Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contabilidade Rural 3º Aula Contabilização na agricultura: culturas temporárias Obrigado ao homem do campo Pela madeira da construção Pelo couro e os fios das roupas Que agasalham a nossa nação. Dom e Ravel Olá Turma! Nesta aula, verificaremos como se dá a contabilização na agricultura das culturas temporárias. As culturas temporárias normalmente têm um período de vida curto e estão sujeitas ao replantio após colheita. Identificaremos também a diferença entre o custo da cultura e a despesa do período para atividade agrícola. Ao final conferiremos um modelo de cálculo dos custos das culturas e um modelo de contabilização de culturas temporárias. Bons estudos! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • identificar as culturas temporárias; • distinguir a diferença entre o custo da cultura e a despesa do período para atividade agrícola; • contabilizar as culturas temporárias. 13 Seções de estudo 1 - Culturas temporárias 2 - Custo x despesa 1 - Culturas temporárias 2 - Custo x Despesa 2.1 Exemplo 1: modelo de cálculo dos custos das culturas 2.2 Exemplo 2: modelo de contabilização de culturas temporárias As Culturas Temporárias são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita. Normalmente, o período de vida é curto. Após a colheita, são arrancadas do solo para que seja realizado novo plantio. Exemplos: soja, milho, arroz, feijão, batata, legumes, entre outros. Esse tipo de cultura é também conhecido como anual. Esses produtos são contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem um “Estoque em Andamento” numa indústria. Dessa forma, todos os custos serão acumulados numa subconta com o título específico da cultura em formação (arroz, trigo, alho, cebola, etc.), da conta “Culturas Temporárias”. Os custos que contém essa rubrica são: sementes, fertilizantes, mudas demarcações, mão de obra, encargos, energia elétrica, encargos sociais, combustível seguro, serviços profissionais, inseticidas, depreciação de tratores e outros imobilizados na cultura em apreço. Disponível em: <http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/hortifruti/>. Acesso em: 02 maio 2012. Observem que, em se tratando de uma única cultura (o que é muito mais raro de ocorrer), todos os custos se tornam diretos à cultura, sendo apropriados diretamente. Todavia, existindo várias culturas, fato que ocorre com maior frequência, há a necessidade do rateio dos custos indiretos, proporcional a cada cultura. Acredito ser oportuno um rápido comentário sobre a diferença entre o custo da cultura e a despesa do período para atividade agrícola. Por convenção, e para facilitar a comunicação desse assunto, consideram-se custo de cultura todos os gastos identificáveis direta ou indiretamente com a cultura (ou produto), como sementes, adubos, mão de obra (direta ou indiretamente), combustível, depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na cultura, serviços agronômicos e topográficos etc. Disponível em: <http://cienciascontabeis-brasil.blogspot.com.br/2012/03/plano-de- gestao-de-custos-para-pequena.html>. Acesso em: 20 abr. 2012. Despesa do período são as despesas de venda (propaganda, comissão de vendedores), despesas administrativas (honorários dos diretores, pessoal de escritório) e despesas financeiras (juros, correção monetária). Todo o custo da colheita será acumulado na conta “Cultura Temporária” e, após o término da colheita, essa conta será baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta denominada “Produtos Agrícolas”, sendo especificado, como subconta, o tipo de produto (soja, milho, batata, etc.). Embora não se assemelhe a um estoque em formação, mas a um estoque acabado, recolhido ao depósito ou ao armazém, essa conta também compõe o Ativo Circulante. A essa conta de “Produtos Agrícolas” serão somados todos os custos posteriores à colheita (para acabamento do produto ou para deixar em condições de ser vendido, consumido ou reaplicado, tais como beneficiamentos, acondicionamentos etc.) e todos os custos para manutenção desse estoque: silagem, congelamento e etc. À medida que a produção agrícola for vendida, dá-se proporcionalmente baixa na conta “Produtos Agrícolas” e transfere-se o valor de custo para a conta “Custo do Produto Vendido” (resultado), especificando-se o tipo de produto agrícola vendido (trigo, tomate, abóbora...). Dessa forma, haverá o confronto entre a Receita e o Custo do Produto Vendido, podendo-se apurar o Lucro Bruto. Disponível em: <http://colunas.globorural.globo.com/diariodasafra/>. Acesso em: 20 abr. 2012. Vejam agora dois exemplos hipotéticos de casos práticos: o Exemplo 01 é um modelo de cálculo dos custos das culturas e o Exemplo 02 é modelo de contabilização de culturas temporárias. 2.1 - Exemplo 01: modelo de cálculo dos custos das culturas Custo de Produção de Culturas Sementes de soja 36.000,00 Sementes de milho 14.000,00 Combustíveis 32.000,00 Mão de obra 22.000,00 Frete de soja 12.000,00 Frete de milho 4.000,00 Área Utilizada como Base de Rateio Custos Indiretos Soja 400 80% Milho 100 20% 500 Contabilidade Rural 14 Imobilizado e Taxa de Epreciação Tratores 120.000,00 10% 12.000,00 Máquina 60.000,00 10% 6.000,00 Silos 80.000,00 5% 4.000,00 Histórico Soja Milho Sementes 36.000,00 14.000,00 Adubos/Fert. 22.400,00 5.600,00 Combustíveis 25.600,00 6.400,00 Mão de Obra 17.600,00 4.400,00 Frete Soja 12.000,00 Frete Milho 4.000,00 Deprec. Trat. 9.600,00 2.400,00 Deprec. Máq. 4.800,00 1.200,00 Deprec. Silos 3.200,00 800,00 131.200,00 38.800,00 2.2 - Exemplo 02: modelo de contabilização de culturas temporárias Soja: 200 ha. 40% Milho: 300 ha. 60% Imobilizado da Propriedade: Tratores R$ 80.000,00 Vida Útil 10 anos Máquinas R$ 60.000,00 Vida Útil 10 anos Galpões R$ 30.000,00 Vida Útil 25 anos Gastos Efetuados à Vista 1 - Sementes de soja 10.000,00 2 - Sementes de milho 12.000,00 3 - Combustíveis 20.000,00 4 - Adubos 15.000,00 5 - Outros Custos 5.000,00 6 - Despesas Adm. 12.000,00 7 - Venda de Soja 100% Colheita 60.000,00 8 - Venda de Milho 50% Colheita 20.000,00 Caixa 100000 60000 20000 106000 10000 12000 20000 15000 5000 12000 10000 8000 6000 2000 6080 32080 32080 Cult. Form. Soja Tratores Máquinas Galpões (-) Depr. Trator (-) Depr. Máqu. (-) Depr. Galpões Receita de Vendas Desp. Adm. C.M.V Estoque Milho Estoque de Soja 80000 60000 30000 8000 6000 1200 12000 DRE DRE Cult. Form. Milho 12000 12000 9000 3000 9120 45120 45120 32080 32080 270000 Cap. Social 60000 20000 80000DRE 45120 22560 32080 22560 54640 22560 DRE Receita de Vendas 80.000,00 (-) CMV (54.640,00) Lucro Bruto 25.360,00 (-) Desp. Adm. (12.000,00) Lucro Líquido 13.360,00 Balanço Patrimonial Ativo Ativo Circulante Disponível Caixa 106.000,00 Estoque Milho 22.560,00 Ativo Não Circulante Imobilizado Tratores 80.000,00 Máquinas 60.000,00 Galpões 30.000,00 (-) Depr. Acum. (15.200,00) Total do Ativo 283.360,00 Passivo Patrimônio Líquido Capital Social 270.000,00 Lucro Líquido 13.360,00 Total do Passivo 283.360,00 Assim, em linhas gerais, vimos as características que apresentam as Culturas Temporárias, que compõe o Ativo Circulante e as respectivas contas para o lançamento dos custos e despesas. Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. Espero vocês na próxima aula! Retomando a aula Vamos, então, recordar as principais abordagens da Aula 03: 15 1 - Culturas temporárias Nesta seção, vimos que as culturas temporárias são aquelas que apresentam um período de vida curto e são sujeitas ao replantio após a colheita. Seus produtos são contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem um “Estoque em Andamento” numa indústria. 2 - Custo X Despesa Verificamos que o custo de uma cultura são todos os gastos identificáveis direta ou indiretamente com a cultura (ou produto), como sementes, adubos, mão de obra (direta ou indiretamente), combustível, depreciação de máquinase equipamentos utilizados na cultura, serviços agronômicos e topográficos etc. Todo o custo da colheita será acumulado na conta “Cultura Temporária” e, após o término da colheita, essa conta será baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta denominada “Produtos Agrícolas”, Já despesa são todos os gastos não identificáveis com a cultura, mas como despesa do período e compreendem despesas de venda (propaganda, comissão de vendedores), despesas administrativas (honorários dos diretores, pessoal de escritório) e despesas financeiras (juros, correção monetária). Pudemos também conferir um modelo de cálculo dos custos das culturas e um modelo de contabilização de culturas temporárias. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial. Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARION, José Carlos. Contabilidade Rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária, imposto de renda pessoa jurídica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2005. SILVA, Roni Antonio Garcia da. Administração Rural - Teoria e Prática. 2. ed. Curitiba-PR: Juruá, 2010. Vale a pena Vale a pena ler BORELLI, Cleu; PASSARE, Marcus Barbosa Castro. Política Agrícola no Brasil sob uma ótica Econômico-Ambiental. Disponível em: <http://www.marion.pro.br/portal/ modules/wfdownloads/visit.php?cid=15&lid=145>. Acesso em: 20 abr. 2012. BRASIL. Ministério da Agricultura. Disponível em: <www. agricultura.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2012. ULRICH, Elisane Roseli. Contabilidade rural e perspectivas da gestão no agronegócio. Revista de Administração e Ciências Contábeis do IDEAU – RACI. ISSN 1809-6212 Vol.4 - n.9 - Julho - Dezembro 2009 – Semestral. Disponível em: <http://www.ideau.com.br/upload/artigos/art_74.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2012. ZANLUCA, Júlio César. A contabilidade nas operações rurais. Vale a pena acessar Disponível em: < http://www.portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/contabilidaderural.htm>. Acesso em: 10 abr. 2012. Minhas anotações
Compartilhar