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INTRODUÇÃO À PEDAGOGIA Caroline Costa Nunes Lima Formação de professores: um olhar histórico Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os processos de formação de professores na educação brasileira e suas origens no período colonial. Reconhecer a importância da formação plena do docente como processo imprescindível na prática do ensino. Analisar os resultados dos programas do governo de incentivo à formação continuada dos docentes para a educação brasileira. Introdução Neste capítulo, você vai estudar sobre os processos de formação dos professores, acompanhando as transformações desde o período colonial. Em seguida, reconhecerá a relevância da formação plena do docente para que tenha o conhecimento necessário para dar conta da complexidade que envolve a prática de ensino. Por fim, verá a análise dos resultados dos programas de governo que objetivam o incentivo à formação continuada dos docentes para a educação em nosso país. Origens e processos das formações de professores no Brasil A educação sofreu signifi cativas transformações ao longo de nossa história. Para que possamos compreender a complexidade que envolve os processos de formação de professores, é necessário conhecer as nossas origens. Desse modo, convido você a voltar no tempo, mais precisamente no período que marca o início da educação em nosso país. No período colonial, que foi marcado pelo surgimento dos colégios cons- truídos pelos jesuítas e, posteriormente, pela implementação das aulas régias na reforma pombalina, não havia uma preocupação evidente com a formação dos professores. Foi a partir da Independência do Brasil que se iniciou uma organização educacional voltada para a instrução das camadas populares da sociedade. Assim, Saviani (2009, p. 144) organiza a história da formação dos professores de acordo com o seguinte panorama: 1. Ensaios intermitentes de formação de professores (1827-1890). Esse período se inicia com o dispositivo da Lei das Escolas de Primeiras Letras, que obrigava os professores a se instruir no método do ensino mútuo, às próprias expensas; estende-se até 1890, quando prevalece o modelo das Escolas Normais. 2. Estabelecimento e expansão do padrão das Escolas Normais (1890-1932), cujo marco inicial é a reforma paulista da Escola Normal tendo como anexo a escola-modelo. 3. Organização dos Institutos de Educação (1932- 1939), cujos marcos são as reformas de Anísio Teixeira no Distrito Federal, em 1932, e de Fernando de Azevedo em São Paulo, em 1933. 4. Organização e implantação dos Cursos de Pedagogia e de Licenciatura e consolidação do modelo das Escolas Normais (1939-1971). 5. Substituição da Escola Normal pela Habilitação Específica de Magistério (1971-1996). 6. Advento dos Institutos Superiores de Educação, Escolas Normais Superiores e o novo perfil do Curso de Pedagogia (1996-2006). Você sabe o que eram as aulas régias? Segundo Cardoso (1999, p. 1), o sistema das aulas régias correspondia ao ensino primário e secundário. Suas características marcantes eram o seu caráter centralizador, a falta de autonomia pedagógica e o acesso à educação restrito a uma parcela da população, evidenciando, assim, o seu caráter excludente. E a Reforma Pombalina, você sabe do que se trata? Segundo Maciel e Shigunov Neto (2006), a Reforma Pombalina foi uma reforma educacional realizada por Marquês de Pombal. Foi considerada desastrosa para a educação brasileira, tendo em vista que destruiu uma organização educacional já consolidada e com resultados sem que tivesse assegurado uma reforma que garantisse um novo sistema educacional. Formação de professores: um olhar histórico2 Agora que vimos as fases que marcaram a formação dos professores ao longo de nossa história, iremos nos aprofundar em cada uma delas, trazendo as suas principais características. A primeira delas se denomina Ensaios intermitentes de formação de professores, período que vai de 1827 a 1890. Com a criação da Lei das Escolas de Primeiras Letras em outubro de 1827, foi determinado que o ensino passaria a se valer de um método mútuo para treinar professores que seriam didaticamente capacitados. Em 1834, a instrução primária passou a ser responsabilidade da província, momento marcado pelo surgimento das Escolas Normais. Na teoria, o objetivo dessas instituições era a preparação de professores para assumirem o ensino nas escolas primárias, porém, a preocu- pação recaiu sobre a capacitação para o domínio dos conhecimentos a serem transmitidos nas Escolas de Primeiras Letras, trazendo, como consequência, a ausência do preparo pedagógico adequado desses profissionais (SAVIANI, 2009, p. 145). Entre o período de 1890 a 1932, após muitas contestações e reflexões, as Escolas Normais passam a ser expandidas e houve uma reformulação do currículo, conforme afirma Saviani (2009, p. 145): A reforma foi marcada por dois vetores: enriquecimento dos conteúdos cur- riculares anteriores e ênfase nos exercícios práticos de ensino, cuja marca característica foi a criação da escola-modelo anexa à Escola Normal – na ver- dade a principal inovação da reforma. Assumindo os custos de sua instalação e centralizando o preparo dos novos professores nos exercícios práticos, os reformadores estavam assumindo o entendimento de que, sem assegurar de forma deliberada e sistemática por meio da organização curricular a preparação pedagógico-didática, não se estaria, em sentido próprio, formando professores. Seguindo essa estrutura organizacional, a Escola Normal passou a se expandir pelas principais cidades do país. Dando continuidade à análise dos marcos de referências que apontam diferentes tendências para os cursos de formação de professores, veremos o período de 1932 a 1939 marcado pela organização dos Institutos de Educação. Nesse momento, há uma preocupação com o domínio dos conhecimentos que serão transmitidos. Esses espaços institucionais concebiam a educação como ensino e pesquisa. 3Formação de professores: um olhar histórico Com a reforma instituída pelo decreto nº 3.810, de 19 de março de 1932, Anísio Teixeira se propôs a erradicar aquilo que ele considerava como o vício de constituição das Escolas Normais. Para esse fim, transformou a Escola Normal em Escola de Professores, cujo currículo incluía, já no primeiro ano, as seguintes disciplinas: 1. biologia educacional; 2. sociologia educacional; 3. psicologia educacional; 4. história da educação; 5. introdução ao ensino, contemplando três aspectos: a) princípios e técnicas; b) matérias de ensino abrangendo cálculo, leitura e linguagem, literatura infantil, estudos sociais e ciências naturais; c) prática de ensino realizada mediante observação, experimentação e participação. Como suporte ao caráter prático do processo formativo, a escola de professores contava com uma estrutura de apoio que envolvia: a) jardim de infância, escola primária e escola secundária, que funcionavam como campo de experimentação, demonstração e prática de ensino; b) instituto de pesquisas educacionais; c) biblioteca central de educação; d) bibliotecas escolares; e) filmoteca; f) museus escolares; g) radiodifusão. Fonte: Saviani (2009). Os institutos de educação incorporaram as demandas pedagógicas que concebiam o conhecimento com um viés científico, consolidando um modelo educacional de formação docente capaz de superar algumas inconsistências e distorções anteriores das escolas normais. Assim, apresentavam “[...] um curso híbrido, que oferecia, ao lado de um exíguo currículo profissional, um ensino de humanidades e ciências quantitativamente mais significativo” (TANURI, 2000, p. 72). Após a fase de consolidação dos Institutos de Educação, temos, em nosso país, a fase de organização e implementação dos cursos de pedagogia e li- cenciatura, além da consolidação do padrão das escolas normais. Essa fase compreende o período de 1939 até 1971 e expande os institutos ao Ensino Superior.Contudo, o modelo de formação de professores de nível superior foi perdendo as referências presentes em sua concepção, deixando de ter como Formação de professores: um olhar histórico4 base as pesquisas que asseguravam o viés científico desses processos de formação (SAVIANI, 2009). Em 2 de janeiro de 1946, foi aprovado o decreto nº 8.530, que apresentou a Lei Orgânica do Ensino Normal. Nesse documento, estava contida a nova estrutura do curso normal, que passaria a ser dividido em ciclos. O primeiro deles se relacionava ao ciclo ginasial e compreendia o período de quatro anos. O segundo, o ciclo colegial, tinha duração de três anos (SAVIANI, 2009). Entre os anos de 1971 e 1996, ocorreu a substituição da Escola Normal pela habilitação específica de Magistério. Historicamente, o país sofreu o Golpe Militar que determinou alterações no campo educacional. Segundo Saviani (2009, p. 147): Nessa nova estrutura, desapareceram as Escolas Normais. Em seu lugar foi instituída a habilitação específica de 2º grau para o exercício do magistério de 1º grau (HEM). Pelo parecer n. 349/72 (Brasil-MEC-CFE, 1972), aprovado em 6 de abril de 1972, a habilitação específica do magistério foi organizada em duas modalidades básicas: uma com a duração de três anos (2.200 horas), que habilitaria a lecionar até a 4ª série; e outra com a duração de quatro anos (2.900 horas), habilitando ao magistério até a 6ª série do 1º grau. O currículo mínimo compreendia o núcleo comum, obrigatório em todo o território na- cional para todo o ensino de 1º e 2º graus, destinado a garantir a formação geral; e uma parte diversificada, visando à formação especial. O antigo curso normal cedeu lugar a uma habilitação de 2º Grau. A formação de professores para o antigo ensino primário foi, pois, reduzida a uma habilitação dispersa em meio a tantas outras, configurando um quadro de precariedade bastante preocupante. Ao passo que as mudanças mencionadas no trecho acima transcorriam, em 1980, houve um esforço que demandava a reformulação dos cursos de Pedagogia. Os cursos voltados para essa habilitação passaram a conceber a “[...] docência como a base da identidade profissional de todos os profissionais da educação” (SILVA, 2003, p. 68 e 79). Por fim, o último momento que analisaremos se trata do advento dos Institutos Superiores de Educação e das Escolas Normais Superiores, período compreendido dos anos 1996 até 2006. Com o fim do Regime Militar, havia, por parte dos educadores, uma esperança que os problemas relacionados à formação de professores fossem superados. Contudo, ainda que em 20 de dezembro de 1996 fosse promulgada a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), esses problemas ainda persistiram, já que a LDB deu abertura para uma política educacional que permitisse que os institutos superiores oferecessem cursos 5Formação de professores: um olhar histórico que primassem por uma educação de curta duração, baixo custo e segunda categoria (SAVIANI, 2008). Após percorrermos esses momentos significativos no processo de formação de professores desde o nosso período colonial, podemos verificar que as cons- tantes transformações demonstram uma deficiência nas políticas educacionais formativas que não dão conta de preparar o docente para o enfrentamento dos problemas recorrentes das práticas educacionais no âmbito nacional. As relações entre formação plena do docente e sua prática de ensino Os processos de ensino e aprendizagem envolvem uma série de relações com- plexas que acompanham os avanços histórico-sociais. Para que o espaço escolar oportunize experiências estimulantes, globais e contextualizadas, espera-se uma formação plena dos professores que mediarão a construção dos saberes. Apesar de ser evidente que para ter resultados pedagógicos satisfatórios seja necessário investir na formação de docentes, na prática ainda há muito a ser discutido, repensado e transformado para que o ensino tradicional que perdurou como modelo durante grande parte de nossa história educacional seja superado. Segundo Parente, Valle e Mattos (2015, p. 15): As pesquisas e as reflexões, em escala crescente, têm se dedicado ao (novo) papel do professor nesses processos e, frequentemente, afirma-se que as formas atuais de qualificação dos docentes não têm sido adequadas ou suficientes para que eles possam enfrentar a complexidade dos problemas educacionais da contemporaneidade e que isto tem muito a ver com o descompasso entre a sua formação inicial e a realidade da educação e da escola. Nas duas últimas décadas, notadamente desde o final dos anos de 1990, diversas iniciativas, tanto públicas como privadas, tentam preencher as lacunas de formação inicial por meio da formação continuada, para que os professores possam enfrentar, primeiramente, o denominado “choque de realidade”. Além desse esforço de preparar os docentes para a realidade que irão enfrentar, como apontado no trecho acima, também há a necessidade desses profissionais acompanharem os avanços nos campos educacionais e de ensino e aprendizagem. A formação docente deve dar conta de fornecer aporte teórico e prático para que os profissionais desenvolvam habilidades e competências exigidas em um cenário educacional que acompanha os avanços tecnológicos e ressignifica os Formação de professores: um olhar histórico6 papéis dos atores envolvidos nesse processo. Se antes o professor era tido como o detentor do saber e os alunos como receptores, agora, esse professor passa a mediar o encontro dos educandos com o conhecimento que é construído por meio de ações contextualizadas com a realidade desses alunos. Essas questões foram objeto de preocupação das esferas governamentais e houve um avanço no investimento e na compreensão de que não se trata de reciclar ou treinar professores em momentos estanques, mas, sim, algo que deve ocorrer de modo gradual e contínuo desde a sua graduação, tendo sequência ao longo de sua carreira profissional (PLACCO; SILVA, 2006). Oferecer uma formação continuada aos docentes é fundamental para cor- rigir algumas inadequações decorrentes da formação inicial e oportunizar uma base capaz de oferecer segurança frente às mudanças no âmbito social e educacional. Essas novas bases são recursos eficazes para que haja um equilí- brio entre a teoria e a prática. Ocorreram, diante da constatação da relevância desses investimentos, pesquisas nas esferas acadêmicas que, segundo Parente, Valle e Mattos (2015, p. 26) tinham o objetivo de: [...] fornecer subsídios teóricos e práticos que fundamentassem políticas nacionais de formação continuada válidos para todo o território nacional e adequados às diferenças regionais que caracterizam o Brasil. Experiências de formação continuada, promovidas pelas escolas de forma autônoma, espalham- -se pelo território brasileiro e são estudadas pelos pesquisadores que retornam às universidades munidos de dados e informações de grande relevância para que suas pesquisas não sejam feitas no vazio. Os conhecimentos construídos, por meio dessas pesquisas e apresentações em congressos aliados às reflexões sobre as práticas cotidianas escolares, revelam uma preocupação com o professor que inicia sua carreira e sobre como as inovações nos campos educacionais se refletirão na formação do- cente nos próximos anos (PARENTE; VALLE; MATTOS, 2015). Assim, é necessário um esforço, tanto das instituições que formam esses professores, quanto desses profissionais em se apropriar dessa produção que propõe novas perspectivas educacionais. Programas de governo de incentivo à formação continuada dos docentes Com o objetivo de reparar algumas lacunas causadas por políticas educacionais que provocaram desigualdades históricas no país, o Ministério da Educação 7Formação de professores: um olhar histórico (MEC) propôs, ao longo dos anos, alguns documentos e algumas leis e dire- trizes, tais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e o Plano Nacional de Educação (PNE).Assim, no Quadro 1, traremos para os nossos estudos o que esses documentos trouxeram de mudanças em relação à formação de professores. Fonte: Brasil (1996, 2014). LDBEN Lei nº 9394/96 “Art 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.” “Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: I – cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental; II – programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação básica; III – programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis.” PNE Lei nº 13005/14 “Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.” Quadro 1. Mudanças na formação dos professores, proporcionadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e pelo Plano Nacional de Educação. Além da criação desses documentos, ao analisarmos a história da educação em nosso país e as transformações sociais ao longo das últimas décadas, veri- ficaremos que foram realizadas diversas pesquisas e também inúmeros estudos acadêmicos apontando para a necessidade de se investir em uma formação que seja capaz de oferecer meios para que o docente tenha condições de lidar com as demandas educacionais atuais. Formação de professores: um olhar histórico8 A fim de que possamos conhecer algumas das principais iniciativas, o Quadro 2 apresenta os programas de incentivo à formação continuada elabo- rados pelo MEC. Listaremos as principais características e os objetivos, bem como os resultados alcançados. Nome do programa de governo O que é o programa? Objetivos Programa de Formação Inicial e Continuada, presencial e a distância, de professores para a Educação Básica (PARFOR) (início em 29 de janeiro de 2009) O PARFOR é uma ação estratégica do MEC que é resultante de um conjunto de ações que se concretizam mediante o princípio de colaboração com as Secretarias de Educação dos Estados e municípios e as Instituições de Educação Superior sediadas nesses locais. Serve para elevar o padrão de qualidade da formação dos professores das escolas públicas da Educação Básica no território nacional. A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) oferece os cursos de formação inicial, presencial e emergencial. Os cursos na modalidade a distância são ofertados pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) Oferecer cursos de formação inicial emergencial na modalidade presencial aos professores das redes públicas de Educação Básica, tendo em vista as demandas indicadas nos planos estratégicos elaborados pelos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. (Continua) 9Formação de professores: um olhar histórico Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. Nome do programa de governo O que é o programa? Objetivos UAB (início em 08 de junho de 2006) É um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação à distância. O público em geral é atendido, mas os professores que atuam na Educação Básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, dos gestores e dos trabalhadores em Educação Básica de Estados, municípios e do Distrito Federal Oferecer cursos de licenciatura e de formação inicial e continuada de professores da Educação Básica; ofertar cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios; dispor de cursos superiores nas diferentes áreas do conhecimento; ampliar o acesso à educação superior pública; reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior entre as diferentes regiões do país; estabelecer amplo sistema nacional de educação superior à distância; fomentar o desenvolvimento institucional para a modalidade de educação à distância, bem como a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior apoiadas em tecnologias de informação e comunicação (Continuação) (Continua) Formação de professores: um olhar histórico10 Fonte: Brasil (2016). Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. Nome do programa de governo O que é o programa? Objetivos Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial (início em 2007) O Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial oferta cursos de aperfeiçoamento ou especialização em educação especial, na modalidade à distância, no âmbito da UAB, por meio de instituições públicas de educação superior Formar professores das redes públicas de ensino que atuam no atendimento educacional especializado, em salas de recursos multifuncionais, e professores do ensino regular para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional – ProInfo Integrado (início em 12 de dezembro de 2007) O ProInfo Integrado é um programa para integrar e articular a distribuição de equipamentos tecnológicos às escolas, como computadores, impressoras e outros equipamentos de informática, além de ofertar cursos de formação continuada e conteúdos e recursos multimídia e digitais por meio do Portal do Professor, da TV Escola, etc. É ofertado a professores e gestores das escolas públicas contempladas com laboratórios de informática pelo ProInfo, a técnicos e demais agentes educacionais dos sistemas de ensino responsáveis pelas escolas e por núcleos de tecnologia educacional, 3 cursos de formação continuada e 1 curso de especialização Proporcionar a inclusão digital de professores, gestores de escolas públicas da educação básica e a comunidade escolar em geral, além de dinamizar a qualificação dos processos de ensino e aprendizagem, desenvolvendo competências, habilidades e conhecimentos (Continuação) (Continua) 11Formação de professores: um olhar histórico Fonte: Brasil (2016). Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. Nome do programa de governo O que é o programa? Objetivos Portal do Professor (início em 18 de junho de 2008) O Portal do Professor é uma solução tecnológica que permite o armazenamento e a circulação de conteúdos educacionais multimídias, oferecendo aos educadores, em especial os professores atuantes na Educação Básica, acesso rápido e funcional a um acervo variado O Portal do Professor apoia o processo de formação dos professores e permite o armazenamento e a circulação de um acervo de conteúdos educacionais multimídia em diferentes formatos, além de links e funcionalidades que subsidiem a pesquisa e a interação na Educação Infantil, nos ensinos Fundamental, Médio, Profissional e modalidades. O portal funciona também como elemento integrador do sistema público de educação básica e profissional, unindo o MEC, as secretarias estaduais e municipais de educação, as escolas, os gestores, os professores e os alunos (Continuação)Formação de professores: um olhar histórico12 Conhecer esses principais programas de incentivo à formação continu- ada nos permite observar que houve a preocupação de atender às diferentes demandas e às tentativas de se preencher lacunas na busca de superar alguns dos problemas educacionais recorrentes em nossa história educacional. Anali- samos que, de uma maneira geral, esses programas oportunizam aos docentes formados em diferentes momentos a possibilidade de participar de bolsas de estudo, subsidiando os custos da continuidade de sua formação, tanto em território nacional, quanto em alguns outros países por meio de parcerias. Por meio da modalidade a distância, foi ofertado também, a estudantes de regiões com dificuldade de acesso ao ensino presencial, a possibilidade de iniciar e continuar sua formação. É importante ressaltar que as esferas governamentais devem estar sempre em consonância com a realidade das diferentes regiões e que, do mesmo modo que a formação dos docentes deve ser continuada, também devem ser contínuos os esforços de enfrentamento dos problemas reais, bem como haver debate, diálogo e empenho de todos os setores envolvidos para que as transformações ocorram de modo satisfatório. É consenso que investir em educação é o caminho para o progresso e o desenvolvimento de nosso país. 13Formação de professores: um olhar histórico BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 28 fev. 2018. BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Brasília, DF, 2014. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em: 28 fev. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Programas do MEC voltados à formação de professores. 2016. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=15944>. Acesso em: 03 mar. 2018. Formação de professores: um olhar histórico14 CARDOSO, T. F. L. As aulas régias no Rio de Janeiro: do projeto à prática (1759-1834). História da Educação, Pelotas, n. 6, p. 105/130, out. 1999. Disponível em: <http://seer. ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30261>. Acesso em: 28 fev. 2018. MACIEL, L. S. B.; SHIGUNOV NETO, A. A educação brasileira no período pombalino: uma análise histórica das reformas pombalinas do ensino. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 465-476, set./dez. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/ep/v32n3/a03v32n3.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2018. PARENTE, C. da M.; VALLE, L. E. L. R. do; MATTOS, M. J. V. M. de. (Org.). A formação de professores e seus desafios frente às mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Porto Alegre: Penso, 2015. PLACCO, V. M. N. de S.; SILVA, S. H. S. da. A formação do professor: reflexões, desafios e perspectivas. In: BRUNO, E. B. G.; ALMEIDA, L. R. de.; CHRISTOV, L. H. da S. (Org.). O coordenador pedagógico e a formação docente. São Paulo: Loyola, 2006. p. 25-32. SAVIANI, D. A pedagogia no Brasil: história e teoria. Campinas: Autores Associados, 2008. SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 40, p. 143-155, jan./abr. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v14n40/v14n40a12. pdf> Acesso em: 8 fev. 2018. SILVA, C. S. B. Curso de pedagogia no Brasil: história e identidade. 2. ed. rev. e ampl. Campinas: Autores Associados, 2003. TANURI, L. M. 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