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1 Interpretação de texto A interpretação de texto é a capacidade de uma pessoa compreender o que está escrito em uma mensagem textual, podendo pensar e refletir a partir daquilo que absorveu após a leitura. Quanto maior for a habilidade de alguém na interpretação de textos, mais facilidade essa pessoa terá em qualquer atividade da vida que tenha relação com leitura. De acordo com o site Gestão Educacional, a interpretação de texto é algo que começa a ser estudado ainda na infância e abrange justamente as situações cotidianas verbais e não-verbais. O simples fato de atravessar um semáforo quando o sinal está verde e parar diante do vermelho já é uma interpretação, porém não-verbal. Em contrapartida, quando estamos diante de uma placa de PARE, nos deparamos com interpretação de texto. Neste caso, desde crianças somos instruídos a pararmos quando estamos diante de uma sinalização dessas. Eis um bom exemplo de boa interpretação de texto, por mais que seja uma única palavra. De maneira mais ampla, interpretar é determinar com precisão o sentido de um texto, é descobrir o significado real de algo. 5 dicas para melhorar a interpretação de textos Embora a interpretação de textos esteja presente o tempo todo em nossa vida, é importante aprimorarmos essa habilidade quando falamos de textos maiores. É neles que está a maior dificuldade de interpretação, e, na maioria das vezes, quem desenvolve uma maior habilidade de compreensão, obtém melhores resultados no vestibular, faculdade, concursos e até em seleções de emprego que contenham provas escritas. Confira algumas dicas que vão ajudar você a melhorar na interpretação de textos. 1. Leia bastante diariamente Pode parecer óbvio, mas quanto mais você ler, melhor ficará sua interpretação de textos. Não esqueça que a leitura é um exercício, e à medida em que for mais incorporada à rotina, sua compreensão ficará mais fácil e natural. Sempre que você terminar de ler um texto, post ou reportagem de jornal, faça uma reflexão sobre o que aprendeu. Todo o texto tem pelo menos uma mensagem a ser compreendida. É importante ler devagar e com atenção, pois alguns textos são mais complexos e exigem bastante concentração para que a compreensão seja plena 2. Escreva seus próprios textos Tão importante quanto entender é se fazer entender, não é mesmo? Então, que tal expor suas ideias? Seja num post na rede social, num blog ou até mesmo num bloco de notas, é importante que a pessoa também exercite a escrita. Isso fará com que ela sinta a necessidade de criar argumentos para justificar o que está escrevendo, ampliando o vocabulário. Desta forma, quando estiver lendo um texto, ao natural acabará se concentrando nos argumentos de quem escreveu, melhorando a compreensão da leitura. 2 3. Use o dicionário Você já passou por aquela situação de se deparar com uma palavra desconhecida em meio a um texto? Se sim, o que fez? Caso tenho buscado a resposta no dicionário, você fez a coisa certa. Hoje em dia, na internet, existem versões on-line de dicionários famosos, como o Michaelis, por exemplo. Também estão disponíveis diversos dicionários no formato de aplicativos para celular, tais quais o Dicio e Aurélio. O site AppGeek separou uma lista com 8 opções de dicionários para baixar no smartphone. Uma simples busca pela palavra que causou estranheza já vai aumentar seu vocabulário. Desde que a interpretação seja boa, claro! 4. Leia com calma e atenção Vivemos tempos nos quais a rapidez da informação é regra. Entretanto, para uma leitura adequada e rica em interpretação correta, é necessário que seja feita com calma e atenção. Se estiver lendo um livro cujo conteúdo cai no vestibular, evite mexer no celular enquanto está se dedicando à essa leitura. O mesmo vale para a TV e outras distrações. Tente focar sua atenção numa coisa de cada vez, especialmente quando está lendo. Para estas situações, a recomendação é buscar um lugar tranquilo, com o mínimo de barulho possível. 5. Faça pausas Sabemos que especialmente na faculdade somos expostos a leituras complexas. Tente ler de maneira pausada, um capítulo após o outro, fazendo pequenos intervalos para que seu cérebro possa assimilar as informações, tornando o processo de aprendizado mais efetivo. De nada adianta ler um livro inteiro rápido e sem atenção. Ao chegar à última página, provavelmente terá aprendido muito pouco. Evite ler “passando os olhos” sobre as palavras. Interpretação de textos para o vestibular Quem está se preparando para o vestibular não tem outra maneira de se sair bem na prova se não praticar a leitura diariamente. Por isso, é fundamental interpretar bem os textos, sejam eles de literatura e português, de história e geografia, matemática, química e física. Isso sem falar na redação, que é indispensável para quem busca a aprovação. Para escrever um bom texto, é importante entender o que diz o enunciado e ter o que escrever sobre o tema proposto. Quando falamos de redação para vestibular, o estudante tem que ter um repertório de ideias e visões de mundo que o permitam uma argumentação consistente e relacionada com o tema proposto. Para isso, é fundamental ter uma rotina de leitura diária, feita com atenção. Confira algumas dicas para uma boa redação dissertativa: Apresente o seu ponto de vista logo na introdução e depois desenvolva a argumentação a partir do seu conhecimento e opinião sobre o assunto; 3 Apresente dados, fatos históricos ou referências atuais para embasar o desenvolvimento de suas ideias; Crie perguntas a partir do tema proposto. A ideia é que você possa esses questionamentos como ponto de partida para apresentar seus próprios argumentos; Evite opiniões infundadas, sem argumentação. Todo o ponto de vista que você usar numa redação dissertativa precisa ter o porquê de aparecer no texto. Interpretação de texto em problemas matemáticos Quem não se lembra dos famosos problemas matemáticos durante a alfabetização? A ideia de desenvolver raciocínio lógico a partir de números em situações do cotidiano é bastante comum. Com o passar do tempo, especialmente no ensino médio, esses problemas matemáticos ganham complexidade e, para decifrar as minúcias, é importante entender o que o enunciado da questão pede. O site Só Matemática destaca em um artigo que o aluno que não conseguir interpretar adequadamente as informações de uma questão, dificilmente conseguirá resolver o problema quanto estiver diante dos números. Mesmo alguém que tenha facilidade com os números e não tenha o mesmo desempenho com textos precisa se esforçar para também se sair bem com as palavras. Faça exercícios sobre interpretação Digamos que você está lendo de maneira mais atenta, lentamente e tentando extrair ao máximo o que um texto quer dizer, mas ainda não está seguro se a interpretação está boa. Uma ótima maneira para descobrir isso é fazer exercícios. Eles podem ajudar você a saber se está no caminho certo, especialmente os de múltipla escolha. O portal Brasil Escola separou alguns exercícios para que o estudante consiga avaliar a qualidade de sua interpretação textual. Caso queira testar como está sua habilidade interpretativa, é possível fazer os exercícios neste link. Interpretação de textos no Enem Quem já fez o Enem sabe que ao longo da prova é necessário fazer muitas interpretações de texto e enunciados. E para que todo o seu estudo não vá por água abaixo no dia da prova, é importante interpretar bem o que as questões e textos querem dizer. Para isso, é recomendável seguir esses passos: Identifique os conceitos apresentados em cada parágrafo Identifique o objetivo do autor do texto. Sublinhe as principais ideias do texto e comece sua interpretação por elas Tente reescrever o texto com suas palavras 4 Leia e releia o texto quantas vezes forem necessárias até você entender e criar um senso críticoe opinião sobre o assunto. Dicas para não fugir do tema Fugir do tema é algo que pode anular sua redação do ENEM, sabia? Por isso é um dos maiores medos dos estudantes que se preparam para o exame. Treinar redações ao longo do período de estudos é uma excelente forma chegar no dia da prova com a compreensão temática em dia. Mas às vezes é preciso uma ajudinha a mais para evitar que isso aconteça. Destrinche a proposta Toda folha de redação do ENEM possui uma proposta de tema, que deve ser seguido com algumas regras. Há um enunciado explicando essas normas e você deve destrinchá-las para partir para sua redação com o tema em foco, sem chance de fugir dele. Por exemplo: Veja o formato do texto – geralmente é dissertativo-argumentativo; o tipo de escrita; o título do tema; e o que a proposta pede que tenha em seu texto. O mais comum é que se peça proposta de intervenção respeitando os direitos humanos, argumentos e fatos para embasar os seus argumentos. Ou seja, você deve defender um ponto de vista em relação ao tema, mostrando se concorda ou discorda, apresentando soluções, fatos e dados. 2 – Encontre a palavra-chave na coletânea A proposta de redação do ENEM, de modo geral, apresenta uma coletânea para ajudar na formulação de argumentos e embasar ideias. Pode ser um texto e uma charge, dois textos, uma matéria jornalística e um gráfico, enfim, são informações que são colocadas ali para auxiliar você. São de dois a três dados nessa coletânea, que devem ser analisados muito bem antes de iniciar a sua redação, pois eles que vão nortear a sua escrita. Eles funcionam para não haver uma margem grande diante de um tema que pode ser amplo, por exemplo: educação de jovens. Quando pensamos em educação de jovens pode vir à mente a educação familiar, da formação do jovem como indivíduo, ou então a educação institucional e a sua formação escolar. O tema em si pode ser ambíguo e por isso a coletânea de informações vai ajudar você nesse sentido a dar o foco que o enunciado pede. 3 – Faça a leitura do texto no rascunho Inicialmente, escreva a sua redação do ENEM na folha de rascunho. Depois de finalizada, faça uma leitura completa, parte por parte, para verificar não só erros de português, mas para ver se você fugiu do tema em algum momento. Perceba no decorrer se você cumpriu todas as exigências do enunciado. Ou seja, se tem propostas de intervenção, se respeita os direitos humanos, se há soluções apresentadas, etc. 5 Descrição A descrição é uma tipologia textual dedicada a detalhar determinados objetos, pessoas, lugares ou ações. Assim, o autor, ao utilizar esse recurso, procura transmitir suas impressões e sensações sobre algo de maneira que o seu leitor possa visualizar a cena relatada como uma fotografia. Sobre a noção de tipologia, Marcuschi (professor e linguista) a define como uma “sequência subjacente ao texto” marcada pela sua natureza linguística (aspectos sintáticos, lexicais, relações lógicas e de estilo etc.). Em outros termos, a tipologia textual tem marcas linguísticas que podem ser: relatar acontecimentos e situações (narração); apresentar uma tese e argumentos para defendê-la (dissertação); inserir opiniões e argumentos consensuais (exposição); realizar pedidos ou sugerir e categorizar uma sequência de ações/atividades (injunção); expor as características e propriedades de um objeto, pessoa ou ação (descrição). Em cada uma delas, há uma série de marcações textuais evidenciando suas principais características. O pesquisador ainda explica que, em uma produção textual, é possível encontrar diversas tipologias. Características da descrição Por se tratar de uma tipologia textual, a descrição está presente em uma diversidade de gêneros (carta pessoal, conto, notícia etc.) e sua estrutura depende do gênero ao qual ela está associada. Contudo, há um conjunto de características que nos permite tipificar elementos no texto e classificá-los como descritivos. Na descrição, temos: uso de adjetivos, locuções adjetivas e orações adjetivas; enumeração e comparação entre elementos a serem descritos; prevalência do tempo verbal localizado no passado; emprego de orações coordenadas justapostas. Tipos de descrição Há duas formas de se descrever um texto: a objetiva e a subjetiva. Vejamos, a seguir, exemplos que expõem cada uma dessas formas seguidos de uma breve análise. Descrição objetiva Na descrição objetiva prevalece a linguagem denotativa, isto é, a descrição mais concreta possível dos acontecimentos. Não há espaço para figuras de linguagem ou ressignificações dos termos. A descrição objetiva é usada em situações como laudos médicos e notícias, em que é preciso informar e detalhar um acontecimento. Veja um exemplo: 6 O acidente ocorreu às 14 h e a vítima encontra-se em estado grave devido às lesões na cabeça sofridas mediante forte pancada. Até o momento, sabe-se que se trata de um homem, jovem, com cerca de 30 anos de idade, 1,75 de altura e magro. Descrição subjetiva Diferentemente da descrição objetiva, a descrição subjetiva oferece a possibilidade do uso de uma linguagem conotativa por meio das figuras de linguagem e da pluralidade de significados. Ela é muito utilizada em obras literárias, como poemas. Veja um exemplo: No sonho, eu andava sob um mar de tristezas e, ao chegar à ilha, deitava sobre areias alegres. Meu humor mudou, do mar para a areia, da tristeza para a alegria. Da turbulência para a calmaria. Da ansiedade para o sono profundo. Narração A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um narrador. Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história. Existem três tipos de foco narrativo: - Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. - Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a história é contada em 3 pessoa. - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre). É comum que o texto narrativo apresente a seguinte estrutura: Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá. Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax. Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável. Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens. Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais. As personagens são principais ou secundárias, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentadas direta ou indiretamente. 7 A apresentação direta é quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. Elementos da narração "Elementos da narrativa Os textos narrativos podem apresentar cinco elementos que são característicos desse tipo textual. São eles: personagens; narrador ou foco narrativo; acontecimento; tempo; espaço; modo; causa; Embora sejam caracterizados como elementosda narrativa, as ferramentas não se apresentam, obrigatoriamente, todas no mesmo texto. Isso significa dizer que alguns textos narrativos podem ocultar um ou mais elementos, a depender do intuito do autor, do contexto de comunicação ou até da função sociocomunicativa do gênero. Os elementos que são considerados essenciais aos gêneros narrativos são as personagens, pois protagonizam os fatos ocorridos; a ação ou fato, pois toda narrativa se baseia em uma sequência de acontecimentos relacionados entre si; e o narrador ou foco narrativo, que se refere àquele que conta a história (se participa ou não dos fatos), e a perspectiva pela qual ele conta (com o olhar infantil, o olhar mais velho, se de uma visão total ou parcial dos acontecimentos). Além desses, os elementos secundários são relevantes, em diferentes níveis, aos textos narrativos. O tempo pode dividir-se em tempo cronológico — ordena a sequência de fatos em ordem linear de horas, dias, meses e anos — ou em tempo psicológico — ordena os fatos a partir dos pensamentos ou memória de um personagem e/ou narrador. O espaço é o elemento que marca os locais onde os acontecimentos ocorrem. Essa categoria pode designar um espaço macro (como cidades grandes, estados, países, etc.) ou micro (como a casa, o trabalho, a praça, o quarto, etc.). A categoria modo responde à pergunta “como?”. Ela se propõe a detalhar os meios que possibilitam ou caracterizam os acontecimentos da narrativa. Por fim, o elemento “causa” responde à pergunta “Por quê?”." "Gêneros narrativos Romance Conto 8 Crônica Fábula Parábola Notícias Relatos História em quadrinhos Filmes Teatro Estrutura da narrativa O tipo narrativo apresenta diferentes estruturas, a depender do gênero textual no qual está inserido. Em outras palavras, o gênero textual narrativo influencia as características linguísticas e estruturais, pois pode priorizar alguns aspectos e ignorar outros. Além disso, a organização da estrutura pode ser modificada intencionalmente, caso muito comum nas narrativas ficcionais. Ainda assim, de um modo geral, a estrutura narrativa apresenta os seguintes tópicos. Situação inicial: apresenta as circunstâncias iniciais ou o passado que contextualiza a história e marca o ponto inicial dos acontecimentos. Interferência/mudança: indica a parte do texto que apresenta o elemento diferenciador, responsável por mudar a circunstância inicial dos fatos. Clímax: ápice da história. É a parte que apresenta o acontecimento máximo, o fato mais relevante. Desfecho/resultado: parte final da narrativa, a conclusão da história. O desfecho pode apresentar um final fechado (todas as principais perguntas são respondidas) ou aberto (não se sabe o futuro das personagens ou algumas perguntas relevantes ficam sem respostas). O final ainda pode ser previsível, quando corresponde às expectativas da história, ou imprevisível, quando quebra a expectativa induzida pela história." "Passo a passo de como se faz uma narração A narração representa acontecimentos e ações humanas por meio da linguagem e da encenação. Para fazer uma boa narração, é necessário, primeiramente, observar o gênero textual no qual ela será aplicada. Cada gênero terá suas exigências específicas, que devem ser consideradas. Feitas as considerações acima, algumas dicas podem ajudar na construção narrativa. Escolha um fato relevante. Escolha o narrador e a perspectiva mais adequada. Delimite a linha temporal que será narrada. Selecione seus personagens (reais ou não) e analise suas prioridades em relação aos fatos. Analise as características temporais e espaciais relevantes de serem compartilhadas. 9 Selecione as informações. Abaixo segue alguns exemplos de textos narrativos: Fábula: O Lobo e o cordeiro “No tempo em que o lobo e o cordeiro estavam em tréguas, desejava aqueles que se oferecesse ocasião para as romper. Um dia que ambos se acharam na margem de um regato, indo beber, disse o lobo mui encolerizado contra o cordeiro: ‘Por que me turais a água que vou beber?’ Respondeu mansamente: ‘Senhor fulano lobo, como posso eu turbar a vossa mercê a fonte, se ela corre de cima, e eu estou cá mais abaixo?’ Reconheceu o adversário a clareza do argumento, porém, variando de meio, instou dizendo: ‘Pois se não turbastes agora, a turbastes o ano passado.’ Satisfez o cordeiro, dizendo: ‘Como podia eu cometer um crime haverá um ano, se eu não tenho ainda de idade mais que seis meses?’ Então o lobo, enfadado tanto mais quanto mais convencido disse: ‘Pois, se não fostes vós, foi fulano carneiro vosso pai.’ E, investindo ao pobrezinho, o levou nos dentes. Assim fazem os ímpios e maliciosos a quem não há inocência que satisfaça nem desculpa que contente.” A fábula acima apresenta os elementos principais da narrativa: personagens, tempo, espaço, fato, modo e causa. A história começa com o cenário das duas personagens dialogando. A conversa entre o lobo e o cordeiro segue até o ápice, quando o lobo expõe o argumento final “foi fulano carneiro vosso pai”, e leva o cordeiro. Além disso, o final apresenta uma “lição moral”, elemento que se destaca na fábula. Conto: A Carteira – Machado de Assis “DE REPENTE, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo: -- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez. -- É verdade, concordou Honório envergonhado. Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile daqui jantar dali chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia 10 remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma voragem. -- Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa. -- Agora vou, mentiu o Honório. A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo, cm que fundara grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou alguma cousa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais.” O trecho do conto machadiano também exemplifica o tipo narrativo. Nesse fragmento, é possível identificar a situação inicial da história, pela retomada ao tempo passado do personagem central Honório. Antes de dar seguimento ao que ocorre após o encontro com o objeto, o narrador constrói o contexto da personagem, revelando as informações que serão relevantes ao enredo." Dissertação A dissertação é um gênero textual que utiliza a argumentação como base para a defesa de um ponto de vista. Dessa forma, o autor, ao discorrer sobre o tema e apresentar a sua tese, deve afirmá-la com o uso de dados, estatísticas, pesquisas, fatos, exemplos e citações, dentre outros. Qual é o objetivo de uma dissertação? A dissertação é bastante requisitada em vestibulares e processos seletivos. E é fácil entender o porquê este gênero é o “queridinho” dos avaliadores. A redação dissertativa tem como objetivo convencer o leitor sobre uma perspectiva. Isso nada tem a ver com o fato de ele concordar com que está escrito, mas, sim, de aceitar que aquela opinião é válida e tem consistência.Por essa razão, a partir da dissertação, é possível reconhecer se o candidato tem raciocínio lógico e é capaz de apresentar os argumentos certos para defender seu ponto de vista. Além, é claro, de avaliar a aplicação da norma culta da língua portuguesa e a habilidade da comunicação escrita. Importância de escrever bem Só de entender o objetivo da dissertação, já conseguimos refletir sobre a importância de escrever bem, concorda? Afinal, como mencionamos, a escrita é uma etapa classificatória para os candidatos que pretendem entrar no ensino superior ou conquistar uma vaga de emprego. Embora essas sejam ótimas razões para aprender a escrever bem, elas não são as únicas. A escrita é determinante para o sucesso das nossas comunicações e relacionamentos. 11 É só parar para pensar um pouco que você consegue se lembrar de vários momentos do dia em que envia mensagens de texto e e-mails, por exemplo. Se você se expressar equivocadamente, seja por um erro ortográfico ou por palavras mal colocadas, as chances de que o outro não compreenda a sua ideia é grande. Além disso, pode causar um mal entendimento, fazendo com que a relação seja prejudicada. Qual a estrutura da dissertação? A dissertação é estruturada em três partes: Introdução A introdução, como o nome já sugere, é o início do texto e a parte em que as ideias são apresentadas de forma sucinta, geralmente, em um parágrafo. Nela, o autor deve mencionar o tema da redação e contextualizar o que o leitor verá nas próximas linhas. Desenvolvimento Por sua vez, a etapa de desenvolvimento compreende os parágrafos seguintes. Considerando o tamanho da redação, o ideal é que o desenvolvimento seja feito em cerca de três parágrafos. Cada um deles pode ser baseado em um argumento, por exemplo. Isso porque, na etapa de desenvolvimento, é onde o autor apresenta todas as cartas que têm na manga para defender o seu ponto de vista. Desenvolvimento Uma das partes mais importantes de uma produção textual é a argumentação utilizada para defender seu ponto de vista sobre o assunto. Uma dica primordial para que o texto apresente um conteúdo completo e impressione o leitor é organizar suas ideias de forma lógica e coesa. Confira a seguir alguns passos importantes para ajudá-lo a criar o “corpo do texto” completo e bem estruturado. Estrutura do desenvolvimento e conclusão O desenvolvimento é um dos elementos que compõem a estrutura de uma redação. Seguido da introdução, essa é a parte do texto em que você deverá embasar as ideias apresentadas anteriormente. Por isso, é importante buscar informações sobre o tema e selecionar os tópicos que considera mais importante. Um texto dissertativo-argumentativo, que é o modelo mais cobrado nas provas de vestibular e Enem, exige que o autor apresente argumentos consistentes acerca do assunto. Sendo assim, estruturar os parágrafos para facilitar esse processo de convencimento do leitor é uma boa maneira de como fazer o desenvolvimento de uma redação. 12 Como o número máximo de linhas exigidas nos processos seletivos costuma ser 30, evite apresentar muitas ideias. Geralmente dois tópicos são suficientes para desenvolver um bom texto. Dessa maneira, é possível dividir sua redação em dois parágrafos de desenvolvimento. A afirmação ou tópico frasal costuma ser o primeiro parágrafo utilizado para abordar a ideia central do tema. É um período utilizado para resumir os argumentos que serão desenrolados em seguida. Por isso, a frase deve ser curta e objetiva. Em seguida, inicia-se a explicação dos tópicos citados e ao longo do desenvolvimento é permitido e interessante citar exemplos relacionados ao tema. Pode ser um livro, filme, fala de alguém renomado, dados estatísticos ou algum assunto atual que enriqueça ou fundamente os seus argumentos. Vale destacar que as partes do texto devem estar interligadas e seguir uma ordem cronológica dos fatos, então o uso de conectivos é fundamental. E, por fim, a conclusão! Nessa parte da redação você deverá fazer o desfecho do texto, apresentando uma síntese do que foi abordado na introdução e desenvolvimento. É imprescindível que o autor se posicione dentro do contexto, revelando soluções ou resultados para os possíveis problemas. Menina de óculos sentada na mesa escrevendo Adotar o hábito de leitura ajuda a ampliar o repertório cultural e aprimorar a escrita. (Imagem: Shutterstock) Como fazer o desenvolvimento de uma redação: tipos de argumentos Em uma redação, além de dominar o assunto, o autor precisa apresentar ideias convincentes ao longo do texto. Para dar respaldo às propostas apresentadas, deixar a leitura mais atrativa e, claro, persuadir o leitor, selecionamos algumas estratégias de argumentos para você que tem dificuldade ou ainda não sabe como fazer o desenvolvimento de uma redação. Argumento por Exemplificação: uma das maneiras mais simples de fundamentar sua opinião. Esse é um recurso argumentativo que pode ser utilizado com o intuito de deixar o ponto de vista mais compreensível. Geralmente, costuma-se utilizar alguns termos como: para contextualizar, por exemplo, a título de exemplificação, como acontece no caso, etc. Argumento por Comparação ou Analogia: Como o próprio nome sugere, são feitas analogias com obras literárias, filmes, novelas, séries de TV, etc. Ao escolher essa estratégia, o autor do texto revela uma semelhança ou diferença do assunto abordado com outra situação existente. Argumento por alusão histórica: apesar de muito parecido com o recurso anterior, essa estratégia diz respeito a uma comparação específica do argumento com um fato histórico. A intertextualidade é a palavra-chave desse tipo de argumento, em que o autor da redação deverá tecer uma opinião crítica em relação ao recorte histórico escolhido. Argumento por evidência (ou por comprovação): o uso de dados estatísticos ou informações de domínio público divulgadas em pesquisas de órgãos importantes, são excelentes alternativas para respaldar o seu ponto de vista na redação. Contudo, vale ressaltar que, ao optar por este tipo de argumento, a fonte das informações utilizadas no texto deve ser citada. Argumento de autoridades: esse opção de argumento está relacionada a citação direta e indireta de fontes consideradas confiáveis sobre o assunto, como um especialista renomado. 13 Enumeração: refere-se à listagem de fatos que ratificam a sua tese. Termos como primeiramente, outro fator importante, além disso, ademais, etc, costumam ser utilizados nesse contexto. Conclusão A conclusão de uma redação é o parágrafo que conecta o que foi apresentado na introdução e no desenvolvimento do texto. Partindo do princípio de que a estrutura de uma redação deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão, esses três pontos devem estar bem alinhados, sem contradições. Portanto, a conclusão de uma redação corresponde ao parágrafo final, com poucas linhas, que contém a reafirmação do raciocínio desenvolvido. Tem como características ser uma síntese do que foi apresentado, confirmando a posição abordada no texto. Como fazer a conclusão de uma redação A conclusão de uma redação apresenta uma síntese do que foi abordado na introdução e no desenvolvimento. (Foto: Pixnio). Depois de ter feito a introdução e desenvolvido o tema, é na conclusão de uma redação que deve estar o resumo do que foi escrito, de maneira objetiva, fazendo uma conexão com todo o texto. A melhor forma de se fazer a conclusão de uma redação é apresentar sugestões de soluções que, inclusive, são bem aceitas nas redações Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) Para iniciar uma conclusão, pode-se usar alguma conjunção conclusiva como: logo, portanto, assim, por isso, em vista disso, conseguinte, etc. Para exemplificar, veja como exemplo uma redação que tirou nota mil no Enem: Publicidade infantil em questão noBrasil Introdução 14 Desde o início da expansão da rede dos meios de comunicação no Brasil, em especial o rádio e a televisão, a mídia publicitária tem veiculado propagandas destinadas ao público infantil, mesmo que os produtos ou serviços anunciados não sejam destinados a este. Na década de 1970, por exemplo, era transmitida no rádio a propaganda de um banco utilizando personagens folclóricos, chamando a atenção das crianças que, assim, persuadiam os pais a consumir. Desenvolvimento É sabido que, no período da infância, o ser humano ainda não desenvolveu claramente seu senso crítico, e assim é facilmente influenciado por personagens de desenhos animados, filmes, gibis, ou simplesmente pela combinação de sons e cores de que a publicidade dispõe. Os adolescentes também são alvo, numa fase em que o consumo pode ser sinônimo de autoafirmação. Ciente deste fato, a mídia cria os mais diversos produtos fazendo uso desses atributos, como brindes em lanches, produtos de higiene com imagens de personagens e até mesmo utilizando atores e modelos mirins nos comerciais. Muitos pais têm então se queixado do comportamento consumista de seus filhos, apelando para organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Em abril de 2014, foi aprovada uma resolução que julga abusiva essa publicidade infantil, gerando conflitos entre as empresas, organizações publicitárias e os defensores dos direitos deste público-alvo. Entretanto, tal resolução configura um importante passo dado pelo Brasil com relação ao marketing infantil. Alguns países cujo índice de escolaridade é maior que o brasileiro já possuem legislação que limita os conteúdos e horários de exibição dos comerciais destinados às crianças. Outros, como a Noruega, proíbem completamente qualquer publicidade infantil. Conclusão A legislação brasileira necessita, portanto, continuar a romper com as barreiras impostas pela indústria publicitária, a fim de garantir que o público supracitado não seja alvo de interesses comerciais por sua inocência e fácil persuasão. No âmbito educacional, as escolas devem auxiliar na formação de cidadãos com discernimento e capacidade crítica. Desta forma, é importante que sejam ensinados e discutidos nas salas de aula os conceitos de cidadania, consumismo, publicidade e etc., adequando-os a cada faixa etária. Fonte: Guia da carreira. Autor: Gabriela Costa. Enem 2014. 15 É possível perceber nessa redação que o autor usou a conjunção “portanto” para exprimir a conclusão. Poderia ser “A legislação brasileira necessita, assim, continuar” que não haveria perda de sentido da frase. O redator apresenta ainda sugestões de soluções para a problemática que é a publicidade infantil no Brasil. Tal questão fica perceptível desde o início da conclusão, quando disse que “A legislação brasileira necessita, portanto, continuar a romper com as barreiras...” e continuou com os períodos “as escolas devem auxiliar na formação de cidadãos com discernimento e capacidade crítica” e “Desta forma, é importante que sejam ensinados e discutidos...”. Por que a redação é tão importante em provas? A redação é requisito em provas para o ingresso em muitas universidades, em concursos públicos e, também, no Enem. É por meio dela que o candidato é avaliado, pois independentemente da área escolhida, faz-se necessário saber expressar-se pela escrita. Por isso, apesar dos conhecimentos específicos que serão importantes para o desempenho futuro, também é importante saber usar os recursos da gramática associando ao conhecimento geral sobre diversos assuntos. Existem bancas, como a do Enem, que propõem redações pautadas em temas objetivos e, na maioria das vezes, com abordagem social. Mas, também é possível encontrar redações com abordagem subjetiva, cujos temas estão relacionados à experiência do redator. Por isso, saber o tipo de redação que será feita ajuda na hora de fazer a conclusão. Isso porque cada abordagem pede um fechamento. Para temas objetivos, como as redações do Enem, em que os temas abordam assuntos de conhecimentos sociais, a conclusão deve trazer soluções para um determinado problema. Já para as redações que pedem uma abordagem mais subjetiva, a partir da vivência de cada redator, a conclusão dispensa sugestões. Gêneros da esfera publicitária "Os textos publicitários são aqueles que têm o objetivo de anunciar alguma coisa, fazer com que uma informação torne-se pública, desde uma campanha de vacinação até os anúncios de produtos e/ou prestação de serviços. Podemos encontrar os textos publicitários circulando em diversos suportes de comunicação, como os midiáticos (televisão, internet e rádio) e jornalísticos (jornais, revistas), e espalhados pelas vias urbanas (outdoors, pontos de ônibus, postes de iluminação pública etc.). Linguagem Podemos dizer que a linguagem, sobretudo no que se refere à sua função e ao tipo, é a característica mais relevante dos textos publicitários, já que se trata do principal recurso que o autor da peça (texto) publicitária tem para que os efeitos de sentido gerados sejam aqueles desejados pelo autor para alcançar os leitores. Quanto à função da linguagem dos textos publicitários, ela pode ser abordada de várias formas: linguagem referencial (quando o texto tem o objetivo de divulgar uma informação real), 16 linguagem emotiva (quando o texto pretende alcançar seu objetivo por meio da emotividade dos leitores) e linguagem apelativa ou conativa (quando o texto tem o objetivo de convencer alguém a fazer ou comprar alguma coisa, é conhecida como retórica). Com relação ao tipo de linguagem, os textos publicitários podem ser criados a partir das linguagens verbal (oral ou escrita), não verbal (imagens, fotografias, desenhos) e mista (verbal e não verbal). É relevante ressaltarmos também que a linguagem dos textos publicitários é pensada no sentido de atingir um grande número de interlocutores, ou seja, as massas, e, por essa razão, deve ser de fácil compreensão, objetiva, simples e acessível a interlocutores de todos as classes e faixas etárias. Criatividade De maneira geral, para conseguir causar efeitos de sentido e seduzir, chamar a atenção dos interlocutores, os autores das peças publicitárias fazem trocadilhos e trabalham as linguagens verbal e não verbal de maneira criativa. Objetividade Geralmente, os textos publicitários têm extensão bem reduzida, já que circulam em suportes cujo espaço também é reduzido e o valor de cada anúncio depende de seu tamanho. A seção dos classificados de jornal, que é um exemplo de texto publicitário, é um bom exemplar para que possamos observar essa característica. Outro exemplo que ilustra a objetividade dos textos publicitários é a criação de slogan (uma frase curta e de fácil memorização) ou manchetes, os quais resumem em um único enunciado as informações e os objetivos do texto. Exemplos de slogan: Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Cheetos, é impossível comer um só. (Elma Chips) Vem pra Caixa você também. Vem! (Caixa Econômica Federal) A rádio que toca notícias, só notícias. (Rádio CBN) Publicidade e o público Em virtude de seu caráter persuasivo e pelo fato de alcançar as grandes massas, o texto publicitário exerce grande influência e poder sobre o público. Esse texto promove o compartilhamento de ideias, produtos e serviços e, de certa forma, orientações ideológicas. Devido ao seu papel importante na nossa cultura, existe uma autorregulamentação para a divulgação/publicação de textos publicitários, a qual define limites de atuação e aprovação (ou não) quanto à veiculação de alguns anúncios. Essa autorregulamentação é necessária porque, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os textos publicitários respondem pela qualidade dos produtos e serviços que estão sendo oferecidos, portanto, nãodevem realizar propaganda enganosa, que é crime. Ainda de acordo com o CDC, propaganda enganosa significa qualquer modalidade de informação falsa, capaz de induzir o consumidor ao erro no que diz respeito à natureza, característica, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 17 Estrutura do texto publicitário O texto publicitário é composto, muitas vezes, por imagem, título, texto, assinatura e slogan. A assinatura é o nome do produto/serviço e do anunciante. Slogan, como já dissemos, é um enunciado conciso e de fácil associação ao produto e lembrança do leitor. O título/headline é um enunciado breve com o objetivo de captar a atenção do leitor, incitando sua curiosidade. O texto deve incitar no consumidor o interesse, o desejo por aquilo que está sendo oferecido/anunciado. A extensão do texto publicitário depende da intencionalidade discursiva do autor/anunciante e do espaço disponível/sugerido pelo suporte de circulação no qual o texto será veiculado: jornal, revista, outdoors, jingles em rádio (aliado à musicalidade), redes sociais, sites etc. Vertentes do texto publicitário Existem duas vertentes filosóficas do texto publicitário, ambas com origens filosóficas: a apolínea e a dionisíaca. Apolínea A vertente apolínea visa ao desenvolvimento de textos que remetem à individualização, ou seja, descrevendo e/ou narrando, como ocorre com as artes plásticas, fotografia e narração de histórias. Dionísica A vertente dionisíaca busca despertar sentimentos diversos em seus leitores/interlocutores para que assim possa criar empatia, contradição, terror, carinho etc. Geralmente, para causar esses efeitos, a música, a dramatização e a expressividade corporal são utilizadas." Gêneros da esfera jornalística Os textos jornalísticos são os textos veiculados pelos jornais, revistas, rádio e televisão, os quais possuem o intuito de comunicar e informar sobre algo. Nos dias atuais, o texto jornalístico é provavelmente o gênero textual mais lido, pois possui o maior alcance nos diversos setores da sociedade. Uma característica importante dos textos jornalísticos é sua efemeridade, visto que favorecem o conhecimento de informações atuais com o propósito de difundir o que acontece de novo. Estrutura do Texto Jornalístico jornais A composição de um texto jornalístico é dividida em: Pauta: escolha do tema ou assunto. Apuração: recolha das informações, dados e verificação da veracidade dos fatos. Redação: transformação das informações num texto. Edição: correção e revisão dos textos. A Linguagem Jornalística 18 A linguagem jornalística é em prosa e deve ser clara, simples, imparcial e objetiva de modo a expor para o emissor as informações mais relevantes sobre o tema. O jornalista possui a função de “traduzir” e transmitir as informações para o público em geral, utilizando um método de desenvolvimento textual baseado no critério básico ao responder às perguntas: “O quê?” (acontecimento, evento, fato ocorrido); “Quem?” (qual ou quais personagens estão envolvidos no acontecimento); “Quando?” (horário em que ocorreu o fato); “Onde?” (local que aconteceu o episódio); “Como?” (modo que ocorreu o evento); “Por quê?” (qual a causa do evento). No tocante à sua estrutura gramatical, normalmente o texto jornalístico apresenta frases curtas e ideias sucintas, as quais favorecem a objetividade do texto. Além disso, trabalham com o recurso das repetições que auxiliam na memorização e assimilação das informações. O mais comum é o uso da ordem direta nas construções frasais, ou seja: sujeito + verbo + complementos e adjuntos adverbiais. Esses textos possuem uma linguagem denotativa, ou seja, isenta de ambiguidades e que possui um único sentido, Aqui, vale lembrar que o jornal é um veículo portador de diferentes gêneros textuais. Portanto, eles podem apresentar uma linguagem conotativa (figurada), na medida em que desenvolve os diversos tipos de textos: narrativo descritivo dissertativo-opinativo injuntivo expositivo Veja também: Gêneros Textuais Lide Um recurso jornalístico muito utilizado é o “lide” (forma aportuguesada) ou “lead” (no inglês), que significa “guia”, “principal”, “liderança” ou “o que vem à frente”. O “lide” representa a primeira parte do texto jornalístico que se encarrega de apresentar as principais informações da matéria, essenciais para destacar “aos olhos do leitor” o acesso à informação. Assim, o “lide” é um recurso jornalístico essencial e que deve ser bem elaborado, objetivo e coerente. Isso porque favorece o interesse do leitor, sendo comum que muitos dos leitores leiam apenas o lide de cada matéria jornalística. 19 Pirâmide Invertida A Pirâmide Invertida é um dos recursos jornalísticos utilizados a fim de hierarquizar as informações no espaço do jornal, onde prevalece a ordem decrescente de importância. Sendo assim, o conteúdo mais importante localizado na base da pirâmide (parte mais larga), permanece na parte de cima da folha. Por outro lado, o conteúdo mais superficial ou menos relevante, chamado de “ápice” ou “vértice”, está situado embaixo do texto. Texto Informativo Os textos informativos são um dos gêneros mais presentes nos textos jornalísticos. Eles englobam as produções textuais objetivas em prosa, baseadas na linguagem clara e direta (linguagem denotativa). São textos que têm como objetivo principal transmitir informação sobre algo, estando isento de duplas interpretações. Assim, o emissor (escritor) dos textos informativos preocupa-se em expor brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um, ou vários receptores (leitor). Veja também: Texto Informativo Gêneros Jornalísticos O jornal abriga diversos textos jornalísticos, vulgarmente chamados de “matérias”, sendo divididos em seções, compostas pelos mais variados gêneros textuais: editorial notícia reportagens entrevistas textos publicitários classificados artigos crônicas resenhas charges cartas do leitor Exemplos de Textos Jornalísticos Medicamentos Genéricos e Medicamentos de Marca Diz-se que os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, eficácia e segurança do medicamento original que lhe serviu de referência. Uma das vantagens dos medicamentos genéricos encontra-se no preço inferior ao preço praticado pela venda do medicamento de marca. 20 Medicamentos Genéricos Os medicamentos genéricos estão identificados com a sigla MG nas embalagens. Eles são aprovados pela INFARMED, que disponibiliza uma lista de medicamentos genéricos online. A cada medicamento é atribuída uma A.I.M. (Autorização de Introdução no Mercado) com um respetivo número de registo. Segundo a lei, estes medicamentos podem unicamente ser comercializados depois do período de proteção de patente do medicamento de referência ter expirado (um período aproximado de 20 anos). Medicamentos de Marca Os medicamentos genéricos podem ter, no entanto, substâncias não ativas diferentes dos medicamentos originais, como corantes, açúcares e amidos, podendo diferir em tamanho, sabor ou forma destes. Apesar das substâncias ativas (os chamados excipientes) distinguirem-se entre medicamentos de marca e medicamentos genéricos, as diferenças não acusam normalmente no efeito terapêutico Nem toda a medicação de marca tem um medicamento genérico equivalente. Medicamentos Genéricos ou Medicamentos de Marca? Ao adquirir medicamentos genéricos mais baratos, os utentes desfrutam de uma comparticipação igual ou superior à que já tinham. Os utentes que comprarem medicamentos mais caros, veem a sua comparticipação ser reduzida. Pode simular na página da DECO os medicamentos mais baratos entre medicamentos de marca e medicamentos genéricos. Gêneros da esfera Digital Antes de mais nada, é importante compreender o que são esses novos gêneros digitais. Paraisso, vale a pena considerar que todos os gêneros textuais apresentam certas características em comum. Ou seja, têm uma estrutura própria. Isso vale também para os novos tipos textuais. Em função das tecnologias mais recentes, como a internet e o smartphone, novas situações comunicacionais passaram a fazer parte de nosso cotidiano. De maneira geral, a comunicação por meio dessas novas ferramentas apresentam estruturas de textos próprias, adaptadas para os novos veículos de comunicação. Uma das principais características desses novos formatos é apresentar períodos mais curtos e diretos. Além disso, é comum notar a presença de elementos audiovisuais e também de hiperlinks. Abreviaturas e linguagem interativa, como os chamados “emojis”, também fazem parte desses novos gêneros. gêneros digitais Quais os principais gêneros digitais? Existem diferentes gêneros textuais digitais que estão presentes nas mídias digitais e, com o passar do tempo, é bem provável que outros surjam. Contudo, quando pensamos em exames vestibulares, vale a pena conferir aqueles tipos que são citados pela BNCC. Veja abaixo. Currículo web 21 O currículo é uma das principais ferramentas para conseguir um emprego. Durante muito tempo, era comum que as pessoas entregassem pessoalmente esse documento nos lugares que pretendiam trabalhar. Com o avanço da tecnologia, em especial da internet, essa realidade foi alterada. Hoje, grande parte das pessoas e empresas, optam por trabalhar com currículos web. Nesse sentido, uma plataforma digital é utilizada para fazer o currículo. Nela, são disponibilizadas ferramentas para que o candidato apresente documentos, fotos e, se necessário, até mesmo arquivos de vídeo e voz. GIF (Graphics Interchange Format) O GIF é um formato bastante comum nos meios digitais, em especial nas redes sociais. De maneira geral, esse gênero trata-se de uma montagem de imagens que se sucedem de maneira repetida, como uma espécie de vídeo de curta duração. Geralmente, os GIFs são utilizados juntamente de textos verbais e não verbais. O principal objetivo desse tipo textual é tornar a comunicação mais rápida, dinâmica e mais eficiente, abrindo maior espaço para compreensões subjetivas. Fanfiction A Fanfiction, também conhecida apenas pela abreviatura, Fanfic, é um dos gêneros digitais mais utilizados por fãs de literatura e cinema. Muitas vezes, ela pode ser compreendida como um novo tipo literário, desenvolvido pelos fãs de determinada obra. Em geral, aquelas pessoas que consomem um determinado conteúdo (filme, livro, série, game etc.) se propõem a narrar uma história ficcional a partir dos roteiros e narrativas já existentes. Dessa forma, esse gênero é fruto das próprias interações no espaço virtual, tendo nascido, se desenvolvido e se popularizado por meio das plataformas digitais. Quem mantém as fanfics vivas são os próprios fãs, que também são, ao mesmo tempo, autores e leitores. Vlog O vlog é outro gênero muito popular. Em grande parte, ele se assemelha aos famosos “blogs”. Contudo, existe uma diferença primordial: enquanto os blogs são formatos escritos, os vlogs são vídeos. Quem desenvolve um vlog é geralmente conhecido como vlogger ou vlogueiro. Geralmente, os produtores desse tipo de conteúdo fazem publicações regulares, com o intuito de garantir engajamento e envolvimento de seu público. Uma das principais plataformas de vlogs é o YouTube. Wiki A Wiki é um gênero bastante antigo dentro da internet, contudo, tem ganhado cada vez mais espaço com o passar do tempo. De maneira geral, esse formato é marcado pela escrita colaborativa. Por meio de um código aberto, qualquer pessoa pode editar o conteúdo exposto. Normalmente, todas as versões da página ficam salvas em uma espécie de histórico da plataforma em que são publicadas. Isso permite que as modificações sejam revertidas e recuperadas, caso seja necessário. 22 Carta do leitor A carta do leitor é um tipo de carta veiculada geralmente em jornais e revistas, onde os leitores podem apresentar suas opiniões. Esse gênero epistolar possui uma função relevante para os meios de comunicação, de modo que a carta do leitor assegura uma resposta (feedback) de seus leitores. Esse espaço reservado aos leitores é um importante instrumento de comunicação, pois eles podem interagir com o meio de comunicação, expondo assim, seu ponto de vista sobre uma notícia, reportagem, pesquisa ou qualquer outro assunto atual. Assim, as opiniões, sugestões, críticas, perguntas, elogios e reclamações dos leitores são publicadas e podem ser visualizadas por qualquer indivíduo. Além disso, o leitor pode sugerir algum tema a ser abordado. Por esse motivo, é uma importante ferramenta de produção de pauta para os veículos de comunicação. Principais características da carta do leitor Textos breves e escritos em 1.ª pessoa; Temas atuais e de caráter subjetivo; Linguagem simples, clara e objetiva; Presença de destinatário e remetente; Texto expositivo e argumentativo. Estrutura: como fazer uma carta do leitor? Devemos lembrar que a carta do leitor possui um remetente (emissor ou locutor) e destinatário (receptor ou interlocutor). Antes de ser publicada ela passa pela equipe de revisão, a qual adaptará o texto e corrigirá possíveis erros. Por esse motivo, não existe um modelo específico, uma vez que segue o padrão de apresentação e o espaço destinado para esse fim determinado pelo meio de comunicação. Vale lembrar que a carta do leitor é uma pequena seção do veículo de comunicação, a qual pode ser publicada na íntegra, ou somente trechos relevantes. Como será publicada, as expressões de baixo calão, ou posições preconceituosas não devem ser pronunciadas. Além disso, o leitor deve evitar expressões populares, gírias, vícios de linguagem, apresentando seu texto numa linguagem formal, ou seja, que segue a norma culta da língua. Importante destacar que, de acordo com o público, a linguagem pode ser mais descontraída, por exemplo, numa revista para adolescentes. Geralmente as cartas dos leitores não seguem uma estrutura padrão, no entanto, devem apresentar alguns elementos estruturais: 23 Vocativo: aparece o nome da revista ou do jornal e pode vir acompanhada de local e data (chamado de cabeçalho). Introdução: pequeno trecho que aborda o assunto que será apresentado e explorado pelo leitor. Desenvolvimento: desenvolvimento da argumentação do leitor sobre sua ideia central. Conclusão: o leitor arremata suas ideias, e geralmente inclui uma sugestão para o assunto abordado. Despedida: representa as saudações finais do leitor, por exemplo: atenciosamente, cordialmente, abraços, etc. Assinatura: O leitor assina seu nome, o qual pode aparecer em forma de sigla, por exemplo, Afonso Miguel Pereira dos Santos (A.M.P.S.) Exemplos de carta do leitor Para compreender melhor o conceito de carta do leitor, segue abaixo dois exemplos, onde o primeiro apresenta uma linguagem formal e o segundo uma linguagem informal: Exemplo 1 São Paulo, 12 de dezembro de 2013 Caros Editores da Revista Viagens e Lazer, Antes de mais nada, gostaria de agradecer a matéria publicada no mês de outubro intitulada “Lugares Inóspitos do Planeta” pela riqueza de detalhes e beleza das fotos. Artigo de opnião Quem costuma ler jornal, revistas ou portais, com certeza já se deparou com um artigo de opinião. Isso porque esse gênero textual é habitualmente publicado nesses tipos de veículos. Normalmente, os artigos de opinião expõem temas de interesse da sociedade. Assim, é usual que sejam abordados fatos recentes, muitas vezes polêmicos, e de grande repercussão. Quais são as características? O artigo de opinião faz parte do grupo de textos argumentativos. Nele, o ponto de vista do autor sobre determinado assunto é evidenciado. Para comprovar a tese defendida, devem ser usados dados, fatos e outroselementos. É fundamental ainda que o artigo respeite as normas da língua portuguesa e utilize uma linguagem de fácil compreensão. É permitido usar verbos na primeira pessoa do singular, mesmo que muitos autores optem pela terceira pessoa. O artigo de opinião é, geralmente, curto, para se encaixar aos espaços pré-determinados dos canais de imprensa, e assinado. Como é a estrutura de um artigo de opinião? 24 Agora que você já sabe o que é um artigo de opinião e conhece as características do gênero, podemos avançar e entrar em outra parte importante deste conteúdo: a estrutura do texto. Introdução com tese Em outros tipos textuais, como a redação dissertativa, por exemplo, a introdução é uma parte breve do conteúdo - de, em média, um parágrafo -, que introduz o tema do texto. No artigo de opinião, embora a introdução também seja indicada para falar da tese, o número de linhas não é tão limitado. Ou seja, a apresentação do ponto de vista pode ser mais extensa e detalhada. Desenvolvimento com argumentação A segunda parte, que representa os parágrafos secundários, é destinada ao desenvolvimento dos argumentos. É o momento, portanto, de expor todos os recursos disponíveis para defender o seu ponto de vista. Vale dizer que aqui também há espaço para contra-argumentar. Ou seja, se antecipar aos possíveis questionamentos de leitores com opiniões contrárias. Conclusão O artigo de opinião se encerra com uma conclusão. Nela, o autor deve fazer uma síntese do que foi dito e reforçar a tese defendida. artigo de opinião quais sao caracteristicas Como começar o artigo de opinião? Se você pretende redigir um artigo de opinião, deve saber que é necessário fazer uma pesquisa completa sobre o assunto em questão. Afinal, não só a sua teoria precisa de base, como os leitores também querem entender as razões por trás da sua posição. Em outras palavras, a sua abordagem não pode, de forma nenhuma, ser rasa. Esse é o primeiro passo, portanto, para começar um artigo de opinião. Como escrever um bom artigo de opinião? Depois de fazer a sua investigação sobre o tema e listar os argumentos relevantes para a defesa da sua tese, é hora de colocar a mão na massa. Quando for escrever um artigo de opinião, reflita a respeito do público que vai ler o conteúdo. Isso, certamente, ajudará a criar uma narrativa adequada. Faça uma boa introdução, com clareza, para que o leitor possa compreender rapidamente sobre o que se trata o artigo. O título não precisa entregar o assunto tão explicitamente, mas deve estar relacionado e ser criativo. 25 Se possível, apresente uma solução para o problema apresentado. Essa proposta pode servir como desfecho do artigo de opinião. Passo a passo para construir um artigo de opinião Agora, de um jeito mais prático, veja como construir o seu artigo de opinião em poucos passos. Planejamento e projeto de texto Primeiramente, faça uma reflexão sobre o seu texto. Certifique-se do tema que será abordado, do seu ponto de vista e dos argumentos que têm na manga. Em seguida, pense na organização dos parágrafos e defina o conteúdo de cada um deles. Com esse guia, ficará mais fácil colocar as ideias no papel. Rascunho O rascunho é um projeto do artigo, que deve conter todas as informações que serão retratadas no texto. Nele, é possível fazer edições na forma como o conteúdo é apresentado, mas não é indicado que haja grandes desvios na proposta inicial. Revisão Depois de pronto, é hora de revisar o artigo de opinião. Aqui, além de procurar por erros de português, também é importante fazer uma avaliação minuciosa das ideias apresentadas, a fim de identificar falhas de lógica nos argumentos. Dicas para escrever melhor A essa altura, não restam dúvidas sobre como fazer um artigo de opinião, certo? No entanto, para redigir textos cada vez melhores, é possível adotar técnicas e práticas para aprimorar a habilidade da escrita. Tome nota de algumas dicas: Leia bastante e diversifique os tipos de textos; Pesquise antes de escrever; Exercite a escrita em vários momentos do dia; Experimente ter um diário; Aprenda a usar corretamente a pontuação; Desabilite o corretor ortográfico; Revise seus textos um tempo depois de ter escrito; Procure ler o que escreveu em voz alta. artigo de opinião passo a para construir-um Exemplo de artigo de opinião Você pode ler artigos de opinião de autores diversos em vários veículos de comunicação. 26 Extraímos um trecho de um texto publicado por Cida Barbosa no jornal Correio Braziliense. Confira! Um mal camuflado Somente agora, já adulta, uma professora do interior da Bahia conseguiu superar o temor e revelar que sofreu abuso sexual na infância e na adolescência. Numa mensagem em vídeo, denunciou dois tios e um amigo da família. “Tenho 26 anos, e ainda dói bastante”, contou Flávia Santos. “Todos esses anos sofrendo calada, quieta. Até que minha irmã teve coragem e postou no grupo da família que foi molestada quando criança pelo mesmo tio que me molestou. Então, resolvi falar, denunciar.” Ela também registrou um boletim de ocorrência. Na postagem, a professora alertou para “um mal inserido no nosso dia a dia, um mal silencioso, camuflado”. É o que apontam estatísticas: a maioria dos abusos ocorre no ambiente familiar, o que torna o crime ainda mais sórdido e difícil de ser combatido. Dados do Disque 100 - canal de denúncias do governo federal - mostram que os predadores sexuais são, principalmente, pais e padrastos. Tios, irmãos, avôs e amigos da família também aparecem com frequência. Ou seja, a casa, onde deveriam estar em segurança, é o lugar onde crianças e adolescentes ficam mais à mercê de seus algozes. Os demais integrantes do núcleo familiar não percebem a atrocidade ou se calam para preservar sua “harmonia”. As vítimas costumam aguentar tudo em silêncio porque o molestador é alguém da família ou conhecido, porque são ameaçadas, têm vergonha ou sentem-se culpadas. Muitas não relatam, também, por não compreenderem que estão sofrendo abusos. “Eu só vim entender que tinha sido violentada, molestada, estuprada, aos 18, 19 anos”, confirma Flávia, no vídeo. Há outra face cruel dessa barbaridade. Quando crianças e adolescentes denunciam a violência são, comumente, desacreditados, inclusive, pela própria família. Foi o que aconteceu, agora, com Flávia, mesmo já adulta. A mãe questionou as acusações dela, e parte dos parentes a defenestrou. “Perguntaram como eu tinha coragem de fazer isso, se não pensava na dor deles. Acaba que não pensam no que aconteceu com a gente”, lamentou. Vítimas de abusos podem não conseguir denunciar, mas emitem sinais: tornam-se agressivas, têm comportamentos sexuais, queda de rendimento escolar, depressão, insônia, falta de apetite. Pais ou responsáveis devem orientar as crianças. Explicar, por exemplo, quais são as partes do corpo que não podem ser tocadas por outras pessoas e questionar se alguém as tratam de forma desconfortável. Informadas, elas vão conseguir contar mais rápido se forem vitimadas. O diálogo ajuda a prevenir ou a descobrir violações. Quem souber de abusos contra meninos ou meninas deve denunciar nos conselhos tutelares, em qualquer delegacia, por meio do Disque 100 ou do aplicativo Proteja Brasil. Flávia destacou a importância da iniciativa. “Esse meu tio está sob suspeita de ter molestado também a enteada (de 14 anos). Talvez, se eu tivesse falando antes, ele não teria feito isso com ela também. O melhor a se fazer, gente, é denunciar. Denuncie, denuncie. Vamos proteger nossas crianças. 27 Editorial "Editorial é um texto de cunho jornalístico e opinativo que serve para apresentar o posicionamento crítico de determinado grupo (empresa, jornal ou direção) sobre os principais assuntos do momento da publicação. Possui uma linguagem formal e padronizada na norma culta, com argumentaçãoimpessoal. Sua estrutura se compõe na apresentação do tema, discussão, fundamentação e conclusão, sendo comumente indicada no topo ou canto da página com algum indicativo como “carta ao leitor”." "Características e estrutura de um editorial O editorial é um gênero textual de cunho jornalístico, opinativo e argumentativo que apresenta a opinião ou o posicionamento crítico da empresa, do jornal ou da direção a respeito dos temas mais patentes no momento da publicação. Desse modo, é um texto que sintetiza, em certa medida, a leitura geral do momento no qual o jornal será publicado, ao mesmo tempo em que apresenta o posicionamento da equipe. Por ser um texto profissional e direcionado a amplo público, o trato com a linguagem é exigente e padronizado, buscando garantir, com isso, uma identidade do texto jornalístico, bem como a impessoalidade e a acessibilidade à leitura, tendo em vista a diversidade de tipos de leitores que podem se dedicar ao texto. Nesse sentido, é essencial que se utilize a língua na norma culta, evitando, contudo, palavras e expressões muito específicas ou arcaicas, pois podem dificultar a inteligibilidade do texto. Ainda é comum uma estrutura sintática na voz passiva, com verbos na terceira pessoa do presente do infinitivo. Além disso, por ser um texto que representa um coletivo de pessoas, é escrito conjuntamente e não apresenta assinatura individual. Comumente aparece nos jornais como “carta ao leitor”. O editorial se divide em três partes principais: introdução; desenvolvimento; conclusão. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Cada uma dessas partes cumpre uma função importante para garantir ao texto sua unidade de sentido. Abaixo segue uma breve explicação do que deve conter em cada uma das partes. Introdução: deve apresentar uma contextualização do tema, situando, assim, o leitor dentro do cenário no qual se insere o ponto de vista apresentado. Por isso, ela deve trabalhar com as informações mais conhecidas para dar um ponto de partida para a seguinte discussão. Nesse sentido, também é comum que os editoriais apresentem uma tese a respeito dos problemas ou questões levantadas. Desenvolvimento: aprofunda os tópicos indicados na introdução, contextualizando o tema por meio de novas informações, apresentando suas teses com fundamentação e embasamento, principalmente com o uso de dados concretos e/ou reais. Conclusão: faz uma síntese do que foi dito anteriormente, apresentando, em certa medida, um resumo geral do que se pretendeu afirmar com o texto. É também comum uma reafirmação da 28 tese apresentada, bem como a retomada de informações-chaves, além de indicações de possíveis caminhos para o enfrentamento das questões. Tipos de editorial Os editoriais apresentam-se no topo ou lateral da folha com algum indicativo, como “carta ao leitor”. Os editoriais possuem uma estrutura bem semelhante, entretanto é comum, em alguns jornais, que o editorial venha por setor, ou seja, para cada grande área (economia, esporte, educação, segurança, etc.), há um editorial. Sendo assim, apesar de não falarmos de tipos em termos de estrutura, é preciso observar as variações temáticas. Veja também: Operadores argumentativos – elementos que cooperam para a coesão de um texto Como fazer um editorial? Antes de realizar a escrita, é importante reunir o grupo responsável pelo editorial, a fim de se debater os assuntos do momento, indicar posicionamentos e ideias, para que, após um primeiro consenso, o texto possa ser iniciado de fato na escrita. A tarefa de escrita e revisão do texto pode ser dividida de diferentes modos, a depender do jornal e da equipe envolvida. Em relação à estrutura, é importante definir qual tese será defendida sobre o momento, identificar as informações que já são conhecidas e desconhecidas ao grande público, pesquisar informações e dados que contribuam na defesa do ponto de vista, para organizar o material dentro da estrutura do editorial. É pertinente que o texto se inicie com o que é mais conhecido ao leitor, apontando para problemas que indicarão a sua tese. Em seguida, no desenvolvimento, aproveitar para aprofundar o assunto, apresentar outras leituras, colocar os argumentos, fundamentar as defesas, tudo em direção ao convencimento do leitor. Na conclusão, propor um desfecho crítico ou propositivo para o assunto." A construção dos Parágrafos Familiarizados com o tema a ser desenvolvido, elencadas todas as ideias a serem discorridas... finalmente estamos aptos a começarmos nossa produção. Mas ainda resta outro detalhe de extrema relevância – a eficácia do texto dependerá da forma pela qual estas ideias se apresentarão mediante o transcorrer do discurso. Partindo deste pressuposto, temos a noção de quão importante é a estruturação dos parágrafos, que permitem que o pensamento seja distribuído de forma lógica e precisa, com vistas a permitir uma efetiva interação entre os interlocutores. Obviamente que outros fatores relacionados à competência linguística do emissor participam deste processo, entre estes: pontuação adequada, utilização correta dos elementos coesivos, de modo a estabelecer uma relação harmônica entre uma ideia e outra, dentre outros. Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda da folha, atribuído por um conjunto de períodos que representam uma ideia central em consonância com outras secundárias, resultando num efetivo entrelaçamento e formando um todo coeso. Quanto à extensão, é bom que se diga que não se trata de uma receita pronta e 29 acabada, visto que a habilidade do emissor determinará o momento de realizar a transição entre um posicionamento e outro, permitindo que o discurso seja compreendido em sua totalidade. Em se tratando de textos dissertativos, normalmente os parágrafos costumam ser assim distribuídos: * Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia principal, feita de maneira sintética e definida pelos objetivos aos quais o emissor se propõe. * Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias, reconhecidas na exposição dos argumentos com vistas a reforçar e conferir credibilidade ora em discussão. * Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los de forma plausível. Pode, na maioria das vezes, constar-se de uma solução por parte do emissor no que se refere ao instaurar dos fatos. Quanto aos textos narrativos, os parágrafos costumam ser caracterizados pelo predomínio dos verbos de ação, retratando o posicionamento dos personagens mediante o desenrolar do enredo, bem como pela indicação de elementos circunstanciais referentes à trama: quando, por que e com que ocorreram os fatos. Nesta modalidade, a ocorrência dos parágrafos também se atribui à transcrição do discurso direto, em especial às falas dos personagens. Referindo-se aos textos descritivos, sua utilização está relacionada pela minuciosa exposição dos detalhes acerca do objeto descrito, representado por uma pessoa, objeto, animal, lugar, uma obra de arte, dentre outros, de modo a permitir que o leitor crie o cenário em sua mente. Colaborando na concretização destes propósitos, sobretudo pela finalidade discursiva – visando à caracterização de algo –, há o predomínio de verbos de ligação, bem como do uso de adjetivos e de orações coordenadas ou justapostas. Tópico Frasal De maneira resumida, podemos definir tópico frasal como a introdução de uma ideia em um parágrafo. É a primeira frase que abre cada parágrafo, indicando qual é o argumento ou ideia principal dele. O restante serve para contextualizar ou explicar melhor a sentença, ampliando o seu sentido. É bom lembrar que uma redação do Enem costuma ser dividida em quatroou cinco parágrafos. O primeiro é a introdução, o último é a conclusão e os demais são o desenvolvimento, ou seja, os argumentos que defendem um ponto de vista. No entanto, podemos dizer que cada parágrafo contém uma ideia central, que pode ter a sua introdução. Assim, o tópico frasal é importante para apresentar uma ideia de forma mais clara e objetiva. É um recurso usado em qualquer tipo de texto, mas na dissertação assume um papel fundamental ao organizar as ideias e reter a atenção do leitor. Afinal, desde o início da leitura do parágrafo 30 ele já consegue identificar qual é a opinião do autor, continuando a ler o texto para entendê-la melhor. Quais são os principais tipos? Os tópicos frasais não devem ser vistos como um limitador da criatividade do autor. Por isso mesmo, existem formas diferentes de escrevê-los. Conheça cada uma delas a seguir. Declaração inicial É o tipo mais comum, que traz uma afirmação ou negação importante logo na abertura do parágrafo. Costuma ser mais usado nos primeiros parágrafos, com o desenvolvimento dos argumentos nos seguintes. É preciso ter cuidado nesse tipo de construção, uma vez que muitos candidatos usam chavões e clichês. Considere como exemplo o parágrafo: “O derretimento das geleiras no ártico está diretamente relacionado às mudanças climáticas. Isso porque a grande emissão de gases de efeito estufa tem provocado o aumento da temperatura em todo o globo, alterando a dinâmica de inúmeros ecossistemas.” Poderíamos continuar acrescentando argumentos que expliquem ou ampliem o sentido do parágrafo, mas a ideia já foi apresentada na primeira frase, a declaração inicial. Definição Consiste em uma frase que define o termo central do tema da redação. Assim, seguindo o tema do exemplo anterior, podemos escrever: “O aquecimento global é a consequência da ambição e do consumo desenfreado de uma sociedade capitalista. Nele, podemos perceber que a ação de um grupo de indivíduos não afeta apenas a eles, mas têm impactos negativos em todos os povos.”. Nesse caso, o aquecimento global é definido como uma consequência da ambição e do consumo desenfreado. Contraste ou comparação Ocorre quando um mesmo tópico frasal apresenta ideias opostas, mas relevantes para a defesa de um argumento, organizadas de forma criativa e crítica. Esse tópico frasal é marcado por expressões como: de um lado, enquanto, se, etc. Veja o exemplo: “De um lado, estão os grandes capitalistas que anseiam pelo lucro. De outro, pessoas marginalizadas, que sofrem as consequências de grandes desastres ambientais.”. 31 Divisão Na divisão, a estrutura do tópico frasal traz uma separação de elementos. Ainda que mais simples, as ideias são apresentadas de forma clara e didática. “Na verdade, as mudanças climáticas afetam os pobres, a classe média e os ricos. A diferença é que, no curto prazo, a classe média e os mais ricos podem superá-las mais facilmente, seja por melhores condições de moradia, seja pela aquisição de produtos que deixem seu dia a dia mais confortável”. Alusão histórica Nesse caso, o tópico frasal é relacionado a um fato do passado, servindo tanto para explicar uma ideia quanto para entreter o leitor. Por exemplo: “Com a assinatura do Protocolo de Kyoto, as nações indicavam uma tendência à redução na emissão dos gases de efeito estufa. O problema é que nem todas as metas foram cumpridas, pois, o compromisso com o meio ambiente esbarrou no protecionismo sobre os meios de produção de muitos países.” Interrogação Por fim, o tópico frasal também pode ser escrito na forma de pergunta, que propõe uma reflexão sobre o tema. Para o sentido não ficar vago, esse questionamento precisa ser respondido no restante do parágrafo. Veja o exemplo a seguir. “Os meios de produção poderiam gerar menos impacto ambiental? Ora, diversas iniciativas demonstram que é possível adotar modelos mais sustentáveis, que emitam menos gases de efeito estufa e com mais benefícios para a população de modo geral. Entre elas, podemos citar a produção orgânica de alimentos pela agricultura familiar.” Como fazer um bom tópico frasal? Saber o que é um tópico frasal é importante, mas é necessário atentar para certos detalhes. Confira algumas dicas. Planeje o texto: antes de começar a escrever a redação, defina as ideias que serão abordadas em cada parágrafo. Assim, você não fica perdido na construção dos tópicos frasais e na forma como eles vão ser interligados. Apresente a ideia principal com clareza: o tópico frasal não deve conter divagações ou ser de difícil compreensão. Faça frases curtas: os tópicos frasais devem ser frases curtas, objetivas e que tragam uma ideia imediata. Caso contrário, podem confundir o leitor. Use conectivos: os conectivos são fundamentais para dar coesão ao texto e relacionar os parágrafos, podendo vir no tópico frasal e no restante do parágrafo. 32 Varie entre os tipos: não use o mesmo tipo de tópico em todos os parágrafos, pois a leitura pode ficar chata. O ideal é diversificá-los, dando mais fluidez e criatividade ao texto. Foque no tema: os tópicos são ótimos recursos para que o candidato se mantenha no tema proposto, ou seja, use as frases para reforçar a sua opinião sobre o assunto. Agora que você já entendeu o que é tópico frasal e seus tipos, é hora de treinar bastante a escrita. Esperamos que os exemplos dados sirvam de inspiração, porém, é fundamental praticar em temas variados e atuais. Parágrafos argumentativos Alguns dos principais vestibulares do país, tais como o Enem e a Fuvest, solicitam a seus candidatos que façam uma redação no estilo dissertativo-argumentativo, também conhecido como dissertação escolar. Nesse tipo de texto, o redator deve apresentar um ponto de vista e defendê-lo com bons argumentos. No caso específico do Enem, é necessário, também, apresentar propostas de intervenção. Características As principais características do texto dissertativo-argumentativo são: Presença de uma tese (ponto de vista) – em geral, no primeiro parágrafo do texto; Desenvolvimento com argumentos que comprovem a tese; Conclusão em forma de síntese ou com propostas de solução para os problemas discutidos no texto; Uso da norma-padrão da língua portuguesa. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Estrutura O texto dissertativo-argumentativo tem sua estrutura dividida em três – introdução, argumentação e conclusão – e cada uma delas tem suas particularidades, conforme explicaremos a seguir: Introdução O primeiro parágrafo do texto dissertativo-argumentativo deve conter duas partes – a apresentação do tema e a explicitação da tese. Tese é o mesmo que ponto de vista, ou seja, uma opinião do autor do texto acerca do tema proposto. Por exemplo, acerca do assunto “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, uma tese possível seria “o preconceito contra as religiões de matriz africana dificulta o combate à intolerância religiosa no Brasil.” Argumentação Os parágrafos intermediários das dissertações escolares são reservados para a comprovação da tese apresentada na introdução. Um argumento é composto duas partes: a fundamentação e a análise do fundamento. 33 Na fundamentação, o autor deve buscar provas de que seu ponto de vista está correto. São considerados fundamentos citações de autoridade, referências históricas, conceitos teóricos consagrados, notícias publicadas em jornais de qualidade, etc. Na análise do fundamento, o redator deve explicitamente demonstrar qual é a relação entre a prova levantada e a tese proposta. Um exemplo de argumento para a tese escrita alguns parágrafos acima seria: Segundo a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro, 70% de 1.014 casos de ofensas, abusos e atos violentos registrados no Estado entre 2012 e 2015 são contra praticantes
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