Convergência dos Ventos, pois há neles uma preocupação em fazer de cada poema o lugar seguro para que o passado seja retomado e fixado, busca-se o congelamento do tempo pela palavra. Muitos de seus poemas são uma compilação de histórias da literatura que não devem ser esquecidas, eles reafirmam a importância de compreender a arte e a poesia por meio de tudo o que já existiu e que retorna infinitamente, tal como num ciclo. Portanto, através da análise de alguns poemas judicianos da obra em questão, objetiva-se demonstrar quais são os procedimentos utilizados pelo poeta para reanimar as histórias míticas, escritores de diversas épocas da literatura ocidental e até mesmo personagens marcantes, que fazem de sua produção poética o lugar da retomada do passado. Além disso, pretende-se evidenciar que essa obsessão pelo retorno à tradição é, em sua obra, um aspecto proveniente das questões pós-modernas. O ÚLTIMO ESPETÁCULO DA POESIA BRASILEIRA: A POESIA NO CREPÚSCULO DA CULTURA Bruno Darcoleto MALAVOLTA (FCLAr/UNESP/D/CAPES) brunomalavolta@gmail.com Or. Prof. Dr. João Batista Toledo PRADO (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Teoria crítica; Guy Debord; Sociedade do Espetáculo; Poesia. Agambem reconhece a materialização econômico-cultural denunciada pela teoria do espetáuclo de Guy Debord, embasada esta, por sua vez, em uma percepção de que o conceito marxista do fetiche da mercadoria havia estabelecido, para além daquela indústria cultural adorniana e horkeimeriana, um estado de coisas de dependência aboluta deste sistema-espetáculo para se mediar as relaões humanas de toda ordem, fazendo jus a um sistema hegeliano que obedeça a uma totalidade imanente. Pertence, logo, este espetáculo, à grandeza dos objetos linguísticos, como uma linguagem exterior do estado que deseja suprimir o poético, e nele toda sua comunicação, agora convertida em racionalismao técnico, o oposto da linguagem simbólica. Como, pois, responderia a poesia brasileira, no caldo de sua cultura cada vez mais apartadada ocidentalidade, e sobretudo como o fariam quatro poetas fundamentais de nossa modernidade e contemporaneidade líricas, a saber, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Roberto Piva e Alberto Pucheu? Eis o rastro que farejaremos, munidos da intuição de que o Drummond de Sentimento do mundo e A rosa do povo representa a reação desta poesia aos primeiros estilhaços espetaculares, chamando a si a responsabilidade de salvaguardar uma certa cultura oral arremessada na cultura de massa, pacificando o hiato apontado por Cândido para o diminuto papel da cultura erudita neste processo de modernização. Drummond não deixa, ainda, de apontar pelas vias de um comunismo primitivo uma possível organização discursiva que poderia, se extremada, ferir a organização retórica espetacular. Não é senão o que fará Gullar, que em seu Romances de cordel sacrificará seu próprio projeto estético em razão de extremar o discurso ideologicamente à esquerda e, em um Dentro da noite veloz, abandonará um certo fetiche pelo prognóstico marxista, e rebalizará sua dialética com a imanência do capitalismo tardio, chegando a seu poema social maduro. A a empreitada ideológica dessa poesia se esgotará em Piva, para quem o ataque ao espetáculo se dará pela mailto:brunomalavolta@gmail.com 27 organização do discurso sob uma perspectiva nietzscheana, e já não ideológica, pois dionisíaca, em que o irracionalismo toma as rédeas do ataque à medula da cultura ocidental. Ficando a cargo de Pucheu dar uma resposta do hoje para a consolidação da era espetacular em seu mais perfeito funcionamento e potencialidade, em busca de questionar o lugar da poesia em seu Para que poetas em tempos de terrorismos, quando dois gêneros retóricos, o lírico e o espetacular, embatem uma guerra especulativa em torno da palavra hoje. AS DEUSASDOS RAMOS E O SAGRADO FEMININO Camila Goos Damm (FCLAr/UNESP/M/CAPES) camilagdamm@hotmail.com Or. Prof. Dr. Aparecido Donizete Rossi (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Sagrado feminino; arquétipos; mitologia celta. O projeto tem como objetivo analisar as características arquetípicas e mitológicas presentes nas personagens Rhiannon, Arianrhod e Blodeuwedd, encontradas no conjunto de lendas galesas chamadas Os Quatro Ramos do Mabinogion. Essas lendas, registradas em dois manuscritos medievais e traduzidas para o inglês por Lady Charlotte Guest, apresentam diversas evidências de pertencerem a uma tradição oral do folclore pré-cristão dos povos celtas que ali habitavam. A análise será feita tanto dentro do conjunto simbólico particular à cultura celta quanto através dos estudos de mitologia comparada, a partir de uma perspectiva junguiana e das reflexões de Erich Neumann em A Grande Mãe. A partir dessa análise, buscaremos demonstrar a relevância do resgate de figuras femininas pertencentes às mitologias fundadoras para o conceito de sagrado feminino, pois a relação entre a mulher e a espiritualidade sofreu grande repressão desde o declínio do paganismo e a ascensão do cristianismo e, concomitantemente, de uma ordem cultural crescentemente patriarcal. Com a expansão e a ramificação de diversos movimentos feministas, o interesse numa espiritualidade que contemple o sagrado feminino cresce novamente, voltando seu olhar para figuras tanto reais quanto fictícias do passado na busca por predecessoras e inspiração para uma nova identidade espiritual. Mostraremos também a importância desse resgate para o movimento feminista dentro da perspectiva literária, que tem como uma de suas buscas o redescobrimento dos mitos e histórias em que a mulher é figura central ou tem papel de destaque; para questões de representatividade da figura feminina e de como se inspiram, criam e percebem essas personagens no contexto atual e partindo de uma perspectiva crítica de como a mulher tem sido representada na ficção; e também para o resgate da relevância histórica e cultural das mitologias ora referidas, das quais podemos ver reflexos até hoje, apesar das tentativas de modificação e mascaramento visando o menosprezo da figura feminina. DER FINDLING E O FRACASSO DA EDUCAÇÃO ILUMINISTA Carina Zanelato SILVA (FCLAr/UNESP/D/CAPES) carinazs@hotmail.com Or. Profa. Dra. Karin VOLOBUEF (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Pedagogia Iluminista; Heinrich von Kleist; Immanuel Kant. mailto:camilagdamm@hotmail.com mailto:carinazs@hotmail.com 28 A pedagogia desenvolvida na época do Iluminismo procurou debater os meios de se educar o homem para o bem e para a independência intelectual, fundando os pressupostos dessa formação em uma lógica moral voltada para o exemplo da virtude e da boa conduta, que tinha como propósito unir harmoniosamente todos os homens sob o princípio comum das leis morais. Para tanto, a filosofia do Século das Luzes pregou como parâmetro de sua pedagogia a total responsabilidade do homem por seus atos, o que acarretou na imprescindibilidade de uma formação adequada, que operasse na natureza humana uma transformação positiva, resultando em ações pautadas na máxima do bem moral. Inicialmente adepto a esta proposta, Heinrich von Kleist, logo após sua famosa “crise kantiana”, passou a contestar o modelo de educação Iluminista, pontuando a sua reflexão a partir de um viés cético, que discutia não só a capacidade humana de adquirir conhecimentos, como também os processos de formação que garantiriam ao homem uma educação mais completa, pois, para o autor, a nova visão de realidade aberta pelo criticismo kantiano evidenciou os fracassos da pedagogia iluminista. Sob este novo ponto de vista, as noções de liberdade e de moralidade ganharam uma nova caracterização, já que se tornou impossível para Kleist determinar ou prever quais seriam os resultados dos projetos educacionais, até então vigentes, na conduta humana; o homem seria em si mesmo contraditório, e estaria ligado, pelo destino ou pelo fim dado a ele pela natureza, a milhares de outras instâncias que muitas vezes se sobrepõem à educação formal fornecida pelos pais ou pela escola. Esta discussão, que aparece em suas cartas e ensaios, foi transposta também para a sua literatura. Em seu conto Der Findling (O adotado, 1811), Kleist, criticamente, coloca em xeque uma educação pautada nos valores morais burgueses da família e do bem supremo, desembocando em um texto repleto de violência, maldade e malogro da felicidade, o que nos despertou o interesse para a análise destes aspectos na elaboração dos elementos que compõem a narrativa. Assim, nesta comunicação, enfocaremos como Kleist constrói em seu conto personagens e espaços que evidenciam a falha no sistema educacional iluminista. INSTINTO CRIMINAL VERSUS INSTINTO MATERNO NA ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DO ROMANCE LA FIN DE LA NUIT DE FRANÇOIS MAURIAC Carla Alexandra EZARQUI (FCLAr/UNESP /M/CNPq) carla.ezarqui@hotmail.com Or. Profa. Dra. Andressa Cristina de OLIVEIRA (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Narrativa francesa ;personagem; adaptação cinematográfica. Publicado em 1935, o romance La fin de la nuit, de François Mauriac dá continuidade ao drama do desajuste, da busca pela identidade vivenciado por Thérèse, personagem protagonista, de origem provinciana, e que vive há quinze anos em Paris, após uma tentativa fracassada de envenenar o marido. Seu conflito interior é agravado pela paixão que lhe devota o namorado da filha, Marie, uma jovem de dezessete anos, com quem estabeleceu poucos contatos depois de sua partida para a capital. A infância, o casamento, o envenenamento e a separação são retratados no romance Thérèse Desqueyroux (1927), embora o próprio autor tenha declarado não haver uma interdependência entre ambas as obras. Adaptado ao cinema, pela primeira vez, por Albert Riéra, em 1966, La fin de la nuit obteve uma mis en scène semelhante àquela da adaptação do romance Thérèse Desqueyroux, de 1962 por Georges Franju, conservando, inclusive, os mesmos atores para a personagem protagonista e seu marido, Bernard. Na mailto:carla.ezarqui@hotmail.com 29 primeira, houve a colaboração do autor e ambas retrataram fielmente o texto literário, tanto no que tange ao enredo quanto aos diálogos, ligeiramente alterados, explorando a dramaticidade presente na escrita do romance. Thérèse Desqueyroux recebeu nova adaptação cinematográfica em 2012, por Claude Miller, que reproduziu a obra resguardando a época (década de 20), a caracterização das personagens e grande parte do diálogo. Em contrapartida, em 2015, o diretor Lucas Belvaux concedeu a La fin de la nuit uma adaptação livre cuja mis en scène se compromete, sobretudo, em denotar o que há de intemporal na obra de Mauriac, ou seja, a humanidade da personagem, cuja expressão é partilhada entre a literatura e o cinema. O drama familiar, reproduzido no contexto atual, é submetido a várias adequações, por consequência, os conflitos secundários tomam nova forma. Assim, objetiva-se analisar a maneira pela qual os instintos criminal e materno são transpostos para a tela e, ainda, o modo como os elementos são estruturados para representar o “espírito” da obra, sobretudo no que concerne à atmosfera das cenas transcorridas na província, e à crítica à burguesia, tão particulares em Mauriac. A QUEDA DA BALIVERNA, UMA ABORDAGEM PÓS-ESTRUTURALISTA DO CONTO BUZZATIANO Carlos Eduardo MONTE (FCLAr/UNESP/D/CAPES) monteadvocacia@yahoo.com.br Or. Profa. Dra. Cláudia Fernanda de Campos MAURO (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Dino Buzzati; A queda da Baliverna; pós-estruturalismo. A queda da Baliverna é um conto de Dino Buzzati. Escrito em 1957, quando a Itália se levantava das agruras da Segunda Guerra, o que lemos é a aventura, ou a desventura,de um protagonista/herói que, tendo o hábito hebdomadário de visitar um antigo mosteiro, a Baliverna, construído no século XVII para abrigar a ordem dos frades de São Celso, vê-se, certa feita, após um ato relativamente infantil (puxar uma haste), como responsável pela queda da gigantesca construção, em decorrência de uma sucessão de efeitos. A magnânima construção, no entanto, exemplo fundamental de uma ordem religiosa, que repousa no binômio estrutural, modelo e organicidade, é lida como uma das engenhosas alegorias de Buzzati e, aqui, colocada em análise questões que são revisitadas com o advento de novos rumos teóricos, sobretudo com o pós-estruturalismo e a desconstrução, de Jacques Derrida. Por estas balizas, que se avolumam a partir dos anos 60, valores cristalizados pelo modernismo, e que vinham sendo questionados por Nietzsche e Heidegger, entre outros, como as ideias de origem, tradição, técnica, utilidade, início ou centro, até então inexoráveis, passam a ser investigados mais detidamente. Neste trabalho, marcadamente, dois destes cânones, em certa medida se alinham: estrutura e progresso. O conto de Buzzati ora é lido como um exemplo, como uma impressão de um mundo que, pouco a pouco, percebe-se sofrendo cada vez mais com os efeitos das imposições que o circundam; por uma realidade, ou os efeitos ilusórios desta, que necessariamente se integram como apenas mais um objeto em análise. A heterotelia, noção que se expande com a rubrica do pós-modernismo, sobretudo em autores como Michel Maffesoli, e a da traição da herança, com Harold Bloom, faz com que se discuta a circunscrição originária do constructum, de quanto, na estrutura já se encontra presente o jogo de massas em equilíbrio, algo que poderá ser acionado com um simples quebrar de hastes, dando-nos, pelo apocalipse, a dimensão de sua fragilidade. mailto:monteadvocacia@yahoo.com.br 30 DAS PÁGINAS AO ECRÃ: A LEITURA CINEMATOGRÁFICA D E IVO FERREIRA SOBRE AS CARTAS DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES Carlos Henrique FONSECA (FCLAr/UNESP/D) karloshfonseca@gmail.com Or. Profa. Dra. Maria Lúcia Outeiro FERNANDES (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: António Lobo Antunes; Ivo Ferreira; Cartas da Guerra; Literatura e Cinema. D’este viver aqui neste papel descripto (2005) é um livro organizado pelas filhas do escritor António Lobo Antunes, Maria José Lobo Antunes e Joana Lobo Antunes, que reúne cartas do pai à sua primeira esposa, Maria José, durante o período em que serviu como médico combatente na Guerra Colonial, no leste de Angola, entre os anos 1971 e 1973. Em 2016, o diretor português Ivo Ferreira dirige o filme Cartas da Guerra, uma leitura cinematográfica daquilo que resultou em uma obra epistolar de Lobo Antunes. Este trabalho propõe uma análise da forma com que enquadramentos, planos, iluminação, filmagem e montagem, categorias próprias da linguagem fílmica, bem como categorias compartilhadas entre a arte do cinema e a literatura como tempo, espaço, narrador e ambientação foram empregados no filme a fim de captar a natureza poética das referidas cartas, em que já estão presentes vários elementos que constituirão, posteriormente, recorrências estéticas e temáticas da produção romanesca loboantuniana, na qual ecoa, de várias formas, a experiência individual e coletiva da guerra. Duas escolhas do diretor servirão como ponto de partida para a análise ora proposta: a) a filmagem total do filme em preto e branco que, além de uma escolha estética específica, é eficiente na recriação de uma atmosfera mais densa e intimista, em sintonia com o período salazarista e a perversa herança do colonialismo; b) a narração da quase totalidade das cartas na voz feminina, lidas pela atriz que interpreta a esposa do médico combatente, mas que traz, no seu cerne, uma voz coletiva das mulheres e famílias que foram privadas de seus pais, maridos e filhos ao longo dos treze anos de guerra colonial. Tal escolha narrativa ratifica também a distância, a saudade, o sofrimento e os absurdos da guerra, vividos pelo autor das cartas e que viria a se tornar um dos maiores nomes da literatura portuguesa contemporânea. O objetivo é ressaltar a forma como o “específico fílmico” consegue resultar numa produção esteticamente autônoma, ainda que objetivando explorar profundamente os temas e estruturas recorrentes na primeira fase do universo literário loboantuniano. O FOGO, A MADRESSILVA E O RIO: UMA ISOTOPIA DO POÉTICO EM O SOM E A FÚRIA E ENQUANTO AGONIZO, DE WILLIAM FAULKNER Claudimar Pereira da SILVA (FCLAr/UNESP/M/CNPq) claudimarsilva84@gmail.com Prof. Dr. Paulo César Andrade da SILVA (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: William Faulkner; narrativa poética; fragmentação. William Faulkner é considerado um dos mais importantes e influentes escritores do século 20, uma das quatro bases de sustentação da literatura modernista, ao lado de James Joyce, Virginia Woolf e Marcel Proust. Como as árvores da região Sul dos Estados Unidos, a obra de Faulkner enraíza-se em um tronco semântico-estrutural imponente, enfeixando temas e figuras articuladas à conjuntura histórica, social e mailto:claudimarsilva84@gmail.com 31 econômica desta região do país, representada imaginariamente pelo condado de Yoknapatawpha, microcosmos fictício criado pelo autor. Na obra do escritor sulista, há o constante jogo escorregadio dos tempos, a pluralidade de vozes e perspectivas, a supuração de subjetividades desagregadas que desaguam em linguagens fragmentadas e densamente poéticas, a um passo do silêncio de si mesmas. Nos anos de 1929 e 1930, em plena metástase do ideário modernista, Faulkner publicou, respectivamente, O som e a fúria e Enquanto agonizo, considerados pela crítica como dois de seus romances mais experimentais. Fraturado em quatro partes e imbuído de vozes narrativas distintas, O som e a fúria (2004) narra o processo de decomposição moral e econômica de uma família do sul dos Estados Unidos, os Compson, cuja ruína ocorre devido à incapacidade de seus membros em adaptar-se à nova conjuntura histórico-social que instala-se no sul após a derrota na Guerra Civil Americana (1861-1865). Enquanto agonizo (2010), romance polifônico sustentado na apresentação de 59 monólogos interiores, dispostos alternadamente, narra a viagem dos Bundren, uma família de agricultores pobres, através dos espaços míticos do condado de Yoknapatawpha, com o objetivo de enterrar o corpo de Addie Bundren, a matriarca da família, cujos restos mortais ela pede que sejam enterrados em Jefferson, sua cidade natal. Desse modo, a presente comunicação objetiva a análise da narrativa poética nestes dois romances, tendo como corpus três narradores: os irmãos Benjy e Quentin Compson, de O som e a fúria, e Darl Bundren, de Enquanto agonizo. Trabalhamos com a hipótese de que estas três vozes narrativas operam na constituição daquilo que nomearemos como uma poética da fragmentação, isto é, a representação da dissolução subjetiva do (s) narrador (es), em termos de estrutura, linguagem e poeticidade. Para tanto, serão utilizados os pressupostos teóricos sobre a narrativa poética de Jean-Yves Tadié (1978), Ralph Freedman (1963) e Massaud Moisés (1967), além do montante teórico-crítico de Faulkner, no intuito de respaldar nossas análises. UM PREFÁCIO PARA O FAUSTO DE MURNAU Clêmie Ferreira BLAUD (FFLCH/USP/M) clemieblaud@gmail.com Or. Prof. Dr. Leon KOSSOVITCH (FFLCH/USP) Palavras-chave: F.W. Murnau; cinema; Fausto; Goethe. Fausto, uma lenda alemã, adaptada da obra de Goethe, é assim anunciado nos créditos iniciais do filme de longa-metragem realizado em 1926 por F. W. Murnau. Visual, o filme evoca obras pictóricas e escultóricas que traduzem aquilo que não se pode dizer em palavras reafirmando a tradição horaciana do ut pictura poesis na abordagem renascentista de Leonardo Da Vinci: “pinturaé poesia muda, poesia é pintura cega” para oferecer-nos um Fausto onde se escondem tableaux vivants. Silencioso, o filme conta com breves indicações de diálogos nos intertítulos mantendo um frágil vínculo com a peça teatral do poeta alemão. Murnau faz as vezes de um Homero, compilando para além da segunda versão do Fausto de Goethe, os Faustos de Lessing que nunca foram concluídos, a versão de Christopher Marlowe e lendas antigas. Ora, o debate sobre as fronteiras entre as artes perpassa pintores e escritores ao longo dos séculos e alcança os poetas alemães de Fausto: Lessing com seu polêmico texto publicado em 1766 Laocoonte ou sobre as fronteiras da poesia e da pintura, ao qual Goethe responderá em 1794 com Sobre Laocoonte. Um século depois, nem teatro, nem escultura, nem pintura, nem poesia, o cinema nasce “mudo” e enquanto aprender a falar tenta resolver os problemas de especificidade herdados do discurso da história da arte mailto:clemieblaud@gmail.com 32 acrescentando a ele mais dúvidas: se o filme é uma nova arte, qual seria a sua especificidade? O Fausto de Murnau é uma via de reflexão paradigmática neste debate onde poesia e pintura se misturam subvertendo a narrativa para a perspectiva do diabo. Neste breve estudo sobre o filme de 1926, apontaremos algumas cenas que sucitam indagações sobre as fronteiras entre as artes mobilizando o texto goetheniano, obras visuais e recursos da arte do movimento que serviram à mise-en-scène Murnau. Trata-se de colocar mais perguntas do que defender hipóteses, porém - admitindo-se que pelo menos uma teoria da linguagem cinematográfica pode estar contida no interior de cada filme - Fausto é obra referencial para investigação sobre a especificidade do cinema. Tentemos conhecê-lo e apreciá-lo. A ESCRITA AUDIOVISUAL: PROBLEMATIZANDO O ESTATUTO DO ROTEIRO Cristiane Passafaro GUZZI (UNESP/ProfLetras) crisguzzi@gmail.com Palavras-chave: roteiro; escrita audiovisual; literatura. A questão da localização dos roteiros de Tv e cinema em um lugar específico dos estudos discursivos tem sido alvo de muita discussão nas faculdades de Letras, o que não deve acontecer, naturalmente, nas Escolas de Comunicação. Nestas, o estudo do roteiro tem lugar certo e o estatuto do texto como um projeto de realização midiática não oferece motivo de questionamento. Nas faculdades de Letras não é assim. O roteiro não é visto como texto literário – objeto privilegiado de estudo - e como texto-partitura ele não é comumente estudado. Nesse sentido, pretendemos problematizar, aqui, o roteiro como texto a ser investigado no campo dos estudos literários, se não como um texto com este estatuto, mas como um texto que evidencia – ainda que pela ausência – as questões relativas ao literário: narratividade, composição de personagens, espaço, tempo, organização linear das cenas, questões enunciativas etc. Tais problematizações nos levaram a estruturar um projeto de pós-doutoramento, ora concluído, mas em desdobramento contínuo, que pauta-se na problematização do estatuto do roteiro e, consequentemente, do estatuto do que é literatura. O roteiro é, afinal, um potencial gênero literário ou uma mera produção técnica? Se nem literatura, nem filme ainda, qual é então o seu lugar, ou melhor, o seu entre-lugar? As ficções escritas para teatro são consideradas literatura. Então, por que razão as ficções escritas para cinema não o podem ser? A aceitação da “qualidade literária” de alguns roteiros pode ser um caminho? A constatação de uma possível genealogia da própria História da literatura e do cinema e televisão, a partir do modo como alguns escritores e diretores lidam com o texto literário em suas traduções para roteiros, parece criar um campo propício para o gênero não ser mais entendido apenas como um mero instrumento técnico, com indicações de câmera, ângulos e ambientação cênica, mas como um texto consolidado, em alguns casos de extrema qualidade literária e que, em tempos de reconfiguração do que é literatura dentro de um cenário de artes intercambiáveis, merece atenção e inclusão em estudos acadêmicos e em novas práticas de leitura. Para tanto, buscaremos problematizar e revisitar estudos existentes sobre as especificidades da literatura e do roteiro, a partir de diferentes trabalhos realizados por escritores, roteiristas e diretores de cinema e televisão mailto:crisguzzi@gmail.com 33 O PERSONAGEM LITERÁRIO JOHANNES KREISLER E O GÊNIO ROMÂNTICO Daniel Moraes GREGORES (FCLAr/UNESP/ M/ CNPq) daniel_gregores@hotmail.com Or. Profa. Dra. Karin VOLOBUEF (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Gênio; Johannes Kreisler; Gato Murr; E. T. A. Hoffmann. É no contexto do século XIX que se situa o fenômeno responsável por primeiro nos despertar atenção no que tange ao personagem do autor alemão E. T. A. Hoffmann: trata-se da influência concreta exercida pelo Kapellmeister Johannes Kreisler sobre alguns dos principais nomes do romantismo musical europeu, como Schumann, Brahms, Berlioz, Wagner e Mahler. Frente a esse fenômeno, foi levantada a hipótese de pesquisa de que talvez, para além da temática musical, a confluência de um ideal de época, mais especificamente, o do gênio romântico, fosse responsável por tal influência. De modo a pôr à prova a hipótese levantada, mostrou-se essencial empreender uma investigação acerca do entendimento da ideia do gênio no período que antecedeu a compreensão e configuração do entendimento mais propriamente romântico do termo. Nesse sentido, sem desconsiderar a contribuição da herança clássica ao ideal do gênio, o recorte epistemológico estabelecido compreende o período entre fins do século XVII e princípios do século XIX e se pauta, sobretudo, segundo o entendimento e reflexão de autores expoentes de Inglaterra, França e Alemanha que se debruçaram sobre a questão do gênio à época. Com relação ao personagem literário Johannes Kreisler, adotou-se como obra de referência o seu retrato segundo o romance Lebensansichten des Katers Murr, que serviu de base para a análise da potencialidade do personagem hoffmanniano. Num percurso que permite entrever as mudanças em torno da compreensão do papel do artista e do próprio entendimento da criação em arte, as diferentes concepções levantadas e estudadas nos permitiram avaliar o fato literário de Kreisler à luz do poderia ser apontado como um ideal de gênio romântico, sobretudo em se tratando do primeiro grupo romântico alemão de Jena. O objetivo da comunicação é, por fim, apresentar os resultados decorrentes da pesquisa empreendida durante o mestrado que se mostram de interesse não somente para o contexto de estudo da obra do escritor alemão E. T. A. Hoffmann como também para o da própria compreensão do Romantismo de uma maneira geral, fundamental para as bases da modernidade. O EFEITO DA NÉVOA NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO NAS OBRAS DE UMBERTO ECO E A REFERÊNCIA AO CINEMA NOIR Deborah Garson CABRAL (FCLAr/UNESP/D) debcabral_rp@yahoo.com.br Or. Profa. Dr. Claudia Fernanda de Campos MAURO (FCLAr/UNESP) Palavras-chave: Névoa; espaço; Cinema Noir; Umberto Eco. Nas produções narrativas de Umberto Eco é possível verificar a construção do espaço de maneira cinematográfica. A descrição dos lugares, a ambientação, além de outros elementos, facilitam a construção imagética dos espaços em que a narrativa se desenvolve. Não em vão sua primeira obra literária foi transformada em filme, obtendo grande sucesso de bilheteria ao redor do mundo. Este autor procura construir a narrativa de maneira a buscar referências em outras mídias, utilizando de recursos narrativos para mailto:daniel_gregores mailto:debcabral_rp@yahoo.com.br 34 aproximar as artes, causando um efeito cinematográfico na construção do espaço em suas histórias. Assim ocorre em “O nome da Rosa” (1980), trama de suspense e investigação,
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