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Mecanismos de Defesa Introdução o O sistema imunitário, imune ou imunológico é responsável pela resposta defensiva do organismo frente aos agentes etiológicos de origens diversas (físico, químico e biológico) e contra o desenvolvimento de células neoplásicas. O termo imunidade se refere à proteção contra doenças infecciosas, mais especificamente, na defesa contra microrganismos infecciosos. As células responsáveis pela imunidade constituem o sistema imune, e sua resposta à entrada de qualquer substância estranha é denominada resposta imune. o A resposta inicial do sistema imune é a inflamação, porém só ocorre quando o organismo é capaz de reconhecer o agente agressor como um corpo estranho. Neste caso, após a identificação e o reconhecimento, as alterações vasculares e celulares da inflamação entram em ação, com a finalidade de deter o agente agressor e preservar a integridade dos órgãos e tecidos. Situações anormais na resposta imunológica incluem as imunodeficiências (falha na resposta imunológica), hipersensibilidades (reações exacerbadas do sistema imunológico), doenças autoimunes (resposta anômala ao próprio organismo) ou o depósito de imunocomplexos (depósito proteico em tecidos e órgãos). o Os objetivos do sistema imune consistem em reconhecer e neutralizar agentes patogênicos para impedir a ocorrência de novas doenças e também controlar a progressão de uma doença já existente, além do reconhecimento de um patógeno com o propósito de garantir a homeostase do organismo do indivíduo. o O sistema imune atua em duas frentes principais: a imunidade inata e a imunidade adquirida, as quais, juntas, são capazes de reconhecer e responder aos antígenos por ação direta (células e barreiras corpóreas) ou à produção de anticorpos. Imunidade Inata o A imunidade inata (não específica ou natural) é a primeira linha de defesa do organismo responde de forma geral aos agentes antigênicos, é estimulada em até 4 horas (pequeno período) após a entrada do microrganismo no corpo. Estão prontos para agir contra diferentes tipos de infecções, pois não consegue distinguir as diferenças discretas entre as substâncias estranhas. o Seus mecanismos de defesa incluem barreiras corporais como pele e mucosa do trato gastrointestinal e respiratório; alterações fisiológicas como aumento de temperatura (febre) e resposta inflamatória por conta das alterações vasculares e celulares no local da lesão. As principais células que atuam são fagócitos (neutrófilos, monócitos e macrófagos são ativados por meio de receptores na superfície das membranas, os quais se ligam aos antígenos e realizam a fagocitose do agente), Natural Killers e proteínas plasmáticas do sistema complemento (conjunto de proteínas plasmáticas que participam da resposta imunológica que atuam por meio da opsonização e facilitam a fagocitose para os fagócitos as principais proteínas são C3 e C5 que atuam por meio das vias clássica, alternativa e lectina). Sistema Complemento o O sistema complemento é composto de proteínas séricas e de superfície celular que interagem umas com as outras e com outras moléculas do sistema imune de maneira altamente regulada para gerar produtos que funcionam para eliminar os microrganismos. o Trata-se de um sistema complexo com mais de 30 proteínas que atuam em conjunto para auxiliar na eliminação de microrganismos infecciosos. Especificamente, o sistema complemento causa a lise (quebra da membrana celular) das células infectadas, além da fagocitose (processo natural do sistema imunológico para englobar o invasor e combater infecções) de partículas estranhas e detritos e a inflamação do tecido circundante. Essa atividade pode ser controlada (ocasionando a morte do microorganismo ou descontrolada (a resposta imune pode resultar em doença autoimune, morte celular ou necrose tecidual). o Suas funções são: destruir patógenos; sinalizar ou marcar células estranhas ou defeituosas do organismo; quimiotaxia (atrair as células de defesa para o local sinalizado); estimular a inflamação e consequentemente remover células danificadas e regeneração tecidual. o Há três vias de ativação do complemento: a via clássica, que é ativada por determinados isotipos de anticorpos ligados a antígenos; a via alternativa, que é ativada na superfície das células microbianas na ausência de anticorpo; e a via lectina. que é ativada por uma lectina plasmática que se liga a resíduos de manose (componente presente na parede bacteriana e fúngica). Vias de Ativação o As vias de ativação do complemento difiram apenas na forma como são iniciadas, pois todas elas resultam na geração de complexos de enzimas que são capazes de clivar a proteína mais abundante do complemento, C3. As vias alternativas e das lectinas são mecanismos efetores da imunidade inata, e via clássica é um dos principais mecanismos de imunidade adaptativa. o A clivagem da proteína ocorre na seguinte sequência: C3 - C3B - C3A - C3 convertase - Vias de Amplificação - Complexo de Ataque à Membrana (MAC - realização da morte celular). o Via Alternativa: possui maior concentração no sangue, quando ativada se liga na superfície dos microorganismos para ocorrer a destruição pelas células do sistema imune. o Via Lectina: envolve o uso de moléculas de reconhecimento para se ligar á manose pela enzima MBL. Ao interagirem com as células fagocíticas para a realização da fagocitose. o Via Clássica: apresenta a proteína C1, ativada após a produção dos anticorpos. Ao se ligar à Q, possui capacidade de estimular as células de defesa para a morte do micro-organismo. Imunidade Adaptativa o Também conhecida como adquirida ou específica, desenvolve-se em resposta a infecções e se adaptam a ela. Possui grande especificidade para distinguir diferentes moléculas e habilidade de memória que a permite responder com mais intensidade a exposições subsequentes ao mesmo microorganismo, as respostas protetoras são adquiridas devido a experiência do indivíduo contra o antígeno. Existe, dois tipos de imunidade adquirida: humoral e celular. o Humoral: mediada pelos anticorpos, moléculas presentes no sangue e nas secreções das mucosas. Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B e sua função é reconhecer e neutralizar infecções através da defesa contra microrganismos e suas toxinas. o Celular: medida pelos linfócitos T que promovem a destruição dos microrganismos localizados em fagócitos ou a destruição de células infectadas, ou seja, atua de forma intracelular.
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