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FILOSOFIA-PERCURSO-2019

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As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmacoes que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar:

a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento, tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal, tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha avançado no sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia absolutamente do conteúdo dos juízos.

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Questões resolvidas

As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmacoes que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar:

a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento, tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal, tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha avançado no sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia absolutamente do conteúdo dos juízos.

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Apostila de Exercícios
FILOSOFIA 
Índice
FILOSOFIA ANTIGA...........................................................................................................................2
QUESTÕES TEMÁTICAS – ÉTICA.............................................................................................29
FILOSOFIA ANTIGA (Questões Recentes)..................................................................................31
FILOSOFIA MEDIEVAL....................................................................................................................33
FILOSOFIA MODERNA....................................................................................................................36
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA.....................................................................................................71
GABARITO.......................................................................................................................................87
1
FILOSOFIA 
FILOSOFIA ANTIGA
1. (Ufpa 2013) “Em Atenas [...] o povo exercia o poder, 
diretamente, na praça pública [...]. Todos os homens 
adultos podiam tomar parte nas decisões. Hoje 
elegemos quem decidirá por nós. A democracia antiga 
é vista, geralmente, como superior à moderna. Mas a 
democracia moderna não é uma degradação da antiga: 
ela traz uma novidade importante – os direitos 
humanos. A questão crucial dos direitos humanos é 
limitar o poder do governante. Eles protegem os 
governados dos caprichos e desmandos de quem está 
em cima, no poder.”
JANINE, Renato. A democracia, São Paulo, Publifolha, 
2001, p. 8-10, texto adaptado.
A superioridade da democracia antiga com relação à 
moderna pode ser atribuída ao (à) 
a) poder dado aos homens mais velhos, dotados de
virtude e sabedoria, para decidirem sobre os
destinos da cidade.
b) condução, de forma justa, da vida em sociedade e
garantia do direito de todos os habitantes da cidade
de participarem das assembleias.
c) poder dado aos homens que se destacaram como os
mais corajosos nas guerras e aos mais capazes nas
ciências e nas artes, para estes tomarem as decisões
nas assembleias realizadas em praça pública.
d) fato de o povo eleger seus representantes políticos
para tomar decisões sobre os destinos da cidade e
definir os seus direitos, em praça pública, de modo a
evitar atitudes arbitrárias e injustas dos
governantes.
e) participação direta dos cidadãos nas decisões de
interesse do todo no âmbito do espaço público.
2. (Uel 2013) No livro Através do espelho e o que Alice
encontrou por lá, a Rainha Vermelha diz uma frase
enigmática: “Pois aqui, como vê, você tem de correr o
mais que pode para continuar no mesmo lugar.”
(CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou
por lá. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.186.)
Já na Grécia antiga, Zenão de Eleia enunciara uma tese
também enigmática, segundo a qual o movimento é
ilusório, pois “numa corrida, o corredor mais rápido
jamais consegue ultrapassar o mais lento, visto o
perseguidor ter de primeiro atingir o ponto de onde
partiu o perseguido, de tal forma que o mais lento deve
manter sempre a dianteira.”
(ARISTÓTELES. Física. Z 9, 239 b 14. In: KIRK, G. S.;
RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os Pré-socráticos. 4.ed.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p.284.)
Com base no problema filosófico da ilusão do
movimento em Zenão de Eleia, é correto afirmar que
seu argumento 
a) baseia-se na observação da natureza e de suas
transformações, resultando, por essa razão, numa
explicação naturalista pautada pelos sentidos.
b) confunde a ordem das coisas materiais (sensível) e a
ordem do ser (inteligível), pois avalia o sensível por
condições que lhe são estranhas.
c) ilustra a problematização da crença numa verdadeira
existência do mundo sensível, à qual se chegaria
pelos sentidos.
d) mostra que o corredor mais rápido ultrapassará
inevitavelmente o corredor mais lento, pois isso nos
apontam as evidências dos sentidos.
e) pressupõe a noção de continuidade entre os
instantes, contida no pressuposto da aceleração do
movimento entre os corredores.
3. (Ufsj 2013) A construção de uma cosmologia que
desse uma explicação racional e sistemática das
características do universo, em substituição à
cosmogonia, que tentava explicar a origem do universo
baseada nos mitos, foi uma preocupação da Filosofia
a) medieval.
b) antiga.
c) iluminista.
d) contemporânea.
4. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo
ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu
ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”,
registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi
uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais
sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e
poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se
diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria
ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a
Filosofia, pois
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se
mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos
sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia
era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a
Filosofia é o saber que estabelece verdades
dogmáticas a partir de métodos rigorosos.
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer
distante dos problemas concretos, preocupando-se
apenas com causas abstratas.
2
ela traz uma novidade importante – os direitos humanos. A questão crucial dos direitos
partcipação direta dos cidadãos nas decisões de interesse do todo no âmbito do espaço público.
baseia-se na observação da natureza e de suas transformações, resultando, por essa razão, numa explicação naturalista pautada pelos sentdos
ilustra a problematzação da crença numa verdadeira existência do mundo sensível, à qual se chegaria pelos sentdos.
Caixa de texto
Monstra que os sentidos são contraditórios e inviáveis para compreender o conceito de movimento 
FILOSOFIA 
5. (Ueg 2013) A expressão “Tudo o que é bom, belo e
justo anda junto” foi escrita por um dos grandes
filósofos da humanidade. Ela resume muito de sua
perspectiva filosófica, sendo uma das bases da escola
de pensamento conhecida como
a) cartesianismo, estabelecida por Descartes, no qual
se acredita que a essência precede a existência.
b) estoicismo, que tem no imperador romano Marco
Aurélio um de seus grandes nomes, que pregava a
serenidade diante das tragédias.
c) existencialismo, que tem em Sartre um de seus
grandes nomes, para o qual a existência precede a
essência.
d) platonismo, estabelecida por Platão, no qual se
entendia o mundo físico como uma imitação
imperfeita do mundo ideal.
6. (Ueg 2013) O ser humano, desde sua origem, em
sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja,
recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de
fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu
comportamento teórico e prático. Entretanto, houve
um momento em sua evolução histórico-social em que
o ser humano começa a conferir um caráter filosófico
às suas indagações e perplexidades, questionando
racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse
sentido, pode-se afirmar que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e
que, por meio da elaboração dos sentimentos, das
percepções e dos anseios humanos, procura
consolidar nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não havendo
um local ou uma época específica para seu
nascimento, o que nos autoriza a afirmar que
mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e
exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas
e as certezas cotidianas que nos são impostos pela
tradição e pela sociedade, visando educar o serhumano como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e
justificações racionais que validam ou invalidam suas
crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento
da verdade revelada pela codificação mítica.
7. (Ueg 2013) O surgimento da filosofia entre os gregos
(Séc. VII a.C.) é marcado por um crescente processo de
racionalização da vida na cidade, em que o ser humano
abandona a verdade revelada pela codificação mítica e
passa a exigir uma explicação racional para a
compreensão do mundo humano e do mundo natural.
Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente,
destaca-se:
a) a concepção política expressa em A República, de
Platão, segundo a qual os mais fortes devem
governar sob um regime político oligárquico.
b) a criação de instituições universitárias como a
Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles.
c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos
como legado a recusa de uma fé inabalável na razão
humana e a crença de que sempre devemos
acreditar nos sentimentos.
d) a recusa em apresentar explicações preestabelecidas
mediante a exigência de que, para cada fato, ação
ou discurso, seja encontrado um fundamento
racional.
8. (Ufsj 2012) Sobre o princípio básico da filosofia pré-
socrática, é CORRETO afirmar que
a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de
todos os seres, concluiu que a água era a substância
primordial, a origem única de todas as coisas.
b) Anaximandro, após observar sistematicamente o
mundo natural, propôs que não apenas a água
poderia ser considerada arché desse mundo em si e,
por isso mesmo, incluiu mais um elemento: o fogo.
c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos que o
antecederam e concluiu que o princípio de todas as
coisas não pode ser afirmado, já que tal princípio
não está ao alcance dos sentidos.
d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou
terminantemente a luta dos contrários como gênese
e unidade do mundo, como o quis Catão, o antigo.
9. (Uncisal 2012) O período pré-socrático é o ponto
inicial das reflexões filosóficas. Suas discussões se
prendem a Cosmologia, sendo a determinação da
physis (princípio eterno e imutável que se encontra na
origem da natureza e de suas transformações) ponto
crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto,
Leucipo e Demócrito afirmam ser a realidade percebida
pelos sentidos ilusória. Eles defendem que os sentidos
apenas capturam uma realidade superficial, mutável e
transitória que acreditamos ser verdadeira. Mesmo que
os sentidos apreendam “as mutações das coisas, no
fundo, os elementos primordiais que constituem essa
realidade jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma
coisa e o real outra.
Para Leucipo e Demócrito a physis é composta
a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o
frio.
b) pela água.
c) pelo fogo.
d) pelo ilimitado.
e) pelos átomos.
3
FILOSOFIA 
10. (Uncisal 2012) No contexto da Filosofia Clássica,
Platão e Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas
concepções, que se opõem, mas não se excluem, são
amplamente estudadas e debatidas devido à influência
que exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento
ocidental. Todavia é necessário salientar que o produto
dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição
filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que
influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os
racionalistas, empiristas, Kant e Hegel.
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas
opções abaixo aquela que se identifica corretamente
com suas concepções.
a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo
inteligível) se opõe radicalmente as concepções de
caráter empírico defendidas por Platão.
b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e
pragmatismo, afastando-se do misticismo e de
conceitos transcendentais.
c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da
observação das coisas, por meio da valorização do
conhecimento sensível.
d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento
sensível são ilusórios.
e) As concepções platônicas negam veementemente a
validade do Inatismo.
11. (Uel 2012) Leia o texto a seguir.
No ethos (ética), está presente a razão profunda da
physis (natureza) que se manifesta no finalismo do
bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo
que caracteriza a physis como domínio da necessidade,
com o advento do diferente no espaço da liberdade
aberto pela práxis. Embora, enquanto
autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a
physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a
necessidade de a natureza fixar-se na constância do
hábito.
(Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de
Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São Paulo: Loyola.
Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12.)
Com base no texto, é correto afirmar que a noção de
physis, tal como empregada por Aristóteles,
compreende: 
a) A disposição da ação humana, que ordena a
natureza.
b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria
natureza.
c) A ordem da natureza, que determina o hábito das
ações humanas.
d) A origem da virtude articulada, segundo a
necessidade da natureza.
e) A razão matemática, que assegura ordem à natureza.
12. (Unioeste 2012) “É no plano político que a Razão,
na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e
formou-se. A experiência social pode tornar-se entre os
gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se
prestava, na cidade, a um debate público de
argumentos. O declínio do mito data do dia em que os
primeiros Sábios puseram em discussão a ordem
humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la
em fórmulas acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a
norma do número e da medida. Assim se destacou e se
definiu um pensamento propriamente político, exterior
a religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus
princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento
marcou profundamente a mentalidade do homem
antigo; caracteriza uma civilização que não deixou,
enquanto permaneceu viva, de considerar a vida
pública como o coroamento da atividade humana”.
Considerando a citação acima, extraída do livro As
origens do pensamento grego, de Jean Pierre Vernant,
e os conhecimentos da relação entre mito e filosofia, é
incorreto afirmar que 
a) os filósofos gregos ocupavam-se das matemáticas e
delas se serviam para constituir um ideal de
pensamento que deveria orientar a vida pública do
homem grego.
b) a discussão racional dos Sábios que traduziu a ordem
humana em fórmulas acessíveis a inteligência
causou o abandono do mito e, com ele, o fim da
religião e a decorrente exclusividade do pensamento
racional na Grécia.
c) a atividade humana grega, desde a invenção da
política, encontrava seu sentido principalmente na
vida pública, na qual o debate de argumentos era
orientado por princípios racionais, conceitos e
vocabulário próprios.
d) a política, por valorizar o debate publico de
argumentos que todos os cidadãos podem
compreender e discutir, comunicar e transmitir, se
distancia dos discursos compreensíveis apenas pelos
iniciados em mistérios sagrados e contribui para a
constituição do pensamento filosófico orientado
pela Razão.
e) ainda que o pensamento filosófico prime pela
racionalidade, alguns filósofos, mesmo após o
declínio do pensamento mitológico, recorreram a
narrativas mitológicas para expressar suas ideias;
exemplo disso e o “Mito de Er” utilizado por Platão
para encerrar sua principal obra, A República.
13. (Unb 2012) No início do século XX, estudiosos
esforçaram-se em mostrar a continuidade, na Grécia
Antiga, entre mito e filosofia, opondo-se a teses
4
FILOSOFIA 
anteriores, que advogavam a descontinuidade entre 
ambos.
A continuidade entre mito e filosofia, no entanto, não 
foi entendida univocamente. Alguns estudiosos, como 
Cornford e Jaeger, consideraramque as perguntas 
acerca da origem do mundo e das coisas haviam sido 
respondidas pelos mitos e pela filosofia nascente, dado 
que os primeiros filósofos haviam suprimido os 
aspectos antropomórficos e fantásticos dos mitos. 
Ainda no século XX, Vernant, mesmo aceitando certa 
continuidade entre mito e filosofia, criticou seus 
predecessores, ao rejeitar a ideia de que a filosofia 
apenas afirmava, de outra maneira, o mesmo que o 
mito. Assim, a discussão sobre a especificidade da 
filosofia em relação ao mito foi retomada.
Considerando o breve histórico acima, concernente à 
relação entre o mito e a filosofia nascente, assinale a 
opção que expressa, de forma mais adequada, essa 
relação na Grécia Antiga. 
a) O mito é a expressão mais acabada da religiosidade
arcaica, e a filosofia corresponde ao advento da
razão liberada da religiosidade.
b) O mito é uma narrativa em que a origem do mundo
é apresentada imaginativamente, e a filosofia
caracteriza-se como explicação racional que retoma
questões presentes no mito.
c) O mito fundamenta-se no rito, é infantil, pré-lógico e
irracional, e a filosofia, também fundamentada no
rito, corresponde ao surgimento da razão na Grécia
Antiga.
d) O mito descreve nascimentos sucessivos, incluída a
origem do ser, e a filosofia descreve a origem do ser
a partir do dilema insuperável entre caos e medida.
14. (Unicentro 2012) A passagem do Mito ao Logos na
Grécia antiga foi fruto de um amadurecimento lento e
processual. Por muito tempo, essas duas maneiras de
explicação do real conviveram sem que se traçasse um
corte temporal mais preciso. Com base nessa
afirmativa, é correto afirmar:
a) O modo de vida fechado do povo grego facilitou a
passagem do Mito ao Logos.
b) A passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi
responsabilidade dos tiranos de Siracusa.
c) A economia grega estava baseada na
industrialização, e isso facilitou a passagem do Mito
ao Logos.
d) O povo grego antigo, nas viagens, se encontrava com
outros povos com as mesmas preocupações e
culturas, o que contribuiu para a passagem do Mito
ao Logos.
e) A atividade comercial e as constantes viagens
oportunizaram a troca de
informações/conhecimentos, a
observação/assimilação dos modos de vida de
outros povos, contribuindo, assim, de modo
decisivo, para a construção da passagem do Mito ao
Logos. 
15. (Uncisal 2012) O conhecimento mítico apresenta
características próprias que o diferencia de outros
modos de conhecer. Ele invariavelmente se vincula ao
conhecimento religioso, mas conserva suas funções
especificas: acomodar e tranquilizar o homem em meio
a um mundo caótico e hostil. Nas sociedades em que
ele se apresenta como um modo válido de explicação
da realidade assume uma abrangência tamanha que
determina a totalidade da vida, tanto no âmbito
público como privado. Com referência ao
conhecimento mítico, é incorreto afirmar que
a) a adesão ao conhecimento mítico ocorre sem
necessidade de demonstração, apenas se aceita a
autoridade do narrador.
b) as explicações oferecidas pelo conhecimento mítico
essencialmente são de natureza cosmogônica.
c) as representações sobrenaturais são utilizadas no
intuito de explicar os fenômenos naturais.
d) a narrativa mítica faz uso de uma linguagem
simbólica e imaginária.
e) se pauta na reflexão, apresentando a racionalidade e
a cosmologia como componentes definidores do seu
modo próprio de ser.
16. (Unesp 2012) Aedo e adivinho têm em comum um
mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de
pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles
veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em
uma espécie de revelação, as realidades que escapam
ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as
partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o
que aconteceu outrora, o que ainda não é.
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os
gregos, 1990. Adaptado.)
O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona,
entre outros aspectos, 
a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela
transmissão oral das tradições, dos mitos e da
memória.
b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos
períodos de seca ou de infertilidade da terra.
c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a
difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica.
d) a forma como a história era escrita e lida entre os
povos da península balcânica.
e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e
reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam.
5
FILOSOFIA 
17. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de 
Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a 
inteligência humana e sua capacidade de alcançar a 
verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito 
de certas questões da religião. 
Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a 
verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de 
verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a 
verdades da revelação que a razão humana não 
consegue alcançar, por exemplo, entender como é 
possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é 
composta de verdades que a razão pode atingir, por 
exemplo, que Deus existe.
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor 
expressa o pensamento de Tomás de Aquino. 
a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.
b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à
revelação da verdade que Deus lhe concede.
c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar
certas verdades por seus meios naturais.
d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades
acerca de Deus.
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser
humano nada pode conhecer d’Ele.
18. (Ueg 2012) Durante seu reinado, Carlos Magno
buscou reverter o quadro de estagnação cultural
gerado pelas invasões bárbaras, quando muito do
conhecimento da Antiguidade clássica havia se perdido.
Reuniu então, com o apoio da Igreja, grandes sábios
que deveriam transmitir sua sabedoria nas escolas da
época. Esses grandes mestres foram chamados
scholasticos. As matérias ensinadas por eles nas escolas
medievais eram chamadas de artes liberais e foram
divididas em
a) fé e razão.
b) matemática e gramática.
c) trívio e quadrívio.
d) teologia e filosofia.
19. (Uncisal 2012) A filosofia de Santo Agostinho é
essencialmente uma fusão das concepções cristãs com
o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé,
Agostinho de Hipona afirma existirem verdades
superiores e inferiores, sendo as primeiras
compreendidas a partir da ação de Deus. Como se
chama a teoria agostiniana que afirma ser a ação de
Deus que leva o homem a atingir as verdades
superiores?
a) Teoria da Predestinação.
b) Teoria da Providência.
c) Teoria Dualista.
d) Teoria da Emanação.
e) Teoria da Iluminação.
20. (Unisc 2012) Nas suas Meditações, o filósofo
estoico Marco Aurélio escreveu:
“Na vida de um homem, sua duração é um
ponto, sua essência, um fluxo, seus sentidos, um
turbilhão, todo o seu corpo, algo pronto a apodrecer,
sua alma, inquietude, seu destino, obscuro, e sua fama,
duvidosa. Em resumo, tudo o que é relativo ao corpo é
como o fluxo de um rio, e, quanto á alma, sonhos e
fluidos, a vida é uma luta, uma breve estadia numa
terra estranha, e a reputação, esquecimento. O que
pode, portanto, ter o poder de guiar nossos passos?
Somente uma única coisa: a Filosofia. Ela consiste em
abster-nos de contrariar e ofender o espírito divino que
habita em nós, em transcender o prazer e a dor, não
fazer nada sem propósito, evitar a falsidade e a
dissimulação, não depender das ações dos outros,
aceitar o que acontece, pois tudo provém de uma
mesma fonte e, sobretudo, aguardar a morte com
calma e resignação, pois ela nada mais é que a
dissolução dos elementos pelos quais são formados
todos os seres vivos. Se não há nadade terrível para
esses elementos em sua contínua transformação, por
que, então, temer as mudanças e a dissolução do
todo?”
Considere as seguintes afirmativas sobre esse texto:
I. Marco Aurélio nos diz que a morte é um grande mal.
II. Segundo Marco Aurélio, devemos buscar a fama, a
riqueza e o prazer.
III. Segundo Marco Aurélio, conseguindo fama,
podemos transcender a finitude da vida humana.
IV. Para Marco Aurélio, a filosofia é valiosa porque nos
permite compreender que a morte é parte de um
processo da natureza e assim evita que nos
angustiemos por ela.
V. Para Marco Aurélio, só a fé em Deus e em Cristo
pode libertar o homem do temor da morte.
VI. Para Marco Aurélio, o homem participa de uma
realidade divina.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e V estão corretas.
b) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas IV e VI estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
e) Somente a afirmativa IV está correta.
21. (Unioeste 2012) “A excelência moral, então, é uma
disposição da alma relacionada com a escolha de ações
e emoções, disposição esta consistente num meio-
termo (o meio-termo relativo a nós) determinado pela
6
FILOSOFIA 
razão (a razão graças à qual um homem dotado de 
discernimento o determinaria)”.
Aristóteles
Sobre o pensamento ético de Aristóteles e o texto 
acima, seguem as seguintes afirmativas:
I. A virtude é uma paixão consistente num meio-termo
entre dois extremos.
II. A ação virtuosa, por estar relacionada com a escolha,
é praticada de modo involuntário e inconsciente.
III. A virtude é uma disposição da alma relacionada com
escolha e discernimento.
IV. A virtude é um meio-termo absoluto, determinado
pela razão.
V. A virtude é um extremo determinado pela razão e
pelas paixões de um homem dotado de
discernimento.
Das afirmativas feitas acima 
a) somente a afirmação I está correta.
b) somente a afirmação III está correta.
c) as afirmações II e III estão corretas.
d) as afirmações III e IV estão corretas.
e) as afirmações IV e V estão corretas.
22. (Ufsj 2012) Sobre a ética na Antiguidade, é
CORRETO afirmar que
a) o ideal ético perseguido pelo estoicismo era um
estado de plena serenidade para lidar com os
sobressaltos da existência.
b) os sofistas afirmavam a normatização e verdades
universalmente válidas.
c) Platão, na direção socrática, defendeu a necessidade
de purificação da alma para se alcançar a ideia de
bem.
d) Sócrates repercutiu a ideia de uma ética intimista
voltada para o bem individual, que, ao ser exercida,
se espargiria por todos os homens.
23. (Unisc 2012) Na obra de Aristóteles, a Ética é uma
ciência prática, concepção distinta da de Platão,
referida a um tipo de saber voltado à ação. Na Ética a
Nicômaco, Aristóteles destaca uma excelência moral
determinante para a constituição de uma vida virtuosa.
Esta excelência moral tão importante é
a) a coragem.
b) a retórica.
c) a verdade.
d) a prudência ou moderação.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
24. (Ufu 2012) Leia o trecho abaixo, que se encontra
na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das
concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se
supor sábio quem não o é, porque é supor que sabe o
que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se,
porventura, será para o homem o maior dos bens;
todos a temem, como se soubessem ser ela o maior
dos males. A ignorância mais condenável não é essa de
supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O
que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p.
61.
Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates,
assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua
missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a
verdade, para além da mera aparência do saber.
b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se,
fazendo-o tomar consciência das contradições que
traz consigo.
c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos
outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorância
a todo custo, ainda que defendendo uma opinião
não devidamente examinada.
d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que,
colocado diante da própria ignorância, admite que
nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe,
define o sábio, segundo a concepção socrática.
25. (Unioeste 2012) O que há em comum entre Tales,
Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, entre Xenófanes
de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses
pensadores propõem uma explicação racional do
mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na história do
pensamento” (Pierre Hadot).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as
relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes
proposições:
I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como
filósofos da physis porque as explicações racionais do
mundo por eles produzidas apresentam não apenas o
início, o princípio, mas também o desenvolvimento e
o resultado do processo pelo qual uma coisa se
constitui.
II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a
tratarem da origem e do desenvolvimento do
universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas
estas eram de tipo mítico, descreviam a história do
mundo como uma luta entre entidades
personificadas.
7
FILOSOFIA 
III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos
pré-socráticos seguem o mesmo esquema ternário
que estruturava as cosmogonias míticas na medida
em que também propõem uma teoria da origem do
mundo, do homem e da cidade.
IV. O nascimento das explicações racionais do mundo
são também o surgimento de uma nova ordem do
pensamento, complementar ao mito; em certos
momentos decisivos da história da filosofia as duas
ordens de pensamento chegam a coexistir, exemplo
disso pode ser encontrado no diálogo platônico
Timeu quando, na apresentação do “mito mais
verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é
introduzida para explicar a produção do mundo.
V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de
matemático e físico é considerado filósofo – o
fundador da filosofia, segundo Aristóteles – porque
em sua proposição “A água é a origem e a matriz de
todas as coisas” está contida a proposição “Tudo é
um”, ou seja, a representação de unidade.
Assinale a alternativa correta. 
a) As proposições III e IV estão incorretas.
b) Somente as proposições I e II estão corretas.
c) Apenas a proposição IV está incorreta.
d) Todas as proposições estão incorretas.
e) Todas as proposições estão corretas.
26. (Enem 2012) Para Platão, o que havia de
verdadeiro em Parmênides era que o objeto de
conhecimento é um objeto de razão e não de sensação,
e era preciso estabelecer uma relação entre objeto
racional e objeto sensível ou material que privilegiasse
o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas
irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em
sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da
filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação,
um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão
(427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se
situa diante dessa relação? 
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as
duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o
conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e
sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar
conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a
sensação é superior à razão.
27. (Ufu 2012) A teologia natural, segundo Tomás de
Aquino (1225-1274), é uma parte da filosofia, é a parte
que ele elaborou mais profundamente em sua obra e
na qual ele se manifesta como um gênio
verdadeiramente original.Se se trata de física, de
fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente
aluno de Aristóteles, mas se se trata de Deus, da
origem das coisas e de seu retorno ao Criador, Tomás é
ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige,
contudo, só progride graças aos recursos da razão.
GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo:
Martins Fontes, 1995, p. 657.
De acordo com o texto acima, é correto afirmar que 
a) a obra de Tomás de Aquino é uma mera repetição da
obra de Aristóteles.
b) Tomás parte da revelação divina (Bíblia) para
entender a natureza das coisas.
c) as verdades reveladas não podem de forma alguma
ser compreendidas pela razão humana.
d) é necessário procurar a concordância entre razão e
fé, apesar da distinção entre ambas.
28. (Ufu 2012) Em primeiro lugar, é claro que, com a
expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se
dois modos de ser muito diferentes e, em certo
sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da
potência até mesmo de não-ser, no sentido de que,
com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-
ser-em-ato.
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II.
Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo
Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349.
A partir da leitura do trecho acima e em conformidade
com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale
a alternativa correta. 
a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua
capacidade de se transformar em algo diferente dele
mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-
ato) em relação à estátua (ser-em-potência).
b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência
explica o movimento percebido no mundo sensível.
Tudo o que possui matéria possui potencialidade
(capacidade de assumir ou receber uma forma
diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo
ou recebendo aquela forma).
c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o
ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento
verificado no mundo material é apenas ilusório, e o
que existe é sempre imutável e imóvel.
d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo
sensível (das coisas materiais) e a potência se
8
FILOSOFIA 
encontra tão-somente no mundo inteligível,
apreendido apenas com o intelecto. 
29. (Enem 2012) TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento
originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que
outras coisas provêm de sua descendência. Quando o
ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os
ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a
partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas,
transformam-se em água. A água, quando mais
condensada, transforma-se em terra, e quando
condensada ao máximo possível, transforma-se em
pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro:
PUC-Rio, 2006 (adaptado). 
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus,
como criador de todas as coisas, está no princípio do
mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos
apresentam, em face desta concepção, as especulações
contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se
origina, ou de algum dos quatro elementos, como
ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga
Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem
ancorar o mundo numa teia de aranha”.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã.
São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos
desenvolveram teses para explicar a origem do
universo, a partir de uma explicação racional. As teses
de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio,
filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que 
a) eram baseadas nas ciências da natureza.
b) refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) postulavam um princípio originário para o mundo.
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
30. (Ufu 2012) Na medida em que o Cristianismo se
consolidava, a partir do século II, vários pensadores,
convertidos à nova fé e, aproveitando-se de elementos
da filosofia greco-romana que eles conheciam bem,
começaram a elaborar textos sobre a fé e a revelação
cristãs, tentando uma síntese com elementos da
filosofia grega ou utilizando-se de técnicas e conceitos
da filosofia grega para melhor expor as verdades
reveladas do Cristianismo. Esses pensadores ficaram
conhecidos como os Padres da Igreja, dos quais o mais
importante a escrever na língua latina foi santo
Agostinho.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia: Ser, Saber
e Fazer. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 128. (Adaptado)
Esse primeiro período da filosofia medieval, que durou
do século II ao século X, ficou conhecido como 
a) Escolástica.
b) Neoplatonismo.
c) Antiguidade tardia.
d) Patrística.
31. (Uenp 2011) Mario Quintana, no poema “As
coisas”, traduziu o sentimento comum dos primeiros
filósofos da seguinte maneira: “O encanto sobrenatural
que há nas coisas da Natureza! [...] se nelas algo te dá
encanto ou medo, não me digas que seja feia ou má, é,
acaso, singular”. Os primeiros filósofos da antiguidade
clássica grega se preocupavam com:
a) Cosmologia, estudando a origem do Cosmos,
contrapondo a tradição mitológica das narrativas
cosmogônicas e teogônicas.
b) Política, discutindo as formas de organização da polis
e estabelecendo as regras da democracia.
c) Ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores e da
vida virtuosa.
d) Epistemologia, procurando estabelecer as origens e
limites do conhecimento verdadeiro.
e) Ontologia, construindo uma teoria do ser e do
substrato da realidade.
32. (Ueap 2011) ...que é e que não é possível que não
seja,/ é a vereda da Persuasão (porque acompanha a
Verdade); o outro diz que não é e que é preciso que não
seja,/ eu te digo que esta é uma vereda em que nada se
pode aprender. De fato, não poderias conhecer o que
não é, porque tal não é fatível./ nem poderia expressá-
lo.
(Nicola, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia.
Editora Globo, 2005.)
O texto anterior expressa o pensamento de qual
filósofo? 
a) Aristóteles, que estabelecia a distinção entre o
mundo sensível e o inteligível.
b) Heráclito de Éfeso, que afirmava a unidade entre
pensamento e realidade.
c) Tales de Mileto, que afirmava ser a água o princípio
de todas as coisas.
d) Parmênides de Eleia, que afirmava a imutabilidade
de todas as coisas e a unidade entre ser e pensar, ser
e conhecimento.
9
FILOSOFIA 
e) Protágoras, que afirmava que o homem é a medida
de todas as coisas, que o ser é e o não ser não é.
33. (Uenp 2011) Platão foi um dos filósofos que mais
influenciaram a cultura ocidental. Para ele, a filosofia
tem um fim prático e é capaz de resolver os grandes
problemas da vida. Considera a alma humana
prisioneira do corpo, vivendo como se fosse um
peregrino em busca do caminho de casa. Para tanto,
deveria transpor os limites do corpo e contemplar o
inteligível. Assinale a alternativa correta.
a) A teoria das ideias não pode ser considerada uma
chave de leitura aplicável a todo pensamento
platônico.
b) Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética
racionalista que desconsiderava a vontade como
elemento fundamental entre os motivadores da
ação. Ele acreditava que o conhecimento do bem era
suficiente para motivar a conduta de acordo com
essa ideia (agir bem).
c) Platão propõe um modelo de organização política da
sociedade que pode ser considerado estamental e
antidemocrático. Para ele, o governo não deveria se
pautar pelo princípio da maioria. As almas têm
natureza diversa, de acordo com sua composição,
isso faz com que os homens devam ser distribuídos
de acordo com essa natureza, divididos em grupos
encarregados do governo, do controle e do
abastecimento da polis.
d) Platão chamava oconhecimento da verdade de doxa
e o contrapõe a uma outra forma de conhecimento
(inferior) denominada episteme.
e) Para Platão, a essência das coisas é dada a partir da
análise de suas causas material e final.
34. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Para esclarecer o que seja a imitação, na
relação entre poesia e o Ser, no Livro X de A República,
Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam
a unidade na pluralidade, operada pelo pensamento.
Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte,
cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como
modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a
sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um
mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria
das ideias de Platão, é correto afirmar: 
a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice,
enquanto co-participante da criação divina, alcança
a verdadeira causa das coistas a partir do reflexo da
ideia ou do simulacro que produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admitir as
realidades sensíveis como as causas verdadeiras
acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e por
intermédio da imitação não alcançam o
conhecimento das ideias como verdadeiras causas
de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos
físicos, como a cor e a figura, e na materialidade
deles encontram sua verdade: a beleza em si e por
si.
e) A alma humana possui a mesma natureza das coisas
sensíveis, razão pela qual se torna capaz de conhecê-
las como tais na percepção de sua aparência.
35. (Uenp 2011) As discussões iniciais sobre Lógica
foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido
como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e
problematiza algumas das afirmações que tinham sido
feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e
por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto
afirmar:
a) Aristóteles considera que a dialética não é um
procedimento seguro para o pensamento, tendo em
vista posições contrárias de debatedores, e a escolha
de uma opinião contra a outra não garante chegar à
essência da coisa investigada, por isso sugere a
substituição da dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a
lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a
primeira é um instrumento para o conhecer que
antecede o exercício do pensamento e da
linguagem; a segunda é um modo de conhecer e
pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da
linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar
os contrários, e as contradições para superá-los e
chegar ao conhecimento da essência das coisas e da
realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e
procedimentos que devem ser empregados nos
raciocínios para a produção de conhecimentos
universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a
lógica aristotélica como plenamente formal, tendo
em vista que Aristóteles não afasta por completo os
conteúdos pensados, para ficar com formas vazias
(como se faz na lógica puramente formal). Embora
tenha avançado no sentido da lógica formal, se
comparada com a dialética platônica, que dependia
absolutamente do conteúdo dos juízos.
36. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre
Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma
série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto
10
FILOSOFIA 
império que incluía, entre outros territórios, a Grécia. 
Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de 
outro império, o romano. Esse período ficou conhecido 
como helenístico e representou uma transformação 
radical na cultura grega. Nessa época, um pensador 
nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os 
fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola 
filosófica que pregava a ideia de que: 
a) seria impossível conhecer a verdade.
b) seria inadmissível permanecer na mera opinião.
c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza.
d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo
prazer.
37. (Ufsj 2011) Sobre o ceticismo, é CORRETO afirmar
que
a) os céticos buscaram uma mediação entre “o ser” e o
“poder-ser”.
b) o ceticismo relativo tem no subjetivismo e no
relativismo doutrinas manifestamente apoiadas em
seu princípio maior: toda interatividade possível.
c) Protágoras (séc. V a.C.), relativista, afirmou que “o
Homem só entende a natureza porque o
conhecimento emana dela e nela se instala”.
d) Górgias (485-380 a.C.) e Pirro (365-275 a.C.) são
apontados como possíveis fundadores do ceticismo
absoluto.
38. (Ifsp 2011) Comparando-se mito e filosofia, é
correto afirmar o seguinte:
a) A autoridade do mito depende da confiança
inspirada pelo narrador, ao passo que a autoridade
da filosofia repousa na razão humana, sendo
independente da pessoa do filósofo.
b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da
explicação de realidades passadas a partir da
interação entre forças naturais personalizadas,
criando um discurso que se aproxima do da história
e se opõe ao da ciência.
c) Enquanto a função do mito é fornecer uma
explicação parcial da realidade, limitando-se ao
universo da cultura grega, a filosofia tem um caráter
universal, buscando respostas para as inquietações
de todos os homens.
d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades
absolutas e são, em essência, faces distintas do
mesmo processo de conhecimento que culminou
com o desenvolvimento do pensamento científico.
e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita
contradições ou fabulações, admitindo apenas
explicações que possam ser comprovadas pela
observação direta ou pela experiência.
39. (Unimontes 2011) A passagem da mentalidade
mítica para o pensamento racional e filosófico foi
gestada por fatores considerados relevantes para a
construção de uma nova mentalidade. Algumas
novidades do período arcaico ajudaram a transformar a
visão que o mito oferecia sobre o mundo e a existência
humana. Nesse aspecto, são todos fatores relevantes:
a) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e a
imprensa.
b) a invenção da escrita e do telefone, a lei escrita e o
nascimento da pólis.
c) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e o
nascimento da pólis.
d) a invenção da escrita e da religião, a lei escrita e o
nascimento da pólis.
40. (Unimontes 2011) Para Jean-Pierre Vernant,
helenista e pensador francês, o nascimento da pólis
(por volta dos séculos VIII e VII a.C) é um
acontecimento decisivo que “marca um começo, uma
verdadeira invenção”, por provocar grandes alterações
na vida social e nas relações humanas. A transformação
da pólis muito se deve aos legisladores que sinalizaram
uma nova era. Foram importantes os três legisladores
constantes da alternativa
a) Drácon, Sólon e Clístenes.
b) Homero, Sólon e Clístenes.
c) Drácon, Sólon e Homero.
d) Drácon, Homero e Clístenes.
41. (Ueg 2011) No século V a.C., Atenas vivia o auge de
sua democracia. Nesse mesmo período, os teatros
estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada
vez mais a atenção. Outro aspecto importante da
civilização grega da época eram os discursos proferidos
na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses
pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos
e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos procuravam
aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu
o surgimento de um grupo de filósofos que dominavam
a arte da oratória. Esses filósofos vinham de diferentes
cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento.
Eles foram duramente criticados por Sócrates e são
conhecidos como
a) maniqueístas.
b) hedonistas.
c) epicuristas.
d) sofistas.
42. (Uenp 2011) Julgue as afirmações sobre a filosofia
helenista.
I. É o último período da filosofia antiga,quando a polis
grega desaparece em razão de invasões sucessivas,
por persas e romanos, sendo substituída pela
11
FILOSOFIA 
cosmopolis, categoria de referência que altera a
percepção de mundo do grego, principalmente no
tocante à dimensão política.
II. É um período constituído por grandes sistemas e
doutrinas que apresentam explicações totalizantes
da natureza, do homem, concentrando suas
especulações no campo da filosofia prática,
principalmente da ética.
III. Surgem nesse período a filosofia estoica, o
epicurismo, o ceticismo e o neoplatonismo.
Estão corretas as afirmativas: 
a) Todas elas.
b) Apenas I e II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas I.
43. (Ufu 2011) Considere o seguinte texto sobre Tomás
de Aquino (1226-1274).
Fique claro que Tomás não aristoteliza o cristianismo,
mas cristianiza Aristóteles. Fique claro que ele nunca
pensou que, com a razão se pudesse entender tudo;
não, ele continuou acreditando que tudo se
compreende pela fé: só quis dizer que a fé não estava
em desacordo com a razão, e que, portanto, era
possível dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do
universo da alucinação.
Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In:
Viagem na irrealidade cotidiana, p.339.
É correto afirmar, segundo esse texto, que: 
a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de
Aristóteles, conseguiu uma prova científica para as
certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus.
b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros
da filosofia de Aristóteles para mostrar que esta
filosofia é incompatível com a doutrina cristã.
c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de
Aquino a rejeitar as verdades da fé cristã que não
fossem compatíveis com a razão natural.
d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de
Aristóteles é de conciliação desta filosofia com as
certezas da fé cristã.
44. (Ufu 2011) Segundo o texto abaixo, de Agostinho
de Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as coisas a
partir de modelos imutáveis e eternos, que são as
ideias divinas. Essas ideias ou razões seminais, como
também são chamadas, não existem em um mundo à
parte, independentes de Deus, mas residem na própria
mente do Criador,
[...] a mesma sabedoria divina, por quem
foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas
primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas
as coisas, antes de serem criadas [...].
Sobre o Gênese, V
Considerando as informações acima, é correto afirmar
que se pode perceber: 
a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo
a fim de que este seja concordante com a filosofia
de Platão, que ele considerava a verdadeira.
b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta é
contraditória com a fé cristã.
c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho,
mas esta é modificada a fim de concordar com a
doutrina cristã.
d) uma crítica violenta de Agostinho contra a filosofia
em geral.
45. (Ueg 2011) “A casa de Deus, que cremos ser uma,
está, pois, dividida em três: uns oram, outros
combatem, e outros, enfim, trabalham.”
BISPO ADALBERON DE LAON, século XI, apud LE GOFF,
Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa:
Editorial Estampa, 1984. p. 45-46.
A sociedade do período medievo possuía como uma de
suas características a estrutura social extremamente
rígida e segmentada. A sociedade dos homens era um
reflexo da sociedade divina. Essa estrutura é uma
herança da filosofia 
a) patrística, de Santo Agostinho.
b) escolástica, de Abelardo.
c) racionalista, de Platão.
d) dialética, de Hegel.
46. (Uncisal 2011) Uma das preocupações de certa
escola filosófica consistiu em provar que as ideias
platônicas ou os gêneros e espécies aristotélicos são
substâncias reais, criadas pelo intelecto e vontade de
Deus, existindo na mente divina. Reflexões dessa
natureza foram realizadas majoritariamente no período
da história da filosofia:
a) pré-socrático.
b) antigo.
c) medieval.
d) moderno.
e) contemporâneo.
47. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Platão, em A República, tem como objetivo
principal investigar a natureza da justiça, inerente à
alma, que, por sua vez, manifesta-se como protótipo do
12
FILOSOFIA 
Estado ideal. Os fundamentos do pensamento ético-
político de Platão decorrem de uma correlação 
estrutural com constituição tripartite da alma humana. 
Assim, concebe uma organização social ideal que 
permite assegurar a justiça. Com base neste contexto,
o foco da crítica às narrativas poéticas, nos livros II e III,
recai sobre a cidade e o tema fundamental da
educação dos governantes.
No Livro X, na perspectiva da defesa de seu
projeto ético-político para a cidade fundamentada em
um logos crítico e reflexivo que redimensiona o papel
da poesia, o foco desta crítica se desloca para o
indivíduo ressaltando a relação com a alma,
compreendida em três partes separadas, segundo
Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter
mimético das narrativas poéticas e sua relação com a
alma humana, é correto afirmar: 
a) A parte racional da alma humana, considerada
superior e responsável pela capacidade de pensar, é
elevada pela natureza mimética da poesia à
contemplação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para
controlar e dominar a parte irascível da alma é
considerado excelente prática propedêutica na
formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de
racionalidade e sabedoria, deve ser incorporada ao
Estado ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é
justamente aquele que estimula, na alma humana,
os elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos
miméticos das narrativas poéticas permite ao
indivíduo alcançar a visão das coisas como
realmente são.
48. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
A virtude é, pois, uma disposição de caráter
relacionada com a escolha e consiste numa mediania,
isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada
por um princípio racional próprio do homem dotado de
sabedoria prática.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel
Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural,
1973. Livro II, p. 273.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
situada ética em Aristóteles, pode-se dizer que a
virtude ética 
a) reside no meio termo, que consiste numa escolha
situada entre o excesso e a falta.
b) implica na escolha do que é conveniente no excesso
e do que é prazeroso na falta.
c) consiste na eleição de um dos extremos como o mais
adequado, isto é, ou o excesso ou a falta.
d) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em
razão de preferências pragmáticas.
e) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com
o fato de que a natureza é que nos torna mais
perfeitos.
49. (Ifsp 2011) “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O
princípio que de entrada estabelecemos que devia
observar-se em todas as circunstâncias, quando
fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me
parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora
nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo
muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve
ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a
sua natureza é mais adequada.”
(PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha
Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001, p.
185.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
concepção platônica de justiça, na cidade ideal, assinale
a alternativa correta. 
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a
que respeita o princípio de igualdade natural entre
todos os seres humanos, concedendo a todos os
indivíduos os mesmos direitos perante a lei.
b) Platão defende que ademocracia é fundamento
essencial para a justiça, uma vez que permite a
todos os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado
natural das ações de cada indivíduo na perseguição
de seus interesses pessoais, desde que esses
interesses também contribuam para o bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é
possível se cada cidadão executar, da melhor
maneira possível, a sua função própria, ou seja, se
cada um fizer bem aquilo que lhe compete, segundo
suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada
membro do organismo social tiver condições de
perseguir seus ideais, exercendo funções que
promovam sua ascensão econômica e social.
50. (Uff 2011) Segundo Platão, as opiniões dos seres
humanos sobre a realidade são quase sempre
equivocadas, ilusórias e, sobretudo, passageiras, já que
eles mudam de opinião de acordo com as
circunstâncias. Como agem baseados em opiniões, sua
conduta resulta quase sempre em injustiça, desordem
e insatisfação, ou seja, na imperfeição da sociedade.
13
FILOSOFIA 
Em seu livro A República, ele, então, idealizou uma 
sociedade capaz de alcançar a perfeição, desde que seu 
governo coubesse exclusivamente 
a) aos guerreiros, porque somente eles teriam força
para obrigar todos a agirem corretamente.
b) aos tiranos, porque somente eles unificariam a
sociedade sob a mesma vontade.
c) aos mais ricos, porque somente eles saberiam aplicar
bem os recursos da sociedade.
d) aos demagogos, porque somente eles convenceriam
a maioria a agir de modo organizado.
e) aos filósofos, porque somente eles disporiam de
conhecimento verdadeiro e imutável.
51. (Uenp 2011) “Estas três formas podem degenerar:
[...] A tirania não é, de fato, senão a monarquia voltada
para a utilidade do monarca; a oligarquia, para a
utilidade dos ricos; a democracia, para a utilidade dos
pobres. Nenhuma das três se ocupa do interesse
público. Podemos dizer ainda, de um modo um pouco
diferente, que a tirania é o governo despótico exercido
por um homem sobre o Estado, que a oligarquia
representa o governo dos ricos e a democracia o dos
pobres ou das pessoas pouco favorecidas.”
Aristóteles. Política.
De acordo com o fragmento de texto, assinale a
alternativa que melhor completa a tabela abaixo: 
Forma
autêntica
Forma
degenerada
Um no governo (I) Tirania
Alguns no
governo Aristocracia (II)
Muitos no
governo
República (III)
a) (I) democracia - (II) monarquia - (III) oligarquia
b) (I) monarquia - (II) democracia - (III) oligarquia
c) (I) oligarquia - (II) monarquia - (III) democracia
d) (I) monarquia - (II) oligarquia - (III) democracia
e) (I) democracia - (II) oligarquia - (III) monarquia
52. (Uff 2011) Durante a maior parte da história da
humanidade, o bem-estar e o interesse dos
governantes têm predominado sobre o bem-estar e o
interesse dos governados. Os gregos foram os
primeiros a experimentar a democracia, isto é, regime
político em que os cidadãos são livres e o governo é
exercido pela coletividade para atender ao bem-estar e
ao interesse de todos, e não só de alguns.
Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu
que a finalidade da atividade política é
a) evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem
virtuosos e felizes.
b) impor a todos um pensamento único para evitar a
divisão da sociedade.
c) preparar os cidadãos como bons combatentes para
conquistarem outros povos.
d) habituar os seres humanos a obedecer.
e) agradar aos deuses.
53. (Unimontes 2011) Lembremos a figura de Sócrates.
Dizem que era um homem feio, mas, quando falava,
exercia estranho fascínio. Podemos atribuir a Sócrates
duas maneiras de se chegar ao conhecimento. Essas
duas maneiras são denominadas de
a) doxa e ironia.
b) ironia e maiêutica.
c) maiêutica e doxa.
d) maiêutica e episteme.
54. (Ufu 2011) No pórtico da Academia de Platão, havia
a seguinte frase: “não entre quem não souber
geometria”. Essa frase reflete sua concepção de
conhecimento: quanto menos dependemos da
realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o
conhecimento tal como vemos descrito em sua
Alegoria da Caverna.
“A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a
toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na
tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia,
a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito.
Isso não impede que essa ideia também esteja
presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim
que aparece a ideia ou a forma.”
JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães.
Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p.
Com base nas informações acima, assinale a alternativa
que interpreta corretamente o pensamento de Platão. 
a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o
verdadeiro conhecimento não deriva do “mundo
inteligível”, mas do “mundo sensível”.
b) Todo conhecimento verdadeiro começa pela
percepção, pois somente pelos sentidos podemos
conhecer as coisas tais quais são.
c) Quando traçamos um círculo imperfeito, isto
demonstra que as ideias do “mundo inteligível” não
são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”.
d) As ideias são as verdadeiras causas e princípio de
identificação dos seres; o “mundo inteligível” é onde
se obtêm os conhecimentos verdadeiros.
55. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre
Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma
14
FILOSOFIA 
série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto 
império que incluía, entre outros territórios, a Grécia. 
Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de 
outro império, o romano. Esse período ficou conhecido 
como helenístico e representou uma transformação 
radical na cultura grega. Nessa época, um pensador 
nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os 
fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola 
filosófica que pregava a ideia de que: 
a) seria impossível conhecer a verdade.
b) seria inadmissível permanecer na mera opinião.
c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza.
d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo
prazer.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
56. (Uel 2011) A escultura Discóbolo de Míron, do
século V a. C., expressa o ideal de homem na pólis
ateniense.
Com base nos valores deste ideal clássico, considere as
afirmativas a seguir.
I. Ao cidadão, cabia tempo livre para se dedicar
integralmente ao que era próprio do ser político,
como a especulação filosófica e a prática desportiva,
visando à realização do humano.
II. Na pólis governada por juristas apoiados por atletas
com poder de comando das tropas, o cidadão
considerava a igualdade econômica como a
realização do ser humano.
III. O cidadão era o elemento que integrava a pólis à
natureza e tal integração era representada pela
corpolatria e pelas atividades físicas impostas pelo
Senado.
IV. O ideal do cidadão era expresso pela sua
participação nas ações e decisões da pólis, o que
incluía a busca da beleza e do equilíbrio entre as
formas.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
57. (Uff 2010)
Como uma onda
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Lulu Santos e Nelson Motta
A letra dessa canção de Lulu Santos lembra ideias do
filósofo grego Heráclito, que viveuno século VI a.C. e
que usava uma linguagem poética para exprimir seu
15
FILOSOFIA 
pensamento. Ele é o autor de uma frase famosa: “Não 
se entra duas vezes no mesmo rio”.
Dentre as sentenças de Heráclito a seguir citadas, 
marque aquela em que o sentido da canção de Lulu 
Santos mais se aproxima 
a) Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que
vemos dormindo é sono.
b) O homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra.
c) Ao se entrar num mesmo rio, as águas que fluem são
outras.
d) Muita instrução não ensina a ter inteligência.
e) O povo deve lutar pela lei como defende as muralhas
da sua cidade.
58. (Unioeste 2010) O Oráculo de Delfos teria
declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio
dos homens. Essa profecia marcou decisivamente a
concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não
era óbvia: “Logo ele, sem qualquer especialização, ele
que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa
cidade [Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos,
artesãos? Sócrates parece ter meditado bastante
tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa.
Afinal concluiu que sua sabedoria só poderia ser aquela
de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância
sobre as coisas que era sinal e começo da
autoconsciência.” (J. A. M. Pessanha)
Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que 
a) a filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade,
aceitando as opiniões contraditórias dos homens;
quanto mais importante era a posição social de um
homem, mais verdadeira era sua opinião.
b) a sabedoria de Sócrates está em saber que nada
sabe, enquanto os homens em geral estão
impregnados de preconceitos e noções incorretas, e
não se dão conta disso.
c) o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro
passo para a sabedoria, pois, assim, podemos nos
livrar dos preconceitos e abrir caminho para a
verdade.
d) após muito questionar os valores e as certezas
vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar os
deuses oficiais (impiedade) e corromper a
juventude; foi julgado e condenado à morte por
ingestão de cicuta.
e) o caminho socrático para a sabedoria deve ser
trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele
mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões,
rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade
imutável.
59. (Ufu 2010) Em um importante trecho da sua obra
Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos
seguintes termos:
Sócrates ocupava-se de questões éticas e não
da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal
no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a
fixar a atenção nas definições.
Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de
Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002.
Com base na filosofia de Sócrates e no trecho
supracitado, assinale a alternativa correta. 
a) O método utilizado por Sócrates consistia em um
exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu
interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio
reconhecimento da própria ignorância −, e levá-lo a
formular conceitos de validade universal
(definições).
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza.
Para ele, a investigação filosófica é a busca pela
“Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por
isso, o método socrático era idêntico aos utilizados
pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
c) O método socrático era empregado simplesmente
para ridicularizar os homens, colocando-os diante da
própria ignorância. Para Sócrates, conceitos
universais são inatingíveis para o homem; por isso,
para ele, as definições são sempre relativas e
subjetivas, algo que ele confirmou com a máxima “o
Homem é a medida de todas as coisas”.
d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por
meio da investigação filosófica. Para ele, isso implica
não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece
ser”. Por isso, diz o filósofo, o fundamento da vida
moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o
que é o bem para o indivíduo num dado momento
de sua existência.
60. (Uenp 2010) Sócrates foi considerado um dos
principais filósofos da antiguidade clássica. Ao propor
uma reflexão sobre o problema da consciência, levou
as ultimas consequências a preocupação antropológica
que havia se iniciado com os sofistas. Uma das
principais contribuições de Sócrates foi o
desenvolvimento da categoria “consciência” que esta
associada à concepção que possuía de que o ser
humano era dotado de uma alma racional, na qual
estavam depositadas verdades eternas, e que o
conhecimento dessas verdades era imprescindível para
o desenvolvimento de uma vida ética. Depois de
Sócrates, as preocupações sobre a natureza da alma, e
sobre a Ética jamais abandonaram a filosofia. Sobre o
tema, assinale a alternativa correta:
a) Sócrates desenvolveu uma ética relativista,
defendendo que os valores não podem ser
considerados absolutos, e estão relacionados aos
consensos existentes em cada contexto histórico,
16
FILOSOFIA 
devendo ser considerados validos na medida em que
possuem alguma utilidade pragmática. 
b) Platão, um dos mais importantes discípulos de
Sócrates, se afastando do modelo desenvolvido por
ele, que desconsiderava a incontinência (akrasia)
como fator relevante para a formação da conduta,
desenvolveu uma metáfora de alma tripartite,
segundo a qual, a alma seria semelhante ao
condutor da biga de dois cavalos, sendo que um
deles seria altivo e elevado, e o outro atarracado e
indolente.
c) Sócrates concordava com os sofistas quando
afirmavam que o “homem era a medida de todas as
coisas”, sendo esse aforisma um dos principais
postulados de sua ética.
d) As virtudes para Platão não estavam associadas à
natureza das almas, segundo o filósofo todos os
homens possuem a mesma natureza racional, e suas
almas são iguais, sendo desejável, portanto, que
desenvolvam as mesmas virtudes.
e) Platão, era relativista do ponto de vista ético,
considerava que embora as virtudes e os valores
fossem paradigmas existentes no mundo das ideias,
como eles deveriam se realizar no mundo físico,
estariam relacionados a condições muito
particulares de concretização, e não poderiam ser
considerados desvinculados da historia e de
circunstancias particulares.
61. (Uenp 2010) Conosco homens, aí se diz, se passa o
mesmo que com prisioneiros, que se achassem numa
caverna subterrânea, encadeados, desde o nascimento,
a um banco, de modo a nunca poderem voltar-se, e
assim só poderem ver a parede oposta à entrada. Por
detrás deles, na entrada da caverna, corre por toda a
largura dela, um muro da altura de um homem, e por
trás deste, arde uma fogueira. Se entre esta e o muro
passarem homens transportando imagens, estátuas,
figuras de animais, utensílios etc, que ultrapassem a
altura do muro, então as sombras desses objetos, que
o fogo faz aparecerem, se projetam na parede da
caverna, e os prisioneiros também percebem, além da
sombra, o eco das palavras pronunciadas pelos homens
que passam. Como esses prisioneiros nunca
perceberam outra coisa senão as sombras e o eco, têm
eles essas imagens pela verdadeira realidade. Se eles
pudessem, por uma vez, voltar-se e contemplar, a luz
do fogo, os próprios objetos, cujas sombras foram
apenas o que até agora viram; e se pudessem ouvir
diretamente os sons, além dos ecos até então ouvidos,
sem dúvida ficariam atônitos com essa nova realidade.
Mas se além disso pudessem, fora da caverna e à luz do
sol, contemplar os próprios homens vivos, bem como
os animais e as coisas reais, de que as figuras
projetadas na caverna eram apenas cópias, então
ficariam de todo fascinados com essa realidade de
forma tão diversa.
PLATÃO, 7.º livro da República, p.514 ss..
Relacionando o fragmento detexto de Platão e a
tirinha da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, com
os seus conhecimentos sobre o Mito da Caverna,
assinale a alternativa incorreta. 
a) Os homens acorrentados no fundo da caverna são
aqueles que passam a vida contemplando sombras,
acreditando que elas correspondem à realidade e à
verdade.
b) Para Platão existem três níveis de conhecimento: o
primeiro é chamado de agnosis, que significa
ignorância, e corresponde ao estágio dos homens no
interior da caverna; o segundo é denominado de
doxa, ou opinião, e é o primeiro estágio de
conhecimento, que se forma logo após os homens
saírem da caverna e contemplarem a realidade; o
terceiro é designado pela palavra grega epistheme,
que significa ciência, ou o conhecimento em sua
integralidade.
c) Para Platão existe um único mundo sensível e
inteligível, de forma que os homens devem aprender
com a experiência a distinguir o conhecimento
verdadeiro de impressões falsas dos sentidos.
d) O visível, para Platão, corresponde ao império dos
sentidos captado pelo olhar e dominado pela
subjetividade. É o reino do homem comum preso, às
coisas do cotidiano.
e) O inteligível, para Platão, diz respeito à razão. É o
reino do homem sábio, que desconfia das primeiras
impressões e busca um conhecimento das causas da
realidade.
62. (Uenp 2010) Para Aristóteles “o homem é por
natureza um animal político”, isto é, um ser vivo (zoon)
17
FILOSOFIA 
que, por sua natureza (physei), é feito para a vida da 
cidade (bios politikós, a comunidade política). Essa 
definição revela a intenção teleológica do filósofo na 
caracterização do sentido último da vida do homem: o 
viver na polis, onde o homem se realiza como cidadão 
(politai) manifestando, no termo de um processo de 
constituição de sua essência, a sua natureza. Sobre a 
natureza política do ser humano, de acordo com o 
pensamento de Aristóteles, não é correto afirmar que: 
a) O “zoon politikon” não deve ser compreendido como
“animal socialis” da tradução latina. Este desvio
semântico resultou num sentido alargado do termo
grego que acabou se identificando com o social. Para
Aristóteles, o social significava mais o instinto
gregário, algo que os homens compartilham com
algumas espécies de animais.
b) O simples viver junto, em sociedade, não caracteriza
a destinação última do homem: a “politicidade”. A
verdadeira vida humana deve almejar a organização
política, que é uma forma superior. A partir da
compreensão da natureza do homem determinados
aspectos da vida social adquirem um estatuto
eminentemente político, tais como: a noção de
governo, de dominação, de liberdade, de igualdade,
do que é comum, do que é próprio, entre outras.
c) Aristóteles acreditava que a sociedade nascia de um
consenso, e que, portanto, não era natural, a
despeito da natureza política do homem. Isso
implica em que, o homem poderia viver fora da
comunidade política.
d) Entre os filósofos contemporâneos, Marx é um
daqueles que faz referencia explicita ao pensamento
aristotélico e a sua definição de homem como
animal político, especialmente em Os fundamentos
da crítica da economia política escrito em
1857/1858.
e) Reconhecer a natureza política do homem é, para
Aristóteles, uma forma de publicizar a ética de forma
a considerá-la como uma instância de governo das
relações sociais que tem sempre em vista o Bem
coletivo.
63. (Pucpr 2010) Aristóteles afirma, na sua Ética a
Nicômaco, que todas as nossas ações visam a um fim e
esse fim é o seu bem, ou seja, “aquilo a que todas as
coisas tendem”. De acordo com a posição do autor
sobre esse tema, seria correto afirmar que:
I. Todas as ações humanas visam a um fim, mas existe
um fim supremo, que Aristóteles chama de “sumo
bem” ou “bem supremo”.
II. Assim como todos os fins são objeto de estudo das
ciências em geral, o “sumo bem” exige uma ciência
(ou arte) também ela suprema, já que conhecer esse
fim é extremamente útil, pelo fato de ele ter grande
influência sobre a vida humana.
III. Para Aristóteles é a Política que deve ser
considerada essa “arte mestra”, já que ela estuda o
“sumo bem”, do qual todos os “bens” menores
dependem.
IV. Aristóteles acha que o fim da vida humana é a
conquista da felicidade e ela está associada à posse
de riquezas e honras, além de um acesso ilimitado
aos prazeres.
a) Apenas as assertivas I e IV são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras.
c) Apenas a assertiva I é falsa.
d) Todas as assertivas são verdadeiras.
e) Apenas a assertiva IV é falsa.
64. (Uenp 2010) Sobre as escolas éticas do período
helenístico, da antiguidade clássica da Filosofia Grega,
associe a primeira com a segunda coluna e assinale e
alternativa correta.
I.epicurismo
II. estoicismo
III. ceticismo
IV. ecletismo
A - É uma moral hedonista. O fim supremo da
vida é o prazer sensível; o critério único
de moralidade é o sentimento. Os
prazeres estéticos e intelectuais são
como os mais altos prazeres. 
B - Visa sempre um fim último ético-ascético,
sem qualquer metafísica, mesmo
negativa.
C - Se nada é verdadeiro, tudo vale
unicamente.
D - A paixão é sempre substancialmente má,
pois é movimento irracional, morbo e
vício da alma.
a) I – A, II – B, III – C, IV – D
18
FILOSOFIA 
b) I – A, II – B, III – D, IV – C
c) I – A, II – D, III – C, IV – B
d) I – A, II – D, III – B, IV – C
e) I – D, II – A, III – B, IV – C
65. (Uff 2010)
Filosofia
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia.
Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo
significado é o mais próximo da letra da canção
“Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa, em
parceria com André Filho. 
a) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como
aquilo que apreendemos pela intuição mental.
b) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em
nosso interior, pois é deste que nós somos donos.
c) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve
recorrer nunca à divindade, mas se deve deixá-la
livre de todo encargo, em sua completa felicidade.
d) As leis existem para os sábios, não para impedir que
cometam injustiças, mas para impedir que as
sofram.
e) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso
ela não fez os seres humanos nobres ou ignóbeis, e,
sim suas ações e intenções.
66. (Uel 2010) Leia atentamente os textos abaixo,
respectivamente, de Platão e de Aristóteles: [...] a
admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não
tem outra origem a filosofia.
(PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes.
Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.)
Com efeito, foi pela admiração que os homens
começaram a filosofar tanto no princípio como agora;
perplexos, de início, ante as dificuldades mais óbvias,
avançaram pouco a pouco e enunciaram problemas a
respeito das maiores, como os fenômenos da Lua, do
Sol e das estrelas, assim como a gênese do universo.
E o homem que é tomado de perplexidade e
admiração julga-se ignorante (por isso o amigo dos
mitos é, em certo sentido, um filósofo, pois também o
mito é tecido de maravilhas); portanto, como
filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que
buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma
finalidade utilitária.
(ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel
Vallandro.Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre
a origem da filosofia, é correto afirmar: 
a) A filosofia surgiu, como a mitologia, da capacidade
humana de admirar-se com o extraordinário e foi
pela utilidade do conhecimento que os homens
fugiram da ignorância.
b) A admiração é a característica primordial do filósofo
porque ele se espanta diante do mundo das ideias e
percebe que o conhecimento sobre este pode ser
vantajoso para a aquisição de novas técnicas.
c) Ao se espantarem com o mundo, os homens
perceberam os erros inerentes ao mito, além de
terem reconhecido a impossibilidade de o
conhecimento ser adquirido pela razão.
19
FILOSOFIA 
d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo,
se surpreenderem diante do anseio de conhecer o
mundo e as coisas nele contidas, os homens foram
tomados de espanto, o que deu início à filosofia.
e) A admiração e a perplexidade diante da realidade
fizeram com que a reflexão racional se restringisse
às explicações fornecidas pelos mitos, sendo a
filosofia uma forma de pensar intrínseca às
elaborações mitológicas.
67. (Unimontes 2010) Via de regra, os sofistas eram
homens que tinham feito longas viagens e, por isso
mesmo, tinham conhecido diferentes sistemas de
governo. Usos, costumes e leis das cidades-estados
podiam variar enormemente. Sob esse pano de fundo,
os sofistas iniciaram em Atenas uma discussão sobre o
que seria natural e o que seria criado pela sociedade.
(GAARDER, J. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995).
Sobre os sofistas, é incorreto afirmar que 
a) eles tiveram papel fundamental nas transformações
culturais de Atenas.
b) eles se dedicaram à questão do homem e de seu
lugar na sociedade.
c) eles eram mercenários e só visavam ao lucro na arte
de ensinar.
d) eles foram os primeiros a compreender que o
“homem é medida de todas as coisas”.
68. (Uff 2010) A importância do filósofo medieval
Tomás de Aquino reside principalmente em seu esforço
de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de
alcançar a verdade por meio da razão. Discorrendo
sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”,
ele diz:
“As verdades que professamos acerca de Deus
revestem uma dupla modalidade. Com efeito, existem
a respeito de Deus verdades que ultrapassam
totalmente as capacidades da razão humana. Uma
delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao
contrário, existem verdades que podem ser atingidas
pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só
Deus etc. Estas últimas verdades, os próprios filósofos
as provaram por meio de demonstração, guiados pela
luz da razão natural”.
A partir dessa citação, identifique a opção que melhor
expressa esse pensamento de Tomás de Aquino. 
a) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades
acerca de Deus.
b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à
revelação da verdade que Deus lhe concede.
c) A fé é o único meio de o ser humano chegar à
verdade.
d) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de
alcançar por seus meios naturais certas verdades.
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser
humano nada pode conhecer d’Ele.
69. (Ufu 2010) Para responder a questão, leia o
seguinte texto.
O universal é o conceito, a ideia, a essência
comum a todas as coisas (por exemplo, o conceito de
ser humano). Em outras palavras, pergunta-se se os
gêneros e as espécies têm existência separada dos
objetos sensíveis: as espécies (por exemplo, o cão) ou
os gêneros (por exemplo, o animal) teriam existência
real? Ou seriam apenas ideias na mente ou apenas
palavras?
(ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. Filosofando. 3ª
edição. São Paulo: Moderna, 2003, p. 126.)
A resposta correta à pergunta formulada no texto
acima, sobre os universais, é: 
a) Segundo os nominalistas, as espécies e gêneros
universais são meras palavras que expressam um
conteúdo mental, sem existência real.
b) Segundo os nominalistas, os universais são
conceitos, mas têm fundamento na realidade das
coisas.
c) Segundo os nominalistas, os universais (gêneros e
espécies) são entidades realmente existentes no
mundo das Ideias, sendo as coisas deste mundo
meras cópias destas Ideias.
d) Segundo os nominalistas, os gêneros e as espécies
universais existem realmente, mas apenas na mente
de Deus.
70. (Ufu 2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é
estreitamente devedora do platonismo cristão milanês:
foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos
de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia
aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de
Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho
venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão).
PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental.
In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio
de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77.
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão,
por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de
Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado
ao pensamento de Platão. 
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente,
uma dessas diferenças. 
20
FILOSOFIA 
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o
conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a
verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser
humano.
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no
mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não
existe nenhuma realidade além do mundo natural
em que vivemos.
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para
Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma
do corpo.
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade,
reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela
contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o
conhecimento é resultado da Iluminação divina, a
centelha de Deus que existe em cada um.
71. (Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir:
Assentemos, portanto, que, a principiar em Homero,
todos os poetas são imitadores da imagem da virtude e
dos restantes assuntos sobre os quais compõem, mas
não atingem a verdade [...] parece-me, que o poeta,
por meio de palavras e frases, sabe colorir
devidamente cada uma das artes, sem entender delas
mais do que saber imitá-las.
(PLATÃO. A República. Livro X. Tradução, introdução e
notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 8. ed. Lisboa:
Calouste Gulbenkian, 1996. p. 463)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
mímesis (imitação) em Platão, é correto afirmar: 
a) Dispõe o poeta da perfeição para colorir tão bem
quanto o pintor, por isso descreve verdadeiramente
os ofícios humanos.
b) A mímesis apresenta uma imagem da realidade e
assim representa a verdade última das atividades
humanas.
c) Por sua capacidade de imitar, o poeta sabe acerca
dos ofícios de todos os homens e, por esse motivo,
pode descrevê-los verdadeiramente.
d) Por saber sobre todas as artes, atividades e atos
humanos, o poeta consegue executar o seu ofício
descrevendo-os bem.
e) Por meio da imitação, descreve-se com beleza os
atos e ofícios humanos, sem, no entanto, conhecê-
los verdadeiramente.
72. (Unioeste 2010) Observe os seguintes argumentos
silogísticos:
I. Todos os cães são alados
Todos os pássaros são cães
Logo, todos os pássaros são alados.
II. Todos os humanos são mortais
Todos os brasileiros são humanos
Logo, todos os brasileiros são mortais.
É correto afirmar, a partir de um ponto de vista lógico,
que 
a) os argumentos são distintos quanto à estrutura ou
forma lógica.
b) ambos os argumentos são válidos, embora as
premissas do primeiro sejam falsas.
c) o primeiro argumento é inválido, e o segundo é
válido.
d) ambos os argumentos são inválidos.
e) o segundo conjunto de enunciados forma um
argumento, mas o primeiro não.
TEXTO PARA A PRÓXIMAQUESTÃO: 
Do princípio do século XVII ao fim do século
XVIII, 1o aspecto geral do mundo natural 2alterou-se de
tal forma que Copérnico teria ficado pasmo. A
revolução que ele iniciara desenvolveu-se tão rápido e
de modo tão amplo que não só a astronomia se
transformou, mas também a física. Quando isso
aconteceu, dissolveram-se os últimos vestígios do
universo aristotélico. A matemática tornou-se uma
ferramenta cada vez mais essencial para as ciências
físicas.
A visão do universo adotada por Galileu —
morto em 1642, ano do nascimento de Isaac Newton —
baseava-se na observação, na experimentação e numa
generosa aplicação da matemática. Uma atitude de
certa forma diferente daquela adotada por seu
contemporâneo mais jovem, René Descartes,que
começou a formular uma nova concepção filosófica do
universo, que viria a destruir a antiga visão escolástica
medieval.
Em 1687, Newton publicou os Principia, cujo
impacto foi imenso. Em um único volume, reescreveu
toda a ciência dos corpos em movimento com uma
incrível precisão matemática. Completou o que os
físicos do fim da Idade Média haviam começado e que
Galileu tentara trazer à realidade. As três leis do
movimento, de Newton, formam a base de todo o seu
trabalho posterior.
Ronan Colin A.. História ilustrada da ciência: da
Renascença à revolução científica. São Paulo: Círculo do
Livro, s/d, p. 73, 82-3 e 99 (com adaptações). 
21
FILOSOFIA 
73. (Unb 2010) Os trabalhos de Aristóteles e Galileu 
representam dois momentos marcantes do 
desenvolvimento das ciências naturais no Ocidente. 
Assinale a opção que sintetiza corretamente as 
contribuições de cada um deles para a história da 
ciência.
a) Aristóteles produziu conhecimento acerca do
universo de modo empírico e experimental, ao passo
que Galileu defendeu o uso da matemática como
ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso
apenas argumentativo.
b) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo
era especulativo, embasado na lógica que ele
mesmo criara, diferentemente do conhecimento de
Galileu, que defendia o uso da matemática como
ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso
apenas argumentativo.
c) A despeito de diferenças quanto à percepção do
universo, como heliocêntrico ou geocêntrico, tanto
Galileu quanto Aristóteles atribuíam à lógica o poder
de desvelar relações de causalidade entre os
fenômenos naturais.
d) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo
era empírico, e o de Galileu, contemplativo,
diferindo ambos quanto ao grau de manipulação dos
fenômenos naturais na construção dos conceitos
científicos.
74. (Ufu 2009) Marque a alternativa que expressa
corretamente o pensamento de Sócrates.
a) Sócrates estabelece uma ligação muito estreita entre
o conhecimento da virtude e a ação humana, a
ponto de sustentar que aquele que conhece o que é
o correto não pode agir erroneamente, visto que o
erro de conduta é fruto da ignorância sobre a
verdade.
b) O fim último do método dialético socrático era a
refutação do seu interlocutor. Assim sendo, é
legítimo afirmar que o reconhecimento da própria
ignorância equivale à constatação de que a verdade
é relativa a cada indivíduo.
c) Sócrates é considerado um divisor de águas na
Filosofia graças a sua teoria ética sobre a
imobilidade do Ser. Por isso, sua missão sempre foi a
investigação de um fundamento absoluto da moral.
d) Sócrates fazia uso de um método refutativo de
investigação, o que significa que seu principal
intento era levar o interlocutor à contradição,
independentemente se o último estivesse ou não
com a razão.
75. (Pucpr 2009) Em relação à definição de Bem
apresentada por Aristóteles, no Livro I da Ética a
Nicômaco, considere as seguintes alternativas:
I. O Bem é algo que está em todas as coisas, sendo
identificado nos objetos, mas não entre os homens.
II. O Bem é aquilo a que todas as coisas tendem, ou
seja, o bem é definido em função de um fim.
III. O Bem é o meio para termos uma ciência eficiente e
útil, tal como a arte médica será eficiente se
tivermos o bem como meio de sua prática.
IV. O Bem é algo abstrato, de difícil acesso à
compreensão humana.
De acordo com tais afirmações, podemos dizer que: 
a) Apenas a alternativa II está correta.
b) As alternativas II e III estão corretas.
c) Todas as alternativas estão corretas.
d) As alternativas III e IV estão corretas.
e) Apenas a alternativa III está correta.
76. (Ufu 2009) Santo Tomás de Aquino, nascido em
1224 e falecido em 1274, propôs as cinco vias para o
conhecimento de Deus. Estas vias estão
fundamentadas nas evidências sensíveis e racionais. A
primeira via afirma que os corpos inanimados podem
ter movimento por si mesmos. Assim, para que estes
corpos tenham movimento é necessário que algo os
mova. Esta concepção leva à necessidade de um
primeiro motor imóvel, isto é, algo que mesmo não
sendo movido por nada pode mover todas as coisas.
Sobre a primeira via, que é a do movimento, marque a
alternativa correta. 
a) Para que os objetos tenham movimento é necessário
que algo os mova; dessa forma, entende-se que é
necessário um primeiro motor. Logo, podemos
entender que Deus não é necessário no sistema.
b) Para Santo Tomás, os objetos inanimados movem-se
por si mesmos e esse fenômeno demonstra a
existência de Deus.
c) A demonstração do primeiro motor não recorre à
sensibilidade, dispensando toda e qualquer
observação da natureza, uma vez que sua
fundamentação é somente racional.
d) Conforme o argumento da primeira via podemos
concluir que Deus é o motor imóvel, o qual move
todas as coisas, mas não é movido.
77. (Ufma 2009) “Embora esses dogmas pertençam à
religião, os utopianos pensam que a razão pode induzir,
por si mesma, a crer neles e aceitá-los. Não hesitam em
declarar que, na ausência desses princípios, fora
preciso ser estúpido para não procurar o prazer por
todos os meios possíveis, criminosos ou legítimos. A
22
FILOSOFIA 
virtude consistiria, então, em escolher, entre duas 
volúpias, a mais deliciosa, a mais picante; e em fugir 
dos prazeres que se seguissem dores mais vivas do que
o gozo que tivessem proporcionado”
(MORE, Thomas. A utopia. Trad. Luis de Andrade, São
Paulo: Nova Cultural, 1988. Col. Os
Pensadores)
A questão sobre a natureza da felicidade humana e a
possibilidade de sua realização é uma das principais
questões estudadas pela filosofia grega antiga, sendo
discutida no interior de uma ética e relacionada a
noções de virtude e de justiça. Sabe-se que uma das
características principais do humanismo, presente no
pensamento renascentista, é justamente a releitura
dos filósofos antigos, buscando integra-los a concepção
cristã de vida. A concepção ética do povo utopiano,
descrita na obra A utopia, de Thomas More pode ser
considerada, em suas linhas gerais, uma revalorização
de que corrente filosófica grega? 
a) Dos sofistas, na medida em que defende que a
felicidade consiste em obter o máximo de prazer
possível, especialmente os que nos advém das
honras, do sucesso e das riquezas materiais.
b) Do platonismo, na medida em que separa os
prazeres em duas classes: os relacionados ao corpo e
os relacionados à alma, e que a felicidade estaria no
gozo dos prazeres relacionados a alma, devendo-se
desprezar os prazeres do corpo.
c) Do estoicismo, na medida em que defende que a
felicidade consiste na tranquilidade ou ausência de
perturbação, alcançada através do autocontrole, da
contenção e da austeridade, desprezando-se todo
tipo de prazer.
d) Do aristotelismo, na medida em que defende que a
felicidade á uma “virtude da alma segundo a virtude
perfeita” e que essa virtude consistiria em uma
espécie de mediania,de meio termo entre dois
extremos.
e) Do epicurismo, na medida em que defende que a
felicidade consiste no gozo dos prazeres, mas não de
todo e qualquer prazer, apenas os bons e honestos,
devendo ser rejeitados os que levam a dores mais
intensas do que o gozo que proporcionam.
78. (Ufu 2009) Analise as seguintes afirmativas a
respeito da lógica de Aristóteles.
I - A forma mediata do pensamento ou raciocínio é
chamada, por Aristóteles, de silogismo.
II - Em grego, syllogismós significa raciocinar, vem do
verbo syllogizo, que significa reunir, juntar pelo
pensamento, conjeturar.
III - O silogismo é um raciocínio indutivo.
IV - O exemplo clássico de silogismo é aquele que
contém duas premissas e uma conclusão.
Marque a alternativa correta. 
a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa III é falsa.
c) Todas as afirmativas são falsas.
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
79. (Ufu 2008) O texto que segue refere-se às vias da
prova da existência de Deus.
As cinco vias consistem em cinco grandes
linhas de argumentação por meio das quais se pode
provar a existência de Deus. Sua importância reside
sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar
no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e
indireta, a partir da consideração do mundo natural, do
cosmo, entendido como criação divina.
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos pré-
socráticos a Wittgenstein. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67.
A partir do texto, marque a alternativa correta. 
a) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da
existência de Deus.
b) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da
existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as
passagens bíblicas para fundamentar seus
argumentos.
c) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais
sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões
sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis
sobre o mundo natural.
d) Tomás de Aquino formula as argumentações que
provam a existência de Deus sob a influência do
pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia,
mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego.
80. (Ufu 2008) Leia o trecho extraído da obra
Confissões.
Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa
resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso
rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo
homem, mas somos iluminados por Vós. Para que
sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas.
SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova
Cultural,1987. 4, l0. p.154. 
Coleção Os Pensadores
Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho,
marque a alternativa correta. 
a) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos
imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas
verdades, necessárias e eternas, não estão no
23
FILOSOFIA 
interior do homem, porque seu intelecto é
contingente e mutável. 
b) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre
o intelecto humano, deixando-o ativo para o
conhecimento das verdades eternas. Essas verdades,
necessárias e imutáveis, estão no interior do
homem.
c) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz
recordar as verdades eternas que a alma possuía
antes de se unir ao corpo.
d) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz
recordar as verdades eternas que a alma possuía e
que nela permanecem mediante os ciclos da
reencarnação.
81. (Ufu 2008) Leia atentamente o texto a seguir.
Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema
da ontologia. A experiência não lhe apresentava em
nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do
fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava
existir: uma conclusão que repousa sobre o
pressuposto de que nós temos um órgão de
conhecimento que vai à essência das coisas e é
independente da experiência. Segundo Parmênides, o
elemento de nosso pensamento não está presente na
intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo
extrassensível ao qual nós temos um acesso direto
através do pensamento.
NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos
gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré-
socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151.
Coleção Os Pensadores
Marque a alternativa INCORRETA. 
a) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem,
porque é impossível a Verdade residir naquilo que
Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito.
b) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides
rejeita a experiência como fonte da verdade, pois,
para ele, o Ser não pode ser percebido pelos
sentidos.
c) Parmênides é nitidamente um pensador empirista,
pois afirma que a verdade só pode ser acessada por
meio dos sentidos.
d) O pensamento, para Parmênides, é o meio
adequado para se chegar à essência das coisas, ao
Ser, porque os dados dos sentidos não são
suficientes para apreender a essência.
82. (Uel 2007) “A filosofia grega parece começar com
uma ideia absurda, com a proposição: a água é a
origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo
necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por
três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição
enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo
lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em
terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado
de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A
razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em
comunidade com os religiosos e supersticiosos, a
segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como
investigador da natureza, mas, em virtude da terceira,
Tales se torna o primeiro filósofo grego”.
Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-
Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho.
São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e
o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a
seguir.
I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a
multiplicidade das coisas e fenômenos a um único
princípio do qual todas as coisas e fenômenos
derivam.
II. A proposição de Tales sobre a água compreende a
proposição ‘Tudo é um’.
III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água
merece ser levada a sério mostra o aspecto
filosófico do pensamento de Tales.
IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema
fundamental da origem da virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas
é: 
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV
83. (Ufu 2007) Sobre Tomás de Aquino, considere o
seguinte trecho, extraído de uma conhecida História da
Filosofia.
“O sistema tomista baseia-se na determinação rigorosa
das relações entre a razão e a revelação. Ao homem,
cujo fim último é Deus, o qual excede toda a
compreensão da razão, não basta a investigação
filosófica baseada na razão. Mesmo aquelas verdades
que a razão pode alcançar sozinha, não é dado a todos
alcançá-las, e não está livre de erros o caminho que a
elas conduz. Foi, portanto, necessário que o homem
fosse instruído convenientemente e com mais certeza
pela revelação divina. Mas a revelação não anula nem
torna inútil a razão: ‘a graça não elimina a natureza,
antes a aperfeiçoa’. A razão natural subordina-se à fé
24
FILOSOFIA 
tal como no campo prático as inclinações naturais se 
subordinam à caridade.”
ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia . Lisboa: 
Presença, 1978, p. 29-30, Vol. IV.
Com base no texto, é correto afirmar que Tomás de 
Aquino 
a) rejeitava as verdades da fé cristã que não pudessem
ser explicadas plenamente pela razão humana.
b) desprezava, por serem inúteis, as tentativas
racionais em compreender as verdades da fé cristã.
c) buscava conciliar as verdades da fé cristã com as
exigências da razão humana.
d) subordinava a fé à razão natural, só sendo digno de
crença o que pudesse sercientificamente
comprovado.
84. (Uel 2006) “Quando é, pois, que a alma atinge a
verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja
investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que
seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente.
- Dizes uma verdade.
- Não é, por conseguinte, no ato de raciocinar, e não de
outro modo, que a alma apreende, em parte, a
realidade de um ser?
- Sim.
[...] - E é este então o pensamento que nos guia:
durante todo o tempo em que tivermos o corpo, e
nossa alma estiver misturada com essa coisa má, jamais
possuiremos completamente o objeto de nossos
desejos! Ora, esse objeto é, como dizíamos, a
verdade.”
(PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz Costa.
São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 66-67.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
concepção de verdade em Platão, é correto afirmar: 
a) O conhecimento inteligível, compreendido como
verdade, está contido nas ideias que a alma possui.
b) A verdade reside na contemplação das sombras,
refletidas pela luz exterior e projetadas no mundo
sensível.
c) A verdade consiste na fidelidade, e como Deus é o
único verdadeiramente fiel, então a verdade reside
em Deus.
d) A principal tarefa da filosofia está em aproximar o
máximo possível a alma do corpo para, dessa forma,
obter a verdade.
e) A verdade encontra-se na correspondência entre um
enunciado e os fatos que ele aponta no mundo
sensível.
85. (Ufu 2006) “Em sua teoria do conhecimento,
Tomás de Aquino substitui a doutrina da iluminação
divina pela da abstração, de raízes aristotélicas: a única
fonte de conhecimento humano seria a realidade
sensível, pois os objetos naturais encerrariam uma
forma inteligível em potência, que se revela, porém,
não aos sentidos que só podem captá-la
individualmente - mas ao intelecto.”
INÁCIO, Inês C. e LUCA, Tânia Regina de. O pensamento
medieval. São Paulo: Ática, 1988, p. 74.
Considerando o trecho citado, assinale a alternativa
verdadeira. 
a) O texto faz referência à influência de Aristóteles no
pensamento de Tomás de Aquino, que se opõe, em
muitos pontos, à tradição agostiniana, que tinha
influência de Platão.
b) O texto expõe a doutrina da iluminação, formulada
por Tomás de Aquino para explicar a origem de
nosso conhecimento.
c) Para Tomás de Aquino, a realidade sensível é apenas
uma cópia enganosa da verdadeira realidade que se
encontra na mente divina.
d) Tomás de Aquino substitui a doutrina da iluminação
pela teoria da abstração aristotélica, a fim de
mostrar que a fé em Deus é incompatível com as
verdades científicas.
86. (Ufu 2005) O trecho abaixo faz uma referência ao
procedimento investigativo adotado por Sócrates.
“O fato é que nunca ensinei pessoa alguma. Se alguém
deseja ouvir-me quando falo ou me encontro no
desempenho de minha missão, quer se trate de moço
ou velho (...) me disponho a responder a todos por
igual, assim os ricos como os pobres, ou se o
preferirem, a formular-lhes perguntas, ouvindo eles o
que lhes falo.”
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Belém: EDUFPA, 2001.
(33 a-b)
Marque a alternativa que melhor representa o
“método” socrático. 
a) Sócrates nada ensina porque apenas transmite
aquilo que ouve de seu daímon. Seu procedimento
consiste em discursar, igualmente para qualquer
ouvinte, com longos discursos demonstrativos
retirados da tradição poética ou com perguntas que
levem o interlocutor a fazer o mesmo. A ironia é o
expediente utilizado contra os adversários, cujo
objetivo é somente a disputa verbal.
b) A profissão de ignorância e a ironia de Sócrates
fazem parte de seu procedimento geral de refutação
por meio de perguntas e respostas breves (o
élenkhos), e constituem um meio de reverter os
argumentos do interlocutor para fazê-lo cair em
25
FILOSOFIA 
contradição. A refutação socrática revela a
presunção de saber do adversário, pela insuficiência
de suas definições e pela aporia. 
c) Sócrates nunca ensina pessoa alguma, porque a
profissão de ignorância caracteriza o modo pelo qual
encoraja seus discípulos a adquirirem sabedoria
diretamente do deus do Oráculo de Delfos. A ironia
socrática é uma dissimulação que, pela zombaria,
revela as verdadeiras disposições do pequeno
número dos que se encontram aptos para a
Filosofia.
d) Sócrates nunca ensina pessoa alguma sem antes
testar sua aptidão filosófica por meio de perguntas e
respostas. Seu procedimento consiste em destruir as
definições do adversário por meio da ironia. A
ignorância socrática encoraja o adversário a revelar
suas opiniões verdadeiras que, pela refutação, dão a
medida da aptidão para a vida filosófica.
87. (ENEM 2013)
A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a
mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não
devem estar separados; como na inscrição existente
em Delfos, ―das coisas, a mais nobre é a mais justa, e
a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que
amamos. Todos estes atributos estão presentes nas
mais excelentes atividades, e entre essas a melhor nós
identificamos como a felicidade.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. Das Letras,
2010
Ao reconhecermos na felicidade a reunião dos mais
excelentes atributos, Aristóteles a identifica como
A busca por bens materiais e títulos de nobreza.
B plenitude espiritual e ascese pessoa.
C finalidade das ações e condutas humanas.
D conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
E expressão do sucesso individual e reconhecimento
político.
88. (ENEM 2012)
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides
era que o objeto de conhecimento é um objeto de
razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma
relação entre objeto sensível ou material que
privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo.
Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das ideias
formava-se em sua mente
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da
filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012.
O texto faz referência à relação entre razão e sensação,
um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão
(427 a.C. 346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão
se situa diante dessa relação?
A Estabelecendo um abismo intransponível entre as
duas.
B Privilegiando os sentidos e subordinando o
conhecimento a eles.
C Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e
sensação são inseparáveis.
D Afirmando que a razão é capaz de gerar
conhecimento, mas a sensação não.
E Rejeitando a posição de Parmênides de que a
sensação é superior à razão.
89 – (ENEM 2012)
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento
originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que
outras coisas provêm de sua descedência. Quando o ar
se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os
ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a
partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas,
transformam-se em água. A água, quando mais
condensada, transforma-se em terra, e quando
condensada ao máximo possível, transforma-se em
pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro:
PUC-Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: ―Deus,
como criador de todas as coisas, está no princípio do
mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos
apresentam, em face desta concepção, as especulações
contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se
origina, ou de algum dos quatro elementos, como
ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga
Demócrito. Na verdade, dão impressão de
quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.‖
GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista.
São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos
desenvolveram teses para explicar a origem do
universo, a partir de uma explicação racional.As teses
de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio,
filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que
A eram baseadas nas ciências da natureza.
B refutavam as teorias de filósofos da religião.
C tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
D postulavam um princípio originário para o mundo.
E defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
transmissões esportivas.
26
FILOSOFIA 
90. (ENEM 2010 2ª aplicação)
Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como
destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor
inúmeros versos das peças dos seus grandes autores.
Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare
produziu peças nas quais temas como o amor, o poder,
o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os
grandes personagens falavam em verso e os demais em
prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os
jesuítas a representar peças de caráter religioso.
Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos
e situações, o teatro é uma forma 
A de manipulação do povo pelo poder, que controla o
teatro.
B de diversão e de expressão dos valores e problemas
da sociedade.
C de entretenimento popular, que se esgota na sua
função de distrair.
D de manipulação do povo pelos intelectuais que
compõem as peças.
E de entretenimento, que foi superada e hoje é
substituída pela televisão.
91. (ENEM 2010 2ª aplicação)
Alexandria começou a ser construída em 332 a.C. por
Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um
polo de estudos sobre matemática, filosofia e ciência
gregas. Meio século mais tarde, Ptolomeu II ergueu
uma enorme biblioteca e um museu — que funcionou
como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu entre 200
mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou a
cidade no maior núcleo intelectual da época,
especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de
então, sofreu sucessivos ataques de romanos, cristãos
e árabes, o que resultou na destruição ou perda de
quase todo o seu acervo.
RIBEIRO, F. Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed.
81, abr. 2010 (adaptado).
A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo
tempo um papel fundamental para a produção do
conhecimento e memória das civilizações antigas,
porque
A eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou
pelas narrativas dos seus grandes feitos.
B funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e
deu origem às universidades modernas.
C preservou o legado da cultura grega em diferentes
áreas do conhecimento e permitiu sua transmissão a
outros povos.
D transformou a cidade de Alexandria no centro urbano
mais importante da Antiguidade.
E reuniu os principais registros arqueológicos até então
existentes e fez avançar a museologia antiga.
92. (ENEM 2010 2ª aplicação)
Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis
de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o
filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-
la, ordenaram a um criado que matasse o menino.
Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o
entregou a um casal de camponeses que morava longe
de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia
quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus
pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando
pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu
séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da
estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do
grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro
pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada
por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge,
tornou-se rei de Tebas e casou-se com a rainha,
Jocasta, a mãe que desconhecia.
Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Acesso
em: 28 ago. 2010 (adaptado).
No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do
destino e do determinismo. Ambos são características
do mito grego e abordam a relação entre liberdade
humana e providência divina. A expressão filosófica
que toma como pressuposta a tese do determinismo é:
A ―Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu
tinha de mim mesmo.‖ Jean Paul Sartre
B ―Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que
Deus nela escreva o que quiser.‖Santo Agostinho
C ―Quem não tem medo da vida também não tem
medo da morte.‖ Arthur Schopenhauer
D ―Não me pergunte quem sou eu e não me diga para
permanecer o mesmo‖. Michel Foucault
E ―O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua
imagem e semelhança‖. Friedrich Nietzsche
93. (ENEM 2009 Reaplicado)
Segundo Aristóteles, ―na cidade com o melhor
conjunto de normas e naquela dotada de homens
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver
uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses
tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as
qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores
os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável
ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática
das atividades políticas‖.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-
Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles,
permite compreender que a cidadania
27
FILOSOFIA 
A possui uma dimensão histórica que deve ser 
criticada, pois é condenável que os políticos de 
qualquer época fiquem entregues à ociosidade, 
enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
B era entendida como uma dignidade própria dos 
grupos sociais superiores, fruto de uma concepção 
política profundamente hierarquizada da sociedade. 
C estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção 
política democrática, que levava todos os habitantes da 
pólis a participarem da vida cívica.
D tinha profundas conexões com a justiça, razão pela 
qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às 
atividades vinculadas aos tribunais.
E vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles 
que se dedicavam à política e que tinham tempo para 
resolver os problemas da cidade.
94. (ENEM 2009 Reaplicado)
No período 750-338 a. C., a Grécia antiga era composta 
por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, 
Tebas, que eram independentes umas das outras, mas 
partilhavam algumas características culturais, como a 
língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar 
de culto religioso frequentado por habitantes de todas 
as cidades-Estado.
No período 1200-1600 d. C., na parte da Amazônia 
brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, 
há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por 
muros de madeira e que tinham até dois mil e 
quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram 
ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes 
praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques 
para a criação de tartarugas. Aparentemente, 
epidemias dizimaram grande parte da população que lá 
vivia.
Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).
Apesar das diferenças históricas e geográficas 
existentes entre as duas civilizações elas são 
semelhantes pois
a) as ruínas das cidades mencionadas atestam que
grandes epidemias dizimaram suas populações.
b) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal
como foi concebida em Tebas.
c) as duas civilizações tinham cidades autônomas e
independentes entre si.
d) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal
como nas cidades-Estado da Grécia.
e) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia
tal como na Grécia.
95. (Enem 2014)
Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação
que surge desde o nascimento da cidade na Grécia
antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz
mais que assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis
tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de ser
aplicada a todos da mesma maneira. 
VERNANT. J. P. As origens do pensamento grego. Rio de
Janeiro: Bortrand Brasil, 1992 (adaptado) 
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga,
ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava
garantir o seguinte princípio: 
a) Isonomia— igualdade de tratamento aos cidadãos
b) Transparência — acesso às informações
governamentais.
c) Tripartição — separação entre os poderes políticos
estatais.
d) Equiparação — igualdade de gênero na participação
política.
e) Elegibilidade — permissão para candidatura aos
cargos
96. (Enem 2014)
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros,
naturais e não necessários; outros, nem naturais nem
necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos
que não nos trazem dor se não satisfeitos não são
necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente
desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou
parecem geradores de dano.
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON,
V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem
tem como fim 
a) alcançar o prazer moderado e a felicidade.
b) valorizar os deveres e as obrigações sociais.
c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com
resignação.
d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela
divindade.
e) defender a indiferença e a impossibilidade de se
atingir o saber.
97. (Enem 2014)
28
FILOSOFIA 
Alternativa A SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de
Atenas. Disponível em http://fil.cfh.ufsc.br. Acesso em:
20 mar. 2013. 
No centro da imagem; o filósofo Platão é retratado
apontando para o alto. Esse gesto significa que o
conhecimento se encontra em uma instância na qual o
homem descobre a 
a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) realidade inteligível por meio do método dialético.
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
e) ordem intrínseca ao mundo por meio da
sensibilidade.
98. (Enem 2014)
TEXTO I
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não
como alguém que cuida apenas de seus próprios
interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos
atenienses, decidimos as questões públicas por nós
mesmos na crença de que não é o debate que é
empecilho à ação, e sim o fato de não se estar
esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da
ação.
TUCÍDIDES História da Guerra do Peloponeso Brasília:
UnB, 1987 (adaptado).
TEXTO II 
Um cidadão integral pode ser definido por nada mais
nada menos que pelo direito de administrar justiça e
exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são
limitadas quanto ao tempo de exercício de tal modo
que não podem de forma alguma ser exercidas duas
vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê- lo
depois de certos intervalos de tempo prefixados. 
ARISTÓTELES. Política Brasília: UnB, 1985. 
Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no
século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV
a.C.), a cidadania era definida pelo(a)
a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco.
QUESTÕES TEMÁTICAS – ÉTICA
99. (ENEM 2011)
O brasileiro tem noção clara dos comportamentos
éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da
corrupção, revela pesquisa. Se o pais fosse resultado
dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar,
pareceria mais com a Escandinávia do que com
Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima
Barreto).
FRAGA, P. Ninguém e inocente. Folha de S. Paulo. 4
out. 2009 (adaptado).
O distanciamento entre ―reconhecer‖ e
―cumprir‖efetivamente o que e moral constitui uma
ambiguidade inerente ao humano, porque as normas
morais são
A decorrentes da vontade divina e, por esse motivo,
utópicas.
B parâmetros idealizados, cujo cumprimento e
destituído de obrigação.
C amplas e vão além da capacidade de o individuo
conseguir cumpri-las integralmente.
D criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei a
qual deve se submeter.
E cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente
a observar as normas jurídicas.
100. (ENEM 2011)
TEXTO I
A ação democrática consiste em todos tomarem parte
do processo decisório sobre aquilo que terá
consequência na vida de toda coletividade.
GALLO, S. et al. Ética e Cidadania. Caminhos da
Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado).
TEXTO II
E necessário que haja liberdade de expressão,
Fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por
parte da população as informações trazidas a público
pela imprensa.
Disponível em:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso
em: 24 abr. 2010.
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no
Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o
Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por
A orientarem os cidadãos na compra dos bens
necessários a sua sobrevivência e bem-estar.
29
FILOSOFIA 
B fornecerem informações que fomentam o debate 
político na esfera pública.
C apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos fatos. 
D propiciarem o entretenimento, aspecto relevante 
para conscientização política.
E promoverem a unidade cultural, por meio das 
101. (ENEM 2010 1ª aplicação)
A ética precisa ser compreendida como um 
empreendimento coletivo a ser constantemente 
retomado e rediscutido, porque é produto da relação 
social se organize sentindo-se responsável por todos e 
que crie condições para o exercício de um pensar e agir 
autônomos. A relação entre ética e política é também 
uma questão de educação e luta pela soberania dos 
povos. É necessária uma ética renovada, que se 
construa a partir da natureza dos valores sociais para 
organizar também uma nova prática política.
CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 
(adaptado).
O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar 
novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, 
conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob 
esse enfoque e a partir do texto, a ética pode ser
A compreendida como instrumento de garantia da 
cidadania, porque através dela os cidadãos passam a 
pensar e agir de acordo com valores coletivos.
B mecanismo de criação de direitos humanos, porque é 
da natureza do homem ser ético e virtuoso.
C meio para resolver os conflitos sociais no cenário da 
globalização, pois a partir do entendimento do que é 
efetivamente a ética, a política internacional se realiza. 
D parâmetro para assegurar o exercício político 
primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos. 
E aceitação de valores universais implícitos numa 
sociedade que busca dimensionar sua vinculação à 
outras sociedades.
102. (ENEM 2010 1ª aplicação)
Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um 
sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, 
nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é 
simultaneamente os dois, na medida em que é um 
sujeito históricosocial. Assim, a ética adquire um 
dimensionamento político, uma vez que a ação do 
sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da 
relação social coletiva. Desse modo, a ética se 
entrelaça, necessariamente, com a política, entendida 
esta como a área de avaliação dos valores que 
atravessam as relações sociais e que interliga os 
indivíduos entre si.
(SEVERINO. A. J. Filosofia)
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo
deformação da ética na sociedade contemporânea,
ressalta
A os conteúdos éticos decorrentes das ideologias
político-partidárias.
B o valor da ação humana derivada de preceitos
metafísicos.
C a sistematização de valores desassociados da cultura.
D o sentido coletivo e político das ações humanas
individuais.
E o julgamento da ação ética pelos políticos eleitos
democraticamente
103. (ENEM 2010 1ª aplicação)
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes,
1991.
Democracia: ―regime político no qual a soberania é
exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de
Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Uma suposta ―vacina‖ contra o despotismo, em um
contexto democrático, tem por objetivo 
A impedir a contratação defamiliares para o serviço
público.
B reduzir a ação das instituições constitucionais.
C combater a distribuição equilibrada de poder.
D evitar a escolha de governantes autoritários.
E restringir a atuação do Parlamento.
104. (Enem 2014)
Panayiotis Zavos "quebrou" o último tabu da clonagem
humana — transferiu embriões para o útero de
mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime
em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía
um laboratório secreto, no qual fazia seus
experimentos."Não tenho nenhuma dúvida de que uma
criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser
eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer, declarou
Zavos. "Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê
clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o
caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê
clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um
bebê clonado saudável ao mundo."
30
compreendida como instrumento de garanta da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletvos.
FILOSOFIA 
CONNOR. S. Disponível em: www.independent.co.uk. 
Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado) 
A clonagem humana é um importante assunto de 
reflexão no campo da bioética que, entre outras 
questões, dedica-se a 
A) refletir sobre as relações entre o conhecimento da
vida e os valores éticos do homem.
B) legitimar o predomínio da espécie humana sobre as
demais espécies animais no planeta.
C) relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos
valores de certo e errado, de bem e mal.
D) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os
processos de reprodução humana e animal.
E) fundamentar técnica e economicamente as
pesquisas sobre células-tronco para uso em seres
humanos.
FILOSOFIA ANTIGA (Questões Recentes)
105. (Enem 2017) A representação de Demócrito é 
semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um 
infinitamente múltiplo é a origem; mas nele a 
determinação dos princípios fundamentais aparece de 
maneira tal que contém aquilo que para o que foi 
formado não é, absolutamente, o aspecto simples para 
si. Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam 
princípios que, através de sua concentração, formam 
aquilo que aparece como figura.
HEGEL. G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.). 
Os pré-socrática: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural. 
2000 (adaptado).
O texto faz uma apresentação crítica acerca do 
pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio 
constitutivo das coisas” estava representado pelo(a) 
a) número, que fundamenta a criação dos deuses.
b) devir, que simboliza o constante movimento dos
objetos.
c) água, que expressa a causa material da origem do
universo.
d) imobilidade, que sustenta a existência do ser
atemporal.
e) átomo, que explica o surgimento dos entes.
106. (Enem 2017) Uma conversação de tal natureza
transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e
embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à
atenção uma direção incomum: os temperamentais,
como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele
todo o bem de que são capazes, mas fogem porque
receiam essa influência poderosa, que os leva a se
censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase
crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou,
1977.
O texto evidencia características do modo de vida
socrático, que se baseava na 
a) contemplação da tradição mítica.
b) sustentação do método dialético.
c) relativização do saber verdadeiro.
d) valorização da argumentação retórica.
e) investigação dos fundamentos da natureza.
107. (Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos
existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o
mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente
tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não
terá o conhecimento, porventura, grande influência
sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por
determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que
seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o
objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo
pertença à arte mais prestigiosa e que mais
verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a
política mostra ser dessa natureza, pois é ela que
determina quais as ciências que devem ser estudadas
num Estado, quais são as que cada cidadão deve
aprender, e até que ponto; e vemos que até as
faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a
economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a
política utiliza as demais ciências e, por outro lado,
legisla sobre o que devemos e o que não devemos
fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das
outras, de modo que essa finalidade será o bem
humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São
Paulo: Nova Gunman 1991 (adaptado).
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a
organização da pólis pressupõe que 
a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir
seus interesses.
b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os
portadores da verdade.
c) a política é a ciência que precede todas as demais na
organização da cidade.
d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa
para agir corretamente.
e) a democracia protege as atividades políticas
necessárias para o bem comum.
108. (Enem 2016)
Texto I
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no
mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes
a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da
mudança, dispersa e de novo reúne.
31
FILOSOFIA 
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: 
Abril Cultural, 1996 (adaptado).
Texto II
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é 
ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e 
sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo 
homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é 
perecer? Como poderia gerar-se?
PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 
(adaptado).
Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem 
uma oposição que se insere no campo das 
a) investigações do pensamento sistemático.
b) preocupações do período mitológico.
c) discussões de base ontológica.
d) habilidades da retórica sofística.
e) verdades do mundo sensível.
109. (Enem 2016) Pirro afirmava que nada é nobre nem
vergonhoso, justo ou injusto; e que, da mesma
maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que
os homens agem apenas segundo a lei e o costume,
nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida
de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e
não se desviando do que quer que fosse, suportando
tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada
deixando ao arbítrio dos sentidos.
LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres.
Brasília: Editora UnB, 1988.
O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se
por: 
a) Desprezar quaisquer convenções e obrigações da
sociedade.
b) Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim
da vida feliz.
c) Defender a indiferença e a impossibilidade de obter
alguma certeza.
d) Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança
transcendente.
e) Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o
homem bom e belo.
110. (Enem 2015) A filosofia grega parece começar com
uma ideia absurda, com a proposição: a água é a
origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo
necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por
três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição
enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo
lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim,
em terceiro lugar, porque nela embora apenas em
estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é
um.
NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos.
São Paulo: Nova Cultural. 1999
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o
surgimento da filosofia entre os gregos? 
a) O impulso para transformar, mediante justificativas,os elementos sensíveis em verdades racionais.
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem
dos seres e das coisas.
c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa
primeira das coisas existentes.
d) A ambição de expor, de maneira metódica, as
diferenças entre as coisas.
e) A tentativa de justificar, a partir de elementos
empíricos, o que existe no real.
111. (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque
Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era
algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu
entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado
apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras
da sua sociedade. No entanto, essas regras não
passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva,
2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no
diálogo A República, de Platão, sustentava que a
correlação entre justiça e ética é resultado de 
a) determinações biológicas impregnadas na natureza
humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos
interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das
tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses
humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de
determinadas atitudes humanas.
112. (Enem 2018)
A quem não basta pouco, nada basta.
EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural,
1985. 
Remanescente do período helenístico, a máxima
apresentada valoriza a seguinte virtude: 
a) Esperança, tida como confiança no porvir.
b) Justiça, interpretada como retidão de caráter.
c) Temperança, marcada pelo domínio da vontade.
d) Coragem, definida como fortitude na dificuldade.
e) Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.
32
FILOSOFIA 
FILOSOFIA MEDIEVAL
01. (Ufu 2005)
Leia o trecho abaixo.
“Respondo dizendo que a existência de Deus pode ser 
demonstrada por cinco vias.”
TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. São Paulo: Abril 
Cultural, 1979. Col. Os Pensadores.
Assinale a afirmativa correta. 
a) Todas as cinco vias seguem argumentos baseados
em elementos anímicos, como em Santo Agostinho.
b) Todas as cinco vias fundamentam-se nos dados
revelados da Sagrada Escritura.
c) Todas as cinco vias empregam argumentos baseados
na tradição patrística.
d) Todas as cinco vias partem de uma realidade
sensível, como elemento empírico, e do princípio de
causalidade, como elemento racional.
02. (Ufu 2004) Em O ente e a essência, Tomás de
Aquino argumenta sobre a existência de Deus,
refutando teses de outras doutrinas da filosofia
escolástica. Com este propósito ele escreveu:
“Tampouco é inevitável que, se afirmarmos que Deus é
exclusivamente ser ou existência, caiamos no erro
daqueles que disseram que Deus é aquele ser universal,
em virtude do qual todas as coisas existem
formalmente. Com efeito, este ser que é Deus é de tal
condição, que nada se lhe pode adicionar. (...) Por este
motivo afirma-se no comentário à nona proposição do
livro Sobre as Causas, que a individuação da causa
primeira, a qual é puro ser, ocorre por causa da sua
bondade. Assim como o ser comum em seu intelecto
não inclui nenhuma adição, da mesma forma não inclui
no seu intelecto qualquer precisão de adição, pois, se
isto acontecesse, nada poderia ser compreendido como
ser, se nele algo pudesse ser acrescentado.”
AQUINO, Tomás. O ente e a essência. Trad. de Luiz João
Baraúna. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 15. Coleção
“Os Pensadores”.
Tomás de Aquino está seguro de que nada se pode
acrescentar a Deus, porque 
a) sua essência composta de essência e existência é
autossuficiente para gerar indefinidamente matéria
e forma, criando todas as coisas.
b) sua essência simples é gerada incessantemente,
embora não seja composta de matéria e forma,
multiplica-se em si mesmo na pluralidade dos seres.
c) é essência divina, absolutamente simples e idêntica a
si mesma, constituindo-se, necessariamente, uma
essência única.
d) é ser contingente, no qual essência e existência não
dependem do tempo, por isso, gera a si mesmo
eternamente, dando existência às criaturas.
03. (Ufu 2004) Uma das tendências fundamentais de
pensamento da Idade Média é a Escolástica. A
Escolástica caracteriza-se por vários elementos tais
como:
a) a filosofia aristotélico-tomista, o pensamento de
Descartes, o ensino do trivium e quadrivium e o
pensamento de Santo Agostinho.
b) o pensamento da Patrística, a valorização da
indagação empírica, as universidades e a filosofia
platônica.
c) o ensino do trivium e quadrivium, a filosofia
platônica, o pensamento de Descartes e as
universidades.
d) a influência da filosofia grega, o ensino do trivium e
quadrivium, as universidades e a filosofia
aristotélico-tomista.
04. (Ufu 2004) Agostinho escreveu a história de sua
vida aos 43 anos de idade. Nas Confissões, mais do que
o relato da conversão ao cristianismo, Agostinho
apresenta também as teses centrais da sua filosofia.
Tanto é assim que, ao narrar os primeiros anos de vida
e a aquisição da linguagem, o autor já fazia menção à
teoria da iluminação divina. Vejamos:
“Não eram pessoas mais velhas que me ensinavam as
palavras, com métodos, como pouco depois o fizeram
para as letras. Graças à inteligência que Vós, Senhor,
me destes, eu mesmo aprendi, quando procurava
exprimir os sentimentos do meu coração por gemidos,
gritos e movimentos diversos dos membros, para que
obedecessem à minha vontade.”
AGOSTINHO. Confissões. Trad. de J. Oliveira Santos e A.
Ambrósio de Pina. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.
15.
Analise as assertivas abaixo.
I. A condição humana é mutável e perecível, por isso,
não pode ser a mestra da verdade que o homem
busca conhecer, ou seja, conhecimento da verdade
não pode ser ensinado pelo homem, somente a Luz
imutável de Deus pode conduzir à verdade.
II. A inteligência, dada por Deus, é idêntica à Luz
imutável, que conduz ao conhecimento da verdade,
ambas proporcionam a certeza de que o
entendimento humano é divino e dotado da mesma
força do Verbo de Deus, que a tudo criou.
III. A razão humana é iluminada pela luz interior da
verdade. Assim, Agostinho formulou, pela primeira
vez, na história da filosofia, a teoria das ideias
33
FILOSOFIA 
inatas, cuja existência e certeza são independentes
e autônomas em relação ao intelecto divino.
IV. O conhecimento daquilo que se dá exclusivamente à
inteligência não é alcançado com as palavras de
outros homens, porque elas soam de fora da mente
de quem precisa aprender. Portanto, esta verdade
só é ensinada pelo mestre interior.
Assinale a alternativa que contém as assertivas
verdadeiras. 
a) I e III
b) I e IV
c) II e III
d) II e IV
05. (Ufu 2003) Tomás de Aquino não via conflito entre
a fé e a razão, sendo possível para a segunda atingir o
conhecimento da existência de Deus. Contudo, Tomás
de Aquino defende a relação harmônica entre ambas,
pois, se a razão demonstra a existência de Deus, ela o
faz graças à fé que revela tal verdade. Assim, a filosofia
de Tomás de Aquino insistiu nos limites do
conhecimento humano.
Com base nas afirmações precedentes, assinale a
alternativa correta.
a) O conhecimento humano atinge a verdade do
mundo e de Deus sem precisar se servir de outra
ordem que não aquela da própria razão, o que se
confirma com o fato de que os governantes
organizam o mundo conforme sua inteligência.
b) A realidade sensível é a via direta e exclusiva para a
ascensão do conhecimento humano, porque, tal
como afirmou Santo Anselmo, a perfeição de Deus
tem, entre seus atributos, a existência na realidade
mundana.
c) Existe um domínio comum à fé e à razão. Este
domínio é a realidade do mundo sensível, morada
humana, que a razão pode conhecer, porque a
realidade sensível oferece àrazão os vestígios
imperfeitos da substância de Deus.
d) A razão humana é impotente para tratar de ideias
que estejam além da realidade do mundo sensível.
Deus, portanto, nada mais é que uma palavra que
deve ser reverenciada como o centro sensível de
irradiação de tudo o que existe.
06. (Ufu 2003) A teoria da iluminação divina,
contribuição original de Agostinho à filosofia da
cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão,
porém, diferencia-se dela em seu aspecto central.
Assinale a alternativa abaixo que explicita esta
diferença.
a) A filosofia agostiniana compartilha com a filosofia
platônica do dualismo, tal como este foi definido por
Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria
da iluminação está situada no plano suprassensível e
só é alcançada na transcendência da existência
terrena para a vida eterna. 
b) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está
fundamentada na luz de Deus, luz interior dada ao
homem interior na busca da verdade das coisas que
não são conhecidas pelos sentidos; esta luz é Cristo,
que ensina e habita no homem interior.
c) Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia,
recebendo os ensinamentos de Arcesilau e
Carnéades, o que resultou na posição dogmática do
filósofo cristão quanto à impossibilidade do
conhecimento da verdade, sendo o conhecimento
humano apenas verossímil.
d) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento
nela repousa. Assim, a posição de Agostinho afasta-
se da filosofia platônica, ao admitir que a alma
possui uma existência anterior, na qual ela
contemplou as ideias, de modo que o conhecimento
de Deus é anterior à existência.
07. (Ufu 2002) Sobre a Filosofia Patrística (séc. I ao séc.
VII d. c.), assinale a alternativa incorreta.
a) Fé e Razão são irreconciliáveis porque pertencem a
domínios distintos, isto é, à Fé convém cuidar
apenas da salvação da alma e da vida eterna futura,
à Razão convém cuidar apenas das coisas do mundo.
b) Fé e Razão são irreconciliáveis porque a Fé é sempre
superior à Razão.
c) Fé e Razão são conciliáveis, mas a Fé deve subordinar
a Razão.
d) Fé e Razão são conciliáveis porque Deus, criador
perfeito, não introduziu nenhuma discórdia no
interior do homem.
08. (Ufu 2002) A Patrística, filosofia cristã dos primeiros
séculos, poderia ser definida como
a) retomada do pensamento de Platão, conforme os
modelos teológicos da época, estabelecendo estreita
relação entre filosofia e religião.
b) configuração de um novo horizonte filosófico,
proposto por Santo Agostinho, inspirado em Platão,
de modo a resgatar a importância das coisas
sensíveis, da materialidade.
c) adaptação do pensamento aristotélico, conforme os
moldes teológicos da época.
d) criação de uma escola filosófica, que visava
combater os ataques dos pagãos, rompendo com o
dualismo grego.
09. (Ufu 2001) Sobre a doutrina da iluminação divina
de Santo Agostinho, considere o conteúdo das
assertivas abaixo:
I. A iluminação divina dispensa o homem de ter
intelecto próprio.
34
FILOSOFIA 
II. A iluminação divina capacita o intelecto humano
para entender que há determinada ordem entre o
mundo criado e as realidades inteligíveis.
III. Agostinho nomeia as realidades inteligíveis de forma
pouco precisa como, por exemplo, ideia, forma,
espécie, regra ou razão e afirma, platonicamente,
que essas realidades já foram contempladas pela
alma.
IV. A iluminação divina exige que o homem tenha
intelecto próprio, a fim de pensar corretamente os
conteúdos da fé postos pela revelação.
Assinale a alternativa que contém somente as
afirmações corretas: 
a) II e III
b) I e III
c) II e IV
d) III e IV
10. (Ufu 2000) Na Idade Média, filósofos como
Anselmo de Cantuária e Guilherme de Champeaux
consideravam que o universal tinha realidade objetiva.
Entendiam o universal como res, como coisa comum a
outras coisas. Sobre a posição desses filósofos realistas,
é correto afirmar que
I. possuíam a influência platônica do Mundo das Ideias.
II. sustentaram a fé e a autoridade como critério de
verdade.
III. consideraram o individual mais real, porque
deslocaram o critério de verdade da fé e da
autoridade para a razão humana.
Assinale a alternativa correta. 
a) II
b) I e II
c) II e III
d) III
11. (Ufu 2000) A Patrística (séculos II ao V d.C.) é o
movimento intelectual dos primeiros padres da Igreja,
destinado a justificar a fé cristã, tendo em vista a
conversão dos pagãos. Sobre a Patrística pode-se
afirmar, com certeza:
I. assume criticamente elementos da filosofia platônica
na tentativa de melhor fundamentar a doutrina
cristã.
II. considera que as verdades da razão estão sempre
em contradição com as verdades reveladas por
Deus.
III. incorpora as teses da metafísica aristotélica para
fundar uma teologia estritamente racionalista.
IV. considera a razão como auxiliar da fé e a ela
subordinada, tal como expressa a frase de Sto.
Agostinho "creio porque entendo".
a) II e IV são corretas.
b) I e IV são corretas.
c) III e IV são corretas.
d) Apenas II é correta.
12. (Ufu 1999) A opinião (doxa, em grego), no
pensamento de Platão (427-347 a.C.) representa um
saber sem fundamentação metódica. É um saber que
possui sua origem
a) nos mitos religiosos, lendas e poemas da Grécia
arcaica.
b) nas impressões ou sensações advindas da
experiência sensível.
c) no discurso dos sofistas na época da democracia
ateniense.
d) num saber eclético, proveniente de algumas ideias
dos filósofos pré-socráticos.
13. (Ufu 1999) Para Santo Tomás de Aquino, um dos
princípios do conhecimento humano era o princípio da
causa eficiente. Esse princípio da causa eficiente exigia
que o ser contingente
a) não exigisse causa alguma.
b) fosse causado pelo intelecto humano.
c) fosse causado pelo ser necessário.
d) fosse causado por acidentes casuais.
e) fosse causado pelo nada.
14. (ENEM 2009 Reaplicado)
A Idade Média é um extenso período da História do
Ocidente cuja memória é construída e reconstruída
segundo as circunstâncias das épocas posteriores.
Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo
alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o
contexto histórico em que são produzidas do que
propriamente sobre o Medievo. Um exemplo acerca do
que está exposto no texto acima é
a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich
e o Sacro Império Romano Germânico.
b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes
nos documentos do Concílio Vaticano II.
c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid
inspirada por valores dos primeiros cristãos.
d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte,
que se justificava na amplitude de poderes que tivera
Carlos Magno.
e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi
afetada negativamente pelas produções
cinematográficas de Hollywood.
15. (ENEM 2014)
Sou uma pobre e velha mulher,
Muito ignorante, que nem sabe ler.
Mostraram-me na igreja da minha terra
Um Paraíso com harpas pintado
E o Inferno onde fervem almas danadas,
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.
35
FILOSOFIA 
VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: 
LTC, 1999. 
Os versos do poeta francês François Villon fazem 
referência às imagens nos templos católicos medievais. 
Nesse contexto, as imagens eram usadas com o 
objetivo de 
a) refinar o gosto dos cristãos.
b) incorporar ideais heréticos.
c) educar os fiéis através do olhar.
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos.
e) valorizar esteticamente os templos religiosos.
16. (Enem 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a
algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual
se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um
navio, que se move para diversos lados pelo impulso
dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino,
se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto;
ora,tem o homem um fim, para o qual se ordenam
toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os
homens de modos diversos em vista do fim, o que a
própria diversidade dos esforços e ações humanas
comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente
para o fim.
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei
do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino.
Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a
monarquia como o regime de governo capaz de 
a) refrear os movimentos religiosos contestatórios.
b) promover a atuação da sociedade civil na vida
política.
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem
comum.
d) reformar a religião por meio do retorno à tradição
helenística.
e) dissociar a relação política entre os poderes
temporal e espiritual.
17. (Enem 2018)
Desde que tenhamos compreendido o significado da
palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe.
Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal
ordem que não podemos conceber nada que lhe seja
maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento
é maior do que o que existe apenas no pensamento.
Donde se segue que o objeto designado pela palavra
“Deus”, que existe no pensamento, desde que se
entenda essa palavra, também existe na realidade. Por
conseguinte, a existência de Deus é evidente. 
TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro:
Loyola, 2002.
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de
Aquino caracterizada por 
a) reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
c) explicar as virtudes teologais pela demonstração.
d) flexibilizar a interpretação oficial dos textos
sagrados.
e) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.
18. (Enem 2018)
Não é verdade que estão ainda cheios de velhice
espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus
antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada
realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim
no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de
toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento,
uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca
antes criara, como pode haver verdadeira eternidade,
se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?” 
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural,
1984.
A questão da eternidade, tal como abordada pelo
autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s) 
a) essência da ética cristã.
b) natureza universal da tradição.
c) certezas inabaláveis da experiência.
d) abrangência da compreensão humana.
e) interpretações da realidade circundante.
FILOSOFIA MODERNA
TEXTO PARA AS PRÓXIMA 2 QUESTÕES: 
“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a 
ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser 
mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é 
um direito sagrado que serve de base a todos os 
outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre 
subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam 
homens isolados, quantos possam ser submetidos 
sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um 
senhor e escravos, de modo algum considerando-os um 
povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma 
agregação, mas não de uma associação; nela não existe 
bem público, nem corpo político.”
(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762].
São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.) 
1. (Unicamp 2012) No trecho apresentado, o autor
36
FILOSOFIA 
a) argumenta que um corpo político existe quando os
homens encontram-se associados em estado de
igualdade política.
b) reconhece os direitos sagrados como base para os
direitos políticos e sociais.
c) defende a necessidade de os homens se unirem em
agregações, em busca de seus direitos políticos.
d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que
obrigava multidões de homens a se submeterem a
um único senhor.
2. (Unicamp 2012) Sobre Do Contrato Social, publicado
em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:
a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo,
defende a necessidade de o Estado francês substituir
os impostos por contratos comerciais com os
cidadãos.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao
explicar o nascimento da sociedade pelo contrato
social e pregar a soberania do povo.
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar
a seu estado natural, para assim garantir a
sobrevivência da sociedade.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da
Independência Americana, chegou a ser proibido e
queimado em solo francês.
3. (Uel 2013) Leia o texto a seguir.
A questão não está mais em se um homem é honesto, 
mas se é inteligente. Não perguntamos se um livro é 
proveitoso, mas se está bem escrito. As recompensas 
são prodigalizadas ao engenho e ficam sem glórias as 
virtudes. Há mil prêmios para os belos discursos, 
nenhum para as belas ações.
(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre as ciências e as artes.
3.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.348. Coleção Os
Pensadores.)
O texto apresenta um dos argumentos de Rousseau à 
questão colocada em 1749, pela Academia de Dijon, 
sobre o seguinte problema: O restabelecimento das 
Ciências e das Artes terá contribuído para aprimorar os 
costumes?
Com base nas críticas de Rousseau à sociedade, 
assinale a alternativa correta.
a) As artes e as ciências geralmente floresceram em
sociedades que se encontravam em pleno vigor
moral, em que a honra era a principal preocupação
dos cidadãos.
b) A emancipação advém da posse e do consumo
exclusivo e diferenciado de bens de primeira linha,
uma vez que o luxo concede prestígio para quem o
possui.
c) Os envolvidos com as ciências e as artes adquirem,
com maior grau de eficiência, conhecimentos que
lhes permitem perceber a igualdade entre todos.
d) O amor-próprio é um sentimento positivo por meio
do qual o indivíduo é levado a agir moralmente e a
reconhecer a liberdade e o valor dos demais.
e) O objetivo das investigações era atingir celebridade,
pois os indivíduos estavam obcecados em exibir-se,
esquecendo-se do amor à verdade.
4. (Ufsj 2013) “A Filosofia a golpes de martelo” é o
subtítulo que Nietzsche dá à sua obra Crepúsculo dos
ídolos. Tais golpes são dirigidos, em particular, ao(s)
a) conceitos filosóficos e valores morais, pois eles são
os instrumentos eficientes para a compreensão e o
norteamento da humanidade.
b) existencialismo, ao anticristo, ao realismo ante a
sexualidade, ao materialismo, à abordagem
psicológica de artistas e pensadores, bem como ao
antigermanismo.
c) compositores do século XIX, como, por exemplo,
Wolfgang Amadeus Mozart, compositor de uma
ópera de nome “Crepúsculo dos deuses”, parodiada
no título.
d) conceitos de razão e moralidade preponderantes nas
doutrinas filosóficas dos vários pensadores que o
antecederam e seus compatriotas e/ou
contemporâneos Kant, Hegel e Schopenhauer.
5. (Ufpa 2013) “Desta guerra de todos os homens
contra todos os homens também isto é consequência:
que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal,
de justiça e injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não
há poder comum não há lei, e onde não há lei não há
injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas
virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem
parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se assim
fosse, poderiam existir num homem que estivesse
sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos
e paixões.”
HOBBES, Leviatã, São Paulo: Abril cultural, 1979, p. 77.
Quanto às justificativas de Hobbes sobre a justiça e a 
injustiça como não pertencentes às faculdades do 
corpo e do espírito, considere as afirmativas:
I. Justiça e injustiça são qualidades que pertencem aos
homens em sociedade, e não na solidão.
II. No estado de natureza, o homem é como um animal:
age por instinto, muito embora tenha a noção do
que é justo e injusto.
III. Só podemos falar em justiça e injustiça quando é
instituído o poder do Estado.
IV. O juiz responsável por aplicar a lei não decide em
conformidade com o poder soberano;ele favorece
os mais fortes.
37
FILOSOFIA 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV
6. (Ufpa 2013) Ao pensar como deve comportar-se um
príncipe com seus súditos, Maquiavel questiona as
concepções vigentes em sua época, segundo as quais
consideravam o bom governo depende das boas
qualidades morais dos homens que dirigem as
instituições. Para o autor, “um homem que quiser fazer
profissão de bondade é natural que se arruíne entre
tantos que são maus. Assim, é necessário a um
príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau
e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a
necessidade”.
Maquiavel, O Príncipe, São Paulo: Abril cultural, Os
Pensadores, 1973, p.69.
Sobre o pensamento de Maquiavel, a respeito do 
comportamento de um príncipe, é correto afirmar que 
a) a atitude do governante para com os governados
deve estar pautada em sólidos valores éticos,
devendo o príncipe punir aqueles que não agem
eticamente.
b) o Bem comum e a justiça não são os princípios
fundadores da política; esta, em função da finalidade
que lhe é própria e das dificuldades concretas de
realizá-la, não está relacionada com a ética.
c) o governante deve ser um modelo de virtude, e é
precisamente por saber como governar a si próprio
e não se deixar influenciar pelos maus que ele está
qualificado a governar os outros, isto é, a conduzi-los
à virtude.
d) o Bem supremo é o que norteia as ações do
governante, mesmo nas situações em que seus atos
pareçam maus.
e) a ética e a política são inseparáveis, pois o bem dos
indivíduos só é possível no âmbito de uma
comunidade política onde o governante age
conforme a virtude.
7. (Ufpa 2013) “Pode-se referir à consciência, à religião
e tudo o que se quiser como distinção entre os homens
e os animais; porém, esta distinção só começa quando
os homens iniciam a produção dos seus meios de vida
[...].
A forma como os indivíduos manifestam a sua vida
reflete muito exatamente o que são. O que são
coincide portanto com a sua produção, isto é, com
aquilo que produzem como com a forma como 
produzem.”
Marx, K. Ideologia Alemã, Lisboa: Editora Presença,
1980, p. 19.
Considerando que, segundo Marx, a maneira de ser do 
homem depende de alguns fatores, identifique, no 
conjunto de fatores listados abaixo, os que, na visão do 
citado filósofo, distinguem o ser humano:
I. os respectivos modos de produção.
II. a própria produção de sua vida material.
III. a forma de utilidade dos objetos produzidos em
sociedade.
IV. o estado de desenvolvimento de sua consciência
depende de sua história de vida.
V. a produção dos meios de subsistência tendo em vista
o bem comum da sociedade.
Os fatores estão corretamente identificados em: 
a) I e II
b) II e IV
c) III e IV
d) II e V
e) I, III e V
8. (Ufsj 2013) Thomas Hobbes afirma que “Lei Civil”,
para todo súdito, é
a) “construída por aquelas regras que o Estado lhe
impõe, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal
suficiente de sua vontade, para usar como critério
de distinção entre o bem e o mal”.
b) “a lei que o deixa livre para caminhar para qualquer
direção, pois há um conjunto de leis naturais que
estabelece os limites para uma vida em sociedade”.
c) “reguladora e protetora dos direitos humanos, e faz
intervenção na ordem social para legitimar as
relações externas da vida do homem em sociedade”.
d) “calcada na arbitrariedade individual, em que as
pessoas buscam entrar num Estado Civil, em
consonância com o direito natural, no qual ele – o
súdito – tem direito sobre a sua vida, a sua liberdade
e os seus bens”.
9. (Ufsm 2013) Sem leis e sem Estado, você poderia
fazer o que quisesse. Os outros também poderiam
fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de
natureza” descrito por Thomas Hobbes, que, vivendo
durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu
em primeira mão como esse cenário poderia ser
assustador. Sem uma autoridade soberana não pode
haver nenhuma segurança, nenhuma paz.
38
FILOSOFIA 
Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia.
Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
Considere as afirmações:
I. A argumentação hobbesiana em favor de uma
autoridade soberana, instituída por um pacto,
representa inequivocamente a defesa de um regime
político monarquista.
II. Dois dos grandes teóricos sobre o estado de
natureza”, Hobbes e Rousseau, partilham a
convicção de que o afeto predominante nesse
“estado” é o medo.
III. Um traço comum da filosofia política moderna é a
idealização de um pacto que estabeleceria a
passagem do estado de natureza para o estado de
sociedade.
Está(ão) correta(s) 
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
10. (Ufsj 2013) “A soberania é a alma do Estado, e uma
vez separada do corpo os membros deixam de receber
dela seu movimento”.
Esse fragmento representa o pensamento de 
a) Hume em sua memorável defesa dos valores do
Estado e da sua ligação direta com a sua “alma”,
tomada aqui por intransferível soberania.
b) Hume e a descrição da soberania na perspectiva do
sujeito em termos de impressões e ideias, que a
partir daí cria um Estado humanizado que dá
movimento às criações dos que nele estão inseridos.
c) Nietzsche, em sua mais sublime interpretação do
agón grego. Ao centro daquilo que ele propôs como
sendo a alma do Estado e onde a indagação sobre o
lugar da soberania, no permanente desafio da
necessária orquestração das paixões, se faz urgente.
d) Hobbes e o seu conceito clássico de soberania,
entendido como o princípio que dá vida e
movimento ao corpo inteiro do Estado, por sua vez
criado pelo artifício humano para a sua proteção e
segurança.
11. (Ufsj 2013) “Liberdade significa, em sentido
próprio, a ausência de oposição [...] e não se aplica
menos às criaturas irracionais e inanimadas do que às
racionais”.
Esse é um fragmento de texto colhido de 
a) David Hume.
b) Thomas Hobbes.
c) Friedrich Nietzsche.
d) Jean-Paul Sartre.
12. (Ufsm 2013) Os filósofos Ame Naess e George
Sessions propuseram, em 1984, diversos princípios
para uma ética ecológica profunda, entre os quais se
encontra o seguinte:
O bem-estar e o florescimento da vida humana e não 
humana na Terra têm valor em si mesmos. Esses 
valores são independentes da utilidade do mundo não 
humano para finalidades humanas.
Considere as seguintes afirmações:
I. A ética kantiana não se baseia no valor de utilidade
das ações.
II. “Valor intrínseco” é um sinônimo para “valor em si
mesmo”.
III. A ética utilitarista rejeita a concepção de que as
ações têm valor em si mesmas.
Está(ão) correta(s) 
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
13. (Ufsj 2013) Leia atentamente os fragmentos
abaixo.
I. “Também tem sido frequentemente ensinado que a
fé e a santidade não podem ser atingidas pelo estudo
e pela razão, mas sim por inspiração sobrenatural, ou
infusão, o que, uma vez aceita, não vejo por que
razão alguém deveria justificar a sua fé...”.
II. “O homem não é a consequência duma intenção
própria duma vontade, dum fim; com ele não se
fazem ensaios para obter-se um ideal de
humanidade; um ideal de felicidade ou um ideal de
moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim
qualquer”.
III. “(...) podemos estabelecer como máxima
indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa ou
moralmente boa, a menos que haja na natureza
humana algum motivo que a produza, distinto do
senso de sua moralidade”.
IV. “A má-fé é evidentemente uma mentira, porque
dissimula a total liberdade do compromisso. No
mesmo plano, direi que há também má-fé, escolho
declarar que certos valores existem antes de mim
(...).”
39
FILOSOFIA 
Os quatro fragmentos de texto acima são, 
respectivamente, atribuídos aos seguintes pensadores 
a) Nietzsche, Sartre, Hobbes, Hume.
b) Hobbes, Nietzsche, Hume, Sartre.
c) Hume, Nietzsche, Sartre, Hobbes.
d) Sartre, Hume, Hobbes, Nietzsche.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
14. (Uel 2013) Em 2012, o Vaticano permitiu o acesso
do público a vários documentos, entre eles o Sumário
do julgamentode Giordano Bruno e os Atos do
processo de Galileu. As teorias desses estudiosos,
juntamente com o Homem Vitruviano, são exemplos de
uma profunda transformação no modo de conceber e
explicar o conhecimento da natureza.
Com base nos conhecimentos sobre a investigação da
natureza no início da ciência moderna, particularmente
em Galileu, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às
afirmativas a seguir.
( ) A nova atitude de investigação rendeu-se ao poder
de convencimento argumentativo da Igreja, a 
ponto de o próprio Galileu, ao abjurar suas 
teses, ter se convencido dos equívocos da sua 
teoria.
( ) A observação dos fenômenos, a experimentação e 
a noção de regularidade matemática da 
natureza abalaram as concepções que 
fundamentavam a visão medieval de mundo.
( ) O abandono da especulação levou Galileu a adotar
pressupostos da filosofia de Aristóteles, pois 
esse pensador possuía uma concepção de 
experimentação similar à sua.
( ) O método de investigação da natureza restringia-
se àquilo que podia ser apreendido 
imediatamente pelos sentidos, uma vez que o 
que está além dos sentidos é mera especulação.
( ) Uma das razões mais fortes para a condenação de 
Galileu foi sua identificação da imperfeição dos 
corpos celestes, o que contrariava os dogmas 
da igreja.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, 
a sequência correta. 
a) V, V, V, F, F.
b) V, V, F, V, F.
c) V, F, V, F, V.
d) F, V, F, F, V.
e) F, F, V, F, V.
15. (Uff 2012) Galileu Galilei é considerado um dos
grandes nomes da história da ciência graças às suas
revolucionárias observações astronômicas por meio do
telescópio e aos seus estudos sobre
a) a economia política.
b) a composição da luz.
c) a anatomia humana.
d) o movimento dos corpos.
e) a circulação do sangue.
16. (Ufsj 2012) Sobre os ídolos preconizados por
Francis Bacon, é CORRETO afirmar que:
a) “A consequência imediata da ação dos ídolos é a
inscrição do Homem num universo de massacre e
sofrimento racional-indutivo, onde o conhecimento
científico se distancia da filosofia, se deteriora e se
amesquinha”.
b) “Toda idolatria é forjada no hábito e na
subjetividade humanos”.
c) “Os ídolos invadem a mente humana e para derrogá-
los, é necessário um esforço racional-dedutivo de
análise, como bem advertiu Aristóteles”.
d) “Os ídolos da caverna são os homens enquanto
indivíduos, pois cada um [...] tem uma caverna ou
uma cova que intercepta e corrompe a luz da
natureza”.
17. (Ufsj 2012) Ao analisar o cogito ergo sum – penso,
logo existo, de René Descartes, conclui-se que
a) o pensamento é algo mais certo que a própria
matéria corporal.
b) a subjetividade científica só pode ser pensada a
partir da aceitação de uma relação empírica fundada
em valores concretos.
c) o eu cartesiano é uma ideia emblemática e
representativa da ética que insurgia já no século XVI.
d) Descartes consegue infirmar todos os sistemas
científicos e filosóficos ao lançar a dúvida
sistemático-indutiva respaldada pelas ideias
iluministas e métodos incipientes da revolução
científica.
40
FILOSOFIA 
18. (Unimontes 2012) Como podemos conhecer? Eis 
uma questão central da investigação filosófica. Uma 
das respostas mais radicais foi formulada pelo filósofo 
francês René Descartes, que escreveu um texto que 
colaborou de maneira significativa para a ciência 
moderna. Marque a alternativa que indica a obra de 
René Descartes.
a) Manifesto do Partido Comunista.
b) Contrato Social.
c) Discurso do Método.
d) Paideia.
19. (Uff 2012) O filósofo francês René Descartes
escreveu o seguinte em seu Discurso do Método:
“Logo que adquiri algumas noções gerais relativas à 
Física, julguei que não podia mantê-las ocultas, sem 
pecar grandemente contra a lei que nos obriga a 
procurar o bem geral de todos os homens. Pois elas me
fizeram ver que é possível chegar a conhecimentos que 
sejam úteis à vida e assim nos tornar como que 
senhores e possuidores da natureza. O que é de 
desejar, não só para a invenção de uma infinidade de 
utensílios, que permitiriam gozar, sem qualquer custo, 
os frutos da terra e de todas as comodidades que nela 
se acham, mas principalmente também para a 
conservação da saúde, que é sem dúvida o primeiro 
bem e o fundamento de todos os outros bens desta 
vida.” 
Assinale a alternativa que resume o pensamento de 
Descartes. 
a) O conhecimento deve ser mantido oculto para evitar
que seja empregado para dominar a natureza.
b) O conhecimento da natureza satisfaz apenas ao
intelecto e não é capaz de alterar as condições da
vida humana.
c) Nosso intelecto é incapaz de conhecer a natureza.
d) Devemos buscar o conhecimento exclusivamente
pelo prazer de conhecer.
e) O conhecimento e o domínio da natureza devem ser
empregados para satisfazer as necessidades
humanas e aperfeiçoar nossa existência.
20. (Uncisal 2012) Um estudante, ao realizar pesquisas
no laboratório da faculdade, segue determinados
procedimentos que garantem a validade do seu
trabalho. As regras básicas que orientam a produção do
conhecimento cientifico são objetivas e universais,
sendo oriundas dos esforços de pensadores da
Modernidade. Como os modernos viviam em um
ambiente de ruptura e evolução, o estabelecimento de
uma metodologia segura que viabilizasse sua produção
científica era de suma importância. No tocante ao
pensamento moderno, assinale a opção que contradiz 
seus fundamentos. 
a) Humanismo, valorização da livre iniciativa e
originalidade do homem, ruptura com a tradição.
b) Individualismo, ceticismo e oposição entre o antigo e
o novo.
c) Ênfase na individualidade, valorização do novo,
profunda visão humanista.
d) Ratificação da autoridade institucional,
conservadorismo, manutenção do modelo
geocêntrico de cosmo.
e) Ceticismo, afirmação da linguagem matemática,
negação da ciência contemplativa antiga em prol de
uma ciência ativa.
21. (Uff 2012) Leonardo da Vinci (1452-1519), artista,
pensador e inventor, foi um dos responsáveis pelas
mudanças profundas da cultura europeia a partir do
Renascimento.
Para ele, os que se limitam a imitar o que outros
fizeram, em vez de aprender diretamente com a
natureza, “tornam-se netos e não filhos da natureza”.
Segundo ele, as ciências que “começam e terminam na
mente” não possuem a verdade, porque nos discursos
puramente mentais “não ocorre a experiência, sem a
qual nada oferece certeza de si mesmo.”
Considerando essas citações, marque a alternativa que 
melhor apresenta a concepção de Leonardo da Vinci 
sobre o conhecimento e a arte. 
a) Sábios são aqueles que se submetem aos
conhecimentos de seus antecessores.
b) A observação e a experiência diretas são
indispensáveis para o conhecimento da natureza.
c) A observação da natureza impede o trabalho da
mente.
d) A observação e a experiência diretas são necessárias
somente nas ciências aplicadas.
e) É prudente confiar apenas nos sábios que nos
antecederam.
22. (Uema 2012) Das alternativas abaixo, marque
aquela que apresenta o sentido de cultura elaborado
pelos humanistas no Renascimento do século XVI.
a) Cultura é a valorização do trabalho, pois se acredita
que pelo trabalho o homem não só aprimora suas
habilidades como também ganha dignidade.
b) Cultura é o cultivo do espírito no sentido de seguir
firmemente os ordenamentos de Deus aqui na terra
como necessário para a salvação da alma.
c) Cultura é o cultivo do espírito, exprimindo a ação de
desenvolver a capacidade intelectual e de aprimorar
as qualidades naturais dos homens.
d) Cultura seria associada à prática do lazer, do cultivo
às artes, à ciência e às letras.
41
FILOSOFIA 
e) Cultura seria o fazer humano por meio do qual o 
homem produz bens materiais e se autoproduz.
23. (Ueg 2012) David Hume nasceu na cidade de 
Edimburgo, em pleno Século das Luzes, denominação 
pela qual ficou conhecido o século XVIII. Para investigar 
a origem das ideias e como elas se formam, Hume 
parte, como a maioria dos filósofos empiristas, do 
cotidiano das pessoas. Do ponto de vista de um 
empirista,
a) não existem ideias inatas.
b) nãoexistem ideias abstratas.
c) não existem ideias a posteriori.
d) não existem ideias formadas pela experiência.
24. (Ufsj 2012) “Algumas criaturas vivas, como as
abelhas e as formigas, que vivem socialmente umas
com as outras [...] tendem para o benefício comum”.
Para Thomas Hobbes, essa tendência não ocorre entre 
os homens porque 
a) esses insetos, dentro da sua irracionalidade natural,
dão lições de conduta aos seres humanos; seja na
tarefa diária, seja na politização paradoxal do
modelo comunista difundido por Joseph Stalin e Karl
Marx.
b) as abelhas e as formigas têm a peculiaridade de
construir suas sociedades dentro de uma unidade
dinâmica e circular, que poderia ser bem definida
como um contrato social se elas fossem humanas.
Os seres humanos não atingiram tal estágio ainda.
c) estes estão constantemente envolvidos numa
competição pela honra e pela dignidade e se julgam
uns mais sábios que outros para exercer o poder
público, reformam e inovam, o que muitas vezes
leva o país à desordem e à guerra civil.
d) o motivo maior que guia a vida de tais criaturas é a
engrenagem da soberania da vontade de criar, da
vontade de poder, retomada por Nietzsche e pelo
existencialismo.
25. (Uncisal 2012) Contrapondo ceticismo e
dogmatismo, o criticismo se apresenta como única
saída para se repensar às questões pertinentes à
metafísica. O criticismo denomina a filosofia de
a) Hume.
b) Hegel.
c) Kant.
d) Marx.
e) Rousseau.
26. (Ufsj 2012) Com relação aos quatro grandes erros
para Nietzsche, é CORRETO afirmar que eles
representam
a) a força moral instintiva, portanto, natural, da qual se
investe toda a cultura e que promove toda a
efervescência positiva e ideal no espírito humano.
b) erros que corrompem a razão, a ponto de incutirem
nos homens o espírito servil imerso numa realidade
distorcida e opressora que não permite a esses
homens a emancipação de seus atos.
c) a demasiada humanidade revestida de substancial
fortaleza embutida no espírito por meio da vontade
como instinto e valorização de toda a cultura.
d) a necessidade humana demasiada humana de buscar
a superação de todas as anomalias morais e fixar-se
num lugar onde a felicidade seja possível e
comungue com a própria virtude do bom e do bem.
27. (Ufsj 2012) O que motivou a crítica de Nietzsche à
cultura ocidental a partir de Sócrates foi
a) a atitude niilista de Sócrates de recusar a vida e
optar por ingerir a letal dose de cicuta.
b) a busca e aferição da verdade por meio de um
método que Sócrates denominou de maiêutica.
c) o fato de Sócrates ter negado a intuição criadora da
filosofia anterior, pré-socrática.
d) a total falta de vinculação da filosofia socrática aos
preceitos básicos de uma lógica possível, o que o
tornava obscuro.
28. (Ufsj 2012) Nietzsche identificou os deuses gregos
Apolo e Dionísio, respectivamente, como
a) complexidade e ingenuidade: extremos de um
mesmo segmento moral, no qual se inserem as
paixões humanas.
b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência
humana.
c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de
intervenção e subversão de toda moral humana.
d) razão e desordem: dimensões complementares da
realidade.
29. (Unicentro 2012) “Na produção social de sua
existência, os homens estabelecem relações
determinadas, necessárias, independentes da sua
vontade, relações de produção que correspondem a
um determinado grau de desenvolvimento das forças
produtivas materiais.”
IN: Karl Marx, Contribuição à crítica da economia
política. São Paulo: Martins Fontes, 1977, p. 23. APUD:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria
Helena Pires. Filosofando – introdução à Filosofia. São
Paulo: Moderna, 4. ed., 2009.
A partir da análise desse fragmento de texto, é correto 
afirmar: 
a) A existência para Marx se reduz à transcendência.
42
FILOSOFIA 
b) O pensamento marxista pode ser denominado de
materialista mecanicista.
c) As relações de produção para Marx determinam a
produção social da existência.
d) As forças produtivas materiais não têm importância
para o pensamento marxista.
e) O conceito de relações de produção, em Marx, está
restrito às classes dominantes.
30. (Unicentro 2012) Sobre o positivismo, é correto
afirmar que é uma doutrina
a) do século II a.C.
b) que acolhe os postulados socráticos.
c) que privilegia o estudo metafísico da natureza.
d) que não decorreu do desenvolvimento das ciências
modernas.
e) nascida no ambiente cientificista nos finais do século
XVIII e início do século XIX.
31. (Upe 2012) A Idade Moderna se caracterizou, no
plano filosófico-cultural, por um projeto iluminista:
tudo o que se faz é feito com a convicção de que as
luzes da razão natural iluminam os homens, eliminando
as trevas da ignorância.
(SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia, 1994, p. 61).
Coloque V nas afirmativas verdadeiras e F nas falsas 
referentes ao Projeto Iluminista e à Filosofia Moderna.
( ) A expressão ‘as luzes’ foi preparada nos séculos 
anteriores com o racionalismo cartesiano, a 
revolução científica, o processo de laicização da
política e da moral.
( ) Tomaremos como Idade Moderna o período que 
se inicia com o Renascimento e vai até a 
primeira década do século XIX. Esse foi um 
período de conflitos intelectuais, intenso 
movimento artístico e muitas crises.
( ) A filosofia moderna se caracterizou pela 
preocupação com as questões do conhecer, 
capazes de produzir a nova ciência, ou seja, 
recursos que pudessem proporcionar a 
passagem da especulação metafísica para as 
explicações experimentais.
( ) O empirismo é, juntamente com o racionalismo, 
uma das grandes correntes formadoras da 
filosofia moderna.
( ) A filosofia moderna desenvolve uma visão 
metafísica do mundo e do homem, com base na
nova perspectiva de abordagem do real: o 
modo metafísico de pensar, sem dúvida, é o 
primeiro fruto do projeto iluminista da 
Modernidade.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência 
correta. 
a) V, F, V, V, V.
b) V, V, V, V, F.
c) F, V, V, F, F.
d) F, F, V, F, V.
e) V, V, V, F, V.
32. (Uncisal 2012) Observe o trecho da música
“Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho, e perceba que
sua análise pode nos levar a discutir o conceito de
alienação.
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonha com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela...
Espera nova possibilidade
De ver este mundo se acabar
A Arca de Noé, o dirigível
Não voam nem se pode flutuar
Seguindo o pensamento de Karl Marx, veremos que a 
alienação se dá em uma situação determinada que gera
toda uma gama de desdobramentos e consequências. 
Tal situação ocorre na esfera 
a) religiosa, por meio das concepções escatológicas.
b) cientifica, com a ampliação do conhecimento.
c) política, por meio da organização partidária.
d) cultural, com o avanço da cultura de massa.
e) produtiva, a partir das relações de produção.
33. (Enem 2012) Esclarecimento é a saída do homem
de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A
menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu
entendimento sem a direção de outro indivíduo. O
homem é o próprio culpado dessa menoridade se a
causa dela não se encontra na falta de entendimento,
mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si
mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de
fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do
esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas
pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois
que a natureza de há muito os libertou de uma
condição estranha, continuem, no entanto, de bom
grado menores durante toda a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?
Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).
Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, 
fundamental para a compreensão do contexto 
filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido 
empregado por Kant, representa 
a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional
como expressão da maioridade.
43
FILOSOFIA 
b) o exercício da racionalidade como pressuposto
menor diante das verdades eternas.
c) a imposição de verdadesmatemáticas, com caráter
objetivo, de forma heterônoma.
d) a compreensão de verdades religiosas que libertam
o homem da falta de entendimento.
e) a emancipação da subjetividade humana de
ideologias produzidas pela própria razão.
34. (Unioeste 2012) “Como toda lei prática representa
uma ação possível como boa e por isso como
necessária para um sujeito praticamente determinável
pela razão, todos os imperativos são fórmulas da
determinação da ação que é necessária segundo o
princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No
caso da ação ser apenas boa como meio para qualquer
outra coisa, o imperativo é hipotético; se a ação é
representada como boa em si, por conseguinte, como
necessária numa vontade em si conforme à razão como
princípio dessa vontade, então o imperativo é
categórico”.
Kant
Considerando o pensamento ético de Kant e o texto 
acima, é correto afirmar que 
a) o imperativo hipotético representa a necessidade
prática de uma ação como subjetivamente
necessária para um ser determinável pelas
inclinações.
b) o imperativo categórico representa a necessidade
prática de uma ação como meio para se atingir um
fim possível ou real.
c) os imperativos (hipotético e categórico) são fórmulas
de determinação necessária, segundo o princípio de
uma vontade que é boa em si mesma.
d) o imperativo categórico representa a ação como boa
em si mesma e como necessária para uma vontade
em si conforme a razão.
e) o imperativo hipotético declara a ação como
objetivamente necessária independentemente de
qualquer intenção ou finalidade da ação.
35. (Ufu 2012) O texto abaixo comenta alguns
aspectos da reflexão de Immanuel Kant sobre a ética.
E por que realizamos atos contrários ao dever e, 
portanto, contrários à razão? Kant dirá que é porque 
nossa vontade é também afetada pelas inclinações, 
que são os desejos, as paixões, os medos, e não apenas
pela razão. Por isso afirma que devemos educar a 
vontade para alcançar a boa vontade, que seria aquela 
guiada unicamente pela razão.
COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de Filosofia.
São Paulo: Saraiva, 2010. p. 301.
Sobre a reflexão ética de Kant, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
a) A ação por dever é aquela que exclui todas as
determinações advindas da sensibilidade, como os
desejos, as paixões e os medos.
b) A ação por dever está fundada na autonomia, ou
seja, na capacidade que todo homem tem de
escolher as regras que sua própria razão construiu.
c) A ação por dever é uma expressão da boa vontade,
na medida em que exige que a mesma regra,
escolhida para um certo caso, possa ser utilizada por
todos os agentes racionais.
d) A ação por dever é aquela que reflete um meio
termo ou um equilíbrio entre as determinações das
inclinações e as determinações da razão.
36. (Ufu 2012) [...] a condição dos homens fora da
sociedade civil (condição esta que podemos
adequadamente chamar de estado de natureza) nada
mais é do que uma simples guerra de todos contra
todos na qual todos os homens têm igual direito a
todas as coisas; [...].
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. Campinas: Martins
Fontes, 1992.
De acordo com o trecho acima e com o pensamento de 
Hobbes, assinale a alternativa correta. 
a) Segundo Hobbes, o estado de natureza se confunde
com o estado de guerra, pois ambos são uma
condição original da existência humana.
b) Para Hobbes, o direito dos homens a todas as coisas
está desvinculado da guerra de todos contra todos.
c) Segundo Hobbes, é necessário que a condição
humana seja analisada sempre como se os homens
vivessem em sociedade.
d) Segundo Hobbes, não há vínculo entre o estado de
natureza e a sociedade civil.
37. (Unioeste 2012) “Se o homem no estado de
natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor
absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior
e a ninguém sujeito, porque abrirá ele mão dessa
liberdade, porque abandonará o seu império e sujeitar-
se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder?
Ao que é óbvio responder que, embora no estado de
natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito
incerta e está constantemente exposta à invasão de
terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele,
todo homem igual a ele, e na maior parte pouco
observadores da equidade e da justiça, a fruição da
propriedade que possui nesse estado é muito insegura,
muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a
abandonar uma condição que, embora livre, está cheia
de temores e perigos constantes; e não é sem razão
que procura de boa vontade juntar-se em sociedade
44
FILOSOFIA 
com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, 
para a mútua conservação da vida, da propriedade e 
dos bens a que chamo de 'propriedade'”.
Locke
Sobre o pensamento político de Locke e o texto acima, 
seguem as seguintes afirmativas:
I. No estado de natureza, os homens usufruem
plenamente, e com absoluta segurança, os direitos
naturais.
II. O objetivo principal da união dos homens em
comunidade, colocando-se sob governo, é a
preservação da “propriedade”.
III. No estado de natureza, falta uma lei estabelecida,
firmada, conhecida, recebida e aceita mediante
consentimento, como padrão do justo e injusto e
medida comum para resolver quaisquer
controvérsias entre os homens.
IV. Os homens entram em sociedade, abandonando a
igualdade, a liberdade e o poder executivo que
tinham no estado de natureza, apenas com a
intenção de melhor preservar a propriedade.
V. No estado de natureza, há um juiz conhecido e
imparcial para resolver quaisquer controvérsias
entre os homens, de acordo com a lei estabelecida.
Das afirmativas feitas acima 
a) somente a afirmação I está correta.
b) as afirmações I e III estão corretas.
c) as afirmações II e V estão corretas.
d) as afirmações IV e V estão corretas.
e) as afirmações II, III e IV estão corretas.
38. (Ufu 2012) Para bem compreender o poder político
e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que
estado todos os homens se acham naturalmente,
sendo este um estado de perfeita liberdade para
ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e as
pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos
limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou
depender da vontade de qualquer outro homem.
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São
Paulo: Abril Cultural, 1978.
A partir da leitura do texto acima e de acordo com o 
pensamento político do autor, assinale a alternativa 
correta. 
a) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde
com o estado de servidão.
b) Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas
independe da conveniência de cada um.
c) Segundo Locke, a origem do poder político depende
do estado de natureza.
d) Segundo Locke, a existência de permissão para agir é
compatível com o estado de natureza.
39. (Enem 2012) Não ignoro a opinião antiga e muito
difundida de que o que acontece no mundo é decidido
por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em
nossos dias, devido às grandes transformações
ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais
escapam à conjectura humana. Não obstante, para não
ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se
pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos
atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre
a outra metade.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979
(adaptado).
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do 
poder em seu tempo. No trecho citado, o autor 
demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e 
o humanismo renascentista ao
a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos
definidores do seu tempo.
b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos
políticos.
c) afirmar a confiança na razão autônoma como
fundamento da ação humana.
d) romper com a tradição que valorizava o passado
como fonte de aprendizagem. 
e) redefinir a ação política com base na unidade entre
fé e razão.
40. (Uff 2012) O filósofo inglês John Locke (1632-1704)
é um dos fundadores da concepção liberal da vida
política. Em sua defesa da liberdade como um atributo
que o homem possui desde que nasce, ele diz: “Para
compreendercorretamente o que é o poder político e
derivá-lo a partir de sua origem, devemos considerar
qual é a condição em que todos os homens se
encontram segundo a natureza. E esta condição é a de
completa liberdade para poder decidir suas ações e
dispor de seus bens e pessoas do modo que quiserem,
respeitados os limites das leis naturais, sem precisar
solicitar a permissão ou de depender da vontade de
qualquer outro ser humano.”
Assinale o documento histórico que foi diretamente 
influenciado pelo pensamento de Locke. 
a) O livro “O que é a propriedade?”, de Proudhon
(1840)
b) O “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Frederico
Engels (1848)
c) A “Concordata” estabelecida entre Napoleão e o
Vaticano (1801)
d) A declaração da “Doutrina Monroe” (1823)
45
FILOSOFIA 
e) A “Declaração de Independência” dos Estados
Unidos (1776)
41. (Uff 2012) De acordo com o filósofo iluminista
Montesquieu, no livro clássico O Espírito das Leis,
quando as mesmas pessoas concentram o poder de
legislar, de executar e de julgar, instaura-se o
despotismo, pois, para que os cidadãos estejam livres
do abuso de poder, é preciso que “o poder freie o
poder”.
Identifique a sentença que melhor resume esse 
pensamento de Montesquieu. 
a) Para que a sociedade seja bem governada é
necessário que uma só pessoa disponha do poder de
legislar, agir e julgar.
b) A separação dos poderes enfraquece o Estado e
toma a sociedade vulnerável aos ataques de seus
inimigos.
c) A separação e independência entre os poderes é
uma das condições fundamentais para que os
cidadãos possam exercer sua liberdade.
d) A sociedade melhor organizada é aquela em que o
executivo goza de poder absoluto.
e) As mesmas pessoas podem concentrar o poder,
desde que sejam bem intencionadas.
42. (Enem 2012) É verdade que nas democracias o
povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política
não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em
mente o que é independência e o que é liberdade. A
liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis
permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que
elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os
outros também teriam tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora
Nova Cultural, 1997 (adaptado).
A característica de democracia ressaltada por 
Montesquieu diz respeito 
a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao
tomar as decisões por si mesmo.
b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à
conformidade às leis.
c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e,
nesse caso, livre da submissão às leis.
d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é
proibido, desde que ciente das consequências.
e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo
com seus valores pessoais.
43. (Ufsj 2012) Sobre a questão do conhecimento na
filosofia kantiana, é CORRETO afirmar que
a) o ato de conhecer se distingue em duas formas
básicas: conhecimento empírico e conhecimento
puro.
b) para conhecer, é preciso se lançar ao exercício do
pensar conceitos concretos.
c) as formas distintas de conhecimento, descritas na
obra Critica da razão pura, são denominadas,
respectivamente, juízo universal e juízo necessário e
suficiente.
d) o registro mais contundente acerca do
conhecimento se faz a partir da distinção de dois
juízos, a saber: juízo analítico e juízo sintético ou
juízo de elucidação.
44. (Enem 2012)
TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram 
enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente
em quem já nos enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril
Cultural, 1979.
TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma
ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado,
precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva 
esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe 
qualquer impressão sensorial, isso servirá para 
confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São
Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a 
natureza do conhecimento humano. A comparação dos
excertos permite assumir que Descartes e Hume 
a) defendem os sentidos como critério originário para
considerar um conhecimento legítimo.
b) entendem que é desnecessário suspeitar do
significado de uma ideia na reflexão filosófica e
crítica.
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à
gênese do conhecimento. 
d) concordam que conhecimento humano é impossível
em relação às ideias e aos sentidos.
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no
processo de obtenção do conhecimento.
45. (Ufu 2012) O texto abaixo comenta a correlação
entre ideias e impressões em David Hume.
Em contrapartida, vemos que qualquer impressão, da 
mente ou do corpo, é constantemente seguida por uma
ideia que a ela se assemelha, e da qual difere apenas 
nos graus de força e vividez. A conjunção constante de 
nossas percepções semelhantes é uma prova 
convincente de que umas são as causas das outras; [...].
46
FILOSOFIA 
HUME, D. Tratado da natureza humana. São Paulo:
Editora da Unesp/Imprensa Oficial do Estado, 2001. p.
29.
Assinale a alternativa que, de acordo com Hume, indica
corretamente o modo como a mente adquire as 
percepções denominadas ideias. 
a) Todas as nossas ideias são formas a priori da mente
e, mediante essas ideias, organizamos as respectivas
impressões na experiência.
b) Todas as nossas ideias advêm das nossas
experiências e são cópias das nossas impressões, as
quais sempre antecedem nossas ideias.
c) Todas as nossas ideias são cópias de percepções
inteligíveis, que adquirimos através de uma
experiência metafísica, que transcende toda a
realidade empírica.
d) Todas as nossas ideias já existem de forma inata, e
são apenas preenchidas pelas impressões, no
momento em que temos algum contato com a
experiência.
46. (Ufsj 2012) Os termos “impressões” e “ideias”,
para David Hume, são, respectivamente, por ele
definidos como
a) “nossas percepções mais fortes, tais como nossas
sensações, afetos e sentimentos; percepções mais
fracas ou cópias daquelas na memória e
imaginação”.
b) “aquilo que se imprime à memória e nos permite
ativar a imaginação; lampejos inéditos sobre o
objeto e sua natureza”.
c) “o que fica impresso na memória
independentemente da força: ação de criar a partir
do dado sensorial”.
d) “vaga noção do sensível; raciocínio com força de lei
que legitima a natureza no âmbito da razão”.
47. (Ufsj 2012) Ao investigar as origens das ideias,
diversos filósofos fizeram interferências importantes no
pensamento filosófico da humanidade. Dentre eles,
destaca-se o pensamento de John Locke. Assinale a
alternativa que expressa as origens das ideias para John
Locke.
a) “Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento
começa com a experiência [...] mas embora todo o
nosso conhecimento comece com a experiência,
nem por isso todo ele pode ser atribuído a esta, mas
à imaginação e à ideia.”
b) “O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é
uma substância que pensa? É uma coisa que duvida,
que concebe, que afirma, que nega, que quer, que
não quer, que imagina e que sente, uma ideia em
movimento.
c) “Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias,
por mais complexos e sublimes que sejam, sempre
descobrimos que se resolvem em ideias simples que
são cópias de uma sensação ou sentimento anterior,
calcado nas paixões.” 
d) “Afirmo que essas duas, a saber, as coisas materiais
externas, como objeto da sensação, e as operações
de nossas próprias mentes, como objeto da reflexão,
são, a meu ver, os únicos dados originais dos quais
as ideias derivam.”
48. (Unioeste 2012) “Ele [o Universo] está escrito em
língua matemática, os caracteres são triângulos,
circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos
meios é impossível entender humanamente as
palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um
obscuro labirinto. […] que nos corpos externos, para
excitar em nós os sabores, os cheiros e os sons, seja
necessário mais que as grandezas, figuras e
multiplicidades de movimentosvagarosos ou rápidos,
eu não acredito; acho que, tirando os ouvidos, as
línguas e os narizes, permanecem os números, as
figuras e os movimentos, mas não os cheiros, nem os
sabores, nem os sons, que, fora do animal vivente,
acredito que sejam só nomes, como nada mais é que
nome a cócega, tiradas as axilas e a pele ao redor do
nariz”.
Galileu
Considerando o texto acima, é INCORRETO afirmar que 
a) Galileu distingue dois tipos de qualidades das coisas:
as qualidades que pertencem às próprias coisas e as
qualidades que dependem dos nossos sentidos.
b) os cheiros, os sabores e os sons existem
independentemente de nós, pois são produzidos em
nossos sentidos pelas propriedades matemáticas das
coisas.
c) o verdadeiro conhecimento das coisas depende das
propriedades matemáticas e não das qualidades
secundárias produzidas por nossos sentidos.
d) as qualidades secundárias, tais como determinado
cheiro, cor ou som, não nos dizem a verdadeira
natureza das coisas.
e) as propriedades matemáticas (figura, números e
movimentos) devem ser os objetos de um
conhecimento verdadeiro.
49. (Ufu 2012) O botão desaparece no desabrochar da
flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo
modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da
planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor:
essas formas não só se distinguem, mas também se
repelem como incompatíveis entre si [...].
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis:
Vozes, 1988.
47
FILOSOFIA 
Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto 
acima, assinale a alternativa correta segundo a filosofia 
de Hegel. 
a) A essência do real é a contradição sem interrupção
ou o choque permanente dos contrários.
b) As contradições são momentos da unidade orgânica,
na qual, longe de se contradizerem, todos são
igualmente necessários.
c) O universo social é o dos conflitos e das guerras sem
fim, não havendo, por isso, a possibilidade de uma
vida ética.
d) Hegel combateu a concepção cristã da história ao
destituí-la de qualquer finalidade benevolente.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
50. (Uel 2012) A figura do homem que triunfa sobre a natureza bruta (Fig. 5) é significativa para se pensar a filosofia de
Francis Bacon (1561-1626). Com base no pensamento de Bacon, considere as afirmativas a seguir.
I. O homem deve agir como intérprete da natureza para melhor conhecê-la e dominá-la em seu benefício.
II. O acesso ao conhecimento sobre a natureza depende da experiência guiada por método indutivo.
III. O verdadeiro pesquisador da natureza é um homem que parte de proposições gerais para, na sequência e à luz
destas, clarificar as premissas menores.
IV. Os homens de experimentos processam as informações à luz de preceitos dados a priori pela razão.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto I
O desenvolvimento não é um mecanismo cego que age por si. O padrão de progresso dominante descreve a trajetória 
da sociedade contemporânea em busca dos fins tidos como desejáveis, fins que os modelos de produção e de consumo 
expressam. É preciso, portanto, rediscutir os sentidos. Nos marcos do que se entende predominantemente por 
desenvolvimento, aceita-se rever as quantidades (menos energia, menos água, mais eficiência, mais tecnologia), mas 
pouco as qualidades: que desenvolvimento, para que e para quem?
(LEROY, Jean Pierre. Encruzilhadas do Desenvolvimento. O Impacto sobre o meio ambiente. Le Monde Diplomatique
Brasil. jul. 2008, p.9.) 
51. (Uel 2012) Tendo como referência a relação entre desenvolvimento e progresso presente no texto, é correto
afirmar que, em Kant, tal relação, contida no conceito de Aufklärung (Esclarecimento), expressa:
a) A tematização do desenvolvimento sob a égide da lógica de produção capitalista.
48
FILOSOFIA 
b) A segmentação do desenvolvimento tecnocientífico nas diversas especialidades.
c) A ampliação do uso público da razão para que se desenvolvam sujeitos autônomos.
d) O desenvolvimento que se alcança no âmbito técnico e material das sociedades.
e) O desenvolvimento dos pressupostos científicos na resolução dos problemas da filosofia prática.
52. (Ufu 2011) Na obra Discurso sobre o método, René
Descartes propôs um novo método de investigação
baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na
geometria: evidência, análise, síntese, controle.
Assinale a alternativa que contenha corretamente a 
descrição das regras de análise e síntese. 
a) A regra da análise orienta a enumerar todos os
elementos analisados; a regra da síntese orienta
decompor o problema em seus elementos últimos,
ou mais simples.
b) A regra da análise orienta a decompor cada
problema em seus elementos últimos ou mais
simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos
mais simples aos mais complexos.
c) A regra da análise orienta a remontar dos objetos
mais simples até os mais complexos; a regra da
síntese orienta prosseguir dos objetos mais
complexos aos mais simples.
d) A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro
apenas aquilo que é evidente; a regra da análise
orienta descartar o que é evidente e só orientar-se,
firmemente, pela opinião.
53. (Unioeste 2011) Considerando-se as primeiras
linhas das Meditações sobre a filosofia primeira de
René Descartes:
“Há já algum tempo dei-me conta de que, desde meus 
primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões por 
verdadeiras e de que aquilo que depois eu fundei sobre
princípios tão mal assegurados devia ser apenas muito 
duvidoso e incerto; de modo que era preciso tentar 
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de 
todas as opiniões que recebera até então em minha 
crença e começar tudo novamente desde os 
fundamentos, se eu quisesse estabelecer alguma coisa 
de firme e de constante nas ciências. (...) Agora, pois, 
que meu espírito está livre de todas as preocupações e 
que obtive um repouso seguro numa solidão tranquila, 
aplicar-me-ei seriamente e com liberdade a destruir em
geral todas as minhas antigas opiniões”
É correto afirmar sobre a teoria do conhecimento 
cartesiana que 
a) Descartes não utiliza um método ou uma estratégia
para estabelecer algo de firme e certo no
conhecimento, já que suas opiniões antigas eram
incertas.
b) Descartes considera que não é possível encontrar
algo de firme e certo nas ciências, pois até então
esse objetivo não foi atingido.
c) Descartes, ao rejeitar o que a tradição filosófica
considerou como conhecimento, busca fundamentar
nos sentidos uma base segura para as ciências.
d) ao investigar uma base firme e indestrutível para o
conhecimento, Descartes inicia rejeitando suas
antigas opiniões e utiliza o método da dúvida até
encontrar algo de firme e certo.
e) Descartes necessitou de solidão para investigar as
suas antigas opiniões e encontrar entre elas aquela
que seria o verdadeiro fundamento do
conhecimento.
54. (Uel 2011) O principal problema de Descartes pode
ser formulado do seguinte modo: “Como poderemos
garantir que o nosso conhecimento é absolutamente
seguro?” Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao
contrário do cético, não permanece nela. Na Meditação
Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem
puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu nada
seja enquanto eu pensar que sou algo; ou que algum
dia seja verdade eu não tenha jamais existido, sendo
verdade agora que eu existo [...]”
(DESCARTES. René. “Meditações Metafísicas”.
Meditação Terceira, São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.
182. Coleção Os Pensadores.)
Com base no enunciado e considerando o itinerário 
seguido por Descartes para fundamentar o 
conhecimento, é correto afirmar: 
a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser
discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que
ambos são falhos e limitados, portanto o
conhecimento seguro detém-se nas opiniões quese
apresentam certas e indubitáveis.
b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida
apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito
como às próprias coisas que são percebidas de
acordo com as circunstâncias em que ocorrem os
fenômenos observados.
c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência
do conhecimento, uma vez que somente as coisas
percebidas por meio da experiência sensível
possuem existência real.
d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões
que se pode observar no debate perpétuo e
49
FILOSOFIA 
universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a 
existência de Deus a única certeza que se pode 
alcançar. 
e) A condição necessária para alcançar o conhecimento
seguro consiste em submetê-lo sistematicamente a
todas as possibilidades de erro, de modo que ele
resista à dúvida mais obstinada.
55. (Uncisal 2011) Um movimento intelectual que
influenciou fortemente o surgimento da filosofia
moderna foi a Revolução Científica, ocorrida entre os
séculos XIV e XVII. Algumas de suas características mais
marcantes foram a substituição da concepção
geocêntrica do cosmos pela concepção heliocêntrica, a
valorização da experimentação, a articulação entre
saberes teóricos e realizações práticas e a contestação
de dogmatismos religiosos. Portanto, sobre a
Revolução Científica, pode-se afirmar que
a) foi um movimento intelectual sem repercussões no
campo filosófico.
b) uma de suas consequências marcantes foi a
formulação de um modelo cósmico para o qual o sol
seria o centro do universo.
c) caracterizou-se pela divulgação da tese geocêntrica.
d) consagrou a concepção segundo a qual a natureza
seria um âmbito sagrado e não passível de
conhecimento e dominação pelos homens.
e) foi um movimento intelectual que ocorreu em
harmonia com as instituições e dogmas religiosos.
56. (Unioeste 2011) “A natureza fez os homens tão
iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito que,
embora por vezes se encontre um homem
manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito
mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se
considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um
e outro não é suficientemente considerável para que
qualquer um possa com base nela reclamar qualquer
benefício a que outro não possa também aspirar, tal
como ele. (...) Desta igualdade quanto à capacidade
deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos
nossos fins. Portanto, se dois homens desejam a
mesma coisa, ao mesmo tempo (...) esforçam-se por se
destruir ou subjugar um ao outro. (...) Com isto se torna
manifesto que, durante o tempo em que os homens
vivem sem um poder comum capaz de manter a todos
em respeito, eles se encontram naquela condição a que
se chama de guerra; e uma guerra que é de todos os
homens contra todos os homens”.
Hobbes.
Com base no texto citado, seguem as seguintes 
afirmativas:
I. Os homens, por natureza, são absolutamente iguais,
tanto no exercício de suas capacidades físicas, quanto
no exercício de suas faculdades espirituais.
II. Sendo os homens, por natureza, “tão iguais, quanto
às faculdades do corpo e do espírito” é razoável que
cada um ataque o outro, quer seja para destruí-lo,
quer seja para proteger-se de um possível ataque.
III. Na inexistência de um “poder comum” que
“mantenha a todos em respeito”, a atitude mais
racional é a de manter a paz e a concórdia na
“esperança” de que todos e cada um atinjam seus
fins.
IV. A condição dos homens que vivem sem um poder
comum é de guerra generalizada, de todos contra
todos.
V. O homem, por natureza, vive em sociedade e nela
desenvolve suas potencialidades, mantendo
relações sociais harmônicas e pacíficas.
Assinale a alternativa correta. 
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e V estão corretas.
d) Apenas II e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
57. (Uenp 2011) “Porque as leis de natureza (como a
justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em
resumo, fazer aos outros o que queremos que nos
façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum
poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são
contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem
tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e
coisas semelhantes. E os pactos sem a espada não
passam de palavras, sem força para dar qualquer
segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis de
natureza (que cada um respeita quando tem vontade
de respeitá-las e quando pode fazê-lo com segurança),
se não for instituído um poder suficientemente grande
para nossa segurança, cada um confiará, e poderá
legitimamente confiar, apenas em sua própria força e
capacidade, como proteção contra todos os outros.”
MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria,
forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. 
Sobre o pensamento de Hobbes, assinale a alternativa 
incorreta: 
a) O contrato social que dá origem ao Estado só é
obedecido pela força e pelo temor.
b) Os homens, na sua condição natural, observam
apenas as suas paixões naturais.
c) O contrato social que dá origem ao Estado pode ser
desfeito quando o soberano desrespeita os direitos
dos súditos e age de forma parcial, visando a seus
próprios interesses.
50
FILOSOFIA 
d) A concepção de homem natural de Hobbes é
marcada por um profundo pessimismo
antropológico.
e) A filosofia política hobbesiana é atomista.
58. (Uenp 2011) “O homem nasce livre, e por toda a
parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos
demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (...).
A ordem social é um direito sagrado que serve de base
a todos os outros. Tal direito [ordem social], no
entanto, não se origina da natureza: funda-se,
portanto, em convenções.”
ROUSSEAU, J.J. Contrato Social. Coleção Os pensadores.
São Paulo: Abril Cultural. 
Analise as afirmativas sobre o pensamento de 
Rousseau
I. O homem natural é bom, o isolamento propiciado
pelo estado de natureza favorece o desenvolvimento
e o exercício de qualidades positivas, como o amor
de si mesmo e a piedade.
II. A ordem social é natural e deriva da natureza
gregária do ser humano.
III. O estado se origina com o objetivo de impedir que
os homens retornem ao estado de guerra
generalizado.
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é(são): 
a) apenas a I.
b) apenas a II.
c) apenas a III.
d) apenas a IV.
e) todas.
59. (Uncisal 2011) No século XVIII, ocorreu na Europa
um movimento filosófico denominado Iluminismo, que
se caracterizou pela confiança no poder da razão para a
resolução dos problemas sociais. Alguns filósofos
iluministas eram céticos e materialistas, e por isso
opunham-se à tradição representada pela Igreja
Católica. A Revolução Francesa e movimentos de
independência, como a Inconfidência Mineira, foram
acontecimentos históricos fortemente influenciados
pelo Iluminismo.
Assinale a alternativa que caracteriza, corretamente,
esse importante movimento filosófico.
a) O Iluminismo foi um movimento filosófico
despolitizado.
b) O termo “Iluminismo” justifica-se pela confiança na
luz da razão em oposição às trevas da ignorância.
c) Esse movimento intelectual não apresentou
repercussões no Brasil.
d) Os filósofos iluministas eram dogmáticos.
e) A filosofia iluminista caracterizou-se pela crítica a
ideais universalistas como liberdade, igualdade e
fraternidade.
60. (Uema 2011) Na perspectiva do conhecimento,
Immanuel Kant pretende superar a dicotomia
racionalismo-empirismo. Entre as alternativas abaixo, a
única que contém informações corretas sobre o
criticismo kantiano é:
a) A razão estabelece as condições de possibilidade do
conhecimento; por isso independe da matéria do
conhecimento.
b) O conhecimento é constituído de matéria e forma.
Para termos conhecimento das coisas, temos de
organizá-las a partir da forma a priori do espaço e do
tempo.
c) O conhecimento é constituído de matéria, forma e
pensamento. Para termos conhecimento das coisas
temos de pensá-las a partir do tempo cronológico.
d) A razão enquanto determinante nos conhecimentos
fenomênicos e noumênicos (transcendentais) atesta
a capacidade do ser humano.
e) O homemconhece pela razão a realidade
fenomênica porque Deus é quem afinal determina
este processo.
61. (Uema 2011) No texto Que é “Esclarecimento”?
(1783), o que significa, conforme Kant, a saída do
homem da menoridade da qual ele mesmo é culpado?
a) O uso da razão crítica, exceto quando se tratar de
doutrinas religiosas.
b) A capacidade de aceitar passivamente a autoridade
científica ou política.
c) A liberdade para executar desejos e impulsos
conforme a natureza instintiva do homem.
d) A coragem de ser autônomo, rejeitando, portanto,
qualquer condição tutelar.
e) O alcance da idade apropriada para uso da
racionalidade subjetiva.
62. (Uema 2011) Kant, no texto Que é
“Esclarecimento”? (1783), aborda os conceitos de uso
público e privado da razão. Entre as alternativas abaixo,
a única que contém informação correta sobre o uso
público da razão é:
a) Livre uso da razão desde que avalizada pela
autoridade competente eclesiástica e política.
b) Liberdade ilimitada do sábio usar a razão e
autonomia para publicizar suas ideias com as
melhores intenções.
c) Uso que o professor faz de sua razão diante de sua
comunidade acadêmica ou outra qualquer.
51
FILOSOFIA 
d) Discurso aberto sobre temáticas monitoradas por
uma instituição que forma pessoas para o serviço
militar.
e) Abordagem de uma teoria determinada por um
paradigma vigente, seja ele religioso, político ou
científico.
63. (Ueg 2011) No século XIX, o filósofo alemão
Friedrich Nietzsche vislumbrou o advento do “super-
homem” em reação ao que para ele era a crise cultural
da época. Na década de 1930, foi criado nos Estados
Unidos o Super-Homem, um dos mais conhecidos
personagens das histórias em quadrinhos. A diferença
entre os dois “super-homens” está no fato de Nietzsche
defender que o super-homem
a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas,
repudiando o uso da força física e da violência na
consecução de seus objetivos.
b) expressaria os princípios morais do protestantismo,
em contraposição ao materialismo presente no herói
dos quadrinhos.
c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes,
desprezando as noções de “bem”, “mal”, “certo” e
“errado”, típicas do cristianismo.
d) representaria os valores políticos e morais alemães,
e não o individualismo pequeno burguês norte-
americano.
64. (Ueg 2011) No século XIX, influenciados pelo
Romantismo, muitos intelectuais brasileiros
idealizaram a cultura indígena, considerando-a como
autêntica representante do nacionalismo brasileiro. Em
termos filosóficos, essa valorização do indígena foi
influenciada pelo pensamento do filósofo
a) Thomas Hobbes, autor da frase “o homem é o lobo
do homem”, que valorizava o comportamento típico
de tribos selvagens.
b) Santo Agostinho, que, por meio do “livre arbítrio”,
acreditava que as sociedades selvagens eram
capazes de alcançar a graça divina.
c) Montesquieu, que se inspirou na organização social
dos indígenas para elaborar a famosa teoria dos
“três poderes”.
d) Jacques Rousseau, que elaborou a teoria do “bom
selvagem”, defendendo a pureza das sociedades
primitivas.
65. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Na Primeira Secção da Fundamentação da 
Metafísica dos Costumes, Kant analisa dois conceitos 
fundamentais de sua teoria moral: o conceito de 
vontade boa e o de imperativo categórico. Esses dois 
conceitos traduzem as duas condições básicas do 
dever: o seu aspecto objetivo, a lei moral, e o seu 
aspecto subjetivo, o acatamento da lei pela 
subjetividade livre, como condição necessária e 
suficiente da ação.
(DUTRA, D. V. Kant e Habermas: a reformulação
discursiva da moral kantiana. Porto Alegre: EDIPUCRS,
2002. p. 29.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria 
moral kantiana, é correto afirmar: 
a) A vontade boa, enquanto condição do dever,
consiste em respeitar a lei moral, tendo como
motivo da ação a simples conformidade à lei.
b) O imperativo categórico incorre na contingência de
um querer arbitrário cuja intencionalidade
determina subjetivamente o valor moral da ação.
c) Para que possa ser qualificada do ponto de vista
moral, uma ação deve ter como condição necessária
e suficiente uma vontade condicionada por
interesses e inclinações sensíveis.
d) A razão é capaz de guiar a vontade como meio para a
satisfação de todas as necessidades e assim realizar
seu verdadeiro destino prático: a felicidade.
e) A razão, quando se torna livre das condições
subjetivas que a coagem, é, em si, necessariamente
conforme a vontade e somente por ela
suficientemente determinada.
66. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Justiça e Estado apresentam-se como 
elementos indissociáveis na filosofia política 
hobbesiana. Ao romper com a concepção de justiça 
defendida pela tradição aristotélico-escolástica. Hobbes
propõe uma nova moralidade relacionada ao poder 
político e sua constituição jurídica. O Estado surge pelo 
pacto para possibilitar a justiça e, na conformidade com
a lei, se sustenta por meio dela. No Leviatã (caps. XIV-
XV), a justiça hobbesiana fundamenta-se, em última 
instância, na lei natural concernente à 
autoconservação, da qual deriva a segunda lei que 
impõe a cada um a renúncia de seu direito a todas as 
coisas, para garantir a paz e a defesa de si mesmo. 
Desta, por sua vez, implica a terceira lei natural: que os 
homens cumpram os pactos que celebrarem. Segundo 
Hobbes, “onde não há poder comum não há lei, e onde 
não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude
são as duas virtudes cardeais”.
(HOBBES, T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B. N. da
Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997. Coleção Os
Pensadores, cap. XIII.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
pensamento de Hobbes, é correto afirmar: 
a) A humanidade é capaz, sem que haja um poder
coercitivo que a mantenha submissa, de consentir
na observância da justiça e das outras leis de
natureza a partir do pacto constitutivo do Estado.
b) A justiça tem sua origem na celebração de pactos de
confiança mútua, pelos quais os cidadãos, ao
52
FILOSOFIA 
renunciarem sua liberdade em prol de todos, 
removem o medo de quando se encontravam na 
condição natural de guerra. 
c) A justiça é definida como observância das leis
naturais e, portanto, a injustiça consiste na
submissão ao poder coercitivo que obriga
igualmente os homens ao cumprimento dos seus
pactos.
d) As noções de justiça e de injustiça, como as de bem e
de mal, têm lugar a partir do momento em que os
homens vivem sob um poder soberano capaz de
evitar uma condição de guerra generalizada de
todos.
e) A justiça torna-se vital para a manutenção do Estado
na medida em que as leis que a efetivam sejam
criadas, por direito natural, pelos súditos com o
objetivo de assegurar solidariamente a paz e a
segurança de todos.
67. (Unioeste 2011) “A passagem do estado de
natureza para o estado civil determina no homem uma
mudança muito
notável, substituindo na sua conduta o instinto pela
justiça dando às suas ações a moralidade que antes
lhes faltava. É só então que, tomando a voz do dever o
lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o
homem, até aí levando em consideração apenas sua
pessoa, vê-se forçado a agir baseado em outros
princípios e a consultar e ouvir a razão antes de ouvir
suas inclinações. Embora nesse estado se prive de
muitas vantagens que frui da natureza, ganha outras de
igual monta: suas faculdades se exercem e se
desenvolvem, suas ideias se alargam, seus sentimentos
se enobrecem, toda sua alma se eleva a tal ponto que
(...) deveria sem cessar bendizer o instante feliz que
dela o arrancou para sempre e fez, de um animal
estúpido e limitado, um ser inteligente e um homem”.
Rousseau.
Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:
I. A mudança significativa que ocorre para o homem, na
passagem do estado natural para o estado civil, é a
de que o homem passa a conduzir-se pelos instintos,
como um “animal estúpido e limitado”.
II. A conduta do homem, no estado natural, é baseada
na justiça e na moralidade e em conformidade com
princípios fundados na razão.
III.Ao ingressar no estado civil, na sua conduta, o
homem substitui a justiça pelo instinto e apetite,
orientando-se, apenas, pelas suas inclinações e não
pela “voz do dever” e sem “ouvir a razão”.
IV. Com a passagem do estado de natureza para o
estado civil, o homem passa a agir baseado em
princípios da justiça e da moralidade, orientando-se
antes pela razão do que pelas inclinações.
V. Com a passagem do estado de natureza para o
estado civil, o homem obtém vantagens que o faz
um “ser inteligente e um homem”, obtendo, assim a 
“liberdade civil”, submetendo-se, apenas, “à lei que 
prescrevemos a nós mesmos”.
Assinale a alternativa correta. 
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e V estão corretas.
d) Apenas IV e V estão corretas.
e) Apenas II e V estão corretas.
68. (Ufsj 2011) Sobre a ideia de soberania concebida
por Hobbes, é CORRETO afirmar que a soberania:
a) “se dá por meio do sufrágio universal, seja na
república ou na monarquia”.
b) “é a manifestação da virtù como condição
indispensável no governo do príncipe”.
c) “reside em um homem ou em uma assembleia de
mais de um”.
d) “é a realização plena da paz perpétua entre as
nações”.
69. (Uff 2011) O período do Renascimento foi muito
fértil em reflexões políticas. Em contraste com o
pragmatismo de Maquiavel, alguns pensadores,
inconformados com os males de seu tempo,
escreveram sobre sociedades imaginárias. As obras
desses pensadores expunham análises realistas que
denunciavam as imperfeições das sociedades, e
continham propostas de sociedades ideais, baseadas na
Razão e capazes de promover a paz, o conhecimento, a
justiça e a igualdade em benefício de todos os seres
humanos.
A obra mais representativa dessas novas propostas é 
a) O Discurso do Método, de René Descartes (1637).
b) Leviatã, de Tomas Hobbes (1651).
c) Sobre o Direito de Guerra e de Paz, de Hugo Grócio
(1625).
d) Diálogo sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo,
de Galileu Galilei (1632).
e) Utopia, de Thomas More (1516).
70. (Unioeste 2011) “Já desde os tempos mais antigos
da filosofia, os estudiosos da razão pura conceberam,
além dos seres sensíveis ou fenômenos, que
constituem o mundo dos sentidos, seres inteligíveis
particulares, que constituiriam um mundo inteligível, e,
visto que confundiam (o que era de desculpar a uma
época ainda inculta) fenômeno e aparência, atribuíram
realidade unicamente aos seres inteligíveis. De fato, se,
como convém, considerarmos os objetos dos sentidos
como simples fenômenos, admitimos assim que lhes
está subjacente uma coisa em si, embora não saibamos
como ela é constituída em si mesma, mas apenas
conheçamos o seu fenômeno, isto é, a maneira como
53
FILOSOFIA 
os nossos sentidos são afetados por este algo 
desconhecido”.
Kant. 
Sobre a teoria do conhecimento kantiana, conforme o 
texto acima, seguem as seguintes afirmativas:
I. Desde sempre, os filósofos atribuíram realidade tanto
aos seres sensíveis quanto aos seres inteligíveis.
II. Podemos conhecer, em relação às coisas em si
mesmas, apenas seu fenômeno, ou seja, a maneira
como elas afetam nossos sentidos.
III. Porque podemos conhecer apenas seus fenômenos,
as coisas em si mesmas não têm realidade.
IV. Os filósofos anteriores a Kant não diferenciavam
fenômeno de aparência, e, assim, consideravam
que o fenômeno não era real.
V. As intuições puras da sensibilidade e os conceitos
puros do entendimento incidem apenas em objetos
de uma experiência possível; sem as primeiras, os
segundos não têm significação.
Das afirmativas feitas acima 
a) apenas II e IV estão corretas.
b) apenas II, IV e V estão corretas.
c) apenas II, III, IV e V estão corretas.
d) todas as afirmativas estão corretas.
e) todas as afirmativas estão incorretas.
71. (Uncisal 2011) No século XVIII, o filósofo Emanuel
Kant formulou as hipóteses de seu idealismo
transcendental. Segundo Kant, todo conhecimento
logicamente válido inicia-se pela experiência, mas é
construído internamente por meio das formas a priori
da sensibilidade (espaço e tempo) e pelas categorias
lógicas do entendimento. Dessa maneira, para Kant,
não é o objeto que possui uma verdade a ser conhecida
pelo sujeito cognoscente, mas sim o sujeito que, ao
conhecer o objeto, nele inscreve suas próprias
coordenadas sensíveis e intelectuais. De acordo com a
filosofia kantiana, pode-se afirmar que
a) a mente humana é como uma “tabula rasa”, uma
folha em branco que recebe todos os seus
conteúdos da experiência.
b) os conhecimentos são revelados por Deus para os
homens.
c) todos os conhecimentos são inatos, não dependendo
da experiência.
d) Kant foi um filósofo da antiguidade.
e) para Kant, o centro do processo de conhecimento é
o sujeito, não o objeto.
72. (Ueg 2011) Conhecimento é a relação que se
estabelece entre o sujeito cognoscente e um objeto. Na
Grécia antiga não havia fragmentação do
conhecimento, e pensar sobre um assunto envolvia a
totalidade dos outros. Os filósofos gregos da
antiguidade se preocupavam basicamente com os 
problemas do ser e do não ser, da permanência e do 
movimento, da unidade e da multiplicidade das ideias e
das coisas. Já para o pensador medieval, o problema 
principal era a conciliação entre fé e razão. No 
Renascimento, surgem as seguintes grandes 
modificações: 
a) a união entre fé e razão, o fideísmo e o positivismo.
b) a união entre fé e razão, o teocentrismo e o
interesse pela moral.
c) a valorização da fé em detrimento da razão, o
cosmocentrismo e o fideísmo.
d) a separação entre fé e razão, o antropocentrismo e o
interesse pelo saber ativo.
73. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Francis Bacon, em sua obra Nova Atlântida, 
imagina uma utopia tecnocrática na qual o sofrimento 
humano poderia ser removido pelo desenvolvimento e 
pelo aperfeiçoamento do conhecimento científico, o 
qual permitiria uma crescente dominação da natureza 
e um suposto afastamento do mito. Na obra Dialética 
do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer defendem 
que o projeto iluminista de afastamento do mito foi 
convertido, ele próprio, em mito, caindo no 
dogmatismo e em numa forma de mitologia. O 
progresso técnico-científico consiste, para Adorno e 
Horkeheimer, no avanço crescente da racionalidade 
instrumental, a qual é incapaz de frear iniciativas que 
afrontam a moral, como foram, por exemplo, os 
campos de concentração nazistas.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
desenvolvimento técnico-científico, é correto afirmar: 
a) Bacon pensava que o incremento da racionalidade
instrumental aliviaria as causas do sofrimento
humano, apesar de a razão, a longo prazo, sucumbir
novamente ao mito.
b) Adorno e Horkheimer concordavam que o progresso
científico não consegue superar o mito, mas se torna
um tipo de concepção mítica incapaz de discriminar
o que é certo do que é errado moralmente.
c) Adorno e Horkheimer sustentavam que o crescente
avanço da racionalidade instrumental consistia num
incremento da capacidade humana de avaliar
moralmente.
d) Bacon apontava que o aumento da capacidade de
domínio do homem sobre a natureza conduziria os
seres humanos a uma forma de dogmatismo.
e) Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon viam o
progresso técnico e científico como a solução para
os sofrimentos humanos e para as incertezas morais
humanas.
54
FILOSOFIA 
74. (Uema 2011) A palavra ideologia, criada por 
Destutt de Tracy (1754-1836), significa estudo da 
gênese e do desenvolvimento das ideias. Com Karl 
Marx, o termo ideologia adquiriu um significado crítico 
e negativo. Identifique, nas opções abaixo, a única que 
contém informação correta sobre a concepção de Marx 
sobre ideologia.
a) Conjunto de ideias que apresenta a sociedade
dividida em duas classes, dominantes e dominados,
visando à conscientização dos indivíduos.
b) Conjunto de ideias que mostra a totalidade da
realidade, levando os indivíduos a compreenderem-
na em si mesma.
c) Conjunto de ideias que dissimula e oculta a
realidade, mostrando-a de maneira parcial e
distorcida em relação ao que de fato é.
d) Conjuntode ideias que esclarece de forma
contundente a realidade, mostrando que apenas
pessoas da classe dominante podem governar.
e) Conjunto de ideias que estimula a classe dominada a
alcançar o poder.
75. (Ufpa 2011) “Em minha opinião, o voto livre deve
ser defendido por razões filosóficas. (...) Ao tornar o
voto obrigatório, de algum modo é reduzido o grau de
liberdade que existe por trás da decisão espontânea do
cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato.
Podemos afirmar que o voto obrigatório, constrangido
pela lei, não é moral se comparado ao sufrágio livre,
resultado da deliberação de um sujeito autônomo. E,
para Kant, há uma identidade entre ser livre e ser
moral.”
(Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/heliosch
wartsman/ult510u356288.shtml. Texto adaptado)
O autor do texto se manifesta contrário ao voto 
obrigatório e justifica sua posição tendo por base a 
Ética kantiana.
Do ponto de vista de Kant, o individuo ao votar 
constrangido pela lei não age moralmente porque 
a) a ação praticada não foi livre, na medida em que
uma ação verdadeiramente livre deve visar à
felicidade do indivíduo e não ao interesse do Estado.
b) é forçado, sem aprovação de sua vontade, a praticar
um ato cujo móbil não é o princípio do dever moral.
c) o seu voto não foi fruto de uma escolha consciente,
mas sim motivado por ideologias partidárias.
d) sua ação foi praticada por imposições do Estado e
favorece candidatos desonestos, que podem
comprar votos.
e) agiu por imposição da lei jurídica e não da lei moral,
que requer que sua escolha esteja comprometida
com interesses externos ao sujeito.
76. (Uenp 2011) A palavra utopia, originalmente
elaborada por Tomas More, tem seu significado
derivado do grego e corresponde a “não lugar”, ou
“lugar que não existe”. Analise as proposições a seguir:
I. As utopias, embora alguns as considerem como
narrativas fantásticas, trazem no seu bojo uma
profunda crítica social, na medida em que sugerem
uma filosofia das ausências.
II. Tomas More foi um grande humanista, um dos
primeiros filósofos a criticar a propriedade privada e
a defender um modelo mais igualitário de
organização social.
III. Existe uma série de “utopias” anteriores à de Tomas
More, como o Timeu do Platão, e outras posteriores
como Cidade do Sol (1623) de Tommasio
Campanella, a Nova Atlântida (1627) de Francis
Bacon, a Panorthosia (1657) de Comenius e o
Complemento à Nova Atlântida de Glanvill (1675).
IV. A contemporaneidade também produz utopias. Elas
estão voltadas para o futuro, propõem
transformações radicais e revoluções, para a
construção de “novos mundos”, como é o caso do
marxismo ou do anarquismo.
Estão corretas as afirmativas: 
a) Apenas I e IV.
b) Apenas III e IV.
c) Apenas II e III.
d) I, II, III e IV.
e) Apenas I, II e III.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto III
90 milhões em ação, pra frente, Brasil, do meu coração.
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, salve a seleção.
De repente é aquela corrente pra frente.
Parece que todo o Brasil deu a mão.
Todos ligados na mesma emoção.
Tudo é um só coração.
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, Brasil,
Salve a seleção.
(Canção: Pra frente Brasil/ Copa 1970. Autor: Miguel
Gustavo) 
77. (Uel 2011) 90 milhões em ação, pra frente, Brasil,
do meu coração.
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, salve a seleção.
De repente é aquela corrente pra frente.
Parece que todo o Brasil deu a mão.
Todos ligados na mesma emoção.
Tudo é um só coração.
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, Brasil,
Salve a seleção.
(Canção: Pra frente Brasil/ Copa 1970. Autor: Miguel
55
FILOSOFIA 
Gustavo)
Na obra “Resposta à questão: o que é o 
esclarecimento?”,
Kant discute conceitos como uso público e privado da 
razão e a superação da menoridade.
À luz do pensamento kantiano, o fenômeno 
contemporâneo do uso político dos eventos esportivos 
a) torna o indivíduo dependente, já que a sua
menoridade impede o esclarecimento e a
possibilidade de pensar por si próprio.
b) forma o indivíduo autônomo, uma vez que amplia a
sua capacidade de fazer uso da própria razão para
agir autonomamente.
c) impede que o indivíduo pense de forma restrita,
pois, mesmo estando cercado por tutores,
facilmente rompe com a menoridade.
d) proporciona esclarecimento político das massas, pois
tais eventos promovem o aprendizado crítico
mediante a afirmação da ideia de nacionalidade.
e) confere liberdade às massas para superar a
dependência gerada pela aceitação da tutela de
outrem.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
Os filósofos contratualistas elaboraram suas teorias 
sobre os fundamentos ou origens do poder do Estado a
partir de alguns conceitos fundamentais tais como, a 
soberania, o estado de natureza, o estado civil, o 
estado de guerra, o pacto social etc. 
78. (Ufu 2011) Com base em seus conhecimentos e no
texto abaixo, assinale a alternativa correta, segundo
Hobbes.
[...] a condição dos homens fora da sociedade 
civil (condição esta que podemos adequadamente 
chamar de estado de natureza) nada mais é do que 
uma simples guerra de todos contra todos na qual 
todos os homens têm igual direito a todas as coisas; 
[...] e que todos os homens, tão cedo chegam a 
compreender essa odiosa condição, desejam [...] 
libertar-se de tal miséria.
HOBBES, Thomas, Do Cidadão, Ed. Martins Fontes,
1992. 
a) O estado de natureza não se confunde com o estado
de guerra, pois este é apenas circunstancial ao passo
que o estado de natureza é uma condição da
existência humana.
b) A condição de miséria a que se refere o texto é o
estado de natureza ou, tal como se pode
compreender, o estado de guerra.
c) O direito dos homens a todas as coisas não tem
como consequência necessária a guerra de todos
contra todos.
d) A origem do poder nada tem a ver com as noções de
estado de guerra e estado de natureza.
79. (Ufu 2011) [...] O estado de guerra é um estado de
inimizade e destruição [...] nisto temos a clara
diferença entre o estado de natureza e o estado de
guerra, muito embora certas pessoas os tenham
confundido, eles estão tão distantes um do outro [...].
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São
Paulo: Ed. Abril Cultural, 1978.
Leia o texto acima e assinale a alternativa correta. 
a) Para Locke, o estado de natureza é um estado de
destruição, inimizade, enfim uma guerra “de todos
os homens contra todos os homens”.
b) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde
com o estado de guerra.
c) Segundo Locke, para compreendermos o poder
político, é necessário distinguir o estado de guerra
do estado de natureza.
d) Uma das semelhanças entre Locke e Hobbes está no
fato de ambos utilizarem o conceito de estado de
natureza exatamente com o mesmo significado.
80. (Uel 2010) A obra de Galileu Galilei está
indissoluvelmente ligada à revolução científica do
século XVII, a qual implicou uma “mutação” intelectual
radical, cujo produto e expressão mais genuína foi o
desenvolvimento da ciência moderna no pensamento
ocidental. Neste sentido, destacam-se dois traços
entrelaçados que caracterizam esta revolução
inauguradora da modernidade científica: a dissolução
da ideia greco-medieval do Cosmos e a geometrização
do espaço e do movimento.
(KOYRÉ, A. Estudos Galilaicos. Lisboa: Dom Quixote,
1986. pp. 13-20; KOYRÉ, A. Estudos de História do
Pensamento Científico. Brasília, Editora UnB, 1982. pp.
152-154.).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as 
características que marcam revolução científica no 
pensamento de Galileu Galilei, assinale a alternativa 
correta. 
a) A dissolução do Cosmos representa a ruptura com a
ideia do Universo como sistema imutável,
heterogêneo, hierarquicamente ordenado, da física
aristotélica.
b) A crença na existência do Cosmos, na física
aristotélica, se situa na concepção de um Universo
aberto, indefinido e até infinito, unificado e
governado pelas mesmas leis universais.
c) Contrária à concepção tradicional de ciência de
orientação aristotélica, a física galilaica distingue e
opõe os dois mundos do Céu e da Terra e suas
respectivasleis.
d) A geometrização do espaço e do movimento, na
física galilaica, aprimora a concepção matemática do
56
FILOSOFIA 
Universo cósmico qualitativamente diferenciado e 
concreto da física aristotélica. 
e) A física galilaica identifica o movimento a partir da
concepção de uma totalidade cósmica, em cuja
ordem cada coisa possui um lugar próprio conforme
sua natureza.
81. (Unicentro 2010) “A filosofia encontra-se escrita
neste grande livro que continuamente se abre perante
nossos olhos (isto é, o Universo). Ele está escrito em
língua matemática, os caracteres são triângulos,
circunferências e outras figuras geométricas. Sem estes
meios, é impossível entender humanamente as
palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um
obscuro labirinto.”
(GALILEU. Apud. COTRIM. Fundamentos da filosofia:
história e grandes temas. 16ª Ed., São Paulo: Saraiva,
2006 - p.133.)
De acordo com o texto acima, e com seus 
conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, 
assinale a alternativa correta. 
a) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu
depositava grande crédito no método indutivo, pois
este possuiria melhor alcance nos resultados da
investigação da natureza.
b) O passo decisivo da física galileana concentrava-se
na realização de experimentos para comprovar uma
tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações
do raciocínio matemático.
c) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de
Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo
do movimento quantitativo, para considerar toda
mudança apenas do ponto de vista qualitativo
(corpos pesados ou leves).
d) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em
Galileu está na realização de experimentos com o
auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a
matemática é o meio instrumental capaz de
enunciar e traduzir as regularidades observadas nos
fenômenos naturais.
e) O que dá validade científica aos processos
intelectuais de Galileu é que os resultados de suas
pesquisas jamais precisariam ser submetidos à
comprovação empírica, bastando, apenas, se
localizarem no campo da abstração.
82. (Ufu 2010) Em O Discurso sobre o método,
Descartes afirma:
Não se deve acatar nunca como verdadeiro 
aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência, ou 
seja, evitar acuradamente a precipitação e a 
prevenção, assim como nunca se deve abranger entre 
nossos juízos aquilo que não se apresente tão clara e 
distintamente à nossa inteligência a ponto de excluir 
qualquer possibilidade de dúvida.
(REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: Do
humanismo a Descartes.
Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2004. p.
289.)
Após a leitura do texto acima, assinale a alternativa 
correta. 
a) A evidência, apesar de apreciada por Descartes,
permanece uma noção indefinível.
b) A evidência é a primeira regra do método cartesiano,
mas não é o princípio metódico fundamental.
c) Ideias claras e distintas são o mesmo que ideias
evidentes.
d) A evidência não é um princípio do método
cartesiano.
83. (Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir:
Mas há um enganador, não sei quem, 
sumamente poderoso, sumamente astucioso que, por 
indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto,
de que eu, eu sou, também, se me engana: que me 
engane o quanto possa, nunca poderá fazer, porém, 
que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo. De
sorte que, depois de ponderar e examinar 
cuidadosamente todas as coisas é preciso estabelecer, 
finalmente, que este enunciado eu, eu sou, eu, eu 
existo é necessariamente verdadeiro, todas as vezes 
que é por mim proferido ou concebido na mente.
(DESCARTES, R. Meditações sobre Filosofia Primeira.
Tradução, nota prévia e revisão de Fausto Castilho.
Campinas: Unicamp, 2008, p. 25.)
Com base na tira e no texto, sobre o cogito cartesiano, 
é correto afirmar: 
a) A existência decorre do ato de aparecer e se
apresenta independente da essência constitutiva do
ser.
b) A existência é manifesta pelo ato de pensar que, ao
trazer à mente a imagem da coisa pensada, assegura
a sua realidade.
c) A existência é concebida pelo ato originário e
imaginativo do pensamento, o qual impede que a
realidade seja mera ficção.
57
FILOSOFIA 
d) a existência é a plenitude do ato de exteriorização
dos objetos, cuja integridade é dada pela
manifestação da sua aparência.
e) A existência é a evidência revelada ao ser humano
pelo ato próprio de pensar.
84. (Ufsj 2010) “Galileu e seus sucessores, atirando
objetos de alturas para o solo, e fazendo rolar esferas
sobre planos inclinados, contrastavam nitidamente
seus métodos com a anterior e habitual especulação
inspirada na Metafísica Aristotélica. Achavam-se, pois,
abertamente em jogo os procedimentos adequados
para a elaboração do Conhecimento. E era preciso não
somente determinar esses procedimentos, mas trazer a
sua justificação e reeducar-se na condução dos novos
métodos. Tanto mais que tais métodos iam chocar-se
em última instância com preconceitos profundamente
implantados em concepções tradicionais que traziam o
poderoso selo de convicções religiosas. As
necessidades do momento levavam assim os homens
de pensamento a se deterem atentamente nos
problemas do Conhecimento. O que, afora as estéreis
manipulações verbais a que se reduzira a Lógica formal
clássica, praticamente já não detinha a atenção de
ninguém”.
Assinale a alternativa que expressa o problema central 
desse fragmento de texto. 
a) A tentativa dos modernos em empreender uma nova
metodologia para a Ciência e para a Filosofia.
b) A iminente necessidade de se praticar uma Filosofia
conduzida por novos métodos e técnicas de
aprimoramento da metafísica aristotélica.
c) A grande emergência de se fazer uma total
integração da Filosofia com a Ciência através de uma
tentativa de equiparação dos seus métodos.
d) A constatação de que a Filosofia passaria a assumir o
comprometimento com as questões relativas ao
problema da retórica aristotélica bem como do
conhecimento teológico.
85. (Uff 2010) O italiano Picco della Mirandola foi um
importante filósofo humanista do Renascimento dos
séculos XV e XVI. Seu livro Sobre a Dignidade do
Homem enaltece a importância do ser humano e narra
um mito da criação do homem. Segundo o autor,
quando decidiu criar o ser humano, o criador já havia
utilizado na criação dos outros seres todos os modelos
e qualidades de que dispunha. Então, o criador falou
assim a Adão:
“Se não te conferi um lugar fixo, uma forma que te
fosse própria e um dom especial, Adão, foi para que tu
mesmo, escolhendo segundo teu desejo e tua
determinação o lugar, a forma e o dom que quiseres,
possas fazê-los teus. Todos os outros seres receberam
uma natureza rigidamente definida e ficaram sob o
meu poder, segundo leis previamente estabelecidas. 
Somente a ti não te prendem laços, exceto tu mesmo, 
segundo a vontade que te concedo”.
Marque a sentença que expressa ideais do Humanismo 
Renascentista e que é mais adequada ao pensamento 
de Picco della Mirandola. 
a) O ser humano é inacabado e livre e por isso pode se
aperfeiçoar.
b) A imperfeição impede o aperfeiçoamento do ser
humano.
c) A imperfeição humana o impede de ser livre.
d) A liberdade impede o aperfeiçoamento humano.
e) Somente se fosse perfeito é que o ser humano seria
livre.
86. (Uenp 2010) A cidade inteira se divide em quatro
quarteirões iguais. No centro de cada quarteirão,
encontra-se o mercado das coisas necessárias à vida.
São depositados aí os diferentes produtos do trabalho
de todas as famílias. Esses produtos, depositados
primeiramente nos entrepostos, são em seguida
classificados nas lojas de acordo com sua espécie. Cada
pai de família vai procurar no mercado aquilo de que
tem necessidade para si e os seus. Tira o que precisa
sem que seja exigido dele nem dinheiro nem troca.
Jamais se recusa alguma coisa aos pais de família. A
abundância sendo extrema, em todas as coisas, não se
teme que alguém tire além de sua necessidade. De
fato, aquele que tem a certeza de que nada faltará
jamais, não procurará possuir mais doque é preciso. O
que torna, em geral, os animais cúpidos e rapaces, é o
temor das privações no futuro. No homem, em
particular, existe uma outra causa de avareza - o
orgulho, que o excita a ultrapassar em opulência os
seus iguais e a deslumbrá-los pelo aparato de um luxo
supérfluo. Mas as instituições utopianas tornam este
vício impossível.
Thomas Morus.Utopia. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000070.pdf.
Sobre, de Thomas Morus, é incorreto afirmar: 
a) Thomas Morus se inspira na República de Platão para
escrever a Utopia. De um modo geral, o movimento
filosófico ao qual pertencia Morus, o humanismo, é
caracterizado pela retomada dos temas da filosófica
grega antiga.
b) O texto de Thomas Morus é de caráter
contraideológico. Isso significa que a Utopia, além de
significar “o não lugar, o lugar que não existe”, era
uma profunda crítica ao contexto histórico e social
em que vivia o autor.
c) Não é possível afirmar que no texto da Utopia exista
qualquer crítica à propriedade privada, que teria
58
FILOSOFIA 
início apenas na contemporaneidade com o 
marxismo. 
d) A Utopia, na medida em que descreve uma
sociedade justa, indica que ela deveria ter leis pouco
numerosas e as riquezas repartidas.
e) Na Utopia de Morus existe condenação explícita ao
luxo e às vaidades, pois estes levam a um falso
prazer, incitando a desigualdade e a falsa
superioridade.
87. (Uel 2010) Leia o texto a seguir:
O principal argumento humeano contra a 
explicação da inferência causal pela razão era que este 
tipo de inferência dependia da repetição, e que a 
faculdade chamada “razão” padecia daquilo que se 
pode chamar uma certa “insensibilidade à repetição”, 
ou seja, uma certa indiferença perante a experiência 
repetida. Em completo contraste com isso, o princípio 
defendido por nosso filósofo, um princípio para 
designar o qual propôs os nomes de “costume ou 
hábito”, foi concebido como uma disposição humana 
caracterizada pela sensibilidade à repetição, podendo 
assim ser considerado um princípio adequado à 
explicação dos raciocínios derivados de experiências 
repetidas.
(MONTEIRO, J. P. Novos Estudos Humeanos. São Paulo:
Discurso Editorial, 2003, p. 41)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
empirismo, é correto afirmar que Hume 
a) atribui importância à experiência como fundamento
do conhecimento dedutivo obtido a partir da
inferência das relações causais na natureza.
b) corrobora a afirmação de que a experiência é
insuficiente sem o uso e a intervenção da razão na
demonstração do nexo causal existente entre os
fenômenos naturais.
c) confere exclusividade à matemática como condição
de fundamentação do conhecimento acerca dos
fenômenos naturais, pois, empiricamente, constata
que a natureza está escrita em caracteres
matemáticos.
d) demonstra que as relações causais obtidas pela
experiência representam um conhecimento guiado
por hábitos e costumes e, sobretudo, pela crença de
que tais relações serão igualmente mantidas no
futuro.
e) evidencia a importância do racionalismo, sobretudo
as ideias inatas que atestam o nexo causal dos
fenômenos naturais descobertos pela experiência.
88. (Unicentro 2010) Assinale a alternativa correta.
Para David Hume (1711-1776),
a) a alma é como uma tábula rasa (uma tábua onde
não há inscrições), ou seja, o conhecimento só
começa depois da experiência sensível.
b) o que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do
que pode ser alcançado pela experiência é o hábito
criado através da observação de casos semelhantes.
c) “saber é poder”, ou seja, o conhecimento não é
contemplativo e desinteressado, mas sim um saber
instrumental, direcionado para a utilidade da ciência
para a vida.
d) as ideias claras e distintas são ideias inatas, não
derivam do particular, mas já se encontram no
espírito. Por isso, não estão sujeitas ao erro, pois
vêm da razão, isto é, são independentes das ideias
que vêm “de fora”, formadas pela ação dos sentidos.
e) o positivismo corresponde à maturidade do espírito
humano. O reino da ciência é o reino da
necessidade. No mundo da necessidade, não há
lugar para a liberdade.
89. (Uel 2010) Leia o texto a seguir:
Como determinamos as regras do que é certo 
ou errado? Immanuel Kant (1724-1804) responde a 
essa pergunta da seguinte forma: é moralmente 
correta a ação que está de acordo com determinadas 
regras do que é certo, independente da felicidade 
resultante a um ou a todos. Kant não propõe uma lista 
de regras com conteúdo previamente determinado - 
como é o caso dos mandamentos religiosos, por 
exemplo -, mas formula uma regra para averiguar a 
correção da máxima que orienta nossa ação. Essa regra
de averiguação é chamada imperativo categórico [...]
(BORGES, M. de L.; DALL’AGNOL, D.; DUTRA, D. V. O
que você precisa saber sobre... Ética. Rio de Janeiro:
DP&A, 2002, p.15.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
Imperativo Categórico kantiano, é correto afirmar:
I. Constitui um princípio formal dado pela razão que
visa à discriminação das máximas de ação, com a
pretensão de verificar quais podem, efetivamente,
enquadrar-se numa legislação universal.
II. Representa a capacidade de a razão prática, do
ponto de vista a priori, fornecer à vontade humana
um dever incondicional com pretensão de
universalidade e de necessidade.
III. Compreende um princípio teleológico construído a
partir da concepção valorativa do “bem viver” e que
se impõe, como condição absoluta, na realização de
ações e comportamentos das pessoas em geral.
IV. Abrange a sabedoria prática, como condição inata
de o ser humano deliberar e proceder, sempre de
forma semelhante em relação às demais pessoas,
59
FILOSOFIA 
no quesito das ações que envolvem virtude e 
prudência.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
90. (Uenp 2010) “Ora, propondo-me publicar, um dia,
uma Metafísica dos costumes, faço-a preceder deste
opúsculo que lhe serve de fundamentação. Decerto
não há, um rigor, outro fundamento em que da possa
assentar, de não seja a Crítica de uma razão pura
prática, do mesmo modo que, para fundamentar a
Metafísica, se requer a Crítica da razão pura
especulativa por mim já publicada.
Mas, em parte, a primeira destas Críticas não é de tão
extrema necessidade como a segunda, porque em
matéria moral a razão humana, mesmo entre o comum
dos mortais, pode ser facilmente levada a alto grau de
exatidão e de perfeição, ao passo que no seu uso
teorético, mas puro, da é totalmente dialética; e, em
parte, no que concerne à Crítica de uma razão pura
prática, para que ela seja completa, reputo
imprescindível que se mostre ao mesmo tempo a
unidade da razão prática e da razão especulativa num
princípio comum; pois que, em última instância, só
pode haver uma e a mesma razão, e só na aplicação
desta há lugar para distinções. Ora, não me seria
possível aqui realizar um trabalho tão esmiuçado e
completo, sem introduzir considerações de ordem
inteiramente diferente e sem lançar a confusão no
ânimo do leitor. Por isso, em vez de dar a este livrinho
o título de Crítica da razão pura prática, denominei-o
Fundamentação da Metafísica dos costumes.”
(Kant, Fundamentação da metafísica dos costumes,
1785)
Sobre a filosofia moral de Kant, é correto afirmar que: 
a) Kant pretende construir uma filosofia moral
particularista que parte da conduta e da ação
individual.
b) A proposta kantiana de ética passa pelo conceito de
imperativo categórico que pode ser reduzido na
seguinte assertiva: age de tal forma, que a máxima
de sua ação possa ser universal.
c) Kant usava suas concepções éticas para justificar as
dominações políticas dos povos não europeus.
d) A ética kantiana é relativista, como a dos sofistas
combatidos por Sócrates na antiguidade clássica.
e) O que constitui o bem de uma vontade boa e aquilo
que elaefetivamente alcança.
91. (Ueg 2010) Nos séculos XVII e XVIII, ganharam
força as teorias contratualistas, cujo principal
questionamento é o fundamento racional do poder
soberano. Filósofos como Thomas Hobbes, John Locke,
Jean-Jacques Rousseau tinham igual propósito de
investigar a origem do Estado. Esses pensadores
partem da hipótese do estado de natureza e imaginam
as pessoas vivendo antes de qualquer sociabilidade.
Thomas Hobbes, advertindo que a guerra era inevitável
no estado natural, conclui que a única maneira de
garantir a paz seria a delegação de um poder ilimitado
ao soberano. Por defender tais princípios, Hobbes ficou
conhecido como o teórico do
a) neoliberalismo.
b) absolutismo.
c) liberalismo.
d) socialismo.
92. (Unioeste 2010) “Para bem compreender o poder
político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar
em que estado todos os homens se acham
naturalmente, sendo este um estado de perfeita
liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as
suas posses e as pessoas conforme acharem
conveniente, dentro dos limites da lei da natureza, sem
pedir permissão ou depender da vontade de qualquer
outro homem. [...] Estado também de igualdade, no
qual é recíproco qualquer poder e jurisdição, ninguém
tendo mais do que qualquer outro […]. Contudo,
embora seja um estado de liberdade, não o é de
licenciosidade; apesar de ter o homem naquele estado
liberdade incontrolável de dispor da própria pessoa e
posses, não tem a de destruir-se a si mesmo ou a
qualquer criatura que esteja em sua posse, senão
quando uso mais nobre do que a simples conservação o
exija. O estado de natureza tem uma lei de natureza
para governá-lo, que a todos obriga. [...] E para impedir
a todos os homens que invadam os direitos dos outros
e que mutuamente se molestem, e para que se observe
a lei da natureza, que importa na paz e na preservação
de toda a Humanidade, põe-se, naquele estado, a
execução da lei da natureza nas mãos de todos os
homens, mediante a qual qualquer um tem o direito de
castigar os transgressores dessa lei em tal grau que lhe
impeça a violação, pois a lei da natureza seria vã, como
quaisquer outras leis que digam respeito ao homem
neste mundo, se não houvesse alguém nesse estado de
natureza que não tivesse poder para pôr em execução
aquela lei e, por esse modo, preservasse o inocente e
restringisse os ofensores.” (Locke)
Considerando o texto citado, é correto afirmar, 
segundo a teoria política de Locke, que 
a) o estado de natureza é um estado de perfeita
concórdia e absoluta paz, tendo cada indivíduo
poder ilimitado para realizar suas ações como bem
60
FILOSOFIA 
lhe convier, sem nenhuma restrição de qualquer lei, 
seja ela natural ou civil. 
b) concebido como um estado de perfeita liberdade e
de igualdade, o estado de natureza é um estado de
absoluta licenciosidade, dado que, nele, o homem
tem a liberdade incontrolável para dispor, a seu
belprazer, de sua própria pessoa e de suas posses.
c) pela ausência de um juiz imparcial, no estado de
natureza todos têm igual direito de serem
executores, a seu modo, da lei da natureza, o que o
caracteriza como um estado de guerra generalizada
e de violência permanente.
d) no estado de natureza, pela ausência de um juiz
imparcial, todos e qualquer um, julgando em causa
própria, têm o “direito de castigar os transgressores”
da lei da natureza, de modo que este estado seja de
relativa paz, concórdia e harmonia entre todos.
e) no estado de natureza, todos os homens
permanentemente se agridem e transgridem os
direitos civis dos outros.
93. (Ufpa 2010) Em O Contrato Social, após reconhecer
as vantagens da instituição do estado civil, Rousseau
afirma a necessidade de se acrescentar à aquisição
deste estado a liberdade moral, pois só assim o homem
torna-se senhor de si mesmo.
Com base nessa concepção, é correto afirmar:
a) O estado civil é o único em que o homem pode viver
em liberdade.
b) No estado de natureza, todos os homens viviam em
situação de escravidão moral.
c) Na vida civil, os impulsos imorais do homem se
acomodam incondicionalmente às regras do Estado
de Direito.
d) Não devemos situar em um mesmo plano civilidade
e moralidade.
e) Estado, lei e liberdade são uma só e mesma coisa.
94. (Ueg 2010) Hegel, prosseguindo na árdua tarefa de
unificar o dualismo de Kant, substituiu o eu de Fichte e
o absoluto de Schelling por outra entidade: a ideia. A
ideia, para Hegel, deve ser submetida necessariamente
a um processo de evolução dialética, regido pela
marcha triádica da
a) experiência, juízo e raciocínio.
b) realidade, crítica e conclusão.
c) matéria, forma e reflexão.
d) tese, antítese e síntese.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Do princípio do século XVII ao fim do século 
XVIII, 1o aspecto geral do mundo natural 2alterou-se de 
tal forma que Copérnico teria ficado pasmo. A 
revolução que ele iniciara desenvolveu-se tão rápido e 
de modo tão amplo que não só a astronomia se 
transformou, mas também a física. Quando isso 
aconteceu, dissolveram-se os últimos vestígios do 
universo aristotélico. A matemática tornou-se uma 
ferramenta cada vez mais essencial para as ciências 
físicas.
A visão do universo adotada por Galileu — 
morto em 1642, ano do nascimento de Isaac Newton —
baseava-se na observação, na experimentação e numa 
generosa aplicação da matemática. Uma atitude de 
certa forma diferente daquela adotada por seu 
contemporâneo mais jovem, René Descartes,que 
começou a formular uma nova concepção filosófica do 
universo, que viria a destruir a antiga visão escolástica 
medieval.
Em 1687, Newton publicou os Principia, cujo 
impacto foi imenso. Em um único volume, reescreveu 
toda a ciência dos corpos em movimento com uma 
incrível precisão matemática. Completou o que os 
físicos do fim da Idade Média haviam começado e que 
Galileu tentara trazer à realidade. As três leis do 
movimento, de Newton, formam a base de todo o seu 
trabalho posterior.
Ronan Colin A.. História ilustrada da ciência: da
Renascença à revolução científica. São Paulo: Círculo do
Livro, s/d, p. 73, 82-3 e 99 (com adaptações).
95. (Unb 2010) Os trabalhos de Aristóteles e Galileu
representam dois momentos marcantes do
desenvolvimento das ciências naturais no Ocidente.
Assinale a opção que sintetiza corretamente as
contribuições de cada um deles para a história da
ciência.
a) Aristóteles produziu conhecimento acerca do
universo de modo empírico e experimental, ao passo
que Galileu defendeu o uso da matemática como
ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso
apenas argumentativo.
b) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo
era especulativo, embasado na lógica que ele
mesmo criara, diferentemente do conhecimento de
Galileu, que defendia o uso da matemática como
ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso
apenas argumentativo.
c) A despeito de diferenças quanto à percepção do
universo, como heliocêntrico ou geocêntrico, tanto
Galileu quanto Aristóteles atribuíam à lógica o poder
de desvelar relações de causalidade entre os
fenômenos naturais.
d) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo
era empírico, e o de Galileu, contemplativo,
diferindo ambos quanto ao grau de manipulação dos
fenômenos naturais na construção dos conceitos
científicos.
61
FILOSOFIA 
96. (Uel 2009) [...] chamamos esses lugares de regiões 
superiores. [...] Tais torres, conforme sua altura e 
posição, servem para experimentos de isolamento, 
refrigeração e conservação, e para as observações 
atmosféricas, como o estudo dos ventos, da chuva, da 
neve, granizo e de alguns meteoros ígneos.
(BACON, F. Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural.
1997. P; 246.)
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre os 
subtemas, pode-se afirmar que o pensamento de 
Francis Bacon: 
a) Reconhece e valoriza o distanciamento da realidade
preconizado pelos autores da escolástica.
b) Rejeita a máxima “saber é poder” e compreende a
ciência como meio de controle sobre os seres
humanos.
c) Está voltado para o problema do método e para a
defesa da experimentação.
d) Considerao acesso à verdade como um processo
que resulta do método dialético e que parte dos
dados gerais para chegar ao particular.
e) Estrutura, assim como de Platão, sua “utopia
política”, tendo como base a sociedade organizada
em trabalhadores, soldados e governantes.
97. (Ufla 2009) “A razão é uma estrutura vazia, uma
forma pura sem conteúdos. Essa estrutura é que é
universal, a mesma para todos os seres humanos, em
todos os tempos e lugares. Essa estrutura é inata, isto
é, não é adquirida pela experiência. Por ser inata e não
depender da experiência para existir, a razão é, do
ponto de vista do conhecimento, anterior à experiência
e independente da experiência.
Os conteúdos que a razão conhece e nos quais ela
pensa, dependem da experiência. Sem ela (a
experiência) a razão seria sempre vazia, inoperante,
nada conheceria. A experiência fornece a matéria (os
conteúdos) do conhecimento para a razão e essa
fornece a forma do conhecimento”.
De acordo com o texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) O conteúdo, a matéria do conhecimento, é inato.
b) A estrutura da razão é inata.
c) A estrutura da razão é adquirida por experiência.
d) A experiência fornece a forma do conhecimento para
a razão.
98. (Ufla 2009) “Conhecimento racional é a síntese que
a razão realiza entre uma forma universal inata e um
conteúdo particular oferecido pela experiência. O que
existe como estrutura da razão é anterior à
experiência. Assim, forma é aquilo sem o que não
haveria percepção ou captação da experiência. A razão
tem a percepção de todas as coisas como realidades 
espaciais e temporais. Assim, o espaço e o tempo 
existem em nossa razão antes e sem a experiência. O 
conhecimento da realidade como ela é em si, não é 
possível, mas pode ser conhecida a forma como ela (a 
realidade) se apresenta (fenômeno)”.
De acordo com o texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) Espaço e tempo são formas inatas existentes na
razão.
b) A forma universal inata é percebida na experiência.
c) A razão pode conhecer a realidade em si.
d) A realidade em si é a forma como ela se apresenta.
99. (Pucpr 2009) Rousseau, no texto Sobre a origem e
os fundamentos da desigualdade entre os homens
(1755), estabelece que:
a) A invenção da propriedade privada, das sociedades e
das leis foram acontecimentos que deram origem,
diversificaram e aprofundaram as formas de
desigualdade.
b) A desigualdade natural entre os homens é a principal
razão da desigualdade social e política.
c) A desigualdade econômica se deve, sobretudo, à
inteligência mais aguçada dos ricos.
d) A invenção da sociedade e das leis nasceu para
garantir os direitos naturais da vida e da
propriedade.
e) A invenção da política marcou o fim da desigualdade
entre senhores e escravos.
100. (Uel 2009) Oswald de Andrade, no Manifesto
Antropofágico, procurou transformar o “bom
selvagem” de Rousseau num aguerrido selvagem
devorador, que digere e transforma a cultura europeia
do colonizador, tornando-a parte de sua própria
cultura. Considerando a questão do “bom selvagem”
no pensamento de Rousseau, é correto afirmar.
a) A idealização do bom selvagem, no estado de
natureza, representa a exaltação da animalidade do
homem primitivo que, no estado civil, adquire forma
agressiva.
b) A felicidade original do bom selvagem se realiza no
suor de seu trabalho em sua propriedade, de onde
retira o necessário para a sua sobrevivência.
c) O homem, degenerado pela civilização, só poderá
recuperar a felicidade no estado de natureza com o
retorno à vida isolada no meio das florestas.
d) No estado de natureza, o bom selvagem busca
satisfazer sua necessidade inata de reconhecimento
de si e de admiração pelo outro.
e) No estado de natureza, o bom selvagem é
autossuficiente e vive isolado, sobrevivendo com o
que a natureza lhe provê e de acordo com suas
necessidades inatas.
101. (Ueg 2009) Um dos aspectos mais importantes da
filosofia política de John Locke é sua defesa do direito à
propriedade, que ele considerava ser algo inerente à
62
FILOSOFIA 
natureza humana, uma vez que o corpo é nossa 
primeira propriedade. De acordo com esta perspectiva, 
o Estado deve
a) permitir aos seus cidadãos ter propriedade ou
propriedades.
b) garantir que todos os seus cidadãos, sem exceção,
tenham alguma propriedade.
c) garantir aos cidadãos a posse vitalícia de bens.
d) fazer com que a propriedade seja comum a todos os
cidadãos.
102. (Unioeste 2009) “Supondo que um homem,
dotado das mais poderosas faculdades racionais, seja
repentinamente transportado para este mundo;
certamente, notaria de imediato a existência de uma
contínua sucessão de objetos e um evento
acompanhado por outro, mas seria incapaz de
descobrir algo a mais. De início, não seria capaz,
mediante nenhum raciocínio, de chegar à ideia de
causa e efeito, visto que os poderes particulares que
realizam todas as operações naturais jamais se revelam
aos sentidos; nem é razoável concluir, apenas porque
um evento em determinado caso precede outro, que
um é a causa e o outro, o efeito. Esta conjunção pode
ser arbitrária e acidental. Não há base racional para
inferir a existência de um pelo aparecimento do outro.
[...] Todos os eventos parecem inteiramente soltos e
separados. Um evento segue outro, porém jamais
podemos observar um laço entre eles. [...] Não
sentimos escrúpulos de predizer um ao surgir o outro
[...]. Denominamos, então, um dos objetos causa e
outro efeito”. (Hume).
Segundo a concepção de conhecimento de Hume, é 
incorreto afirmar que 
a) a realidade, embora nos forneça a experiência de
uma sucessão de fatos, não nos revela relações
causais entre eles.
b) o princípio que fundamenta as relações causais é o
costume ou o hábito.
c) o princípio de causalidade é um princípio lógico e
inerente à própria razão.
d) do fato de o Sol ter nascido todos os dias até hoje
não podemos inferir que ele necessariamente
nascerá amanhã.
e) embora não haja conhecimentos absolutos sobre o
mundo, não devemos abandonar a noção de
conhecimento humano.
103. (Pucpr 2009) São de quatro gêneros os ídolos que
bloqueiam a mente humana. Para melhor apresentá-
los, assinalamos os nomes: Ídolos da Tribo, Ídolos da
Caverna, Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro.”
Fonte: BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova
Cultural, 1999, p.33.
É correto afirmar que para Bacon: 
a) Os Ídolos da Tribo e da Caverna são os
conhecimentos primitivos que herdamos dos nossos
antepassados mais notáveis.
b) Os Ídolos do Teatro são todos os grandes atores que
nos influenciam na vida cotidiana.
c) Os Ídolos do Foro são as ideias formadas em nós por
meio dos nossos sentidos.
d) Através dos Ídolos, mesmo considerando que temos
a mente bloqueada, podemos chegar à verdade.
e) Os Ídolos são falsas noções e retratam os principais
motivos pelos quais erramos quando buscamos
conhecer.
104. (Pucpr 2009) “Ciência e poder do homem
coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada,
frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, se não
quando se lhe obedece. E o que à contemplação
apresenta-se como causa é regra na prática.”
Fonte: BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova
Cultural, 1999, p.40.
Tendo em vista o texto acima, assinale a alternativa 
correta: 
a) Bacon estabelece que a melhor maneira de explicar
os fenômenos naturais é recorrer aos princípios
inatos da razão.
b) Através do conhecimento científico, o homem
aprende a aceitar o domínio dos princípios
metafísicos de causalidade sobre a natureza.
c) O conhecimento da natureza depende do poder do
homem. Assim um rei conhece mais sobre a
natureza do que um pobre estudante.
d) Através da contemplação - observação – da natureza
o homem aprende a conhecê-la e, então, reúne
condições para dominar a natureza.
e) Devemos ser práticos e obedecer à natureza, pois o
conhecimento das relações de causa e efeito é
impossível e sempre frustrante.
105. (Ufu 2009) Em Marx, o conceito de ideologia
designa uma forma de consciência invertida, que
distorce e encobre as formas de dominação existentes
nas relações sociais.
Tomando isso em consideração,marque a alternativa
que apresenta corretamente a relação entre os
conceitos de estrutura e superestrutura no
pensamento de Marx.
a) Marx afirma que a superestrutura projeta
falsamente as relações sociais de produção como
justas, e que uma sociedade igualitária somente
poderá surgir com a revolução da estrutura
econômica da sociedade.
b) Marx afirma que a superestrutura jurídica é o
fundamento da divisão social do trabalho, e que
toda revolução deve principiar com a alteração da
legislação que regulamenta a atividade econômica.
63
FILOSOFIA 
c) Marx afirma que os homens retêm em sua
consciência uma imagem transparente das relações
sociais de produção, e que somente a alteração da
consciência de cada indivíduo pode conduzir à
revolução dessas relações sociais de produção.
d) Marx afirma que a democracia burguesa e os
partidos políticos são o motor da história. Logo, toda
revolução social principia no domínio político, que é
a esfera em que podem se manifestar legitimamente
os conflitos de interesses.
106. (Uema 2008) O Ceticismo no sentido absoluto
consiste em negar, de forma total, a possibilidade do
homem em conhecer a verdade. Assim, para o
ceticismo absoluto, o homem nada pode afirmar pois
nada pode conhecer.
Com base nessa afirmação, marque a alternativa que
expressa o conceito de Descartes sobre o ceticismo.
a) Trata-se de uma posição moderada, pois nega
apenas parcialmente a nossa capacidade de se
conhecer a verdade.
b) Trata-se de limitar, ao positivamente dado, os fatos
imediatos da experiência, fugindo de toda
especulação metafísica.
c) Trata-se não mais de duvidar por duvidar, mas de
examinar criteriosamente todas as áreas a fim de
nelas descobrir elementos sobre os quais possa
recair alguma suspeita.
d) Trata-se de um ceticismo, em que é impossível um
saber rigoroso.
e) Trata-se da certeza de que o juízo humano nunca
concorda com a realidade de que nunca se pode
dizer, pois, que esta ou aquela proposição seja
verdadeira.
107. (Uel 2008) Leia o seguinte texto de Descartes:
[...] considerei em geral o que é necessário a 
uma proposição para ser verdadeira e certa, pois, como
acabara de encontrar uma proposição que eu sabia sê-
lo inteiramente, pensei que devia saber igualmente em 
que consiste essa certeza. E, tendo percebido que nada
há no “penso, logo existo” que me assegure que digo a 
verdade, exceto que vejo muito claramente que, para 
pensar, é preciso existir, pensei poder tomar por regra 
geral que as coisas que concebemos clara e 
distintamente são todas verdadeiras.
(DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza
Moreira Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de
Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 57.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
pensamento cartesiano, é correto afirmar: 
a) Para Descartes, a proposição “penso, logo existo”
não pode ser considerada como uma proposição
indubitavelmente verdadeira.
b) Embora seja verdadeira, a proposição “penso, logo
existo” é uma tautologia inútil no contexto da
filosofia cartesiana.
c) Tomando como base a proposição "penso, logo
existo", Descartes conclui que o que é necessário
para que uma proposição qualquer seja verdadeira é
que ela enuncie algo que possa ser concebido clara e
distintamente.
d) Descartes é um filósofo cético, uma vez que afirma
que não é possível se ter certeza sobre a verdade de
qualquer proposição.
e) Tomando como exemplo a proposição "penso, logo
existo", Descartes conclui que uma proposição
qualquer só pode ser considerada como verdadeira
se ela tiver sido provada com base na experiência.
108. (Ueg 2008) Leia o texto abaixo.
Também não é exagero afirmar que o investimento no
pensamento positivo pode ser encarado como uma
forma moderna de escapismo. “Para muitas pessoas,
isso é uma alívio, pois essas técnicas irão poupá-las do
trabalho de questionar qual o sentido de sua vida, o
melhor caminho para seguir e a que atividade se deseja
dedicar”, comenta a filósofa Dulce Cristelli, da PUC-SP.
As dúvidas existenciais e o sofrimento dão lugar à
busca desenfreada pela casa nova, pelo carro de luxo,
pelo emprego dos sonhos, pelos amores incríveis.
VERONESE, Michelle. Pensamento positivo.
SuperInteressante, São Paulo: Abril, ed. 242, ago. 2007,
p. 63.
O pensamento positivo, referido no texto, pode ser 
encarado como uma fuga da realidade. 
Contrariamente, para Kant, o homem necessita do 
dever para se tornar um ser moral e, 
consequentemente, um ser autônomo. Para Kant, a 
máxima do ser que age é: 
a) Siga o contrato social, o qual, com teu
consentimento, tem autoridade e poder sobre ti.
b) Saiba que a vida virtuosa é agir em conformidade
com a natureza (o cosmo).
c) Aja como se a máxima de tua ação devesse servir de
lei universal para todos os seres racionais.
d) Aspira ao bem e à felicidade que só podem ser
alcançados com a obtenção de propriedades.
64
FILOSOFIA 
109. (Ufu 2008) Leia atentamente o texto a seguir.
A partir dessa intuição primeira (a existência 
do ser que pensa), que é indubitável, Descartes 
distingue os diversos tipos de ideias, percebendo que 
algumas são duvidosas e confusas e outras são claras e 
distintas.
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando.
Introdução à Filosofia. 
São Paulo: Moderna, 1993. p. 104.
A primeira ideia clara e distinta encontrada por 
Descartes no trajeto das meditações é 
a) a ideia do cogito (coisa pensante), pois na medida
em que duvida, aquele que medita percebe que
existe.
b) a ideia de coisa extensa, porque tudo aquilo que
possui extensão é imediatamente claro e distinto.
c) a ideia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a
interromper o procedimento da dúvida, no qual se
lança aquele que se propõe meditar.
d) a ideia do gênio maligno, porque somente através
dele Descartes consegue suprimir o processo da
dúvida radical.
110. (Ufu 2007) Qual é a diferença entre o conceito de
movimento histórico, em Hegel, e o de processo
histórico, em Marx?
a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão
construindo o movimento da produção da vida
material e, assim, o movimento histórico. Para Marx,
a consciência determina cada época histórica,
desenvolvendo o processo histórico.
b) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter
retrocessos, por isso utiliza-se do conceito de
movimento da base econômica da sociedade. Marx
acredita que o modo de produção encaminhe para
um objetivo final, que é a concretização da Razão.
c) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não
permite a continuidade. Para Marx, a História é
construída pelo progresso da consciência dos
homens que formam o processo histórico.
d) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha
para o conceito de si mesma, em si mesma. Marx
não tem uma visão linear e progressiva da História,
sendo que, para ele, ela é processo, depende da
organização dos homens para a superação das
contradições geradas na produção da vida material,
para transformar ou retroceder historicamente.
111. (Ufu 2007) Em relação ao conceito de História e
de luta de classes em Marx, marque a alternativa
correta.
a) A luta de classes movimenta a História na medida em
que expressa, no interior da sociedade, o conflito
entre forças produtivas e meios de produção.
b) A burguesia constitui o principal motor da História
desde a antiguidade, marcando todas as fases do
desenvolvimento econômico do mundo ocidental.
c) Destituído dos meios de produção, o proletariado
tem papel irrelevante na passagem do capitalismo
para o socialismo.
d) O socialismo caracteriza-se pela inversão das
relações sociais de produção, de tal modo que o
proletariado assumirá o papel histórico da
burguesia, e esta o do papel histórico do
proletariado.
112. (Uel 2006) “Um povo, portanto, só será livre
quando tiver todas as condições de elaborar suas leis
num clima de igualdade, de tal modo que a obediência
a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma
submissão à deliberação de si mesmo e de cada
cidadão, como partes do poder soberano. Isto é, uma
submissão à vontade geral e não à vontadede um
indivíduo em particular ou de um grupo de indivíduos.”
(NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à
liberdade. In: WEFFORT, Francisco. Os clássicos da
política. São Paulo: Ática, 2000. p. 196.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
legitimidade do poder do Estado em Rousseau, é 
correto afirmar: 
a) A legislação que rege o Estado deve ser elaborada
por um indivíduo escolhido para tal e que se tornará
o soberano desse Estado.
b) A liberdade de uma nação é ameaçada quando se
confere ao povo o direito de discutir a legitimidade
das leis às quais está submetido.
c) Devido à ignorância e ao atraso do povo, deve-se
atribuir a especialistas competentes o papel de
legisladores.
d) A legitimidade das leis depende de que as mesmas
sejam elaboradas pelo conjunto dos cidadãos,
expressão da liberdade do povo.
e) A vontade do monarca, cujo poder é assegurado pela
hereditariedade, deve prevalecer na elaboração das
leis às quais se submetem os cidadãos.
113. (Ufu 2005) Marx, no Prefácio de 1859 de Para a
crítica da economia política, afirma que “(...) na
produção social da própria vida, os homens contraem
relações determinadas necessárias e independentes de
sua vontade, relações de produção estas que
correspondem a uma etapa determinada de
desenvolvimento de suas forças produtivas materiais”.
Nesse sentido, desenvolve também seu conceito de 
65
FILOSOFIA 
consciência, que define como sendo determinada 
a) pela Filosofia. Assim, é o pensamento filosófico que
forma as consciências dos homens.
b) pela produção espiritual dos homens. Assim, é a
consciência que determina a produção social da vida
e não a produção social da vida que determina a
consciência.
c) pela religião. Assim, é toda a ética religiosa que
determina a consciência humana.
d) pelo ser social dos homens. Assim, é a produção
social da vida que determina a consciência e não a
consciência que determina a produção social da
vida.
114. (Uema 2005) O Maranhão vive a expectativa da
implantação de um grande polo siderúrgico. De um
lado, o discurso afirma que os maranhenses terão um
momento de desenvolvimento com a geração de
emprego e renda. Do outro, o discurso versa sobre o
impacto ambiental para a população.
Ambos os discursos são ideológicos, embora diferentes,
pois há vários sentidos para a palavra
ideologia que, segundo Karl Marx, adquiriu um sentido
negativo, como instrumento de dominação, que tem
como função:
a) produzir uma divergência entre as classes.
b) enfatizar as diferenças, como as de classe, e de
fornecer aos membros da sociedade um sentimento
de identidade social.
c) desenvolver consciência crítica na relação dos
homens entre si e suas condições de existência.
d) dar aos membros da sociedade dividida em classes
um sentido de desigualdade entre todos.
e) dar aos membros da sociedade dividida em classes
uma explicação racional para as diferenças sociais,
políticas e econômicas.
115. (Ufu 2004) Leia o fragmento abaixo, de Karl Marx.
“Com o próprio funcionamento, o processo capitalista 
de produção reproduz, portanto, a separação entre a 
força de trabalho e as condições de trabalho, 
perpetuando, assim, as condições de exploração do 
trabalhador. Compele sempre o trabalhador a vender 
sua força de trabalho para viver, e capacita sempre o 
capitalista a comprá-la.”
MARX, K. O capital, Livro I, O processo de produção do
Capital [Vol. II]. Trad. de Reginaldo Sant.Anna. 11.ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1987, p. 672.
De acordo com o filósofo alemão, a condição do 
trabalhador na economia capitalista clássica é
I. de realização plena da sua capacidade produtiva,
alcançando a autonomia financeira e a satisfação dos
valores existenciais tão almejados pela humanidade, 
desde os primórdios da história.
II. de alienação, pois os trabalhadores possuem apenas
sua capacidade de trabalhar, que é vendida ao
capitalista em troca do salário, por isso, a produção
não pertence ao trabalhador, sendo-lhe estranha.
III. de superação da sua condição de ser natural para
tornar-se ser social, liberto graças à divisão do
trabalho, que lhe permite o desenvolvimento
completo de suas habilidades naturais na fábrica.
IV. de coisa, isto é, o trabalhador é reificado, tornando-
se mercadoria, cujo preço é o salário, ao passo que
as coisas produzidas pelo trabalhador, na ótica
capitalista, parecem dotadas de existência própria.
Assinale a alternativa que apresenta as assertivas 
corretas. 
a) II e IV
b) I e II
c) II e III
d) III e IV
116. (Ufu 2000) Sobre a filosofia de Marx, analisando o
conceito de trabalho, é correto afirmar que
I. a produção e a reprodução das condições de
existência se realizam através do trabalho;
II. a divisão social do trabalho não é uma simples
divisão de tarefas, mas a manifestação da existência
da propriedade;
III. os seres humanos distinguem-se dos animais porque
são dotados de consciência e não porque
produzem.
Assinale a alternativa correta. 
a) II e III
b) III
c) I e III
d) I e II
117. (Ufu 1998) Na sua obra “Crítica da Razão Pura”,
Kant formulou uma síntese entre sujeito e objeto,
mostrando que, ao conhecermos a realidade do
mundo, participamos da sua construção mental.
Segundo Kant, esta valorização do sujeito (possuidor de
categorias apriorísticas) no ato de conhecimento,
representou, na Filosofia, algo comparável à
a) previsão da órbita do Cometa Halley no sistema
solar.
b) revolução de Copérnico na Física.
c) invenção do telescópio por Galileu Galilei.
d) Revolução francesa que derrubou o Ancien Régime.
e) invenção da máquina a vapor.
66
FILOSOFIA 
118. (Enem 2013)
Nasce aqui uma questão: se vale mais ser amado que 
temido ou temido que amado. Responde-se que 
ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil 
juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, 
quando haja de faltar uma das duas. Porque dos 
homens se pode dizer, duma maneira geral, que são 
ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de 
lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente 
teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, 
quando, como acima disse, o perigo está longe; mas 
quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 
1991
A partir da análise histórica do comportamento 
humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel 
define o homem como um ser
A munido de virtude, com disposição nata a praticar o 
bem a si e aos outros.
B possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para 
alcançar êxito na política.
C guiado por interesses, de modo que suas ações são 
imprevisíveis e inconstantes.
D naturalmente racional, vivendo em um estado pré-
social e portando seus direitos naturais.
E sociável por natureza, mantendo relações pacíficas 
com seus pares.
119. (ENEM 2013)
TEXTO I
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus 
primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como 
verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em 
princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui 
duvidoso e incerto. Era necessário tentar
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de 
todas as opiniões a que até então dera crédito, e 
começar tudo novamente a fim de estabelecer um 
saber firme e inabalável.
(DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira 
Filosofia. São Paulo: Abril Cultura, 1973)
TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a 
radicalização do próprio processo de busca. Se todo o 
espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que 
aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada 
pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma 
daquelas que foram anteriormente varridas por essa 
mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. 
São Paulo: Moderna, 2001
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam
que, para viabilizar a reconstrução radical do
conhecimento, deve-se
a) retomar o método da tradição para edificar a ciência
com legitimidade.
b) questionar de forma ampla e profunda as antigas
ideias e concepções.
c) investigar os conteúdosda consciência dos homens
menos esclarecidos.
d) buscar uma via para eliminar da memória saberes
antigos e ultrapassados.
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que
dispensam ser questionados.
120. (ENEM 2013)
Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia
regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para
descobrir mediante conceitos, algo que ampliasse
nosso conhecimento, malogravam-se com esse
pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se
não se resolverão melhor as tarefas da metafísica,
admitindo que os objetos se deveriam regular pelo
nosso conhecimento.
(KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-
Gulbenkian, 1994)
O trecho em questão é uma referência ao que ficou
conhecido como revolução copernicana na filosofia.
Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza
do conhecimento.
b) defendem que o conhecimento é impossível,
restando-nos somente o ceticismo.
c) revelam a relação de interdependência entre os
dados da experiência e a reflexão filosófica.
d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia,
na primazia das ideias em relação aos objetos.
e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso
conhecimento e são ambas recusadas por Kant.
121. (ENEM 2013)
Os produtos e seu consumo constituem a meta
declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta
foi proposta pela primeira vez no início da
Modernidade, como expectativa de que o homem
poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado por
pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado
pelo Iluminismo, não surgiu ―de um prazer de poder,
―de um mero imperialismo humano‖, mas da
aspiração de libertar o homem e de enriquecersua vida,
física e culturalmente.
(CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três
enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v.2. n. 4, 2004)
67
FILOSOFIA 
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes 
e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência 
como uma forma de saber que almeja libertar o 
homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a 
investigação científica consiste em
a) expor a essência da verdade e resolver
definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que
existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para
outras áreas do saber que almejam o progresso.
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a
natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos
naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
122. (ENEM 2012)
Esclarecimento é a saída do homem de sua
menoridade, da qual ele próprio é culpado. A
menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu
entendimento sem a direção de outro indivíduo. O
homem é o próprio culpado dessa menoridade se a
causa dela não se encontra na falta de entendimento,
mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si
mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de
fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do
esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas
pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois
que a natureza de há muito os libertou de uma
condição estranha, continuem, no entanto, de bom
grado menores durante toda a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?
Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).
Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento,
fundamental para a compreensão do contexto
filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido 
empregado por Kant, representa
a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional
como expressão da maioridade.
b) o exercício da racionalidade como pressuposto
menor diante das verdades eternas.
c) a imposição de verdades matemáticas, com caráter
objetivo, de forma heterônoma.
d) a compreensão de verdades religiosas que libertam
o homem da falta de entendimento.
e) a emancipação da subjetividade humana de
ideologias produzidas pela própria razão
123. (ENEM 2012)
TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram
enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente
em quem já nos enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril
Cultural, 1979.
TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma
ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado,
precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva
esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe
qualquer impressão sensorial, isso servirá para
confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São
Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a
natureza do conhecimento humano. A comparação dos
excertos permite assumir que Descartes e Hume 
a) defendem os sentidos como critério originário para
considerar um conhecimento legítimo.
b) entendem que é desnecessário suspeitar do
significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à
gênese do conhecimento.
d) concordam que conhecimento humano é impossível
em relação às ideias e aos sentidos.
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no
processo de obtenção do conhecimento.
124. (ENEM 2012)
Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o
que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo
acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias,
devido às grandes transformações ocorridas, e que
ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura
humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente
o nosso livre arbítrio, creio que se pode aceitar que a
sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-
arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.
MAQUIAVEL, N. O Principe. Brasília: EdUnB, 1979
(adaptado).
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do
poder em seu tempo. No trecho citado, o autor
demonstra
a) o vínculo entre o seu pensamento político e o
humanismo renascentista ao valorizar a interferência
divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos
políticos.
c) afirmar a confiança na razão autônoma como
fundamento da ação humana.
d) romper com a tradição que valorizava o passado
como fonte de aprendizagem.
68
FILOSOFIA 
E redefinir a ação política com base na unidade entre fé 
e razão.
125. (ENEM 2010 1ª aplicação)
O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a 
reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo 
unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros 
poderá ser mais clemente do que outros que, por 
muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao 
assassínio e ao roubo.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 
2009.
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão 
sobre a Monarquia e a função do governante.
A manutenção da ordem social, segundo esse autor, 
baseava-se na
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos
mercenários.
c) compaixão quanto à condenação dos servos
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do
príncipe
126. (ENEM 2009 Cancelado)
Para uns, a Idade Média foi uma época de trevas,
pestes, fome, guerras sanguinárias, superstições,
crueldade. Para outros, uma época de bons cavaleiros,
damas corteses, fadas, guerras honradas, torneios,
grandes ideais. Ou seja, uma Idade Média ―má‖ e uma
Idade Média ―boa‖. Tal disparidade de apreciações
com relação a esse período da História se deve
a) ao Renascimento, que começou a valorizar a
comprovação documental do passado, formando
acervos documentais que mostram tanto a realidade―boa‖ quanto a ―má‖.
b) à tradição iluminista, que usou a Idade Média como
contraponto a seus valores racionalistas, e ao
Romantismo, que pretendia ressaltar as ―boas‖
origens das nações.
c) à indústria de videojogos e cinema, que encontrou
uma fonte de inspiração nessa mistura de fantasia e
realidade, construindo uma visão falseada do real.
d) ao Positivismo, que realçou os aspectos positivos da
Idade Média, e ao marxismo, que denunciou o lado
negativo do modo de produção feudal.
e) à religião, que com sua visão dualista e maniqueísta
do mundo alimentou tais interpretações sobre a Idade
Média.
127. (ENEM 2014)
É o caráter radical do que se procura que exige a
radicalização do próprio processo de busca. Se todo o
espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que
aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada
pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma
daquelas que foram anteriormente varridas por essa
mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade.
São Paulo: Moderna. 2001 (adaptado)
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida
radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por
contribuir para o(a)
a) dissolução do saber científico.
b) recuperação dos antigos juízos.
c) exaltação do pensamento clássico.
d) surgimento do conhecimento inabalável.
e) fortalecimento dos preconceitos religiosos.
128. (ENEM 2014)
A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que
continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o
universo), que não se pode compreender antes de
entender a língua e conhecer os caracteres com os
quais está escrito. Ele está escrito em língua
matemática, os caracteres são triângulos,
circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos
meios é impossível entender humanamente as
palavras; sem eles, vagamos perdidos dentro de um
obscuro labirinto.
GALILEI. G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo:
Abril Cultural. 1978.
No contexto da Revolução Científica do século XVII,
assumir a posição de Galileu significava defender a
a) continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante
na Idade Média.
b) necessidade de o estudo linguístico ser
acompanhado do exame matemático.
c) oposição da nova física quantitativa aos pressupostos
da filosofia escolástica.
d) importância da independência da investigação
científica pretendida pela Igreja.
e) inadequação da matemática para elaborar uma
explicação racional da natureza.
129. (Enem 2017) Uma pessoa vê-se forçada pela
necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito
bem que não poderá pagar, mas vê também que não
lhe emprestarão nada se não prometer firmemente
pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer
a promessa; mas tem ainda consciência bastante para
perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao
dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo
69
FILOSOFIA 
que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: 
quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo 
emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal 
nunca sucederá.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. 
São Paulo: Abril Cultural, 1980.
De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de 
pagamento” representada no texto 
a) assegura que a ação seja aceita por todos a partir da
livre discussão participativa.
b) garante que os efeitos das ações não destruam a
possibilidade da vida futura na terra.
c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem
possa valer como norma universal.
d) materializa-se no entendimento de que os fins da
ação humana podem justificar os meios.
e) permite que a ação individual produza a mais ampla
felicidade para as pessoas envolvidas.
130. (Enem 2017) A moralidade, Bentham exortava,
não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de
fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a
tentativa de criar a maior quantidade de felicidade
possível neste mundo. Ao decidir o que fazer,
deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta
promoveria a maior quantidade de felicidade para
todos aqueles que serão afetados.
RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral, Barueri-
SP; Manole. 2006.
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em
conformidade com uma 
a) fundamentação científica de viés positivista.
b) convenção social de orientação normativa.
c) transgressão comportamental religiosa.
d) racionalidade de caráter pragmático.
e) inclinação de natureza passional.
131. (Enem 2016) Nunca nos tornaremos matemáticos,
por exemplo, embora nossa memória possua todas as
demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não
for capaz de resolver toda espécie de problemas; não
nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os
raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular
um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de
fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas
histórias.
DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito.
São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera
o conhecimento, de modo crítico, como resultado da
a) investigação de natureza empírica.
b) retomada da tradição intelectual.
c) imposição de valores ortodoxos.
d) autonomia do sujeito pensante.
e) liberdade do agente moral.
132. (Enem 2016) Vi os homens sumirem-se numa
grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas
obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou
uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O
nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se
veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os
corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima
de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos
o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o
mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os
abismos não nos querem tragar!
NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro:
Ediouro,1977.
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz
um entendimento da doutrina niilista, uma vez que 
a) reforça a liberdade do cidadão.
b) desvela os valores do cotidiano.
c) exorta as relações de produção.
d) destaca a decadência da cultura.
e) amplifica o sentimento de ansiedade.
133. (Enem 2016) Sentimos que toda satisfação de
nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à
esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém
prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao
contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o
herdeiro para sempre de todas as preocupações.
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida.
São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma
tradição filosófica ocidental, segundo a qual a
felicidade se mostra indissociavelmente ligada à 
a) a consagração de relacionamentos afetivos.
b) administração da independência interior.
c) fugacidade do conhecimento empírico.
d) liberdade de expressão religiosa.
e) busca de prazeres efêmeros.
134. (Enem 2015) Todo o poder criativo da mente se
reduz a nada mais do que a faculdade de compor,
transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos
fornecem os sentidos e a experiência. Quando
pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos
mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e
montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um
70
FILOSOFIA 
cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a 
virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e 
podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, 
animal que nos é familiar.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. 
São Paulo: Abril Cultural, 1995.
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e 
impressão ao considerar que 
a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na
sensação.
b) o espírito é capaz de classificar os dados da
percepção sensível.
c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais
determinadas pelo acaso.
d) os sentimentosordenam como os pensamentos
devem ser processados na memória.
e) as ideias têm como fonte específica o sentimento
cujos dados são colhidos na empiria.
135. (Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais,
quanto às faculdades do corpo e do espírito, que,
embora por vezes se encontre um homem
manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito
mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se
considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um
e outro homem não é suficientemente considerável
para que um deles possa com base nela reclamar algum
benefício a que outro não possa igualmente aspirar.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil,
quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles 
a) entravam em conflito.
b) recorriam aos clérigos.
c) consultavam os anciãos.
d) apelavam aos governantes.
e) exerciam a solidariedade.
136. (Enem 2018)
O século XVIII é, por diversas razões, um século
diferenciado. Razão e experimentação se aliavam no
que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o
estabelecimento do conhecimento científico, por tanto
tempo almejado. O fato, a análise e a indução
passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É
ainda no século XVIII que o homem começa a tomar
consciência de sua situação na história.
ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY. C. B. História da
cidadania. São Paulo: Contexto. 2003.
No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão
filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas
características a 
a) aproximação entre inovação e saberes antigos.
b) conciliação entre revelação e metafísica platônica.
c) vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.
d) separação entre teologia e fundamentalismo
religioso. 
e) contraposição entre clericalismo e liberdade de
pensamento.
137. (Enem 2018)
TEXTO I
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em
que todo homem é inimigo de todo homem, é válido
também para o tempo durante o qual os homens vivem
sem outra segurança senão a que lhes pode ser
oferecida por sua própria força e invenção. 
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 
TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter
nenhuma ideia de bondade, o homem seja
naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo
o estado de natureza aquele em que o cuidado de
nossa conservação é menos prejudicial à dos outros,
esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz
e o mais conveniente ao gênero humano.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o
fundamento da desigualdade entre os homens. São
Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado). 
Os trechos apresentam divergências conceituais entre
autores que sustentam um entendimento segundo o
qual a igualdade entre os homens se dá em razão de
uma 
a) predisposição ao conhecimento.
b) submissão ao transcendente.
c) tradição epistemológica.
d) condição original.
e) vocação política.
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
1. (Uel 2013) Leia o texto a seguir.
O modo de comportamento perceptivo, através do qual
se prepara o esquecer e o rápido recordar da música de
massas, é a desconcentração. Se os produtos
normalizados e irremediavelmente semelhantes entre
si, exceto certas particularidades surpreendentes, não
permitem uma audição concentrada, sem se tornarem
insuportáveis para os ouvintes, estes, por sua vez, já
71
FILOSOFIA 
não são absolutamente capazes de uma audição 
concentrada. Não conseguem manter a tensão de uma 
concentração atenta, e por isso se entregam 
resignadamente àquilo que acontece e flui acima deles, 
e com o qual fazem amizade somente porque já o 
ouvem sem atenção excessiva.
(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão
da audição. In: Adorno et all. Textos escolhidos. São
Paulo: Abril Cultural, 1978, p.190. Coleção Os
Pensadores.)
As redes sociais têm divulgado músicas de fácil 
memorização e com forte apelo à cultura de massa.
A respeito do tema da regressão da audição na 
Indústria Cultural e da relação entre arte e sociedade 
em Adorno, assinale a alternativa correta. 
a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de
uma concentração atenta relaciona-se ao fato de
que a música tornou-se um produto de consumo,
encobrindo seu poder crítico.
b) A música representa um domínio particular, quase
autônomo, das produções sociais, pois se baseia no
livre jogo da imaginação, o que impossibilita
estabelecer um vínculo entre arte e sociedade.
c) A música de massa caracteriza-se pela capacidade de
manifestar criticamente conteúdos racionais
expressos no modo típico do comportamento
perceptivo inato às massas.
d) A tensão resultante da concentração requerida para
a apreciação da música é uma exigência
extramusical, pois nossa sensibilidade é
naturalmente mais próxima da desconcentração.
e) Audição concentrada significa a capacidade de
apreender e de repetir os elementos que constituem
a música, sendo a facilidade da repetição o que
concede poder crítico à música.
2. (Uel 2013)
Leia o texto a seguir.
A utilização da Internet ampliou e fragmentou, 
simultaneamente, os nexos de comunicação. Isto 
impacta no modo como o diálogo é construído entre os 
indivíduos numa sociedade democrática.
(Adaptado de: HABERMAS, J. O caos da esfera pública.
Folha de São Paulo, 13 ago. 2006, Caderno Mais!, p.4-
5.)
A partir dos conhecimentos sobre a ação comunicativa 
em Habermas, considere as afirmativas a seguir.
I. A manipulação das opiniões impede o consenso ao
usar os interlocutores como meios e desconsiderar o
ser humano como fim em si mesmo.
II. A validade do que é decidido consensualmente
assenta-se na negociação em que os interlocutores
se instrumentalizam reciprocamente em prol de
interesses particulares.
III. Como regra do discurso que busca o entendimento,
devem-se excluir os interlocutores que, de algum
modo, são afetados pela norma em questão.
IV. O projeto emancipatório dos indivíduos é
construído a partir do diálogo e da argumentação
que prima pelo entendimento mútuo.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
3. (Ufpa 2013) “Originalmente concebida e acionada
para emancipar os homens, a moderna ciência está
hoje a serviço do capital, contribuindo para a
manutenção das relações de classe. A ciência e a
técnica nas mãos dos poderosos [...] controlam a vida
dos homens, subjuga-os ao interesse do capital. A
produção de bens segue uma lógica técnica, e não à
lógica das necessidades reais dos homens.”
FREITAG, B. A teoria Crítica ontem e hoje, São Paulo:
Brasiliense, 1986, p.94.
A autora nos apresenta a visão da Escola de Frankfurt 
acerca do papel desempenhado pela ciência e pela 
tecnologia na moderna economia capitalista. Sobre 
este papel, considere as afirmativas abaixo:
I. A ciência e a técnica, além de serem forças
produtivas, funcionam como ideologias para
legitimar o sistema capitalista.
II. Nas mãos do poder econômico e político, a
tecnologia e a ciência são empregadas para impedir
que as pessoas tomem consciência de suas
condições de desigualdade.
III. A dimensão emancipadora e crítica da racionalidade
moderna foi valorizada na economia capitalista,
pois muitas das reivindicações dos trabalhadores
foram atendidas a partir do advento da tecnologia.
IV. Na economia capitalista, produz-se com eficácia o
que dá lucro e não aquilo que os homens
necessitam e gostariam de ter ou usar.
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e III
b) II e III
72
FILOSOFIA 
c) III e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV
4. (Ufsj 2013) “Não que acreditemos que Deus exista;
pensamos antes que o problema não está aí, no da sua
existência [...] os cristãos podem apelidar-nos de
desesperados”.
Essa afirmação revela o pensador 
a) ThomasHobbes, defendendo o seu pensamento
objetivo de que “o homem deve ser tomado como
um elemento de construção da monarquia”.
b) Nietzsche, perseguindo o direito do homem de
tomar posse do seu reino animal e da sua superação
e de reconduzir-se às verdades implícitas nele
próprio.
c) Jean-Paul Sartre, desenvolvendo um argumento, no
qual chega à conclusão de que o existencialismo é
um otimismo.
d) David Hume, criticando as clássicas provas a favor da
existência de Deus.
5. (Ufsj 2013) Na obra “O existencialismo é um
humanismo”, Jean-Paul Sartre intenta
a) desenvolver a ideia de que o existencialismo é
definido pela livre escolha e valores inventados pelo
sujeito a partir dos quais ele exerce a sua natureza
humana essencial.
b) mostrar o significado ético do existencialismo.
c) criticar toda a discriminação imposta pelo
cristianismo, através do discurso, à condição de ser
inexorável, característica natural dos homens.
d) delinear os aspectos da sensação e da imaginação
humanas que só se fortalecem a partir do exercício
da liberdade.
6. (Unioeste 2012) “O que significa aqui o dizer-se que
a existência precede a essência? Significa que o homem
primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e
que só depois se define. O homem, tal como o concebe
o existencialista, se não é definível, é porque
primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa
e tal como a si próprio se fizer. (...) O homem é, não
apenas como ele se concebe, mas como ele quer que
seja, como ele se concebe depois da existência, como
ele se deseja após este impulso para a existência; o
homem não é mais que o que ele faz. (...) Assim, o
primeiro esforço do existencialismo é o de por todo o
homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a
total responsabilidade de sua existência. (...) Quando
dizemos que o homem se escolhe a si, queremos dizer
que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com
isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si
próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não
há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem
que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma 
imagem do homem como julgamos que deve ser”.
Sartre.
Considerando a concepção existencialista de Sartre e o 
texto acima, é incorreto afirmar que 
a) o homem é um projeto que se vive subjetivamente.
b) o homem é um ser totalmente responsável por sua
existência.
c) por haver uma natureza humana determinada, no
homem a essência precede a existência.
d) o homem é o que se lança para o futuro e que é
consciente deste projetar-se no futuro.
e) em suas escolhas, o homem é responsável por si
próprio e por todos os homens, porque, em seus
atos, cria uma imagem do homem como julgamos
que deve ser.
7. (Ufsj 2012) “Subjetividade” e “intersubjetividade”
são conceitos com os quais Sartre pontua o seu
existencialismo. Nesse contexto, tais conceitos revelam
que
a) o cogito cartesiano desabou sobre o existencialismo
na mesma proporção com que a virtu socrática
precipitou-se sobre o materialismo dialético do
século XX.
b) “Penso, logo existo” deve ser o ponto de partida de
qualquer filosofia. Tal subjetividade faz com que o
Homem não seja visto como objeto, o que lhe
confere verdadeira dignidade. A descoberta de si
mesmo o leva, necessariamente, à descoberta do
outro, implicando uma intersubjetividade.
c) o Homem é dado, é unidade, é união e é
intersubjetividade; portanto, a sua existência é
agregadora e desapegada da tão apregoada
subjetividade clássica, por isso mesmo tão crucial
para Sartre.
d) não há um só lampejo de subjetividade que não
tenha se reinaugurado na intersubjetividade, isto é,
na idealidade que instrui as prerrogativas para se
instalarem as escolhas do sujeito, definindo-o.
8. (Unimontes 2012) A Escola de Frankfurt foi fundada
em 1923, sob o nome de Instituto para a Pesquisa
Social. Marque a alternativa que contempla os
principais pensadores da Escola de Frankfurt.
a) Theodor Adorno, Platão, Herbert Marcuse e Walter
Benjamin.
b) Tomás de Aquino, Marx Horkheimer, Herbert
Marcuse e Walter Benjamin.
c) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert
Marcuse e Tobias Barreto.
d) Theodor Adorno, Marx Horkheimer, Herbert
Marcuse e Walter Benjamin.
73
FILOSOFIA 
9. (Uncisal 2012) Observe o trecho da música
“Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho, e perceba que 
sua análise pode nos levar a discutir o conceito de 
alienação.
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonha com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela...
Espera nova possibilidade
De ver este mundo se acabar
A Arca de Noé, o dirigível
Não voam nem se pode flutuar
Seguindo o pensamento de Karl Marx, veremos que a 
alienação se dá em uma situação determinada que gera 
toda uma gama de desdobramentos e consequências. 
Tal situação ocorre na esfera 
a) religiosa, por meio das concepções escatológicas.
b) cientifica, com a ampliação do conhecimento.
c) política, por meio da organização partidária.
d) cultural, com o avanço da cultura de massa.
e) produtiva, a partir das relações de produção.
10. (Ufu 2012) Leia o excerto abaixo e assinale a
alternativa que relaciona corretamente duas das
principais máximas do existencialismo de Jean-Paul
Sartre, a saber:
i. “a existência precede a essência”
ii. “estamos condenados a ser livres”
Com efeito, se a existência precede a essência, nada 
poderá jamais ser explicado por referência a uma 
natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe 
determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. 
Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos já 
prontos, valores ou ordens que possam legitimar a 
nossa conduta. [...] Estamos condenados a ser livres. 
Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar 
dizendo que o homem está condenado a ser livre. 
Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, 
no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, 
é responsável por tudo o que faz.
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo.
3ª. ed. S. Paulo: Nova Cultural, 1987. 
a) Se a essência do homem, para Sartre, é a liberdade,
então jamais o homem pode ser, em sua existência,
condenado a ser livre, o que seria, na verdade, uma
contradição.
b) A liberdade, em Sartre, determina a essência da
natureza humana que, concebida por Deus, precede
necessariamente a sua existência.
c) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicional, à
qual o homem, como existência já lançada no
mundo, está condenado, e pela qual projeta o seu
ser ou a sua essência.
d) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo,
porque a existência do homem depende da essência
de sua natureza humana, que a precede e que é a
liberdade.
11. (Ueg 2012) “Uma moral racional se posiciona
criticamente em relação a todas as orientações da
ação, sejam elas naturais, autoevidentes,
institucionalizadas ou ancoradas em motivos através de
padrões de socialização. No momento em que uma
alternativa de ação e seu pano de fundo normativo são
expostos ao olhar crítico dessa moral, entra em cena a
problematização. A moral da razão é especializada em
questões de justiça e aborda em princípio tudo à luz
forte e restrita da universalidade.”
(HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre
facticidade e validade. v. I. Trad. Flávio Beno
Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.
p. 149.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a moral 
em Habermas, é correto afirmar: 
a) A formação racional de normas de ação ocorre
independentemente da efetivação de discursos e da
autonomia pública.
b) O discurso moral se estende a todas as normas de
ações passíveis de serem justificadas sob o ponto de
vista da razão.
c) A validade universal das normas pauta-se no
conteúdo dos valores, costumes e tradições
praticados no interior das comunidades locais.
d) A positivação da lei contida nos códigos, mesmo sem
o consentimento da participação popular, garante a
solução moral de conflitos de ação.
e) Os parâmetros de justiça para a avaliação crítica de
normas pautam-se no princípio do direito divino.
12. (Ueg 2012) O filósofo judeuLudwig Wittgenstein
(1889-1951) afirmava que “tudo que podia ser pensado
podia ser dito”. Para ele, “nada pode ser dito sobre
algo, como Deus, que não podia ser pensado direito” e
“sobre o que não se pode falar, deve-se ficar calado”.
Com base nessas teses fundamentais do pensamento
de Wittgenstein, pode-se interpretar sua filosofia como
a) a busca pela clareza na filosofia, evitando-se temas
metafísicos.
b) o fundamento da censura no mundo moderno, uma
vez que inibe o livre pensamento.
c) uma tentativa de combater o nazismo e suas ideias
absurdas, indizíveis.
d) uma tentativa de transformar o debate filosófico
num debate retórico.
13. (Unb 2012)
O emplasto
74
FILOSOFIA 
Um dia de manhã, estando a passear na chácara, 
pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no 
cérebro.
Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a 
fazer as mais arrojadas cambalhotas. Eu deixei-me 
estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, 
estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de 
um X: decifra-me ou devoro-te.
Essa ideia era nada menos que a invenção de um 
medicamento sublime, um emplasto anti-
hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica 
humanidade.
Na petição de privilégio que então redigi, chamei a 
atenção do governo para esse resultado, 
verdadeiramente cristão. Todavia, não neguei aos 
amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar 
da distribuição de um produto de tamanhos e tão 
profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do 
outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me 
influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos 
jornais, mostradores, folhetos, esquinas e, enfim, nas 
caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto 
Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do 
arruído, do cartaz, do foguete de lágrimas. Talvez os 
modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que 
esse talento me hão de reconhecer os hábeis. Assim, a 
minha ideia trazia duas faces, como as medalhas, uma 
virada para o público, outra para mim. De um lado, 
filantropia e lucro; de outro, sede de nomeada. 
Digamos: — amor da glória.
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava 
dizer que o amor da glória temporal era a perdição das 
almas, que só devem cobiçar a glória eterna. Ao que 
retorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de 
infantaria, que o amor da glória era a coisa mais 
verdadeiramente humana que há no homem e, 
consequentemente, a sua mais genuína feição.
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao 
emplasto.
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.
Obra completa, v. I. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992,
p. 514-5 (com adaptações).
A frase “Decifra-me ou devoro-te” remete ao enigma 
da esfinge, consagrado na tragédia grega Édipo Rei, de 
Sófocles. A formulação de um enigma envolve jogos de 
palavras e associações semânticas ambíguas e 
paradoxais, que parecem conduzir a respostas 
impossíveis ou absurdas. A decifração de um enigma 
está associada, portanto, a grande capacidade de 
raciocínio e de reflexão e, não menos, a domínio das 
palavras e da língua. Assim, quem decifra um enigma 
será considerado um ser superior, de saber 
excepcional, cujas palavras serão respeitadas e 
seguidas. Com relação às questões envolvidas na 
decifração de um enigma e ao tema a que o texto de 
Machado de Assis se reporta, assinale a opção correta. 
a) A resolução, pelo narrador, da situação enigmática
demandou o processo de uma ideia em evolução e,
assim, a resposta, ou seja, a invenção do emplasto
Brás Cubas, não encerra ambiguidade nem
paradoxo, ao contrário do que ocorre com os demais
enigmas.
b) O poder intelectual do narrador evidencia-se em
ações de relevância humanitária, o que, como
enfatiza o próprio narrador, alcança reconhecimento
em instâncias de representação política.
c) A reação do narrador a comentários dos tios sinaliza
que o embate entre tipos e âmbitos de poder é
resolvido pelo saber.
d) O episódio da resolução do enigma evoca um
momento vitorioso de Brás Cubas no que se refere à
sua capacidade de admitir sentimentos passionais
por meio de argumentação racional.
14. (Ueap 2011) “A existência precede a essência.” O
que melhor define esta frase do filósofo francês Sartre?
a) Primeiro o homem existe, depois se define.
b) O homem é o que ele concebe e não o que ele faz.
c) O homem é “em si” e não “para si”.
d) A vida de um homem está ligada a sua essência.
e) A vida humana é totalmente determinada por Deus.
15. (Unioeste 2011) “Só pelo fato de que tenho
consciência dos motivos que solicitam minha ação,
esses motivos já são objetos transcendentes para
minha consciência, estão fora; em vão buscaria agarrar-
me a eles, escapo disto por minha existência mesma.
Estou condenado a existir para sempre além de minha
essência, além dos móveis e dos motivos de meu ato:
estou condenado a ser livre. Isto significa que não se
poderia encontrar para a minha liberdade outros
limites senão ela mesma, ou, se se prefere, não somos
livres de cessar de ser livres. (...) O sentido profundo do
determinismo é o de estabelecer em nós uma
continuidade sem falha da existência em si. (...) Mas em
vez de ver transcendências postas e mantidas no seu
ser por minha própria transcendência, supor-se-á que
as encontro surgindo no mundo: elas vêm de Deus, da
natureza, da ‘minha’ natureza, da sociedade. (...) Essas
tentativas abortadas para sufocar a liberdade – elas
desmoronam quando surge, de repente, a angústia
diante da liberdade – mostram bastante que a
75
FILOSOFIA 
liberdade coincide no fundo com o nada que está no 
coração do homem”.
Sartre.
Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:
I. No homem, a existência precede a essência.
II. Em sua essência, o homem é um ser determinado
quer seja, ou por Deus, ou pela natureza, ou pela
sociedade.
III. Os limites da minha liberdade são estabelecidos
pelos valores religiosos, estéticos, políticos e sociais.
IV. “O homem não está livre de ser livre”, pois não é
possível “cessar de ser livre”.
V. A liberdade humana, em suas escolhas, se orienta
por valores objetivos e pré-determinados.
Assinale a alternativa correta. 
a) Apenas II está correta.
b) Apenas I e IV estão corretas.
c) Apenas II e IV estão corretas.
d) Apenas III e V estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
16. (Uema 2011) O tema da liberdade é discutido por
muitos filósofos. No existencialismo francês, Jean-Paul
Sartre, particularmente, compreende a liberdade
enquanto escolha incondicional.
Entre as afirmações abaixo, a única que está de acordo
com essa concepção de liberdade humana é:
a) O homem primeiramente tem uma essência
divinizada e depois uma existência manifestada na
história de sua vida.
b) O homem não é mais do que aquilo que a sociedade
faz com ele.
c) O homem primeiramente existe porque sendo
consciente é um ser em si e para o outro.
d) O homem é determinado por uma essência superior,
que é o Deus da existência, pois, primeiramente não
é nada.
e) O homem primeiramente não é nada. Só depois será
alguma coisa e tal como a si próprio se fizer.
17. (Uenp 2011) O existencialismo é uma corrente
filosófica que destaca a liberdade individual, a
responsabilidade e a subjetividade. Ele acredita que a
existência precede a essência, ou melhor, que não
existe uma essência do humano pré-concebida e
eterna, o humano é construído pelas escolhas
individuais na história pessoal de cada um. De acordo
com o pensamento de Sartre, assinale a alternativa
incorreta:
a) A consciência humana é um nada que se projeta para
se tornar algo, de forma que lançando-se no mundo
e sofrendo com ele, se define. O homem será
sempre o que fizer de si mesmo.
b) De acordo com Sartre, o homem é responsável por
suas escolhas e não deve agir com má fé de
consciência, que consistiria na simulação de não ser
livre, imputando a responsabilidade da felicidade ou
infelicidade a causas externas.
c) A existência pessoal de alguém é atestada pelo olhar
do outro, e isso confirma a dialeticidade da
existência humana, de“ser com o outro”.
d) A relação com o outro, no pensamento sartreano, é
sempre pacífica, não gera crises ou angústias.
e) Os outros são todos aqueles que revelam voluntária
ou involuntariamente o homem a ele mesmo.
18. (Ufpa 2011) “Adorno e Horkheimer (os primeiros,
na década de 1940, a utilizar a expressão “indústria
cultural” tal como hoje a entendemos) acreditam que
esta indústria desempenha as mesmas funções de um
estado fascista (...) na medida em que o individuo é
levado a não meditar sobre si mesmo e sobre a
totalidade do meio social circundante, transformando-
se em mero joguete e em simples produto alimentador
do sistema que o envolve.”
(COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural, São
Paulo, Editora Brasiliense, 1987, p. 33. Texto adaptado)
Adorno e Horkeimer consideram que a indústria 
cultural e o Estado fascista têm funções similares, pois 
em ambos ocorre 
a) um processo de democratização da cultura ao
colocá-la ao alcance das massas o que possibilita sua
conscientização.
b) o desenvolvimento da capacidade do sujeito de
julgar o valor das obras artísticas e bens culturais,
assim como de conviver em harmonia com seus
semelhantes.
c) o aprimoramento do gosto estético por meio da
indústria do entretenimento, em detrimento da
capacidade de reflexão.
d) um processo de alienação do homem, que leva o
indivíduo a perder ou a não formar uma imagem de
si e da sociedade em que vive.
e) o aprimoramento da formação cultural do individuo
e a melhoria do seu convívio social pela inculcação
de valores, de atitudes conformistas e pela
eliminação do debate, na medida em que este
produz divergências no âmbito da sociedade.
19. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Habermas distingue entre racionalidade 
instrumental e racionalidade comunicativa. A 
racionalidade comunicativa ocorre quando os seres 
humanos recorrem à linguagem com o intuito de 
alcançar o entendimento não coagido sobre algo, por 
exemplo, decidir sobre a maneira correta de agir (ação 
76
FILOSOFIA 
moral). A racionalidade instrumental, por sua vez, 
ocorre quando os seres humanos utilizam as coisas do 
mundo, ou até mesmo outras pessoas, como meio para 
se alcançar um fim (raciocínio meio e fim).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria 
da ação comunicativa de Habermas, é correto afirmar: 
a) Contar uma mentira para outra pessoa buscando
obter algo que desejamos e que sabemos que não
receberíamos se disséssemos a verdade é um
exemplo de racionalidade comunicativa.
b) Realizar um debate entre os alunos de turma da
faculdade buscando decidir democraticamente a
melhor maneira de arrecadar fundos para o baile de
formatura é um exemplo de racionalidade
instrumental.
c) Um adolescente que diz para seu pai que vai dormir
na casa de um amigo, mas, na verdade, vai para uma
festa com amigos, é um exemplo de racionalidade
comunicativa.
d) Alguém que decide economizar dinheiro durante
vários anos a fim de fazer uma viagem para os
Estados Unidos da América é um exemplo de
racionalidade instrumental.
e) Um grupo de amigos que se reúne para decidir
democraticamente o que irão fazer com o dinheiro
que ganharam em um bolão da Mega Sena é um
exemplo de racionalidade instrumental.
20. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter
impessoal das leis e na proteção das liberdades 
individuais, de tal modo que o processo democrático é 
compelido pelos (e está a serviço dos) direitos pessoais 
que garantem a cada indivíduo a liberdade de buscar 
sua própria realização. Na tradição republicana, a 
primazia é dada ao processo democrático enquanto tal,
entendido como uma deliberação coletiva que conduz 
os cidadãos à procura do entendimento sobre o bem 
comum.
(Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e política.
“Sobre a Teoria do Discurso de” Habermas. In:
OLIVEIRA, M.; AGUIAR, O. A.; SAHD, L. F. N. de A. e S.
(Orgs.). Filosofia Política Contemporânea. Petrópolis:
Vozes, 2003. p. 214-235.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
filosofia política na teoria do discurso, é correto afirmar
que Habermas 
a) privilegia a ideia de Estado de direito em detrimento
de uma democracia participativa.
b) concede maior relevância à autonomia pública,
opondo-se à autonomia privada.
c) ignora tanto a autonomia privada quanto a pública,
substituindo-as pela utilidade das normas morais.
d) enfatiza a compreensão individualista e instrumental
do papel do cidadão na lógica privada do mercado.
e) concilia, na mesma base, direitos humanos e
soberania popular, reconhecendo-os como distintos,
porém complementares.
21. (Ufu 2011) Conforme Arruda e Aranha, o
materialismo de Karl Marx diferencia-se do
materialismo mecanicista. Analisando estas diferenças
as autoras concluem:
[...] segundo o materialismo dialético, o 
espírito não é consequência passiva da ação da 
matéria, podendo reagir sobre aquilo que determina. 
Ou seja o conhecimento do determinismo liberta o 
homem por meio da ação deste sobre o mundo, 
possibilitando inclusive a ação revolucionária.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria
Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna,
2000, p. 241.
Com base em seus conhecimentos e nas informações 
acima, assinale a alternativa correta. 
a) Diferentemente dos idealistas, Marx considera que
as manifestações espirituais humanas derivam da
estrutura material ou econômica da sociedade, mas
não de modo absoluto, pois o espírito pode se
libertar.
b) Como em Marx, a estrutura material ou econômica
determina as manifestações do espírito, que será,
em consequência, sempre passivo diante desta
estrutura.
c) Marx entende que o espírito é resultado da estrutura
material ou econômica da sociedade, por isso jamais
pode modificá-la.
d) A dialética materialista de Marx sintetiza os
momentos da realização da razão na história e não o
agir histórico que realiza os conteúdos da razão.
22. (Unicentro 2010) Qual o postulado básico da
fenomenologia?
a) A fenomenologia afirma que o conhecimento não
passa de uma interpretação da realidade, isto é, de
uma atribuição de sentidos determinada por uma
escala ontológica de valores, constituindo-se,
portanto, numa metafísica dos costumes.
b) Em nome da verdade subjetiva, a fenomenologia
recusa o projeto da filosofia moderna, recusando o
pensamento analítico. Seu postulado básico afirma
que o real deixa de ser racional.
c) A fenomenologia procede por decomposição,
enumeração e categorização dos objetos,
77
FILOSOFIA 
fragmentando-os. Seu postulado básico é 
estabelecer a dicotomia entre razão e experiência. 
d) A fenomenologia pretende realizar a superação da
dicotomia razão-experiência no processo do
conhecimento, afirmando que toda consciência é
intencional, ou seja, o objeto só existe para um
sujeito que lhe dá significado.
e) O postulado básico da fenomenologia é a metafísica
fenomenológica, isto é, voltada para o
reconhecimento do ser em si dos fenômenos,
portanto, vinculada a uma noção de ser abstrata e a
uma consciência transcendental.
23. (Uel 2010) Leia o texto de Adorno a seguir.
Se as duas esferas da música se movem na 
unidade da sua contradição recíproca, a linha de 
demarcação que as separa é variável. A produção 
musical avançada se independentizou do consumo. O 
resto da música séria é submetido à lei do consumo, 
pelo preço de seu conteúdo. Ouve-se tal música séria 
como se consome uma mercadoria adquirida no 
mercado. Carecem totalmente de significado real as 
distinções entre a audição da música “clássica” oficial e 
da música ligeira.
(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão
da audição. In: BENJAMIN, W. et all. Textos escolhidos.
2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 84.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
pensamento de Adorno, é correto afirmar: 
a) A música séria e a música ligeira são essencialmente
críticas à sociedade de consumo e à indústria
cultural.
b) Ao se tornarem autônomas e independentes do
consumo, a música séria e a música ligeira passam a
realçar o seu valor de usoem detrimento do valor de
troca.
c) A indústria cultural acabou preparando a sua própria
autorreflexividade ao transformar a música ligeira e
a séria em mercadorias.
d) Tanto a música séria quanto a ligeira foram
transformadas em mercadoria com o avanço da
produção industrial.
e) As esferas da música séria e da ligeira são separadas
e nada possuem em comum.
24. (Uel 2010) Leia o texto a seguir:
“A ideia de progresso manifesta-se 
inicialmente, à época do Renascimento, como 
consciência de ruptura. [...] No século XVIII tal ideia 
associa-se à consciência do caráter progressivo da 
civilização, e é assim que a encontramos em Voltaire. 
Tal como para Bacon, no início do século XVII, o 
progresso também é uma espécie de objeto de fé para 
os iluministas. [...] A certeza do progresso permite 
encarar o futuro com otimismo”.
(Adaptado de: FALCON, F. J. C. Iluminismo. 2. ed. São
Paulo: Ática, 1989, p. 61-62.)
Na primeira metade do século XX, a ideia de progresso 
também se transformou em objeto de análise do grupo
de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Social 
vinculado à Universidade de Frankfurt.
Tendo como referência a obra de Adorno e 
Horkheimer, é correto afirmar: 
a) Por serem herdeiros do pensamento hegeliano, os
autores entendem que a superação do modelo de
racionalidade inerente aos conflitos do século XX
depende do justo equilíbrio entre uso público e uso
privado da razão.
b) A despeito da Segunda Guerra, a finalidade do
iluminismo de libertar os homens do medo, da
magia e do mito e torná-los senhores autônomos e
livres mediante o uso da ciência e da técnica, foi
atingido.
c) Os autores propõem como alternativa às catástrofes
da primeira metade do século XX um novo
entendimento da noção de progresso tendo como
referência o conceito de racionalidade comunicativa.
d) Como demonstra a análise feita pelos autores no
texto “O autor como produtor”, o ideal de progresso
consolidado ao longo da modernidade foi rompido
com as guerras do século XX.
e) Em obras como a Dialética do esclarecimento, os
autores questionam a compreensão da noção de
progresso consolidada ao longo da trajetória da
razão por ela estar vinculada a um modelo de
racionalidade de cunho instrumental.
25. (Uel 2010) Leia o seguinte texto de Adorno e
Horkheimer:
O esclarecimento, porém, reconheceu as 
antigas potências no legado platônico e aristotélico da 
metafísica e instaurou um processo contra a pretensão 
de verdade dos universais, acusando-a de superstição. 
Na autoridade dos conceitos universais ele crê enxergar
ainda o medo pelos demônios, cujas imagens eram o 
meio, de que se serviam os homens, no ritual mágico, 
para tentar influenciar a natureza. Doravante, a 
matéria deve ser dominada sem o recurso ilusório a 
forças soberanas ou imanentes, sem a ilusão de 
qualidades ocultas. O que não se submete ao critério 
da calculabilidade e da utilidade torna-se suspeito para 
o esclarecimento.
78
FILOSOFIA 
(ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do
Esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Tradução de
Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1985, p. 21.)
Com base no texto e no conceito de esclarecimento de 
Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: 
a) O esclarecimento representa, em oposição ao
modelo matemático, a base do conhecimento
técnico-científico que sustenta o modo de produção
capitalista na viabilização da emancipação social.
b) O esclarecimento demonstra o domínio substancial
da razão sobre a natureza interna e externa e a
realização da emancipação social levada adiante
pelo capitalismo.
c) O esclarecimento compreende a realização
romântica da racionalidade que acentuou, de forma
intensa, a interação harmônica entre homem e
natureza.
d) O esclarecimento abrange a racionalização das
diversas formas e condições da vida humana com o
objetivo de tornar o ser humano mais feliz, quando
da realização de práticas rituais e religiosas.
e) O esclarecimento concebe o abandono gradual dos
pressupostos metafísicos e a operacionalização do
conhecimento por meio da calculabilidade e da
utilidade, redundando num modelo próprio de razão
instrumental.
26. (Ufu 2010) Para Marx, o materialismo histórico é a
aplicação do materialismo dialético ao campo da
história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx
inverte o processo do senso comum que pretende
explicar a história pela ação dos ‘grandes homens’ ou,
às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo,
no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar 
dos heróis, a luta de classes”.
Assim, para compreender o homem é necessário 
analisar as formas pelas quais ele reproduz suas 
condições de existência, pois são estas que 
determinam a linguagem, a religião e a consciência.
(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando:
introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p.
241.)
A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos 
sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a 
alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de 
“condições de existência” para Marx. 
a) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas
relações dos homens entre si e com a natureza; e
superestrutura, caracterizada pelas estruturas
jurídico-políticas e ideológicas.
b) Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas
relações dos homens entre si e com a natureza; e
materialismo dialético, que é na verdade a forma
pela qual o homem produz os meios de
sobrevivência.
c) Modos de produção, caracterizados pelo
pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o
imperialismo, característica máxima do capitalismo
industrial.
d) Imperialismo, característica do capitalismo
industrial; e infraestrutura (ou estrutura),
caracterizada pelas relações dos homens entre si e com
a natureza. 
27. (Ueg 2010) Observe a tirinha a seguir e responda ao que se pede.
A crítica da tira é compatível com a ideia filosófica 
a) do “bom selvagem”, do romantismo de Rousseau.
b) do “homem alienado pela propriedade”, do socialista Karl Marx.
c) do “homem como lobo do homem”, do humanismo cristão de Hobbes.
d) do homem “manchado pelo pecado original”, do escolástico Santo Agostinho.
79
FILOSOFIA 
28. (Pucpr 2010) Na sua obra Vigiar e punir, o filósofo francês Michel Foucault analisa as novas faces de exercício do
poder disciplinar e afirma:
“Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. 
Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. (...) O momento 
histórico das disciplinas e o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente ao aumento 
de suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo 
mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções
que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus 
comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. 
Uma "anatomia política", que é também igualmente uma "mecânica do poder", está nascendo; ela define como se pode
ter domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas para que operem como se 
quer, com as técnicas, segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e 
exercitados, corpos "dóceis"
(Vigiar e Punir, p. 118).
Segundo essa passagem, seria correto afirmar que:
I. O texto mostra como, a partir dos séculos XVII e XVIII o corpo foi descoberto como objeto e alvo de um novo poder e
de novas formas de controle, pelas quais são superadas antigas formas de domínio e instaurado um novo modelo com
o fim de tornar os corpos mais dóceis.
II. O fim dessas práticas é tornar o corpo obediente e disciplinado através de um rigoroso exercício de controle sobre
gestos e comportamentos. É assim que o corpo vira um novo objeto de poder.
III. Segundo o autor, essa é a primeira vez na históriaque o corpo se tornara objeto de poder, já que essas práticas eram
comuns tanto nos regimes escravocratas quanto nos monásticos.
IV. Esses novos mecanismos de controle têm, segundo o autor, uma única motivação: o domínio do corpo para
exploração econômica.
a) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras.
c) Apenas a assertiva IV é verdadeira.
d) Todas as assertivas são verdadeiras.
e) Apenas a assertiva I é verdadeira.
29. (Unicentro 2010) Todas as alternativas abaixo definem corretamente a relação crítica que se estabelece na
contemporaneidade entre Arte, Indústria cultural e Cultura de massas, exceto.
a) Com o advento da modernidade, as artes foram submetidas às regras do mercado capitalista e da ideologia da
Indústria Cultural, baseadas na prática do consumo de produtos culturais produzidos em série. As obras de arte são
mercadorias, como tudo que existe no capitalismo.
b) Não podemos afirmar que a contemporaneidade transformou as obras de arte em mercadorias, pois proporcionaram
sua democratização irrestrita: todos podem ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las em suas vidas, criticá-las,
graças ao capitalismo.
c) Apesar de submetida às leis do mercado capitalista e de sua ideologia, a arte contemporânea não se democratizou,
massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa.
d) A Indústria cultural define a cultura como lazer e entretenimento, diversão e distração. O que nas obras de arte
significa trabalho da sensibilidade, da reflexão e da crítica é vulgarizado e banalizado; em lugar de difundir e divulgar
as artes, despertando interesse por ela, ocorre massificação da expressão artística e intelectual.
e) Sob o controle econômico e ideológico da Indústria Cultural, a arte se transformou em um evento para tornar
invisível a realidade e o próprio trabalho criador das obras. É algo para ser consumido e não para ser conhecido,
fruído e superado por novas obras.
80
FILOSOFIA 
30. (Uel 2009) Texto
“Se você é o que você come, e consome 
comida industrializada, você é milho”, escreveu 
Michael Pollan no livro O Dilema do Onívoro, lançado 
este ano no Brasil. Ele estima que 25% da comida 
industrializada nos EUA contenha milho de alguma 
forma: do refrigerante, passando pelo Ketchup, até as 
batatas fritas de uma importante cadeia de fast food – 
isso se não contarmos vacas e galinhas que são 
alimentadas quase exclusivamente com o grão.
O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo 
preço no mercado e também porque os EUA produzem 
mais da metade do milho distribuído no mundo.
(Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na
comida agora vira combustível. 
Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
desenvolvimento do capitalismo e a indústria cultural, 
considere as afirmativas.
I. O capitalismo contemporâneo tornou a globalização
um fenômeno que intensificou a padronização e a
homogeneização como formas de reprodução 
técnica criadas a partir da revolução industrial.
II. A abertura comercial dos portos das colônias
americanas resultou no cercamento dos campos,
facilitando o comércio pelo acúmulo de capitais e,
em consequência, a revolução industrial.
III. A crítica filosófica à instrumentalização cultural
constata que o predomínio da racionalidade técnica
permitiu o resgate do potencial emancipatório da
razão sonhado pelo projeto iluminista.
IV. Com o avanço tecnológico, a racionalidade técnica
penetra todos os aspectos da vida cotidiana,
subjugando o homem a um processo de
instrumentalização cultural e homogenização de
comportamentos.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
31. (Pucpr 2009) O indivíduo é sem dúvida o átomo
fictício de uma representação “ideológica” da
sociedade; mas é também uma realidade fabricada por
essa tecnologia específica de poder que se chama
“disciplina”.
Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p.161.
Assinale as alternativas corretas.
I. Foucault quer afirmar que os indivíduos, nesse
modelo de sociedade, são constituídos como efeitos
da atuação de estratégias de poder correlatas a
técnicas de saber.
II. Para Foucault, o poder fundamentalmente reprime,
recalca, censura, mascara, anulando os desejos
individuais.
III. A disciplina produz realidade, produz rituais de
verdade, produz indivíduos úteis e dóceis.
IV. Para Foucault, é o indivíduo que possui o poder. É
ele quem dá sentido ao mundo.
V. A disciplina, como estratégia privilegiada de
fabricação do indivíduo e produção de verdades,
existe desde a época do cristianismo primitivo.
a) II, IV e V
b) I e III
c) II e III
d) I e II
e) III, IV e V
32. (Pucpr 2009) “O sucesso do poder disciplinar se
deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o
olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua
combinação num procedimento que lhe é específico, o
exame.”
Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p. 143.
I. Vigiar, muito mais que aplicar um olhar constante
sobre o indivíduo, significa dispô-lo numa estrutura
arquitetural e impessoal, na qual ele se sinta vigiado.
II. Punir é o único objetivo da disciplina.
III. Punir primeiramente tem a finalidade de uma
ortopedia moral, de normalização, não somente de
um comportamento, mas do conjunto da existência
humana, seja obstaculizando a virtualidade de um
comportamento perigoso mediante o uso de
pequenas correções, seja incentivando condutas
desejáveis a partir de recompensas e vantagens.
IV. O exame atua numa ampla rede de instituições
psiquiátricas, pedagógicas e médicas, classificando
as condutas em termos de normalidade e
anormalidade.
V. Para Foucault, as ciências que tomaram o homem
como objeto de saber, a partir do final do século
XVIII, não têm nada a ver com a vigilância, a
normalização e o exame disciplinares.
Assinale a(s) alternativa(s) correta(s): 
a) II e V
b) II e IV
c) I e II
d) III, IV e V
e) I, III e IV
81
FILOSOFIA 
33. (Pucpr 2009) A partir do livro Vigiar e Punir, de 
Michel Foucault, considere as seguintes afirmações a 
respeito da disciplina:
I. Ela é exercida de diferentes formas e tem como
finalidade única a habilidade do corpo.
II. Ela pode ser entendida como a estratégia empregada
para o controle minucioso das operações do corpo,
sendo seu efeito maior a constituição de um
indivíduo dócil e útil.
III. Ela se constitui também pelo controle do horário de
execução de atividades, em que o tempo medido e
pago deve ser sem defeito e, em seu transcurso, o
corpo deve ficar aplicado a seu exercício.
De acordo com as afirmações acima, podemos dizer 
que: 
a) Todas as afirmações estão corretas.
b) A afirmação I está incorreta.
c) Apenas a afirmação III está correta.
d) As alternativas II e III estão incorretas.
e) Apenas a afirmação II está correta.
34. (Uel 2009) Sobre o pensamento de Habermas, é
correto afirmar que, no modelo da democracia
deliberativa, a noção de cidadania enfatiza
a) os direitos e as liberdades metafísicas.
b) as liberdades individuais e a heteronomia.
c) os direitos objetivos e o cerceamento da sociedade
civil.
d) os direitos subjetivos e as liberdades cidadãs.
e) os direitos naturais originários e a submissão à
autoridade.
35. (Uel 2008) Sobre a “indústria cultural”, segundo
Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
a) Desenvolve o senso crítico e a autonomia de seus
consumidores.
b) Reproduz bens culturais que brotam
espontaneamente das massas.
c) O valor de troca é substituído pelo valor de uso na
recepção da arte.
d) Padroniza e nivela a subjetividade e o gosto de seus
consumidores.
e) Promove a imaginação e a espontaneidade de seus
consumidores.
36. (Uel 2005) Analise a figura a seguir.
“Parece que enquanto o conhecimento técnico 
expande o horizonte da atividade e do pensamento 
humanos, a autonomiado homem enquanto indivíduo, 
a sua capacidade de opor resistência ao crescente 
mecanismo de manipulação das massas, o seu poder de
imaginação e o seu juízo independente sofreram 
aparentemente uma redução. O avanço dos recursos 
técnicos de informação se acompanha de um processo 
de desumanização. Assim, o progresso ameaça anular o
que se supõe ser o seu próprio objetivo: a ideia de 
homem”. 
(HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Trad. de
Sebastião Uchôa Leite. Rio de Janeiro: Editorial Labor
do Brasil, 1976. p. 6.)
Com base no texto, na imagem e nos conhecimentos 
sobre racionalidade instrumental, é correto afirmar: 
a) A imagem de Chaplin está de acordo com a crítica de
Horkheimer: ao invés de o progresso e da técnica
servirem ao homem, este se torna cada vez mais
escravo dos mecanismos criados para tornar a sua
vida melhor e mais livre.
b) A imagem e o texto remetem à ideia de que o
desenvolvimento tecnológico e o extraordinário
progresso permitiram ao homem atingir a
autonomia plena.
c) Imagem e texto apresentam o conceito de
racionalidade que está na estrutura da sociedade
industrial como viabilizador da emancipação do
homem em relação a todas as formas de opressão.
d) Enquanto a imagem de Chaplin apresenta a
autonomia dos trabalhadores nas sociedades
contemporâneas, o texto de Horkheimer mostra
que, quanto maior o desenvolvimento tecnológico,
maior o grau de humanização.
e) Tanto a imagem quanto o texto enaltecem a
inevitável instrumentalização das relações humanas
nas sociedades contemporâneas.
82
FILOSOFIA 
37. (Ufu 1998) O Existencialismo é uma filosofia do 
século XX, que procura resgatar o valor da 
subjetividade, da concretude da vida humana, da 
singularidade indeterminada. A famosa frase de Sartre 
– “A existência precede a essência.” – significa que o 
homem é um projeto utópico de ser, condicionado pela 
sua existência. Neste sentido o(s) fundamento(s) 
teórico(s) e histórico(s) do Existencialismo de Sartre são
a) o desejo de ser o que é, próprio do século XIX, e a
decepção do homem com a Igreja na sociedade
atual.
b) a exaltação ao materialismo que determina a vida do
homem, própria do século XIX.
c) as filosofias de Marx-Engels e o movimento negro, o
rock, o feminismo e a revolução social pós-guerra.
d) o resgate do afeto, desejo e paixão segundo Freud e
a exaltação do sexo como finalidade ética da vida no
consumismo atual.
e) a concepção de que o homem não é mais que o que
ele faz na sua existência, própria do contexto
histórico dilacerado da Europa do pós-guerra.
38. (Unesp 2012) Regulamentação publicada nesta
segunda-feira, no Diário Oficial do Município do Rio,
determina que as crianças e adolescentes apreendidos
nas chamadas cracolândias fiquem internados para
tratamento médico, mesmo contra a vontade deles ou
dos familiares. Os jovens, segundo a Secretaria
Municipal de Assistência Social (Smas), só receberão
alta quando estiverem livres do vício. A “internação
compulsória” vale somente para aqueles que, na
avaliação de um especialista, estiverem com
dependência química. Ainda de acordo com a
resolução, todas as crianças e adolescentes que forem
acolhidos à noite, “independente de estarem ou não
sob a influência do uso de drogas”, não poderão sair do
abrigo até o dia seguinte.
(www.estadao.com.br, 30.05.2012. Adaptado.)
As justificativas apresentadas neste texto para legitimar
a “internação compulsória” de usuários de drogas são 
norteadas por: 
a) princípios filosóficos baseados no livre-arbítrio e na
autonomia individual.
b) valores de natureza religiosa fundamentados na
preservação da vida.
c) valores éticos associados ao direito absoluto à
liberdade da pessoa humana.
d) realização prévia de consultas públicas sobre a
internação obrigatória.
e) critérios médicos relacionados à distinção entre
saúde e patologia.
39. (ENEM 2013)
O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros
ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se
quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o
centro; você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento
do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a
indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos
públicos aliviados; a economia assentada, como deve
ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os
Pobres não contado, mas desfeito – tudo por uma
simples ideia de arquitetura!
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica,
2006
Essa é a proposta de um sistema conhecido como
panóptico, um modelo que mostra o poder da
disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido
preferencialmente por mecanismos
A religiosos, que se constituem como um olho divino
controlador que tudo vê.
B ideológicos, que estabelecem limites pela alienação,
impedindo a visão da dominação sofrida.
C repressivos, que perpetuam as relações de
dominação entre os homens por meio da tortura física.
D sutis, que adestram os corpos no espaçotempo por
meio do olhar como instrumento de controle.
E consensuais, que pactuam acordos com base na
compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias
ações controladas.
40. (ENEM 2013)
Na produção social que os homens realizam, eles
entram em determinadas relações indispensáveis e
independentes de sua vontade; tais relações de
produção correspondem a um estágio definido de
desenvolvimento das suas forças materiais de
produção. A totalidade dessas relações constitui a
estrutura econômica da sociedade – fundamento real,
sobre o qual se erguem as superestruturas política e
jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas
de consciência social.
MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. São
Paulo: Edições Sociais, 1977
Para o autor, a relação entre economia e política
estabelecia no sistema capitalista faz com que
a) o proletariado seja contemplado pelo processo de
mais-valia.
b) o trabalho se constitua como o fundamento real da
produção material.
c) a consolidação das forças produtivas seja compatível
com o progresso humano.
d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao
desenvolvimento econômico.
e) a burguesia revolucione o processo social de
83
FILOSOFIA 
41. (ENEM 2012)
Na regulação de matérias culturalmente delicadas, 
como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos 
da educação pública, o status das Igrejas e das 
comunidades religiosas, as normas do direito penal 
(por exemplo, quanto ao aborto), mas também em 
assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a 
posição da família e dos consórcios semelhantes ao 
matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a 
delimitação das esferas pública e privada — em tudo 
isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento 
ético-político de uma cultura majoritária, dominante 
por motivos históricos. Por causa de tais regras, 
implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma 
comunidade republicana que garanta formalmente a 
igualdade de direitos para todos, pode eclodir um 
conflito cultural movido pelas minorias desprezadas 
contra a cultura da maioria.
HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria 
política. São Paulo: Loyola, 2002.
A reivindicação dos direitos culturais das minorias, 
como exposto por Habermas, encontra amparo nas 
democracias contemporâneas, na medida em que se 
alcança
a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria
a igualdade de direitos na condição da sua
concentração espacial, num tipo de independência
acional.
b) a reunificação da sociedade que se encontra
fragmentada em grupos de diferentes comunidades
étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em
torno da coesão de uma cultura política nacional.
c) a coexistência das diferenças, considerando a
possibilidade de os discursos de autoentendimento se
submeterem ao debate público, cientes de que estarão
vinculados à coerção do melhor argumento.
d) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida
adulta, tenham condições de se libertar das tradições
de suas origensem nome da harmonia da política
nacional.
e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais
como linguagem política ou distintas convenções de
comportamento, para compor a arena política a ser
compartilhada.
42. (ENEM 2010 2ª aplicação)
No século XX, o transporte rodoviário e a aviação civil
aceleraram o intercâmbio de pessoas e mercadorias,
fazendo com que as distâncias e a percepção subjetiva
das mesmas se reduzissem constantemente. É possível
apontar uma tendência de universalização em vários
campos – por exemplo, na globalização da economia,
no armamentismo nuclear, na manipulação genética,
entre outros.
HABERMAS, J. A constelação pós-nacional: ensaios
políticos. São Paulo: Littera Mundi, 2001 (adaptado).
Os impactos e efeitos dessa universalização, conforme
Descritos no texto, podem ser analisados do ponto de
vista moral, o que leva à defesa da criação de normas
universais que estejam de acordo com
A os valores culturais praticados pelos diferentes povos
em suas tradições e costumes locais.
B os pactos assinados pelos grandes líderes políticos, os
quais dispõem de condições para tomar decisões.
C os sentimentos de respeito e fé no cumprimento de
valores religiosos relativos à justiça divina.
D os sistemas políticos e seus processos consensuais e
democráticos de formação de normas gerais.
E os imperativos técnico-científicos, que determinam
com exatidão o grau de justiça das normas.
43. (ENEM 2010 1ª aplicação)
A lei não nasce da natureza, junto das fontes
frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das
batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das
conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a
lei nasce das cidades incendiadas, das terras
devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que
agonizam no dia que está amanhecendo.
FOUCAULT, Michel. Aula de 14 de janeiro de 1976. In:
Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a
política e a lei em relação ao poder e à organização
social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade
das leis na organização das sociedades modernas é
A combater ações violentas na guerra entre as nações.
B coagir e servir para refrear a agressividade humana.
C criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os
indivíduos de uma mesma nação.
D estabelecer princípios éticos que regulamentam as
ações bélicas entre países inimigos.
E organizar as relações de poder na sociedade e entre
os Estados.
44. (ENEM 2014)
Uma norma só deve pretender validez quando todos os
que possam ser concernidos por ela cheguem (ou
possam chegar), enquanto participantes de um
discurso prático, a um acordo quanto à validade dessa
norma.
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989
Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser
estabelecida pelo(a)
84
FILOSOFIA 
A) liberdade humana, que consagra a vontade.
B) razão comunicativa, que requer um consenso.
C) conhecimento filosófico, que expressa a verdade.
D) técnica científica, que aumenta o poder do homem.
E) poder político, que se concentra no sistema
partidário.
45. (ENEM 2014)
Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século
XIX — que terminou com a corrida dos países europeus
para a África e com o surgimento dos movimentos de
unificação nacional na Europa — do século XX, que
começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período
do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e
dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia.
das Letras. 2012.
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão
da Primeira Grande Guerra na medida em que
a) difundiu as teorias socialistas
b) acirrou as disputas territoriais
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos.
46. (Enem 2016) Ser ou não ser – eis a questão.
Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o
obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando tivermos escapado ao tumulto vital
Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão
Que dá à desventura uma vida tão longa.
SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007.
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do
existencialismo ao enfatizar a tensão entre 
a) consciência de si e angústia humana.
b) inevitabilidade do destino e incerteza moral.
c) tragicidade da personagem e ordem do mundo.
d) racionalidade argumentativa e loucura iminente.
e) dependência paterna e impossibilidade de ação.
47. (Enem 2016) A promessa da tecnologia moderna se
converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela
de forma indissolúvel. Ela vai além da constatação da
ameaça física. Concebida para a felicidade humana, a
submissão da natureza, na sobremedida de seu
sucesso, que agora se estende à própria natureza do
homem, conduziu ao maior desafio já posto ao ser
humano pela sua própria ação. O novo continente da
práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia
ainda constitui, para a teoria ética, uma terra de
ninguém.
JONAS. H. O princípio da responsabilidade. Rio de
Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011
(adaptado).
As implicações éticas da articulação apresentada no
texto impulsionam a necessidade de construção de um
novo padrão de comportamento, cujo objetivo consiste
em garantir o(a) 
a) pragmatismo da escolha individual.
b) sobrevivência de gerações futuras.
c) fortalecimento de políticas liberais.
d) valorização de múltiplas etnias.
e) promoção da inclusão social.
48. (Enem 2017) O conceito de democracia, no
pensamento de Habermas, é construído a partir de
uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na
deliberação. A legitimidade democrática exige que o
processo de tomada de decisões políticas ocorra a
partir de uma ampla discussão pública, para somente
então decidir. Assim, o caráter deliberativo
corresponde a um processo coletivo de ponderação e
análise, permeado pelo discurso, que antecede a
decisão.
VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e
democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v.
19, 2006 (adaptado).
O conceito de democracia proposto por Jürgen
Habermas pode favorecer processos de inclusão social.
De acordo com o texto, é uma condição para que isso
aconteça o(a) 
a) participação direta periódica do cidadão.
b) debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
c) interlocução entre os poderes governamentais.
d) eleição de lideranças políticas com mandatos
temporários.
e) controle do poder político por cidadãos mais
esclarecidos.
49. (Enem 2017) Uma sociedade é uma associação mais
ou menos autossuficiente de pessoas que em suas
relações mútuas reconhecem certas regras de conduta
como obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem
de acordo com elas. Uma sociedade é bem ordenada
não apenas quando está planejada para promover o
bem de seus membros, mas quando é também
efetivamente regulada por uma concepção pública de
justiça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos
aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo
princípio de justiça.
RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins
Fontes, 1997 (adaptado).
85
FILOSOFIA 
A visão expressa nesse texto do século XX remete a 
qual aspecto do pensamento moderno? 
a) A relação entre liberdade e autonomia do
Liberalismo.
b) A independência entre poder e moral do
Racionalismo.
c) A convenção entre cidadãos e soberano de
Absolutismo.
d) A dialética entre indivíduo e governo autocrata do
idealismo.
e) A contraposição entre bondade e condição selvagem
do Naturalismo.
50. (Enem 2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a
herança civilizatória da democracia de pioneiros e
empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza
de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres
para dançar e para se divertir, domesmo modo que,
desde a neutralização histórica da religião, são livres
para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas
a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre
a coerção econômica, revela-se em todos os setores
como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma
coisa.
ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do
esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro:
Zahar, 1985.
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de
acordo com a análise do texto, é um(a) 
a) legado social.
b) patrimônio político.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
e) ilusão da contemporaneidade.
51. (Enem 2018)
O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do
gosto da evidência e do sentido da ambiguidade.
Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se
chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo
aqueles que pretenderam construir uma filosofia
absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos
na medida em que, simultaneamente, se recusaram o
direito de se instalar no saber absoluto. O que
caracteriza o filósofo é o movimento que leva
incessantemente do saber à ignorância, da ignorância
ao saber, e um certo repouso neste movimento. 
MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa:
Guimarães, 1998 (adaptado). 
O texto apresenta um entendimento acerca dos
elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se
caracteriza por 
a) reunir os antagonismos das opiniões ao método
dialético.
b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das
ideias.
c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da
verdade.
d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do
questionamento.
e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos
princípios fundamentais.
86
FILOSOFIA 
GABARITO
FILOSOFIA ANTIGA
1. E
2. C
3. B
4. A
5. D
6. D
7. D
8. A
9. E
10. D
11. B
12. B
13. B
14. E
15. E
16. A
17. C
18. C
19. E
20. C
21. B
22. A
23. D
24. C
25. E
26. D
27. D
28. B
29. D
30. D
31. A
32. D
33. C
34. C
35. C
36. A
37. D
38. A
39. C
40. A
41. D
42. A
43. D
44. C
45. A
46. C
47. D
48. A
49. D
50. E
51. D
52. A
53. B
54. D
55. A
56. A
57. C
58. A
59. A
60. B
61. C
62. C
63. E
64. D
65. B
66. D
67. C
68. D
69. A
70. D
71. E
72. B
73. B
74. A
75. A
76. D
77. E
78. B
79. D
80. B
81. C
82. A
83. C
84. A
85. A
86. B
87. C
88. D
89. D
90. B
91. C
92. B
93. B
94. C
95. A
96. A
97. B
98. C
99. D
100. B
101. A
102. D
103. D
104. A
87
FILOSOFIA 
105. E
106. B
107. C
108. C
109. C
110. C
111. D
112. C
FILOSOFIA MEDIEVAL
01. D
02. C
03. D
04. B
05. C
06. B
07. D
08. A
09. C
10. B
11. B
12. B
13. C
14. A
15. C
16. C
17. B
18. D
FILOSOFIA MODERNA
1. A
2. B
3. E
4. D
5. B
6. B
7. A
8. A
9. C
10. D
11. B
12. E
13. B
14. D
15. D
16. D
17. A
18. C
19. E
20. D
21. B
22. C
23. A
24. C
25. C
26. B
27. C
28. D
29. C
30. E
31. B
32. E
33. A
34. D
35. D
36. A
37. E
38. C
39. C
40. E
41. C
42. B
43. A
44. E
45. B
46. A
47. D
48. B
49. B
50. A
51. C
52. B
53. D
54. E
55. B
56. D
57. C
58. A
59. B
60. B
61. D
62. B
63. C
64. D
65. A
66. D
67. D
68. C
69. E
70. B
71. E
72. D
73. B
74. C
75. B
76. D
77. A
78. B
79. C
80. A
81. D
88
FILOSOFIA 
82. C
83. E
84. A
85. A
86. C
87. D
88. B
89. A
90. B
91. B
92. D
93. D
94. D
95. B
96. C
97. B
98. A
99. A
100. E
101. A
102. C
103. E
104. D
105. A
106. C
107. C
108. C
109. A
110. D
111. A
112. D
113. D
114. E
115. A
116. D
117. B
118. C
119. B
120. A
121. C
122. A
123. C
124. C
125. E
126. B
127. D
128. C
129. C
130. D
131. D
132. D
133. B
134. A
135. A
136. E
137. D
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
1. A
2. B
3. D
4. C
5. B
6. C
7. B
8. D
9. E
10. C
11. B
12. A
13. C
14. A
15. B
16. E
17. D
18. D
19. D
20. E
21. A
22. D
23. D
24. E
25. E
26. A
27. B
28. B
29. B
30. B
31. B
32. E
33. B
34. D
35. D
36. A
37. E
38. E
39. D
40. B
41. C
42. D
43. E
44. A
45. B
46. A
47. B
48. B
49. A
50. E
51. D
89

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