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IFPB – Campus Monteiro 
Disciplina: Higiene e Segurança do Trabalho 
Professora: Me. Ana Camila Rodrigues de Oliveira 
 
ESTUDO DE CASO: ACIDENTE DO TRABALHO FATAL DURANTE OPERAÇÃO DE BETONEIRA 
 
Informações sobre a empresa 
Contratante 
Natureza da atividade principal: construção de edifícios 
Contratada 
Natureza da atividade principal: construção de edifícios 
Número de trabalhadores: 53 trabalhadores 
 
Informações sobre o trabalhador 
Sr. A 
Sexo: masculino Idade: 25 anos 
Função: servente de obras 
Admissão: 1º/2/2006 
Óbito: 13/2/2006 
 
INTRODUÇÃO 
O acidente ocorreu em uma obra de construção de casa térrea. 
Em inspeção realizada, no dia 7 de março de 2006, verificou-se que o local não estava isolado e que 
a betoneira envolvida no acidente havia sido removida da obra em questão e transferida para outra, no 
mesmo loteamento. 
 
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE 
O acidente ocorreu em 13/2/2006, em uma obra de construção civil de uma casa térrea em 
loteamento. No momento da inspeção, foram encontradas sete pessoas trabalhando no local e, também, o Sr. 
B, que relatou ter assistido ao acidente e afirmou ter sido demitido por ser “muito contestador” e reclamar 
das más condições de trabalho. 
Conta o Sr. B, que no dia do acidente, a betoneira encontrava-se posicionada na pista de rolamento 
da rua, encostada ao meio-fio da calçada, e que ela estava colocada “no molhado”, pois existia uma ruptura 
de um cano de esgoto, acima, na rua, e esta água escorria pelo meio-fio, bem no local onde a máquina se 
encontrava. O falecido estava trabalhando de servente, e sua tarefa consistia em alimentar a betoneira de 
areia, cimento, brita e água, além de remover o concreto pronto, levando-o aos outros trabalhadores. Como a 
betoneira estava “no molhado”, o trabalhador molhava os pés para operá-la e, nestas condições, trabalhou a 
manhã inteira. Além disto, ao invés de EPI, usava tênis, pois não haviam sido fornecidas botinas. O trabalho 
transcorria normalmente, até que, em determinado instante, a vítima foi girar a roda lateral, que abaixa a 
boca da betoneira, e recebeu o choque elétrico, ficando parada no lugar, de pé. 
 
Figura 1: Local do Acidente 
 
O Sr. B ainda descreve que o colega de trabalho, Sr. C, que trabalhava com o falecido, aproximou-
se e tocou nele, também recebendo um choque. O Sr. C, então, desligou a energia elétrica no botão da 
betoneira, e o Sr. A tombou ao solo, caindo de barriga para cima, na calçada, em frente ao equipamento. 
Nesta hora, a betoneira terminou de virar a caçamba e derramou concreto fresco sobre o trabalhador, “nos 
peitos e na cara do cara caído”. O concreto fresco tapou a boca e o nariz, mas não chegou aos olhos. 
Em seguida, vieram os colegas acudir. Tiraram o que puderam do concreto, mas ainda ficou um 
pouco na boca, fazendo com que o falecido respirasse com dificuldade. 
 
Figura 2: Fiação elétrica no meio da rua 
 
Havia, no local, um veículo de propriedade da empresa contratada, que não foi disponibilizado para 
fazer a remoção do acidentado. 
O trabalhador ficou aproximadamente 30 minutos esperando remoção, até que uma senhora 
enfermeira (vizinha) informou que a respiração estava piorando. Neste momento, um senhor ofereceu a sua 
caminhonete para fazer a locomoção. Na caminhonete, foram o acidentado e mais quatro pessoas. No 
caminho encontraram com a viatura do SAMU, próximo da saída do loteamento, para onde o acidentado foi 
transferido e onde foram prestados os primeiros socorros. 
Ainda, segundo os trabalhadores, a betoneira estava em mau estado de funcionamento, “na 
gambiarra”, cheia de remendos mal-feitos, com os botões deacionamento em mau estado, com tomada de 
energia irregular. Não havia plugue e a energia elétrica era tirada diretamente do poste de luz, por meio de 
um “gato”, que consistia em prender as pontas desencapadas dos fios de alimentação da betoneira 
diretamente nos fios superiores do poste de luz, por meio de ganchos improvisados ou do próprio fio da 
betoneira, desencapado e dobrado. Informaram que o “gato” era feito por ordem da construtora, para não ter 
de pagar a conta da luz, e que a betoneira posteriormente tinha sido arrumada, e se encontrava em operação 
em outra obra, acima, na mesma rua. 
O Sr. C, que trabalhava em dupla com o falecido, nos informou, em linhas gerais, a mesma coisa. 
Disse que estava buscando brita enquanto o falecido buscava concreto, e que estava de costas e ouviu um 
grito. Então, veio correndo e tentou tirar o Sr. A dali, mas tomou um choque muito forte. Quando alcançou o 
botão de luz, o Sr. A caiu no chão e o concreto caiu no seu rosto. A espera por atendimento foi de 30 a 40 
 
minutos. 
A vizinha, Sra. D, disse que os fios da betoneira eram cheios de emendas e havia um fio que ia até a 
tomada da extensão. Esta extensão é que ia até o “gato” no poste. 
 
Figura 3: Betoneira envolvida no acidente 
 
Posteriormente, quando nos dirigimos até o local onde se encontrava a betoneira, constatamos que 
as “arrumações”, que a empresa construtora havia executado, eram insuficientes e procedemos à interdição. 
 
Dados do Acidente 
A causa imediata do acidente foi eletroplessão (morte causada por descarga elétrica) e bloqueio 
mecânico das vias respiratórias, consequente a choque elétrico.

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