Buscar

Tecido ósseo

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE 
PERNAMBUCO 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AGRESTE 
DE PERNAMBUCO 
DISCIPLINA: Histologia e Embriologia 
Veterinária I 
NOME: Jayne Heloisa de Albuquerque Costa 
 Resumo: 9º aula- tecido ósseo 
O osso é uma forma de tecido conjuntivo onde a 
matriz celular é mineralizada o que confere 
suporte e proteção. O mineral prevalente é o 
fosfato de cálcio. Cerca de 90% do peso das 
proteínas da matriz óssea consiste em colágeno, 
principalmente do tipo I. As demais constituem a 
substância fundamental, contendo proteínas 
essenciais para o desenvolvimento, crescimento, 
remodelagem e reparo ósseo. 
Dentro da matriz óssea existem espaços 
denominados lacunas, cada uma contendo uma 
célula óssea ou osteócito. O osteócito estende 
numerosos prolongamentos para dentro de 
pequenos tuneis chamados canalículos. Estas 
células possuem junções comunicantes. As células 
progenitoras são derivadas das células tronco 
mesenquimais e dão origem aos osteoblastos. Os 
osteoblastos produzem a matriz extracelular do 
osso e ficam circundados por ela. Os osteócitos 
são osteoblastos menos ativos e presos na matriz. 
Os osteoclastos são células de reabsorção óssea 
para remoção ou remodelagem do osso. 
Principais Características 
• MEC altamente especializada 
• Proporciona sustentação, ligação, 
movimentação, proteção e reserva de 
minerais 
• Classificado de acordo com a prevalência e 
a organização da MEC 
• MEC altamente mineralizada e 
vascularizada 
• Continuamente remodelado 
Osso 
• Armazena cálcio na forma de 
hidroxiapatita (Ca10[PO4 ]6 [OH2 ]) 
• É envolvido pelo periósteo 
– vasos sanguíneos 
– tecido conjuntivo denso fibroso 
(fibras de Sharpey) 
– células tronco ósseas 
(osteogênicas) 
• Os espaços internos são revestidos pelo 
endósteo 
– Tecido conjuntivo frouxo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As células do tecido ósseo 
O tecido ósseo apresenta vários tipos celulares. As 
células osteoprogenitoras são células precursoras 
dos osteoblastos derivadas das células tronco 
mesenquimais, encontradas nas superfícies 
externa e interna dos ossos e na microvasculatura 
que supre o osso, essas células são denominadas 
periosteais e endosteais. As células de 
revestimento ósseo são derivadas dos osteoblastos 
e cobrem o osso que não está se remodelando. 
Essas células são achatadas e tem excassez de 
organelas. As células que revestem as superfícies 
ósseas externas se denominam células periosteais, 
as que revestem as superfícies internas, células 
endosteais. 
Tipos celulares 
• Células osteoprogenitoras 
• Osteoblastos 
• Osteócitos 
• Osteoclastos 
• Células de revestimento ósseo 
Osteoblastos 
O osteoblasto é uma célula que secreta a matriz 
óssea. Ele secreta o colágeno tipo I e proteínas da 
matriz óssea que constituem o osso não 
mineralizado inicial ou esteoide. Os osteoblastos 
são cúbicos ou poligonais e se organizam em uma 
única camada. Junções comunicantes são 
encontradas entre osteoblastos e destes com 
osteócitos. 
Cubóides, citoplasma polarizado contendo 
complexo de golgi bem desenvolvido, RER e 
mitocôndrias. 
Sintetiza colágeno, proteoglicanos e 
glicoproteínas – osteóide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Osteócito 
O osteócito é a célula óssea madura envolta pela 
matriz óssea, que responde por sua manutenção. O 
osteócito responde às forças mecânicas aplicadas 
ao osso, podem sintetizar nova matriz ou 
participar da sua degradação (osteólise 
osteocítica). 
Osteoblasto maduro encapsulado na matriz 
mineralizada – lacunas 
Prolongamentos celulares finíssimos irradiam para 
células adjacentes dentro de canalículos – 
passagem de nutrientes e metabólitos 
Estimulado pelo Paratormônio (PTH), libera 
enzimas que liberam minerais da MEC – osteólise 
osteocítica. 
 
 
 
 
 
 
Osteoclasto 
Os osteoclastos são células grandes, 
multinucleadas, encontradas em locais onde o 
osso está sendo removido. Essas células são 
responsáveis pela reabsorvação óssea. Como 
resultado da atividade osteoclástica, uma baía 
rasa, chamada baía de reabsorção (lacuna de 
Howship) pode ser observada no osso diretamente 
sob o osteoclasto. Os osteoclastos derivam de 
células progenitoras de granulócitos/macrófagos. 
Observa-se nos osteoclastos ativos a borda 
franzida, pregas profundas da membrana 
plasmática, que ampliam a área de superfície para 
a exocitose de enzimas hidrolíticas e secreção de 
prótons, bem como endocitose dos produtos de 
degradação e resíduos ósseos. 
• Origina-se de monócitos 
• Célula gigante multinucleada, lisossomos, 
mitocôndrias e complexo de golgi bem 
desenvolvido 
• Função de reabsorção e remodelagem do 
tecido ósseo 
 – Osteoclasia – secreção de ácidos e 
enzimas hidrolíticas que digerem a MEC 
– Regulada pelo sistema endócrino – 
tireóide (calcitonina-inibe osteoclastos) e 
paratiróide (paratormônio-libera Ca no 
sangue). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matriz extracelular óssea 
• 2/3 inorgânica – cristais de hidroxiapatita, 
fosfato de cálcio, magnésio, sódio, 
potássio, cobre, zinco, mangânes, etc. 
• Restante fibras colágenas (tipo I) e 
substância fundamental amorfa 
• Agrecanos alinham os cristais de 
hidroxiapatita 
• No osso mineralizado os agrecanos que 
rodeiam os cristais de hidroxiapatita estão 
em pequena quantidade 
Formação óssea 
O osso pode se desenvolver a partir de um molde 
cartilaginoso (ossificação endocondral) ou a partir 
do tecido conjuntivo (ossificação 
intramembranosa). Esse tecido inicial é 
posteriormente substituído pela remodelagem do 
osso. Células mesenquimais alongadas migram 
para uma área específica e se diferenciam em 
células osteoprogenitoras. Essa região se torna 
mais vascularizada e as células maiores e 
arredondadas, dando origem aos osteoblastos. A 
matriz óssea produzida pelos osteoblastos aparece 
como espículas ou trabéculas de formato irregular. 
A medida que são circundadas pela matriz, as 
células são chamadas osteócitos. Mais células 
mesenquimais circunvizinhas sofrem o mesmo 
processo. Algumas ficam em aposição às 
espículas inicialmente formadas tornam-se 
osteoblastos e acrescentam mais matriz. Esse 
processo é conhecido como crescimento 
aposicional. 
Histogênese do osso 
• Ossificação intramembranosa (no interior 
do tecido conjuntivo) 
• Ossificação endocondral (no interior de 
um molde cartilaginoso) 
• Osso primário é gradualmente substituído 
pelo osso secundário 
Ossificação Intramembranosa 
• Origina-se no mesênquima 
• Formam espículas 
• Depois trabéculas (osso esponjoso) 
• Trabéculas são substituídas por lamelas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formação óssea 
A ossificação endocondral começa com a 
proliferação e agregação das células 
mesenquimais no local do futuro osso. Essa 
células se diferenciam em condroblastos que 
produzem uma matriz cartilaginosa. Esse modelo 
cartilaginoso se desenvolve por crescimento 
intersticial e aposicional. As células pericondrais 
na região média do modelo cartilaginoso 
começam a dar origem a osteoblastos e esse tecido 
conjuntivo que circunda a cartilagem é agora 
denominado periósteo. O colar ósseo é 
estabelecido ao redor do molde cartilaginoso do 
osso em desenvolvimento. 
Os condrócitos aumentam de tamanho e sua 
matriz circundante começa a calcificar, isso inibe 
a difusão de nutrientes e causa a morte dos 
condrócitos. Vasos sanguíneos invadem as 
lacunas. As células tronco mesenquimais do 
periósteo migram pelos vasos sanguíneos e se 
diferenciam em células osteoprogenitoras na 
cavidade medular óssea. Células tronco 
hematopoéticas também chegam à medula. A 
cartilagem calcificada é parcialmente removida e 
as células osteoprogenitoras fazem aposição com 
as espículas cartilaginosas remanescentes, elas se 
tornam osteoblastos e começam a depositar matriz 
óssea (osteoide). Um osso formado dessa maneira 
é descritocomo osso endocondral. 
Ossificação Endocondral 
Acontece no interior da cartilagem hialina. 
As células se tornam osteogênicas e formam o 
colar ósseo subperiosteal. 
Condrócitos crescem e calcificam a matriz 
adjacente e depois morrem. 
Vasos sanguíneos surgem junto ao pericôndrio ao 
longo da futura diáfise . 
Osteoblastos revestem a matriz cartilaginosa 
calcificadas e secretam osteóide. 
 
O crescimento do osso se inicia no segundo 
trimestre da vida fetal e continua até a vida adulta. 
Durante a formação endocondral do osso a 
cartilagem avascular é gradualmente substituída 
por tecido ósseo vascularizado. Uma cartilagem 
epifisária é mantida e se organiza em zona de 
cartilagem de reserva, onde não exibe proliferação 
celular, zona de proliferação, onde as células 
cartilaginosas sofrem divisão e se organizam em 
colunas, zona de hipertrofia, as células aumentam 
de tamanho e acumulam glicogênio, zona de 
cartilagem calcificada, onde as células começam a 
se degenerar e a matriz cartilaginosa torna-se 
calcificada, zona de reabsorção, zona mais 
próxima da diáfise, vasos sanguíneos e tecido 
conjuntivo invadem a região e células 
osteogênicas tomam o lugar dos condrócitos 
mortos. 
Ossificação Endocondral 
Crescimento Longitudinal 
Nas extremidades dos moldes de cartilagem os 
condrócitos se multiplicam – zona de 
proliferação 
Crescem e armazenam glicose – zona de 
hipertrofia 
A medida que os condrócitos morrem, 
osteoblastos invadem as lacunas e produzem 
osteoide, enquanto osteoclastos absorvem os 
fragmentos de cartilagem – esponjosa primária 
(trabecular- parece um canal) – zona de 
calcificação provisória ou de ossificação. 
Placa de crescimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação do osso 
Inicialmente é formado no feto um osso imaturo. 
Ele difere do osso maduro pela organização não 
lamelar e presença de um número maior de 
células. O osso maduro é composto por unidades 
cilíndricas denominadas ósteons ou sistema de 
Havers. Os ósteons consistem em lamelas 
concêntricas da matriz óssea circundando um 
canal central, o canal osteonal ou canal de Havers, 
que contém suprimento vascular e nervoso do 
ósteon. 
Os canalículos que contém os prolongamentos dos 
osteócitos geralmente estão dispostos em um 
padrão radial com relação ao canal. O sistema de 
canalículo que se abre para o canal osteonal serve 
de passagem de substâncias entre os osteócitos e 
os vasos sanguíneos. Os canais profundos (canais 
de Volkmann) são canais do osso lamelar através 
dos quais os vasos sanguíneos e os nervos cursam 
a partir da superfície periosteal e endosteal para 
alcançar o canal osteonal, além de conectar os 
canais osteonais entre si. O osso esponjoso 
maduro se assemelha ao compacto maduro, exceto 
que o tecido está disposto como trabéculas ou 
espículas. 
 
 
Desenvolvimento 
– Imaturo ou primário – disposição 
irregular das fibras colágenas, quantidade 
de células 
– Maduro ou secundário – fibras 
organizadas paralelamente ou concêntricas 
em torno de canais (sistema de Havers) 
Um osso consiste de tecido ósseo, tecido 
hematopoético, tecido adiposo, vasos 
sanguíneos e nervos. A cartilagem hialina está 
presente quando existe uma articulação. O tecido 
ósseo é classificado como compacto (denso) ou 
esponjoso (trabecular). Em um osso vivo, os 
espaços dentre a malha esponjosa é ocupado pela 
medula e vasos sanguíneos. 
Os ossos são classificados em ossos longos, mais 
longos em uma dimensão, contendo uma diáfise e 
duas epífises, ossos curtos, iguais em 
comprimento e diâmetro, ossos planos, finos e 
semelhantes a placas, ossos irregulares, sem 
formato definido. Os ossos são cobertos por um 
tecido conjuntivo fibroso denso denominado 
periósteo, que contém células osteoprogenitoras. 
As fibras de colágeno do periósteo estão dispostas 
paralelamente a superfície do osso. No local de 
inserção de ligamentos e tendões, essas fibras 
formam um ângulo para dentro do tecido ósseo, 
aqui conhecidos como fibras de Sharpey. 
Configuração 
– Esponjoso – espaço interósseo, mais prevalente 
em aves adultas 
 – Compacto – mais tecido ósseo 
• Lamelar – camadas ósseas depositadas 
em folhas a partir do periósteo e do 
endósteo ligandos às lamelas 
• Osteonal – lamelas concêntricas a volta 
de um canal que se denominam ósteon ou 
sistema harvesiano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Função do osso 
O osso serve como reservatório de cálcio corporal. 
O cálcio pode ser liberado ou armazenado no 
osso. O paratormônio, produzido pela 
paratireoide, age para elevar os níveis sanguíneos 
baixos de cálcio até o normal, já a calcitonina, 
produzida pelas células parafoliculares da tireoide, 
age para reduzir os níveis sanguíneos elevados de 
cálcio ao normal. 
Remodelagem 
O tecido ósseo é constantemente reabastecido e 
remodelado. 
Reparação 
Após uma fratura, neutrófilos e macrófagos 
começam a limpar o local. Fibroblastos e capilares 
crescem e um tecido de granulação é formado. 
Cartilagem se forma em parte dele, formando um 
calo mole. As células do periósteo se diferenciam 
em osteoblastos e estes depositam novo osso, 
formando um calo ósseo. A proliferação e 
diferenciação endosteais também ocorrem. 
Quando o osso se une, forma-se o osso esponjoso 
posteriormente substituído por osso compacto. 
Ocorre a partir da fratura óssea 
Quando um osso se articula com um osso vizinho, 
as superfícies articulares ficam cobertas por 
cartilagem hialina. As cavidades ósseas são 
revestidas por endósteo. A medula óssea vermelha 
se localiza nos espaços do osso esponjoso. Ela 
produz células sanguíneas. A medida que o corpo 
envelhece, essas células são substituídas por 
tecido adiposo, assim a medula é conhecida como 
medula amarela. 
Articulações 
• Sinartroses 
– Pouco ou nenhum movimento 
• Diartroses ou sinoviais 
– Articulam livremente dentro de um 
limite de amplitude de movimento 
Sinartroses 
• Sindesmoses 
– Em ossos contíguos unidos por tecido 
conjuntivo denso 
• Sincondrose 
– Ossos adjacentes ligados por cartilagem 
hialina durante o desenvolvimento 
• Sinostoses 
– Onde o tecido conjuntivo denso foi 
substituído por osso após a maturação – 
impede movimentos 
Diartroses 
• Ossos contíguos são revestios por 
cartilagem hialina (cartilagem articular) 
que não possui o pericôndrio usual 
• Esta cartilagem é envolvida por cavidade 
sinovial repleta de líquido seroso e 
revestida pela membrana sinovial 
• A membrana é revestida por uma camada 
fibrosa de tecido conjuntivo denso – 
cápsula articular 
Líquido sinovial 
Composição semelhante ao do plasma, com 
bastante glicosaminoglicanos hialuronato e 
proteína lubricina 
Serve para nutrir e lubrificar a cartilagem articular

Continue navegando