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Opioides SUMÁRIO 1. Opioides .............................................................................................................4 2. Opioide x opiáceo ...............................................................................................5 3. Opioides endógenos ...........................................................................................6 Pró-opiomelanocortina (POMC) ................................................................................6 Proencefalina ..............................................................................................................7 Prodinorfina ................................................................................................................7 Endomorfinas ..............................................................................................................7 4. Receptores opioides ...........................................................................................7 5. Mecanismos neurais da dor ................................................................................9 Percepção da dor ......................................................................................................10 Inibição da percepção da dor ...................................................................................11 6. Fármacos opioides ...........................................................................................13 Mecanismos de ação ...............................................................................................13 7. Efeitos dos opioideis utilizados clinicamente ....................................................14 Sobre o SNC ..............................................................................................................15 Trato gastrointestinal ...............................................................................................16 Outros efeitos............................................................................................................16 8. Efeitos das ativações aguda e crônica dos receptores opioides .........................17 9. Uso clínico dos opióides ...................................................................................18 Analgesia ...................................................................................................................18 Anestesia ...................................................................................................................19 Antitussígenos ..........................................................................................................20 Antidiarreicos ............................................................................................................20 10. Tratamento da dependência de opioides .........................................................20 11. Intoxicação por opioides .................................................................................21 Abordagem ................................................................................................................22 Diagnóstico diferencial .............................................................................................22 Referências bibliográficas .............................................................................................27 Opioides 4 1. OPIOIDES A dor é um acompanhante incapacitante de muitas afecções agudas e crônicas em medicina, e o seu controle é uma das mais importantes prioridades terapêuti- cas. Os analgésicos “clássicos”, notavelmente opioides e anti-inflamatórios não es- teroidais (AINES), têm suas origens em produtos naturais que vem sendo utilizados há séculos. O ópio, substância original desse grupo farmacológico, é extraído da papoula, nome popular do Papaver somniferum, uma das muitas espécies da família das Papaveráceas, que se caracteriza por apresentar folhas solitárias e frutos cap- sulados. O termo opiáceo refere-se aos compostos relacionados estruturalmente com os produtos encontrados no ópio. Saiba mais! Ópio é uma palavra derivada de opos, vocábulo grego para “suco”, uma vez que os opiáceos naturais eram derivados da resina retirada da papoula do ópio (Papaver somniferum). Essa espécie provavelmen- te evoluiu de uma espécie silvestre nativa da Ásia Menor ou de uma espécie (Papaver setegirum) que crescia em torno do mediterrâneo. Figura 1: Corte em cabeça de papoula para obtenção do ópio Fonte: Couperfield/shutterstock.com Opioides 5 2. OPIOIDE X OPIÁCEO Conceito: Opioide: qualquer substância, endógena ou sintética, que produza efeitos semelhantes aos da morfina e que sejam bloqueadas por antagonistas, como a naloxona. Opiáceos: compostos como a morfina e a codeína que são encontrados na papoula. Analgésicos narcóticos: termo antigo para opioides; o termo narcótico refere- -se à capacidade de induzir o sono. A nomenclatura dos derivados do ópio tem sido alterada com o decorrer dos anos. O termo opiáceo foi designado, de início, genericamente e depois restrito aos derivados do ópio. O termo opioide foi designado para drogas com ação semelhan- te à da morfina, porém com estrutura química diferente. Contudo, o conceito de opioide evoluiu e passou a incluir todas as substâncias naturais, semissintéticas ou sintéticas que reagem com os receptores opioides, quer como agonista, quer como antagonista. Os opiáceos/opioides são classificados em: naturais, semissintéticos e sintéticos conforme quadro abaixo. Os opiáceos naturais são substâncias extraídas do ópio, diretamente; os semissintéticos, resultado de uma modificação parcial da subs- tância original, sendo a heroína (diacetilmorfina) o primeiro descrito. Os opioides sintéticos são produzidos em laboratórios, os antagonistas-agonistas são o mesmo que agonistas parciais, enquanto os antagonistas puros atuam promovendo o efeito contrário aos agonistas. Classificação dos opioides/opiáceos Naturais Ópio, morfina, codeína, tebaína Semissintéticos Heroína, oxicodona, hidroxicodona, oximorfona, hidroximorfona Sintéticos Metadona, meperidina, petidina, fentanil, levo-α-acetilmetadol (LAAM) Agonistas-antagonistas Buprenorfina, nalbufina, pentazocina Antagonistas puros Naltrexona, naloxona Fonte: Associação Médica Brasileira. Abuso e dependência de opioides e opiáceos. 2012 Opioides 6 3. OPIOIDES ENDÓGENOS Opioide endógeno é uma molécula biológica presente no cérebro que atua por meio de um receptor opioide. Existem descritas várias famílias diferentes de pep- tídeos opioides endógenos, sendo os principais: as encefalinas, as endorfinas e as dinorfinas. Cada família tem em comum se originar de uma proteína precursora, respectivamente: pré-POMC, pré-proencefalina e pré-prodinorfina. Pró-opiomelanocortina (POMC) O principal derivado da POMC é o agonista opioide potente β-endorfina. A se- quência POMC também é processada em vários peptídeos não opioides, inclusive ACTH, α-MSH e β-LPH. Embora a β-endorfina contenha a sequência de metencefa- lina em sua extremidade aminoterminal, ela não é convertida nesse peptídeo. Figura 2: Derivados da POMC Fonte: Autoria própria Opioides 7 Proencefalina Os peptídeos proencefalinas estão presentes em áreas do SNC que, aparente- mente, estão relacionadas com o processamento dos estímulos dolorosos (corno dorsal da medula espinhal, núcleo do trigêmeo), modulação do comportamento afetivo (amígdalas, hipocampo, locus ceruleus e córtex cerebral frontal), com a mo- dulação do controle motor (núcleo caudado e globo pálido), regulação do sistema nervoso autônomo (bulbo) e com as funções neuroendócrinas (eminência media- na). Os peptídeos derivados da proencefalina também podem ser encontrados nas células cromafínicas da medula suprarrenal e nos plexos nervosos e nas glândulas exócrinas do estômago e do intestino. Os produtos da proencefalina circulante pa- recem originar-se principalmente dessas áreas. Prodinorfina Contém três peptídeos: dinorfina A, rimorfina (dinorfinaB) e neoendorfina. Os peptídeos derivados da prodinorfina estão amplamente distribuídos nos neurônios e, em menores quantidades, nos astrócitos dispersos por todo o cérebro e medula espinhal e, em muitos casos, estão expressos simultaneamente a outros precurso- res dos peptídeos opioides. Endomorfinas Os peptídeos conhecidos como endomorfinas fazem parte de uma família nova de peptídeos, que inclui endomorfina 1 e endomorfina 2. As endomorfinas têm es- truturas atípicas e mostram seletividade pelos MOR. 4. RECEPTORES OPIOIDES As três classes de receptores de opiáceos receptores MOR (μ), DOR (δ) e KOR (κ) têm em comum homologias de sequência extensivas e fazem parte da família rodopsina de GPCR. Uma proteína semelhante ao receptor opioide, ORL (ou NOP) foi clonado com base em sua homologia estrutural com outros membros da família de receptores opioides. Ela fica acoplada às proteínas G, tem um ligante endógeno (nociceptina), mas não demonstra farmacologia opioide. O receptor sigma (σ) foi identificado inicialmente e parecia representar um sítio que explicaria os efeitos ex- citatórios paradoxais dos opiáceos. A ligação de um agonista ao receptor σ não é antagonizado pela naloxona, e esse receptor não é classificado como um receptor de opiáceos. Todos os receptores opioides estão amplamente distribuídos na peri- feria e no neuroeixo nos copos celulares dos neurônios e suas terminações. Opioides 8 MOR, DOR e KOR se ligam às proteínas Gi/Go sensíveis à toxina pertussis. Com a ativação do receptor, o acoplamento da Gi/Go desencadeia alguns eventos intrace- lulares mediados pelas subunidades α e βγ dessas proteínas G, como veremos mais à frente. Se liga! Inicialmente acreditava-se que os agonistas de ORL pro- duziam nocicepção ou hiperalgesia, porém, mais tarde, foi mostrado que eles revertem os efeitos analgésicos supraespinhais dos agonistas endógenos ou exógenos do receptor opioide MOR. Figura 3: Distribuição ampla dos receptores opioides no SNC Fonte: Autoria própria Opioides 9 Ligantes agonistas: Quase todos os agonistas clinicamente úteis têm como alvo o receptor μ. Os ligantes que se ligam especificamente, mas têm pouca atividade in- trínseca, são descritos como agonistas parciais. Um desses ligantes é buprenorfina. Agonistas opioides Ligantes opioides μ δ κ Morfina +++ + Metadona +++ Fentanila +++ Etorfina +++ +++ +++ Hidromorfona +++ + Lervofanol +++ Sufentanila +++ + + Fonte: Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 12.ed (2012) Ligantes antagonistas: Os antagonistas opioides utilizados normalmente, inclu- sive naloxona ou naltrexona, são pan-antagonistas com afinidade por todos os re- ceptores opioides conhecidos. Antagonistas opioides Ligantes opioides μ δ κ Antagonistas Naxolona --- - -- Naltrexona --- - --- Fonte: Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 12.ed (2012) 5. MECANISMOS NEURAIS DA DOR A dor é uma experiência subjetiva, difícil de definir exatamente, embora todos saibam o que significa. É, tipicamente, uma resposta direta a um evento indesejável associado à lesão tecidual (trauma, inflamação, câncer) ou uma dor neuropática (lesão cerebral ou nervosa, infecção ou doença desmielinizante). A nocicepção, ou seja, a percepção de estímulos nocivos, não é igual a dor, e inclui um forte compo- nente emocional, especialmente naquelas que sofrem de dor crônica. Opioides 10 A caracterização da dor como aguda ou crônica é de certa forma confundidor, sendo a classificação mecanística mais relevante quando se considera fármacos analgésicos: • Dor associada à patologia tecidual: traumas, inflamação, tumores; • Dor neuropática associada à patologia do SN: herpes, diabetes, AVE; • Dor musculoesquelética e dor de causa desconhecida: assumida padronizada- mente como sendo psicogênica, como fibromialgia. Percepção da dor A dor, sob condições normais, associa-se à atividade de impulsos em fibras aferentes primárias de pequeno diâmetro (C e Aδ) dos nervos periféricos. Esses nervos são ativados por estímulos de vários tipos, dentre eles mecânicos, térmicos e químicos. As fibras C, não mielinizadas, transmitem dor profunda, difusa e em queimação (terminações nociceptivas polimodais); já as fibras Aδ, mielinizadas, transmitem dor aguda e bem localizada. As fibras C e Aδ transmitem informação nociceptiva proveniente dos músculos e das vísceras, assim como a proveniente da pele. Os corpos celulares das fibras aferentes nociceptivas situam-se nos gânglios da raiz dorsal; as fibras entram na medula espinhal pelas raízes dorsais, terminando na substância cinzenta do corno posterior. A maioria das fibras aferentes nocicep- tivas termina na região superficial do corno posterior, com as fibras C e algumas Aδ inervando os corpos celulares nas lâminas I e II (substância gelatinosa -SG) e ou- tras Aδ, a lâmina V, mais profundamente. A SG é rica em opioides endógenos e em receptores opioides, e pode ser um local importante para a ação de fármacos seme- lhantes à morfina. Do corno posterior, os axônios ascendentes seguem pelos tratos espinotalâmi- cos contralaterais e fazem sinapse com neurônios presentes principalmente nas partes anterior e medial do tálamo, a partir das quais existem outras projeções para o córtex somatossensorial. Lesões em áreas periféricas do tálamo promovem a per- da a estímulos nociceptivos, levando à analgesia. As regiões envolvidas no proces- samento da dor incluem o córtex somatossensorial primário e secundário, tálamo e partes posteriores da ínsula, assim como áreas afetivas, áreas cognitivas, como porções anteriores da ínsula, córtex cingulado anterior e córtex pré-frontal. Opioides 11 Figura 4: Via ascendente da dor Fonte: Autoria própria Inibição da percepção da dor As vias descendentes controlam a transmissão de impulsos no corno posterior. Uma parte chave deste sistema descendente é a área cinzenta periaquedutal (CPA) do mesencéfalo. A CPA recebe impulsos de muitas outras regiões cerebrais, in- clusive do hipotálamo, amígdala e córtex, sendo a principal via pela qual impulsos corticais e outros atuam sobre o controle da “comporta” no corno posterior. A CPA projeta-se primeiramente para o bulbo rostroventral e daí, por meio do funículo pos- terolateral da medula, para o corno posterior. Dois transmissores importantes são a serotonina e a encefalina, que atuam diretamente ou por meio de interneurônios, inibindo a descarga de neurônios espinotalâmicos. A via inibitória descendente provavelmente é o local importante de ação para analgésicos opioides. CPA e SG são particularmente ricas em neurônios contendo encefalina, e os antagonistas, como a naloxona. Os interneurônios no corno dorsal liberam GABA que inibe a transmissão pelos terminais primários aferentes. Opioides 12 Uma outra via a partir do locus coeruleus, a via noradrenérgica, apresenta efeito inibitório semelhante sobre a transmissão no corno dorsal. Surpreendentemente, os opioides inibem esta via em vez de ativá-la. Figura 5: Via descendente da dor Fonte: Autoria própria Opioides 13 Figura 6: Circuitos cerebrais envolvidos na dor Fonte: Autoria própria 6. FÁRMACOS OPIOIDES Mecanismos de ação Os 4 tipos de receptores opioides pertencem à família de receptores acoplados à proteína Gi/Go, portanto, os opioides exercem efeitos poderosos sobre os canais iônicos presentes na membrana neuronal por intermédio do acoplamento direto da proteína G ao canal. Em nível bioquímico, a ativação de um dos 4 receptores inibe a adenilato ciclase (AC), levando à ativação da MAP quinase. Assim, promovem abertura dos canais de potássio (K+) e inibem a abertura de canais de cálcio (Ca2+) controlados por voltagem. Esses efeitos causam uma hiperpolarização da membra- na, fazendo com que seja menos provável que a célula dispare potenciais de ação, reduzindo liberação de transmissores. O efeito global, portanto, é inibitório no nível celular, mas aumentam a atividade em algumas vias neuronais(excitação de neurô- nios de projeção por supressão da atividade de interneurônios inibitórios). Opioides 14 Figura 7: Mecanismo sem opioide X com opioide Fonte: Autoria própria Em nível celular, todos os tipos de receptores opioides medeiam efeitos muito semelhantes. É a sua distribuição anatomicamente heterogênea pelo SNC que dá origem às diferentes respostas que ocorrem com os agonistas seletivos para cada tipo de receptor. 7. EFEITOS DOS OPIOIDEIS UTILIZADOS CLINICAMENTE A morfina é típica de muitos opioides analgésicos e será tomada como composto de referência. Os efeitos mais importantes da morfina ocorrem no SNC e no trato gastrintestinal, embora tenham sido descritos inúmeros efeitos de significância me- nor sobre muitos outros sistemas. Opioides 15 Sobre o SNC • Analgesia: mediada, principalmente, pelos receptores μ. A ativação dos re- ceptores δ resulta em analgesia, mas também pode ser pró-convulsivante. Os opioides são menos eficazes no tratamento da dor neuropática e em outros estados de dor crônica. • Euforia: mediada pelos receptores μ, enquanto a ativação dos receptores κ produz disforia e alucinações. Desse modo, diferentes opioides variam muito no grau de euforia que produzem. • Depressão respiratória: mediada por receptores μ, o efeito está associado à diminuição de sensibilidade do centro respiratório à PCO2 arterial e à inibição da geração de ritmo respiratório. A depressão respiratória pelos opioides não é acompanhada por depressão dos centros bulbares que controlam a função cardiovascular (diferentemente da ação dos anestésicos gerais e outros de- pressores do SNC). • Supressão da tosse: não se relaciona estreitamente com as ações analgésicas e depressoras dos opioides, e seu mecanismo no nível dos receptores não está claro. Em geral, aumentar a substituição no grupo hidroxila fenólico da morfina aumenta a atividade antitussígena em relação à atividade analgésica. A code- ína e a folcodina suprimem a tosse em doses subanalgésica, porém causam constipação como efeito adverso. • Náuseas e vômitos: O local de ação é a área postrema (zona quimiorreceptora do gatilho), região do bulbo em que muitos tipos de estímulos químicos podem iniciar vômitos. Podem ser efeitos transitórios que desaparecem com a repeti- ção da injeção ou persistir e limitar a adesão do paciente. • Constrição pupilar: causada por estimulação do núcleo do nervo oculomotor mediada pelos receptores μ e κ. Pupilas puntiformes são características im- portantes para diagnóstico na intoxicação por opioides, porque a maioria das outras causas de coma e depressão respiratória produz dilatação pupilar. Se liga! A analgesia e supressão da tosse, geralmente, são efei- tos-alvo dos opioides, sendo os outros descritos, efeitos adversos dessa medicação. Opioides 16 Trato gastrointestinal • Constipação intestinal: decorrente do aumento do tônus e redução da motili- dade gastrointestinal. É provável que seja mediada principalmente pelo plexo nervoso intramural. É parcialmente mediada também pela ação central, pois a injeção intracerebroventricular de morfina inibe os movimentos propulsivos gastrointestinais. O brometo de metilnaltrexona, o alvimopan e o naloxegol são opioides que não ultrapassam a barreira hematoencefálica e, portanto, apre- sentam menos efeitos adversos sobre o trato GI, sem reduzir a analgesia. • Retardo do esvaziamento gástrico: levando ao retardo da absorção, inclusive de outros fármacos. Outros efeitos • Urticária e prurido: a morfina promove liberação de histamina dos mastócitos por meio de ação não relacionada com os receptores de opioides. • Hipotensão e bradicardia: com doses elevadas da maioria dos opioides devido à ação sobre o bulbo. Além disso, a própria liberação de histamina pode con- tribuir para a hipotensão. • Efeitos no musculo liso: exceto no TGI, podem ocorrer espasmos uterinos, de bexiga e dos ureteres. • Imunossupressão: ainda não está clara esta correlação, mas se acredita que o uso abusivo dos opioides por longo tempo possa agravar deficiências imunitárias. Efeitos funcionais associados aos principais tipos de receptores opioides Receptor (terminologia clássica) Receptor (nova terminologia recomendada) μ MOR δ DOR κ KOR ORL 1 NOP Analgesia: Supraespinhal +++ -? - Antiopioide* Espinhal ++ ++ + ++ Periférica ++ - ++ - Depressão respiratória +++ ++ - - Constrição da pupila ++ - + - Redução da mobilidade gastrointestinal ++ ++ + - Euforia +++ - - - Disforia e alucinações - - +++ - Sedação ++ - ++ - Opioides 17 Receptor (terminologia clássica) Receptor (nova terminologia recomendada) μ MOR δ DOR κ KOR ORL 1 NOP Catatonia - - - ++ Dependência física +++ - - - Fonte: Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 12.ed (2012) 8. EFEITOS DAS ATIVAÇÕES AGUDA E CRÔNICA DOS RECEPTORES OPIOIDES Além do alívio pretendido da dor, a ocupação dos receptores opioides pelos agonistas durante intervalos curtos e longos resulta na perda do efeito, com pro- priedades bem definidas e relacionadas com o desenvolvimento de tolerância e dependência. • Dessensibilização: relacionada a uma ativação transitória (minutos a horas); a dessensibilização de curto prazo, provavelmente, envolve a fosforilação dos receptores, resultando no desacoplamento do receptor de sua proteína G ou na interiorização do receptor. Desaparece com evolução temporal paralela à de- puração do agonista. • Tolerância: refere-se à redução da eficácia aparente do agonista opioide com sua administração contínua ou repetida (ao longo de dias ou semanas). É re- fletida pela redução do efeito máximo alcançável ou por um desvio da curva de dose-efeito para direita. Desaparece depois da remoção do agonista, ao longo de várias semanas. Saiba mais! Respostas fisiológicas diferentes podem desenvol- ver tolerância a taxas acentuadamente variadas. Desse modo, no nível dos sis- temas do organismo, alguns locais demonstram pouca ou nenhuma tolerância (miose pupilar), alguns tolerância moderada (constipação, vômitos, analgesia e sedação) e outros tolerância rápida (efeito euforizante). Por essa razão, o usuário crônico de heroína continua a apresentar pupilas puntiformes e preci- sa de um aumento rápido da dose para sentir a euforia provocada pela droga. Opioides 18 • Dependência: é uma condição de adaptação evidenciada por uma síndrome de abstinência desencadeada pela cessação da exposição à substância. Em nível orgânico, a abstinência dos opiáceos se evidencia por ativação somatomotora e autônoma significativas, refletida em agitação, hiperalgesia, hipertermia, hi- pertensão, diarreia, dilatação pupilar e secreção de quase todos os hormônios hipofisários e do córtex suprarrenal. Alguns analgésicos opioides, como co- deína, buprenorfina e tramadol, têm muito menos probabilidade de causar de- pendência física ou psicológica. Os agonistas do receptor de ação longa, como a metadona e a buprenorfina, podem ser utilizados para aliviar os sintomas da síndrome de abstinência. • Adição: é um padrão comportamental caracterizado pelo uso compulsivo de uma substância. Os efeitos compensadores positivos dos opiáceos são consi- derados o componente motivador para a iniciação do uso ilícito dessas subs- tâncias, à qual também está sujeito o mecanismo de tolerância. Se liga! Dependência não é sinônimo de adição. Tolerância e de- pendência são reações fisiológicas encontradas em todos os pacientes, mas não preveem o desenvolvimento de adição. 9. USO CLÍNICO DOS OPIÓIDES Analgesia Em dores moderadas a intensas/refratárias, os opioides são indicados como op- ção de tratamento, segundo a escada analgésica da dor da Organização Mundial de Saúde (OMS). O controle da dor é feito da seguinte forma: Opioides 19 Analgésico AINE Opioides fracos + Analgésicos AINE Dor leve Dor IntensaDor Moderada Dor refratária a farmacoterapia Opioides fortes + Analgésicos AINE Procedimentos intervencionistas + Opioidesfortes + Analgésicos AINE DROGAS ADJUVANTES (ANTIDEPRESSIVOS E ANTICONVULSIVANTES) ESCADA ANALGÉSICA DA DOR (OMS) DEGRAU 1 DEGRAU 2 DEGRAU 3 DEGRAU 4 Fonte: Aula Sanarflix • Opioides fracos: codeína e tramadol. • Opioides fortes: morfina, oxicodona, metadona, fentanila, hidromorfona. Se liga! Os opioides são fundamentais no tratamento da dor agu- da, mas, nos últimos anos, sua eficácia e segurança no tratamento das dores crônicas têm sido questionadas em razão da acumulação de exemplos de adi- ção e morte causadas por seu uso indevido. Abordagens mais conservadoras no manejo da dor crônica incluem o uso de outras classes farmacológicas, co- mo AINEs, anticonvulsivantes e antidepressivos. Anestesia Os opioides podem ser utilizados no contexto da anestesiologia como agen- te pré-anestésico, coadjuvante de outros agentes ou como agente anestésico Opioides 20 primário. A fentanila, por exemplo, tem ações semelhantes às da morfina, porém com início mais rápido e menos duradoura. Antitussígenos Alguns fármacos reduzem a tosse em consequência de suas ações centrais, inclusive analgésicos opioides, entre os quais os mais usados são codeína e hidro- codona. A supressão da tosse, geralmente, é conseguida com doses de opioides menores que as necessárias para se obter analgesia (dose oral de 10 ou 20 mg de codeína). Doses maiores são utilizadas para supressão mais eficaz de tosses crônicas. Antidiarreicos Os receptores opioides estão amplamente distribuídos nos neurônios entéricos entre os plexos mioentérico e submucoso e em várias células secretoras. A impor- tância desses sistemas periféricos na alteração da motilidade GI é enfatizada pela eficácia terapêutica dos agonistas opioides de ação unicamente periférica (como a loperamida) como antidiarreicos e pela utilidade dos antagonistas opioides de ação unicamente periférica (como metilnaltrexona) usados para reverter as ações consti- pantes dos agonistas opioides sistêmicos. 10. TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DE OPIOIDES Há dois enfoques farmacológicos para o tratamento da dependência de opioides: Abstinência supervisionada (também conhecida como desintoxicação) ou ma- nutenção. A desintoxicação pode variar tanto pela duração do tratamento (por exemplo, abstinências relativamente breves que durem até 30 dias ou abstinências que durem mais de 30 dias) quanto pelo tipo de medicações utilizadas (terapias de substituição x tratamentos sintomáticos). Ou seja, pode ser feita pela retirada do opioide de forma a reduzir gradativamente a dosagem da medicação usada ou pela troca por um opioide de longa ação. Quando realizada em ambiente hospitalar, abstinências mais breves são possíveis e geralmente obtêm êxito, desde que haja supervisão e apoio por parte do ambiente hospitalar. Há atualmente duas medica- ções de substituição principais utilizadas para abstinência de opióides: metadona e buprenorfina. Já na manutenção, em geral, essa forma de tratamento envolve admi- nistração de medicação contínua sem diminuição gradual da dose (ou abstinência) e pode durar anos. Opioides 21 Esquema desintoxicação Desintoxicação em dependência de opioides Duração de 6 a 24 meses Medicações: Metadona* (até 180 dias, na menor dose tolerada, sem sintomas de privação) Ou Buprenorfina (8 a 16 mg/dia, sublingual) Ou Clonidina (0,3 a 1,2 mg/dia) LAAM (levo-alfa-acetilmetadol) – Heroína Naltrexona 50 a 100 mg/dia (início após 10 dias sem opioides) Associar: Suporte social Terapia cognitivo-comportamental/longo prazo (prevenção da recaída e resolução de problemas) Grupos de autoajuda Terapia familiar Fonte: Aula Sanarflix A síndrome de abstinência surge no dependente de opioide com a falta da subs- tância, por diminuição ou parada do uso. Isso ocasiona queda do nível sérico do opioide e, em resposta, hiperatividade autonômica e somática. A intensidade do quadro clínico varia de acordo com a substância e a dose usada, além do tempo transcorrido desde o último uso. A abstinência da heroína, por exemplo, começa de 4 a 12 horas após a última dose, enquanto da metadona de 24 a 72 horas. O fármaco de primeira escolha para o tratamento da abstinência é a metadona. Diante da definição de síndrome de abstinência (midríase, aumento de 10 mmHg da pressão sistólica e 10 bpm da frequência cardíaca, associados a sudorese, calafrios, dores no corpo, diarreia, lacrimejamento ou rinorreia), inicia-se o uso de 10 mg de metadona via oral, podendo ser repetido a cada 4 horas, se pelo menos 2 critérios dos descritos persistirem. 11. INTOXICAÇÃO POR OPIOIDES O quadro clínico da intoxicação por opioides cursa com uma tríade de sinais: (1) depressão respiratória, (2) estado comatoso ou letárgico e (3) pupilas mióticas. Opioides 22 Se liga! O exame da pupila normal não exclui a toxicidade por opioides, uma vez que usuários de meperidina geralmente apresentam pupilas normais e a presença de coingestação de simpaticomiméticos ou anticolinér- gicos fazem as pupilas parecerem normais ou grandes. Embora a diminuição da frequência respiratória seja a anormalidade de sinal vi- tal mais notável e o melhor preditor de toxicidade (< 12 ipm), a frequência cardíaca varia de normal a baixa, além de poder apresentar também hipotensão leve (por liberação de histaminas). Outros sinais seundários são: hipotermia com pele úmida ou fria (termogênese prejudicada), edema pulmonar, convulsões (principalmente em crianças ou superdosagem de tramadol ou meperidina), hipóxia com pupilas dilatadas. Abordagem Um breve exame inicial de triagem deve ser realizado em todos os pacientes para identificar as medidas imediatas necessárias para estabilizar e prevenir a deterio- ração do paciente. Assim, avaliar as vias aéreas, os sinais vitais, o estado mental, o tamanho da pupila, a temperatura e umidade da pele. Deve ser obtido ainda a oxi- metria de pulso, monitoramento cardíaco contínuo, eletrocardiograma e medicação de glicose capilar (em pacientes rebaixados). O acesso intravenoso deve ser obtido em todos os casos de ingestão grave. Pacientes com hipoglicemia devem receber dextrose imediatamente (25g em adultos, 0,5g / kg em crianças). Pacientes com si- nais, sintomas ou história sugestiva de intoxicação por opioide, administrar naloxo- na intravenosa, um antagonista dos receptores opioides. Se liga! Em pacientes dependentes de opioides com intoxicação por essa droga, como, por exemplo, heroína, a naloxona deve ser administrada em doses menores, evitando um possível quadro de síndrome de abstinência. Diagnóstico diferencial A excitação fisiológica, manifestada por estimulação do SNC, com aumento do pulso, pressão arterial, frequência e profundidade respiratória e temperatura, é mais Opioides 23 comumente causada por agentes anticolinérgicos, simpaticomiméticos ou alucinó- genos centrais ou por abstinência de drogas. Já a depressão fisiológica, manifestada por um estado mental deprimido, pres- são arterial, pulso, frequência e profundidade respiratória e temperatura, é mais comumente precipitada por etanol, outros agentes sedativos-hipnóticos, opioides, agentes colinérgicos (parasimpaticomiméticos), simpatolíticos ou álcoois tóxicos (metanol ou etilenoglicol). Se liga! Efeitos fisiológicos mistos podem ocorrem em overdose de polidrogas ou após exposição a certos venenos metabólicos, como agentes hipoglicêmicos, salicatos e cianeto, além de inalantes voláteis, drogas antiar- rítmicas, agentes anestésicos locais, antidepressivos tricíclicos e metais pesa- dos (ferro, arsênio, mercúrio e chumbo). Saiba mais! No Brasil, a naloxona está disponível nas formas IV, IM e SC, possuindo meia vida mais curta (média de 64 minutos), com seu prin- cipal uso para reverter intoxicação. Já a naltrexona está disponível na forma oral, principalmente para o tratamento de dependência e off-label no tratamen- to de obesidade. Opioides 24 Características dos principais analgésicos opioides Fármaco Uso(s) Via(s) de ad- ministraçãoAspectos farmacocinéticos Efeitos adversos Notas Morfina Amplamente usada pa- ra dores crônicas e agudas Oral, injeção intratecal Meia vida de 3 a 4 horas, convertida em metabólico ativa (morfina 6-glicuronídeo) Sedação, depressão respiratória, constipação intestinal, náuseas e vômitos, prurido, tole- rânciae dependência, euforia Tolerância e sin- tomas de absti- nência não são comuns quan- do usada para analgesia Diamorfina (heroína) Dor aguda e crônica Oral, injetável Atua mais rapida- mente que a mor- fina, em virtude da rápida penetração Como a morfina Não disponível em todo os países. Metabolizada em morfina e em ou- tros metabólitos ativos Hidromorfona Dor aguda e crônica Oral, injetável Meia vida de 2 a 4 horas. Não tem me- tabólitos ativos Como a morfina, porém alega-se que seja me- nos sedativa O levorfanol é semelhante, com maior duração de ação Oxicodona Dor aguda e crônica Oral, injetável Meia vida de 3 a 4,5 horas Como a morfina Tornou-se um grande fármaco de uso abusivo Metadona Dor crônica e manu- tenção de dependentes Oral, injetável Meia vida longa (>24 horas), início de ação lento Como a morfina, porém menor efeito eufórico. Pode ocorrer acúmulo Recuperação lenta resulta em síndro- me de abstinência atenuada em con- sequência da meia vida-longa Peptidina Dor aguda Oral, injeção intramuscular Meia vida de 2 a 4 horas. Metabólito ativo (norpetidina) pode ser respon- sável pelos efeitos estimulantes Como a morfina: efeitos anticolinérgicos, risco de excitação e convulsões Conhecida co- mo meperidina. Interage com inibi- dores da monoa- mina oxidase Buprenorfina Dor aguda e crônica, ma- nutenção de dependentes Sublingual, in- jeção, adesivo transdérmico, intratecal Meia vida de apro- ximadamente 12 horas, início lento, oralmente inativa devido a metabo- lismo de primeira passagem Como a morfina, porém menos pronunciados, depressão respiratória não revertida pela nalo- xona. Pode precipitar a retirada do opioide (ago- nista parcial) Útil na dor crônica com sistemas de injeção controla- dos pelo paciente Opioides 25 Dipipanona Dor modera- da a grave Oral Meia vida de 3,5 horas Além dos efeitos seme- lhantes aos da morfina, provoca psicose Comercializada em combinação com ciclasina e tornou- -se um fármaco intravenoso de uso abusivo popular Fentanila Dor aguda, anestesia Intravenosa, sublingual, adesivo transdérmico Meia vida de 1 a 2 horas Como a morfina Alta potência per- mite administra- ção transdérmica. Sufentanila é semelhante Remifentanila Anestesia Infusão intravenosa Meia vida de 5 minutos Depressão respiratória Início e recupera- ção muito rápidos Codeína Dor moderada Oral Atua como profár- maco. Metabolizada em morfina e outros opioides ativos Principalmente consti- pação intestinal, baixa dependência Eficaz somente em dor moderada, também usada para suprimir a tosse Dextropropoxifeno Dor moderada Principalmente oral Meia vida de cer- da de 4 horas. Metabólito ativo (norpropoxifeno) com meia vida de aproximadamente 24 horas Depressão respiratória. Pode causar convulsões (possivelmente por ação do norpropoxifeno) Semelhante à co- deína. Não é mais recomendado Tramadol Dor aguda (principal- mente pós- -operatória) e crônica Oral, intravenosa Bem absorvido, meia vida de 4 a 6 horas Tontura, pode causar convulsões. Sem de- pressão respiratória Mecanismos de ação incerto. Agonista fraco nos receptores de opioides. Também inibe a captação de monoaminas. O tapentadol é semelhante. Fonte: RANG, H. P. et al. Farmacologia. 8a. ed. Opioides 26 MAPA MENTAL Mecanismos neurais da dor Classificação: 1. Por lesão tecidual 2. Neuropática 3. Musculoesquelética e dor de causa desconhecida PERCEPÇÃO DA DOR Fibras aferentes C e Aδ Ativados por estímulos mecânicos, térmicos e químicos da pele, músculos ou vísceras Levam informação até substância cinzenta do corno posterior da medula Ascende por tratos espinotalâmicos contralaterais fazendo sinapse com tálamo Processamento da dor: córtex somatossensorial primário, secundário, tálamo e partes posteriores da ínsula INIBIÇÃO DA PERCEPÇÃO DA DOR CPA recebe impulsos, se projeta para bulbo rostroventral até o corno posterior da medula Serotonina e encefalina atuam inibindo a descarga de neurônios espinotalâmicos Via noradrenérgica também apresenta efeito inibitório (locus coeruleus) Tratamento de intoxicação Tríade de sinais: depressão respiratória, estado comatoso ou letárgico e pupilas mióticas Tratamento com naloxona intravenosa OPIOIDES Opioide: qualquer substância, endógena ou sintética, que produza efeitos semelhantes aos da morfina e que sejam bloqueadas por antagonistas, como a naloxona Opiáceos: compostos como a morfina e a codeína que são encontrados na papoula Classificação Naturais: morfina e codeína Semissintéticos: heroína e oxicodona Sintéticos: metadona e fentanil Agonistas parciais: buprenorfina Antagonistas: naltrexona e naloxona Opioides endógenos Encefalinas, as endorfinas e as dinorfinas Receptores opioides MOR (μ), DOR (δ), KOR (κ) e ORL (NOP) Ligados à proteína Gi/Go Fármacos opioides Mecanismo de ação Inibição da AC, promovendo abertura dos canais de K+ e fechamento dos canais de Ca2+ Efeitos dos fármacos Efeitos da ativação aguda e crônica dos receptores Dessensibilização, tolerân- cia, dependência e adição *Adição: padrão comportamental caracterizado pelo uso compulsivo de uma substância. Não é uma resposta fisiológica Uso clínico dos opioides Analgesia, anestesia, antitussígeno, antidiarreicos Tratamento de dependentes Fase de desintoxicação Retirada progressiva do opioide em uso ou troca por opioide menos potente e retirada gradual Fase de manutenção Duração de 6 a 24 meses. utiliza-se metadona, buprenorfina, naltrexona oral ou intravenosa, clonidina, LAAM ou naltrexona SNC: Analgesia, euforia, depressão respiratória, supressão da tosse, náuseas e vômitos, constrição pupila Outros: Constipação intestinal, retardo do esvaziamento gástrico, prurido, hipotensão, bradicardia, imunossupressão Opioides 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Associação Médica Brasileira. Abuso e dependência de opioides e opiaceos. 2012. [acesso em 28 ago. 2020]. Disponível em https://diretrizes.amb.org.br/_ BibliotecaAntiga/abuso_e_dependencia_de_opioides.pdf. Brunton LL; Lazo JS; Parker KL. Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. 12.ed. 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Disponível em: https://por- talarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/04/Dor-Cr--nica---PCDT- Formatado--1.pdf Stolbach A, Hoffman RS. Acute opioid intoxication in adults. Uptodate, 2020. sanarflix.com.br Copyright © SanarFlix. Todos os direitos reservados.Sanar Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770
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