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Condiçã� dolor�� “Experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos deste tipo de dano”. (International Association of the study of pain) “Sedare dolorem opus divinum est” (amenizar a dor é obra divina) Hipócrates (400 a.C.), → somação de experiências prévias, mecanismos neuropáticos, fatores sociais, culturais e ambientais, fatores psicológicos e estímulos nociceptivos. dor ➢ é a conseqüência perceptual final do processamento neural de determinada informação sensorial ➢ mecanismo: sobrevivência e proteção. ➢ auxílio no diagnóstico. ➢ diferentes tipos → diferentes fármacos. ➢ dor subjetiva: difícil de definir. Resposta de um evento, como a sensação é experimentada. → estímulo: produz ≠ graus de dor ≠ indivíduos. ➢ incapacitante. ➢ nocicepção: transmissão e reconhecimento de impulsos em resposta a um estímulo nocivo. Existem pacientes que sentem dor considerável na ausência de estímulos nocivos ou de inflamação ou lesão do sistema nervoso. Essa dor disfuncional, como aquela observada na cefaléia tensional, na fibromialgia ou na síndrome do intestino irritável, resulta de uma função anormal do sistema nervoso. dor na odontologia ➢ em todas as áreas odontológicas. ➢ causa: local. ➢ infecções dentais, cáries, doença periodontal, aparelhos ortodônticos, próteses mal adaptadas, doenças das estruturas orais (líquen plano). ➢ tratamento: desconforto e dor. ➢ 17-26% da população tem algum tipo de dor relacionada com os distúrbios orofaciais, sendo que 7 -11% apresentam dor crônica. Causas de dor orofacial e estruturas comprometidas Causas locais Causas neurológicas Causas psicogênicas Causas vasculares e vizinhas Lesão dente e tecido susten- tação. Lesão mandi- bular Lesão glândula salivar Lesão de faringe Neuralgia do trigêmeo Neoplasia ma- ligna trigêmeo Neuralgia pós- -herpética Dor facial atípica Disestesia oral Odontalgia atí- pica Disfunção tem- poromandibular Enxaqueca Distúrbio nasofa- ringe, olhos, pes- coço, tórax. → Dor persistir por longo tempo (neuralgia do trigêmeo) mesmo após a cura da lesão (membro fantasma), pode ocorrer como consequência lesão cerebral ou nervosa. Manifestações relacionadas a dor: ➢ componente psicológico: emoção, sofrimento ➢ ansiedade ➢ alterações PA ➢ depressão ➢ distúrbios do sono ➢ anorexia ➢ espasmos musculares ➢ experiência sensorial → dor rápida (percepção objetiva) → dor lenta (percepção subjetiva) Respostas motoras: ➢ somáticas: reflexo de retirada, vocalização, posição antiálgica. ➢ viscerais: sudorese, náuseas, vômitos. Categorização da dor ➢ Temporal: aguda/crônica. ➢ Topográfica: localizada/generalizada. ➢ Intensidade: leve, moderada, severa. ➢ Periodicidade (contínua, intermitente, esporádica). ➢ Fisiopatológica: → orgânica: causa conhecida, bem descrita e localizada pelo paciente → responde a terapêutica. → psicogênica: pouco definida, mal localizada, produz constante desconforto: sem alívio com analgésicos (eventos emocionais). Vias nervosas periféricas da dor Dor é transmitida dos nociceptores periféricos à medula por: Fibras A-β: ➢ são mielínicas. ➢ fibras de condução rápida. ➢ respondem a baixo limiar de estímulo mecânico (Ex. toque leve, vibração ou movimentação dos pelos). ➢ fazem sinapse em neurônios do SNC localizados no corno dorsal da medula espinal e nos núcleos da coluna dorsal do tronco encefálico. Fibras A-δ: ➢ são pouco mielinizadas. ➢ encontradas na pele e músculo. ➢ transmitem sinais de dor velocidade intermediário, agudos e bem localizados. ➢ respondem a estímulos de frio, calor e mecânicos de alta intensidade. Fibras C: ➢ não mielinizadas (músculo, mesentério). ➢ conduzem o sinal da dor lentamente → dor difusa. ➢ fazem sinapse na medula espinal e respondem, tipicamente, de modo multimodal. ➢ são capazes de produzir potenciais de ação em resposta ao calor, temperatura morna, estímulos mecânicos intensos ou irritantes químicos (nociceptores polimodais). Algumas fibras C aferentes (denominadas fibras silenciosas) não podem ser ativadas normalmente, porém tornam-se apenas responsivas durante a inflamação. As fibras A e C terminam nas lâminas mais superficiais do corno dorsal. CATEGORIZAÇÃO DA DOR Dor aguda ➢ curta duração (menos 3 meses). ➢ localizada e definida. ➢ geralmente enviada pelas fibras tipo A-δ. ➢ caráter inflamatório. ➢ Odonto: dentina exposta (estímulos ar, frio, açúcar). Dor crônica ➢ não reconhece o local exato, sendo difusa (espasmo muscular). ➢ informação enviada por fibras aferentes do tipo C. ➢ dura +6 meses, persiste mesmo sem processo patológico. ➢ Hiperalgesia, alodinia, dor paradoxal. ➢ oncológica, não oncológica. ➢ Ex: odontalgia atípica, neuralgia diabética ou pós-herpética, dor facial atípica, distúrbios temporomandibulares, fibromialgia, etc. ➢ algumas patologias podem causar dano irreversível. Hiperalgesia: respostas dolorosas exageradas a estímulos normalmente nocivos. Alodinia: resposta dolorosa frente a um estímulo normalmente não nocivo. �siopatologi� d� dor Nociceptores são neurônios sensoriais primárias (na pele, músculos, órgãos) com capacidade de responder a estimuos nocivos. São de alto limiar, uma vez que necessitam de um forte estímulo capaz de lesar potencialmente o tecido para a despolarização de suas terminações nervosas. . Convertem um sinal/lesão em sinal elétrico neuronal, o qual é transmitido para a medula espinal (neurônios de ordem superior) e o cérebro, em mecanismo fisiológico denominado nocicepção. 1° estímulo. 2° condução até o SNC pelos axônios dos neurônios sensoriais aferentes primários, seguindo o seu trajeto inicialmente nos nervos periféricos e, a seguir, nas raízes dorsais que, em seguida, fazem sinapse em neurônios no corno dorsal da medula espinal. 3° os neurônios de projeção secundários transmitem a informação ao tronco encefálico e ao tálamo que, a seguir, transmitem sinais ao córtex, hipotálamo e sistema límbico. 4° transmissão é modulada em todos os níveis do sistema nervoso por interneurônios inibitórios e excitatórios remotos e de circuito local → cérebro modula a dor. Para que ocorra condução, os canais iônicos de sódio regulados por voltagem devem converter a despolarização da terminação periférica em potencial de ação. Via ascendente da dor (estimulatória) Os potenciais de ação gerados nos aferentes primários induzem a liberação de neurotransmissores ao alcançarem suas terminações axônicas centrais no corno dorsal da medula espinal. Os canais de cálcio regulados por voltagem tipo-N desempenham um papel significativo no controle dessa liberação de transmissores das vesículas sinápticas. A transmissão sináptica no corno dorsal, entre os aferentes primários das fibras C e os neurônios de projeção secundários, possui componentes rápidos e lentos. O glutamato medeia a transmissão excitatória rápida entre os neurônios sensoriais primários e secundários. Os neuropeptídeos, como as taquicininas (a substância P e o peptídeo relacionado com o gene da calcitonina - CGRP) e outros neuromoduladores sinápticos, incluindo a neurotrofina, o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), são co-liberados com o glutamato e produzem efeitos sinápticos mais lentos através de sua ação sobre os receptores metabotrópicos acoplados à proteína G e receptores de tirosinocinases. A função fisiológica dos neuropeptídios na transmissão sináptica envolve respostas de sinalização a estímulos de intensidade particularmente alta, visto que a liberação das vesículas sinápticas contendo neuropeptídios requer uma freqüência mais alta e seqüências de potenciais de ação de duração mais longa do que a liberação das vesículas contendo glutamato. ➢ potencial de ação será conduzido até o córtex, indivíduo toma consciência da dor → córtex organiza uma nova despolarização: PA descendente (retire o causador da dor) Neurotransmissão no corno dorsal da medula espinal. Um potencial de ação que se inicia da periferia ativa os canais de cálcio présinápticos sensíveis à voltagem,resultando em influxo de cálcio e liberação subseqüente das vesículas sinápticas. A seguir, os neurotransmissores liberados (isto é, glutamato e neuropeptídios, como o peptídio relacionado com o gene da calcitonina [CGRP] e a substância P) atuam sobre receptores póssinápticos. A estimulação dos receptores de glutamato ionotrópicos leva a uma despolarização pós-sináptica rápida, enquanto a ativação de outros receptores moduladores medeia uma despolarização mais lenta. A despolarização póssináptica, quando suficiente, leva à produção de potencial de ação (geração de sinal) no neurônio transmissor secundário. Via descendente da dor (inibitória) A transmissão sináptica na medula espinal é regulada pelas ações interneurônios inibitórios locais e projeções que descem do tronco encefálico para o corno dorsal. Os principais neurotransmissores inibitórios no corno dorsal da medula espinal são os peptídeos opióides, a norepinefrina, a serotonina (5-HT), a glicina e o GABA. Os efeitos da sinalização dos receptores opióides consistem em redução da condução de cálcio pré sináptica, aumento da condutância pós-sináptica de potássio e redução da atividade da adenil ciclase. A primeira função impede a liberação pré-sináptica de neurotransmissores; a segunda reduz as respostas neuronais pós-sinápticas a neurotransmissores excitatórios; e o papel fisiológico da última permanece desconhecido. Neurônio pré-sináptico: ➢ Norepinefrina: age em receptores pré-sinápticos α2 (inibitórios), diminuindo a liberação de NT. → a ativação dos receptores 2-adrenérgicos abre os canais de potássio pós-sinápticos, inibe os canais de cálcio pré-sinápticos regulados por voltagem e também inibe a adenil ciclase. Devido à expressão tanto pré-sináptica quanto pós-sináptica dos receptores 2-adrenérgicos, a liberação de norepinefrina espinal pode reduzir a liberação das vesículas pré-sinápticas e também diminuir a excitação pós sináptica. ➢ GABA: receptores GABAb; inibe a entrada de Cálcio → diminui liberação NT. Neurônio pós-sináptico: ➢ Norepinefrina. ➢ GABA: age receptor GABAb: abre canais de K e no GABAa abre canais Cl. → Hiperpolarização → ↓ PA O impulso nervoso é bloqueado, reduz a sensibilidade dor. Regulação inibitória da neurotransmissão. A norepinefrina, o GABA e os opióides liberados por neurônios inibitórios descendentes e/ou de circuito local atuam em nível tanto pré-sináptico quanto pós-sináptico, inibindo a neurotransmissão. A inibição pré-sináptica é mediada através da atividade reduzida dos canais de cálcio sensíveis à voltagem, enquanto a inibição pós-sináptica é mediada primariamente pelo aumento do influxo de cloreto e efluxo de potássio. Obs: A serotonina também é liberada na medula espinal por projeções que descem do tronco encefálico. Esse neurotransmissor atua sobre vários subtipos de receptores, que medeiam efeitos tanto excitatórios quanto inibitórios sobre a nocicepção. O canal regulado pelo ligante 5-HT3 pode ser responsável pelas ações excitatórias da serotonina na medula espinal; vários dos receptores de 5-HT acoplados à proteína G podem mediar as ações inibitórias da 5-HT. Em vista desta complexidade, o mecanismo do efeito analgésico ainda não está totalmente elucidado. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina foram testados no tratamento da dor, porém, de modo geral, tiveram pouco efeito benéfico. Os inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina (NE) exercem uma ação analgésica, assim como os inibidores duplos da recaptação de NE/5-HT, como a duloxetina. Dor nociceptiva ➢ fibras nociceptoras sensoriais respondem a estímulos comuns: mecânicos (lesão), térmicos (menos 16ºC e acima 42ºC), químicos (cininas). ➢ o tratamento de primeira linha é com medicação analgésica farmacológica, como paracetamol, ibuprofeno e aspirina. Para dores mais fortes, medicamentos prescritos, como opióides, muitas vezes podem ajudar a fornecer um alívio eficaz da dor. Esses medicamentos têm mecanismos de ação diferentes, mas todos ajudam a interromper a transmissão dos sinais de dor dos nociceptores para o cérebro. A sensibilização central, ocorrem quando a transmissão sináptica repetitiva e habitualmente de alta intensidade ativa cascatas de transdução de sinais intracelulares nos neurônios do corno dorsal que intensificam a resposta a estímulos subsequentes. Receptores: AMPA, NMDA e metabotrópicos de glutamato, receptor da substância P (neurocinina) NK1 e o receptor de BDNF (neurotrofina) TrkB. Dor inflamatória ➢ em circunstâncias nas quais há lesão tecidual e inflamação, os estímulos nocivos provocam dor mais intensa do que o normal, devido a um aumento na excitabilidade do sistema somatossensorial, e estímulos que normalmente não causariam dor tornam-se dolorosos. ➢ diferentes mediadores químicos: sensibilizam os nociceptores (polimodais, sensíveis a diferentes tipos estímulos). obs: prostaglandinas são encontradas em medula espinhal e nos gânglios radiculares dorsais. Dor neuropática ➢ a lesão nervosa provocada por doença ou traumatismo, como nos casos de amputação, na infecção pelo HIV, na infecção pelo vírus varicela zoster (VZV), no tratamento citotóxico e no diabetes, produz dor que persiste por muito tempo após o desaparecimento da causa desencadeante. Nessas condições, alterações patológicas e algumas irreversíveis na estrutura e na função do sistema nervoso produzem dor intensa e intratável. Para esses pacientes, a dor constitui mais uma patologia do que um mecanismo de defesa fisiológico. ➢ relacionada a disfunção SNC ou periférica. ➢ lesão SN: Trauma, infecção, isquemia. ➢ dor influenciada por traços psicológicos, experiência, ambiente e cultura. ➢ essas alterações são induzidas por combinações de sinais positivos, como a liberação de citocinas inflamatórias por macrófagos e células de Schwann, e sinais negativos, como a perda do suporte periférico de fatores neurotróficos. ➢ expressão exagerada de canais de Na voltagem dependente. ➢ pode ser melhorada, mas dificilmente tratada por analgésicos comuns. O objetivo do tratamento é aliviar a dor causada por danos aos nervos. Na maioria dos casos, os medicamentos analgésicos são incapazes de fornecer um alívio eficaz e, em vez disso, os próprios nervos devem ser direcionados. A terapia de neuroestimulação é usada para excitar o tecido nervoso no SNC, alterando a condutividade dos nervos e muitas vezes ajudando a aliviar os sintomas. ➢ Ex: carbamazepina para neuralgia do trigêmeo; amitriptilina para neuropatia diabética e neuralgia pós-herpética. ➢ queimação, ardor, ferroadas, choques. Manej� terapêutic� d� dor ➢ identificar a origem da dor, bem como sua intensidade. ➢ se possível, eliminar a dor com o tratamento específico da condição indutora de dor. ➢ se o tratamento for sintomático, iniciar com analgésicos menos potentes e com menores efeitos adversos. ➢ em caso de dor intensa: analgésicos potentes. ➢ utilizar esquemas de administração apropriados por tempo adequado. ➢ na vigência de falha terapêutica, utilizar doses máximas do agente escolhido, antes de sua substituição. ➢ monitorar efeitos adversos. Escala analgeésica da OMS ➢ dor leve: analgésico ou AINE. ➢ dor moderada: opioides fracos + Analgésicos/ AINE. ➢ dor intensa: opioides fortes + Analgésicos/ AINE. ➢ dor muito intensa: procedimento intervenção + opioides + analgésicos/ AINEs. Ação Periférica ➢ Analgésicos, antipiréticos: Paracetamol, Dipirona. ➢ AINEs: Ibuprofeno, Diclofenaco, Cetoprofeno, Piroxicam, Cetorolaco. Ação Central Pela ativação da via descendente da dor, bloqueando a passagem da dor. ➢ Opioides Fracos: Codeína, Tramadol, Propoxifeno. ➢ Opióides Fortes: Morfina, Fentanil, Oxicodona, Metadona, Buprenorfina. Analgésic� nã� opióide� ➢ derivados do ácido salicílico: AAS ➢ derivados do p-aminofenol: paracetamol ➢ derivado da pirazolona: dipirona ➢ AINEs: ibuprofeno, cetorolaco Seleção: Seleção ➢ ≠ farmacocinéticas que influenciam a comodidade de esquemas terapêuticos. ➢ experiência do profissional. ➢ respostas positivas previamenteapresentadas pelo paciente. Analgesia preemptiva ➢ uso de analgésicos não-opióides pré- cirúrgico. ➢ antes do trauma tecidual reduz a dor pós-operatória em pacientes. ➢ bloqueio da transmissão da dor antes da incisão. ➢ ↓Hiperexcitabilidade reflexa neuronal medula espinhal. Analgesia preventiva ➢ analgésicos são administrados precocemente. ➢ uso antes que desapareça o efeito anestésico local, mantém por curto prazo. Condições odontológicas: pulpite, infecção apical, osteíte localizada ou pericoronarite → analgésicos são coadjuvantes, com uso temporário. Manejo mais efetivo (drenagem, tratamento antiinfeccioso, restauração). AINEs → inibição reversível das enzimas COXs. → PG: ↑ sensibilidade (↓ limiar de ativação) nas terminações periféricas dos neurônios nociceptores aferentes primários. ➢ evitam a sensibilização (hiperalgesia primária) dos receptores de dor periféricos e também produzem analgesia. ➢ ↓ recrutamento dos leucócitos e, consequentemente, a produção de mediadores inflamatórios derivados dos leucócitos. ➢ atravessam a barreira hematoencefálica impedindo a produção de PG que atuam como neuromoduladores produtores de dor no corno dorsal da medula espinal. ➢ Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco e Cetorolaco (dor moderada a intensa). Paracetamol ➢ Analgésico e antipirético, com pouco efeito antiinflamatório. ➢ contraindicado em portadores de hepatopatias. ➢ uso em crianças substituindo AAS (síndrome reye). ➢ poucos efeitos adversos, sendo os presentes comumente associados a outros analgésicos. Farmacocinética: ➢ rapidamente absorvido TGI, efeito 1º passagem: metabólitos ativo e inativo. Doses altas (+7g/dia: lesão hepática) ➢ Antídoto: acetilcisteína (NAC) ➢ Etanol agrava o risco de lesão hepática. Mecanismo de ação: ➢ baseia-se na ativação indireta de receptores CB1 do sistema canabinóide. ➢ amina primária é desacetilada, formando N-araquidonoilfenolamina agonista dos receptores TRPV1 e receptores canabinoides CB1 (acoplados a proteína G). ➢ Eleva o limiar do estímulo doloroso → muito usado em exodontias. Dipirona Efeito analgésico: → devido a depressão direta da atividade nociceptora. → ↓ hiperalgesia: bloqueia a entrada Ca e ↓ AMPc nas terminações nervosas, e possível efeito receptores CB1. ➢ uso: dor pós-operatória, cólica renal, dor oncológica, enxaqueca, febre. ➢ alta biodisponibilidade (t1/2 7 h). ➢ Biotransformação: 4-N-metilaminoantipirina (MAA): ativo Efeitos adversos: ➢ náuseas, vômito e sonolência. ➢ queda abrupta de PA (IV rápida). ➢ anemia hemolítica, anemia aplásica. ➢ anafilaxia, reações cutâneas, agranulocitose (rara). Cetorolado ➢ Anti-inflamatório moderadamente eficaz, analgésico potente. ➢ como alternativa pós-operatória para evitar analgésico opioide. ➢ uso limitado a até 5 dias (dor aguda), IM, IV ou VO. ➢ doses: VO (10-20mg, a cada 6h), IV (15-30mg), IM (30-60mg/6h). ➢ efeitos adversos: GI, tontura, sonolência, cefaléia. ➢ atinge pico sérico em 30 a 60 minutos e tem meia-vida de 4–6 horas. Em Odontologia: ➢ Cirurgia óssea ou periodontal e abordagem endodônticas Impactação do 3º molar. Antidepressivos ➢ terapia adjuvante, dor crônica. ➢ ação analgésica: ↓ sensibilização central. ➢ alívio dor: 2- 8 semanas. Antidepressivos tricíclicos: ➢ bloqueio dos canais de Na e ↑ NE e 5- HT (antinociceptivas). ➢ ex: amitriptilina, nortriptilina e imipramina. Venlafaxina e duloxetina: ➢ são inibidores duplos da recaptação de NE e 5-HT e uma ação fraca sobre a recaptação de dopamina. ➢ ação antidepressiva e analgésica. ➢ uso na dor neuropática e fibromialgia. Relaxantes musculares Dor miofacial: ↑ tônus músculos mastigatórios, inflamação local. Baclofeno: ➢ dor miofacial DTM, bruxismo, artrite, neuralgia do trigêmio. ➢ dose: 30-80 mg/dose dia Bloqueio receptor GABAb. Ciclobenzaprina: ➢ dor miofacial DTM, bruxismo, artrite. ➢ 5-10mg até 4x dia. ➢ bloqueio receptor 5-HT2. Carisoprodol: ➢ dor miofascial DTM, bruxismo (associado paracetamol). ➢ 125-150 até 4x dia. Anticonvulsivante → uso em terapias de excitabilidade celular excessiva. →Gabapentina, pregabalina, lamotrigina e carbamazepina. Gabapentina: ➢ atua nos canais de cálcio dependentes de voltagem. ➢ uso na neuropatia diabética e neuralgia do trigêmeo e dor pós-operatória. → dor crônica ➢ um problema relacionado, é o fato de a sua biodisponibilidade oral não ser previsível nem linear; alguns pacientes necessitam de uma dose 10 vezes maior do fármaco do que outros para obter um efeito semelhante. ➢ efeitos adversos: tontura, sonolência, confusão e ataxia. Pregabalina: ➢ efeito analgésico semelhante ao da gabapentina na dor neuropática e fibromialgia. ➢ mais potente, com ação mais rápida e biodisponibilidade mais previsível → considerando a gabapentina. ➢ efeito adverso: euforia, e no SNC, semelhante ao gabapentina. Carbamazepina: ➢ atua por bloqueio dos canais de sódio. ➢ uso na neuralgia do trigêmeo. ➢ efeitos adversos relativamente alto. Lamotrigina: ➢ atua por bloqueio dos canais de sódio. ➢ uso neuropatia, acidente vascular encefálico, esclerose múltipla e dor do membro fantasma. ➢ elevada incidência de reações cutâneas. Consideraçõe� finai� ➢ doses convencionais de analgésicos não-opióides produzem um efeito máximo, o aumento da dose não determina analgesia adicional (toxicidade). ➢ falha no tratamento: substituir por analgésico de outra subclasse. ➢ nas dores moderadas não-responsivas, a alternativa de acrescentar opioides fracos deve ser considerada (codeína). ➢ reações idiossincrásicas AAS: sensibilidade individual. ➢ cafeína: coadjuvante analgésico fraco. Evidências de maior efeito de AAS e paracetamol, quando associado a 65mg de cafeína (discutível). ➢ não associar dois analgésicos não-opióides: competem pela ligação a proteínas plasmáticas. Sem efeito analgésico adicional e aumento da incidência de efeitos adversos GI. ➢ alívio da dor odontológica: melhora desempenho funcional (mastigação, articulação, abertura da boca). ➢ ↓ espasmos musculares, desaparecimento de posturas antálgicas e de outras manifestações dependentes de localização e intensidade da dor. ➢ dor crônica: aumento de bem-estar, ↓deterioração física, manutenção de desempenho funcional, familiar e social e desaparecimento de sintomas relacionados à dor, como ansiedade, irritabilidade, depressão e distúrbios do sono. ➢ após a exodontia de terceiro molar impactado, a dor atinge intensidades de moderada a intensa em torno de 5 h, e deve diminuir em 3 a 5 dias. Resumo dos locais de ação das principais classes de fármacos utilizados no manejo da dor. Os analgésicos têm participação direcionada para diversas etapas na percepção da dor, desde o início de um estímulo de dor até a percepção central dessa dor. Os AINE modulam a despolarização da membrana inicial (transdução de sinais) em resposta a um estímulo periférico. Os bloqueadores dos canais de sódio diminuem a condução do potencial de ação nas fibras nociceptivas. Os opióides, os antidepressivos, os AINE, os anticonvulsivantes e os agonistas 2-adrenérgicos modulam a transmissão da sensação da dor na medula espinal, diminuindo o sinal transmitido das vias de dor periféricas para centrais. Os opióides também modulam a percepção central de estímulos dolorosos. Os múltiplos locais de ação dos analgésicos permitem o uso de uma abordagem combinada de fármacos no manejo da dor. Por exemplo, a dor moderada é freqüentemente tratada com associações de opióides e AINE. Como esses fármacos apresentam diferentes mecanismos e locais de ação, a combinação dos fármacos é mais efetiva do que o uso isolado de apenas um fármaco. Analgésic� opióide� Ópio ➢ papoula (Papaver somniferum): contém morfina e outros alcalóides relacionados. ➢ aspecto histórico: uso com finalidades sociais e medicinais. ➢ exsudato leitoso da cápsulas imaturas. A morfina é obtida do ópio ou extraída da palha das papoulas. O ópio em pó contém vários alcaloides, dos quais apenas uns poucos — a morfina, a codeína e a papaverina — têm utilidade clínica. Esses alcaloidespodem ser divididos em duas classes químicas distintas, os fenantrenos e as benzilisoquinolinas. Os principais fenantrenos são a morfina (que constitui 10% do ópio), a codeína (0,5%) e a tebaína (0,2%). As principais benzilisoquinolinas são a papaverina (1%) e a noscapina (6%). Alguns derivados semissindéticos são produzidos por modificações relativamente simples da morfina ou da tebaína. ➢ 300 a.c. 1º citação da seiva extraída. ➢ médicos usavam ópio para o tratamento diarreia. ➢ 1805 morfina foi isolada e descrita. ➢ Grã-Bretanha: “tintura de láudano”. ➢ uso: religioso, médico, recreativo. Terminologia ➢ Opiáceos: compostos estruturalmente relacionados a morfina e a codeína, que são encontrados na papoula. (natural) ➢ Opioide: qualquer substância, endógena ou sintética, que produz efeitos semelhantes aos da morfina e que interagem com receptores opióides. ➢ Endorfina: é usado como sinônimo de peptídeos opióides endógenos, mas também se refere a um opióide endógeno específico. ➢ Analgésicos narcóticos: termo antigo para opioides; o termo narcótico refere-se à capacidade de induzir o sono. Substância capaz de causar adicção. → Morphium: Deus grego do sono. Uso clínico dos nalgésicos opioides Dor crônica intensa ou dores moderadas não responsivas: ➢ limitação: tolerância e dependência. ➢ dores moderadas (dente, esquelética, lesão tecido moles): associação de opióides (codeína e propoxifeno) e analgésicos não-opióides. Exemplos uso de fármacos opióides: ➢ analgesia UTI: fentanil, morfina ➢ controle dores crônicas: codeína + AINE, morfina ➢ tratamento de abstinência de opióides: metadona ➢ medicação pré-anestésica: morfina e meperidina ➢ tratamento de tremores pré-operatórios: meperidina ➢ tosse e diarreia: codeína Receptores opióides → μ, δ, к, ORL1: receptores acoplados à proteína G (Gi/Go). Localização: ➢ Regiões cerebrais (sensorial, límbica, hipotalâmica, cinzenta) ➢ Medula espinal ➢ Terminais nervosos do TGI e da bexiga (controle motilidade) ➢ Inflamação: aumento de receptores opióides em tecidos periféricos. ➢ Células imunológicas: linfócitos, macrófagos e monócitos. Obs: os principais efeitos farmacológicos da morfina (analgesia): mediados pelo receptor μ. ➢ na terminação pré-sináptica, a ativação do receptor opióide µ diminui o influxo de Ca2+. ➢ a ativação dos receptores opióides µ pós-sinápticos aumenta a condutância do K+ e diminui, portanto, a resposta pós-sináptica à neurotransmissão excitatória. Mecanismo de ação dos opióides ➢ ativação do receptor opióide (pré): inibe AC: ↓ AMPc ↓ influxo de Ca, ↓ liberação NT excitatórios ➢ ativação do receptor opióide (pós): ↓a excitabilidade neuronal (↑ condutância ao K+ causa hiperpolarização da membrana) e ↓ resposta do neurônio aos NT excitatórios Agonista e antagonista → variam a especificidade para receptores e sua eficácia nos diferentes tipos de receptor. → alguns opióides atuam como agonistas ou agonistas parciais ou antagonistas. Agonistas totais ➢ acentuada afinidade pelos receptores μ e, em geral, afinidade mais baixa pelos sítios δ e к. ➢ Ex: metadono Agonistas parciais ➢ Morfina: agonista parcial nos receptores opioides μ. ➢ Codeína e o dextropropoxifeno algumas vezes são denominados agonistas fracos, pois seus efeitos são menores que os da morfina. Mistos de agonistas-antagonistas ➢ Nalorfina e pentazocina: combinam grau de atividade к agonista e μ antagonista (ou fraca atividade agonista parcial). ➢ a maioria dos fármacos neste grupo tende a causar disforia, e não euforia, provavelmente por atuar no receptor к. Antagonistas ➢ bloqueiam os efeitos dos opióides. ➢ Naloxona e naltrexona. Ação farmacológica Analgesia Indicação: ➢ dor aguda (moderada-intensa). ➢ dor crônica (risco de tolerância e dependência). 1. Redução da transmissão medular de impulsos periféricos; 2. Reforço de sistemas inibitórios Ativa via descendente (inibitória) ➢ Dores agudas e crônicas (lesão tecidual, inflamação ou crescimento tumoral). ➢ pouco eficaz na dor neuropática. Interferência na interpretação afetiva da dor: ➢ altera a resposta cognitiva e emocional a dor (sistema límbico e córtex) → diminui a resposta neuroendócrina. ➢ Antinociceptiva (↓ sensação dolorosa), a morfina também reduz o componente afetivo da dor. ➢ Isto reflete sua ação supraespinal, possivelmente ao nível do sistema límbico (envolvido no efeito produtor de euforia). Euforia ➢ mediada através dos receptores μ enquanto a ativação dos receptores к produz disforia e alucinações. ➢ sensação de contentamento e bem-estar. ➢ reduz agitação e a ansiedade associadas a dor/trauma. ➢ alguns pacientes podem não apresentar euforia. ➢ fármacos opióides variam no grau de euforia que produzem. Vias responsáveis pelas propriedades gratificantes dos opióides - Opióides causam euforia, sensação de bem-estar - Via dopaminérgica - Comportamento recompensa - ↓ excitabilidade e a liberação do NT. - Inibição neurônios GABAérgicos (GABA) - Aumento estímulos Efeitos sobre o SNC ➢ exposição prolongada aos opioides pode, paradoxalmente induzir o estado de hiperalgesia (↑da intensidade da dor associada a estímulo nocivo leve) no qual podem ocorrer sensação de dor ou alodinia (dor provocada por estímulo não nocivo). ➢ mecanismos: envolvimento da PKC e da ativação dos receptores NMDA Depressão respiratória ➢ mediada por receptores μ. ➢ é o efeito adverso mais problemático desses fármacos e, diferentemente daquele causado por depressores gerais do SNC, ocorre em doses terapêuticas. ➢ agem no centro de controle respiratório bulbar, ↓resposta respiratória ao CO2 → apneia ➢ depressores do SNC: potencializam depressão induzida por opioides. Os opiáceos deprimem todos os componentes da atividade respiratória (frequência, volume por minuto e volume corrente) e causam respiração irregular e aperiódica. A redução do volume respiratório é atribuída basicamente à diminuição da frequência respiratória; com as doses tóxicas dos opioides, a frequência pode diminuir para 3-4 respirações por minuto. Desse modo, os opioides devem ser utilizados com cautela em pacientes com asma, DPOC, cor pulmonar, reserva respiratória reduzida, depressão respiratória preexistente, hipóxia ou hipercapnia para evitar apneia secundária à redução do estímulo respiratório, que se superpõe ao aumento da resistência nas vias respiratórias. A depressão respiratória causada por qualquer agonista opiáceo pode ser revertida prontamente pela administração de um antagonista opioide. No paciente sonolento, a reversão da sonolência com o uso de um antagonista opioide é considerada um sinal de que o problema era causado pelo opiáceo. É importante lembrar que a maioria dos antagonistas opiáceos tem duração de ação relativamente curta, em comparação com um agonista como a morfina ou a metadona; desse modo, a “renarcotização” pode ocorrer se o paciente não for mantido em observação. Constrição pupilar (miose) ➢ causada por estimulação do núcleo do nervo oculomotor mediada pelos receptores μ e к. (constrição pupila) ➢ pupilas puntiformes são características importantes para diagnóstico na intoxicação por opióides. Depressão do reflexo da tosse ➢ codeína suprime a tosse em doses subanalgésicas, como efeito adverso se tem a constipação. ➢ deprime o reflexo da tosse, em parte por um efeito direto sobre o centro bulbar da tosse. ➢ a tosse é um reflexo protetor desencadeado pela estimulação das vias respiratórias e consiste na expulsão rápida do ar contra a glote transitoriamente fechada. Náuseas e vômitos ➢ até 40% dos pacientes em uso de morfina. ➢ estimulação direta da zona quimiorreceptora do gatilho emético situado na área postrema do bulbo. Efeitos no TGI ➢ Cerca de 40 a 95% dos pacientes tratados com opioides desenvolvem constipação e alterações da função intestinal. Os receptores opioides estão profusamente distribuídos nos neurônios entéricos entre os plexos miontérico e submucoso e em várias células secretoras. ➢ ↑ o tônus e ↓a motilidade em muitas partes do sistema GI → constipação.➢ ação é mediada através do plexo nervoso intramural e parcialmente pela ação central. A morfina aumenta a contração tônica da musculatura do antro e do segmento proximal do duodeno e reduz o tônus em repouso da musculatura do reservatório gástrico e, deste modo, prolonga o tempo de esvaziamento gástrico e aumenta a probabilidade de ocorrer refluxo esofágico. A passagem do conteúdo gástrico pelo duodeno pode ser retardada em até 12 h e a absorção dos fármacos administrados por via oral também é mais lenta. A morfina e outros agonistas geralmente diminuem a secreção de ácido clorídrico. A morfina diminui a atividade propulsora dos intestinos delgado e grosso e reduz as secreções intestinais. Os agonistas opiáceos suprimem a inibição rítmica do tônus muscular, causando aumentos concomitantes do tônus basal da musculatura lisa dos intestinos delgado e grosso. Isso aumenta a amplitude das contrações fásicas, que não são propulsoras. A taxa reduzida de trânsito do conteúdo intestinal, somada à redução das secreções intestinais, aumenta a absorção de água e a viscosidade do conteúdo intestinal e causa constipação. Os opioides atuam por meio dos receptores µδ desses neurônios secretomotores e inibem sua atividade excitatória dos enterócitos e, deste modo, reduzem a secreção intestinal. Sistema cardiovascular ➢ doses terapêuticas não altera PA, frequência e ritmo cardíaco. ➢ pode ocorrer vasodilatação periférica: inibição dos reflexos barorreceptores. Portanto, quando os pacientes deitados põem-se de pé, podem ocorrer hipotensão ortostática e síncope. ➢ Morfina provoca liberação de histamina pelos mastócitos, → vasodilatação; este efeito é revertido pela naloxona e bloqueado apenas em parte pelos antagonistas H1 ➢ Histamina: urticária e prurido no local da injeção, ou efeitos sistêmicos: broncoconstrição e hipotensão → Fentanil não produz esse efeito. A morfina pode produzir seu bem conhecido efeito terapêutico no tratamento da angina de peito e do infarto agudo do miocárdio pela diminuição da pré-carga, do inotropismo e do cronotropismo, alterando favoravelmente os determinantes do consumo miocárdico de O2. Estudos demonstraram que a morfina produz efeitos cardioprotetores. Esse fármaco pode mimetizar o fenômeno de pré-condicionamento isquêmico, no qual um breve episódio isquêmico paradoxalmente protege o coração contra a isquemia adicional. Esse efeito parece ser mediado por receptores que sinalizam por meio de um canal de K+ mitocondrial sensível ao ATP nos miócitos cardíacos; o efeito também é produzido por outras GPCRs que sinalizam através da Gi. Os opioides semelhantes à morfina devem ser usados com cautela nos pacientes com redução do volume sanguíneo, pois podem agravar o choque hipovolêmico. A morfina deve ser usada com muito cuidado em pacientes com cor pulmonar; existem relatos de mortes ocorridas depois do uso das doses terapêuticas habituais. O uso simultâneo de certas fenotiazinas pode aumentar o risco de hipotensão induzida por morfina. Tônus motor ➢ doses altas de opióides (ex. indução da anestesia) causam rigidez muscular. ➢ tremores suaves até espasmos generalizados. ➢ comum em doentes terminais tratados com doses altas. ➢ a hipertonia motora e a rigidez muscular são revertidas pelos antagonistas dos opiáceos. Outras ações ➢ podem ocorrer espasmos uterinos, da bexiga e dos ureteres. ➢ Neuroendócrinos: através dos receptores no eixo hipotalâmico-hipofisário-suprarrenal (HPSR) ocorre bloqueio de alguns hormônios, como cortisol, testosterona. ➢ os opióides alteram o ponto de equilíbrio dos mecanismos termorreguladores hipotalâmicos, assim a temperatura corporal em geral diminui ligeiramente. ➢ as doses terapêuticas de morfina causam dilatação dos vasos sanguíneos cutâneos. A pele da face, do pescoço e da parte superior do tórax frequentemente se torna ruborizada. ➢ modulam a função imunológica por efeitos diretos nas células do sistema imune e indiretamente por mecanismos neuronais mediados centralmente. morfina ➢ uso dor intensa. ➢ dor crônica intensa (ajustar dose para cada paciente). ➢ Nos adultos, a duração da analgesia produzida pela morfina aumenta progressivamente com a idade; contudo, o grau de analgesia obtida com determinada dose pouco se altera. ➢ analgesia para o paciente com ventilação mecânica. ➢ efeitos adversos: depressão respiratória, hipotensão, confusão, constipação, náuseas, vômitos, tontura, cefaleia, prurido. ➢ VO, R, IM, IV, SC, AI, SL. Absorção ➢ uso VO, parenteral (IV). ➢ VO: intenso metabolismo de 1º passagem (maiores doses); comprimido de liberação lenta. ➢ tempo ½ vida: 3-4 h ➢ circulação êntero-hepática. As preparações orais de liberação controlada são comercializadas para reduzir o número de doses diárias necessárias para produzir analgesia. Essas formulações contêm uma alta dose de opióide a ser liberada no decorrer de 12-24 horas. Infelizmente, pelo fato de conterem altas doses e serem amplamente utilizadas, as formulações de liberação prolongada têm sido associadas a um alto potencial de abuso, sobretudo quando são ilegalmente reformuladas para liberar de uma vez a dose inteira, em lugar de fazê-lo no decorrer de várias horas. A heroína (diacetilmorfina) é rapidamente hidrolisada em 6-monoacetilmorfina (6-MAM) que, por sua vez, é hidrolisada em morfina. A heroína e a 6-MAM são mais lipossolúveis que a morfina e entram facilmente no cérebro. Algumas evidências sugerem que a morfina e a 6-MAM sejam responsáveis pelas ações farmacológicas da heroína. Essa droga é excretada principalmente na urina, em sua maior parte como morfina livre e conjugada. Distribuição ➢ ligação a proteínas plasmáticas, variável afinidade. ➢ reservatório na musculatura esquelética. ➢ boa distribuição: BHE, placenta: Síndrome de Abstinência em RN. Metabolismo ➢ metabolização no fígado. ➢ metabólitos polares, excreção renal. ➢ Morfina é conjugada com ácido glicurônico no fígado, formando dois metabólitos principais: morfina-6-glicuronídeo (analgésico/ativo) e morfina-3-glicuronídeo (sem ação analgésica). ➢ é hidrofílica e, por esta razão, quantidades proporcionalmente menores do fármaco conseguem entrar no SNC, em comparação com os opioides mais lipofílicos. ➢ Excreção: renal. Embora as doses únicas de morfina sejam bem toleradas, o metabólito ativo, a morfina-6-glicuronídeo, pode acumular-se com a administração continuada e os sintomas de overdose opioide podem ocorrer. Esse metabólito também se acumula durante a administração repetida de codeína aos pacientes com disfunção renal. codeína ➢ bem absorvida (VO), com disponibilidade oral consideravelmente maior do que a morfina. ➢ uso devido aos efeitos antitussígeno (supressor da tosse), baixa potência analgésica (dor de cabeça, costas), antidiarréico, não induz euforia, constipação intensa. ➢ considerável metabolismo de 1º passagem. ➢ efeito teto de 60-90 mg a cada 4 h ➢ tem afinidade excepcionalmente baixa pelos receptores opióides e seu efeito analgésico é atribuído à sua conversão em morfina. Contudo, as ações antitussígenas da codeína podem envolver receptores diferentes que se ligam à própria codeína, que é utilizada comumente no tratamento da tosse. A meia-vida da codeína no plasma é de 2-4 h. ➢ atua como pró-fármaco: metabolizada em morfina e outros opioides ativos. ➢ Tylex 7,5/30mg: 500mg de paracetamol + 30 mg codeína. ➢ Codaten: associado ao diclofenaco de sódio. Os polimorfismos genéticos nas enzimas P450 2D6 e P450 3A4 do citocromo P450, que são responsáveis pela desmetilação da codeína, podem determinar variações individuais na resposta ao tratamento com codeína. Os compostos semi-sintéticos oxicodona e hidrocodona são análogos da codeína mais efetivos, que também estão disponíveis por via oral e são amplamente utilizados, muitas vezes em combinação com acetaminofeno. Outros polimorfismos (p. ex., genótipo CYP2D6*2x2) podem resultar no metabolismo ultrarrápido e, deste modo, aumentar a sensibilidade aos efeitos da codeína em razão dos níveis séricos mais altos que os níveisséricos esperados de morfina. Desse modo, é importante considerar a possibilidade de um polimorfismo das enzimas metabólicas em qualquer paciente que apresente efeitos tóxicos ou não consiga analgesia adequada com a codeína ou outros pró-fármacos opioides (p. ex., hidrocodona e oxicodona). propoxifeno ➢ (ou dextropropoxifeno) ↓ atividade analgésica. ➢ estruturalmente relacionado com a metadona. ➢ menos seletivo que a morfina, liga-se receptores opióides µ. ➢ incidência de efeitos adversos é semelhante a codeína. ➢ uso doses 90-120 mg na VO. ➢ as combinações de propoxifeno e ácido acetilsalicílico, bem como de codeína com ácido acetilsalicílico, produzem níveis mais altos de analgesia que se fosse administrado apenas um dos fármacos: Cloridrato de propoxifeno + AAS Sinergia e Codeína + paracetamol → sinergia A European Medicines Agency concluiu que os benefícios do dextropropoxifeno não superam os riscos, que os fármacos contendo dextropropoxifeno são analgésicos fracos com índice terapêutico exíguo e pouca eficácia no tratamento da dor; e que as combinações de paracetamol com dextropropoxifeno não são mais eficazes que as preparações que contêm apenas paracetamol. Por essa razão, esse órgão recomendou a suspensão gradativa da autorização para comercialização na União Europeia. Nos EUA, o FDA solicitou que as empresas retirem voluntariamente do mercado os produtos contendo propoxifeno, em vista das preocupações quanto aos efeitos cardiotóxicos do fármaco em doses terapêuticas. tramadol ➢ usado como analgésico para dor pós-operatória, dor neuropática. ➢ VO, IM ou IV para dor moderada a intensa. ➢ agonista fraco nos receptores μ e age inibindo a recaptação de NA e 5-HT. ➢ reações adversas: reações anafiláticas, tontura, convulsões. ➢ potência analgésica 5-10 x menor que a morfina. ➢ 100-300mg/dose diária. ➢ no tratamento das dores brandas a moderadas, o tramadol é tão eficaz quanto a morfina ou a meperidina. Contudo, para o tratamento das dores graves ou crônicas, o tramadol é menos eficaz. O tramadol é tão eficaz quanto à meperidina no tratamento da dor do trabalho de parto e pode causar menos depressão respiratória neonatal. Associação: analgésicos opióides codeína e propoxifeno) e AAS ou paracetamol ➢ combinação de agentes com mecanismos e sítios diferentes de ação, analgesia maior se comparar com cada fármaco isolado. ➢ uso de doses menores de cada agente. ➢ menor toxicidade. ➢ diferente perfil de efeitos adversos. ➢ sem vantagem em uso de dor leve. → Fosfato de codeína + paracetamol (uso oral de 30 mg+ 500 mg, a cada 4 horas); → Fosfato de codeína + diclofenaco sódico (uso oral de 50 mg+ 50 mg, a cada 8 horas); → Napsilato De dextropropoxifeno + ácido acetilsalicílico (uso oral de 50 mg+ 325 mg, a cada 4 horas); → Tramadol+ paracetamol(uso oral de 37,5 mg+ 325 mg, a cada 4 ou 6 horas). fentanil ➢ agonista sintético. ➢ ação curta e alta potência (100x). ➢ ações semelhantes às da morfina, porém com início mais rápido (dor intensa) e menos duradoura (T½ 1-2h). ➢ uso na anestesia (IV). ➢ dor crônica: TD ➢ como a fentanila não é bem absorvida pelo trato GI, a melhor absorção ocorre por via bucal. oxicodona ➢ tratamento de dor aguda e crônica. ➢ uso em associação com não opioides. ➢ VO liberação lenta. ➢ “fármaco de abuso”. Em virtude de sua alta lipofilicidade, o fentanil é biodisponível através de diversas vias peculiares. Por exemplo, o fentanil foi formulado em pastilhas para administração trasmucosa bucal, que é particularmente valiosa para evitar o tratamento parenteral em pacientes pediátricos. O fentanil também pode ser administrado por via transdérmica, na forma de disco que libera lentamente o fármaco, proporcionando analgesia sistêmica de ação longa. O alfentanil, que é ainda mais potente do que o fentanil, e o sufentanil, que é menos potente, estão estruturalmente relacionados com o fentanil. metadona ➢ agonista sintético. ➢ semelhante à morfina. ➢ com duração de ação mais longa (T½ 24h). ➢ menos abstinência que a da morfina. ➢ tolerância e dependência (lenta). ➢ uso no tratamento supressivo de adictos de opioides e controle da dor do câncer (em conseqüência de sua longa duração de ação). ➢ seus efeitos analgésicos duram, tipicamente, 4 a 8 horas. ➢ uso dor intensa. etorfina ➢ análogo da morfina, 1000 x mais potente que a morfina, com ação semelhante. ➢ usada na prática veterinária. buprenorfina ➢ agonista parcial nos receptores μ produz forte analgesia, com sintomas eufóricos mais leves. ➢ há limite de uso devido forte efeito depressivo respiratório. ➢ tem longa duração (12h) e pode ser difícil de reverter com a naloxona. ➢ inativa por VO devido ao efeito de 1º passagem. ➢ vias: SL, TD, IM. Ela pode causar sintomas de abstinência nos pacientes que utilizam agonistas dos receptores opioides há várias semanas. A buprenorfina antagoniza a depressão respiratória produzida pelas doses anestésicas da fentanila, assim como ocorre com a naloxona, sem reverter por completo a analgesia opioide. meptazinol ➢ VO ou parenteral. ➢ duração de ação mais curta que a da morfina. ➢ relativamente livre de efeitos adversos semelhantes aos da morfina, não causando disforia ou euforia. ➢ produz náuseas, sedação e tontura. ➢ em razão da curta duração da sua ação e da ausência da depressão respiratória, pode ter vantagens para a analgesia obstétrica. petidina (meperidina) ➢ agonista sintético. ➢ agonista com eficácia analgésica semelhante à da morfina; 75-100 mg de meperidina equivalem a 10 mg de morfina. ➢ sua atividade analgésica fica reduzida à metade quando administrada por via oral, e, com freqüência, o fármaco produz disforia. ➢ similar a morfina em seus efeitos, produz agitação e não sedação (causar dependência). ➢ ação antimuscarínica adicional (boca seca e embaçamento visual). ➢ sua duração de ação é a mesma ou um pouco mais curta que a da morfina. ➢ uso durante o trabalho de parto, pois não reduz a força de contração uterina. ➢ eliminada lentamente no RN, e pode ser necessário o uso de naloxona para reverter a depressão respiratória no bebê. ➢ não deve ser utilizado por mais de 48 h ou em doses maiores que 600 mg/dia. ➢ Meperidina + IMAO: excitação e convulsão. ➢ metabólito tóxico: normeperidina. A concentração plasmática de pico ocorre habitualmente em ~ 45 min, mas a variação é ampla. Após administração oral, apenas ~ 50% escapam ao metabolismo de primeira passagem e entram na circulação e as concentrações plasmáticas de pico geralmente ocorrem em 1-2 h. A meperidina é metabolizada principalmente no fígado com meia-vida de ~ 3 h. Nos pacientes com cirrose, a biodisponibilidade da meperidina (metabólito N-demetil) aumenta até 80% ou mais e as meias-vidas da meperidina e da normeperidina são prolongadas. Apenas uma pequena quantidade de meperidina é excretada sem alterações. A normeperidina é excretada pelos rins, e a sua meia-vida de eliminação é mais longa que a da meperidina; por conseguinte, a toxicidade da meperidina representa um problema particular com o uso de doses repetidas do fármaco ou em pacientes com doença renal crônica. Ao contrário de outros opióides, a meperidina provoca mais midríase do que miose. naloxona ➢ antagonista de opióides. ➢ afinidade pelos receptores μ, к e δ. ➢ produz reversão rápida dos efeitos de opioides. ➢ pouco efeito sobre o limiar dor, pode causar hiperalgesia sob condições de estresse ou inflamação, quando são produzidos opióides endógenos (ex, pacientes submetidos à cirurgia dental). ➢ efeito curto (1-2h). ➢ como a meia-vida da naloxona é mais curta que a da morfina, não é seguro deixar o paciente não assistido imediatamente após o tratamento bem-sucedido de um episódio de depressão respiratória com naloxona; a monitoração do paciente só pode ser afrouxada quando houver certeza de que a morfina não se encontra mais no sistema. ➢ uso IV, IM → embora seja prontamente absorvida no trato gastrintestinal, a naloxona é quase completamente metabolizada pelo fígado antes de alcançar a circulação sistêmica e, por estarazão, deve ser administrada por via parenteral. ➢ uso clínico: tratamento de overdoses de opioides; tratamento de constipação; tratamento de sindromes associadas ao abuso. Antagonistas são utilizados para reverter os efeitos colaterais potencialmente fatais da administração de opióides, especificamente a depressão respiratória. naltrexona ➢ uso na adição de opióides. ➢ VO. ➢ efeitos adversos: danos hepáticos, embolia, trombose. Foram desenvolvidos antagonistas restritos à periferia, como o alvimopam, para reduzir o íleo pós-operatório e melhorar os efeitos gastrintestinais do uso crônico de opióides. consequências funcionais da ativação aguda e crônica dos receptores opióides A perda do efeito com a exposição aos opiáceos ocorre depois de intervalos curtos e longos. Internalização Os receptores μ e δ podem passar por um processo de internalização mediada pela β-arrestina, enquanto os receptores κ não sofrem internalização depois da exposição prolongada a um agonista. Dessensibilização Ativação transitória (minutos a horas), desaparece à medida que ocorre a depuração do agonista. A dessensibilização aguda provavelmente depende da fosforilação dos receptores, resultando no desacoplamento do receptor de sua proteína G e/ou na interiorização do receptor. Dessensibilização receptores ⇨ Tolerância ⇨ Dependência ⇨ Síndrome de abstinência ⇨ Adicção tolerância Uso repetitivo ↓ efeito terapêutico ➢ redução da eficácia do fármaco com a administração repetida ou contínua (dias a semanas). ➢ sem tolerância: miose pupilar. ➢ tolerância moderada: constipação, vômitos, analgesia e sedação. ➢ tolerância rápida: efeito euforigênico. ➢ a tolerância aos opioides pode não estar relacionada com a dessensibilização dos receptores, mas sim com a falta de dessensibilização. Em geral, os agonistas opiáceos de determinada classe comumente mostram resposta reduzida em um sistema que se tornou tolerante a outro fármaco da mesma classe (p. ex., tolerância cruzada entre os agonistas μ, com a morfina e a fentanila). Essa tolerância cruzada não é consistente ou completa e, por esta razão, constitui a base para a alternância entre os fármacos opioides utilizados na prática clínica. dependência ➢ descreve um estado de adaptação, evidenciado pela síndrome de abstinência específica para a classe de receptor/fármaco, que é produzida pela interrupção da exposição à substância (p. ex., abstinência do uso de uma droga) ou pela administração de um antagonista (p. ex., naloxona). ➢ dependência física de opioides é definida como um estado neuroadaptativo. ➢ no estado de tolerância observa-se a dependência. ➢ necessidade de aumentar a dose para atingir o mesmo efeito farmacológico. ➢ responsável: receptores μ nos sistema: mesolímbico e dopaminérgico. ➢ fatores psicológicos. adicção ➢ comportamento de uso compulsivo de uma droga. ➢ efeitos recompensa: motivo para o início o uso ilícito. ➢ essa propriedade recompensadora está sujeita ao desenvolvimento de tolerância. ➢ evitar o aparecimento dos sintomas da síndrome de abstinência. ➢ a dependência não é sinônimo de adicção. ➢ tolerância e dependência são respostas fisiológicas observadas em todos os pacientes, em vez de indicadores de adicção. Ex: dor associada ao câncer geralmente requer tratamento prolongado com doses altas de opioides, que causam tolerância e dependência. Contudo, o uso abusivo nesses casos não é considerado comum. Síndrome de abstinência ➢ ocorre com a retirada do fármaco ou uso de antagonista. ➢ ocorre com os agonistas dos receptores μ. ➢ dias ou semanas, com sintomas de agitação, coriza, diarreia, tremores e piloereção. ➢ a intensidade é variada. ➢ os sinais são muito menos intensos se a retirada do opioide for gradual. ➢ alguns analgésicos opioides, como codeína, buprenorfina e tramadol, têm menos probabilidade de causar dependência. Sinais e sintomas ➢ agitação, hiperalgesia, hipertermia, hipertensão, diarreia, dilatação pupila, secreção hormônios hipófise, disforia, ansiedade e depressão. Os opioides epidurais e intratecais causam seus próprios efeitos colaterais dose-dependentes, inclusive prurido, náuseas, vômitos, depressão respiratória e retenção urinária. Os opioides hidrofílicos como a morfina têm tempos de permanência mais longos no líquido cerebrospinal; por esta razão, após administração intratecal ou epidural de morfina, pode-se observar depressão respiratória tardia por até 24 h depois de uma dose intermitente. O risco de depressão respiratória tardia é menor com os opioides lipofílicos. O uso dos opioides intraespinhais em pacientes que nunca usaram estes fármacos é reservado para o controle da dor pós-operatória no ambiente hospitalar monitorado. A administração epidural dos opioides tornou-se popular como tratamento da dor pós-operatória e como analgesia durante o trabalho de parto e o nascimento. Níveis sistêmicos mais baixos dos opioides são conseguidos com a administração epidural, resultando em menos transferência placentária e menos possibilidade de causar depressão respiratória do recém-nascido. Entre os fármacos aprovados para administração espinal estão algumas preparações do sulfato de morfina e da sufentanila sem conservantes. A via de administração espinal constitui um ambiente incomum, no qual o neuroeixo pode ficar exposto a concentrações excessivamente altas de um fármaco por períodos longos; a segurança evidenciada com outra via (p. ex., oral, IV) pode não corresponder à segurança observada depois da administração espinal. Os narcóticos intraespinhais comumente são combinados com outros fármacos, inclusive anestésicos locais, bloqueadores do canal de Ca2+ tipo N (p. ex., ziconotida), agonistas α2-adrenérgicos e agonistas do GABAB. O sinergismo entre os fármacos com mecanismos de ação diferentes permite o uso de concentrações menores dos dois fármacos, atenuando os efeitos colaterais e as complicações induzidas pelos opioides. Temp� d� tratament� odontológic� ➢ em geral, uso em associação de analgésico não-opioide e opioide, em doses fixas, por 2 a 3 dias, período em que as dores pós-operatórias são mais intensas. ➢ após esse tempo, excetuando-se situações de complicações pós-cirúrgicas, a dor tende a ser de leve-moderada, requerendo apenas o uso de analgésico não-opioide. ➢ para procedimentos de maior porte, em que é empregado analgésico opioide isoladamente, a duração de tratamento é condicionada pela persistência da dor de maior intensidade. O mesmo ocorre em casos de dores crônicas.
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