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Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro

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1 Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Aplicação da lei no tempo e no espaço; interpretação da lei; integração da lei; analogia. Princípios gerais do direito e equidade. 
A estrutura da LINDB pode ser dividida em 07 tópicos para a sua melhor compreensão.
1- Vigência das normas: art. 1º e 2º.
2- Obrigatoriedade da norma: art. 3º.
3- Integração da norma: art. 4º.
4- Interpretação da norma: art. 5º.
5- Aplicação da lei no tempo: art. 6º.
6- Aplicação da lei no espaço: artigos 7º a 19. (Direito Internacional Privado)
A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB) não se aplica apenas ao Direito Civil, tendo natureza de norma de SOBREDIREITO. É um conjunto de “normas sobre normas”, lex legum.
FONTES DO DIREITO
Lei (fonte primária). Quando são cogentes, de ordem pública, têm caráter obrigatório; quando são dispositivas, deixam as condutas ao arbítrio das partes.
Costume. Regras sociais que se incorporaram a uma comunidade, por sua prática reiterada. Aquele que o alega deve provar sua existência.
Jurisprudência. Decisões judiciais reiteradas num determinado sentido.
Doutrina (não é fonte formal).
Princípios Gerais de Direito. 
VIGÊNCIA DA LEI
Se a lei não mencionar em seu texto a data de vigência, aplica-se o disposto no art. 1º §1º da LINDB, ou seja, 45 dias em território nacional ou, no estrangeiro, três meses depois de oficialmente publicada. Durante o prazo da vacatio, a lei não tem obrigatoriedade. Ocorrendo nova publicação de seu texto, ainda que para falhas de ortografia, o prazo para sua obrigatoriedade volta a fluir da nova publicação, salvo se a lei já estiver vigorando, pois se estiver vigorando, a correção somente se faz por lei nova.
Os prazos de vacância não serão contados em meses ou anos, sempre serão contados em números de dias desde sua publicação oficial. 
A lei tem EXISTÊNCIA com a promulgação, mas tem VIGÊNCIA depois de oficialmente publicada e decorrido o prazo da vacatio legis.
Os atos normativos administrativos (ex. decretos) entram em vigor na data de sua publicação no órgão de imprensa oficial, pois se tratam de “lei de pequena repercussão”.
O art. 1º da LINDB NÃO foi revogado pelo art. 8º da LC 95/98, apenas tornou-se residual em relação à norma especial.
EFICÁCIA 
A lei produz seus efeitos até que outra lei a revogue ou a modifique. (Princípio da continuidade das leis). Exceção: lei temporária, aquela que já traz em seu texto o prazo de sua vigência, que, quando findo, a revoga automaticamente.
Revogação: 
Ab-rogação (total)
Derrogação (parcial)
#OBS A lei deixa de ser obrigatória no dia em que a lei revogadora ou derrogadora se torna VIGENTE, e não na data da publicação.
Expressa: quando a lei expressamente o declare;
Tácita: quando há incompatibilidade entre as leis, ou quando a lei nova regular inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
REPRISTINAÇÃO: É a restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada, em razão da revogação da lei anterior. Só é admitida EXPRESSAMENTE. NÃO confundir com efeito repristinatório, que ocorre quando a lei revogadora é declarada inconstitucional pelo STF. Observe que o STF pode optar por não conceder efeitos repristinatórios à norma revogada.
Alguns entendem que existe lacuna na lei (formal), mas não no direito (material). A doutrina se vale do método de autointegração do ordenamento jurídico, a qual consiste na integração da norma feita por meio do próprio ordenamento, e com o mínimo recurso a fontes diversas da dominante.
Proibição do non liquet. O juiz não pode deixar de decidir alegando lacuna ou obscuridade da lei. (art. 140 CPC/15)
Não havendo uma norma prevista para o determinado caso concreto, utiliza-se a ANALOGIA, isto é, a aplicação de uma norma próxima ou de um conjunto de normas próximo. No direito penal e no direito tributário só poderá ocorrer in bonam partem. Requisitos para a sua utilização:
Falta de previsão legal;
Semelhança;
Identidade jurídica.
Espécies de analogia:
Analogia legal: aplicação de uma norma próxima;
Analogia jurídica: aplicação de um conjunto de normas próximas, socorrendo-se do ordenamento jurídico como um todo.
COSTUME: são os usos reiterados, usos cotidianos, aquilo que se incorporou ao dia a dia de uma comunidade, que tem convicção social de sua obrigatoriedade. Conforme art. 376 do NCPC, a parte que o alega deve prová-lo.
Costume praeter legem: aplicado subsidiariamente em razão da omissão da lei.
Costume secundum legem: terá aplicabilidade quando o próprio o próprio legislador determinar (fórmula “segundo o costume do lugar”, por exemplo).
Costume contra legem: nosso direito não o admite. O que seria o desuetudo? O não uso de uma lei por um longo tempo ou quando o costume suprime a lei.
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: são normas de valor genérico universalmente aceitas, como o princípio da boa-fé. Segundo a doutrina clássica, devem ser aplicados somente quando esgotadas as possibilidades de uso da analogia e dos costumes. Segundo a doutrina moderna, servem de base para toda a aplicação do ordenamento jurídico. São os axiomas: Não lesar ninguém (neminem laedere), dar a cada um o que é seu (suum cuique tribuere), e viver honestamente (honeste vivere).
EQUIDADE: busca do justo, que manda dar a cada um o que é seu, sendo possível a sua aplicação quando houver previsão legal para seu uso (art. 140 CPC/15)
#ATENÇÃO O Juiz só pode mandar fazer prova de Direito Municipal e Estadual de fora de sua jurisdição.
#MERCOSUL O Juiz não deve mandar fazer prova das leis nem exigir tradução juramentada de documentos (Las Leñas).
APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
Quanto à origem:
Autêntica: sentido é explicado por outra lei;
Doutrinária: sentido é explicado pelos doutrinadores;
Jurisprudencial: quando realizada pela jurisprudência.
Quanto ao método:
Gramatical: baseada na linguística;
Lógica: visa reconstituir o pensamento do legislador;
Histórica: busca-se o sentido no estudo do contexto de edição da norma;
Sistemática: harmonização com o sistema jurídico como um todo;
Teleológica ou social: examina os fins para os quais a norma foi editada.
Quanto ao alcance:
Declaratória: se limita a dizer qual o sentido da lei;
Restritiva: o legislador disse mais do que pretendia, obriga o intérprete a restringir o sentido;
Ampliativa: o legislador disse menos do que pretendia, cabe ao intérprete ampliar o sentido da lei.
O Juiz deve, ao aplicar a lei, buscar o INTERESSE SOCIAL.
CONFLITO DAS LEIS NO TEMPO
O direito intertemporal regula as relações jurídicas pretéritas frente à entrada em vigor de nova lei.
Irretroatividade é a regra. No direito penal e tributário, aceita-se a retroatividade benéfica.
A sobrevida da lei antiga é a situação em que a nova lei permite que a legislação anterior continue a ser aplicada em relação aos efeitos jurídicos futuros de fatos precedentes à sua vigência (ex. enfiteuse).
A nova lei terá efeito imediato e geral, respeitados o ATO JURÍDICO PERFEITO, o DIREITO ADQUIRIDO e a COISA JULGADA.
Ato Jurídico perfeito é o consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
Consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha tempo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Segundo o STF, não há direito adquirido em face do texto constitucional, em face do poder constituinte originário. (Reforma da Previdência, nem do derivado...)
Chama-se coisa julgada a decisão judicial de que não caiba recurso.
#RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA – ausência de DNA em ação de paternidade, por exemplo.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
O nome, a capacidade e o direito de família são disciplinados pela lei do país em que a pessoa for domiciliada.
Casamento: se o casamento for realizado no Brasil, é aplicada a lei brasileira no que tange aos impedimentos e formalidades de celebração.
O casamento de estrangeiros pode ser celebrado no Brasil, perante autoridades diplomáticasou consulares do país de ambos os nubentes. Caso estes tenham domicílios diversos, quanto à invalidade do casamento, aplicam-se as regras do primeiro domicílio conjugal, da mesma forma quanto ao regime de bens.
Casamento realizado no estrangeiro pode produzir os seus efeitos no Brasil, desde que observadas as regras vigentes no país da celebração.
Desde 2013, as autoridades consulares brasileiras podem celebrar separação e divórcio consensuais de brasileiros no exterior.
BENS
Aplica-se a lei do país em que estiverem situados. Exceção: bens móveis que o proprietário trouxer e os que se destinarem a transporte para outro lugar.
OBRIGAÇÕES
Aplica-se a lei do local em que forem CONSTITUÍDAS. Se celebrado contrato no estrangeiro, porém com efeitos no Brasil, deve ser observada forma essencial prevista na legislação nacional.
Local de celebração do contrato:
Direito internacional Privado: art. 9º§2º LINDB – no lugar em que residir o proponente.
Direito interno: Art. 435 do CC/2002 – no lugar em que for proposto.
SUCESSÃO
Aplica-se a norma do país do último domicílio do de cujus.
SOCIEDADES E FUNDAÇÕES
Aplica-se a norma do local de sua constituição.
COMPETÊNCIA
Imóvel: a autoridade brasileira terá competência exclusiva sobre imóveis situados no país.
EXEQUATUR
Homologação de decisão / laudo arbitral estrangeiro pelo STJ.
Carta Rogatória – cumpra-se.
Não será homologada sentença proferida no estrangeiro SEM prova do trânsito em julgado (súmula 420 do STF).
O Brasil não admite provas que a lei não reconheça, assim como não admite que leis, atos e sentenças de outro país, ou quaisquer declarações de vontade que ofendam a soberania nacional, sejam aplicadas (filtragem constitucional, por exemplo).

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