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INTRODUÇÃO À 
PEDAGOGIA
Caroline Costa Nunes Lima
Formação de professores: 
um olhar histórico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar os processos de formação de professores na educação
brasileira e suas origens no período colonial.
 Reconhecer a importância da formação plena do docente como
processo imprescindível na prática do ensino.
 Analisar os resultados dos programas do governo de incentivo à
formação continuada dos docentes para a educação brasileira.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre os processos de formação dos 
professores, acompanhando as transformações desde o período colonial. 
Em seguida, reconhecerá a relevância da formação plena do docente para 
que tenha o conhecimento necessário para dar conta da complexidade 
que envolve a prática de ensino. Por fim, verá a análise dos resultados dos 
programas de governo que objetivam o incentivo à formação continuada 
dos docentes para a educação em nosso país. 
Origens e processos das formações de 
professores no Brasil
A educação sofreu signifi cativas transformações ao longo de nossa história. 
Para que possamos compreender a complexidade que envolve os processos 
de formação de professores, é necessário conhecer as nossas origens. Desse 
modo, convido você a voltar no tempo, mais precisamente no período que 
marca o início da educação em nosso país.
No período colonial, que foi marcado pelo surgimento dos colégios cons-
truídos pelos jesuítas e, posteriormente, pela implementação das aulas régias 
na reforma pombalina, não havia uma preocupação evidente com a formação 
dos professores. Foi a partir da Independência do Brasil que se iniciou uma 
organização educacional voltada para a instrução das camadas populares da 
sociedade. Assim, Saviani (2009, p. 144) organiza a história da formação dos 
professores de acordo com o seguinte panorama:
1. Ensaios intermitentes de formação de professores (1827-1890). Esse período 
se inicia com o dispositivo da Lei das Escolas de Primeiras Letras, que obrigava
os professores a se instruir no método do ensino mútuo, às próprias expensas; 
estende-se até 1890, quando prevalece o modelo das Escolas Normais.
2. Estabelecimento e expansão do padrão das Escolas Normais (1890-1932), 
cujo marco inicial é a reforma paulista da Escola Normal tendo como anexo 
a escola-modelo.
3. Organização dos Institutos de Educação (1932- 1939), cujos marcos são as
reformas de Anísio Teixeira no Distrito Federal, em 1932, e de Fernando de
Azevedo em São Paulo, em 1933.
4. Organização e implantação dos Cursos de Pedagogia e de Licenciatura e 
consolidação do modelo das Escolas Normais (1939-1971). 5. Substituição
da Escola Normal pela Habilitação Específica de Magistério (1971-1996).
6. Advento dos Institutos Superiores de Educação, Escolas Normais Superiores
e o novo perfil do Curso de Pedagogia (1996-2006).
Você sabe o que eram as aulas régias?
Segundo Cardoso (1999, p. 1), o sistema das aulas régias correspondia ao ensino 
primário e secundário. Suas características marcantes eram o seu caráter centralizador, 
a falta de autonomia pedagógica e o acesso à educação restrito a uma parcela da 
população, evidenciando, assim, o seu caráter excludente.
E a Reforma Pombalina, você sabe do que se trata?
Segundo Maciel e Shigunov Neto (2006), a Reforma Pombalina foi uma reforma 
educacional realizada por Marquês de Pombal. Foi considerada desastrosa para a 
educação brasileira, tendo em vista que destruiu uma organização educacional já 
consolidada e com resultados sem que tivesse assegurado uma reforma que garantisse 
um novo sistema educacional.
Formação de professores: um olhar histórico2
Agora que vimos as fases que marcaram a formação dos professores ao longo 
de nossa história, iremos nos aprofundar em cada uma delas, trazendo as suas 
principais características. A primeira delas se denomina Ensaios intermitentes 
de formação de professores, período que vai de 1827 a 1890. Com a criação 
da Lei das Escolas de Primeiras Letras em outubro de 1827, foi determinado 
que o ensino passaria a se valer de um método mútuo para treinar professores 
que seriam didaticamente capacitados. Em 1834, a instrução primária passou 
a ser responsabilidade da província, momento marcado pelo surgimento das 
Escolas Normais. Na teoria, o objetivo dessas instituições era a preparação de 
professores para assumirem o ensino nas escolas primárias, porém, a preocu-
pação recaiu sobre a capacitação para o domínio dos conhecimentos a serem 
transmitidos nas Escolas de Primeiras Letras, trazendo, como consequência, 
a ausência do preparo pedagógico adequado desses profissionais (SAVIANI, 
2009, p. 145).
Entre o período de 1890 a 1932, após muitas contestações e reflexões, 
as Escolas Normais passam a ser expandidas e houve uma reformulação do 
currículo, conforme afirma Saviani (2009, p. 145):
A reforma foi marcada por dois vetores: enriquecimento dos conteúdos cur-
riculares anteriores e ênfase nos exercícios práticos de ensino, cuja marca 
característica foi a criação da escola-modelo anexa à Escola Normal – na ver-
dade a principal inovação da reforma. Assumindo os custos de sua instalação 
e centralizando o preparo dos novos professores nos exercícios práticos, os 
reformadores estavam assumindo o entendimento de que, sem assegurar de 
forma deliberada e sistemática por meio da organização curricular a preparação 
pedagógico-didática, não se estaria, em sentido próprio, formando professores.
Seguindo essa estrutura organizacional, a Escola Normal passou a se 
expandir pelas principais cidades do país. Dando continuidade à análise dos 
marcos de referências que apontam diferentes tendências para os cursos de 
formação de professores, veremos o período de 1932 a 1939 marcado pela 
organização dos Institutos de Educação. Nesse momento, há uma preocupação 
com o domínio dos conhecimentos que serão transmitidos. Esses espaços 
institucionais concebiam a educação como ensino e pesquisa.
3Formação de professores: um olhar histórico
Com a reforma instituída pelo decreto nº 3.810, de 19 de março de 1932, Anísio Teixeira 
se propôs a erradicar aquilo que ele considerava como o vício de constituição das Escolas 
Normais. Para esse fim, transformou a Escola Normal em Escola de Professores, cujo 
currículo incluía, já no primeiro ano, as seguintes disciplinas: 
1. biologia educacional; 
2. sociologia educacional; 
3. psicologia educacional; 
4. história da educação;
5. introdução ao ensino, contemplando três aspectos: 
a) princípios e técnicas; 
b) matérias de ensino abrangendo cálculo, leitura e linguagem, literatura infantil, 
estudos sociais e ciências naturais; 
c) prática de ensino realizada mediante observação, experimentação e participação.
Como suporte ao caráter prático do processo formativo, a escola de professores 
contava com uma estrutura de apoio que envolvia:
a) jardim de infância, escola primária e escola secundária, que funcionavam como
campo de experimentação, demonstração e prática de ensino; 
b) instituto de pesquisas educacionais; 
c) biblioteca central de educação; 
d) bibliotecas escolares; 
e) filmoteca; 
f) museus escolares; 
g) radiodifusão.
Fonte: Saviani (2009).
Os institutos de educação incorporaram as demandas pedagógicas que 
concebiam o conhecimento com um viés científico, consolidando um modelo 
educacional de formação docente capaz de superar algumas inconsistências 
e distorções anteriores das escolas normais. Assim, apresentavam “[...] um 
curso híbrido, que oferecia, ao lado de um exíguo currículo profissional, 
um ensino de humanidades e ciências quantitativamente mais significativo” 
(TANURI, 2000, p. 72).
Após a fase de consolidação dos Institutos de Educação, temos, em nosso 
país, a fase de organização e implementação dos cursos de pedagogia e li-
cenciatura, além da consolidação do padrão das escolas normais. Essa fase 
compreende o período de 1939 até 1971 e expande os institutos ao Ensino 
Superior.Contudo, o modelo de formação de professores de nível superior foi 
perdendo as referências presentes em sua concepção, deixando de ter como 
Formação de professores: um olhar histórico4
base as pesquisas que asseguravam o viés científico desses processos de 
formação (SAVIANI, 2009). Em 2 de janeiro de 1946, foi aprovado o decreto 
nº 8.530, que apresentou a Lei Orgânica do Ensino Normal. Nesse documento, 
estava contida a nova estrutura do curso normal, que passaria a ser dividido 
em ciclos. O primeiro deles se relacionava ao ciclo ginasial e compreendia 
o período de quatro anos. O segundo, o ciclo colegial, tinha duração de três 
anos (SAVIANI, 2009).
Entre os anos de 1971 e 1996, ocorreu a substituição da Escola Normal 
pela habilitação específica de Magistério. Historicamente, o país sofreu o 
Golpe Militar que determinou alterações no campo educacional. Segundo 
Saviani (2009, p. 147):
Nessa nova estrutura, desapareceram as Escolas Normais. Em seu lugar foi 
instituída a habilitação específica de 2º grau para o exercício do magistério 
de 1º grau (HEM). Pelo parecer n. 349/72 (Brasil-MEC-CFE, 1972), aprovado 
em 6 de abril de 1972, a habilitação específica do magistério foi organizada 
em duas modalidades básicas: uma com a duração de três anos (2.200 horas),
que habilitaria a lecionar até a 4ª série; e outra com a duração de quatro anos 
(2.900 horas), habilitando ao magistério até a 6ª série do 1º grau. O currículo
mínimo compreendia o núcleo comum, obrigatório em todo o território na-
cional para todo o ensino de 1º e 2º graus, destinado a garantir a formação 
geral; e uma parte diversificada, visando à formação especial. O antigo curso 
normal cedeu lugar a uma habilitação de 2º Grau. A formação de professores 
para o antigo ensino primário foi, pois, reduzida a uma habilitação dispersa 
em meio a tantas outras, configurando um quadro de precariedade bastante 
preocupante.
Ao passo que as mudanças mencionadas no trecho acima transcorriam, 
em 1980, houve um esforço que demandava a reformulação dos cursos de 
Pedagogia. Os cursos voltados para essa habilitação passaram a conceber a 
“[...] docência como a base da identidade profissional de todos os profissionais 
da educação” (SILVA, 2003, p. 68 e 79).
Por fim, o último momento que analisaremos se trata do advento dos 
Institutos Superiores de Educação e das Escolas Normais Superiores, período 
compreendido dos anos 1996 até 2006. Com o fim do Regime Militar, havia, 
por parte dos educadores, uma esperança que os problemas relacionados à 
formação de professores fossem superados. Contudo, ainda que em 20 de 
dezembro de 1996 fosse promulgada a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), 
esses problemas ainda persistiram, já que a LDB deu abertura para uma política 
educacional que permitisse que os institutos superiores oferecessem cursos 
5Formação de professores: um olhar histórico
que primassem por uma educação de curta duração, baixo custo e segunda 
categoria (SAVIANI, 2008).
Após percorrermos esses momentos significativos no processo de formação 
de professores desde o nosso período colonial, podemos verificar que as cons-
tantes transformações demonstram uma deficiência nas políticas educacionais 
formativas que não dão conta de preparar o docente para o enfrentamento dos 
problemas recorrentes das práticas educacionais no âmbito nacional.
As relações entre formação plena do docente 
e sua prática de ensino
Os processos de ensino e aprendizagem envolvem uma série de relações com-
plexas que acompanham os avanços histórico-sociais. Para que o espaço escolar 
oportunize experiências estimulantes, globais e contextualizadas, espera-se 
uma formação plena dos professores que mediarão a construção dos saberes. 
Apesar de ser evidente que para ter resultados pedagógicos satisfatórios 
seja necessário investir na formação de docentes, na prática ainda há muito 
a ser discutido, repensado e transformado para que o ensino tradicional que 
perdurou como modelo durante grande parte de nossa história educacional 
seja superado. Segundo Parente, Valle e Mattos (2015, p. 15):
As pesquisas e as reflexões, em escala crescente, têm se dedicado ao (novo) 
papel do professor nesses processos e, frequentemente, afirma-se que as formas 
atuais de qualificação dos docentes não têm sido adequadas ou suficientes 
para que eles possam enfrentar a complexidade dos problemas educacionais 
da contemporaneidade e que isto tem muito a ver com o descompasso entre a 
sua formação inicial e a realidade da educação e da escola. Nas duas últimas 
décadas, notadamente desde o final dos anos de 1990, diversas iniciativas, 
tanto públicas como privadas, tentam preencher as lacunas de formação inicial 
por meio da formação continuada, para que os professores possam enfrentar, 
primeiramente, o denominado “choque de realidade”.
Além desse esforço de preparar os docentes para a realidade que irão 
enfrentar, como apontado no trecho acima, também há a necessidade desses 
profissionais acompanharem os avanços nos campos educacionais e de ensino 
e aprendizagem.
A formação docente deve dar conta de fornecer aporte teórico e prático para 
que os profissionais desenvolvam habilidades e competências exigidas em um 
cenário educacional que acompanha os avanços tecnológicos e ressignifica os 
Formação de professores: um olhar histórico6
papéis dos atores envolvidos nesse processo. Se antes o professor era tido como 
o detentor do saber e os alunos como receptores, agora, esse professor passa a
mediar o encontro dos educandos com o conhecimento que é construído por
meio de ações contextualizadas com a realidade desses alunos.
Essas questões foram objeto de preocupação das esferas governamentais 
e houve um avanço no investimento e na compreensão de que não se trata de 
reciclar ou treinar professores em momentos estanques, mas, sim, algo que deve 
ocorrer de modo gradual e contínuo desde a sua graduação, tendo sequência 
ao longo de sua carreira profissional (PLACCO; SILVA, 2006).
Oferecer uma formação continuada aos docentes é fundamental para cor-
rigir algumas inadequações decorrentes da formação inicial e oportunizar 
uma base capaz de oferecer segurança frente às mudanças no âmbito social e 
educacional. Essas novas bases são recursos eficazes para que haja um equilí-
brio entre a teoria e a prática. Ocorreram, diante da constatação da relevância 
desses investimentos, pesquisas nas esferas acadêmicas que, segundo Parente, 
Valle e Mattos (2015, p. 26) tinham o objetivo de:
[...] fornecer subsídios teóricos e práticos que fundamentassem políticas 
nacionais de formação continuada válidos para todo o território nacional e 
adequados às diferenças regionais que caracterizam o Brasil. Experiências de 
formação continuada, promovidas pelas escolas de forma autônoma, espalham-
-se pelo território brasileiro e são estudadas pelos pesquisadores que retornam
às universidades munidos de dados e informações de grande relevância para 
que suas pesquisas não sejam feitas no vazio.
Os conhecimentos construídos, por meio dessas pesquisas e apresentações 
em congressos aliados às reflexões sobre as práticas cotidianas escolares, 
revelam uma preocupação com o professor que inicia sua carreira e sobre 
como as inovações nos campos educacionais se refletirão na formação do-
cente nos próximos anos (PARENTE; VALLE; MATTOS, 2015). Assim, é 
necessário um esforço, tanto das instituições que formam esses professores, 
quanto desses profissionais em se apropriar dessa produção que propõe novas 
perspectivas educacionais. 
Programas de governo de incentivo à formação 
continuada dos docentes
Com o objetivo de reparar algumas lacunas causadas por políticas educacionais 
que provocaram desigualdades históricas no país, o Ministério da Educação 
7Formação de professores: um olhar histórico
(MEC) propôs, ao longo dos anos, alguns documentos e algumas leis e dire-
trizes, tais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 
e o Plano Nacional de Educação (PNE).Assim, no Quadro 1, traremos para os 
nossos estudos o que esses documentos trouxeram de mudanças em relação 
à formação de professores.
 Fonte: Brasil (1996, 2014). 
LDBEN Lei 
nº 9394/96
“Art 62. A formação de docentes para atuar na educação 
básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de 
graduação plena, em universidades e institutos superiores de 
educação, admitida como formação mínima para o exercício 
do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras 
séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na 
modalidade Normal.”
“Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: I – 
cursos formadores de profissionais para a educação básica, 
inclusive o curso normal superior, destinado à formação de 
docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do 
ensino fundamental; II – programas de formação pedagógica 
para portadores de diplomas de educação superior que 
queiram se dedicar à educação básica; III – programas de 
educação continuada para os profissionais de educação dos 
diversos níveis.”
PNE Lei nº 
13005/14
“Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta 
por cento) dos professores da educação básica, até o último 
ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) 
profissionais da educação básica formação continuada em 
sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas 
e contextualizações dos sistemas de ensino.”
 Quadro 1. Mudanças na formação dos professores, proporcionadas pela Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional e pelo Plano Nacional de Educação. 
Além da criação desses documentos, ao analisarmos a história da educação 
em nosso país e as transformações sociais ao longo das últimas décadas, veri-
ficaremos que foram realizadas diversas pesquisas e também inúmeros estudos 
acadêmicos apontando para a necessidade de se investir em uma formação 
que seja capaz de oferecer meios para que o docente tenha condições de lidar 
com as demandas educacionais atuais.
Formação de professores: um olhar histórico8
A fim de que possamos conhecer algumas das principais iniciativas, o 
Quadro 2 apresenta os programas de incentivo à formação continuada elabo-
rados pelo MEC. Listaremos as principais características e os objetivos, bem 
como os resultados alcançados. 
Nome do 
programa de 
governo O que é o programa? Objetivos
Programa de 
Formação Inicial 
e Continuada, 
presencial e a 
distância, de 
professores 
para a Educação 
Básica (PARFOR) 
(início em 29 de 
janeiro de 2009)
O PARFOR é uma ação 
estratégica do MEC que é 
resultante de um conjunto 
de ações que se concretizam 
mediante o princípio 
de colaboração com as 
Secretarias de Educação 
dos Estados e municípios e 
as Instituições de Educação 
Superior sediadas nesses 
locais. Serve para elevar o 
padrão de qualidade da 
formação dos professores das 
escolas públicas da Educação 
Básica no território nacional. 
A CAPES (Coordenação 
de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior) 
oferece os cursos de 
formação inicial, presencial 
e emergencial. Os cursos na 
modalidade a distância são 
ofertados pela Universidade 
Aberta do Brasil (UAB)
Oferecer cursos de 
formação inicial 
emergencial na 
modalidade presencial 
aos professores das 
redes públicas de 
Educação Básica, tendo 
em vista as demandas 
indicadas nos planos 
estratégicos elaborados 
pelos Fóruns Estaduais 
Permanentes de Apoio 
à Formação Docente
 Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. 
(Continua)
9Formação de professores: um olhar histórico
 Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. 
Nome do 
programa de 
governo O que é o programa? Objetivos
UAB (início em 08 
de junho de 2006)
É um sistema integrado 
por universidades públicas 
que oferece cursos de nível 
superior para camadas 
da população que têm 
dificuldade de acesso à 
formação universitária, por 
meio do uso da metodologia 
da educação à distância. O 
público em geral é atendido, 
mas os professores que 
atuam na Educação Básica 
têm prioridade de formação, 
seguidos dos dirigentes, dos 
gestores e dos trabalhadores 
em Educação Básica de 
Estados, municípios e 
do Distrito Federal
Oferecer cursos de 
licenciatura e de 
formação inicial 
e continuada de 
professores da 
Educação Básica; ofertar 
cursos superiores 
para capacitação de 
dirigentes, gestores 
e trabalhadores em 
educação básica 
dos Estados, do 
Distrito Federal e dos 
municípios; dispor de 
cursos superiores nas 
diferentes áreas do 
conhecimento;  ampliar 
o acesso à educação 
superior pública; reduzir 
as desigualdades 
de oferta de ensino 
superior entre as 
diferentes regiões do 
país; estabelecer amplo 
sistema nacional de 
educação superior à 
distância; fomentar 
o desenvolvimento 
institucional para 
a modalidade de 
educação à distância, 
bem como a pesquisa 
em metodologias 
inovadoras de ensino 
superior apoiadas 
em tecnologias 
de informação e 
comunicação
(Continuação)
(Continua)
Formação de professores: um olhar histórico10
 Fonte: Brasil (2016). 
 Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. 
Nome do 
programa de 
governo O que é o programa? Objetivos
Programa de 
Formação 
Continuada de 
Professores na 
Educação Especial 
(início em 2007)
O Programa de Formação 
Continuada de Professores 
na Educação Especial oferta 
cursos de aperfeiçoamento ou 
especialização em educação 
especial, na modalidade à 
distância, no âmbito da UAB, 
por meio de instituições 
públicas de educação superior
Formar professores 
das redes públicas 
de ensino que atuam 
no atendimento 
educacional 
especializado, em 
salas de recursos 
multifuncionais, 
e professores do 
ensino regular para o 
desenvolvimento de 
práticas pedagógicas 
inclusivas
Programa 
Nacional de 
Formação 
Continuada 
em Tecnologia 
Educacional – 
ProInfo Integrado 
(início em 12 
de dezembro 
de 2007)
O ProInfo Integrado é um 
programa para integrar e 
articular a distribuição de 
equipamentos tecnológicos às 
escolas, como computadores, 
impressoras e outros 
equipamentos de informática, 
além de ofertar cursos 
de formação continuada 
e conteúdos e recursos 
multimídia e digitais por meio 
do Portal do Professor, da TV 
Escola, etc.
É ofertado a professores 
e gestores das escolas 
públicas contempladas com 
laboratórios de informática 
pelo ProInfo, a técnicos e 
demais agentes educacionais 
dos sistemas de ensino 
responsáveis pelas escolas 
e por núcleos de tecnologia 
educacional, 3 cursos de 
formação continuada e 1 
curso de especialização
Proporcionar a inclusão 
digital de professores, 
gestores de escolas 
públicas da educação 
básica e a comunidade 
escolar em geral, 
além de dinamizar 
a qualificação dos 
processos de ensino 
e aprendizagem, 
desenvolvendo 
competências, 
habilidades e 
conhecimentos
(Continuação)
(Continua)
11Formação de professores: um olhar histórico
 Fonte: Brasil (2016). 
 Quadro 2. Programas de incentivo à formação continuada elaborados pelo MEC. 
Nome do 
programa de 
governo O que é o programa? Objetivos
Portal do 
Professor
(início em 18 de 
junho de 2008)
O Portal do Professor é uma 
solução tecnológica que 
permite o armazenamento 
e a circulação de conteúdos 
educacionais multimídias, 
oferecendo aos educadores, 
em especial os professores 
atuantes na Educação Básica, 
acesso rápido e funcional 
a um acervo variado
O Portal do Professor 
apoia o processo 
de formação dos 
professores e permite 
o armazenamento e 
a circulação de um 
acervo de conteúdos 
educacionais multimídia 
em diferentes formatos, 
além de links e 
funcionalidades que 
subsidiem a pesquisa 
e a interação na 
Educação Infantil, nos 
ensinos Fundamental, 
Médio, Profissional e 
modalidades. O portal 
funciona também como 
elemento integrador 
do sistema público 
de educação básica 
e profissional, unindo 
o MEC, as secretarias 
estaduais e municipais 
de educação, as 
escolas, os gestores, os 
professores e os alunos
(Continuação)Formação de professores: um olhar histórico12
Conhecer esses principais programas de incentivo à formação continu-
ada nos permite observar que houve a preocupação de atender às diferentes 
demandas e às tentativas de se preencher lacunas na busca de superar alguns 
dos problemas educacionais recorrentes em nossa história educacional. Anali-
samos que, de uma maneira geral, esses programas oportunizam aos docentes 
formados em diferentes momentos a possibilidade de participar de bolsas de 
estudo, subsidiando os custos da continuidade de sua formação, tanto em 
território nacional, quanto em alguns outros países por meio de parcerias. Por 
meio da modalidade a distância, foi ofertado também, a estudantes de regiões 
com dificuldade de acesso ao ensino presencial, a possibilidade de iniciar e 
continuar sua formação. 
É importante ressaltar que as esferas governamentais devem estar sempre 
em consonância com a realidade das diferentes regiões e que, do mesmo 
modo que a formação dos docentes deve ser continuada, também devem 
ser contínuos os esforços de enfrentamento dos problemas reais, bem como 
haver debate, diálogo e empenho de todos os setores envolvidos para que as 
transformações ocorram de modo satisfatório. É consenso que investir em 
educação é o caminho para o progresso e o desenvolvimento de nosso país. 
13Formação de professores: um olhar histórico
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 28 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - 
PNE e dá outras providências. Brasília, DF, 2014. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em: 28 fev. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Programas do MEC voltados à formação de professores. 
2016. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=15944>. 
Acesso em: 03 mar. 2018.
Formação de professores: um olhar histórico14
CARDOSO, T. F. L. As aulas régias no Rio de Janeiro: do projeto à prática (1759-1834). 
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