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Filosofia - completo

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Fernanda	Mol	
Do Mito à Filosofia 
1. Origem existencial da filosofia 
1.1. Pitágoras: 	
Contemplação=	“ver	o	divino”	
Tipo de vida própria do filosofo: “vida contemplativa” 
Filosofamos, conforme Pitágoras, porque não somos sábios 
como os deuses, não conhecemos a verdade e somos 
movidos pelo desejo natural de conhece-la. 
1.2. Aristóteles 
O filósofo se admira e espanta-se diante de tudo o que 
existe e por isso, ciente de sua ignorância, contempla 
buscando conhecer a si mesmo e ao mundo que o cerca. 
Segundo Aristóteles, filosofar diz respeito a todos já que 
compartilhamos uma razão (logos) e somos igualmente 
movidos pelo desejo natural de conhecer. O saber filosófico 
seria “desinteressado” já que é um saber buscado por si 
mesmo, e não por possibilidade de obtenção de alguma 
verdade. Esse saber é um fim em si mesmo. 
2. A origem histórica da filosofia 
2.1. Saber oriundo do Oriente ou “milagre grego” 
A tese intermediária dessa questão é a de que a filosofia 
não é fruto exclusivo do “milagre grego” nem uma mera 
adaptação de saberes vindos do oriente. 
2.2. Condições que permitiram o surgimento da filosofia 
Viagens marítimas; invenção do calendário; escrita 
alfabética; surgimento da vida urbana; política* 
*Politicamente vale ressaltar que a invenção da cidade-
estado representou um grande passo. Isso porque o âmbito 
político passou a ser “secularizado”, já que a política 
passava de um domínio religioso a um regime leigo. Houve 
uma distinção entre ordens privadas (como crenças) e a 
ordem pública (participação e decisões políticas). Por tal 
motivo, a participação política tinha um espaço especial: a 
ágora. Fazer política era, portanto, um direito e um dever. 
3. A mitologia 
3.1. O que é mito 
-Não é cronologicamente situável; 
- Cosmogonia: mito relata como se originou a ordem que 
caracteriza o próprio modo de ser da natureza, 
-Protagonizados por entes sobrenaturais 
obs.: o mito conta com a adesão e a aceitação daqueles 
indivíduos para os quais é narrado (ainda para que seja 
possível ser repassado). Conta com um caráter dogmático, 
não estando sujeito à crítica ou ao questionamento. 
3.2. A mitologia grega 
Cada deus grego encarnava em algum aspecto da vida, 
uma forca ou elemento da natureza [...] Todos eram 
imortais, gostavam de se intrometer nos assuntos e 
negócios humanos e possuíam poderes sobrenaturais. 
3.3. Do mito ao logos 
Mito: narrativa x Filosofia: explicação racional 
Explicar é estabelecer uma conexão entre efeito e causa. O 
mito é, ao contrário da filosofia, uma narrativa imaginada 
pelos seres humanos, sem uma explicação racional. 
A filosofia surge quando o logos (explicação racional do real 
por causas reais e naturais) “domina” o mito e vai se 
impondo como a forma dominante de entendimento e de 
compressão do mundo natural e humano. 
4. O nascimento da filosofia 
Séc VI a.C., nas colônias gregas espalhadas pelo Mar 
Mediterrâneo (especialmente Mileto) 
4.1. Os principais períodos da filosofia grega 
Período pré-socrático/cosmológico: Tales até os sofistas 
Principais escolas: Jônica, Italiana, Eleata e Atomista 
Investigavam a origem do mundo e as causas das 
transformações na natureza. 
Conceitos importantes do período 
Caos: desordem, desarmonia 
Cosmos: ordem, harmonia, racionalmente organizado por 
uma relacao hierárquica de causa e efeito. 
Mito: baseado na imaginação 
 (cosmogonia: cosmo=ordem, gonos=narrativa) 
Logos: discurso racional 
(cosmologia: cosmo=ordem, logia=logica, racionalidade) 
5. A filosofia pré-socrática 
 “pensamento filosófico-científico.” 
Arché: fundamento, origem, princípio. 
Os primeiros filósofos gregos buscavam a arché, ou seja, o 
elemento originário ou primordial de tudo o que existe. 
Buscavam também explicar o movimento. 
5.1. Os filósofos pré-socráticos 
Tales de Mileto 
Arché:	água		
Heráclito de Éfeso: 
Arché: fogo 
Devido ao caráter dinâmico da realidade que mescla 
mudança contínua, constate e harmonia. 
Era um representante do imobilismo: tudo é fluxo constante 
“ninguém nunca entra duas vezes no mesmo rio” - as águas 
do rio nunca são as mesmas e nos nunca somos os 
mesmos. Conforme seus interpretes, a realidade possui uma 
“unidade na pluralidade”, encontrada em representação de 
complementariedade. Ex.: dia e noite. 
Pitágoras de Samos 
Arché: números 
Demócrito de Abdera 
Arché: átomos (escola atomista) (materialistas) 
Parmênides de Eleia: 
“aquilo que é não pode ser” - dualidade entre a realidade e a 
aparência. Para Parmênides a mudança seria apenas uma 
ilusão dos nossos sentidos, cujas impressões são ilusórias, 
imprecisas e mutáveis, ao passo que o caminho da verdade 
é o do pensamento e da razão. Lei da identidade: uma 
coisa é sempre idêntica a si mesma e não pode tornar-se 
outra sem perder a identidade que lhe é própria e, portando, 
deixar de ser. 
Mito																																									Filosofia		
Dogmático																														ceticismo		
Apelo	ao	sobrenatural									racional	e	natural	
	
Fernanda	Mol	
O problema da verdade 
1. Contexto histórico 
“O século de Péricles” - grande prosperidade ateniense 
Tem fim com o fim da guerra do Peloponeso que arruinou Atenas 
diante do poderio de Esparta. 
1.1. Da aristocracia à democracia 
A democracia em Atenas surgiu no governo de Péricles que, 
contraditoriamente, era um aristocrata. 
Aristocracia: poder no grupo “dos melhores” 
Para Aristóteles, a oligarquia (governo de poucos voltado ao 
interesse próprio) seria a forma corrompida da aristocracia. A 
origem das cidades-estados (poleis) gera a necessidade de uma 
nova forma de organização social e política. A iniciação da 
democracia deve-se a Sólon representando à vontade por 
participação de indivíduos excluídos. A democracia ateniense era 
direta, mas excludente (10% da pop. era cidadã). 
	
2. Os sofistas: mestres na arte de ensinar 
Anteriormente sofistas eras sábios professores que 
ensinavam mediante pagamento. As ideias de Sócrates e 
Platão tornaram esse termo, de certo modo, pejorativo, 
fazendo-o significar aquele que não tem compromisso com a 
verdade e que se vende para quem mais pagar. Por 
ensinaram jovens de elites, tiveram influência sob os rumos 
da política. Deste modo adquiriram muitos inimigos, 
especialmente entre os aristocratas que os culpavam de 
terem contribuído para a derrocada de seu poder. Os 
sofistas defendiam uma concepção subjetivista e 
relativista do conhecimento, sendo este sinônimo de 
fenômeno, ou seja, perceptíveis aos sentidos podendo variar 
diante da análise de cada indivíduo. Não haveria uma 
verdade, um bem ou qualquer outro valor que fosse 
absoluto. Só existe o verdadeiro segundo a opinião de cada 
indivíduo. Os sofistas utilizavam-se da arte da persuasão 
para que sobressaíssem como melhores não as opiniões 
mais próximas à verdade, mas aquelas que são mais 
vantajosas ou úteis e, por isso, eram criticados por 
Sócrates, Platão e Aristóteles. 
	
3. Sócrates: educador e “parteiro” das ideias 
Não escrevia por acreditar que a filosofia é uma atividade 
essencialmente dialogal. Sócrates não se curvava às 
convenções sociais e defendia a necessidade de pensar 
sobre questões mais importantes da vida. Através do 
diálogo causava incomodo. Assim como os sofistas, ocupou-
se inicialmente de questões éticas, investigando o 
fundamento dos valores que as pessoas escolhiam para 
orientar suas vidas, mas não convencia os outros com seus 
argumentos, apenas agia como um “parteiro das ideias”. 
Morreu em nome da liberdade de pensamento. 
 
3.1. Método socrático: a ironia e a maiêutica 
de levar o interlocutor a realizar um “exame de si mesmo”, 
purificando-se de falsas opiniões e livrando- Para o filósofo 
um dos maiores impedimentos para se alcançar a verdade é achar 
que já se sabe. Sócrates se dizia mais sábio por ter ciência de 
sua ignorância. A “ironia socrática” era uma estratégia do 
filósofo de, ao declarar-se ignorante, desmascarar seu saber 
aparente. Questionava para mostrara contrariedade existente 
entre a doxa (opinião) e a episteme (verdade). Seus objetivos 
eram se de um saber presumido para depois conduzi-lo à busca 
do verdadeiro saber. Essa segunda parte é chamada maiêutica 
(parto) porque o saber já está na alma, devendo apenas ser 
suscitado ou desenvolvido pela conversação filosófica. Sócrates 
era a favor do desapego das riquezas, do poder, da fama e da 
beleza. Defendia a necessidade de aprender a governar a si 
mesmo e ter autodomínio. 
	
4. Platão: a invenção da metafísica 
obs.: no contexto platônico, “mito” se refere ao modo 
simbólico pelo qual Platão procura comunicar seu 
pensamento. 
A teoria das ideias tem como base uma ideia metafísica 
da realidade, tratando-se de uma concepção segundo a qual 
a realidade teria 2 dimensões: uma física ou sensível e 
uma não física, suprassensível ou metafísica. Não existe 
apenas aquilo que comumente chamamos de realidade 
(sentidos). Existe uma realidade ideal à qual o mundo físico 
deve sua existência e sua possibilidade de ser conhecido. 
*Os sentidos não nos mostram como as coisas realmente 
são, mas sim como elas estão em determinado momento*. 
Postulou a existência de uma outra realidade (metafísica, 
pois se encontra além do mundo físico), verdadeira por ser 
imutável, eterna e perfeita. 
4.1. O “mito da caverna”: o que é a realidade? 
Tentativa de explicar a condição de ignorância em que 
vivem os seres humanos e o que seria necessário para 
atingir o verdadeiro “mundo real”, baseado na razão acima 
dos sentidos. Nossos medos e comodismos nos atrapalham 
na hora de tentar algo novo e descobrir um mundo diferente 
fora de nossa caverna. Ficar dentro da caverna é mais fácil 
por não nos tirar da zona de conforto. 
Conclusões acercado mito da caverna: 
.:Os prisioneiros: são os homens comuns que vivem em 
um mundo limitado, presos as crenças costumeiras. 
.:A caverna: nosso corpo e nosso sentidos, fonte de 
conhecimento errôneo e enganoso 
.:As sombras na parede e os ecos na caverna: sombras e 
ecos nunca são projetados como o que os ocasiona 
realmente é. As sombras são distorções imagéticas e os 
ecos são distorções sonoras. Esses elementos simbolizam, 
portanto, as opiniões erradas e o conhecimento 
preconceituoso do senso comum que julgamos verdadeiro. 
.:A saída da caverna: busca pelo conhecimento verdadeiro 
.:Luz solar: por ofuscar a visão do prisioneiro libertado, 
colocando-o em uma situação de desconforto, é o 
conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia. 
4.2. O “mito da linha dividida” 
1: Eikasía: percepção de segunda mão, das cópias ou 
imagens das coisas que existem no mundo sensível. 
2: Pítis/Doxa: conhecimento dos sentidos, crença 
depositada nas nossas percepções que aceitamos 
passivamente. 
3: Dianoia: raciocínio lógico ou discursivo. 
4: Nóesis ou episteme: conhecimento das essências, da 
ideia como princípio da realidade do conhecimento. Intelecto 
atinge as formas inteligíveis por meio de uma intuição ou 
visão intelectual, alcançando o verdadeiro saber. 
Fernanda	Mol	
Os últimos pensadores gregos antigos 
1. Contexto histórico 
Aristóteles nasce na Macedônia, estuda na academia de Atenas 
e depois volta para ensinar Alexandre. Em sua escola ele 
ensinava andando= peripatética. Os macedônios eram vistos 
como bárbaros pelos gregos, mas Felipe II arquitetou a conquista 
das cidades gregas que estavam enfraquecidas. Alexandre dá 
continuidade ao expansionismo do pai e deixa um dos mais vasto 
impérios. Quando Alexandre morreu, o império foi dividido. Os 
atenienses se rebelaram contra a dominação macedônica levando 
Aristóteles a fugir de Atenas. Em 322 a.C. ele morreu no Cálcis. O 
desaparecimento da época de ouro das cidades-estados gregas 
significou um golpe que destruiu a liberdade política, antes um 
valor fundamental. Essa ausência de liberdade e tranquilidade no 
mundo político conduziu, por sua vez, à busca de liberdade e 
tranquilidade interiores. As escolas do período caracterizavam a 
busca de um ideal de vida que cada ser humano pudesse seguir 
por meio de recursos próprios, dependendo apenas de si mesmo, 
como a imperturbabilidade a sabedoria e a felicidade. 
2. Aristóteles: importância da realidade sensorial 
Conforme Aristóteles, podemos distinguir entre o sensível do 
inteligível mostrando os papeis que cada um deles exerce 
no processo de conhecimento sem termos que duplicar a 
realidade, como fez Platão. Diferentemente de Platão, 
Aristóteles valoriza a realidade em que nos situamos assim 
como os sentidos por meio dos quais a conhecemos, por 
entender que o intelecto humano é capaz de formular 
conceitos seguros com base nas informações dos sentidos. 
2.1. Teoria do conhecimento de Aristóteles 
Todo o nosso conhecimento se origina da sensação. 
10 passo: experiencias sensíveis 
20 passo: memória (reter dados das percepções sensoriais) 
30 passo: experiencia (capacidade de estabelecer relações 
entre os dados sensoriais retidos pela memória) 
40 passo: Arte ou técnica. O coconhecimento técnico seria 
superior ao conhecimento prático já que o primeiro leva ao 
conhecimento da causa enquanto o segundo não. A arte ou 
técnica tem um caráter eminentemente práticos, pois visa a 
fins específicos e utilitários. 
O conhecimento científico (episteme), é um conhecimento 
livre, gratuito, pois possui um fim em si mesmo e 
corresponde a curiosidade natural humana e conhecer. Para 
conhecer a essência mesma das coisas é preciso se 
perguntar quais são suas propriedades	essenciais, aquelas 
que dizem respeito ao universal e não ao particular. 
Ciência universal=Metafísica. 
2.2. Noção de substância e teoria das 4 causas 
Substância: ser no seu sentido fundamental 
Características/propriedades das substâncias: 
® Essenciais: faz com que algo seja o que é 
® Acidental: presença ou ausência não faz com 
que um ser deixe de ser o que é. 
Diferentemente de Platão, Aristóteles acreditava que a 
essência das coisas e dos seres estaria neles mesmo e não 
numa realidade à parte, num mundo inteligível. 
® Matéria: elemento de que as substâncias individuais são 
feitas. 
® Forma: princípio que determina a matéria e lhe proporciona 
as virtualidades ou potencialidades contidas na matéria. 
Teoria das quatro causas 
-Material: matéria que constitui um corpo 
-Formal: a forma que a matéria possui para constituir um 
determinado corpo 
-Eficiente: operação que faz com que uma materia passse a 
ter determinada forma 
-Final: motivo ou razão pela qual uma determinada matéria 
passa a ter certa forma. (+ importante). 
Tudo existe por um propósito, nada é casual ou aleatório. 
A movimento corresponde a um processo de atualização de 
potencialidades em direção a uma finalidade única 
determinada para realizar plenamente sua propriedade 
essencial (télos). 
3. Ética e política: felicidade e bem comum 
Ética e política: ciências teóricas por se referirem à conduta dos 
seres humanos. Ser humano é seu foco por ser agente e 
finalidade da ação. A finalidade última do ser humano seria a 
felicidade. Não seria possível entender o homem isoladamente, 
sendo preciso analisá-lo em convívio com os demais. Acreditava 
que o indivíduo existe em função da cidade e coloca o bem 
comum acima do individual. 
3.1. Ética aristotélica: felicidade, virtude e mediania 
A finalidade de todas as ações seria a felicidade. É 
impossível dizer para que serve a felicidade já que ela é 
nosso fim último. Se ela servisse para alguma coisa, seria 
apenas mais um meio. Aristóteles aponta que o mais feliz 
dos homens é o filósofo, uma vez que dedica a vida à busca 
da verdade. Também seria possível ter acesso à felicidade 
pelas virtudes, adquiridas pela prática. A ética indica aos 
seres o caminho para a vida virtuosa. A virtude seria uma 
mediana entre 2 extremos, cada um dos quais é um vício. 
Vício: sentimento marcada pelo excesso ou pela falta 
Virtude: equilíbrio e pela moderação. 
3.2. A política 
O estado seria criado com o intuito de bem comum 
Formas de organizaçãohumana: 
-Família 
-Aldeia 
-Estado Cidadão: quem participa 
 Formas de Estado legítimas / formas corrompidas 
Monarquia x Tirania (interesse pessoal) 
Aristocracia x Oligarquia (ricos) 
Politeia (governo da maioria) x Democracia (demagogia 
atual, ou seja, interesse dos mais pobres) 
A política deve ser exercida sempre em favor do bem 
comum. Via a politeia como a forma de governo mais 
conveniente para a cidade, já que ela se mostra mais apta a 
favorecer a igualdade, concedendo a todos a liberdade de 
participar do governo da polis. 
4. As éticas helenísticas 
Epicurismo (hedonismo): homem busca evitar a dor (mal moral) e 
alcançar o prazer moderados (felicidade) que conduziriam a 
ataraxia. “quadruplo remédio”: tetrapharmakon. 
Estoicismo: a felicidade identifica-se com a exigência do bem, 
ditada pela razão. São deterministas, acreditando que tudo ocorre 
tal como deveria e deve ser aceito. O sábio seria aquele que 
procura viver conforme a natureza, distinguindo o que depende e o 
que não depende dele para alcançar a ausência de perturbações. 
Ceticismo: Nutrem uma desconfiança absoluta diante da 
“verdade”, valendo-se de uma suspensão do juízo ao buscar. 
Fernanda	Mol	
A filosofia medieval 
Contexto Histórico 
A característica principal é a tentativa de união entre a cultura 
filosófica grega antiga com a religião crista. Vale lembrar que I.M. 
foi altamente influenciada pela Igreja Católica, logo, os filósofos 
desse período reforçavam o poder da igreja relacionando-o com a 
fé e a razão, a existência e a influencia de Deus e os propósitos da 
teologia e da metafisica. O raciocínio teológico valia-se de 
métodos filosóficos para refletir e sistematizar a doutrina crista. 
Patrística: St. Agostinho 
Influenciado pelo maniqueísmo. 
A relação entre fé e razão 
Agostinho teve como base de seu pensamento o neoplatonismo 
de Plotino e os ensinamentos cristãos, Considera o platonismo a 
verdadeira filosofia, sendo necessária para a compreensão da 
verdade revelada por Deus. Por tal motivo, defendia a 
aproximação entre a fé e a razão. Entretanto, acreditava a razão 
de mundo definida pela filosofia ser limitada, precisando estar em 
conjunto com a fé. 
“Crer para compreender”. 
Para o filosofo, a fé estimula e promove a inteligência e está 
fortalece e clarifica a fé. 
Fe e razão são complementares! 
 
A teoria da iluminação divina 
Os humanos seriam capazes de reconhecer verdades 
eternas, necessárias e imutáveis: Deus. Segundo o filosofo, 
Deus seria o responsável por transmitir a luz, ou seja, a 
capacidade de conhecer a verdade. Assim, para Agostinho, 
as verdades eternas e imutáveis a que se referia Platão tem 
sua sede em Deus, já que este é a verdade. Não é possível 
reconhecer Deus por uma recordação (como defenderia 
Platão), mas sim por um ato de interiorização pela qual a 
razão toma consciência da presença de Deus. Logo, o 
homem precisa olhar para seu interior para descobrir a verdade. 
 
O problema do mal: livre-arbítrio 
A existência do mal entra em conflito com a com a existência de 
um Deus bom, onipotente e onisciente. Opostamente ao 
maniqueísmo, que considera a existência do bem (luz) e do mal 
(trevas), Agostinho acreditava apenas na existência do bem, 
sendo o mal a ausência ou privação do bem. Partindo da 
perspectiva de que cada ser/coisa tem seu sentido e a sua razão, 
tudo é positivo, tornando-se “mal” por uma visão deturpada que 
temos. Por exemplo, um animal nocivo ou um desastre natural são 
considerados males por nós, mas não são males por si mesmos, 
mas considerados assim pelo fato de nossa visão ser limitada e 
superficial. A origem do mal estaria no livre-arbítrio, concedido 
por Deus, donde todo mal seria o resultado da escolha do 
afastamento do bem- escolha pela qual somos responsáveis. 
 
Contexto Histórico 
O surgimento das universidades 
O caráter questionador dessas instituições leva a aplicação da razão no 
campo da fé, a fim de sistematizar e compreender as crenças. A razão 
continuava serva da fé, de forma que os escritos filosóficos eram 
utilizados seletivamente, visando, em concomitância com a interpretação 
bíblica, encontrar argumentos para a defesa e explicação da fé. 
Tradição filosófica árabe 
Traduções islâmicas dos textos gregos antigos (especialmente de 
Aristóteles) começam a circular pelo ocidente e, com o tempo, o acesso a 
essas obras levou-a a ser lida e assimilada pelos pensadores católicos. 
 
Escolástica: St. Tomas de Aquino 
A Escolástica foi uma filosofia que esteve inspirada nos ideais dos 
filósofos gregos Platão e sobretudo, seu discípulo Aristóteles, além 
de ter uma fundamentação cristã baseada nas revelações contidas 
na Bíblia Sagrada. 
A Escolástica pode ser considerada um método de pensamento 
crítico que influenciou as áreas do conhecimento das 
Universidades Medievais. 
Nesse método de aprendizagem diversas disciplinas estavam 
inseridas no currículo, e estavam divididas em: 
* Trivium: gramática, retórica e dialética 
* Quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música 
Tomás de Aquino foi um filósofo e sacerdote católico que 
apresentou em suas teorias a proposta da prova da existência de 
Deus por meios de cinco caminhos, as cinco vias de São Tomás. 
Partindo da filosofia de Aristóteles, ele conseguiu unir Fé e Razão. 
 
Relações entre fé e razão para St. Tomas de Aquino 
Não é possível haver contradição entre as verdades da 
razão e as verdades da fé, já que ambas são oriundas de 
Deus e se ajudam. Tanto o que pertence a razão, quanto o 
que nos é assegurado pela revelação divina são 
necessariamente verdadeiros e, por isso, razão e fé são 
contrarias ao erro. 
 
As 5 vias de St. Tomas de Aquino [Provam a existência de Deus] 
Argumento do primeiro motor: 
Segundo Aristóteles, todo movimento tem uma causa. 
Para Tomas, o primeiro motor é Deus, pois é a causa última de 
todo movimento, mas por nada pode ser movido. 
 
Primeira causa eficiente: (causa da existência) 
Nada possui em si mesmo a causa eficiente de sua própria 
existência. Logo, a primeira causa eficiente não poderia ser 
causada por nada e, por isso, só pode ser Deus. 
 
Argumento do existente necessário: 
As coisas do mundo são contingentes (existem e podem 
igualmente deixar de existir). 
Há um ser que sempre existiu, cuja existência seja necessária, 
não contingente, que tenha em si mesmo causa da existência e da 
necessidade de todos os seres contingentes (deu existência as 
coisas). Logo, este ser tinha quer ser eterno e ser a causa 
necessária de tudo que existe e, este ser é Deus. 
 
Argumentos do grau do ser: 
 Verifica-se que há graus de perfeição nos seres. Uns são mais 
perfeitos que outros, são mais belos, são mais verdadeiros, etc. 
Este juízo nós humanos o fizemos diariamente. Tomás de Aquino 
partiu deste raciocínio, concluindo que deve existir um ser que 
tenha o padrão máximo de perfeição, e que este ser é a causa da 
perfeição dos demais seres. Este ser, então, é Deus. 
 
Argumentos da finalidade do ser: 
 Existe uma ordem no universo, em que cada coisa está 
cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade. No entanto, 
não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos. Logo, há um 
ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada e que 
dirige todas as coisas para que cumpram seu objetivo. Este ser é 
Deus. 
 
 
 
 
Fernanda	Mol	
Filosofia política moderna 
Contexto histórico 
O renascimento (porta de entrada da modernidade) 
Sec. XV e XVI- emancipação das ideias da I.M. e a 
valorização da cultura greco-romana. As principais 
características são o humanismo e o antropocentrismo. 
Esse período foi marcado de um retorno ao paganismo visto 
como suspeito pelo cristianismo vigente. 
 
Reforma protestante 
Conduzida por Lutero, esse movimento levou um número de 
católicos a separarem-se da Igreja Romana e fundar o 
protestantismo por uma reação de inconformidade dos que 
estavam descontentes em relação aos rumos da I.C. 
(corrupção e depravação moral). 
 
Revoluçãocientifica 
Rompendo com o modelo geocêntrico/ptolomaico que 
possuía aval e chancela da I.C., Nicolau Copérnico defende 
o modelo heliocêntrico. Galileu Galilei, após demonstrar 
empiricamente a veracidade do modelo copernicano e não 
ter a atenção dos membros da igreja, teve que se retratar 
para evitar ser queimado pelo tribunal da inquisição (mas 
permaneceu fiel as suas ideias). 
 
O Iluminismo (sec. XVIII/das luzes) 
Definição: movimento filosófico, político, artístico e cultural 
caracterizado pela crença nas potencialidades libertadoras 
da razão e do conhecimento. 
Características: luta contra os abusos e os preconceitos que 
dominaram o pensamento durante séc. 
Missão: libertar o espirito humano da ignorância, da 
superstição e da submissão as autoridades constituídas e, 
assim, ao desenvolver sua razão e torna-lo consciente de 
seus direitos, conduzi-lo `a felicidade. 
 
Maquiavel 
Viveu em um momento político extremamente conturbado já que, 
não unificada, a Itália era formada por 5 grandes estados regionais 
que viviam em conflito constante. O pensador rompe com o 
pensamento antigo greco-medieval em vários aspectos. Para 
Maquiavel, a ordem política é construída pelas pessoas no intuito 
de evitar o caos e a barbárie e, uma vez alcançada, não é 
definitiva, devendo ser fruto da atenção e do trabalho constante 
daquele que está no exercício do poder, dado que não é certo, 
necessário e estável no espaço da política. 
Maquiavel fundou o realismo político ao valer-se “verdades 
efetivas das coisas”, recusando qualquer idealização da vida 
política e que não deixa de considerar a feiura da verdade 
Apesar de acreditar que o ideal seria ser ambos, diz que seria 
melhor um governante (príncipe) ser temido do que amado, pois 
os indivíduos só respeitam aquele a quem temem, enquanto o 
amor algo mais volúvel. Este último, por ser mantido por uma 
corrente de obrigações se rompe quando deixa de ser necessário 
já que os homens são egoístas. 
“O temor nunca falha, pois é mantido pelo medo da punição.” 
 
Seria do conflito originado da luta das pessoas pela satisfação de 
seus interesses e necessidades que tanto exige quanto justifica a 
existência do poder, entendido como instancia mediadora de 
conflitos. 
A política apresenta-se como atividade constitutiva da existência 
coletiva, sendo o Estado o poder central soberano que legisla e 
decide sobre todas as questões, tanto internas quanto externas, 
que interessam e dizem respeito `a coletividade. O detentor do 
poder de Estado pode e deve fazer tudo para assegurar tal poder, 
inclusive valer-se da forca e da crueldade quando necessário, 
mas sem, no entanto, tornar-se um tirano, já que esta não tem 
como meta o triunfo do Estado, mas sim o capricho de quem se 
apoderou dele. A existência de partidos antagônicos torna 
necessária a imposição de mecanismos que estabeleçam a 
estabilidade das relações sustentando uma determinada 
correlação entre essas forças. 
Quando uma nação esta afundada em desordem, o ideal seria 
optar pela monarquia. Quando a sociedade encontrar um 
equilíbrio, a república torna-se ideal, já que permite que o Estado 
se apresente como mediador do povo. Apenas em condição de 
liberdade existe crescimento já que, somente assim, o interesse 
comum é respeitado. 
“não é o interesse particular que faz a grandeza dos 
Estados, mas o interesse coletivo” 
 
A virtu não seria ser moralmente bom, mas capaz de lidar com o 
conjunto de circunstancias produzidas pelas situaçoes(fortuna) e 
que não dependem de seu controle. Logo, a virtu mostra o preparo 
de um príncipe para lidar da fortuna (eventualidades) 
 
Contratualistas 
São os filósofos que defendiam que o homem e o Estado 
fizeram uma espécie de acordo - um contrato - a fim de 
garantir a sobrevivência. 
O ser humano, segundo os contratualistas, vivia no 
chamado Estado Natural (ou estado de natureza), onde 
não conhecia nenhuma organização política. 
A partir do momento em que o ser humano se sente 
ameaçado, passa a ter necessidade de se proteger. Para 
isso, vai precisar de alguém maior e imparcial, que possa 
garantir seus direitos naturais. 
Assim, o ser humano aceita abdicar sua liberdade para se 
submeter às leis da sociedade e do Estado. Por sua parte, o 
Estado se compromete em defender o homem, o bem comum e 
dar condições para que ele se desenvolva. Esta relação entre o 
indivíduo e o Estado é chamado de contrato social.

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