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Caderno de Direito Constitucional - Concursos Rafael

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Caderno de Direito Constitucional – Concursos Públicos 
1. Estado. Origem. Formação. Conceito e elementos. Forma de Estado. Formas de Governo. Sistemas de Governo.
Conceito de Estado -> Para a Teoria Geral do Estado, importa apenas a classificação de Estados como país, não se referindo aos Estados membros da Constituição Federal, sendo: Entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada, ou ainda, a organização político-jurídica de uma sociedade para a realização do bem comum, com governo próprio e território determinado.
Max Weber - “O estado é uma relação de homens dominando homens, relação mantida por meio da violência legitima (isto é, considerada como legítima). Ele é uma comunidade humana que pretende com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado território”.
Origem -> Pode-se dividir as causas determinantes para o aparecimento do Estado em quatro teorias:
- Origem Familiar ou patriarcal: Estado se originou após a ampliação da família primitiva existente. 
- Origem em atos de força: Estado nasce pela dominação de um grupo social com força superior sobre outro, mais fraco. 
- Origem em causas patrimoniais: Origem do estado tem relação com o acúmulo de riquezas individuais, pois, a classe que detinha mais poder econômico explorava a que não detinha.
- Origem no desenvolvimento interno da sociedade: O estado se originou pelo desenvolvimento espontâneo da sociedade. 
Formação -> Para entender o momento em que o Estado se formou, temos duas teorias:
Teoria da Formação Natural do Estado: O estado se formou naturalmente e não por ato voluntário. 
Teoria da Formação Contratual do Estado: O estado se originou de um acordo de vontades entre membros da sociedade. Parte do princípio que a sociedade é estabelecida em comum acordo para a busca do bem coletivo.
- Obs: Para eles a fase anterior à celebração do contrato social é chamada de pré- social, onde a sociedade não havia se formado e o homem vivia em estado natural, não havendo lei civil ou regras de convívio social. 
- Motivação para o pacto social entre os homens:
Thomas Hobbes: “O homem é o lobo do homem” - O ser humano era violento e cruel, e a convivência social era caótica e pautada na desconfiança e no medo, assim o Estado surge para conter tal natureza e tornar o convívio social suportável. Era a favor da Monarquia e achava que o Estado deveria manter as rédeas curtas, concentrando o poder estatal e valendo-se da força para conter os membros da sociedade. 
John Locke: O ser humano vivia em total igualdade com os demais durante o estado de natureza, sendo regidos por uma lei natural que garantia a posse sobre qualquer bem e sobre o mesmo, no entanto a disputa por tal posse gerava conflitos e a solução foi a instituição do estado civil com leis e normas sociais que regulavam a posse e coibiam conflitos. Estado deveria ter limites bem definidos e não poderia ter extrema força, devendo agir em conformidade com os limites dos direitos de propriedade. 
Jean-Jacques Rousseau: O estado civil foi criado de maneira ilegítima, de modo que a sociedade, baseada na propriedade privada, era um meio de corrupção do próprio ser humano. Apoiava a reformulação da sociedade, de modo que a vontade geral fosse atendida por um governo que prezasse pelo bem estar social. 
Elementos do Estado-> O estado é composto ou formado por três elementos:
- Território: Base geográfica controlada pelo Estado. É nesta base territorial que vigoram as leis deste determinado Estado, sendo onde o mesmo exerce seu poder e autoridade (jurisdição). Engloba tanto as dimensões geográficas terrestres, aéreas e marítimas.
- Povo: Conjunto de pessoas que tem como característica comum a nacionalidade (natos e naturalizados). 
Art. 1º da Constituição Federal: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...)
(...) Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
- Soberania: Poder ou capacidade que tem o Estado de criar e aplicar suas próprias leis dentro de seu território. É una ou única (não admite a presença de outro poder igual ou superior ao seu) sendo também indivisível (não existe divisão de poderes, apenas funções), inalienável (não pode ser retirada sob pena de inexistência do Estado) e imprescritível (não tem data de validade). 
Art. 1º da Constituição Federal: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
Forma de Estado -> É o modelo institucional de administração de uma sociedade. Pode ser:
- Monarquia: Governo é realizado por apenas uma pessoa (o Rei). O povo não tem poder de escolha sobre quem o representa, sendo que a troca de poder é hereditária (os filhos assumem quando o pai morre) ou por indicação (se o rei não tem filhos, indica outro parente). Aqui o poder é vitalício e o governante não pode ser responsabilizado. Pode estar vinculado a práticas governamentais diferentes (aristocracia, presidencialismo e parlamentarismo).
- República: Governo é realizado por Chefe de Estado eleito pelo povo, sendo assim, também é um governo temporário, onde o chefe de Estado pode ser responsabilizado. Também pode estar vinculado a práticas governamentais diferentes (aristocracia, presidencialismo e parlamentarismo).
Formas de Governo -> É o modo com que o poder político é geograficamente distribuído. Pode ser dividido em:
- Estados Unitários: Formados por um único Estado que possui o poder centralizado em suas mãos, sendo a cúpula e núcleo do poder político. 
- Estados Compostos: São divididos em – 
Confederação – É a união entre Estados Soberanos, de modo que estes não perdem sua autonomia de poder, existindo o direito de Secessão (separação). Sua base jurídica é um tratado.
Estados Federais ou Federação – É a união entre unidades de Estado, em que tais unidades conservam sua autonomia política, de modo que apenas a soberania é transferida ao Estado Federal. Em outras palavras, os Estados que se unirem à Federação perdem a condição de Estados Soberanos, mas mantém sua autonomia. Sua base jurídica é uma Constituição. Não existe o direito de Secessão. As atribuições da União e das unidades federadas são fixadas pela Constituição por meio de distribuição de competências, de modo que estes compartilham o poder político, resultando em uma descentralização do poder político. 
Art. 1º da Constituição Federal:  A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:(...)
Artigo 60,§ 4º da Constituição Federal: (...) § 4 Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
A forma de Governo Federativa no Brasil é clausula pétrea, de acordo com o Artigo 60,§ 4º da Constituição Federal. 
Sistemas de Governo -> É a forma com que o poder político de um país é dividido e exercido, podendo variar, de acordo com a distribuição de funções entre os poderes Executivo e Legislativo, em:
- Parlamentarismo: Há diferença entre o Chefe de Governo (este possui responsabilidade política) e o Chefe de Estado, de modo que este último é escolhido pelos parlamentares e não pelo povo diretamente. Há assim uma interdependência entre legislativo e executivo, com uma divisão orgânica dos poderes, havendo também possibilidade de dissolução do parlamento. 
- Presidencialismo: O chefe de Governo e o chefe de Estado se concentram na figura da mesma pessoa, sendo este o Presidente da República, ou seja, a chefia do Executivo é unipessoal, sendo o mesmo quem detém o poder de veto. É caracterizado pela divisão orgânica dos poderes, independência harmônica entre os poderes e eleições diretas pelopovo.
2. DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL. Constituição e processo. Direito constitucional processual. Sistema Jurídico. Supremacia Constitucional. Nulidade. Conceito de Constitucionalidade. Controle de Constitucionalidade. Conceito, Requisitos e Espécies de Controle de Constitucionalidade. Controle Difuso. Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade. Súmula Vinculante. Repercussão Geral. Controle Concentrado. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Ação declaratória de constitucionalidade. Ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão. Ação direta de inconstitucionalidade interventiva. Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Controle de Constitucionalidade no âmbito estadual. WRITS CONSTITUCIONAIS. Habeas corpus. Habeas data. Mandado de injunção. Mandado de segurança. Ações Constitucionais.
Controle de Constitucionalidade 
Da onde vem a ideia de controle de Constitucionalidade? 
Kelsen trouxe a ideia de que a Constituição é a Norma de maior hierarquia em todo território nacional. 
Toda a base da ordem jurídica brasileira (todas as leis existentes e aplicadas) é a Constituição Federal - fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico.
Não se fala de validade de qualquer lei se não for condizente com o texto constitucional. 
Controle de Constitucionalidade vem da ideia de que a Constituição é rígida (aceita modificação mas o processo de modificação é bem mais complexo do que o comparado ao processo de modificação das leis - processo mais rigoroso, feito através de emenda constitucional). 
Sendo uma lei incompatível com a constituição, diz-se que ela é inconstitucional de modo que reconhece-a como NULA (se a constituição é o fundamento de validade do ordenamento jurídico e a lei não guardou compatibilidade com a mesma, a lei jamais poderia ter produzido efeitos). 
Retroage-se desde a origem - efeito ex tunc: a partir da decisão, tudo que aquela lei criou será desfeito. 
Países que adotam constituições flexíveis (aquela CF que aceita modificação, e o processo de modificação é o mesmo de qualquer lei - CF não é maior que a lei) não tem controle de constitucionalidade. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
Nem tudo que contrária a Constituição é considerado inconstitucional - levar sempre em consideração para analisar a constitucionalidade a norma constitucional que valia quando o diploma legal foi criado - se a norma foi criada na vigência de outra constituição, e com aquela era compatível, não se diz que é inconstitucional, mas apenas que é incompatível com CF atual (Brasil não adota a teoria da inconstitucionalidade superveniente - ou a lei nasce constitucional ou inconstitucional), necessitando ser retirada do ordenamento jurídico por meio de revogação e não inconstitucionalidade. 
Inconstitucional é o diploma legal contemporâneo da atual constituição vigente e não guarda compatibilidade com a mesma.
Constitucional é o diploma legal contemporâneo da atual constituição vigente e que guarde compatibilidade com a mesma. 
Ex: Vigência da CF/88 - Lei X de 2022 foi criada, ferindo o texto constitucional ao criar um direito, obrigação ou vedação. Lei X é materialmente inconstitucional. 
Espécies de Inconstitucionalidade: 
Material - Assunto, conteúdo. A inconstitucionalidade é material quando a lei ao criar direito, obrigação, vedação ou determinação o fez de modo contrário ao que determina a CF. 
Formal - Forma, instrumento de realização da lei. A inconstitucionalidade é formal quando a forma como a lei foi feita ou seu instrumento de realização são contrários ao que determina a CF. É a falha no processo legislativo, na forma de criação da lei. 
Controle de Constitucionalidade? 
- É a verificação dentro do ordenamento jurídico, da compatibilidade ou não das leis vigentes no país com a CF. 
Há então mecanismos de controle desta constitucionalidade. Aquilo que é inconstitucional não pode produzir efeitos. 
Súmula Vinculante 10 - 
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Inconstitucionalidade - pode ser formal ou material:
Formal ou Nomodinamica: Inobservância do processo legislativo. Vicio formal. Pode ser dividida também em: 
Subjetiva - Vicio na iniciativa do processo legislativo. Ex: Deputado Federal propondo projeto de lei de iniciativa do Presidente da República. 
Objetiva - Vicio no quórum de aprovação de determinado processo legislativo. Ex: Aprovação de emenda à CF (2 casas em 2 turnos por 3/5) por quórum simples. 
Orgânica - Vicio na competência para legislar sobre um tema. Ex: Estado de São Paulo legislar sobre direito penal (competência privativa da união). 
Material ou Nomoestatica: Vicio no conteúdo da norma é que é contrário à CF. Ex: Lei dando autonomia a um território (que não possui autonomia por ser descentralização da união). 
A inconstitucionalidade pode ser parcial? 
- Sim. A inconstitucionalidade pode ser parcialmente declarada inconstitucional pelo judiciário até mesmo de uma palavra ou expressão. 
Já o veto do presidente da república, não pode ser parcial de apenas uma expressão ou palavra, de modo que seu veto parcial deve ser de um artigo ou até mesmo alguma linha. 
Pode existir a chamada inconstitucionalidade por arrastamento ou também chamada de consequencial? 
- Sim. A chamada inconstitucionalidade por arrastamento acontece quando determinada lei é declarada inconstitucional e por arrastamento todas as demais normas dependentes à esta lei também serão inconstitucionais. Principal é declarada inconstitucional, as secundárias também serão por arrastamento. 
As normas constitucionais originárias de 1988 se submetem ao controle de constitucionalidade? 
- Não. As normas constitucionais que nasceram junto com a Constituição de 1988 não se submetem ao controle de constitucionalidade por gozarem, segundo o STF, de presunção absoluta de constitucionalidade. 
- Obs: Não confundir com a emenda à CF (norma derivada) que esta sujeita ao controle de constitucionalidade. 
Controle Difuso de Constitucionalidade 
É o controle de constitucionalidade realizado por quaisquer Juízes e Tribunais (incluindo o STF). 
Quem pode propor? (Legitimado) 
- O controle difuso trata de inconstitucionalidade em situação em concreto. Assim, qualquer um (autor, réu, etc.) pode propor a ação de controle difuso de constitucionalidade de determinada norma ou artigo. 
Quais são seus efeitos? 
- Os efeitos do controle difuso são inter partes (apenas será considerado inconstitucional para as partes da demanda em concreto que originou o controle difuso). 
- Mas é possível também que no controle difuso, determinada normativa seja declarada inconstitucional para todos, de modo que haveria tal EXECAO para conceder ao controle difuso efeito erga omines, na hipótese do objeto de discussão do controle difuso chegar ao STF por meio de recursos e o mesmo declarar inconstitucionalidade. 
- ex tunc, de modo que a inconstitucionalidade será declarada desde o início da normativa (no entanto pode haver modulação dos efeitos (por 2/3 do STF) temporais por questões de segurança jurídica, é possível que ao invés de retroagir, aplica-se a inconstitucionalidade apenas “daqui pra frente - ex nunc quando causar riscos à segurança jurídica ou interesse social) 
Controle Concentrado de Constitucionalidade 
Quando existir violação direta à CF/88, somente o Supremo Tribunal Federal possui a competência para julgar a inconstitucionalidade. 
Quando existir violação direta à CF do Estado, somente o respectivo Tribunal de Justiça possui a competência para julgar a inconstitucionalidade. 
Quem pode propor?
- O controle concentrado trata de inconstitucionalidadeem situação abstrata. Assim, os legitimados (artigo 103 da CF) serão taxativamente:
- 3 Pessoas - Presidente da República (LU), Procurador Geral da República (LU) e Governador (LE); 
- 3 Mesas - Da câmara dos Deputados (LU) Do senado Federal (LU) e Das assembleias legislativas ou câmara distrital (LE). 
- 3 Entidades - Conselho Federal da OAB (LU), Partido Político com Representação no Congresso Nacional (Ao menos um membro no Senado, Congresso ou ambos) (LU) (ADV) e Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional (LE) (ADV) 
Legitimados Especiais (LE) devem demonstrar a chamada pertinência temática: O interesse em propor a ação. 
Legitimados Universais (LU) não precisam demonstrar a chamada pertinência temática pois teoricamente tudo interessa a eles. 
Para propor a ação, alguns destes legitimados necessitam de advogado (ADV). 
OBS: Governador pode impugnar normas editadas em outras entidades da federação (ex: uma lei de outro estado e não do que ele governa)? Sim, desde que ele demonstre que a normativa ofende de alguma forma os interesses do estado que ele exerce governança (pertinência temática). 
OBS: A entidade de classe (Associações Sindicais ou de Classes de trabalhadores) também podem propor ações no controle concentrado, desde que não sejam associações que se limitem à apenas alguns profissionais. Ex: Associação dos Professores DO ENSINO MÉDIO (limita-se apenas ao seguimento dos professores de ensino médio). 
Assim a associação integrada apenas por um seguimento de classe não tem legitimidade para propor ações do controle concentrado de constitucionalidade 
Quais são as ações do controle concentrado?
- ADI ou Ação Direta de Inconstitucionalidade - somente é cabível quando lei ou ato normativo federal ou estadual contrariar a CF/88 desde que a lei ou ato seja pós constitucional (depois de 1988). 
- ADC ou Ação Declaratória de Constitucionalidade - somente é cabível quando norma federal contrariar a CF/88 e desde que seja pós constitucional. 
- ADO ou Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - analisar a possível omissão na criação de norma para tornar efetiva uma regra constitucional.
- ADPF ou Arguição de Descumprimento de preceito fundamental - somente é cabível quando não couberem outras ações do controle concentrado de constitucionalidade, sendo de caráter subsidiário. 
Quais são seus efeitos? 
- Possui efeitos erga omines (vale para todos independente da propositura das ações de controle de constitucionalidade concentrado) e vinculante (as decisões do controle concentrado vinculam à observância da administração direta, indireta e os demais órgãos do poder judiciário) e ex tunc, de modo que a inconstitucionalidade será declarada desde o início da normativa ( no entanto pode haver modulação (por 2/3 do STF) dos efeitos temporais por questões de segurança jurídica, é possível que ao invés de retroagir, aplica-se a inconstitucionalidade apenas “daqui pra frente”- ex nunc quando causar riscos à segurança jurídica ou interesse social) 
OBS/ EXCEÇÃO - NÃO VINCULAM O PODER LEGISLATIVO EM SUA FUNÇÃO TÍPICA - PODE PROJETO DE LEI CONTRARIAR DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Garantias Constitucionais: São os instrumentos previstos na CF para se defender os direitos.
Direito - Disposições Declaratórias
Garantias - Disposições Asseguratórias
Pode-se dividir as Garantias Constitucionais em: 
Medidas administrativas: Instrumentos previstos na CF onde os cidadãos podem ingressar perante os órgãos administrativos, sem medida judicial. Instrumentos de defesa de direito perante a administração pública. 
- Art. 5°, inciso XXXIII (lei 12.527/11) - Assegura o direito a informação: A CF está assegurando a todos o acesso a informação junto a entidades ou órgãos públicos. Informações podem ser de caráter individual ou de caráter coletivo em geral. Garantia da cidadania. É o dever que os órgãos públicos tem de prestar informações. Ex: Sites de Transparência. É uma garantia de direitos individuais e coletivos. STF entende que a relação nominal (dar nome de forma pública) com a respectiva remuneração nos sites de transferência é Constitucional. 
- Art. 5°, inciso XXXIV, a - Direito de Petição - Direito que todos nós temos de peticionar junto a uma repartição pública, sem interferência judicial, em busca de alguma informação pessoal ou para informações coletivas ou ainda na defesa de seus direitos, sem pagar taxas. É uma garantia constitucional pois qualquer um pode peticionar 
- Art. 5°, inciso XXXIV, b (art. 5°, LXXVI - STF). - Direito de Certidão: Todos tem direito a obtenção de certidões (documento público que atesta ou certifica uma informação armazenada em uma repartição) em repartições públicas em relações de interesse pessoal, independentemente de do pagamento de taxas. É uma imunidade tributária.
Já as delegações do Estado ou cartórios, em regra podem cobrar por isso, exceto nos casos de primeira via de certidão de óbito e nascimento de acordo com o Art. 5°, LXXVI - pelo entendimento do STF, que estes são atos necessários para o exercício da cidadania, então devem ser gratuitos para todos (não só para pessoas sem condições, como consta na CF). 
Medidas Jurisdicionais: Ações previstas na CF, para fazer a defesa de direitos. Conhecidas no Brasil como Remédios Constitucionais (que são ações Constitucionais, não servem apenas para uma área do direito, decorrem da CF). Serve para curar uma lesão ou ameaça a lesão de direito. Instrumentos de defesa de direito perante o poder judiciário. Os Remédios Constitucionais são 5: 
• Habeas Corpus - Art. 5°, LXVIII ("writ")
-Natureza jurídica: é uma ação constituicional, decorre diretamente da CF, de caráter penal e de rito sumaríssimo (Instrumentos de defesa de direitos que tem que ser rápido, não há instrução probatória, violação do direito tem que ser nítida e apresentação de provas tem que se rápida.)
É dos remédios constitucionais, o mais antigo no Brasil. Não é uma ação personalíssima (uma pessoa pode impetrar um HC em favor de outra)
 - Objeto Tutelado, art. 5°, XV: O direito a liberdade de ir e vir por um abuso de poder ou por uma ilegalidade cometida por autoridade, é o que é protegido pelo Habeas Corpus
 - Legitimidade Ativa(Quem pode ingressar com a ação, impetrar com o remédio constitucional): Qualquer pessoa física nacional, ou estrangeira, como não é ação personalíssima. Análise do STF é que Pessoa Jurídica pode impetrar HC apenas em favor de Pessoa Física no Brasil, mas não em favor dela mesma por não ter o direito de liberdade de ir e vir. 
 - Legitimidade Passiva(Quem responde pelo remédio constitucional): Autoridade Coatora, aquela que tornou a prisão ilegal, podendo ser Juíz, Tribunal, Delegado, Membro do MP. 
Habeas Corpus pode ser de caráter: 
  Preventivo ( salvo - conduto): HC preventivo é quando há uma ameaça ao direito de liberdade de ir e vir. Pessoa não foi presa ainda, mas pode ser impetrado o HC antes da prisão.
  Repressivo ( libertário): É quando já ouve a prisão, e ela é ilegal, e dessa forma quando acolhido o HC, expede-se o alvará de soltura.
Obs: Art. 5°, LXXVII -> Isenta de custas o Habeas Corpus por ser um remédio muito importante. 
Art. 133 da CF -> O advogado é indispensável a administração da Justiça. A parte deve ser representada por um advogado. No Habeas Corpus não é necessário um advogado, sendo uma exceção ao Artigo 133 da CF. Sendo o único remédio constitucional que não é necessário advogado. 
Súmulas do STF: 693 e 695 -> Não cabe HC para discutir pena de multa em matéria criminal e não cabe HC quando já foi extinta a pena prevativa de liberdade no processo, e apenas se discute outra forma de penalidade respectivamente. Objeto Tutelado é o direito de LIBERDADE DE IR E VIR.
Art. 142, parágrafo 2° -> Prisão no Brasil ou é flagrante ou vem por ordem fundamentada de autoridade judicial. A única prisão administrativa no Brasil é a prisão por transgressão militar, o artigo 142 diz que não caberá HC em relação a punições disciplinares militares. 
Mas o entendimento do STF é que no caso de transgressãomilitar cabe HC para discutir a questão de legalidade, e não cabe para discutir questão de mérito. Militar que sofreu a pena de prisão administrativa só pode impetrar HC se houver ilegalidade no processo administrativo contra ele.  Se o processo for legal, não cabe HC pois já entra na questão do mérito. 
HC não é recurso, mas sim ação. 
• Habeas Data (Art. 5°, LXXII, Lei 9507/97) -> Tem o objeto bastante específico, mas sendo outro objeto. CF: Habeas Data cabe para assegurar o acesso a informação ou a retificação de dados do impetrante em repartições públicas ou de caráter público. É um remédio constitucional autônomo. Toda vez que alguém não conseguir retificar ou ter acesso a dados de repartições públicas e não conseguir por meio de medidas administrativas. 
- Natureza Jurídica: É uma ação constituicional de natureza cívil e também de rito sumaríssimo (de ação rápida para curar a lesão ou ameaça a lesão de direito).
- Objeto Tutelado: O Habeas Data protege o acesso a informação, a retificação de dados e a lei que regulamenta o HD trouxe o terceiro objeto Tutelado, que seria a anotação de dados (acréscimos aos dados para torná-la mais claros a quem acessa-los). Pode ser requerido contra qualquer órgão público ou entidade privada de caráter público. 
- Legitimidade Ativa: O Habeas Data é uma ação personalíssima (apenas a pessoa que quer acesso aos dados ou quer retificar seus dados pessoais, pode impetrar com o Habeas Data). Não existe a figura de um terceiro impetrando com o habeas data, apenas excepcionalmente em alguns casos abertos por um precedente de solicitação por terceiros em caso de falecimento. Tem que ser a própria pessoa interessada no objeto Tutelado. Pode ser uma pessoa física ou jurídica nacional ou estrangeira. 
- Legitimidade Passiva: É a repartição pública ou de caráter público que tem o dado, podendo ser órgão do estado, federal, um banco, uma prefeitura, desde que tenham um dos objetos tutelados relacionados. 
Art. 8° da lei 9507/97 Condição da Ação: Exige que junto com a Petição Inicial do Habeas Data a ser protocolada em juízo, ele tem que comprovar que o protocolo do pedido administrativo foi feito e que não foi respondido ou foi negado. Precisa primeiramente requerer administrativamente para depois ingressar em juízo. Tem a exigência para pleitear a ação, o exaurimento das vias administrativas. 
Problemática: Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição - A lei não excluirá a apreciação da ameaça ou lesão a direito. Qualquer pessoa que tem um direito constitucional não precisa ir primeiro as vias administrativas para depois tomar medidas judiciais. Não precisa exaurir as vias administrativas. Mas por exigência da lei que regulamentou o HD, é condição da ação do Habeas Data, a comprovação do pedido por vias administrativas, senão a ação sequer é recebida. STF considera que seja Constituicional a exigência do artigo 8° da lei do habeas data. 
Assim como o HC, é uma ação judicial imune a taxas judiciárias, sendo necessário no entanto a presença de advogado para impetrar com a ação.
Pouco utilizado por ter que requerer administrativamente primeiro, então as coisas podem se resolver por essas vias,  e há muitos casos onde não cabe Habeas Data ou então se utiliza o Mandado de Segurança. 
Obs: Art. 5°, XXXV (STF e STJ) e Art 5°, LXXVII.
• Mandado de Segurança (Previsto no Art. 5°, LXIX e LXX) 
Lei 12016/09 é quem regula o processo do mandado de segurança no Brasil. 
Pode ser de caráter individual ou coletivo. São muito parecidos, tendo como diferencial a legitimidade ativa, e implicando no objeto Tutelado, pois, no Individual o impetrante vai em busca de seu direito líquido e certo pessoal, já no coletivo busca-se o direito líquido e certo de um conjunto de pessoas ou de um grupo. 
- Natureza Jurídica: Uma ação constituicional de natureza cívil. Embora possa ser utilizado em processos criminais para discutir direito líquido e certo. Também é de rito sumaríssimo. 
- Objeto Tutelado: Direito Líquido e Certo não amparado por Habeas Corpus e nem por Habeas Data. Direito Líquido e Certo é o direito ou lesão de direito que é comprovado de plano apenas pela juntada de documentos ou lei que fundamenta o direito, que não depende de novas provas, se alguém precisar constituir o direito para exigir seu cumprimento, não é direito líquido e certo. Por outro lado, as vezes a pessoa acha que tem direito líquido e certo, o direito é todo implicado com a questão da interpretação ou apreciação. 
- Legitimidade Ativa: Mandado de Segurança Individual pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica nacional ou estrangeira na defesa do próprio direito líquido e certo.
Mandado de Segurança Coletivo: 
Inciso LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional; -> ( com ao menos 1 senador eleito) que vai impetrar o MS em favor de uma coletividade de pessoas.
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
- Legitimidade Passiva: Contra a autoridade coatora, a pessoa ou autoridade responsável pela lesão ou ameaça de lesão de direito.
Mandado de Segurança cabe para proteger direito líquido e certo que foi atingido por autoridade pública ou por quem exerce atividade pública delegados pelo Estado. Dessa forma cabe contra hospitais particulares ou escolas particulares. Não cabe contra empresas do ramo privado que não exerçam atividades delegadas pelo Estado. 
Direito líquido e certo é muito amplo, cabe em áreas da saúde, educação, concursos públicos, etc. 
Obs: MS pode ser Preventivo: Ameaça ao direito líquido e certo. 
Repressivo: Já houve a lesão ao direito líquido e certo e tenta-se afastar essa lesão.
Prazo Decadencial: Impetrante tem 120 dias corridos para ingressar com mandado de segurança contatos da data em que tomou conhecimento da lesão de direito. 
• Ação Popular (Art. 5°, LXXIII, Lei 4717/65)
É estudada no Direito Constitucional como um direito político, pois, é uma forma de participar da vida do estado e exercer a cidadania. Visa a proteção do patrimônio público em sentido amplo. Necessitam de advogado. Tem que ter o poder público envolvido praticando atos lesivos. 
- Natureza Jurídica: Tem natureza coletiva e não Individual por se tratar de um direito de defesa do patrimônio público. 
- Objeto Tutelado: A Anulação de atos lesivos ao patrimônio público. Atos praticados pela administração pública que tragam prejuízo ao patrimônio (financeiro, ambiental, histórico) público
- Legitimidade Ativa: O cidadão, brasileiro alistado eleitoralmente. Não é permitido o estrangeiro no polo ativo. Pessoa Jurídica, associação e partidos políticos também não podem ingressar no polo ativo. A cidadania é adquirida pelo alistamento eleitoral da pessoa física, desta forma estaremos aptos aos direitos políticos. 
- Legitimidade Passiva: Artigo 6° da lei 4717/65 define o rol de forma abrangente dos legitimados passivos, estando nesse rol a autoridade pública e todas as pessoas Co- responsáveis pela lesão ao patrimônio público. 
- Natureza Jurídica da decisão: a sentença que julga procedente um pedido de ação popular pod ser: 
Declaratória Desconstitutiva - O judiciário vai declarar a nulidade daquele ato, então vai desconstituir o ato praticado pelo poder público. 
Declaratória Condenatória - O judiciário pode decidir por uma sentença condenatória para restituição do patrimônio público. 
• Mandado de Injunção (art.5°, LXXI - Lei 13.300/16) 
O mandado de injunção é um instituto já previsto em outros estados estrangeiros, não sendo brasileiro de origem. Protege os direitos fundamentais ligados a nacionalidade, cidadania e soberania que não podem ser exercidos por seu titular por falta de norma regulamentadora deste direito fundamental. 
A CF regulamenta e prevê vários direitos que necessitam de norma regulamentadora para seu exercício.  Se o titular desse direito não regulado por lei se sentir lesado ele pode impetraro mandado de injunção. Tem como finalidade combater a crise de inefetividade ou omissão do Estado. 
Ex: CF previu o direito de greve para o servidor público. Só que previu que a greve deve ocorrer nos termos da lei. O CN não regulamentou esse artigo da constituição até hoje, desta forma, houve alguns mandados de injunção interpostos na tentativa de combater essa omissão do Estado. STF entende que enquanto não se regulamentar a lei de greve do servidor público, se aplica a lei de greve do servidor privado. 
- Natureza Jurídica: 
-Objeto Tutelado: Combater a omissão do Estado que causa lesão ao exercício de um direito fundamental ligado a nacionalidade, cidadania e soberania. 
- Legitimidade Ativa: Pode ser Pessoa Física ou Pessoa Jurídica nacional ou estrangeira. Qualquer pessoa que esteja na situação de impossibilidade de exercício de direito por falta de norma regulamentadora por omissão estatal. Embora a CF não tenha previsto expressamente o mandado de injunção nas formas Individual ou coletivo, já havia o entendimento pacifico pela doutrina e jurisprudência que poderia ser aplicado por analogia a lei do mandado de segurança coletivo ao mandado de injunção coletivo. Logo depois, a lei 13.300/16 veio regular essa situação e deixar expresso as modalidades da legitimidade ativa do mandado de injunção. 
- Legitimidade Passiva: Órgão público ou Autoridade pública responsável pela edição da norma regulamentadora. No Brasil normalmente fala-se em Congresso Nacional como esse sujeito passivo, pois, é o responsável por cuidar da CF por via de regra. Pode ser a assembléia nacional em caso mais específico. 
Discussão: 
Se o poder judiciário julgar procedente o pedido do mandado de injunção ele está reconhecendo a omissão por parte do legislativo na regulamentação da norma, por conta da separação dos poderes. E por conta dessa discussão se formaram 3 Posições sobre o efeito: 
Concretista Direta -  O judiciário pode dizer como o direito vai ser exercido.Não tem que notificar o órgão legislativo, ele foi omisso então já tem que dar a sentença concedendo o mandado de injunção e regulando como o direito vai ser exercido pela pessoa. 
- Geral (Efeito Erga Omines) Decisão se estende e gera efeito para todos, para toda sociedade, para todas pessoas que sentirem que seus direitos fundamentais estão sendo lesados pela omissão de norma reguladora por parte do legislativo. 
- Individual/ Coletiva É direito apenas para quem impetra, gera efeito apenas para a pessoa física ou jurídica (Individual) que impetrou o mandado de injunção ou associações e partidos políticos com representantes no congresso nacional (coletivo)
Concretista Intermediária - O judiciário pode dizer como o direito vai ser exercido. Primeiro notifica o legislativo e estabelece um prazo para regulamentação da norma reguladora, se o legislativo permanecer omisso, o judiciário poderá estabelecer como vai se dar o cumprimento deste direito fundamental. 
- Geral (Efeito Erga Omines) Decisão se estende e gera efeito para todos, para toda sociedade, para todas pessoas que sentirem que seus direitos fundamentais estão sendo lesados pela omissão de norma reguladora por parte do legislativo. Exceção: 
- Individual/ Coletiva (Regra adotada pela Constituição Federal). Direito apenas para quem impetra, gera efeito apenas para a pessoa física ou jurídica (Individual) que impetrou o mandado de injunção ou associações e partidos políticos com representantes no congresso nacional (coletivo)
Não concretista  - Mesmo se o Mandado de Injunção for procedente e ficar comprovado a mora legislativa, não pode estabelecer o direito,  a pessoa que estiver sofrendo a lesão entra com pedido de indenização pela lesão ao direito e o judiciário apenas reconhecerá a mora. 
3. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS.
Aplicabilidade das Normas Constitucionais ( Teoria de José Afonso da Silva)
Todas normas constitucionais são dotadas desse status de serem normas constitucionais. Mas quanto a eficácia (capacidade de produzir efeitos) as normas constitucionais podem ser separadas em: 
- Plena: Desde o momento em que a constituição entrou em vigor elas estavam prontas para produzir efeitos esperados. Não dependiam de nada, nem de políticas públicas, nem de LC, etc. São auto-aplica                veis, estão prontas para surtir seus efeitos. Não precisam de nenhuma complementação ou vontade do governante para ter eficácia. 
- Contida: Ela prevê uma situação ou direito, mas o alcance desse direito pode ser restringido pela lei, contido pela lei, embora esteja previsto na constituição. 
Ex: Inciso 13° do Art. 5°. Constituição prevê, mas o direito pode ser contido pela lei. Pronta para produzir esses efeito que podem no entanto ser contidos por lei.
- Limitada: Constituição prevê um direito, mas depende de lei ou políticas públicas ( e não contido) criar ou instituir o direito. Ex: Art 134 da CF . Depende da vontade governamental e do estado. 
Nossa constituição também é chamada de dirigente, pois, traz programas de governo para dirigir o estado, com planos de governo. Sendo obrigação do estado seguir essas normas constitucionais.
Mesmo com a diferença quanto a aplicabilidade, todas as normas constitucionais são importantes e portam esse status de norma maior. 
4. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DO PODER. Federação. Características. Federação Brasileira. União. Competência da União. Regiões Administrativas e de Desenvolvimento. Estados-membros. Formação dos Estados-membros. Competência dos Estados-membros. Regiões Metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. Municípios. Formação dos Municípios. Competência dos Municípios. Distrito Federal. Competência do Distrito Federal. Territórios Federais. Natureza Jurídica dos Territórios. Repartição das Competências. Intervenção. Intervenção Federal. Intervenção Estadual.
Organização do Estado
A Constituição Federal organiza o Estado. E em um Estado democrático de direito (como é declarado pela CF que o Brasil é) deve-se haver um conjunto de direitos e garantias fundamentais. Vai-se organizar o Estado estabelecendo quais são as instituições, como se dá o poder político e quais são os limites deste poder político e ainda estabelecer o sistema de direitos e garantias fundamentais .
Organização Político - Administrativa do Estado Brasileiro
Trata-se da organização que a CF dá para o exercício dos poderes e competências políticas e administrativas do Estado.  Vai se entender como esses poderes políticos ligados a governo e administração pública está repartido no âmbito Nacional. 
Competências Políticas e Administrativas: Competências para gestão e administração pública, prestação de serviços públicos, competências governamentais dos governos, da capacidade de fazer leis, gerir a coisa pública, governar. 
Primeiramente, deve se entender que a forma de Estado do Brasil é a forma Federativa de Estado: Todos esses poderes (poderes ou competências políticos administrativos) são capacidades ou competências para fazer leis, governar, administrar são divididos entre diferentes centros com poderes políticos administrativos que são os entes federativos. Há divisão desses poderes pelo território nacional. 
- Forma Federativa do Estado (Art.60, parágrafo 4°, inciso I) é cláusula pétrea, não admitindo qualquer tentativa de modificação deste desenho Federativo do Estado.
Federação: Se contrapõe a outro modelo de Estado, que seria o Estado unitário. 
Seria inviável para o Brasil o modelo de Estado Unitário (todo poder político-administrativo é centralizado em um único ente) até mesmo pela extensão territorial no Brasil e sua diversidade cultural, ambiental e econômica.
Forma de Estado é diferente de Forma de Governo.
Forma de Estado: É como os poderes políticos administrativos se distribuem pelo território nacional. No Brasil é a federação.
Forma de Governo: Como se da a relação entre governante e governado. No Brasil é a República. 
Sistema de governo: Como os poderes estao distribuídos entre o poder legislativo e executivo. No Brasil é o Presidencialista.Regime Político: Trata da aliança entre governante e governado, mas também da participação das pessoas nas questões do governo. No Brasil é a Democracia.
- Entes federativos (art.1° e 18)
A CF/88 dá aos municípios o status constituicional de Entes Federativos, passando-se a haver 3 esferas de poder na federação. 
Quem compõe a federação e são os entes Federativos? 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
- A União Federal
- Os Estados membros 
- O Distrito Federal (tem como função sediar a capital do Brasil, não sendo Estado e nem Município, mas sendo uma entidade federativa que compõe a Federação, mas é anômola). 
- Os Municípios
Esses entes Federativos são pessoas jurídicas de direito público, e cada um tem sua autonomia administrativa. 
Porém não existe divisão hierárquica entre os entes federativos ou esferas de governo. Todos são entes Federativos, pessoas jurídicas de direito público que compõe a Federação, não havendo hierarquia pré-estabelecida. Pode acontecer uma hierarquia em casos concretos em matérias determinadas apenas, de acordo com a competência dos entes Federativos, tudo dependendo do sistema de repartição Constitucional de competências. 
Entes Federativos são os núcleos do poder político-administrativo. 
Normalmente, as federações pelo mundo são duais, ou seja, dois níveis de governo apenas. 
No Brasil temos uma Federação Tríplice onde temos 3 esferas de governo:
· Federal
· Estadual
· Municipal 
A esfera distrital forma uma 4° esfera de governo? Não, pois, em determinados momentos se equiparam aos municípios e em outros aos Estados, porque eles sempre tem as donas das competências. 
- Territórios (ART. 33, arts. 14 e 15 do ADCT)
Atualmente não temos mais os territórios no Brasil, pois, em 88 no ADCT o artigo 14 transformou dois territórios em Estados (RR AP) e instituiu o território de Fernando de Noronha mas o anexando a Pernambuco. Ainda são possíveis de serem criados no Brasil. Os territórios podem conter municípios. 
O território não pode se considerado um ente político por não ter autonomia político- administrativa. Juridicamente falando, o território é uma descentralização administrativa da União Federal. É o governo federal quem decide assuntos a respeito dos territórios. 
- Princípio da Indissolubilidade do Vínculo Federativo (Garante a ausência do direito de secessão; e a propositura de uma preservação da unidade nacional).
O vínculo Federativo, a aliança entre os entes Federativos é indissoluvel, não pode ser dissolvida, nenhum Estado ou DF, tampouco o município pode querer se tornar independente. Qualquer tentativa de secessão (divisão da federação Brasileira) é causa de intervenção. 
Princípio Expresso no artigo 1° da CF
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal (...)
- Autonomia Político- Administrativa
Somente é ente Federativo, quem possui autonomia político administrativa
Autonomia Político- Administrativa é diferente de Soberania (quem tem é o Estado Brasileiro e não os estados membros e nem municípios). 
Esta autonomia está presente quando existem 4 capacidades:
1- Autogoverno (capacidade de se autogovernar) Capacidade de ter governo próprio, os entes Federativos devem ter capacidade de se autogovernar. Todos os entes Federativos tem essa capacidade, que é realizada pelos governadores próprios. 
2- Autoadministração (capacidade de se autoadministrar) Essa capacidade está ligado a função Administrativa do Estado, é função típica do poder Executivo. 
3- Autolegislação (capacidade de se autolegislar) Todos os entes políticos podem elaborar leis no Brasil. Quem legisla sobre o que é o que vai ser definido pela repartição de competências, mas todos tem capacidade ou poder político de elaborar leis. 
4- Auto-organização (capacidade de se auto-organizar) É a entidade pública ter sua própria organização prevista em documento próprio. No caso Federal é a CF. Artigo 11 do ADCT estabeleceu que dentro de 1 ano da vigência da CF os Estados deveriam fazer suas próprias Constituições Estaduais respeitando as disposições da CF e dentro de 6 meses, após a Constituição Estadual, os municípios deveriam fazer suas leis orgânicas obedecendo e respeitando a Constituição Estadual e Federal 
- Princípio da Simetria 
As regras constitucionais estabelecidas para organização e funcionamento da união devem ser respeitadas pelos Estados membros e pelos municípios e pelo Distrito Federal. Aquilo que vale para a União, vale para os Estados e Municípios. Deve haver paridades de direitos e limites entre a União e os demais entes Federativos. 
- Não intervenção
Os entes Federativos são autônomos, desta forma, não pode haver intervenção em regra. A intervenção é sempre uma medida excepcional. 
- Repartição Constitucional de Competências
Qual ente Federativo pode fazer o que? Quem legisla sobre o que? A CF estabelece as regras sobre esta Repartição Constitucional de Competências. 
- STF (artigo 102)
O STF serve de guardião da Constituição Federal, é ele quem vai processar e julgar quando ocorrerem extrapolações, ou determinar os caminhos a serem seguidos. É onde vai se recorrer quando não forem respeitadas as repartições constitucuonais.
Art. 18 da CF - Formação dos Estados - art.18, parágrafo 3° e 48, VI
    § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
•Pode haver a fusão (incorporação) de dois Estados da federação, se unindo, formando um novo Estado.
•Estado, pode haver subdivisão de um único estado em dois novos Estados (Estado Antigo desaparece nesse caso). 
• Estado poderia desmembrar-se, ou seja, uma faixa territorial daquele Estado desmembra-se criando um novo Estado ou Território (Criação) ou se fundindo a um novo Estado (Anexação). 
Para começar qualquer um desses processos de modificação a essa formação atual dos Estados, a constituição exige:
1- Plebiscito (consulta popular prévia das pessoas diretamente afetadas) como primeiro requisito constitucional. Se autorizado, continua o processo, senão, acaba ali. 
2- Ouvir o Poder Legislativo daquele determinado Estado. Mas essa opinião não vincula o Congresso Nacional. Apenas deve ser ouvido o Poder Legislativo.
3- Congresso Nacional tem que aprovar uma lei complementar federal aprovando essa mudança na estrutura dos Estados. Se o plebiscito for positivo quando a mudança e o Congresso não quiser, a mudança não segue adiante. 
- Formação de Municípios - art.18, parágrafo 4° (EC 15/96)
    § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
Atualmente temos um número elevado de municípios no Brasil. Essa formação de municípios também poderia mudar, mas para essa alteração a CF foi mais exigente. 
Para ocorrer essas mudanças na formação de municípios a Constituição Federal exige: 
1- Período Eleitoral para convocação de plebiscitos deve estar previsto em lei complementar federal. 
2- Estudo de Viabilidade Municipal (Incorporado pela EC 15/96): É necessário ser viável a mudança na formação dos municípios e esta viabilidade deve ser comprovada. 
3- Plebiscito das pessoas Diretamente afetadas com a mudança. (Eleitores dos Municípios afetados). 
4 - Assembleia Legislativa do Estado deve aprovar uma lei estadual aprovando ou não determinada mudança na formação. 
Art.19 da CF - Vedações Constitucionais aos Entes Federativos:
(Aquilo que União, Estados, Municípios e DF estão Proibidos)I - Estado Laico - art.5°, VI - O estado deve ser completamente separado de religião e proibido de ter uma religião oficial ou financiar ou subvencionar religiões, devendo acolher e respeitar a todas as religiões.
II - Fé dos documentos públicos- Os entes federativos não podem recusar fé aos documentos públicos, não importando se é um documento municipal, estadual, etc. 
III - Princípio da Igualdade entre brasileiros- 12, parágrafo 2°. - A Nacionalidade no Brasil é única, e a regra geral é a igualdade entre os Brasileiros, não importando onde nasceu, e nenhum dos entes federativos podem criar distinções entre brasileiros. 
Princípio da Isonomia Federativa - A união não pode prestigiar um Estado em detrimento de outros, e o Estado não pode prestigiar um município em detrimento de outros. Exceção: Incentivo ao desenvolvimento regional-> Mas pode haver tratamento diferentes aos Estados em razão as diferenças regionais. Se um Estado é subdesenvolvido e tem problemas econômicos por sua própria questão regional, a união pode incentivar e auxiliar esses Estados, tendo uma atenção especial aos mesmos. 
Intervenção (arts. 34 a 36 da CF)
- Autonomia X Intervenção
Os entes federativos do Estado Brasileiro, tem autonomia, e quem tem autonomia normalmente não pode sofrer intervenção, pois, a intervenção vai afastar a autonomia do ente federativo intervido.  
- Medida excepcional
No Brasil a intervenção é uma medida excepcional, sendo a regra geral a autonomia dos entes federativos. Com a finalidade de preservar a própria federação, a CF previu excepcionalmente em casos extremos a possibilidade de decretação de intervenção.
- Hipóteses taxativas (art.34 e 35)
Só pode ocorrer a intervenção em casos e hipóteses taxativamente previstas no artigo 34 (intervenção Federal) e 35 (intervenção Estadual)
- Competência (regra e exceção)
A regra geral é: O ente mais amplo intervém no ente imediatamente menos amplo. União intervém nos Estados e no DF e territórios se houvessem. O Estado intervém nos Municípios. 
Exceção: Os territórios embora não tenham autonomia política e administrativa, podem ser divididos em municípios. No caso de casos extremos de intervenção nestes municípios que compõem o território, a União é que vai intervir. 
- Ato Político
A intervenção é sempre um ato político, é um decreto do chefe do executivo. O decreto somente pode ser expedido pelo chefe do executivo, sendo um ato normativo privativo aos chefes do executivo (Presidente da República, Governador Estadual e Prefeito Municipal).
Intervenção Federal - Decretada pelo Presidente da República
Intervenção Estadual - Decretada pelo Governador 
Intervenção Federal - Art 34 e 36
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
- Iniciativa (espontânea/provocada): O processo de intervenção deve ter uma iniciativa por parte de alguém. Essa iniciativa pode ser espontânea (ou de ofício, ou seja, quem tem competência para decretar, inicia o processo.) ou provocada (Vai ser provocada ou pelo poder Legislativo ou pelo Judiciário). 
- Participação do Poder Judiciário (art.34, VI e VII): Nos casos dos Incisos VI e VII do artigo 34, vai haver uma requisição do poder judiciário para o Presidente da República decretar o início da intervenção.
- Decretação (Presidente da República): Nas duas possíveis hipóteses, vai haver participação do presidente da república, decretando a pedido do poder judiciário na hipótese dos Incisos VI e VII, ou, decretando diretamente, sem pedido do poder Judiciário, na hipótese dos demais Incisos, devendo enviar para aprovação do Congresso Nacional. 
- Participação do Poder Legislativo (exceção-art 34, VI e VII): Nos demais casos, não há uma requisição do poder judiciário, o presidente decreta diretamente e a Constituição Federal exige que imediatamente no prazo de 24 horas, o presidente envie o decreto para o Congresso Nacional, havendo assim o controle político. 
O Congresso Nacional vai receber o decreto do Presidente da República para análise de aprovação ou não. No caso de não aprovação, cessam imediatamente os efeitos da intervenção. 
Intervenção Estadual  - Arts 35 e 36
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
- Iniciativa (espontânea/provocada): O processo de intervenção deve ter uma iniciativa por parte de alguém. Essa iniciativa pode ser espontânea (ou de ofício, ou seja, quem tem competência para decretar, inicia o processo.) ou provocada (Vai ser provocada ou pelo poder Legislativo ou pelo Judiciário). 
- Poder Judiciário (art.35, IV): No caso da hipótese do inciso IV, vai haver uma requisição do poder judiciário para o governador decretar o início da intervenção.
- Decretação (governador): Nas duas possíveis hipóteses, vai haver participação do Governador, decretando a pedido do poder judiciário na hipótese do Inciso IV, ou, decretando diretamente, sem pedido do poder Judiciário, na hipótese dos demais Incisos, devendo enviar para aprovação da Assembleia Legislativa do Estado. 
- Poder Legislativo (exceção-art 35, IV): Nos demais casos, não há uma requisição do poder judiciário, o Governador decreta diretamente e a Constituição Federal exige que imediatamente no prazo de 24 horas, o Governador envie o decreto para a Assembléia Legislativa do Estado, havendo assim o controle político. 
A Assembléia Legislativa do Estado vai receber o decreto do Governador para análise de aprovação ou não. No caso de não aprovação, cessam imediatamente os efeitos da intervenção. 
Limitações Circunstanciais (art.60, parágrafo 1°) quando estiver decretada Intervenção Federal: Não pode haver Emenda Constitucional. 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
Sistema de Repartições Constitucionais de Competências entre as Entidades Federativas
A federação é a forma de estado brasileira, sendo estabelecido por clausula pétrea pela CF esta forma de estado, e uma federação tríplice, ou seja, tendo três esferas de governo (Esfera Nacional, Regional e Local), assim, a federação brasileira tem uma grande característica de descentralização. 
Os entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) são todos os entes, juridicamente falando, e que estão em pé de igualdade. O status jurídico de cada um destes entes federativos é equiparado. Todos são pessoas jurídicas de direito público que compõe a federaçãobrasileira, não havendo hierarquia entre eles, tendo cada um destes entes federativos, sua autonomia político-administrativa (relacionado às capacidades). 
Em termos de dimensão, a União é mais ampla do que os Estados, que são mais amplos do que os Municípios, mas juridicamente falando, não há hierarquia entre esses entes federativos. Além disso, por conta dessa questão de dimensão, a CF faz uma repartição de competências, dando muitas competências a União, o que acaba contribuindo para esse “erro” de imaginar que a União é hierarquicamente superior aos outros Entes Federativos. 
Desta forma, apenas em determinadas situações, vai haver uma predominância hierárquica da União sobre os demais entes, em termos legislativos e administrativos, por conta da distribuição de competências específicas, não existindo uma hierarquia absoluta de um Ente Federativo sobre o outro, já que existe uma isonomia federativa e todos os Entes Federativos estão em situação de igualdade do ponto de vista jurídico. 
Tendo cada Ente Federativo, sua própria autonomia político-administrativa, quer dizer que cada um destes entes possui cada uma das 4 capacidades que determinam essa autonomia: 
AUTOGOVERNO
AUTO-ORGANIZAÇÂO
AUTOADMINTRAÇÂO 
AUTOLEGISLAR
Nestas duas ultimas capacidades, é que se coloca uma questão quanto as Competências, dos Entes Federativos. Essa capacidade de Autoadministração dá a cada um dos Entes Federativos, a capacidade de possuir administração própria, sendo assim, existindo uma Administração Federal, Administração Estadual, Administração Municipal e Administração Distrital. Essa administração pública remete a realização de serviços públicos para satisfazer a vontade dos administrados (população), e ainda se fala sobre a capacidade de legislar, sobre determinadas matérias, ou seja, criar leis sobre determinados assuntos. 
QUAIS SERVIÇOS PÚBLICOS E MATERIAS LEGISLATIVAS SÃO DA COMPETENCIA DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICPIOS E DF?
Neste ponto é onde a CF  nos traz um sistema de repartição constitucional de competências, para delimitar o que compete a quem, na analise do caso concreto. 
OBS: Inconstitucionalidade Orgânica – Quando um Ente Federativo legisla ou decide sobre uma matéria que não é de sua competência.
A CF para fazer esta repartição de competências em matéria administrativa e legislativa partiu de um princípio constitucional, que serve como base para esta repartição constitucional de competências: Princípio da Predominância ou Preponderância do Interesse. Esse princípio serve tanto para a repartição de competências em matérias administrativas quanto legislativas. 
Princípio da Predominância ou Preponderância do Interesse: Quando em determinado assunto ou matéria, o interesse que predomina é o interesse geral (interessa a TODOS OS BRASILEIROS, independente de Estado ou Município), a CF deu a competência constitucional a União. No entanto, quando o interesse é predominantemente regional, em certa região ou Estado, a CF deu a Competência Constitucional aos Estados, e quando este interesse for predominantemente local, a CF deu a competência aos Municípios. 
OBS: O DF como não é ESTADO e nem MUNICÌPIO, ele fica com as duas competências, ou seja, tudo o aquilo que for de interesse predominantemente regional e local, o DF tem a competência, somando sempre as competências dos ESTADOS + MUNICÌPIOS. 
Ainda com essa repartição constitucional de competências, não é dado conta de resolver todas as possibilidades de conflitos dos entes federativos, sendo impossível a CF esgotar todos os assuntos em matéria administrativa ou legislativa, sempre havendo alguma lacuna ou discussão relacionada a alguma matéria. 
OBS: Este sistema constitucional de competências são regras Constitucionais que dividem as competências entre as entidades federativas. 
Competências Administrativas  (ou Materiais) 
São as matérias ligadas a função administrativa do Estado, as prestações de serviços públicos que devem servir ao Estado. Tem como um dos aspectos mais importantes a prestação de serviços públicos, atendendo concretamente as necessidades dos administrados. Esta é uma atividade complexa, sendo que são muitos os e atividades serviços que o ESTADO tem que prestar. Como a CF dividiu estas tarefas entre união, estados, municípios e DF?
São estabelecidos ou adotadas 2 possibilidades: Competência Exclusiva (Privativa) e a Competência Comum. 
• Exclusiva (Privativa) : é a competência, onde somente um ente federativo tem competência para determinada matéria. Sendo estabelecida a competência Exclusiva de algum dos entes federativos, nenhum outro ente pode exercer esta mesma competência. Sendo um poder atribuído a um ente, mas também um dever, sendo de responsabilidade deste Ente Federativo executar determinada competência. 
União - art.21: Em relação as competências privativas da união, a CF adotou a regra dos poderes enumerados. Ou seja, a própria CF enumerou e elencou quais são as competências privativas da União em matéria administrativa, sendo elencados no Artigo 21. 
(...)Art. 21. Compete à União:
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional; (...)
Desta forma, toda função do Estado Brasileiro em relação a comunidade estrangeira compete a União por exemplo. Evidentemente que em todos os casos elencados pelo artigo, predomina o interesse nacional. 
OBS: Quando o Estado privatiza um serviço público, o serviço não deixa de ser público, sendo que em todo processo de privatização é entregado a iniciativa privada, para empresas que vencem licitações públicas, apenas a EXECUÇÂO de serviços, mas o dever de fiscalizar e controlar a forma deste serviço continua sendo do Estado. 
Estados - art.25, parágrafo 1° e 2°: A CF não enumerou os poderes ou competências administrativas do Estado. O que a CF faz a respeito destes entes na competência administrativa, é dizer que tudo o que sobra é competência dos Estados, ou seja, não sendo competência privativa da União ou do Município (por não ser de interesse local), é competência dos Estados. Esses são os chamados poderes ou competências residuais (remanescentes). 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Municípios - art.30, V: Também não foram enumeradas as competências ou poderes dos municípios. No entanto, fala que todos os serviços que são de interesse local, serão de competência dos municípios, enumerando expressamente apenas os serviços de transporte coletivo urbano. Enumerando assim, estas competências, indicativamente, ou seja, pelo interesse local, sendo estes, os poderes enumerados indicativamente. 
Art. 30. Compete aos Municípios:
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
OBS: As competências privativas do DF, são sempre as competências dos Estados e dos Municípios, ou seja, nas matérias em que predominam o interesse local, e também nas matérias residuais (que sobram), que não são nem da competência da União e nem dos Municípios. 
• Comum - art. 23: A CF também estabelece um rol de matérias que estão na competência comum, ou seja, são as competências que cabem a todos, não sendo exclusiva de nenhum ente federativo. São competências ou matérias da responsabilidade de todos. Também chamada de Paralela. Estas matérias se encontram elencadas no artigo 23 da CF. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar dasaúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
O artigo em destaque cuida justamente dos serviços públicos em matéria administrativa que o Estado tem que cuidar que estão relacionados com os direitos sociais contra prestacionais. 
Federalismo Cooperativo (art.23, parágrafo único - EC53/06): Ou seja, todas estas matérias, que são muito importantes para as pessoas, são da competência de todos os Entes Federativos e através de Leis Complementares, as políticas nestas áreas precisam ser pensadas e integradas. 
OBS: A EC transformou LEI COMPLEMENTAR, expresso no caput, em LEIS COMPLEMENTARES, visto que esta lei complementar mencionada não foi feita sob o argumento de ser impossível através de uma única lei complementar, estabelecer como vai ser feita essa cooperação entre os entes federativos para essas matérias sociais administrativas. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Competências Legislativas
Tratam-se do sistema de repartição constitucional das competências em matérias que serão objeto de lei. Desta forma, trata-se sobre o que a União, Estados, Municípios e DF podem legislar. 
OBS: Parte da Doutrina diz que quando falamos em competência legislativa, para a União devemos usar o termo PRIVATIVO e para os municípios o termo EXCLUSIVO. 
a)Competências privativas da união - Art.22
Sendo competência privativa da União, é claro que os Estados, Municípios e DF não tem competência para essas matérias estabelecidas pelo artigo 22 da CF, sendo que são muitos os incisos estabelecendo as matérias privativas da união. 
(...) Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;(...)
São matérias nas quais, somente a UNIÂO pode legislar, não podendo haver leis municipais, estaduais ou distritais acerca destes temas ou matérias elencadas (os). Lembrando, que a CF parte do princípio da predominância do interesse, e desta forma, a CF entende que nas matérias do artigo 22, há predominância do interesse geral, que deve ser uniformizado ou padronizado em todo território nacional, dando assim a competência a UNIAO. 
b) Possibilidade de delegação (Estados e DF), artigo 22, parágrafo único – requisitos
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Quando a CF estabelece a competência de cada um dos Entes Federativos, ela está dando uma responsabilidade para cada um destes Entes, e estas responsabilidades, a princípio, são indelegáveis, cada um deve exercer a sua responsabilidade. No entanto, no âmbito da COMPETENCIA PRIVATIVA DA UNIAO, a CF previu expressamente a possibilidade de a UNIAO delegar a sua competência privativa para os Estados e DF, apenas. Exigindo assim 3 requisitos para que a UNIAO possa fazer esta delegação, e estes requisitos estão previstos no paragrafo único do art. 22 e outro está implícito, sendo estes requisitos os seguintes: 
- Formal: Requisito de forma, onde a União, o governo federal quer delegar para os Estados ou DF a competência privativa para que cada um possa fazer suas leis, então estas autorizações para os Estados e DF legislarem, devem ser feitas através de uma forma: Lei Complementar (Lei diferente da Lei Ordinária, pois, para ser aprovada é mais difícil, necessitando de maioria absoluta).
- Material: Ou seja, Questões ou Pontos específicos. Se a UNIAO decidir delegar alguma destas matérias privativas aos Estados e DF, ela não pode delegar TODA matéria, apenas ALGUNS PONTOS ESPECIFICOS desta matéria. 
- Implícito: Artigo 19, inciso III (Princípio da ISONOMIA FEDERATIVA) – Se a UNIAO, resolver delegar sua competência privativa em matéria legislativa aos ESTADOS E DF, respeitados os requisitos anteriores, tem que fazer para TODOS OS ESTADOS DA FEDERAÇAO. Não podendo escolher apenas determinados Estados para delegar estas competências, devendo fazer a todos os Estados, não podendo excluir nenhum dos Estados sob pena de causar uma lesão ao princípio da isonomia federativa. 
c) Competência residual dos Estados - art.25, parágrafo 2° 
Existem matérias que são da competência privativa ou exclusiva do Estado, nas quais apenas ele poderá legislar. Para estas matérias, mais uma vez a CF adotou os poderes RESIDUAIS ou REMANESCENTES. Ou seja, não estando no âmbito da competência privativa da UNIAO ou exclusiva dos MUNICIPIOS, e ainda não sendo uma competência CONCORRENTE, quem vai legislar sobre esta matéria, são os Estados. 
d) Competência exclusiva dos municípios - artigo 30, parágrafo I
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
Existem também as matérias que são de competência EXCLUSIVA dos municípios, sendo estabelecido pela CF que compete aos municípios legislarem sobe assuntos de INTERESSE LOCAL. Se é de interesse local já não está no âmbito da competência PRIVATIVA da União (INTERESSE GERAL). 
EX: E pacífico que os municípios podem legislar quanto ao HORARIO DE FUNCIONAMENTO DE COMERCIO. (Bancos não – Sistema de Organização Compatível). 
e) Competência reservada do DF - Art.32, parágrafo 1° 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
A competência reservada ao DF é a soma das competências reservadas aos ESTADOS + MUNICIPIOS. 
f) Competência Concorrente: Não cumulativa ou Vertical - União (Art.24, parágrafo 1°: Normas Gerais): Seria como a competência comum, mas em matéria legislativa, é chamada de competência concorrente. Também chamada de Não cumulativa ou vertical, pois, as matérias da competência concorrente, são matérias em que a CF determina que a União estabelece NORMAS GERAIS sobre as matérias elencadas no artigo 24. 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
Estados/DF suplementar art.24, parágrafo 2°. 
• Complementar, art.24,parágrafo 2°. 
A competência concorrente no Brasil é desta forma NÃO CUMULATIVA OU VERTICAL, não havendo competência plena aos Estados para legislar as matérias elencadas na Competência CONCORRENTE. No final, dentro das matérias que estão na competência concorrente as NORMAS GERAIS devem ser da União, restando aos ESTADOS poder exercer a Competencia SUPLEMENTAR COMPLEMENTAR , ou seja, melhorar o texto para se adequar as peculiaridades locais, mas sem ferir as normas gerais da União, estabelecidas pela legislação federal. 
Desta forma, algumas matérias podem não ser de competência privativa da UNIAO, mas é ela quem estabelece as normas gerais que devem ser respeitadas pelos demais entes federativos, não podendo inovar em suas regras, apenas complementa, tendo autonomia legislativa nestas matérias mas não sendo plenas. EX: Direito Tributário. 
• Supletiva, art.24, parágrafo 3° e 4° 
No entanto, inexistindo lei federal sobre NORMAS GERAIS (feitas pela união) a respeito de alguma das matérias elencadas no artigo 24, o ESTADO TEM COMPETENCIA SUPLEMENTAR SUPLETIVA, podendo legislar plenamente a respeito desta determinada matéria. Porém, apesar de ser uma competência plena, é temporária, pois, no momento em que sobrevir a lei federal estabelecendo Normas Gerais, o que for contrário a estas Normas da lei federal, suspende-se a eficácia da lei estadual, prevalecendo a normativa da União. 
g) Competência Supletiva dos Municípios - art.30, II.
Art. 30. Compete aos Municípios:
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Os municípios podem SUPLEMENTAR, a lei federal e estadual no que couber. Na questão da competência CONCORRENTE, a CF somente cita os Estados e o DF. No entanto é possível os municípios os Municípios suplementar a legislação federal e estadual, mas respeitando as NORMAS GERAIS da União.
Município pode legislar plenamente caso não exista NORMA GERAL da União?
Há Controvérsias, sendo que a grande maioria da doutrina quando pensa na teoria entende que o município tem apenas a competência SUPLEMENTAR COMPLEMENTAR a Legislação Federal. Se a CF quisesse ter dado competência SUPLETIVA ao município teria o mencionado no artigo 24, mas não o colocou. (Doutrina Majoritária). 
	Competências Administrativas ou Materiais
	Privativa 
	Comum
	Adotam-se algumas técnicas para conferir os poderes aos entes federativos –
União Federal (Art.21 da CF) – Tem competência privativa em assuntos de interesse geral: PODERES ENUMERADOS. 
Estados (Art.25, parágrafo 1° e 2) -  Tem competência administrativa nos assuntos que não são privativos da união e nem dos municípios e ainda não se encontram na competência comum: COMPETENCIA RESIDUAL. 
Municípios (Art.30, inciso V) -  Os municípios tem competência Exclusiva (Privativa) em assuntos públicos de interesse local: PODERES ENUMERADOS INDICATIVAMENTE. 
DF (Art.32, paragrafo 1º) – Soma sempre as competências (Tanto Administrativas quanto Legislativas) Residuais dos Estados +  Privativas dos Municípios. 
	(Art.23 da CF) Todas as matérias administrativas previstas neste artigo são de competência comum a todos os Entes Federativos, tanto para União, Estados, Municípios ou DF. 
	Competência Legislativa
	Privativa 
(Art.22) União: Assuntos que somente a União pode legislar com PODERES ENUMERADOS. Ex: As leis que mais impactam a vida em sociedade.                                                                                                                            (Art. 25, paragrafo 1º) Estados: Tem também a competência privativa os Estados, sendo ela a competência que não é privativa da União e nem dos municípios, e nem concorrente, sendo uma competência RESIDUAL ou REMANESCENTE.                                                                                                                                              (Art.30, inciso Iº) Municípios: Os municípios tem competência exclusiva para assuntos de interesse local. 
	Concorrente
(Art. 24, paragrafo 1º) União: Assuntos em que a União, Estados e DF podem legislar, mas que a União deve legislar sobre Normas Gerais que devem ser seguidas, por ser essa competência vertical ou não cumulativa.     (Art. 24, paragrafo 2º, 3º e 4º) Estados e DF : Normalmente não podem fazer normas gerais, tendo competência concorrente SUPLEMENTAR COMPLEMENTAR (Havendo Normas Gerais da União) ou SUPLETIVA (Não havendo Normas Gerais da União). 
	Delegada (Art.22, paragrafo único) - A competência privativa da União, por vezes pode ser delegada aos Estados, obedecidos 3 requisitos: Formal (Por meio de Lei Complementar), Material (Pontos Específicos apenas) e Implícito (Respeitado o princípio da isonomia federativa).  
	Suplementar (art. 30, inciso II): Podem os municípios suplementar a lei federal, e a lei estadual no que couber. 
	Reservada (Art. 32, paragrafo 1º): A CF reservou as competências residuais, suplementares e delegadas estaduais e exclusivas e suplementares municipais ao DF. 
OBS: Inconstitucionalidades:
- Material: A matéria da lei é contraria as regras e princípios constitucionais. 
- Formal: Inconstitucionalidade na forma de se fazer. Dentro desta Inconstitucionalidade, existe uma inconstitucionalidade própria desta problemática sobre um ente federativo legislar sobre uma matéria que não é de sua competência, que é a INCOSTITUCIONALIDADE ORGANICA (ente federativo sem competência para legislar sobre determinada matéria, elabora legislação sobre a mesma). 
5. PODER LEGISLATIVO. Estrutura do Poder Legislativo. Estrutura do Poder Legislativo Federal, Estadual, Municipal, Distrital e dos Territórios. Atribuições do Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Competência privativa da Câmara dos Deputados. Senado Federal. Competência privativa do Senado Federal. Das reuniões das Casas Legislativas. Sessão Legislativa. Das comissões. Dos Parlamentares. Federal, estadual e municipal e distrital. Remuneração dos Parlamentares. Imunidades Parlamentares. Imunidade Material e Formal. Incompatibilidades e Impedimentos dos Parlamentares. Perda do Mandato do Deputado ou Senador. Cassação e Extinção do Mandato. Fidelidade e Infidelidade Partidária. Perda do Mandato por ato de infidelidade partidária.
Poder Legislativo 
Todo poder do Estado, tem função típica (função própria do Estado, missão Constitucional deste poder) e função atípica (Aquela função que por vezes cada um dos poderes exerce de forma atípica), em todos os âmbitos ou esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal). 
→Princípio da Simetria: Estabelece que aquilo que está previsto na CF, ao poder legislativo federal, deve, guardadas as devidas proporções e regras específicas, ser respeitado também pelos Estados, Municípios e DF, devendo haver uma simetria entre os órgãos do poder legislativo, nas esferas de governo. Devem os demais órgãos do poder legislativo no Brasil (além do legislativo federal) encontrar seus limites na CF e seguir as regras expressas e determinadas a ele. 
Função Atípica: Um poder exerce de forma atípica a função que deveria ser típica a outro dos poderes. Aqui o poder legislativo também exerce funções atípicas em âmbitos administrativos e até julga alguns casos pevistos na CF.   
Funções Típicas: Legislar e Fiscalizar. 
· Função legislativa ou legiferante (artigo 59 a 69 da CF): Cabe ao poder legislativo fazer as leis ou processo legislativo e todas as normas jurídicas existentes. 
· Função Fiscalizatoria (2 óticas): Fiscaliza toda a administração pública no Brasil, sendo a administração pública do Estado em si, e não apenas o Poder Executivo, já que todos os entes de poder realizam de alguma forma a administração pública. 
Essa fiscalização se dá no ponto de vista orçamentário ou financeiro - das receitas públicas e como o dinheiro público está sendo gerido. No entanto, os agentes políticos (legisladores) não teriam condições técnicas de fazer análises e auditorias de contas públicas para verificar a arrecadação de receitas e realização de despesas são bem feitas, entrando nesse aspecto o Tribunal de Contas e Câmaras Municipais,

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