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Prévia do material em texto

PROFESSORAS
Me. Maria Cristina Araújo de Brito Cunha
Me. Michele Vanessa Werner
Esp. Andressa Bareta 
Esp. Priscila de Almeida Souza 
Esp. Silviane Del Conte Curi
Gestão do 
Sistema Único 
da Assistência 
Social e o 
Trabalho Social 
com Famílias
ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
EXPEDIENTE
Coordenador(a) de Conteúdo 
Maria Cristina Araujo de Brito Cunha
Projeto Gráfico e Capa
André Morais, Arthur Cantareli e 
Matheus Silva
Editoração
Adrian Marçareli dos Santos
Design Educacional
Amanda Peçanha
Revisão Textual
Anna Clara Gobbi dos Santos
Ilustração
Andre Luis Azevedo da Silva
Fotos
Shutterstock
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de 
Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas 
Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de 
Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia 
Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia 
Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. BARETA, Andressa; CUNHA, 
Maria Cristina Araújo de Brito; SOUZA, Priscila de Almeida; 
WERNER; Michele Vanessa 
Gestão do Sistema Único da Assistência Social e o 
Trabalho com Famílias. Andressa Bareta, Maria Cristina 
Araújo de Brito Cunha, Michele Vanessa Werner, Priscila de 
Almeida Souza. Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 
188p.
ISBN 978-85-459-2131-8
“Graduação - EaD”. 
1. Social 2. Família 3. Sistema. I. Título. 
CDD - 22 ed. 362
FICHA CATALOGRÁFICA
Reitor 
Wilson de Matos Silva
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história 
avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, 
ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria-
mente para que nossa educação à distância continue 
como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre 
quatro pilares que consolidam a visão abrangente 
do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o 
profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for-
mando profissionais cidadãos que contribuam para o 
desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. 
Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor-
tante para o cumprimento integral desta missão: o 
coletivo. São os nossos professores e equipe que 
produzem a cada dia uma inovação, uma transforma-
ção na forma de pensar e de aprender. É assim que 
fazemos juntos um novo conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos como este 
produzidos anualmente, com a distribuição de mais 
de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos-
sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 
polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, 
Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre 
os 10 maiores grupos educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário Quin-
tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem 
muda o mundo são as pessoas. Os livros só 
mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportu-
nidade de fazer a sua mudança!
Tudo isso para honrarmos a 
nossa missão, que é promover 
a educação de qualidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais 
cidadãos que contribuam para 
o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Michele Vanessa Werner
Olá! Meu nome é Michele Vanessa Werner e vou contar 
um pouquinho da minha história e meu currículo. 
Venho de uma cidade no interior do Paraná que se 
chama Santa Helena. Por ser uma cidade pequena, para 
fazer faculdade tive que me deslocar por quatro anos 
para Foz do Iguaçu, onde cursei Relações Internacionais. 
Por ser um curso muito amplo, na graduação eu estudei 
desde política, economia, história e comércio exterior, ou 
seja, toda essa movimentação que existe na sociedade, 
desde o passado até os dias atuais. Mas, como em todo 
curso o estudante acaba se identificando mais com algu-
ma área específica, eu voltei para a área social. 
Neste período de graduação, o contato com ONGs e 
entidades do terceiro setor era muito grande, o que moti-
vou após um tempo a procura pelo Mestrado em Serviço 
Social em busca de conhecer um pouco mais sobre a pro-
fissão do Assistente Social. As coisas foram fluindo, iniciei 
a Graduação em Serviço Social e também o mestrado, 
onde consegui uma bolsa de pesquisa pela CAPES. 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11207
O mestrado foi realmente um desafio que acontecia 
em minha vida, tendo paralelamente a isso uma pande-
mia que assolava o mundo inteiro. Iniciei o estágio de 
docência no curso de graduação e foi possível ampliar 
meu desenvolvimento como professora, que foi muito 
gratificante!. Minha pesquisa final foi sobre a política de 
saneamento básico e a realidade de crianças e adolescen-
tes que vivem sem esse direito social. 
Atualmente sou funcionária pública e docente da Uni-
cesumar, e trago um pouco da minha história para que 
de certa forma possa te incentivar a seguir um caminho 
com muita dedicação e fé. 
Grande abraço e bons estudos!
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6146629580035719
Como garantir a proteção social de milhões de famílias brasileiras em meio a uma 
pandemia? Uma vez instalada a situação emergencial que o Covid-19 causou, ficou 
ainda mais notória a importância da Assistência Social para enfrentá-la. Com isso, o 
SUAS teve que se ampliar e lidar com questões muito maiores e que até então não 
faziam parte da rotina profissional. Desafios esses que envolviam desde a ausência de 
recursos, até a impossibilidade de se fazerem visitas domiciliares.
O Sistema único da Assistência Social foi criado em 2005, no intuito de proteger a 
população de riscos sociais. Essas ações se dividem entre a Proteção Social Básica e a 
Proteção Social Especial. Este trabalho social realizado em todos os municípios brasilei-
ros iniciam no CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, é neste local que as fa-
mílias adquirem as primeiras informações sobre benefícios e outros encaminhamentos. 
Abordamos neste livro sobre a gestão do Sistema Único da Assistência Social e do 
Trabalho social com as famílias, um importante pilar na formação dos futuros assis-
tentes sociais e de como funcionará o seu trabalho. Porém, mais do que apresentar 
o conteúdo e teorias a respeito, é necessário dar ênfase que o Serviço Social segue a 
risca os conhecimentos teórico-práticos da Norma Operacional Básica (NOB/RH) no 
SUAS, e por isso é tão relevante compreender cada regra e cada objetivo proposto 
na legislação, enquanto processo de construção da cidadania e garantia de direitos 
sociais. Para uma imersão neste assunto tão importante, leia a Norma Operacional 
Básica do SUAS e anote os procedimentos mais importantes no trabalho profissional 
dos Assistentes Sociais.
GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DA ASSISTÊNCIA 
SOCIAL E O TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS
Acesse o QR CODE ao lado para ter acesso ao material indicado.https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14174
Você já se perguntou como o SUAS consegue se organizar em meio a tantos municí-
pios brasileiros e a vasta imensidão do território nacional?. A gestão e o desenvolvimen-
to do SUAS envolvem muitos fatores, desde os seus eixos estruturantes até o funciona-
mento junto ao Ministério da Cidadania (antigo Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à fome - MDS) - onde foram criadas diversas publicações, relatórios técnicos 
orientando o funcionamento deste sistema. Além de compreender esta transição de 
ministérios nos últimos anos, é preciso destacar a importância das Conferências Nacio-
nais de Assistência Social na construção, consolidação e aperfeiçoamento do sistema.
Dentro deste contexto, esta gestão não funcionaria sem os seus instrumentos, que 
oferecem suporte na Gestão da Informação, monitoramento e avaliação do SUAS, além 
dos planos e orçamentos da Assistência Social, que devem ser corretamente elabora-
dos. Devido ao amplo funcionamento da tecnologia nos últimos anos, o SUAS conta 
com uma ferramenta essencial neste processo, a Secretaria de Avaliação e Gestão da 
Informação - SAGI, que elabora anualmente um relatório com o intuito de apresentar 
informações e avaliar resultados. O êxito na gestão do SUAS se deve muito ao compi-
lado de dados fornecidos pelos municípios brasileiros à SAGI, proporcionando novos 
subsídios para a população beneficiária. 
Todos os instrumentos e as ferramentas utilizados no SUAS pautam as ações para 
garantir direitos socioassistenciais e proteção social a indivíduos e a famílias. As ações 
que são propostas como atividades, programas, planos e projetos são desenvolvidas e 
executadas por profissionais específicos a cada nível de proteção social. Assim, a base 
conceitual de Trabalho Social se manifesta contemplando a listagem dos profissionais 
necessários aos níveis de proteção básica e especial, a equipe de referência exigida 
pela legislação concernente, em equipamentos públicos e/ou privados, como também 
a origem de recursos para o financiamento dessas equipes de referência. 
Para tanto, os profissionais que venham a compor as equipes de atendimento e 
referência do SUAS nos equipamentos públicos e privados têm garantido pela Política 
Nacional de Capacitação do SUAS o nivelamento dos conhecimentos para que a pa-
dronização dos serviços atendam às demandas sociais com a mesma qualidade em 
todo território nacional. Assim, a capacitação dos profissionais do SUAS pauta-se nas 
atribuições específicas de cada função, que compõem os Serviços de Proteção Social Bá-
sica e Serviços de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade. Dessa forma, 
algumas legislações sociais são essenciais que o profissional conheça para desenvolver 
suas atribuições com sucesso no atendimento e encaminhamento da demanda.
Ao longo deste estudo, nossa discussão será norteada pelo trabalho social realiza-
do pela equipe de atendimento da rede socioassistencial, com as famílias brasileiras 
nos serviços de proteção social básica e nos serviços de proteção social especial de 
média e alta complexidade da Política Nacional de Assistência Social. Sob tal enfoque, 
o conceito de vulnerabilidade social e de família se apresentam, sendo essenciais ao 
exercício profissional do trabalho em rede com as famílias na perspectiva do SUAS. 
Nesse processo, trataremos do trabalho da equipe técnica no atendimento social com 
as famílias, bem como o atendimento em rede, como mecanismo de proteção social e 
garantia de acesso a direitos e serviços, e como a equipe de referência atua no acom-
panhamento às famílias em situação de vulnerabilidade. 
Sejam bem-vindos e vamos juntos conhecer sobre este sistema tão fundamental 
em nosso país e para a Assistência Social! 
IMERSÃO
RECURSOS DE
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos 
de maneira interativa usando a tec-
nologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, 
esteja conectado à internet e inicie 
o aplicativo Unicesumar Experien-
ce. Aproxime seu dispositivo móvel 
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex-
plore as ferramentas do App para 
saber das possibilidades de intera-
ção de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento 
é sempre bem-vinda. Posicionando 
seu leitor de QRCode sobre o códi-
go, você terá acesso aos vídeos que 
complementam o assunto discutido.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
OLHAR CONCEITUAL
Neste elemento, você encontrará di-
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, 
esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara
Professores especialistas e convi-
dados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a 
oportunidade de explorar termos 
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
3 4
5
GESTÃO E 
DESENVOLVIMENTO 
DO SUAS: EIXOS 
ESTRUTURANTES
11
GESTÃO E 
DESENVOLVIMENTO DO 
SUAS: INSTRUMENTOS 
DE GESTÃO
39
65
GESTÃO E 
DESENVOLVIMENTO DO 
SUAS: TRABALHADORES
DO SUAS.
107
TRABALHO SOCIAL COM 
FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO 
DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO 
SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL DE 
MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE.
143
O TRABALHO 
EM REDE COM 
FAMÍLIAS NA 
PERSPECTIVA 
DO SUAS
1Gestão e Desenvolvimento do SUAS: Eixos 
Estruturantes
Me. Michele Vanessa Werner
Nesta unidade você poderá compreender um pouco mais sobre o Sis-
tema Único da Assistência Social - SUAS, desde a estrutura atual como 
também as suas bases históricas. O contexto pandêmico do (Covid-19) 
apesar de ter dado notoriedade à importância do SUAS, também de-
monstrou as fragilidades desta política. Diante disso, você como futu-
ro(a) Assistente Social, poderá entender nesta unidade como se deu 
o processo de criação e funcionamento deste sistema, buscando ao 
decorrer desta e das outras unidades, identificar e relacionar quais 
aspectos que podem ser melhorados na política do SUAS.
UNIDADE 1
12
Se você tivesse no comando de uma política pública de Assistência Social, onde 
o compromisso fosse enfrentar uma situação de emergência no Brasil, sabendo 
que nesta política, haveria recursos limitados, alta demanda e dificuldade de im-
plantação desses comandos nos municípios, o que você faria?. 
Imagine que o Sistema Único da Assistência Social seja o principal meio para 
que famílias tenham acesso a serviços básicos de proteção social, em meio a di-
versos problemas que vivenciam, mas que agora essa demanda tenha triplicado e 
a sua margem de atuação enquanto dirigente desta política seja um tanto quanto 
limitada por diversos aspectos, qual seria a melhor saída?. 
Este é um questionamento que o Ministério da Cidadania e a Assistência 
Social vêm se perguntando desde a chegada da pandemia do Coronavírus 
em 2019. As medidas urgentes exigiram um dinamismo por parte do sistema 
público, necessitando de informações atualizadas, procedimentos técnicos e 
monitoramentos com precisão e agilidade. 
Já falamos sobre os novos desafios que passaram a fazer parte do SUAS, agora 
você estudante conhecerá um pouco mais sobre a estrutura deste sistema, mas ficando 
com a tarefa importante de acompanhar a atuação do SUAS em seu município, iden-
tificando possíveis estratégias para torná-lo cada vez mais acessível e universalizado.
A proteção social aos cidadãos se dá por meio da Assistência Social ofereci-
da pelo SUAS. Recentemente, com a pandemia do Covid-19 o governofederal 
buscou medidas para controlar os impasses econômicos e sociais provocados, 
proporcionando um suporte financeiro às pessoas de baixa renda e trabalhadores 
informais. Embora o SUAS tenha se organizado da melhor forma para atender 
às crescentes e novas demandas que surgiram desde 2019, o mesmo carece de 
adaptações frente aos desafios que surgem na sociedade.
13
Para um primeiro contato com o SUAS e estar por 
dentro dos desafios que o sistema enfrenta com a 
pandemia, indicaremos que você consulte o site 
oficial do Ministério da Cidadania e do SUAS para 
analisar as ações e deliberações acerca deste assunto. 
Você conhece algum Assistente Social que faz 
parte da equipe do SUAS de seu município? Se pos-
sível, converse com algum profissional e questione 
quais desafios tem feito parte do trabalho desta pessoa atuando neste sistema. 
Utilize o diário de bordo para responder a essas reflexões.
UNICESUMAR
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13603
UNIDADE 1
14
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DO SUAS: EIXOS 
ESTRUTURANTES
Para que possamos compreender o processo de gestão e desenvolvimento 
do SUAS, é necessário discutir sobre as suas bases, suas estruturas históricas, 
legais e sociais, que perpassam não somente esses componentes, mas toda a 
gama de ações que movimentam a sociedade brasileira, desde a gênese dos 
movimentos sociais que reivindicaram e reivindicam a garantia de direitos 
humanos, sociais e constitucionais até a construção de um sistema para ga-
rantir a proteção social de indivíduos e famílias.
Para tal estudo, iniciaremos a discussão pautando-nos na construção histórica 
e na formatação básica da estrutura organizacional do SUAS, sua composição 
e sua origem, mas não sem antes conhecer o órgão que coordena o sistema, o 
Ministério da Cidadania, e sua posição na estrutura de Estado.
Ministério Da Cidadania - Espaço Na Estrutura Ad-
ministrativa
Figura 01: Logo Do Ministério Da Cidadania (2021)
Fonte: BRASIL. Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. Assinatura do Ministério da Cidada-
nia. 1 fotografia. 2021. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/cidadania/marca_gov/
horizontal/ASSINATURA_CIDADANIA_216X64px.png. Acesso em 26 abr. 2021. 
Descrição da Imagem: na imagem há a bandeira do Brasil nas cores azul, verde e amarelo, e ao lado 
direito a escrita pátria amada Brasil e governo federal abaixo, e ao lado esquerdo a escrita ministério da 
cidadania na cor cinza.
15
Antes de iniciarmos o conhecimento sobre o atual Ministério da Cidadania, pre-
cisamos resgatar sobre o antigo Ministério do Desenvolvimento Social – MDS 
e a sua importância para a Assistência Social no Brasil. O MDS foi criado, em 
janeiro do ano de 2004, com o objetivo de promover a inclusão social, a seguran-
ça alimentar, a assistência integral e uma renda mínima às famílias em situação 
de pobreza. Para compreendermos a posição ocupada pelo MDS na estrutura 
governamental, visualizamos suas bases, conhecendo a origem de um ministério.
Pautada na legislação brasileira, a pessoa que ocupar a função de Presidente 
da República, por meio de lei especial, tem o poder de criar, modificar a estrutu-
ra e extinguir ministérios, secretarias ou órgãos da administração pública. Essa 
atribuição é exercida quando são necessários arranjos e rearranjos institucionais 
na organização pública, visando o cumprimento de sua missão.
A ordem da estrutura da organização pública, no Poder Executivo Federal, 
projeta-se no intuito de fortalecer estratégias, de se ajustar aos sistemas de gestão, 
com vistas ao sucesso das ações do Estado, e atua com base nos princípios consti-
tucionais da Administração Pública, conforme o art. 37 da CF/88, de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Nessa estrutura, os minis-
térios integram a cúpula administrativa e hierárquicamente são subordinados 
diretamente à Presidência da República, tendo autonomia técnica, financeira 
e administrativa para planejar e executar ações nas suas áreas de competência. 
Incluindo, entre esses, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário – MDS, 
atual Ministério da Cidadania, que é responsável pela coordenação da Política 
Nacional da Assistência Social - PNAS, e um de nossos focos de estudo. No ano 
de 2018, outros ministérios foram agrupados com outros no intuito de enxugar 
a máquina pública. Diante disso, os Ministérios que no ano de 2021 constituem 
o governo federal são: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mi-
nistério da Cidadania, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Ministério 
das Comunicações, Ministério da Defesa, Ministério da Economia, Ministério da 
Educação, Ministério da Infraestrutura, Ministério da Justiça e Segurança Pública, 
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Ministério da Saúde, 
Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Minas e Energia, Ministério do 
Desenvolvimento Regional, Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Turis-
mo e o Ministério do Trabalho e Previdência (BRASIL, 2021).
 Cabe aos Ministérios criar normas, acompanhar e avaliar programas fede-
rais, estabelecer estratégias, diretrizes e prioridades na aplicação dos recursos 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
16
públicos. O Ministro de cada pasta é responsável pela coordenação e supervi-
são dos órgãos e entidades da administração federal na sua área, e é escolhido 
pelo(a) Presidente da República. Cada ministério tem, atrelado a si, secretarias, 
que são responsáveis por estimular o compartilhamento das responsabilidades 
entre Estado e sociedade, e sua atuação está fundamentada na garantia do prin-
cípio constitucional da participação social, enquanto afirmação da democracia. 
Constroem os espaços de participação da sociedade na elaboração das políticas 
públicas, conhecidos como conselhos de gestão pública.
Com base nas informações publicadas por órgão governamental, atualmente, 
as secretarias diretamente atreladas à Presidência da República são a Secretaria 
Especial de Assuntos Federativos; Secretaria Especial de Relações Institucionais; 
Secretaria Especial de Articulação Social e Secretaria Especial de Assuntos Par-
lamentares. Cada secretaria possui sua atribuição específica a sua área de com-
petência e atuação. Quanto aos conselhos de gestão pública, cabe-lhes propor 
diretrizes, tomar decisões concernentes às políticas ou cuidar da gestão dos pro-
gramas. Alguns têm, em sua composição, a participação de diversos segmentos 
vinculados à sua área, assim como dos integrantes da administração pública de 
diferentes esferas de governo. Dentre esse total de Conselhos de gestão pública, a 
área de trabalho do profissional de serviço social utiliza mais frequentemente as 
matérias do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana; do Conselho de 
Recursos da Previdência Social; do Conselho Nacional da Juventude; do Conselho 
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; do Conselho Nacional dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente; e do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso.
O Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS não está vinculado à 
gestão pública, mas ao Ministério da Cidadania. Foi instituído pela Lei Orgânica 
da Assistência Social, a LOAS (Lei 8.742, de 07 de dezembro de 1993), e trata-se 
de um órgão de deliberação colegiada, cujos membros são nomeados pela Pre-
sidência da República. Sua composição é paritária, com 18 (dezoito) membros e 
respectivos suplentes, sendo 9 (nove) representantes governamentais e 9 (nove) 
representantes da sociedade civil, escolhidos em foro próprio, sob fiscalização 
do Ministério Público Federal. Seu presidente é eleito entre seus membros, com 
mandato de 1 (um) ano, e conta com uma Secretária Executiva, subordinada ao 
Poder Executivo, por meio do Ministério da Cidadania.
Esse conselho tem a atribuição de aprovar a Política Nacional de Assistência 
Social, assim como a de normatizar as ações e regular a prestação de serviços de 
17
natureza pública e privada no campo da assistência social.Também lhe é pertinente 
zelar pela correta efetivação do SUAS, convocar ordinariamente a Conferência Na-
cional de Assistência Social, bem como apreciar e aprovar a proposta orçamentária 
da Assistência Social a ser encaminhada ao Ministério da Cidadania. Todas as suas 
decisões, as contas e as prestações de contas do Fundo Nacional de Assistência So-
cial - FNAS devem obrigatoriamente ser publicadas em órgão oficial de imprensa.
Antes de passarmos para o próximo assunto, apresento-lhe a Resolução CNAS nº 
207, de 16 de dezembro de 1998, que aprovou a primeira versão da Política Nacional de 
Assistência Social - PNAS e a Norma Operacional Básica da Assistência Social - NOB2.
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
RESOLUÇÃO Nº 207, 16 DE DEZEMBRO DE 1998.
Aprova a Política Nacional de Assistência Social - PNAS e a Norma Opera-
cional Básica da Assistência Social -NOB2
O Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, em Reunião Plenária, 
realizada nos dias 15 e 16 de dezembro de 1998, dentro das competên-
cias e das atribuições conferidas pelo artigo 18, inciso I, II e V, da Lei n o 
8.742, de 7 de dezembro de 1993, Resolve: Artigo 1º – Aprovar por una-
nimidade a Política Nacional de Assistência Social – PNAS e a Norma 
Operacional Básica da Assistência Social – NOB2;
Artigo 2º – apresentar as seguintes recomendações referentes à PNAS e 
à NOB2: I – que sejam encaminhadas ao Senhor Ministro da Previdência 
e Assistência Social para, através de Portaria, legitimar e divulgar a 
PNAS e a NOB2, recomendando o envio à Câmara de Política social da 
Presidência da República para conhecimento e providências cabíveis;
II – que sejam amplamente divulgadas na imprensa nacional;
III – que os órgãos Gestores e Conselhos de Assistência publicizem as 
informações contidas nos referidos documentos;
IV – que o Plano Nacional de Capacitação de Conselheiros e Gestores 
da Assistência Social priorize em sua qualificação o conteúdo dos docu-
mentos; Que seja atualizado o marco situacional da Política Nacional de 
Assistência Social, com os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por 
Domicílio – PNAD/97 e com o novo Plano Plurianual de 1999, tão logo 
estejam disponíveis.
Artigo 3º – Os textos da Política Nacional de Assistência Social e Norma 
Operacional Básica da Assistência Social serão impressos e distribuídos.
Artigo 4º – Esta Resolução entre em vigor na data de sua publicação.
*Republica do Original do D.O de 18 de dezembro de 1998, seção I 
página 368.
GILSON ASSIS DAYREL
Presidente do CNAS . BRASIL (1998, online). 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
18
Para a assistência social, com base nas lutas e conquistas da Constituição Fe-
deral de 1988, pudemos confirmar que as garantias sociais previstas na Carta 
Magna iniciaram sua construção, ainda em 1988, com a promulgação da Po-
lítica Nacional de Assistência Social, pelo Ministério de Previdência e Assis-
tência e Conselho Nacional de Assistência Social. Atualmente, tais legislações 
são construídas a partir dos Conselhos, como já vimos, mas são estruturadas 
e implementadas pelo Ministério da Cidadania.
MINISTÉRIO DA CIDADANIA: ATRIBUIÇÕES
Uma das principais mudanças do antigo Ministério do Desenvolvimento Social 
- MDS para o atual Ministério da Cidadania tem sido em sua estrutura orga-
nizacional. Através dos decretos n° 9.674/2019 e nº 10.357/2020 o Ministério 
da Cidadania surgiu da união do Ministério do Esporte com o Ministério do 
Desenvolvimento Social. Diante disso, 3 (três) secretarias foram reorganizadas e 
assumindo novas funções, sendo elas: a Secretaria Executiva; a Secretaria Especial 
do Desenvolvimento Social e a Secretaria do Esporte (BRASIL, 2020). 
Dada a importância de cada departamento do Ministério, daremos ênfase 
neste momento para as secretarias que são vinculadas à Secretaria Especial do 
Desenvolvimento Social. A Secretaria Nacional de Renda e Cidadania - SENARC 
que conta com 3 (três) departamentos, é responsável pela implementação da 
Política Nacional de Renda e Cidadania, promovendo a transferência direta de 
renda a famílias em situação de vulnerabilidade econômica, condições de pobre-
za e extrema pobreza no âmbito do território nacional. São os Departamentos 
desta secretaria, o Departamento de Operação; o Departamento de Benefícios; 
o Departamento de Cadastro Único; o Departamento de Condicionalidades.
Dentro da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social, além da SENARC 
encontramos a Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância, a Secretaria 
Nacional de cuidados e Prevenção às Drogas, Secretaria Nacional de Inclusão 
Social e Produtiva, e por fim a Secretaria Nacional de Assistência Social. É pre-
ciso destacar que esta última secretaria possui 5 (cinco) departamentos que são 
extremamente importantes para o funcionamento da Assistência Social, isto é, o 
Departamento de Gestão do SUAS; o Departamento de Benefícios Assistenciais; 
19
Departamento de Proteção Social Básica; Departamento de Proteção Social Es-
pecial e Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS. 
A Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS é o órgão do Ministério da 
Cidadania responsável pela gestão da Política Nacional de Assistência Social, com 
a meta prioritária de consolidar o direito à assistência social em todo o território 
brasileiro e de melhor execução de suas tarefas. As atribuições da SNAS foram 
estabelecidas pelo art. 19, da LOAS, e, algumas dessas atribuições, ela desenvolve 
em parceria com uma outra secretaria do MDS, a Secretaria de Avaliação da Ges-
tão da Informação – SAGI. Juntas, executam as funções de regular, cofinanciar, 
acompanhar as ações implementadas pelos entes federados, avaliar, monitorar e 
promover a capacitação dos recursos humanos dos estados e municípios, além 
de prestar assessoramento técnico a estados e municípios. Entretanto, se faz ne-
cessário registrar que as ações da SNAS são desenvolvidas associadas às outras 
secretarias do Ministério da Cidadania, e que os beneficiários dos Programas 
Bolsa Família e Segurança Alimentar e Nutricional, comumente, são públicos 
prioritários dos serviços de proteção da assistência social brasileira.
Devemos destacar também a Secretaria Nacional de Avaliação e Gestão da 
Informação (SAGI) - trata-se de um órgão técnico-administrativo, responsável 
pelas ações de gestão da informação, monitoramento, avaliação e capacitação 
das políticas e programas do Ministério. Desenvolve atividades para que o MDS 
possa conhecer o público-alvo de suas políticas e programas, e busca, por meio 
do monitoramento e da avaliação dos programas, indicar melhores caminhos 
para o desenvolvimento e implementação de ações. Tem a missão de minimizar 
os esforços e ampliar a possibilidade de resultados positivos do esforço governa-
mental, na área deste Ministério, para que as equipes técnicas e gestores das três 
esferas de governo envolvidos em políticas de desenvolvimento social tenham 
condições de aprimorar os programas e as ações. 
Essa secretaria desenvolve e utiliza instrumentos de informação por meio de 
sistemas e dados organizados, disponibilizados em painéis de monitoramento, 
em pesquisas de avaliação de impacto e resultados e em estudos técnicos espe-
cíficos, muitos, ainda, são distribuídos em publicações eletrônicas e impressas. 
Realiza, também, capacitações e cursos de formação profissional. É composta 
por equipe multidisciplinar, formada por sociólogos, antropólogos, economistas, 
estatísticos, educadores, cientistas políticos, profissionais de informática, enge-
nheiros, profissionais de saúde, educação e psicologia. Os técnicos trabalham nos 
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quatro departamentos da SAGI, em conteúdos e missões distintas, mas inter-rela-
cionados. Para que todas as suas atividades já listadas sejam desempenhadas com 
qualidade, essa Secretaria conta com 4 (quatro) departamentos, conforme segue: 
o Departamento de Gestão da informação; o Departamento de Monitoramento; 
o Departamento deAvaliação; o Departamento de Formação e Disseminação. 
Conversaremos, ainda mais adiante, a respeito dessa Secretaria.
A seguir, uma parte do organograma do Ministério da Cidadania, com suas 
Secretarias, está apresentado abaixo, para que você possa visualizar a estrutura 
que lhe apresentamos em texto.
MINISTÉRIO DA CIDADANIA - ESTRUTURA
MINISTÉRIO
DA
CIDADANIASECRETARIAEXECUTIVA
SECRETARIA
ESPECIAL DO
ESPORTE
Diretoria de Assuntos Internacionais
Secretaria Nacional do Cadastro 
Único
Secretaria de Gestão de Fundos
e Transferências
Secretaria de Avaliação e Gestão
da Informação - SAGI
Ouvidorias
Corregedorias
Assuntos Administrativos
Secretaria Nacional de Esporte, 
Educação, Lazer e Inclusão 
Social.
Secretaria de Incentivo e 
Fomento ao Esporte.
Secretaria Nacional do 
Paradesporto.
SECRETARIA ESPECIAL
DE DESENVOLVIMENTO
SOCIAL
SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Departamento de Gestão do SUAS
Departamento de Benefícios Assistenciais
Departamento de Proteção Social Básica
Departamento de Proteção Social Especial
Departamento da Rede Socioassistencial Privada 
do SUAS
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania
Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância
Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às 
Drogas
Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva
ÓRGÃOS COLEGIADOS: 
Conselho Nacional de Assistência Social CNAS
Conselho Consultivo e de Acompanhamento do 
Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza
Conselho Gestor Interministerial do
Programa Bolsa Família
Conselho Nacional do Esporte CNE
Conselho Nacional de Economia Solidária 
Figura 02: Ministério da Cidadania (estrutura).
Fonte: BRASIL (2021, online). 
Descrição da Imagem: na imagem, há um esquema mostrando a estrutura do Ministério da Cidadania 
e os órgãos que são vinculados a cada uma das três secretarias, do desenvolvimento social, do esporte 
e a secretaria executiva.
21
Com base na figura do organograma, podemos perceber que o Conselho Nacio-
nal de Assistência Social está diretamente vinculado ao Ministério da Cidadania 
e praticamente equiparado na hierarquia de gestão deste ministério.
Agora que já estamos familiarizados com a organização funcional do MDS, 
da SNAS e sabemos quem coordena a gestão da PNAS, podemos avançar nossa 
discussão sobre o SUAS, no próximo item.
Construção Histórica E Organização Básica Do Sis-
tema Único Da Assistência Social.
Figura 03: Logo oficial do Sistema 
Único de Assi stência Social (SUAS). 
Fonte: BRASIL. Ministério da Cidada-
nia. Logo do Sistema Único de Assi 
stência Social (SUAS). 1 fotografia. 
2021. Disponível em http://www.
mds.gov.br/webarquivos/sala_de_
imprensa/marcas_selos/assisten-
cia_social/logo_suas_grande.jpg. 
Acesso em 26 abr. 2022.
Descrição da Imagem: na ima-
gem há o desenho de duas pes-
soas na cor amarela e abaixo 
um círculo verde escrito SUAS 
- Sistema único de Assistência 
Social. 
Daremos sequência aos nossos estudos sobre o SUAS.
Com base na Constituição Federal Brasileira de 1988, marco legal sem pre-
cedentes na direção da consolidação dos direitos de cidadania, são pautadas as 
origens do SUAS, que traz em seu Art. 195 a discussão sobre o financiamento da 
seguridade social - saúde, assistência social e previdência.
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 “ Na constituição de 1988, colocou-se, pela primeira vez na nossa história, a consagração de um projeto de sociedade democrática, reconhecendo-se a vinculação necessária entre regime democrático 
e direitos sociais (NETTO, Anais da II Conferência Nacional de 
Assistência Social, 1997, p. 22).
No que tange à saúde e à assistência social, os critérios de transferência de 
recursos, para organizações públicas e privadas, estão dispostos no § 10 do 
mesmo artigo, que menciona um Sistema Único de Saúde e “ações” de assis-
tência social, todavia a Carta Magna não faz menção a um sistema para a 
assistência social, uma vez que a organização de sistema específico para a área 
social somente foi criado alguns anos depois, por meio da Lei n° 8742/1993, 
a Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS.
Para compreendermos as origens do Sistema Único da Assistência Social - 
SUAS, estudaremos um pouco mais de perto a LOAS, discutindo, a seguir, alguns 
artigos da referida legislação. Essa Lei organiza todas as ações da assistência social 
e, com base em seus princípios e diretrizes, em seu Capítulo III, sob o título “Da 
organização e da gestão”, cria, legalmente, o Sistema Único da Assistência Social 
- SUAS, sob o seguinte enunciado:
 “ Art. 6º A gestão das ações na área de assistência social fica or-ganizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os 
seguintes objetivos:
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a coo-
peração técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, 
operam a proteção social não contributiva;
II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, proje-
tos e benefícios de assistência social, na forma do art. 
6º-C;III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na 
organização, regulação, manutenção e expansão das ações de as-
sistência social;
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais 
e municipais;
23
V - implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na 
assistência social;
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de di-
reitos (BRASIL, 1993).
As principais diretrizes de organização desse sistema estão alinhadas aos Artigos 
203 e 204 da Constituição Federal de 1988, no primeiro, garantindo acesso à 
assistência social “a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à 
seguridade social” e, no seguinte, quando estabelece, em seus incisos, seu dire-
cionamento quanto às questões da descentralização político-administrativa e da 
“participação popular, por meio de organizações representativas, na formulação 
das políticas e no controle das ações em todos os níveis”. A LOAS, ainda, acres-
centa a essas determinações constituintes “a responsabilidade do Estado na con-
dução da política de assistência social em cada esfera de governo”. Os princípios, 
as diretrizes e os objetivos da LOAS, em consonância com a legislação federal, 
buscam a garantia dos direitos assegurados e a melhor forma de execução das 
ações para efetivá-los.
Para a consolidação da assistência social, pretendeu-se, por meio de normas 
e leis, construir todo o arcabouço para a organização e gestão de ações em prol 
da superação das demandas sociais. Nesse aspecto, o texto do art. 6º da LOAS 
remete à criação do Sistema Único da Assistência Social, quando afirma que:
 “ A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (SUAS), [...] (Redação dada pela 
Lei nº 12.435, de 2011) (BRASIL, 2011).
As sementes do Sistema Único da Assistência Social - SUAS foram lançadas em 
solo fértil e passaram a ser regadas pelos saberes profissionais, técnicos e da so-
ciedade civil, orientadas pelas legislações e normativas. Visa proteger “à família, à 
maternidade, à adolescência e à velhice e como base de organização, o território” 
(LOAS - Art. 6º, § 1 ), tendo suas medidas organizadas em tipos de proteção social, 
a proteção social básica e a proteção social especial (de média e alta complexidade), 
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conforme o nível de vulnerabilidade e risco social a que está submetido o indivíduo 
e/ou a família, será preventiva ou reconstrutiva. Essas proteções com base na lei,
 “ [...] serão ofertadas pela rede socioassistencial, de forma integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organiza-ções de assistência social vinculadas ao Suas, respeitadas as especi-
ficidades de cada ação (BRASIL, 1993).
Esse vínculo dos entes públicos e das organizações de assistência social ocorre por 
meiode cadastros, que devem atender critérios documentais e, essencialmente, 
às exigências quanto aos serviços que são ofertados a cada parcela da população. 
Porém, para a manutenção desses cadastros, a avaliação se dá no controle, no 
acompanhamento e na avaliação das propostas e execução delas. A criação do 
sistema organiza o serviço no intuito de tornar o atendimento e a prestação de 
serviços ágil, efetivo, eficaz e eficiente.
Não se trata de, apenas, um sistema de informação e controle informatizado, 
mas de um sistema integrado de ações, planos e projetos para atendimento às 
demandas sociais. As informações que são coletadas por ele são utilizadas para 
monitoramento, controle da avaliação dos programas, projetos e serviços da área 
da assistência social, gerando relatórios e dados suficientes para alteração ou in-
tensificação de ações, quando e se necessário. Os órgãos de controle e a população 
têm acesso a tais informações para conhecer onde e como os recursos estão sendo 
aplicados, e se a aplicação desses recursos está conforme o planejado. 
Para que as entidades de assistência social prestem os serviços pertinentes à 
assistência social e façam jus à celebração de convênios com órgãos públicos, ne-
cessitam terem sua vinculação ao SUAS reconhecidas pelo Ministério da Cidada-
nia, atendendo a requisitos da tipificação dos serviços socioassistenciais e demais 
legislação pertinentes a organização da sociedade civil. Entre eles, ter inscrição 
no Conselho Municipal de Assistência Social ou do Distrito Federal. A inscrição 
de projetos ou da entidade nos respectivos conselhos locais garante que a exe-
cução de ações, projetos e serviços estejam em consonância com as diretrizes 
da Política Nacional de Assistência Social e legislações posteriores pertinentes.
A LOAS determina que seja garantido o acesso à celebração de convênios, 
contratos, acordos ou ajustes com o poder público, para a execução de servi-
ços, programas, projetos e ações de assistência social, somente àquelas vincu-
25
ladas ao SUAS. (Art. 6º-B, § 3º ) O Art. 10 delimita que a União, os Estados, 
os Municípios e o Distrito Federal podem celebrar convênios com entidades 
e organizações, desde que as propostas estejam alinhadas aos Planos de As-
sistência Social aprovados pelos Conselhos de cada esfera, respectivamente. 
Tais celebrações, do ente público com a esfera privada, proporcionam, à 
sociedade, a execução de ações preventivas, protetivas e paliativas no âmbito 
da assistência social, na direção da garantia de direitos. Asseguram à esfera 
privada, na figura das organizações não governamentais, a elaboração e a 
execução de projetos e atividades em complementaridade ao Estado.
Para compreendermos o funcionamento do SUAS, no que concerne ao finan-
ciamento, faz - se necessário conhecer a sua composição e atribuições, conforme 
veremos no próximo item. Sugerimos a leitura sobre os Fundos de Assistência 
Social, que agregará o conhecimento necessário para compreensão das origens 
de financiamento por esfera de governo, das ações, dos programas, projetos, 
atividades e das equipes de trabalhadores que compõem o SUAS.
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DA ASSISTÊNCIA 
SOCIAL
A composição do SUAS é formada pelos entes federativos nas três esferas de 
governo, seus respectivos Conselhos de Assistência Social e por entidades e orga-
nizações de assistência social enquadradas na legislação vigente. A coordenação 
da Política Nacional de Assistência Social é delegada ao Ministério da Cidadania, 
e fixar as respectivas Políticas de Assistência Social cabe, respectivamente, a cada 
esfera de governo, executando as ações de forma articulada.
Os artigos 12º ao 15º da LOAS estabelecem as competências de cada esfera de 
governo e do Distrito Federal, o cofinanciamento, a gestão descentralizada dos 
serviços, programas, projetos e benefícios e, ainda, o monitoramento e a avaliação 
da política de assistência social. O art. 16 define que as instâncias deliberativas 
do SUAS são de caráter permanente, devem funcionar regularmente, visando 
acompanhar, controlar e avaliar a política de assistência social. Para ser parti-
cipativo, conforme art. 6º determina, ainda, que sua composição seja paritária 
entre governo e sociedade civil. Essas instâncias deliberativas são compostas por:
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1. o Conselho Nacional de Assistência Social;
2. os Conselhos Estaduais de Assistência Social;
3. o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal;
4. os Conselhos Municipais de Assistência Social (BRASIL, 1993).
O Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS é composto por 18 membros 
e respectivos suplentes, cujo mandato é de 2 (dois) anos, sendo permitida uma 
recondução pelo mesmo período. O presidente será eleito entre seus membros, 
para mandato de 1 (um) ano, tendo uma recondução permitida por igual período. 
Os Conselhos, em cada esfera de governo, estão vinculados ao órgão gestor de 
assistência social, cabendo a ele a responsabilidade de garantir as condições para 
seu funcionamento, tais como infraestrutura, recursos humanos e financeiros, 
esses últimos, inclusive, nas despesas com passagens e diárias dos conselheiros, 
se estiverem no exercício das suas atribuições. Cabendo aos
 “ [...] Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. 16, com competência para acompanhar a execução da política de assistência social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em consonância 
com as diretrizes das conferências nacionais, estaduais, distrital e 
municipais, de acordo com seu âmbito de atuação. [...] e “deverão 
ser instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
e pelos Municípios, mediante lei específica "(BRASIL, 1993).
A lei determinou um total de 14 atribuições a esse Conselho, entre elas, a de 
normatizar, regular, acompanhar e fiscalizar a prestação dos serviços públicos 
e privados no âmbito da assistência social, bem como aprovar os critérios de 
transferência dos recursos para os Estados, Municípios e Distrito Federal, acom-
panhando e avaliando a gestão dos recursos. Tornou-o responsável, também, pela 
convocação ordinária das Conferências Nacionais, periodicamente.
Conhecemos, neste tópico, as bases do Conselho de Assistência Social e como 
ele se faz representar nas respectivas esferas de governo. Tivemos a oportunidade 
de conhecer sobre o espaço que ocupa e como se organiza financeira e estrutu-
ralmente, pautado nas responsabilidades do órgão gestor. Também listamos suas 
atribuições essenciais, conhecimento básico necessário à discussão do próximo 
tópico, que trata das Conferências de Assistência Social e como estão articuladas 
27
com esse Conselho. O espaço democrático de discussão, articulação e avaliação 
se concretiza nas Conferências de Assistência Social, que acontecem bianual-
mente, em cada esfera de governo, com base na representatividade do governo 
e sociedade civil. É amplo e se fortalece a partir das estratégias de organização e 
reorganização das propostas e diretrizes estabelecidas para a Política de Assis-
tência Social, repensando as ações, com vistas a sua estruturação e consolidação, 
enquanto garantia de acesso e direitos sociais.
Conheceremos, a seguir, os caminhos percorridos pela assistência social nos 
espaços democráticos de discussão, até culminar na IV Conferência Nacional 
de Assistência Social, quando foi criado o Sistema Único da Assistência Social 
- SUAS, que é o tema central da nossa discussão nesta disciplina. Apresentar as 
discussões e temas das Conferências Nacionais de Assistência Social é de extrema 
relevância para que acompanhemos o processo de consolidação da assistência 
social, enquanto sistema, conforme estudaremos.
CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
O espaço de participação social democrática no âmbito da assistência social se 
consolida a partir da I Conferência Nacional, que aconteceu de 20 a 23 de no-
vembro de 1995, na cidade de Brasília, e teve por objetivo avaliar a situação da 
AssistênciaSocial, visando propostas de concretização e aperfeiçoamento do 
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Sistema Único da Assistência Social, de forma participativa e descentralizada, 
tendo por tema a assistência social como direito do cidadão e dever do Estado.
A Portaria nº 4.251 de 24 de novembro de 1997, convocou a II Conferência, 
tendo sido realizada no período de 9 a 12 de dezembro de 1997, em Brasília. Essa 
Conferência teve como tema geral “O Sistema Descentralizado e participativo 
da Assistência Social - Construindo a Inclusão - Universalizando Direitos” e, de 
acordo com o Conferencista José Paulo Netto, em seu discurso de abertura, cons-
truir a inclusão e universalizar direitos está “diretamente vinculado ao projeto de 
construir uma sociedade democrática em nosso País.” Com base nos anais do re-
ferido evento, o conferencista, ainda, complementa a discussão sobre a construção 
dessa sociedade democrática, desvinculando-a do regime político democrático:
 “ Não devemos e não podemos identificar a vigência de um regime político democrático com a existência de uma sociedade democrá-tica. [...] Mas a democracia política, ainda quando por sua inteira 
efetividade, o que não é o nosso caso, não é um valor para ser apre-
ciado em si mesmo, é um instrumento estratégico para viabilizar a 
democratização da sociedade e do Estado. Uma sociedade demo-
crática é mais, muito mais que o Estado de direito democrático, 
uma sociedade democrática é aquela em que, contando-se com o 
indispensável suporte da democracia política, todos e cada um de 
seus membros dispõem de condições reais de construir sua auto-
nomia pessoal sem os agravantes da exclusão social (NETTO, 1997, 
p. 20 “Anais II Conferência”).
Pautados nessa discussão, percebemos que a democracia deve ser exercida, in-
clusive, no âmbito da autonomia individual, com base na criação de condições 
concretas para efetivação dos direitos sociais, de forma participativa.
Em 30 de março de 2001, o CNAS, por meio da Portaria nº 909, convoca a 
III Conferência Nacional de Assistência Social, para ser realizada entre os dias 
4 e 7 de dezembro de 2001, e define como tema central de discussão a “Política 
de Assistência Social: Uma trajetória de Avanços e Desafios”. Essa conferência 
teve discussão pautada em 3 painéis. O grupo do primeiro painel refletiu sobre a 
“Avaliação do Controle Social nos Oito anos da LOAS”, sendo traduzido em deli-
berações acerca do papel político dos conselhos, da participação dos conselhos na 
elaboração dos planos de assistência social e no controle dos recursos, bem como 
29
na garantia de acesso à participação dos usuários nas conferências realizadas nos 
três níveis de governo. Deliberou sobre a necessidade de investimento na criação 
e fortalecimento de instituições de usuários das políticas sociais que fortalecesse 
a articulação entre os Conselhos de Assistência e outros Conselhos de Direitos.
Em 12 de agosto de 2003, a Portaria nº 262 do Ministério de Estado da As-
sistência Social, publicada no Diário Oficial da União - DOU, entre outras pro-
vidências, convocou, extraordinariamente, a IV Conferência Nacional de Assis-
tência Social que ocorreu entre 7 e 10 de dezembro do mesmo ano, na cidade de 
Brasília. Essa portaria determinou, além da convocação, a data, o local, instituiu 
comissão organizadora e definiu, como tema geral, a “Assistência Social como 
Política de Inclusão: uma Nova Agenda para a cidadania - LOAS 10 anos”, tendo 
por finalidade avaliar a situação da assistência social, visando encontrar novas 
diretrizes para o seu aperfeiçoamento (BRASIL, 2003).
A comissão organizadora, com base na determinação do art. 4º da referida 
Portaria, teve os seguintes representantes:
I - Presidente do CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social;
II - Vice- Presidente do CNAS; e
III - Representantes Governamentais:
 ■ Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
 ■ Ministério da Saúde;
 ■ Ministério do Trabalho e Emprego; e
 ■ FONSEAS - Fórum Nacional de Secretários(as) de Estado da Assistência 
Social.
IV - Representantes da sociedade Civil:
 ■ Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua - MNMM;
 ■ Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente - AMENCAR;
 ■ Conselho Federal de Serviço Social - CFESS; e,
 ■ Central Única dos Trabalhadores.
V - Secretário Executivo do CNAS (Portaria nº 262, 2003).
Como sistematização do trabalho realizado durante a IV Conferência, foi elabo-
rado um relatório, visando socializar para a sociedade, integralmente, os conteú-
dos produzidos pelos 1.053 participantes ali presentes, visto que se tratou de um 
passo importante na “sedimentação dos novos termos da Política Nacional de 
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Assistência Social no Brasil” e “tradução concreta da Lei Orgânica da Assistência 
Social - LOAS” (BRASIL, 2003, p. 7).
Teve, por subtemas, a Assistência Social: conceber a política para realizar o 
direito; Gestão e organização - planejar localmente para descentralizar e demo-
cratizar o direito; Financiamento - assegurar recursos para garantir a política; 
Mobilização e Participação como estratégia para fortalecer o controle social.
Com base na discussão de descentralização e democratização do direito, essa 
Conferência traz como contribuição essencial, para nossa discussão, a criação do 
SUAS, sistema público, não contributivo, que organiza, entre os seus participantes, 
a gestão dos serviços socioassistenciais no Brasil. Utiliza recursos e esforços dos 
três níveis de governo para execução e financiamento da PNAS, com base nas 
legislações previstas vigentes nessas esferas, que conheceremos mais detalhada-
mente discutido em item posteriormente.
A realização da V Conferência Nacional de Assistência Social, em dezem-
bro do ano de 2005, foi pautada na proposta de consolidação de um plano 
com metas e estratégias que visassem à implementação da Política Nacional 
de Assistência Social nos 10 anos seguintes. Nesse evento, foi firmado o pacto 
em favor de um mutirão nacional para a construção do recém-criado Siste-
ma Único da Assistência Social, além de deliberar sobre as metas de gestão 
de recursos humanos da assistência social; metas de gestão do SUAS; metas 
de financiamento; sobre as metas de controle social.
O tema geral da VI Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no 
mês de dezembro do ano de 2007, foi Compromissos e responsabilidades para 
assegurar a Proteção Social pelo SUAS.
No mês de dezembro de 2009, com o tema geral: Participação e Controle 
Social no SUAS, ocorreu a VII Conferência Nacional de Assistência Social, 
objetivando uma discussão norteadora da democratização do SUAS, propor-
cionando o acesso de indivíduos e famílias aos serviços, projetos, programas 
e benefícios socioassistenciais no Brasil. As suas deliberações contribuíram 
para a discussão sobre cofinanciamento dos governos estaduais e federal aos 
municípios que possuíssem CRAS.
A VIII Conferência Nacional de Assistência Social aconteceu em dezembro 
do ano de 2011, tendo como tema: Avançando na Consolidação do Sistema Único 
da Assistência Social com a valorização dos trabalhadores e a qualificação da 
gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios, discutindo estratégias para 
31
a estruturação da gestão do trabalho no SUAS, assim como o reordenamento e a 
qualificação dos serviços socioassistenciais, entre outros subtemas.
Quanto à IX Conferência Nacional de Assistência Social, que aconte-
ceu em dezembro de 2013, teve como tema A Gestão e o Financiamento na 
efetivação do SUAS, utilizando e criando, durante as discussões, instrumen-
tais para a avaliação local do SUAS e para o Registro e Sistematização das 
Conferências Municipais de Assistência Social. Os informes oriundos dessa 
Conferência, orientam a questão da participação popular e da organização 
das Conferências Estaduais e Municipais de assistência social.
Já para o ano de 2015, em 09 de fevereiro, a Ministra de Estado do Desenvolvi-
mento Social e Combate à Fome - MDS, em conjuntocom o Presidente, convocou 
a X Conferência Nacional de Assistência Social realizado na data pre- visto no 
período de 07 a 10 de dezembro do corrente ano, tendo como tema: Consolidar 
o SUAS de vez rumo a 2026. Todo o material sobre as Conferências, você pode 
acessar no site do MDS, na aba CNAS.
No ano de 2017 a conferência tratou de discutir sobre o tema “Garantia dos 
Direitos no Fortalecimento do SUAS” e foi realizada nos dias de 5 a 8 de de-
zembro de 2017 em Brasília/DF. Posteriormente, no ano de 2021 em meio a 
um contexto pandêmico devido ao vírus Covid-19, a Conferência Nacional da 
Assistência Social tratou de dialogar sobre um contexto desafiador. Primeiramen-
te, porque o cenário brasileiro antes da pandemia já enfrentava desigualdades 
intensas devido às instabilidades políticas, econômicas e territoriais. 
Conforme o caderno de deliberações da 12ª Conferência Nacional de Assis-
tência Social, cujo tema “Assistência Social: Direito do Povo e Dever do Estado, 
com financiamento público, para enfrentar as desigualdades e garantir proteção 
social”, diversas questões foram levantadas como o aumento do desemprego, fome 
e insegurança alimentar, violência doméstica, assassinatos de mulheres, discrimi-
nação de gênero, racismo, intolerância religiosa e outras questões em nosso país.
 “ O tema da Conferência Nacional de Assistência Social, “Assistên-cia Social: Direito do Povo e Dever do Estado, com financia-mento público, para enfrentar as desigualdades e garantir 
proteção social”, além de oportuno, representa a afirmação da 
assistência social como uma política pública indispensável e es-
tratégica em meio a uma condição social perversa que assola o 
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país. É um tema que afirma e requisita o compromisso do Estado 
Brasileiro com a preservação da vida, com a proteção social dos 
mais vulneráveis, e com o desenvolvimento de ações públicas para 
fortalecer a autonomia e a independência social e econômica de 
cada brasileiro atingido pela chaga da desigualdade social que 
agride e avilta o nosso povo (BRASIL, 2021).
Uma das principais preocupações da 12ª conferência foi a questão do SUAS estar 
preparado para eventuais situações de emergências ou calamidades públicas. De 
certo modo, embora já existam regulamentações sobre esse assunto, garantir que 
ações eficazes sejam tomadas na velocidade necessária e que as políticas de Assis-
tência Social sejam devidamente reconhecidas é um desafio político básico nas 
situações de desastres e emergências públicas. É notória a necessidade de elevar os 
padrões, garantir orçamentos e financiar regularmente o trabalho antes, durante 
e depois de realizado. Os eventos de emergência possibilitam aos profissionais 
do SUAS proteger e preparar, fornecer treinamento, suporte técnico, estrutura 
adequada e condições de trabalho, e garantir a renda de famílias e indivíduos 
afetados em caso de desastre e emergência (BRASIL, 2021).
Conversamos, superficialmente, sobre as conferências nacionais para que 
tivesse condições de visualizar o contexto de mobilização dos profissionais da 
rede socioassistencial e, principalmente, para que percebesse o quanto SUAS 
está presente em, praticamente, todas as discussões desses eventos, haja vista 
que se trata do instrumento que busca auxiliar no processo de monitoramento, 
avaliação e controle dos programas, projetos e serviços de assistência social, com 
o foco de que as análises pautem novas propostas, que promovam a garantia e a 
defesa dos direitos socioassistenciais à população em situação de vulnerabilidade 
social e econômica, em regime de prevenção de situação de pobreza ou mesmo 
de extinção dessa condição de vida.
O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Como já vimos, o SUAS foi criado em um contexto de mobilização democráti-
ca com base na Constituição Federal de 1988, teve contribuição legal na LOAS 
e se solidificou a partir de deliberação da IV Conferência Nacional de Assistên-
33
cia Social. Concretizou sua operacionalização, em 2005, com a Norma Opera-
cional Básica da Assistência Social - NOB/SUAS na tentativa de constituir um 
modelo de gestão que integrasse os entes federativos e consolidasse o sistema 
de forma descentralizada e participativa. Visa regular e organizar as ações de 
assistência social, assim como o Sistema Único de Saúde - SUS, realiza com as 
ações da área de saúde. Para a concretização dessa tarefa, o planejamento deve 
acontecer de forma articulada nos níveis de governo, com base em princípios e 
diretrizes comuns, mesmo quando respeitando a diversidade em todas as suas 
representações, tais como territorial, cultural, entre outras.
Trata-se de um sistema coordenado pelo Ministério da Cidadania, em que o 
poder público, nos três níveis, e a sociedade civil participam, diretamente, do pro-
cesso de gestão compartilhada. Esse sistema, que foi definido por meio da PNAS, 
organiza e apresenta as ações da assistência social, articulando e promovendo as 
ações em níveis de proteção, conforme o quadro ao lado, que foi elaborado pelo 
Ministério para apresentação do Sistema, sobre algumas de suas características.
A Proteção Social Básica atua no âmbito da prevenção de riscos sociais e 
pessoais, garantindo programas, projetos, serviços e benefícios a pessoas expostas 
à situação de vulnerabilidade social. Já a Proteção Social Especial visa o atendi-
mento de pessoas já em situação de risco, muitas vezes, com direitos violados. A 
Proteção Social Especial, para garantir amplitude no atendimento, subdivide-se 
em proteção social especial de média e alta complexidade, conforme o nível de 
risco da situação vivenciada pela pessoa ou família.
O SUAS, para contribuir na superação das situações de risco e vulnerabili-
dade, organiza e articula a oferta de serviços, programas, projetos e benefícios 
assistenciais. A criação do sistema, além de pretender organizar os serviços so-
cioassistenciais, também se deu na intenção de superar alguns impasses na im-
plementação da política pública de assistência social, na garantia dos direitos 
sociais e, entre seus problemas, destacamos os fatos de que não possuía regulação 
suficiente dos serviços, de não haver definição das atribuições e competências dos 
três níveis de governo quanto à gestão e ao financiamento,e ausência de proces-
sos continuados de capacitação e de política de recursos humanos. Na busca por 
superar os entraves iniciais de implantação da política nacional de assistência 
social, foram estabelecidas as bases de organização do SUAS, conforme dispostas, 
na Norma Operacional Básica - NOB/RH/SUAS:
UNICESUMAR
UNIDADE 1
34
Conceitos Base para a Organização do SUAS
 ■ Matricialidade sócio-familiar 
 ■ Descentralização político administrativa e Territorialização 
 ■ Financiamento pelas três esferas de governo, com divisão de responsa-
bilidades 
 ■ Controle Social 
 ■ Política de Recursos Humanos 
 ■ Informação, Monitoramento e Avaliação. (BRASIL, 2005).
 
Os conceitos e as bases de organização do SUAS são pautados nas legislações 
sociais e pretendem garantir o atendimento das famílias e indivíduos em situação 
de risco ou vulnerabilidade, proteger e prevenir contra tais situações.
Durante a discussão, pudemos conhecer o que é o SUAS e quais seus 
objetivos. Entretanto, precisamos saber um pouco mais a respeito deste siste-
ma, para que, com condições técnicas termos uma noção gradual sobre seus 
instrumentos de gestão, informação, monitoramento e avaliação, conforme 
veremos a partir da próxima unidade.
Que tal aprender um pouco mais sobre a estrutura e con-
solidação do SUAS? Ouça o podcast e saiba mais sobre a 
importância deste sistema!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11202
35
A gestão da informação do SUAS tem como ferramenta a Secretaria de Avaliação e Ges-
tão da Informação (SAGI). De acordo com o Decreto nº 10.357 de 20 de maio de 2020, a 
SAGI é dividida em quatro departamentos, cada um com suas características, trabalhando 
de forma integrada, para que com isso,possa fiscalizar e avaliar as políticas públicas de 
cidadania.
• Avaliação
• Monitoramento
• Gestão da Informação
• Formação e Disseminação 
É muito importante que você, futuro (a) Assistente Social, dê muita atenção à gestão 
de dados do SUAS, pois isso é a chave para o levantamento de recursos nas esferas 
estaduais e municipais.
Fonte: Ministério da Cidadania (online). 
PENSANDO JUNTOS
De acordo com a LOAS/ lei 8742/93
Art. 6o-A. A assistência social organiza-se pelos seguintes tipos de proteção: 
I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da as-
sistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familia-
res e comunitários; 
II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que tem por 
objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa 
de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e 
indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos. 
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos instrumentos das proteções da 
assistência social que identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e 
seus agravos no território. 
Art. 6o-B. As proteções sociais básica e especial serão ofertadas pela rede socioassistencial, 
de forma integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações 
de assistência social vinculadas ao Suas, respeitadas as especificidades de cada ação. 
EXPLORANDO IDEIAS
UNICESUMAR
UNIDADE 1
36
Todos os questionamentos e situações apresentadas sobre a atuação do SUAS e a 
sua capacidade de lidar com estados emergenciais foram necessários para termos 
uma noção breve de algumas dificuldades que os profissionais enfrentam no dia 
a dia. Sejam elas por demandas novas, dificuldades de implantação e organização 
do SUAS nos municípios, baixa gestão da informação, entre outros. 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Sistema Único de Assistência Social no Brasil - uma realidade 
em movimento.
Autor: Berenice Rojas Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira 
da Silva e Silva, Raquel Raichelis.
Editora: Cortez Editora.
Sinopse: Se até pouco tempo o tema da política da assistência social mobilizava, sobretudo, 
o interesse dos profissionais e pesquisadores da área de Serviço Social, hoje a interlocução é 
outra. Milhares de novos trabalhadores de distintas áreas, milhares de gestores públicos de 
entidades privadas e os milhões de novos sujeitos de direitos compõem um multifacetado e 
ávido segmento social, que no cotidiano são desafiados a construir a nova matriz do Sistema 
Único da Assistência Social o SUAS, com suas virtudes e vicissitudes, diriam as autoras. Para 
este vasto público, a leitura deste livro é preciosa. Trata-se de uma obra que reúne de ma-
neira instigante um belo e amplo observatório da políticas pública de assistência social hoje. 
Ao examinar tema tão relevante, expondo a difícil dialética de sua da sua realidade em movi-
mento, a equipe de autoras nos presenteia com uma feliz oportunidade de preparar melhor 
o estudo e intervenção profissional nesta complexa, fundamental, e não poucas vezes mal 
compreendida, política social.
WEB :
Para obter maiores informações e contribuir no aprendizado, 
você pode visitar o portal Capacitação Cidadania, uma platafor-
ma EaD do Ministério da Cidadania, com cursos livres e auto 
instrucionais sobre o SUAS e outros assuntos pertinentes.
Fonte: Ministério da Cidadania (online).
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13604
37
1. A proteção social no âmbito da Assistência Social organiza-se por dois tipos, isto é, 
a proteção social básica e a proteção social especial. Descreva detalhadamente as 
funções e evidencie as áreas em que cada uma se dedica. 
2. De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS - Lei nº 8.742/1993, o SUAS 
possui instâncias deliberativas de caráter permanente e composição paritária entre 
governo e sociedade civil. Com relação a essas instâncias deliberativas, responda 
quais são e a sua importância dentro do SUAS. 
3. O Conselho Nacional de Assistência Social é o órgão responsável por aprovar e de-
liberar sobre a Política Nacional da Assistência Social. Deste modo, pontue algumas 
características sobre o conselho e também como é a composição de seus membros.
2Gestão e Desenvolvimento do SUAS: 
Instrumentos 
de Gestão
Me. Michele Vanessa Werner
Nesta unidade você entenderá como funcionam os instrumentos de 
gestão do SUAS, suas origens e também as bases legais, como tam-
bém aprender o papel do Plano de Assistência Social. Nesta parte 
você também verá sobre os aspectos relevantes que o financiamento 
ocupa na concretização de uma política pública. Além disso, refletir 
sobre a contribuição das ferramentas de informação, monitoramento 
e avaliação do SUAS à Política Pública de Assistência Social. 
UNIDADE 2
40
Imagine que você, Assistente Social de um município, tenha que fazer vários 
atendimentos no mês de fevereiro, e devido à alta demanda, deixe de lançar os 
dados daquele período ao sistema de informação do SUAS. No mês seguinte, 
os atendimentos seguem altos, a equipe da Assistência Social do município 
é suficiente mas, ao mesmo tempo reduzida, e os dados no sistema do SUAS 
seguem acumulando para serem lançados. 
Naquela semana, a equipe de monitoramento de avaliação do SUAS con-
voca você e seus colegas de trabalho para uma importante reunião, onde serão 
destinados novos recursos para programas e projetos que tenham prioridade 
no momento. Assim, a equipe solicita um levantamento de dados, mas infeliz-
mente eles não foram lançados no sistema, inviabilizando uma análise comple-
ta da situação. Devido à demora e falta de organização para o recebimento do 
recurso, o mesmo é repassado primeiro ao município vizinho pela celeridade 
das informações prestadas ao órgão gestor.
Você enquanto Assistente Social, se preocupa e tenta adequar todas as bases 
de dados e considerações, mas apesar da organização nos dias seguintes, ainda 
precisa aguardar uma nova avaliação dos gestores para que os recursos sejam 
concedidos ao município. 
Você conseguiu ter uma dimensão da importância que é a gestão da infor-
mação para o SUAS?. Exemplos como esse acontecem em vários municípios 
brasileiros diariamente, e o êxito da Política Nacional da Assistência Social 
depende que o SUAS esteja trabalhando em Rede, no qual todos os pontos 
alimentem informações para que este sistema funcione em sinergia. Agora, 
vamos aprender um pouco mais sobre isso!
O objetivo da gestão da informação é criar condições estruturais para as ope-
rações de gestão, monitoramento e avaliação do SUAS, de acordo com a NOB/
SUAS-2005. E, para isso, a avaliação torna-se um desafio com base em obrigações 
morais, e avança em questões estratégicas. Esta ferramenta é fundamental para a 
manutenção de políticas públicas, planos, projetos, serviços e interesses que são, 
portanto, vitais para a aquisição, sequenciamento e aplicação de recursos. Poden-
do com isso, detectar problemas ou desvios na execução de uma ação, projeto 
ou plano, e permitir que ações corretivas sejam tomadas durante a sua execução.
41
Para que você, estudante, tenha uma experiência inicial sobre o tema, que tal 
entrar no site do Ministério da Cidadania e ver alguns Manuais do Censo SUAS 
2021?. Com isso você poderá ter um breve conhecimento de como funciona a 
coleta de informações dos municípios. Acesse o site abaixo e confira: 
A partir do exemplo exposto, quais reflexões você 
pode observar na coleta de informações do censo SUAS?. 
Procure pensar sobre as dificuldades que um município 
com uma localização mais longe dos grandes centros 
possui na hora de levantar esses dados e anote abaixo 
possíveis adaptações para isso. 
UNIDADE 2
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13606UNIDADE 2
42
INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO SUAS
Para tratarmos de instrumentos de gestão, vamos dar início a uma apresentação 
sobre os papéis desenvolvidos pelos entes federados no que diz respeito à assis-
tência social. Alicerçados nas publicações do Ministério da Cidadania (antigo 
MDS), consideramos para o SUAS quatro tipos de gestão, que ocorrem no âmbito 
da União, do Distrito Federal, dos estados e dos municípios.
A gestão no âmbito da assistência social tem por objetivo contribuir na 
consolidação dos direitos sociais, trata-se da administração das demandas 
advindas da sociedade que expressam as necessidades da população. A for-
mulação das políticas públicas, a implementação da política social, dos pro-
gramas e dos projetos de cunho sócio assistencial são considerados os canais, 
os meios, de resposta às demandas sociais (KAUCHAKJE, 2012, p. 22- 25). 
Nesse sentido, Kauchakje (2012, p. 26) conclui que:
 “ Há uma íntima articulação entre as ações que visam assegurar direi-tos sociais, tais como políticas públicas, programas, projetos e servi-ços sociais destinados à população como um todo (universalidade) 
e a grupos sociais específicos (priorização social).
Essa articulação acontece já na distribuição das atribuições das esferas de go-
verno, situação em que cada uma assume seu papel na elaboração, coordenação, 
execução, monitoramento, avaliação dos planos, programas, projetos e serviços 
na área da assistência social.
43
Nesse sentido, compete a cada esfera realizar as atividades concernentes às 
suas responsabilidades pactuadas. A cargo da União, cabe a formulação, apoio, 
articulação e coordenação das ações, enquanto que os estados estão incumbidos 
da gestão da assistência social em seu âmbito, com base na NOB/SUAS.
Já para a gestão municipal, a habilitação ao SUAS pode acontecer por 
meio de um dos três níveis, gestão inicial, básica e plena, cada nível define a 
amplitude das ações de assistência que o município irá assumir e cada nível 
amplia o alcance da ação. Por exemplo, a gestão inicial é para os municípios 
que tenham conselho em funcionamento, seus fundos e planos municipais 
de assistência social criados e executem as ações da Proteção Social básica, 
com recursos próprios, já no nível de gestão plena, gere totalmente as ações 
socioassistenciais. Quando um município não se habilita, os recursos federais 
ficam à disposição da gestão estadual (MDS, 2015).
O SUAS conta, na sua metodologia de gestão, com instâncias de pactuação, 
que recebem o nome de Comissão Intergestores Tripartite - CIT e Comissão In-
tergestora Bipartite - CIB. Tais comissões articulam nos três níveis de governo as 
suas demandas, negociando questões operacionais e intercambiando informações 
para efetivação da descentralização prevista no modelo de gestão do SUAS. As 
CITs articulam a organização e a gestão do sistema entre as três esferas, e as CIBs 
entre estados e municípios sempre considerando as deliberações dos Conselhos de 
Assistência Social na respectiva esfera. As pactuações definidas são encaminhadas 
ao Conselho Estadual/Municipal e para CNAS para registro e cientificação.
Com base nisso, trataremos dos assuntos que envolvem os instrumen-
tos de gestão do SUAS, retomando a discussão sobre a participação, pois o 
“modelo de organização institucional e distribuição de responsabilidades, 
e ao conjunto de mecanismos jurídicos e políticos, instrumentos técnicos, 
ferramentas informacionais e processos administrativos”, (MDS, 2015) está 
atrelado à questão essencial de responsabilidades dos envolvidos, na execu-
ção, eficiência, eficácia e efetividade do conjunto de ações qualificadas nos 
serviços, programas, projetos, benefícios e transferências de renda.
A execução da tarefa de controle social deve refletir a participação e a co-
gestão do sistema, definida a partilha do poder e a democratização de decisões, 
estas necessitam ter suas determinações em esfera populacional, possibilitando 
fiscalização e controle pela população nas decisões e ações nos três níveis de go-
verno. A aplicação dos princípios constitucionais, da legalidade, impessoalidade, 
UNIDADE 2
UNIDADE 2
44
publicidade e eficiência, de gestão pública direta e indireta, também pauta a gestão 
do SUAS no cumprimento do art. 6º da Lei Orgânica da Assistência Social, de 
nº 8.742 de 07 de dezembro de 1993, que define os objetivos do SUAS, seguem:
 “ I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a coopera-ção técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva; 
II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos 
e benefícios de assistência social, na forma do art. 6º-C; 
III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na orga-
nização, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência 
social;IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades re-
gionais e municipais; 
V - implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na 
assistência social; 
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e 
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos 
(BRASIL, 1993)
Tais objetivos são alcançáveis, desde que sejam utilizados instrumentos de gestão, 
enquanto ferramentas de planejamento, de ordem técnica e financeira da PNAS e 
do SUAS, nos três níveis de governo. Embora haja previsão constitucional para a 
integração do planejamento e do orçamento público, na esfera da PNAS, a NOB/
SUAS - 2005 inclui outros instrumentos de gestão ao SUAS, identificando-os 
como o Plano de Assistência Social, o Orçamento da Assistência Social, a Ges-
tão da Informação, Monitoramento e Avaliação, e o Relatório Anual de Gestão, 
tendo como parâmetro o diagnóstico social e os eixos de proteção social, básica 
e especial (NOB/SUAS, 2005). Nesse sentido:
 “ A gestão do SUAS, portanto, está relacionada a. processo técnico e político por meio do qual as ações acima refe-ridas são formuladas e implementadas;
45
b. modelo de organização institucional e distribuição de responsa-
bilidades entre atores, instituições e unidades da federação quanto 
ao processo de planejamento, financiamento, execução, monitora-
mento e avaliação da política pública;
c. Conjunto de mecanismos jurídicos e políticos, instrumentos 
técnicos, ferramentas informacionais e processos administrativos, 
mobilizados pelos diversos atores que atuam na área – gestores, téc-
nicos, conselheiros etc. – visando garantir a efetividade das ações e 
o seu controle pela sociedade (BRASIL, 2005).
Os mecanismos, instrumentos e ferramentas listados embasam a formulação, a 
implementação, o controle, o monitoramento e a avaliação das ações e das deci-
sões no processo de gestão compartilhada.
Com base no art. 6º da LOAS, texto incluído pela Lei 12.435, de 2011, no “§ 
2º O Suas é composto pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de 
assistência social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangi-
das por esta Lei”. Uma equipe que transcende a base técnica e une, em desafio, 
gestores, representações governamentais e da sociedade civil (nos espaços de 
controle social - os conselhos), cada qual com sua parcela de responsabilidade 
na garantia da efetividade da ação e no controle da aplicação dos recursos para 
a sua implementação.
Considerando isso, iremos saber um pouco mais a respeito dos Instrumen-
tos de Gestão do SUAS, a saber: o Plano de Assistência Social, o Orçamento da 
Assistência Social, a Gestão da Informação, Monitoramento e Avaliação e o 
Relatório Anual de Gestão.
O PLANO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Como vimos, com base na NOB/SUAS, o Plano de Assistência Social é uma 
das ferramentas de planejamento técnico e financeiro da PNAS e do SUAS, 
é um instrumento de gestão que organiza, regula e norteia a execução física 
e financeira da PNAS. 
Pautado no princípio democrático e participativo, deve ser submetido à 
aprovação do respectivo Conselho de Assistência Sociale sua elaboração é de 
UNIDADE 2
UNIDADE 2
46
responsabilidade do órgão gestor da política. Esse instrumento deve ser capaz 
de propor estratégias de intervenção na realidade social, política, econômica e 
cultural, eficazes e eficientes, priorizando investimentos e aplicação de recursos 
que traduzam, na prática, os objetivos estabelecidos pela relação de parceria e do 
compromisso social entre o poder público e a sociedade civil, materializando-os.
A Resolução nº182, de 20 de julho de 1999, “explicita procedimentos opera-
cionais proporcionando avanços no processo de municipalização das ações de 
assistência social”, determina, em seu art. 1º, que os Planos de Assistência Social, 
nos Estados e nos Municípios abranjam períodos regulares de governo, serão 
plurianuais, construídos para o espaço temporal de 4 anos, sendo executado a 
partir do segundo ano de mandato da gestão governamental que o elaborou e 
concluído no primeiro ano da gestão seguinte. A Resolução prevê, ainda, que, 
anualmente, os Planos de Assistência Social poderão receber ajustes necessários, 
desde que aprovados pelos respectivos Conselhos de Assistência. Entretanto, a 
cada dois anos, os Estados estarão obrigados a realizar os ajustes nos seus planos, 
com base nas alterações decorrentes da mudança de gestão municipal. Determi-
na, inclusive, que os Relatórios de Gestão serão sempre anuais.
A estrutura do Plano é composta por informações que justifiquem as inter-
venções propostas, conta com: a caracterização da rede de assistência; os objetivos 
gerais e específicos; as diretrizes e prioridades deliberadas; as ações estratégicas 
correspondentes para sua implementação; as metas estabelecidas; os recursos ma-
teriais, humanos e financeiros disponíveis e necessários; os mecanismos e fontes 
de financiamento; a cobertura da rede prestadora de serviços; o monitoramento 
e avaliação; o espaço temporal de execução.
O Plano é um instrumento que faz parte de um processo, que só assumirá 
relevância política e seu papel democrático-participativo se tiver condições reais 
de fomentar o debate sobre as ações da área da assistência social. Precisa produzir 
dados consistentes sobre as demandas sociais, com base em questionamentos so-
bre o alcance dessas ações. As ações propostas e sua previsão orçamentária estão 
garantidas nos artigos 203 e 204, porém a exigência de instituição dos planos nas 
esferas de governo estão descritas entre as condições de repasse de recursos, do 
art.30 da LOAS/93.
47
O ORÇAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
O financiamento da Política de Assistência Social tem sua definição durante o 
processo de planejamento da gestão nas três esferas de governo e se expressa 
nos instrumentos de gestão orçamentária, o Orçamento Plurianual e anual. 
Ferramentas que garantem o registro e a projeção das receitas de forma cla-
ra, bem como a autorização dos limites de gastos em projetos e atividades 
propostas pelo órgão gestor e aprovados pelos conselhos, tendo por base os 
princípios legais orçamentários. A Assistência Social possui estreita relação 
com os documentos orçamentários, uma vez que se faz necessário conhecer os 
trâmites para solicitar e acessar recursos financeiros a cada ação proposta na 
área. O documento conhecido como orçamento se desmembra em PPA (Plano 
Plurianual), LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária 
Anual) e é imprescindível para a concretização dos objetivos da PNAS.
A forma de financiamento é um dos aspectos mais relevantes para a con-
cretização de uma política pública, pois ela delineia como serão providos, dis-
tribuídos e aplicados os recursos necessários para a sua execução, respeitando 
as diversidades das regiões abrangidas. Nesse sentido, as políticas públicas de 
seguridade devem ser financiadas com a participação de toda a sociedade, 
com a utilização de recursos oriundos dos orçamentos das três esferas de 
governo e das diversas contribuições sociais. No que concerne à assistência 
social, o art. 24. da CF/88 atribui que é competência da União, dos Estados e 
do Distrito Federal legislar concorrentemente, inclusive, sobre o orçamento. E 
todo o processo de construção orçamentária, execução e prestação de contas 
deve ser transparente e acessível à sociedade.
Os recursos são alocados em seus respectivos orçamentos e repassados via 
fundo. Os recursos federais para o financiamento da assistência social são alo-
cados no Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), no caso dos estados, 
municípios e Distrito Federal, estes alocam em seus respectivos fundos, como 
unidades orçamentárias. Quando da execução de serviços socioassistenciais de 
caráter continuado da PNAS, os recursos têm sua transferência automática e 
regular aos fundos regionais e locais. Já para o apoio a projetos e programas de 
duração determinada, os recursos têm sido repassados por meio de convênios e 
UNIDADE 2
UNIDADE 2
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contratos de repasse. Os contratos de repasse tem como agente financeiro a Caixa 
Econômica Federal.
O artigo 30-A, da LOAS/93, confirma a forma de transferência automá-
tica entre os fundos de assistência social no SUAS, para o “cofinanciamento 
dos serviços, programas, projetos e benefícios eventuais, no que couber, e o 
aprimoramento da gestão da política da assistência social”, desde que haja 
a alocação de recursos próprios nesses fundos nas três esferas de governo. 
Enquanto que a NOB/SUAS “define as condições gerais, os mecanismos e os 
critérios de partilha para a transferência de recursos federais para o Distrito 
Federal e os estados e municípios” (MDS/2015).
O controle e o acompanhamento dos serviços, programas, projetos e be-
nefícios cabe ao ente federado responsável pela utilização do recurso do 
respectivo Fundo, sem depender de ações do órgão repassador dos recursos. 
As informações sobre a aplicação dos recursos advindos dos fundos de assis-
tência social poderão ser solicitadas pelos entes transferidores para análise e 
acompanhamento de sua utilização (LOAS/93, artigos 30-B e 30-C).
49
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO, MONITORAMENTO 
E AVALIAÇÃO
Considerando o fato de que a informação é uma ferramenta essencial para 
a consolidação do SUAS, a gestão dessas informações organiza e compila 
os dados disponíveis, subsidiando a política de assistência social desde seu 
planejamento até a avaliação de suas ações. A gestão da informação produz 
condições estruturais conforme a determinação da NOB/SUAS/2005, efeti-
vando-se nos termos da Rede SUAS.
A gestão de informação tem como objetivo produzir condições estruturais 
para as operações de gestão, monitoramento e avaliação do SUAS, conforme 
a determinação da NOB/SUAS – 2005. E, para que se cumpra, a avaliação 
tornou-se um desafio embasado no dever ético, na questão estratégica para 
proposição e manutenção de políticas públicas, programas, projetos, serviços 
e benefícios, sendo, dessa forma, essencial para a captação, a ordenação e a 
aplicação de recursos. O monitoramento e o acompanhamento da proposição 
e execução de programas, projetos, atividades e benefícios, estrategicamente, 
garante melhores padrões de avaliação de execução, de desempenho e de re-
sultados. Possibilita alterações de curso de uma proposta durante sua execu-
ção para que se obtenham os resultados esperados, superiores aos previstos, 
ou mesmo que garantam o alcance dos resultados mínimos previstos, diante 
de intercorrências. Esse instrumento é imprescindível, pois tem a capacidade 
de detectar problemas ou desvios no desempenho de uma ação, projeto ou 
programa, permitindo ações corretivas durante sua execução.
Para que essa fase se concretize, é necessário que se construa um sistema 
contendo as informações técnicas e operativas de cada parte do processo, 
acompanhando toda a execução. A avaliação atribui valores para que se possa 
mensurar o grau de eficiência, eficácia e efetividade de políticas, programas 
e projetos sociais, identificando os processos, acompanhando os resultados, 
comparando desempenho e propondonovas alternativas. A avaliação sis-
temática é de grande relevância para que uma política pública atenda às 
necessidades sociais e deve ser um processo permanente, desde a gênese de 
uma proposta até sua conclusão. Uma proposta de avaliação participativa ne-
cessita ter em seu processo todos os envolvidos, considerando beneficiários, 
gestores, parceiros, financiadores, equipe técnica e equipe executora. Promo-
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vendo a aprendizagem social e a reflexão da ação pelos atores envolvidos. Os 
parâmetros de avaliação mais comuns são a eficiência, que corresponde ao 
custo do projeto; a eficácia, que mede se o projeto/ação foi capaz de alcançar 
os objetivos e se efetuou as correções necessárias, é uma medida da relação 
entre os meios utilizados e os fins obtidos; a efetividade, que é medida pelas 
alterações reais e significativas na vida dos beneficiários da ação, pode ser 
mensurada, no comparativo do antes e depois do projeto/ação/programa. O 
valor usado para medir, avaliar e acompanhar a evolução e os resultados é 
dado pelos Indicadores de avaliação. Esses indicadores devem ser pautados 
nos objetivos e, para sua definição, precisam considerar a capacidade real 
desse indicador para medir aquilo a que se propôs, se a qualidade dos dados 
produzidos garante a construção de um indicador, se é de fácil compreen-
são e se ele expressa as características essenciais e as mudanças e resultados 
esperados. Ou seja, indicadores que garantam a validade, a confiabilidade, a 
simplicidade, a seletividade, a sensibilidade e a especificidade. 
Essas informações/resultados fornecidos pelo indicador devem ser sólidos, 
claros, os dados precisam, realmente, representar de forma clara a realidade posta, 
sem gerar dúvidas posteriores. O indicador deve exemplificar claramente uma 
realidade social, permitindo sua comparação futura, para acompanhar as pos-
síveis mudanças nessa mesma realidade e para que os documentos e relatórios 
produzidos expressem todos os pontos da realidade em que se efetuou a inter-
venção. A alocação e a execução dos recursos financeiros, atrelados às atividades 
propostas, precisam ser claros à população, aos técnicos, à sociedade como um 
todo, uma vez que conhece o seu processo de aplicação e o seu destino. E, no 
processo de participação popular, cabe ao cidadão fiscalizar como o governo 
aplica e define suas diretrizes orçamentárias.
No que diz respeito aos contratos firmados entre entes públicos, ou mes-
mo de entes públicos com entes privados, o Art. 70 da CF/88 atribui que a 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, no 
que se refere à legalidade, à legitimidade e à economicidade, será exercida 
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo e sistema interno de 
cada Poder. O seu parágrafo único define que:
 “ Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou priva-da, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, 
51
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, 
em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (CF/88).
No que concerne à gestão das ações e aplicação dos recursos, no âmbito do SUAS, 
essas são negociadas e pactuadas nas Comissões Intergestores Bipartite e Tripar-
tite, mas tais procedimentos são acompanhados e aprovados pelos respectivos 
Conselhos, com vistas ao controle social.
Abordamos, neste tópico, os instrumentos de informação, monitoramento e 
avaliação que precisam ser aliados e organizados sistematicamente, propiciando 
à sociedade, aos executores e aos elaboradores da ação, da proposta, meios de 
perceber caminhos de participação. A informação e o acesso a essa se faz essencial 
para o exercício amplo da cidadania, conhecendo os caminhos percorridos pelos 
recursos públicos no atendimento de demandas sociais.
FERRAMENTAS DE INFORMAÇÃO, MONITORAMEN-
TO E AVALIAÇÃO DO SUAS
Conheceremos, nos tópicos a seguir, as ferramentas de informação, monito-
ramento e avaliação do Sistema Único da Assistência Social. Tais ferramentas 
são responsáveis pela sistematização dos dados e produção de relatórios para 
o acompanhamento do desenvolvimento e resultado das ações e atividades 
desenvolvidas pela rede socioassistencial, garantindo, desse modo, uma ava-
liação constante e redirecionamento das propostas, com base nos impactos 
produzidos no âmbito do SUAS.
REDE SUAS
O SUAS possui um sistema que auxilia na gestão, monitoramento e avaliação das 
atividades, contando com parâmetros financeiros e gerenciais, esse sistema recebe 
o nome de REDE SUAS. Com base nas informações do MDS (2015), esse sistema 
nasce da necessidade de ampliar a comunicação no âmbito das informações do 
SUAS e o acesso a dados no que diz respeito à implementação da PNAS, atua 
como instrumento de gestão, organizando a produção, o armazenamento, o pro-
UNIDADE 2
UNIDADE 2
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cessamento e a disseminação dos dados. Pautado nessas funções, oferece suporte 
à operação, financiamento e controle social do SUAS, contribuindo na questão 
legal da transparência das ações e aplicação dos recursos, pautado na gestão da 
informação, por ser um sistema composto por ferramentas de registro e divulga-
ção das informações sobre os programas, serviços e benefícios socioassistenciais. 
Com base nas informações disponibilizadas no site do próprio MDS (2015), 
“a Rede SUAS não se resume à informatização ou instalação de aplicativos, mas 
afirma-se também como uma cultura a ser disseminada na gestão do controle 
social”. Tendo o Sistema Nacional de Informações do SUAS – Rede SUAS a fina-
lidade de organizar produção, armazenamento, processamento e a disseminação 
dos dados e da informação, disponibilizando-os na ótica da garantia da cidadania. 
Esse sistema subsidia decisões, “à operacionalização, à gestão, ao financiamento e 
ao controle social do SUAS” (MDS, 2015).
Os sistemas que compõem a REDE SUAS são:
BPC na Escola
CadSUAS
Carteira da Pessoa Idosa
Censo SUAS
CNEAS
Demonstração de implantação
Módulo de Acompanhamento dos Estados
Prontuário Eletrônico do SUAS
Registro Mensal de Atendimento
SAA
SIMPETI
SISAcessuas
SISC
SUASweb
Termo de Aceite/adesão 
Quadro 01: Composição da REDE SUAS.
Fonte: Blog da Rede SUAS (Ministério da Cidadania). 
Dos sistemas componentes da REDE SUAS, cada qual tem uma funcionalidade 
e são disponibilizados para preenchimento de informações aos órgãos públicos 
e Conselhos que tenham autorização prévia, com login e senha válidos.
53
O CadSUAS é o Sistema de Cadastro do SUAS, em funcionamento desde 
o ano de 2008, e é abastecido com informações cadastrais da Rede Socioas-
sistencial, dos Órgãos Governamentais e Trabalhadores do SUAS, por meio 
de módulos de preenchimento.
Para a Rede Socioassistencial, temos o Cadastro do CRAS, do CREAS e de 
outras Unidades Públicas de atendimento social. No que diz respeito aos Órgãos 
Governamentais, são efetuados o cadastro do Conselho Estadual/Municipal de As-
sistência Social, o Cadastro do Fundo Estadual/Municipal de Assistência Social, o 
Cadastro dos Governos Estaduais, o Cadastro de Prefeituras, o Cadastro do Órgão 
Gestor, ou seja, da Secretaria Municipal/Estadual de Assistência Social, e cadastra, 
também, outros entes, como Autarquias, Câmaras e Assembleias. Para esses cadas-
tros, é necessário login e senha e só pode ser preenchido por pessoas autorizadas.
Para cadastrar os trabalhadores do SUAS, existe o cadastro de pessoa física 
realizado pelo órgão gestor que, para acesso, preenche login e senha, informa o 
quadro funcional, registrando os trabalhadores do SUAS. Já o resultado pode ser 
visualizado/consultado por qualquer pessoa, sem a necessidade de login e senha. A 
consulta a parcelas pagas pode ser feita por qualquer cidadão, sem necessidade de 
login e senha, basta acessar “Parcelas Pagas Público” e preencher os campos de busca.
O SUASWEB é específico para gestão do SUAS, trás informações sobre 
o Plano de Ação, contemplando o planejamento das ações cofinanciadas; 
sobre o DemonstrativoSintético de Execução Físico-Financeira (esse rela-
tório é preenchido pelo gestor e aprovado pelo conselho, com login e senha 
individualizada), com informações resumidas, prestando contas de um de-
terminado período e respectivos recursos utilizados; sobre a consulta a dados 
financeiros, contas, repasses e saldos dos entes públicos; sobre a consulta à 
base cadastral dos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada - BPC. 
Esse sistema realiza integração com outros sistemas e bases de dados da Rede 
SUAS. Todo município deve ter acesso para preenchimento do sistema.
O Benefício de Prestação Continuada - BPC tem um sistema de nome, 
BPC na escola, que é alimentado pelo gestor com login e senha, e trata-se de 
um programa para acompanhamento e monitoramento da concretização do 
acesso e permanência de crianças com deficiência na escola.
O GEO SUAS íntegra dados e mapas, um sistema de georreferenciamen-
to que, com seus relatórios e indicadores, subsidia as decisões no processo 
de gestão da PNAS. Esse sistema pode ser acessado por qualquer cidadão 
UNIDADE 2
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para obter informações sobre Unidades e Equipamentos, sobre a Matriz de 
Informações Sociais que gerencia programas/ações e serviços conduzidos 
pelo Ministério da Cidadania entre outras ferramentas de acompanhamen-
to, e não é exigido login e senha. Essa ferramenta, por produzir relatórios e 
publicá-los, é componente do Sistema de Informação do SUAS.
Aliado ao GEO SUAS, temos o INFO SUAS, sistema que, também, produz 
as informações e as disponibiliza à população, mas essas dizem respeito aos 
repasses atuais e anteriores (de execução) de recursos financeiros ao Fun-
do Nacional de Assistência Social e aos Fundos Estaduais e Municipais de 
Assistência Social. Conhecido como Sistema Nacional de Informação do 
Sistema Único de Assistência Social. Para acompanhar e gerir o Projovem 
adolescente, a Rede SUAS tem o SISJOVEM, que subsidia as tomadas de 
decisão dos gestores de assistência social, das três esferas de governo, ofere-
cendo informações detalhadas e consolidadas sobre a execução do serviço.
Para administrar a implantação de uma Política de senhas para os sistemas 
da Rede SUAS, foi criado um modelo descentralizado para acesso aos sistemas, 
cuja definição de parâmetros de acesso é definida com base no perfil definido 
pelo gestor e na esfera a que este está vinculado (gestores estaduais, municipais e 
do Distrito Federal). Esse modelo de sistema responsável pela gestão do acesso a 
Rede SUAS é denominado SAA - Sistema de Autorização e Autenticação.
Na Rede SUAS, existem, ainda, outros sistemas vinculados. Os sistemas para 
preenchimento e informações dos Termos de Aceite referentes aos programas 
Brasil sem miséria; CapacitaSuas; Sispeti; Termo de Aceite 2013, e, inclusive, o 
Plano de Ação e CNEAS dependem de cadastro prévio do gestor para emissão 
de login e senha. Somente dessa forma, os campos para abastecimento das in-
formações que comporão o relatório estarão disponíveis. Eles são instrumentos 
de planejamento e acompanhamento.
O sistema comporta, também, a solicitação da Carteira do idoso, que é 
realizada pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), desde que 
o idoso já tenha seus dados inseridos no Cadastro Único e um número de NIS 
(Número de Identificação Social) válido.
No que se refere ao monitoramento e avaliação, o sistema possui alguns ins-
trumentos sistematizados que possibilitam a visualização de informações sobre 
repasses de recursos na área da assistência social. Essas informações estão dis-
poníveis no ícone de sistema: Parcelas Pagas Público.
55
O acompanhamento e a gestão do Serviço de Convivência e Fortalecimento 
de Vínculos - SCFV, é efetuado por meio do SISC - Sistema de Informações do 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. O preenchimento de in-
formações referentes a esse serviço é de responsabilidade do gestor municipal de 
assistência social, que acessa o sistema por meio da inserção do seu CPF. Todos 
esses sistemas têm suas descrições e acessos no próprio site do MC.
A percepção clara dos resultados obtidos pelos serviços de assistência social é 
dada pelo monitoramento constante, que influência no direcionamento da PNAS 
e seu aperfeiçoamento acontece de forma articulada entre o MC, estados e mu-
nicípios, com base no processo sistemático e informatizado de coleta e análise 
de informações, por meio de questionários eletrônicos e um conjunto de ferra-
mentas de acesso e visualização das informações validadas, que estão disponíveis 
no CENSO SUAS, que é alimentado pelos CRAS, desde o ano de 2007, e pelos 
CREAS, desde 2008. Essa ferramenta é de uso restrito dos gestores nas esferas de 
governo e pretende “priorizar a definição de um processo sistemático de monito-
ramento das unidades de prestação e organização dos serviços socioassistenciais” 
(MDS/CENSO SUAS, 2015) ofertados pelas unidades do SUAS, acompanhando 
continuamente essas unidades, no que se refere a equipamentos e serviços.
Com base no Censo anual, é elaborado o diagnóstico e atualizado os equi-
pamentos de referência, CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e 
CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), sobre a infra- 
estrutura, serviços, recursos humanos, articulação e outras avaliações.
GESTÃO DESCENTRALIZADA
No que se refere à Gestão Descentralizada, ela ocorre por meio dos quatro tipos 
de gestão do SUAS: da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios. 
Sendo a União responsável pela formulação, apoio, articulação e coordenação das 
ações, “com base nas propostas das Conferências Nacionais e as deliberações e 
competências do Conselho Nacional de Assistência Social” (NOB/SUAS 2005). 
No caso da esfera Estadual, esta que gere a assistência social no seu âmbito de 
competência, sendo - lhe auferida entre as suas responsabilidades, a de organizar, 
coordenar e monitorar o Sistema Estadual de Assistência Social, em todos os seus 
aspectos, prestando apoio técnico aos municípios na estruturação, implantação 
UNIDADE 2
UNIDADE 2
56
e avaliação dos programas, projetos, serviços socioassistenciais. Já para a gestão 
dos municípios, ela comporta três níveis possíveis, inicial, básica e plena, cada 
nível, gradativamente, assume responsabilidades sobre atendimento dos requi-
sitos mínimos do art. 30, da LOAS e seu parágrafo único e alocação e execução 
de recursos financeiros próprios no Fundo de Assistência Social para as ações 
de Proteção Social Básica.
O artigo 8º da NOB/SUAS/2012 (Norma Operacional Básica do Sistema 
Único de Assistência Social, editada em 2012) define parâmetro de funda-
mentação do SUAS como sendo a cooperação entre a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, e delimita “respectivas competências e 
responsabilidades comuns e específicas, que são descritas nos parágrafos e 
artigos seguintes, do referido documento” (MDS, 2015).
IGD-SUAS - ÍNDICE DE GESTÃO DESCENTRALIZA-
DA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Esse instrumento mede a qualidade da “gestão descentralizada dos serviços, pro-
gramas, projetos e benefícios socioassistenciais, bem como da articulação inter-
setorial no âmbito dos municípios, Distrito Federal e estados” (MDS, 2015). Com 
base nos índices auferidos sobre os resultados obtidos, a União define o apoio 
financeiro para o aprimoramento da gestão. Esse índice varia de 0 (zero) a 1 (um), 
denotando a qualidade da gestão do SUAS, quanto maior o índice, maior será o 
incentivo financeiro, mas leva em conta o teto orçamentário e financeiro, não ultra-
passando-o. Entretanto, para receber o IGDSUAS, devem ter valor maior que 0,2.
A ferramenta possui dois meios para o repasse, o primeiro é o IGDSUAS-
-M (Índice de Gestão Descentralizada dos Municípios), que deve ser aplicado 
aos municípios e DF, já o IGDSUAS-E (Índice de Gestão Descentralizada dos 
Estados) será aplicado aos Estados. Todavia, para estar apto a essa avaliação de 
índice, os Municípios, Distrito Federale Estados, precisam aderir e se habilitar 
ao SUAS, conforme a definição da NOB/SUAS. No caso dos municípios, a habi-
litação acontece em três níveis de gestão: inicial, básica ou plena. Os Estados e 
DF devem elaborar o Plano do Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual e 
do DF e sua Pactuação em CIB ou em CIT para estarem habilitados.
57
VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL
A vigilância socioassistencial tem por objetivo produzir e sistematizar informações 
territorializadas sobre situações de vulnerabilidade e risco a que as famílias e indi-
víduos estejam sujeitos, considerando todas as etapas da vida do cidadão. Realiza, 
ainda, o acompanhamento dos padrões de oferta dos serviços. Trata-se de uma 
ferramenta de gestão, inserida na área de gestão da informação que, com o acom-
panhamento e análise de informações sobre a execução e resultados dos programas 
sociais, subsidia planejamento, supervisão e execução dos serviços socioassistenciais, 
pautando-se em dados e indicadores resultantes das análises de dados do Cadastro 
Único de Programas Sociais. Com base nisso, sua estrutura está dividida em dois 
eixos: o de Vigilância de Riscos e o de Vulnerabilidades e Vigilância de Padrões e 
Serviços, que se articula para denotar violações da proteção social e para caracterizar 
a rede de atendimento e proteção, que disponibiliza os serviços (MDS/2015).
Para fazer frente às suas atribuições, essa ferramenta conta com instru-
mentos que lhe fornecem os dados. Nesse sentido, são instrumentos de vi-
gilância socioassistencial os prontuários; o protocolo de gestão integrada; o 
relatório mensal de atendimento do CRAS, do CREAS e do Centro POP; o 
Censo SUAS que já estudamos no início desta unidade.
O Registro Mensal de Atendimento – RMA “define o conjunto de infor-
mações que devem ser coletadas, organizadas e armazenadas pelas unidades”, 
mede a demanda e a qualidade do serviço ofertado pela rede de atendimento.
O Prontuário SUAS orienta os profissionais na organização das infor-
mações referentes ao acompanhamento das famílias e indivíduos referencia-
dos e atendidos em cada serviço. Documento que deve permanecer armaze-
nado organizadamente na unidade de atendimento, registra todo o processo 
de atendimento, encaminhamento e retomadas de cada atendido e famílias, 
construindo o histórico de vida (MDS, 2015).
O Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferên-
cias de Renda no âmbito do SUAS define as competências dos entes federados, 
norteia os procedimentos de acompanhamento dos beneficiários pelos serviços e 
determina o fluxo de informações na identificação das demandas dos territórios. 
Esse instrumento possui ferramentas que auxiliam na sua operacionalização, 
que são: o Sistema de Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família 
(SICON) e o Sistema do Programa BPC na Escola.
UNIDADE 2
UNIDADE 2
58
GESTÃO DO TRABALHO
A gestão do trabalho e a educação permanente no âmbito do SUAS têm seus 
eixos de atuação delimitados pela Norma Operacional Básica de Recursos Hu-
manos do Sistema Único de Assistência Social (NOB/RH/SUAS). Consolida-se 
enquanto instrumento potencializador da formação, qualificação e regulação 
dos profissionais do SUAS e tem como parâmetros:
 “ Os princípios éticos para os seus trabalhadores; os princípios e di-retrizes nacionais para a gestão do trabalho no âmbito do SUAS; as equipes de referência; as diretrizes para a Política Nacional de Ca-
pacitação; as diretrizes nacionais para os planos de carreira, cargos 
e salários; as diretrizes para entidades e organizações de assistência 
social; as diretrizes para o cofinanciamento da gestão do trabalho; as 
responsabilidades e atribuições do gestor federal, estadual, do Dis-
trito Federal e municipal; as diretrizes nacionais para a instituição 
de mesas de negociação; a organização do CADSUAS; e, o controle 
social da gestão do trabalho (BRASIL, 2015, online).
A gestão do trabalho, nesse sentido, orienta-se na busca e garantia de melhores 
condições de trabalho, renda e atendimento dos/pelos profissionais/serviços nas 
esferas governamentais e não governamentais, pois a atuação profissional é pro-
pulsora dos direitos sociais e isso se apresenta na qualidade dos serviços ofertados 
aos usuários da assistência social.
A maneira como o SUAS se organiza e executa suas ações são aperfei-
çoadas e, posteriormente, mensuradas na sua efetividade, eficácia e eficiên-
cia por meio dos instrumentos de informação que estudamos neste tópico. 
Conhecemos qual a parcela de responsabilidade de cada esfera de governo 
no que se refere ao financiamento, organização e execução dos programas, 
projetos e atividades da assistência social. Todas as informações produzidas, 
sistematizadas e organizadas relativas à execução das atividades, à aplicação 
dos recursos e à capacitação da equipe que, quando agrupadas, fornecem o 
panorama de possibilidades e necessidades da rede socioassistencial.
O resultado dessa incorporação de informações são dispostas em um relató-
rio anual, que reflete os passos da gestão nos três níveis de governo, respectiva-
mente, no que diz respeito ao direcionamento financeiro no período.
59
O RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO
Nesse relatório, deve constar a aplicação dos recursos, da esfera de governo, 
por exercício fiscal (ano civil) e devem, obrigatoriamente, ser aprovados pelos 
respectivos Conselhos de Assistência Social. Traz, de forma sintética, as in-
formações sobre os resultados obtidos das ações propostas em cada período. 
Essas informações demonstrativas da execução anual das ações e resulta-
dos são divulgadas para garantir o processo de participação, transparência e 
como indicador avaliativo da probidade dos gestores do SUAS às instâncias 
formais do SUAS, aos órgãos de controle e à sociedade.
 Trata-se de um instrumento de gestão que é alimentado pelo órgão ges-
tor e aprovado pelo respectivo Conselho de Assistência Social, que deverá 
realizar o acompanhamento e a avaliação da aplicação desses recursos, legi-
timando o documento junto ao MC para garantir a continuidade de repasses 
e convênios entre as respectivas esferas de governo.
 As ferramentas de informação, monitoramento e avaliação, que tratamos nos 
tópicos anteriores, aliadas aos Instrumentos de Gestão do SUAS, são de extrema 
relevância para a correta leitura do relatório e consequente garantia e melhoria da 
qualidade dos serviços. Traduzem, para os profissionais e para a sociedade, todo 
o arcabouço de planos, programas, projetos, serviços e benefícios disponibiliza-
dos à população. Por tal razão, devem ser amplamente divulgados para efetivar 
a garantia de acesso à transparência e informação.
 Quem organiza tais informações é a SAGI - Secretaria de Avaliação e Ges-
tão da Informação.
SAGI – SECRETARIA DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DA 
INFORMAÇÃO
Como já comentamos na unidade I, a SAGI é componente do Ministério da Ci-
dadania, como unidade técnica-administrativa. Essa Secretaria desenvolve ações 
e atividades de gestão da informação, monitoramento, avaliação e capacitação 
das políticas e programas do Ministério, possibilitando “conhecer o público-al-
vo, a lógica de intervenção de seus programas, os problemas e boas práticas de 
UNIDADE 2
UNIDADE 2
60
implementação de suas ações e, naturalmente, os resultados e impactos” (MDS, 
2015). Essa Secretaria, com base nas ferramentas de informação que desenvolve, 
subsidia técnicos e gestores na gestão diária e no aprimoramento dos progra-
mas e ações da área social. Também promove cursos de capacitação e formação, 
visando disseminar as informações e conhecimentos produzidos. As informa-
ções produzidas provêm dos formulários e relatórios que são preenchidos pelos 
órgãos gestores e conselhos nas três esferas de governo e Distrito Federal, que 
após compiladas, compõem os Boletins Informacionais e Diagnósticos que são 
disponibilizados para técnicos, gestores e sociedade.
 Agregar informações sobre a execução das ações que integram o SUAS, seus 
resultados e impactosé de responsabilidade desta Secretaria. Mas as informações 
fidedignas à realidade devem ser subsidiadas por técnicos, gestores e conselhos 
das três esferas de governo. Os profissionais responsáveis pelo preenchimento 
desses formulários precisam ter ciência da imensa responsabilidade que assu-
mem quando iniciam o fornecimento das informações, pois delas decorrem as 
decisões sobre novas ações ou encerramento de outras.
 Desse modo, concluímos nesta unidade que é de vital importância que todos 
os entes federados garantam o nivelamento básico das condições de gestão, de 
informação, do fortalecimento dos Conselhos, da comunicação linear, da capa- 
citação e cultura técnica voltada para o planejamento, com base em demandas 
territorializadas, respeitando diferenças, conforme preconiza o art. 6º da LOAS, 
quanto às ações ofertadas no âmbito do SUAS. Para que as ações sejam executadas 
de forma padronizada e por profissionais adequados, existem normativos e regras 
a serem seguidas, que tratamos nas unidades, são documentos e orientações que 
embasam a ação, a informação e a gestão do SUAS, no que se refere à composição 
da equipe e capacitação permanente.
Conheceremos, na unidade III, sobre o trabalho social, o trabalho social de-
senvolvido no âmbito do SUAS e os trabalhadores que executam as ações.
Para o exercício profissional do assistente social qual a importância do diagnóstico produ-
zido pelos instrumentos de informação, monitoramento, controle e avaliação do SUAS? E, 
para os beneficiários dos serviços, altera sua realidade?
PENSANDO JUNTOS
61
OLHAR CONCEITUAL
FERRAMENTAS DE INFORMAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO SUAS:
REDE SUAS: atua como instrumento de gestão, organizando a produção, o armazenamento, 
o processamento e a disseminação dos dados.
GESTÃO DESCENTRALIZADA: ocorre por meio dos quatro tipos de gestão do SUAS: da 
União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios.
IGD-SUAS - ÍNDICE DE GESTÃO DESCENTRALIZADA DO SUAS: ocorre por meio dos quatro 
tipos de gestão do SUAS: da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios.
VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL: tem por objetivo produzir e sistematizar informações 
territorializadas sobre situações de vulnerabilidade e risco a que as famílias e indivíduos 
estejam sujeitos, considerando todas as etapas da vida do cidadão.
GESTÃO DO TRABALHO: Consolida-se enquanto instrumento potencializador da formação, qua-
lificação e regulação dos profissionais do SUAS através da Norma Operacional Básica (NOB/RH). 
Neste podcast você entenderá mais sobre o funciona-
mento das ferramentas de informação, monitoramento e 
avaliação do SUAS. Você tem interesse em saber um pouco 
mais sobre o assunto? Então ouça e fique por dentro!
NOVAS DESCOBERTAS
Título: SAGI: informação e conhecimento para políticas de desenvol-
vimento social.
Autor: MDS e Elisabete Ferrarezi (org.) 
Editora: MDS
Sinopse: “Com o objetivo de contribuir para o entendimento do processo de 
institucionalização da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) do 
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), esta publicação 
destaca o contexto de criação e os principais marcos da trajetória da SAGI. Vi-
sando à sistematização e disseminação do aprendizado gerado, são identifica-
dos elementos que propiciaram inovações e dificuldades enfrentadas a partir da 
constituição dos sistemas de informação, monitoramento e avaliação da política 
de desenvolvimento social, bem como a evolução da política de formação, capa-
citação e disseminação da secretaria” (MDS, 2015).
UNIDADE 2
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11203
UNIDADE 2
62
O planejamento de recursos e a gestão em todos os níveis do SUAS são es-
senciais para um bom funcionamento. Atualmente, a internet propiciou a co-
municação entre as diferentes esferas dentro deste sistema, por isso é muito 
importante que as informações tenham o devido tratamento e sejam diaria-
mente anexadas ao banco de dados, gerando organização e agilidade para o 
planejamento de recursos da Assistência Social. 
63
1. A gestão no âmbito da assistência social visa promover a consolidação dos Direitos 
Sociais, que tem por objetivo principal atender as necessidades da população. Deste 
modo, explique como se dá a articulação na gestão do SUAS desde a elaboração até 
a avaliação na área da Assistência Social. 
2. No que diz respeito à metodologia de gestão, existe no SUAS instâncias de pactuação 
para definição e deliberação das ações, que articulam nos três níveis de governo às 
suas demandas, negociando questões operacionais e intercambiando informações 
para efetivação da descentralização prevista no modelo de gestão do SUAS. Essas 
instâncias são, respectivamente: 
a) CIT, SUAS e NOB.
b) CIB e CIT.
c) NOB e CNAS.
d) CIB e SAGI.
e) CIT e CNAS.
3. Dada a importância no âmbito da gestão da informação tal qual vista durante a 
Unidade 2, descreva como são as ferramentas utilizadas para a informação, moni-
toramento e avaliação dentro da REDE SUAS. 
3Gestão e Desenvolvimento do SUAS: 
Trabalhadores
do SUAS.
Me. Michele Vanessa Werner
Nesta unidade, entenderemos o trabalho social e como ele é desenvol-
vido no âmbito do SUAS. Para isso, conheceremos a composição míni-
ma da equipe de referência dos serviços SUAS, as origens de recursos 
para seu financiamento e a Política de Capacitação dos trabalhadores 
do sistema. Como também, apresentar as atribuições dos profissionais 
do SUAS nos Serviços CRAS e CREAS, assunto extremamente impor-
tante para você, futuro Assistente Social!
UNIDADE 3
66
Você já se perguntou como funciona o trabalho com as famílias no âmbito do 
SUAS?. A organização das equipes técnicas vai muito além do que um simples 
escalado para determinadas funções. 
Imagine que você, Assistente Social, se depare com várias situações que exi-
jam além da sua formação profissional, como é o caso de pessoas com distúrbios 
psicológicos que praticam agressão física. Você se vê numa situação delicada, não 
sabe o que fazer e acaba encaminhando o caso familiar para a polícia, que com o 
uso da força, mobiliza o indivíduo e posteriormente acaba o liberando. Mas será 
que essa seria a conduta correta neste caso?
Pensando nisso, o SUAS organiza instrumentos legais que direcionam as ati-
vidades concernentes a cada área, definindo o quadro funcional e equipe mínima 
para as ações de cada serviço da Rede SUAS, seja no âmbito público ou privado. 
Deste modo, com a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-
-SUAS/2006), a gestão desse sistema confere eixos a serem trabalhados na educa-
ção e capacitação permanente da equipe de atendimento que compõem o SUAS. 
Deste modo, atualmente o SUAS que antes era um trabalho pautado no 
voluntariado e filantropia, hoje consegue ser profissional e articulado frente 
às diversas demandas sociais que são apresentadas diariamente. As equipes 
técnicas são formadas por assistentes sociais, psicólogos, advogados, coorde-
nadores e auxiliares, e vários serviços de proteção, dando o encaminhamento 
adequado para cada necessidade. 
Você notou a importância da organização e profissionalização do SUAS? 
A instrumentalidade, normativas e adequação de equipes e serviços faz com 
que este sistema funcione integralmente em todos os municípios brasileiros, 
visando atender os diversos conflitos sociais que se apresentam no cotidiano 
profissional dos Assistentes Sociais. 
O SUAS possui equipes de referência, cuidadosamente formadas através 
de concurso público, que são responsabilizadas por toda a organização dos 
serviços e programas na proteção básica e social. Para que haja a diferen-
ciação nos atendimentos, a equipe do SUAS se baseia em contextos como o 
território das famílias, as situações e graus de vulnerabilidade e riscos que 
possam estar inseridas. Assim, se dividem por níveis de complexidade e po-
dem oferecer os níveis de proteção adequados. 
67
Para que você aluno tenha conhecimento sobre a formação das equipes e 
como são feitosos atendimentos socioassistenciais, que tal acessar a Tipi-
ficação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (Res. nº 109/2009)?. Com 
isso você poderá aprender sobre todos os serviços 
e as descrições técnicas de cada um. Acesse o link 
abaixo e confira: 
Diante das experiências conhecendo as equipes 
multiprofissionais do SUAS, e levando em considera-
ção que as normas estudadas NOB-SUAS e Tipifica-
ção Nacional dos Serviços Socioassistenciais são dos 
anos de 2006 e 2009, procure pensar sobre as novas 
demandas e possíveis adaptações que seriam necessá-
rias nessas equipes, visando um melhor atendimento 
no contexto atual. 
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UNIDADE 3
68
O TRABALHO SOCIAL 
Historicamente, o trabalho social teve suas bases pautadas no voluntariado e na 
filantropia, por outro lado, mantinha o mínimo e emergencial de forma precária 
e, muitas vezes, como instrumento de disciplina e ordem social, minimizando os 
conflitos sociais. Era executado filantropicamente de forma descontinuada, pon-
tual,emergencial e sem regulamentação, por damas de caridade representantes 
da sociedade mais abastada e pela Igreja Católica.
Tais ações garantiam uma visão parcial e fragmentada da realidade vivencia-
da pela família e pelo indivíduo e não avaliavam o contexto de cada demanda, 
resolviam problemas imediatos, sem promover qualquer tipo de melhoria ou 
transformação na vida dos envolvidos.
Para fazer frente às demandas oriundas das expressões da questão social, o 
trabalho social recebe a intervenção técnica e profissional e, no campo da assis-
tência social, ao longo dos tempos, foi se reconstruindo e se constituindo enquan-
to profissão, “[..] o Serviço Social desborda o acervo das suas protoformas ao se 
69
desenvolver como um produto típico da divisão social (e técnica) do trabalho da 
ordem monopólica” (NETTO, 2001, p. 79).
A realização do trabalho social executada por um dos profissionais da equipe 
de referência, de um serviço específico, deve estar pautada em conhecimento, for-
mação teórica, técnica, política e metodológica capaz de lhe fornecer meios para 
compreender os processos e a realidade social em sua totalidade e complexidade. 
Deve, ainda, tal trabalho estar vinculado a condições institucionais adequadas à 
concretização da ação proposta. O profissional de serviço social, em seu código 
de ética, assume o compromisso da defesa intransigente dos direitos sociais. Para 
tal, em sua intervenção, deve proporcionar meios para o fortalecimento da prá-
tica democrática e participativa, garantindo a construção do protagonismo dos 
usuários dos seus serviços, vislumbra mudanças na vida do sujeito e na sociedade.
Percebemos que, historicamente, a concretização do trabalho social, na esfera 
do serviço e da assistência social, está atrelada à formação profissional, à capaci-
tação permanente, à busca do conhecimento constante e da valorização inclusive 
dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social. Conhecemos que o 
trabalho social teve suas origens caritativas, mas consolidou-se profissionalmente 
no movimento de lutas sociais, edificou o SUAS.
TRABALHO SOCIAL NO SUAS
Voltando nossos olhos para a Gestão do Trabalho no SUAS, com base na NOB/ 
SUAS (2012), em seu artigo 109 e parágrafos, temos as ações que são relacionadas 
à valorização do trabalhador e às ações de estruturação do processo de trabalho. 
No que diz respeito à valorização do trabalhador, atua na “perspectiva da des- 
precarização da relação e das condições de trabalho”, sendo elas, entre outras:
 “ I- a realização de concurso público;II - a instituição de avaliação de desempenho;
III -a instituição e implementação de Plano de Capacitação e 
Educação Permanente com certificação;
IV- a adequação dos perfis profissionais às necessidades do 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
70
SUAS;
V -a instituição das Mesas de Negociação;
VI -a instituição de planos de cargos, carreira e salários 
(PCCS);
VII- a garantia de ambiente de trabalho saudável e seguro, em 
consonância às normativas de segurança e saúde dos traba-
lhadores;
VIII- a instituição de observatórios de práticas profissionais 
(NOB/SUAS, 2012, artigo 109).
No que concerne à estruturação do processo de trabalho institucional, esse mes-
mo artigo, no segundo parágrafo, prevê a construção de desenhos organizacio-
nais, a consolidação de processos de negociação do trabalho, a criação, manuten-
ção e utilização de sistemas de informação e de supervisão técnica. No âmbito 
do SUAS, a Norma designa que cabe a cada ente federativo constituir um setor 
ou equipe para se responsabilizar pela gestão do trabalho, cujas despesas devem 
estar previstas no orçamento e financiamento da política de assistência social.
Entretanto as diretrizes para a gestão do trabalho tiveram suas diretrizes de-
finidas anteriormente, em 2006, na aprovação da Norma Operacional Básica de 
Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social - NOB -RH/SUAS, 
que foi publicada em 2007, determinando entre as suas dimensões:
• conhecer os profissionais que atuam na assistência Social, 
caracterizando suas expectativas de formação e capacitação 
para a construção do SUAS; vislumbrar o desafio proposto, 
para estes profissionais, a partir dos compromissos dos entes 
federativos com os princípios e diretrizes da universalidade, 
equidade, descentralização político-administração, interseto-
rialidade, e participação da população;
• propor estímulos e valorização desses trabalhadores; 
• identificar os pactos necessários entre os gestores, servidores, 
trabalhadores da rede socioassistencial, com base no compro-
misso da prestação de serviços permanentes ao cidadão e da 
prestação de contas de sua qualidade e resultados;
• uma política de gestão do trabalho que privilegie a qualifica-
71
ção técnico-política desses agentes (NOB-RH/SUAS, 2006).
Essa normativa determinou que, diante do caráter público dos serviços so-
cioassistenciais, é imprescindível que, para responsabilizar-se pela execução 
da gestão do trabalho no SUAS, haja servidores públicos e que os cargos de-
vem ser criados por lei, garantindo a continuidade e qualidade da execução 
desses serviços. Tais serviços se pautam em princípios éticos voltados para a 
atuação dos trabalhadores da assistência social, que normatizam a ação pro-
fissional no campo socioassistencial e devem ser considerados na elaboração, 
implantação e implementação dos padrões, rotinas e protocolos específicos. 
De acordo com a NOB-RH/SUAS 2006, são princípios éticos orientadores 
da intervenção profissional da área de assistência social:
a. Defesa intransigente dos direitos socioassistenciais;
b. Compromisso em ofertar serviços, programas, projetos e be-
nefícios de qualidade que garantam a oportunidade de conví-
vio para o fortalecimento de laços familiares e sociais;
c. Promoção aos usuários do acesso à informação, garantindo 
conhecer o nome e a credencial de quem os atende;
d. Proteção à privacidade dos usuários, observado o sigilo pro-
fissional, preservando sua privacidade e opção e resgatando 
sua história de vida;
e. Compromisso em garantir atenção profissional direcionada 
para construção de projetos pessoais e sociais para autonomia 
e sustentabilidade;
f. Reconhecimento do direito dos usuários a ter acesso a bene-
fícios e renda e a programas de oportunidades para inserção 
profissional e social;
g. Incentivo aos usuários para que estes exerçam seu direito de 
participar de fóruns, conselhos, movimentos sociais e coope-
rativas populares de produção;
h. Garantia do acesso da população a política de assistência so-
cial sem discriminação de qualquer natureza (gênero, raça/
etnia, credo, orienta- ção sexual, classe social, ou outras), res-
guardados os critérios de elegi- bilidade dos diferentes pro-
gramas, projetos, serviços e benefícios;
i. Devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas 
aos usuários, no sentido de que estes possam usá-las para o 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
72fortalecimento de seus interesses;
j. Contribuição para a criação de mecanismos que venham des-
burocratizar a relação com os usuários, no sentido de agilizar 
e melhorar os serviços prestados (NOB-RH/SUAS, 2006).
A atuação de qualquer dos profissionais que compunham a equipe de atendi-
mento na área da assistência social deve estar, obrigatoriamente, baseada nos 
princípios éticos de atendimento definidos pela NOB-RH/SUAS e por todas as 
legislações pertinentes à área socioassistencial. Cabe lembrar que essa normati-
va não é específica para o serviço social, mas à EQUIPE na sua totalidade, não 
excluindo nenhum profissional da Unidade de atendimento.
Dessa forma, todos os trabalhadores precisam ter consciência de que 
executar uma tarefa em uma Unidade de Atendimento Socioassistencial traz 
consigo uma imensa responsabilidade no sentido de ampliar direitos, ga-
rantir acessos, empoderar pessoas. A atuação dos profissionais do SUAS en-
quanto mediadores sociais está diretamente atrelada à prestação dos serviços 
ofertados no âmbito do SUAS aos usuários das assistência social. Cabendo ao 
MDS desenvolver ações que garantam a formação técnica, a elaboração de 
publicações técnicas, o envio de boletins informativos, como ferramenta de 
capacitação técnica e profissional, transparência das ações, de orientação pro-
fissional aos integrantes das equipes do SUAS e de controle social. Para que 
se materialize a rede de proteção e promoção social no território nacional a 
Gestão do trabalho no SUAS visa à valorização do trabalhador (MDS, 2015).
Estudamos sobre as Normativas de 2006 e 2012 que orientam sobre a compo-
sição das equipes de atendimento no trabalho social no SUAS. Trazem a discussão 
sobre o reconhecimento do trabalhador no âmbito do SUAS e requerem que haja 
nos equipamentos de atendimento o número adequado de trabalhadores capacita-
dos e aptos para o desenvolvimento das ações previstas para a proteção social. Es-
ses trabalhadores em equipamentos públicos compõem as equipes de referência.
EQUIPES DE REFERÊNCIA
A Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único da 
Assistência Social caracteriza o conceito de Equipes de referência, no âmbito 
do SUAS, definindo-o como aquelas que são compostas por “servidores efeti-
73
vos, que se responsabilizam pela organização e oferta de serviços, programas, 
projetos e benefícios de proteção social básica e especial”. Para determinar a 
amplitude do atendimento e caracterizar como proteção social básica ou es-
pecial, o SUAS se baseia no diagnóstico do território, nas vulnerabilidades e 
riscos a que famílias/indivíduos possam estar sujeitos. E o porte das equipes 
para atendimento de tais demandas se delineia com base no número de famí-
lias referenciadas em um dado território, pelo tipo de atendimento necessário 
e nas aquisições que devem ser garantidas aos usuários dos serviços.
Os serviços públicos de proteção social estão divididos por níveis de comple-
xidade. Temos a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial, esse último 
nível se subdivide em Especial de Média e Especial de Alta Complexidade. O MDS 
disponibiliza a lista dos serviços de cada nível de proteção, que foi padronizada 
e detalhada em diversos aspectos de seu funcionamento e organização, pela Ti-
pificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (Res. nº 109/2009), que segue:
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
 “ 1 . Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
3. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas 
com Deficiência e Idosas.
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL
 “ Média Complexidade 1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias Indivíduos – PAEFI
2. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias 
Indivíduos – PAEFI
3. Serviço Especializado em Abordagem Social
UNICESUMAR
UNIDADE 3
74
4. Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento 
de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de 
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)
5. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com De-
ficiência, Idosos(as) e suas Famílias
6. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua Alta 
Complexidade 
7. Serviço de Acolhimento Institucional
8. Serviço de Acolhimento em República
9. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora
10. Serviço de proteção em situações de calamidades públicas 
e de emergências (BRASIL, Resolução 109/2009).
A oferta dos serviços listados é responsabilidade dos equipamentos públicos, 
entretanto alguns deles são disponibilizados, também, por associações sem 
fins lucrativos, vinculadas e articuladas aos órgãos públicos que, em alguns 
casos, os adquire dessas instituições para ofertá-los à população. Nos equi-
pamentos públicos ou nos privados, existe uma equipe mínima de técnicos 
e profissionais que obrigatoriamente deve estar disponível para atendimento 
aos usuários da assistência social.
EQUIPES DE REFERÊNCIA EM EQUIPAMENTOS PÚ-
BLICOS E PRIVADOS, NO ÂMBITO DO SUAS
No caso dos equipamentos públicos, os serviços do PAIF e PAEFI são prestados 
exclusivamente pelas equipes de referência do CRAS e CREAS, respectivamen-
te. Para os serviços de Proteção Social Básica, somente em situações em que os 
equipamentos públicos não tenham condições/recursos físicos ou de pessoal 
é que o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e o Serviço de 
Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas 
poderão ser prestados por entidades de assistência social, sob a condição de 
elas estarem referenciadas aos respectivos CRAS, atuando de forma articulada, 
75
conjunta, padronizada e pautadas nas diretrizes, princípios e legislações perti-
nentes ao SUAS, garantindo, dessa forma, que o atendimento das necessidades 
e proteção das famílias daquele território de abrangência será de qualidade.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, com base na Tipi-
ficação, possui serviços distintos, organizados por faixa etária e dispõe de um 
Caderno de Orientações Técnicas para cada um deles que determina detalhada-
mente a ação e todo recurso necessário a sua execução com qualidade, inclusive 
as atribuições dos profissionais que compõem a equipe de atendimento. A orien-
tação define que, no mínimo, cada um desses serviços disponha de um técnico de 
referência do PAIF (nível superior) e um profissional com a função de orientador 
social (nível médio), podendo opcionalmente agregar um Facilitador de Oficinas.
Ainda nos referindo à Proteção Social Básica na esfera municipal gover-
namental, de acordo com o porte do referido município, essa Norma atribui a 
composição mínima de equipe de referência para os serviços dos Centros de 
Referência da Assistência Social - CRAS como sendo: 
PEQUENO PORTE I PEQUENO PORTE II
MÉDIO, GRANDE, METRÓ-
POLE E DF
Até 2500 famílias 
referenciadas.
Até 3500 famílias 
referenciadas.
A cada 5000 famílias referen-
ciadas.
2 técnicos de nível 
superior, sendo um 
profissional assis-
tente social e outro, 
preferencialmente, 
psicólogo.
3 técnicos de nível 
superior, sendo 
dois profissionais 
assistentes sociais e, 
preferencialmente, 
um psicólogo.
4 técnicos de nível superior, 
sendo dois profissionais 
assistentes sociais, um psi-
cólogo e um profissional que 
compõem o SUAS.
2 técnicos de nível 
médio.
3 técnicos de nível 
médio.
4 técnicos de nível médio.
Quadro 01: Equipes de referência para os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
A Norma decide, ainda, que tais equipes dos equipamentos públicos de CRAS 
devem, obrigatoriamente, sempre ter em seu quadro um coordenador de “nível 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
76
superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de pro-
gramas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais” (NOB-RH/SUAS, 2006).
Ainda refletindo sobre os equipamentos públicos, no que se refere à Proteção 
Social Especial de Média e Alta Complexidade,delibera que o Centro de Refe-
rência Especializado da Assistência Social - CREAS, enquanto pólo de referência, 
coordenador e articulador da proteção social especial de média e alta comple-
xidade, deve ter na composição de sua equipe técnica de referência os seguintes 
profissionais (por tipo de habilitação do município):
MUNICÍPIOS EM GESTÃO INI-
CIAL E BÁSICA
MUNICÍPIOS EM GESTÃO PLENA E 
ESTADOS COM SERVIÇOS REGIONAIS
Capacidade de atendimento de 
50 pessoas/indivíduos.
Capacidade de atendimento de 80 pes-
soas/indivíduos.
1 coordenador. 1 coordenador.
1 assistente social. 2 assistentes sociais.
1 psicólogo. 2 psicólogos.
1 advogado. 1 advogado.
2 profissionais de nível superior 
ou médio, para abordagem dos 
usuários.
2 profissionais de nível superior ou mé-
dio para abordagem dos usuários.
1 auxiliar administrativo. 1 auxiliar administrativo.
Quadro 02: Equipe técnica do CREAS. 
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
No que se refere aos serviços da rede de atendimento de Proteção Social Especial 
de média e alta complexidade, a maior parte dos serviços deve assegurar uma 
77
equipe específica para atendimento direto e uma equipe de referência vinculada 
ao órgão gestor para atendimento psicossocial. O Serviço de Abordagem So-
cial deve ter assegurada uma equipe composta por, no mínimo, 3 profissionais, 
sendo que, ao menos, um deles seja de nível superior. Essa equipe mínima pode 
ser ampliada, com base em diagnóstico da realidade e demandas socioterritoriais.
Ao Centro POP, serviço de atendimento à população em situação de rua, 
recomenda-se que, a cada 80 (oitenta) casos atendidos (famílias/indivíduos) por 
mês, a equipe de referência seja composta por 1 coordenador(a), 2 assistentes so-
ciais, 2 psicólogos(as), 1 técnico de nível superior (com formação preferencial em 
direito, pedagogia, antropologia, sociologia ou terapia ocupacional) e 2 auxiliares 
administrativos. Sob a avaliação do órgão gestor, na necessidade de ampliação 
do atendimento e/ou serviços, poderão ser agregados outros profissionais, tais 
como estagiários e facilitadores de oficina. Os Serviços de Liberdade Assistida 
– LA, de Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e de Proteção Espe-
cial para Pessoas com Deficiência, Idosos(as) e suas famílias são ofertados 
pelas Unidades de CREAS ou em Unidades Referenciadas (públicas ou privadas 
credenciadas ao SUAS), dessa forma, fazendo uso da mesma equipe de referência.
Nos serviços de atendimento para pequenos grupos na Proteção Social 
Especial de Alta Complexidade, tais como abrigo institucional, casa-lar 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
78
e casa de passagem, a equipe de referência para atendimento direto deve 
ser composta da seguinte forma:
PROFISSIONAL/ FUNÇÃO ESCOLARIDADE QUANTIDADE
Coordenador
Nível superior
ou médio
1 profissional referenciado para até 20 usuários acolhidos em, no máximo, 
2 equipamentos.
PROFISSIONAL/ 
FUNÇÃO
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
Cuidador Nível médio e qualificação específica
1 profissional para até 10 usuários por turno. A quantidade de cuidador por 
usuário deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem 
atenção específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde, 
pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa com grau de 
dependência II ou III, dentre outros). Para tanto, deverá ser adotada a seguinte 
relação: a) 1 cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com 
demandas específicas; b) 1 cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 
ou mais usuários com demandas específicas.
Auxiliar de Cuidador Nível fundamental e qualificação específica
1 profissional para até 10 usuários por turno. A quantidade de cuidador por 
usuário deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem 
atenção específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde, 
pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa com grau de 
dependência II ou III, dentre outros). Para tanto, deverá ser adotada a seguinte 
relação: a) 1 auxiliar de cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuá-
rio com demandas específicas; b) 1 auxiliar de cuidador para cada 6 usuários, 
quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas.
Quadro 03: Equipe para atendimento direto. 
79
e casa de passagem, a equipe de referência para atendimento direto deve 
ser composta da seguinte forma:
PROFISSIONAL/ FUNÇÃO ESCOLARIDADE QUANTIDADE
Coordenador
Nível superior
ou médio
1 profissional referenciado para até 20 usuários acolhidos em, no máximo, 
2 equipamentos.
PROFISSIONAL/ 
FUNÇÃO
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
Cuidador Nível médio e qualificação específica
1 profissional para até 10 usuários por turno. A quantidade de cuidador por 
usuário deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem 
atenção específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde, 
pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa com grau de 
dependência II ou III, dentre outros). Para tanto, deverá ser adotada a seguinte 
relação: a) 1 cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com 
demandas específicas; b) 1 cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 
ou mais usuários com demandas específicas.
Auxiliar de Cuidador Nível fundamental e qualificação específica
1 profissional para até 10 usuários por turno. A quantidade de cuidador por 
usuário deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem 
atenção específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde, 
pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa com grau de 
dependência II ou III, dentre outros). Para tanto, deverá ser adotada a seguinte 
relação: a) 1 auxiliar de cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuá-
rio com demandas específicas; b) 1 auxiliar de cuidador para cada 6 usuários, 
quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas.
Quadro 03: Equipe para atendimento direto. 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
80
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
O órgão gestor, como já comentamos, deve disponibilizar equipe de referência 
para atendimento psicossocial com as seguintes características:
PROFISSIO-
NAL/ FUNÇÃO
ESCOLARI-
DADE
QUANTIDADE
Assistente 
Social
Nível supe-
rior
1 profissional para atendimento a, no 
máximo, 20 usuários acolhidos em até dois 
equipamentos de alta complexidade para 
pequenos grupos.
Psicólogo
Nível supe-
rior
1 profissional para atendimento a, no 
máximo, 20 usuários acolhidos em até dois 
equipamentos de alta complexidade para 
pequenos grupos.
Quadro 04: Equipe de referência para atendimento psicossocial. 
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
81
O Programa Família Acolhedora é um serviço de acolhimento para amparo 
a crianças e adolescentes que não tem estabelecido pela Norma uma equipe de 
referência para atendimento direto, determinando, apenas, a equipe de referência 
para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor:
PROFISSIONAL/ 
FUNÇÃO
ESCOLA-
RIDADE
QUANTIDADE
Coordenador
Nível 
superior
1 profissional referenciado para até 45 usuá-
rios acolhidos.
Assistente Social
Nível 
superior
1 profissional para acompanhamento de até 
15 famílias acolhedoras e atendimento até 
15 famílias de origem dos usuários atendidos 
nesta modalidade.
Psicólogo
Nível 
superior
1 profissional para acompanhamento de até 
15 famílias acolhedoras e atendimento a até 
15 famílias de origem dos usuários atendidos 
nesta modalidade.
Quadro 05: Equipe de atendimento do programa Família Acolhedora.
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
Outro serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade que também 
não tem equipe de atendimento direto definida pela NOB-RH/SUAS (2006), so-
mente conta com equipe de referência para atendimento psicossocial vinculada 
ao órgão gestor, é a República e deve contar com:
PROFISSIONAL/ 
FUNÇÃO
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
Coordenador Nível superior
1 profissional referenciado para até 
20 usuários.
Assistente Social Nível superior
1 profissional para atendimento a, 
no máximo, 20 usuários atendidos 
em até dois equipamentos.UNICESUMAR
UNIDADE 3
82
Psicólogo Nível superior
1 profissional para atendimento a, 
no máximo, 20 usuários atendidos 
em até dois equipamentos.
Quadro 06: Equipe de Proteção Social Especial de Alta Complexidade.
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
O Serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade prestado em Insti-
tuições de Longa Permanência para Idosos - ILPI’s conta com definição de 
equipe de referência para atendimento direto, devido ao seu caráter continuado, 
devendo tal equipe estar composta pelos seguintes profissionais:
PROFISSIONAL/FUNÇÃO ESCOLARIDADE
1 Coordenador Nível superior ou médio
Cuidadores Nível médio
1 Assistente Social Nível superior
1 Psicólogo Nível superior
1 Profissional para desenvolvimento de ativida-
des socioculturais
Nível superior
Profissional de limpeza Nível fundamental
Profissional de alimentação Nível fundamental
Profissional de lavanderia Nível fundamental
Quadro 07: Equipe para atendimento em Instituições de Longa Permanência para Idosos. 
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
Para o atendimento de pessoas com deficiência, com dependência, a Proteção 
Social Especial conta com os Serviços de Acolhimento Institucional em Resi-
dência Inclusiva que, com base nas especificidades de seus usuários, determina-
rão a quantidade de cuidadores e auxiliares de cuidadores, tendo por orientação 
que o mínimo seja de 1 cuidador e 1 auxiliar para cada 6 usuários.
83
Para o Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e 
Emergências, não existe pré-definição de equipe de referência, mas deve consi-
derar que necessita de provisões humanas, materiais, técnicas, físicas, entre outras, 
para responder a situações dessa natureza.
De acordo com a Norma, no caso de atendimento a comunidades tradicio-
nais, é definida uma composição de equipe diferenciada, com base na especifi-
cidade de conhecimento exigida para o atendimento desses usuários, sendo que
 “ A composição das equipes de referência dos Estados para apoio a Municípios com presença de povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, seringueiros, etc.) deve contar com pro-
fissionais com curso superior, em nível de graduação concluído 
em ciências sociais com habilitação em antropologia ou graduação 
concluída em qualquer formação, acompanhada de especialização, 
mestrado e/ou doutorado em antropologia (NOB-RH/SUAS, 2006).
As equipes de referência para cada serviço, ou unidade de atendimento pública e 
excepcionalmente para as entidades de assistência social (nos casos expressos já 
citados anteriormente), foram definidas pela NOB-RH/SUAS, no ano de 2006, e 
ratificadas pela Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, Tipificação Nacio-
nal dos Serviços Socioassistenciais, do Conselho Nacional de Assistência Social, e 
orientações técnicas posteriores. Essa Resolução define uma matriz padronizada 
para os serviços socioassistenciais, trazendo informações específicas e detalhadas 
para a execução de cada serviço no âmbito do SUAS.
POLÍTICA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO
Para que a execução das atividades que estudamos na unidade anterior esteja 
pautada em padrões de qualidade e uniformes em todos os equipamentos da 
rede socioassistencial, existe a previsão de capacitar os trabalhadores do SUAS. A 
proposta de capacitação ganhou força a partir da VIII Conferência Nacional de 
Assistência Social, cujo tema trazia a discussão com o seguinte texto: “A conso-
lidação do SUAS e a valorização dos seus trabalhadores”. Nessa ocasião, visando 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
84
à qualificação, foram definidas as estratégias da Política Nacional de Educação 
Permanente do SUAS - PNEP/SUAS.
 “ A formulação desta Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, em um contexto que evidencia a necessidade de responder às demandas de fortalecimento de uma ampla rede de proteção social 
no Brasil, aponta a formação e o desenvolvimento dos atores da 
assistência social como uma das questões de fundamental impor-
tância para a qualidade dos serviços ofertados à sociedade (BRASIL, 
2015, online).
Com base no texto da referida Política, ela é
 “ [...] destinada aos trabalhadores do SUAS, com ensino fundamental, médio e superior que atuam na rede socioassistencial governamen-tal e não governamental, assim como aos gestores e agentes de con-
trole social no exercício de suas competências e responsabilidades 
(MDS, 2013, p. 27).
Com o intuito de uniformizar a execução do trabalho e alinhar as competências 
profissionais, a PNEP/SUAS definiu seu objetivo geral, tendo por base “institucio-
nalizar a perspectiva político-pedagógica e a cultura da educação permanente”. 
Para tal, delimita princípios, diretrizes, instrumentos e estratégias para sua exe-
cução. Nesse sentido, são objetivos específicos da PNEP/SUAS:
I. Desenvolver junto aos trabalhadores e conselheiros condi-
ções para que possam distinguir e fortalecer a centralidade 
dos direitos socioassistenciais do cidadão no processo de 
gestão e no desenvolvimento das atenções em benefícios 
e serviços;
II. Desenvolver junto aos trabalhadores da Assistência Social as 
competências e capacidades específicas e compartilhadas re-
queridas para a melhoria contínua da qualidade da gestão do 
SUAS e da oferta e provimento dos serviços e benefícios so-
cioassistenciais;
85
III. Desenvolver junto aos conselheiros de Assistência Social as 
competências e capacidades requeridas para a melhoria con-
tínua da qualidade do controle social e da gestão participativa 
do SUAS;
IV. Instituir mecanismos institucionais que permitam descentra-
lizar para estados, municípios e Distrito Federal capacidades 
relacionadas ao planejamento, oferta e implementação de ações 
de formação e capacitação;
V. Instituir mecanismos institucionais que permitam a participa-
ção dos trabalhadores e dos usuários do SUAS, dos conselhei-
ros de Assistência Social e 11 das Instituições de Ensino que 
formam a Rede Nacional de Capacitação e Educação Perma-
nente do SUAS, nos processos de formulação de diagnósticos 
de necessidades, planejamento e implementação das ações de 
formação e capacitação;
VI. Criar mecanismos que gerem aproximações entre as manifes-
tações dos usuários e o conteúdo das ações de capacitação e 
formação;
VII. Ofertar aos trabalhadores Percursos Formativos e ações 
de formação e capacitação adequados às qualificações profis-
sionais requeridas pelo SUAS;
VIII. Ofertar aos conselheiros de Assistência Social Percursos 
Formativos e ações de formação e capacitação adequados às 
qualificações requeridas ao exercício do controle social;
IX. Criar meios e mecanismos de ensino e aprendizagem que per-
mitam o aprendizado contínuo e permanente dos trabalhado-
res do SUAS nos diferentes contextos e por meio da experiência 
no trabalho;
X. Criar meios e mecanismos institucionais que permitam articu-
lar o universo do ensino, da pesquisa e da extensão ao universo 
da gestão e do provimento dos serviços e benefícios socioas-
sistenciais, de forma a contribuir para o desenvolvimento das 
competências necessárias à contínua e permanente melhoria 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
86
da qualidade do SUAS.
XI. Consolidar referências teóricas, técnicas e ético-políticas na 
Assistência Social a partir da aproximação entre a gestão do 
SUAS, o provimento dos serviços e benefícios e instituições de 
ensino, pesquisa e extensão, potencializando a produção, sis-
tematização e disseminação de conhecimentos (PNEP/SUAS/
MDS, 2013, p. 27-29).
A PNEP/SUAS, em seus objetivos, traz clara a sua prioridade na garantia e de-
fesa dos direitos socioassistenciais, capacitando os trabalhadores do SUAS para 
fortalecimento profissional próprio, dos usuários da rede socioassistencial e da 
própria rede de atendimento. Tal formação necessita prover uma visão de totali-
dade acerca dos direitos, serviços e benefícios socioassistenciais. A ação conjunta, 
sincronizada, do conjunto dos trabalhadores que atuam no SUAS é conhecida 
como trabalho social, esse trabalho se organiza pautado na função da gestão 
ena função do provimento dos serviços e benefícios socioassistenciais, que se 
articulam e se completam no atendimento das demandas sociais.
A primeira função listada para se desenvolver solicita a mobilização do tra-
balhador quanto à detenção e ao adequado uso de recursos teóricos, metodoló-
gicos e tecnológicos em cada nível da gestão. Pretende-se que se produzam meios 
para o aperfeiçoamento dos fluxos de informação e dos processos de tomada de 
decisão, facilitando o acesso dos usuários a serviços e benefícios, assim como o 
fortalecimento dos espaços de deliberação e gestão participativa.
A segunda função a que se refere e provimento de serviços e benefícios se 
baseia nas relações sociais e intersubjetivas para que o profissional tenha condi-
ções de análise, reflexão e adequação de suas práticas profissionais e processos 
de trabalho para atendimento das demandas que se apresentam em cada espaço 
de atuação do SUAS.
Nesse sentido,
 “ [...] a Educação Permanente no SUAS deve buscar não apenas de-senvolver habilidades específicas, mas problematizar os pressupos-tos e os contextos dos processos de trabalho e das práticas profis-
sionais realmente existentes. Via pela qual se buscará desenvolver a 
capacidade crítica, a autonomia e a responsabilização das equipes 
87
de trabalho para a construção de soluções compartilhadas, visando 
às mudanças necessárias no contexto real das mencionadas práticas 
profissionais e processos de trabalho (PNEP/MDS, 2013, p. 30).
Tais definições e diretrizes não se aplicam somente a equipamentos governamen-
tais, mas também aos não governamentais que compõem a rede socioassistencial, 
uma vez que a garantia e a defesa intransigente dos direitos socioassistenciais não 
se restringem a um ou a outro (PNEP/MDS, 2013).
Buscamos conhecer sobre a PNEP e percebemos que cada trabalhador da 
rede SUAS deve ter claro os objetivos dos serviços e benefícios, bem como co-
nhecer a legislação básica de proteção ao direito do cidadão, no que se refere às 
garantias socioassistenciais e à PNEP. Nesse sentido, capacita os profissionais para 
que tenham acesso à informação e conhecimentos que pautem sua avaliação, 
análise e direcionamento das demandas para superação do problema apresentado 
pela população beneficiária do SUAS. Conheceremos, a seguir, a composição dos 
equipamentos da rede socioassistencial, para podermos tratar da origem dos 
recursos que possibilitam tais ações.
FINANCIAMENTO DAS EQUIPES DE REFERÊNCIA
Para tratarmos da fonte de recurso e financiamento para pagamento de salários 
das equipes de referência, falaremos de alguns pontos determinantes estabeleci-
dos legalmente. Conheceremos a composição da equipe de atendimento da rede 
de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta Complexi-
dade e algumas características das origens financeiras.
Sendo o CRAS uma unidade pública estatal de base territorial e respon-
sável pela oferta do serviço de Proteção e Atendimento à Família (PAIF), não 
é permitida a terceirização desse serviço, ele é responsabilidade de execução 
da gestão municipal (MDS, 2015). A equipe do CRAS deve, obrigatoriamente, 
ser formada por servidores efetivos, que tenham seu ingresso por meio de 
concurso público ou teste seletivo, e se responsabilizam pela organização e 
oferta dos serviços da Unidade. A Portaria nº 442/2005, em seu artigo 1º, 
define que o Piso básico seja destinado exclusivamente ao custeio das ações 
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UNIDADE 3
88
de atendimento aos componentes do núcleo familiar, ou seja, para serviços 
do PAIF e para ações que complementam o Programa Bolsa Família.
Os recursos utilizados para pagamento de ações do PAIF são originários 
do Piso Básico e, com base na Controladoria Geral da União, os recursos 
repassados fundo a fundo têm o uso negado para o pagamento de locação de 
imóvel, salários de funcionários públicos, recolhimento de encargos sociais 
(13º salário, férias, encargos patronais), rescisão contratual, vale-transporte/
vale-refeição, passagens e diárias, aquisição de bens e material permanente, 
construção ou ampliação de imóveis. Porém a Resolução CNAS nº 33/2011 
determina que os Estados, DF e Municípios podem utilizar até 60% (sessenta 
por cento) dos recursos designados para ações continuadas de assistência 
social, provenientes do Fundo Nacional de Assistência Social para pagamento 
de profissionais que integrem a equipe de referência do SUAS, e reiterando 
que tenham sido contratados por meio de concurso ou teste seletivo.
Em síntese, podem ser incluídas, para uso do recurso do Piso Básico Fixo, 
despesas em custeio designadas para a manutenção e para o financiamento de 
ações, serviços e atividades socioassistenciais de proteção básica. Para o cofi-
nanciamento federal do serviço PAIF, as disposições legais que orientam, estão 
descritas na Portaria nº 116, de 22 de outubro de 2013, e para o financiamento 
de profissionais do SUAS e serviços de proteção básica, tal como o Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos, a descrição legal da origem financeira 
está prevista no art. 6º E, da LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social/1993.
O repasse de recursos do Piso Básico pode ser bloqueado ou suspenso, nos 
casos em que não haja observância das normativas do SUAS, ou em que não haja 
oferta do PAIF de forma regular e continuada, ou mesmo nos casos em que o 
CRAS não esteja em funcionamento regular e, inclusive, quando do não preen-
chimento do formulário do CENSO CRAS (Portaria 116/2013).
O cofinanciamento federal dos serviços da proteção Social Especial (PSE) 
de Alta Complexidade são pactuados na Comissão Intergestores Tripartite 
(CIT) e deliberadas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 
A transferência ocorre de forma regular e automática de fundo a fundo, ou 
seja, do Fundo Nacional de Assistência Social para os Fundos de Assistência 
Social Municipais, estaduais ou do Distrito Federal, com base na Portaria 
440/2005, art. 6º, e na Portaria nº 460/2007, art. 3º.
89
Apresentamos de forma superficial algumas das fontes para o financia-
mento de recursos humanos no SUAS, para as atividades de proteção básica, 
no PAIF, e a maneira como esse recurso é repassado, garantindo o desenvol-
vimento e continuidade das ações, ou sua extinção quando da apuração de 
Ao profissional de Serviço Social, é essencial o conhecimento sobre fontes de financia-
mento e alocação de recursos públicos. Você conhece a lei de Responsabilidade Fiscal? 
Sabia que ela impõe limites ao financiamento de recursos humanos, no que diz respeito à 
administração pública direta e indireta?
Fonte: a autora.
PENSANDO JUNTOS
alguma irregularidade na execução do serviço. É de suma importância que 
o profissional conheça quais suas responsabilidades na execução e a fonte 
de recursos para cada serviço, para que não incorra em irregularidades por 
desconhecimento. Faz parte de suas atribuições, na prestação do serviço à 
rede socioassistencial, ter consciência desses limites.
ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DO SUAS NOS 
SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
Listamos, na unidade anterior, basicamente, os serviços que compõem a Proteção 
Social Básica (PSB) do SUAS. Desses, aqui, vamos conhecer as atribuições dos pro-
fissionais do SUAS, daqueles que são executados pelo órgão público. Iniciaremos 
pelos profissionais do CRAS e das atribuições básicas, considerando sua equipe 
mínima de referência para atendimento à população usuária dos serviços socioas-
sistenciais, visto que se, além do PAIF, programas, projetos e benefícios, houver 
oferta direta de outros serviços de PSB, o número de profissionais deve ser ampliado.
Com base nas informações do MDS (2015), os profissionais que com-
põem a equipe técnica de referência do CRAS têm entre suas funções algu-
mas que lhes são comuns, que seguem:
 “ 1. Recepção e acolhimento de famílias, seus membros e indivíduos em situação de vulnerabilidade social;
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UNIDADE 3
90
2. Oferta de procedimentos profissionais em defesados direitos 
humanos e sociais daqueles relacionados às demandas de proteção 
social de Assistência Social;
3. Vigilância social: produção e sistematização de informações que 
possibilitem a construção de indicadores e de índices territoriali-
zados das situações de vulnerabilidade e riscos que incidem sobre 
famílias/pessoas nos diferentes ciclos de vida. Conhecimento das 
famílias referenciadas e as beneficiárias do BPC – Benefício de Pres-
tação Continuada e do Programa Bolsa Família;
4. Acompanhamento familiar: em grupos de convivência, serviço 
socioeducativo para familiares ou seus representantes; dos bene-
ficiários do Programa Bolsa Família, em especial das famílias que 
não estejam cum- prindo as condicionalidades; das famílias com 
beneficiários do BPC;
5. Proteção pró-ativa por meio de visitas às famílias que estejam em 
situações de maior vulnerabilidade (como, por exemplo, as famílias 
que não estão cumprindo as condicionalidades do PBF), ou risco;
6. Encaminhamento para avaliação e inserção dos potenciais bene-
ficiários do PBF no Cadastro Único e do BPC, na avaliação social e 
do INSS; das famílias e indivíduos para a aquisição dos documentos 
civis fundamentais para o exercício da cidadania; encaminhamento 
(com acompanhamento) da população referenciada no território 
do CRAS para serviços de Proteção Básica e de Proteção Social 
Especial, quando for o caso;
7. Produção e divulgação de informações de modo a oferecer refe-
rências para as famílias e indivíduos sobre os programas, projetos e 
serviços socioassistenciais do SUAS, sobre o Bolsa Família e o BPC, 
sobre os órgãos de defesa de direitos e demais serviços públicos 
de âmbito local, municipal, do Distrito Federal, regional, da área 
metropolitana e ou da microrregião do estado;
8. Apoio nas avaliações de revisão dos cadastros do Programa Bolsa 
Família, BPC e demais benefícios (MDS, 2015).
91
Considerando o fato de que a equipe de referência deve contar com um coorde-
nador, cujo perfil atenda aos requisitos de ser técnico de nível superior, concur-
sado, para fazer frente às suas atribuições, deve, obrigatoriamente, ter experiência 
em gestão pública, em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, 
serviços e benefícios socioassistenciais. Deve, ainda, ter domínio da legislação 
referente à Política Nacional de Assistência Social e direitos sociais. O conheci-
mento dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais é impres-
cindível, além da necessidade de gerenciar a rede socioassistencial local. No que 
diz respeito a sua relação com a equipe, necessita ter experiência em coordenação 
de equipes, ser hábil em comunicação, nas relações e negociação de conflitos. Em 
resumo, carece ser um bom gestor. O MDS (2015) informa, em seu sítio eletrô-
nico, as atribuições do Coordenador do CRAS, sendo estas:
 “ 1. Articular, acompanhar e avaliar o processo de implantação do CRAS e a implementação dos programas, serviços, projetos da proteção social básica operacionalizadas nessa unidade;
2. Coordenar a execução, o monitoramento, o registro e a ava-
liação das ações;
3. Acompanhar e avaliar os procedimentos para a garantia da 
referência e contra-referência do CRAS;
4. Coordenar a execução das ações de forma a manter o diá-
logo e a participação dos profissionais e das famílias, inseridas 
nos serviços ofertados pelo CRAS e pela rede prestadora de 
serviços no território;
5. Definir com a equipe de profissionais critérios de inclusão, 
acompanhamento e desligamento das famílias;
6. Definir com a equipe de profissionais o fluxo de entrada, 
acompanhamento, monitoramento, avaliação e desligamento 
das famílias;
7. Definir com a equipe técnica os meios e os ferramentais 
teórico-metodológicos de trabalho social com famílias e os 
serviços socioeducativos de convívio;
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8. Avaliar sistematicamente, com a equipe de referência dos 
CRAS, a eficácia, eficiência e os impactos dos programas, ser-
viços e projetos na qualidade de vida dos usuários;
9. Efetuar ações de mapeamento, articulação e potencialização 
da rede socioassistencial e das demais políticas públicas no 
território de abrangência do CRAS;
10. Uma das funções principais do coordenador é articular 
as ações junto à política de Assistência Social e às outras po-
líticas públicas visando ao fortalecimento da rede de serviços 
de Proteção Social Básica. Assim, recomenda-se que seja um 
profissional com funções exclusivas. Se este profissional tiver 
de articular e pensar estratégias para que a equipe possa tra-
balhar bem, e ainda, trabalhar direto com as famílias haverá 
uma sobrecarga de funções e, consequentemente, uma queda 
na qualidade dos serviços prestados, o que justifica a impos-
sibilidade do coordenador ser da equipe técnica (MDS, 2015).
A gestão e organização das ações ofertadas pelo PAIF e a articulação da rede 
de serviços socioassistenciais no território de abrangência do CRAS são de 
responsabilidade da pessoa que responde pela coordenação do CRAS e, para 
que o serviço não seja precarizado, sugere-se que tal função seja ocupada por 
profissional concursado.
A exigência profissional aos técnicos de nível médio é de que tenham 
experiência atuando em programas, projetos, serviços e benefícios socioas-
sistenciais. Quanto ao conhecimento, exige-se que tenham ciência da PNAS, 
noções básicas sobre direitos humanos e sociais, da realidade do território 
de atuação do CRAS. No que se refere às relações com equipe e usuários dos 
serviços, é necessário que sejam capazes de se sensibilizar com as questões 
sociais e tenham boa capacidade relacional e de comunicação.
As orientações do serviço do CRAS disponibilizadas pelo MDS (2015) trazem 
como atribuições dos técnicos de nível médio:
 “ 1. Recepção e oferta de informações às famílias usuárias do CRAS;
93
2. Apoio ao trabalho dos técnicos de nível superior da equipe 
de referência do CRAS;
3. Mediação dos processos grupais do serviço socioeducativo 
geracional, sob orientação do técnico de referência do CRAS, 
identificando e encaminhando casos para o serviço socioe-
ducativo para famílias ou para acompanhamento individua-
lizado;
4. Participação de reuniões sistemáticas de planejamento e 
avaliação do processo de trabalho com a equipe de referência 
do CRAS;
5. Participação das atividades de capacitação da equipe de re-
ferência do CRAS (MDS, 2015).
Aos profissionais de nível superior que compõem a equipe de referência do 
CRAS, é necessário que tenham formação em serviço social, psicologia e/ou 
outra profissão que compõe o SUAS (de acordo com o porte do município, 
considerando a NOB-RH/SUAS, 2006). Assim como o coordenador, devem 
ter experiência de atuação e/ou gestão em programas, projetos, serviços e be-
nefícios socioassistenciais, conhecimento da legislação concernente à PNAS e 
aos direitos sociais, conhecimento da realidade do território, boa capacidade 
relacional, capacidade de escuta das famílias, experiência de trabalho em 
grupos e atividades coletivas e em trabalho interdisciplinar. O perfil descrito 
se faz imprescindível para a execução de suas atribuições, que, em alguns 
pontos, são similares e complementares às de outros componentes da equipe 
do CRAS, com base no fato de que os objetivos são unificados, sendo elas:
 “ 1. Acolhida, oferta de informações e realização de encaminha-mentos às famílias usuárias do CRAS;2. Mediação dos processos grupais do serviço socioeducativo 
para famílias;
3. Realização de atendimento individualizado e visitas domi-
ciliares às famílias referenciadas ao CRAS;
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UNIDADE 3
94
4. Desenvolvimento de atividades coletivas e comunitárias no 
território;
5. Assessoria aos serviços socioeducativos desenvolvidos no 
território;
O que é a Acolhida?
É o processo de contato inicial do usuário com o PAIF e tem por objetivo instituir o vínculo 
necessário entre as famílias usuárias e o PAIF para a continuidade do atendimento so-
cioassistencial iniciado. A acolhida ocorre emgrande parte na recepção do CRAS. Deve ser 
cuidadosamente organizada, para se constituir referência para as famílias. A acolhida é 
primordial na garantia de acesso da população ao SUAS e de compreensão da assistência 
social como direito de cidadania (MDS, 2015). 
EXPLORANDO IDEIAS
6. Acompanhamento das famílias em descumprimento de 
condicionalidades;
7. Alimentação de sistema de informação, registro das ações 
desenvolvidas e planejamento do trabalho de forma coletiva;
8. Articulação de ações que potencializam as boas experiências 
no território de abrangência (BRASIL, 2006).
Considerando que as determinações da LOAS, da PNAS, a NOB-RH/SUAS e o 
fato de que as atribuições dos profissionais de nível superior são específicas ao 
atendimento psicossocial, pautadas em códigos de ética e conduta das respecti-
vas profissões, temos parâmetros de atuação rígidos para o serviço que deve ser 
disponibilizado à população usuária da assistência social.
No que diz respeito à contratação de estagiários, para os equipamentos de 
CRAS, existe a recomendação de que haja um convênio entre o órgão gestor da 
Política de assistência social da respectiva esfera governamental com as institui-
ções de ensino superior, garantindo a supervisão técnica de profissional de nível 
superior, de mesma categoria profissional, componente da equipe de referência. 
Entretanto somente poderá acertar convênio para aceite de acadêmicos de nível 
superior dos cursos de psicologia, serviço social ou outro curso que componha 
o quadro de formação dos profissionais do SUAS (MDS, 2015).
95
Esses estagiários têm como atribuição acompanhar as atividades de progra-
mas, serviços e projetos no espaço do CRAS, junto com seu supervisor, ou, em 
casos autorizados, executar sem a presença do supervisor.
Para o trabalho realizado junto a comunidades tradicionais e quilombolas, a 
NOB-RH/SUAS define que sejam capacitadas e orientadas por um antropólogo, 
para que considere as especificidades culturais e étnicas da população. Esse pro-
fissional deve contribuir, inclusive, no planejamento, monitoramento e avaliação 
dos serviços e ações, levando em conta que, para a legitimação do trabalho, deve 
haver anuência e participação das lideranças da comunidade que esteja sendo 
atendida. A equipe deve contar com profissional com graduação em ciências 
sociais com habilitação em antropologia, se for de outro curso de graduação, que 
a pós-graduação (especialização, mestrado ou doutorado) deve ser antropologia.
Tratamos sobre alguns dos serviços da rede de atendimento socioassisten-
cial, apresentando, resumidamente, as determinações legais da NOB-RH/SUAS 
e da LOAS, o perfil que os profissionais da equipe técnica devem possuir para 
fazer frente às demandas apresentadas pela população beneficiária dos serviços 
de proteção social básica. Conheceremos, a seguir, sobre as atribuições desses 
profissionais na rede de proteção social especial de média e alta complexidade.
ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DO SUAS NOS 
SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE 
MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE
Descreveremos as atribuições dos profissionais de alguns dos equipamentos pú-
blicos dos serviços de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade. 
Com base no fato de que é essencial o vínculo dos profissionais que executam os 
serviços de cada unidade, com a família e/ou indivíduo atendido, a qualificação 
dos profissionais é imprescindível. No que se refere ao Centro de Referência Es-
pecializado de Assistência Social – CREAS, a Norma Operacional Básica de Re-
cursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social - NOB-RH/SUAS (2006) 
define que, ao ofertar os serviços socioassistenciais tipificados na Resolução do 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
96
Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS de nº 109 , do ano de 2009, 
deverá ter garantido profissionais para coordenação e auxiliares administrativos.
A Resolução CNAS nº 17, do ano de 2011, determinou como profissionais 
de referência do CREAS o psicólogo, o assistente social e o advogado, mas a 
NOB-RH/SUAS acrescenta como parâmetro que, de acordo com a demanda 
de atendimento e encaminhamento do serviço, estabelece-se os recursos 
humanos, podendo agregar, também, os profissionais de outras áreas de for-
mação de nível superior ou médio (MDS, 2015).
A equipe técnica de atendimento do CREAS necessita de qualificação técni-
ca, conhecimentos e habilidades com base nos serviços ofertados e nas atribui-
ções funcionais. Além do fato de que a complexidade das situações atendidas no 
CREAS produzem nos trabalhadores impacto e dificuldades na realização do 
acompanhamento especializado às famílias e/ou indivíduos. Cabendo, assim, ao 
coordenador promover ações para integração da equipe e, ao órgão gestor, planejar 
e desenvolver a capacitação continuada e a educação permanente, inclusive ado-
tando medidas preventivas de saúde e segurança dos trabalhadores (MDS, 2015).
O coordenador do CREAS, de acordo com a NOB-RH/SUAS (2006), deve 
ter, no mínimo, nível superior, experiência na área social, em gestão pública e 
coordenação de equipes. Ter conhecimento dos direitos socioassistenciais e le-
gislações pertinentes a atender o público-alvo do serviço, conhecer a rede de 
proteção socioassistencial, ter capacidade de mediação de conflitos, habilidade 
para comunicação, ou seja, todas as funções de um bom gestor, uma vez que, 
entre suas atribuições, deve articular, acompanhar, coordenar rotinas e processo 
de trabalho do CREAS, conforme a NOB-RH/SUAS (2006).
No que diz respeito ao perfil dos profissionais que ocuparão as funções de 
técnico de nível superior, deverá ter formação em serviço social, psicologia e di-
reito, com conhecimento da legislação que embasa os direitos socioassistenciais e 
a proteção no caso de violação de direitos. Deve conhecer a rede socioassistencial, 
as políticas públicas disponíveis e os órgãos de defesa de direitos. Precisa ter base 
teórica, habilidades e domínio metodológico para o trabalho social com famílias e 
indivíduos em situação de risco pessoal e social, para os casos atendidos no CREAS. 
O trabalho interdisciplinar executado por esses profissionais demanda experiência.
Esses profissionais terão entre suas atribuições a tarefa de:
 “ Acolhida, escuta qualificada, acompanhamento especializado 
97
e oferta de informações e orientações;
Elaboração, junto com as famílias/indivíduos, do Plano de 
acompanhamento Individual e/ou Familiar, considerando as 
especificidades e particularidades de cada um;
Realização de acompanhamento especializado, por meio de 
atendimentos familiar, individuais e em grupo;
Realização de visitas domiciliares às famílias acompanhadas 
pelo CRE- AS, quando necessário;
Realização de encaminhamentos monitorados para a rede so-
cioassistencial, demais políticas públicas setoriais e órgãos de 
defesa de direito; - Trabalho em equipe interdisciplinar;
Orientação jurídico-social (advogado);
Alimentação de registros e sistemas de informação sobre as 
ações desenvolvidas; - Participação nas atividades de planeja-
mento, monitoramento e avaliação dos processos de trabalho;
Participação das atividades de capacitação e formação conti-
nuada da equipe do CREAS, reuniões de equipe, estudos de 
casos, e demais atividades correlatas;
Participação de reuniões para avaliação das ações e resultados 
atingidos e para planejamento das ações a serem desenvolvi-
das; para a definição de fluxos; instituição de rotina de aten-
dimento e acompanhamento dos usuários; organização dos 
encaminhamentos, fluxos de informações e procedimentos 
(BRASIL, 2015, online).
As tarefas desenvolvidas pelos profissionais de nível superior são de atendimento, 
encaminhamento e acompanhamento do público-alvo do CREAS, buscando 
garantir os direitos e proteger as pessoas e famílias atendidas.
Essa equipe para as ações complementares conta com o educador social, 
que deve ter o nível médio completo, conhecimento básico sobre a legislação 
de assistência social e das áreas específicasde atendimento do equipamento, 
conhe- cimento da realidade social do território e da rede de articulação do 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
98
CREAS, além da habilidade de se comunicar com o público-alvo e experiência 
em trabalho com famílias e indivíduos em situação de risco.
O educador social realiza a recepção e transmite informações às famílias 
do CREAS, realiza a abordagem de rua e a busca ativa no território. Participa 
das reuniões de equipe para planejar as atividades, avaliar os processos, fluxos 
de trabalho e resultados obtidos e participa de capacitações e processos de 
educação continuada (NOB-RH/SUAS, 2006).
O auxiliar administrativo também deve ter, no mínimo, o nível médio 
completo, conhecer as rotinas administrativas e a gestão de documentos e 
possuir domínio de informática e internet, visto que presta apoio aos demais 
profissionais no campo administrativo, auxilia na recepção aos usuários do 
serviço e, assim como os outros profissionais, precisa estar sempre atualizado 
em seus conhecimentos, participando de capacitações e de cursos de forma-
ção continuada do CREAS (NOB-RH/SUAS, 2006).
Já para o serviço prestado pelo Centro POP, o perfil do coordenador é similar 
ao do CREAS, só diferencia, em relação ao seu público específico de atendimento, 
a população de rua, quando do conhecimento da legislação e conhecimentos e 
experiências prévias no atendimento desse público, agregando-os ao perfil.
 “ Para a composição da equipe, faz-se imprescindível a prioriza-ção de profissionais com perfil e habilidades para o desenvol-vimento do trabalho social com pessoas em situação de rua. O 
coordenador deverá, preferencialmente, exercer função exclu-
siva, tendo em vista o grau de responsabilidade e desempenho 
de suas atribuições e desempenho de suas atribuições no âmbito 
da Unidade (BRASIL, 2011, p. 54).
Ainda com base na NOB-RH/SUAS (2006, online), suas atribuições são:
 “ Articular, acompanhar e avaliar o processo de implantação do Centro POP e seu (s) serviço (s), quando for o caso;Coordenar as rotinas administrativas, os processos de traba-
lho e os recursos humanos da Unidade;
99
Participar da elaboração, do acompanhamento, da implemen-
tação e avaliação dos fluxos e procedimentos adotados, visan-
do garantir a efetivação das articulações necessárias;
Coordenar a relação cotidiana entre o Centro POP e as demais 
Unidades e serviços socioassistenciais, especialmente com os 
serviços de acolhimento para população em situação de rua;
Coordenar o processo de articulação cotidiana com as demais 
políticas públicas e órgãos de defesa de direitos, recorrendo ao 
apoio do órgão gestor, sempre que necessário;
Definir com a equipe, a dinâmica e os processos de trabalho 
a serem desenvolvidos na Unidade;
Discutir com a equipe técnica, estratégias e ferramentas teó-
rico-meto- metodológicas que possam qualificar o trabalho;
Coordenar a execução das ações, assegurando diálogo e pos-
sibilidades de participação dos profissionais e usuários;
Coordenar o acompanhamento do (s) serviço (s) ofertado, 
incluindo o monitoramento dos registros de informações e a 
avaliação das ações desenvolvidas;
Coordenar a alimentação dos registros de informação e mo-
nitorar o envio regular de informações sobre a Unidade ao 
órgão gestor;
Identificar as necessidades de ampliação do RH da Unidade 
ou capacitação da equipe e informar ao órgão gestor de As-
sistência Social;
Contribuir para avaliação, por parte do órgão gestor, dos re-
sultados obtidos pelo Centro POP;
Participar das reuniões de planejamento promovidas pelo ór-
gão gestor de Assistência Social e representar a Unidade em 
outros espaços, quando solicitado;
Coordenar os encaminhamentos à rede e seu acompanhamento.
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UNIDADE 3
100
É preciso considerar que atender o público-alvo dos serviços de Proteção 
Social Especial demanda muito conhecimento, experiência e habilidades em 
lidar com situações de risco vivenciadas pelos indivíduos e famílias. Nesse 
sentido, as atribuições são de muita responsabilidade, pois atendem pessoas 
com vínculos fragilizados ou já rompidos.
Quanto à equipe do Centro POP, o perfil e as atribuições são bem similares 
ao de outros serviços desse nível de proteção, agregando a necessidade de conhe-
cimento específico e experiência em atendimento a pessoas em situação de rua.
As atribuições dos trabalhadores do SUAS na rede socioassistencial privada 
é pautada na NOB-RH/SUAS, com base no serviço a que se propõe prestar e de 
acordo com as Orientações Técnicas de cada serviço. Esse tema não se esgota 
aqui e nem se esgotará, visto que o SUAS busca seu aperfeiçoamento constante 
no atendimento das demandas sociais.
Caro(a) aluno(a), falamos sobre alguns serviços de Proteção Social Especial 
de Média e Alta Complexidade em órgãos públicos, mas você pode ampliar seu 
conhecimento sobre os outros tantos serviços que compõem essa rede de aten-
dimento listados no início desta unidade, e que, descreveremos na unidade IV, 
isso lhe possibilitará optar por um campo de pesquisa e atuação profissional, 
posteriormente.
Para lhe auxiliar neste caminho, segue, no próximo tópico, a síntese de al-
gumas legislações relativas à assistência social, que são necessárias ao exercício 
profissional no âmbito do SUAS.
CONHECIMENTO BÁSICO LEGAL ESSENCIAL AOS 
PROFISSIONAIS DO SUAS
Citaremos resumidamente algumas legislações e normativas para pautar co-
nhecimento básico e algumas que são exigidas como conhecimento mínimo 
aos profissionais dos Serviços de Proteção Social Básica e de Proteção Social 
Especial de Média e Alta Complexidade e aos profissionais de atuação no 
âmbito do SUAS, como instrumental de trabalho.
Ao exercício profissional, é imprescindível conhecer mais de perto a Carta 
Magna, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Na sequência, 
a Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assis-
101
tência Social, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e que 
foi alterada pela Lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011.
Contemplar conhecimento sobre a Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990 
- Estatuto da Criança e do Adolescente e suas alterações posteriores são es-
senciais à defesa e garantia de direitos. Para a defesa dos direitos socioassis-
tenciais, contamos com a Política Nacional de Assistência Social -PNAS de 
2004. Já para proteção e defesa da pessoa idosa, temos a Política Nacional do 
Idoso, Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, e o Estatuto do Idoso, Lei Federal 
nº 10741, de 1º de outubro de 2003.
Contamos com a Política Nacional da Pessoa com Deficiência que foi pro-
mulgada por meio da Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, e regulamentada 
pelo Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. No que se refere à pessoa com 
deficiência, alguns estados e municípios têm legislações complementares que 
precisamos conhecer quando da atuação nesses territórios.
Para operacionalizar a Política Nacional de Assistência Social, nos pau-
tamos na Norma Operacional Básica da Assistência Social - NOB/SUAS, 
aprovada em 2005 e reeditada em 2012, devemos conhecer as duas edições. 
No ano de 2006, foi aprovada a Norma Operacional Básica de Recursos Hu-
manos da Assistência Social- NOB-RH/SUAS. 
No que concerne à capacitação e formação continuada, a base é a PNEP/SUAS 
- Política Nacional de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência 
Social, que foi instituída pela Resolução CNAS nº 4, de 13 de março de 2013. 
Com base nas orientações do MDS (BRASIL, 2015) para a atuação no âmbito 
do CREAS, acrescente às já citadas legislações, as seguintes:
 “ Plano nacional de enfrentamento à violência sexual infanto--juvenil (2000);Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho In-
fantil e Pro- teção ao Trabalhador Adolescente (2004);
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade 
e saúde - CIF. Organização Mundial de Saúde (2004);
Plano Nacional de Promoção e Defesa do Direito da Criança 
e Adolescentes à Convivência Familiare Comunitária (2006);
UNICESUMAR
UNIDADE 3
102
Lei Maria da Penha - Lei nº 11340 de 2006;
Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas 
(2006);
Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mu-
lher (2007);
Legislações referentes ao Benefício de Prestação Continuada 
(BPC): Decreto nº 6214, de 26 de setembro de 2007;
Decreto nº 6564, de 12 de setembro de 2008 e Portaria MDS 
n° 44, de 25 de fevereiro de 2009;
Convenção sobre os Direitos das pessoas com Deficiência e 
seu Protocolo Facultativo (2008);
Orientações técnicas: Serviços de Acolhimento para crian-
ças e adolescentes. Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à fome, Conselho Nacional de Assistência Social, e 
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
(2009);
SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(2009);
Protocolo de gestão integrada de serviços, benefícios e trans-
ferência de renda no âmbito do SUAS (2009);
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Resolução 
CNAS nº 109, de 11 de novembro de 2009;
Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Huma-
nos de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transe-
xuais) (2009);
Orientações técnicas Centro de Referência de Assistência So-
cial (CRAS) (2009);
Estatuto de Promoção da Igualdade Racial (2010);
Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras drogas. 
Decreto nº 7179, de 20 de maio de 2010;
103
Legislações sobre o Cadastro Único para Programas Sociais e 
o Programa Bolsa Família;
Instrução Operacional SENARC/SNAS n° 07, de 22 de no-
vembro de 2010. Orientações aos municípios e ao DF para 
a inclusão de pessoas em situação de rua no Cadastro Único 
para Programas Sociais;
Cadernos de orientações técnicas sobre o PETI - Gestão e 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (2010).
O profissional deve ter seu conhecimento sempre atualizado quanto às legisla-
ções, às bases teóricas e metodológicas e às leis, decretos e portarias dos órgãos 
vinculados ao tema. Ter clara a legislação e instrumentos éticos de sua for-
mação profissional, as leis específicas relativas a benefícios sociais e a normas 
e orientações técnicas de cada serviço. O profissional não deve se limitar ao 
mínimo exigido, mas buscar conhecimento constante, afinal, o profissional 
de serviço social, em muitas ocasiões, torna-se responsável pelo destino de 
pessoas, e tal compromisso solicita um empenho ético, moral e profissional de 
Quais as diretrizes metodológicas para o trabalho social com famílias do PAIF?
• Fortalecer a assistência social como direito social de cidadania;
• Respeitar a heterogeneidade dos arranjos familiares e sua diversidade cultural;
• Rejeitar concepções preconceituosas, que reforçam desigualdades no âmbito familiar;
• Respeitar e preservar a confidencialidade das informações repassadas pelas famílias 
no decorrer do trabalho social;
• Utilizar e potencializar os recursos disponíveis das famílias no desenvolvimento do 
trabalho social;
• Utilizar ferramentas que contribuam para a inserção efetiva de todos os membros da 
família no acompanhamento familiar.
É importante que as ações do PAIF sejam adequadas às experiências, situações e contex-
tos vividos pelas famílias. Portanto, ao implementá-las cabe refletir sobre o tipo de família 
a que a ação se destina e se ela terá algum significado.
EXPLORANDO IDEIAS
UNICESUMAR
UNIDADE 3
104
grande vulto. A próxima unidade tratará do trabalho profissional das equipes 
do SUAS, como já descrevemos nas unidades anteriores, a composição mínima 
das equipes de referência de alguns equipamentos, seu perfil e atribuições, e 
conheceremos sobre o desenvolvimento dessas tarefas.
Ao abordarmos sobre a temática do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, 
pudemos refletir sobre como o exercício profissional assume compromissos éti-
cos e de capacitação constante, devido ao fato de atender demandas sociais, que 
sempre vêm carregadas de necessidades humanas urgentes, e ao fato de termos 
que estar aptos à responsabilidade que é intervir na vida dessas pessoas. Tratamos 
assim, das legislações que pautam o trabalho no âmbito do SUAS e dos princípios 
e das diretrizes dessa ação, com base na Norma Operacional Básica de Recursos 
O apoio no programa Família Acolhedora acontece com 
crianças e adolescentes que precisam de um lar e proteção 
enquanto a família biológica não possui condições de 
cuidar. Assim, as famílias devidamente cadastradas no 
programa fazem esse cuidado até o momento em que 
essas crianças e adolescentes possam voltar para a família 
de origem. 
Ficou curioso e quer saber mais detalhes deste programa? 
Ouça o podcast e saiba mais! 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Pesquisa de opinião sobre o Sistema Único de Assistência 
Social: percepções de gestores municipais de assistência social e de 
coordenadores de CRAS, CREAS e Centros Pop
Autor: MDS, 2016.
Editora: MDS
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11204
105
Humanos do SUAS, visto que é essa Norma que orienta a composição da equipe 
de cada serviço/equipamento e define as atribuições dos trabalhadores. Pudemos 
compreender as definições do trabalho social no SUAS e qual o perfil do profissio-
nal que irá compor a equipe de referência da rede socioassistencial.
1. Sobre a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS de 2006, cite 3 
(três) dos princípios éticos voltados para a atuação dos trabalhadores da assistência 
social, que normatizam a ação profissional no campo socioassistencial e devem ser 
considerados na elaboração, implantação e implementação dos padrões, rotinas e 
protocolos específicos.
2. A Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único da Assistência 
Social caracteriza o conceito de Equipes de referência no âmbito do SUAS. Defina-as.
3. A atuação profissional no SUAS não deve estar pautada somente nos conhecimen-
tos individuais de cada profissional que compõe a equipe de trabalho, mas precisa 
atender de maneira uniforme, com capacitação permanente e ter seus trabalhadores 
4Trabalho Social com Famílias e a Tipificação dos 
Serviços
na Proteção Social Básica e Especial 
de Média e Alta Complexidade
Me. Michele Vanessa Werner
Nesta unidade você conhecerá os serviços ofertados pelo Sistema 
Único de Assistência Social na proteção social básica e especial de 
média e alta complexidade no atendimento às famílias em situação 
de vulnerabilidade social. Como também, identificará o trabalho do 
assistente social com as famílias demandantes da Política Nacional de 
Assistência Social (SUAS). E ainda, compreender os desafios do Serviço 
Social na contemporaneidade no trabalho com famílias, e seus varia-
dos conceitos, e a vulnerabilidade, contribuindo com o debate acerca 
da construção de caminhos que fortaleçam a família.
UNIDADE 4
108
Imagine que você tenha sido aprovado(a) no Concurso Público de seu município 
e agora finalmente ocupe o cargo de Assistente Social, você está muito feliz com 
o novo emprego, e pretende iniciar as suas atividades. Na segunda-feira, surge o 
caso de uma família que necessita de uma intervenção profissional, e a equipe do 
CRAS se direciona para a residência desta família. 
Estando a família em situação de vulnerabilidade, toda a equipe inicia um tra-
balho social, visando prevenir a ruptura dos vínculos e o acesso aos direitos bási-
cos. Através disso são feitas visitas domiciliares, ações de orientação e informação, 
como também o encaminhamento para inserção do CadÚnico (Cadastro Único). 
Tendo por base o diálogo nas ações feitas com a família, o psicólogo da 
equipe indica que há a necessidade de um acompanhamento psicológico com 
a mãe da família, e você enquanto Assistente Social responsável concorda 
com a atuação interdisciplinar do psicólogo. 
Através da atuação conjunta, a equipe do CRAS consegue ter êxito no aten-
dimento àquela família, que após algum tempo consegue se inserir novamente 
no mercado de trabalho e as crianças têm acesso à escola. Caro(a) aluno(a), este 
exemplo foi um simples esboço do que acontece diariamente na atuação profis-
sional de um assistente social e da equipe que juntamente dão vida ao SUAS. Le-
vando em consideração o exemplo acima, você consegue entender a relação entre 
o trabalho em equipe e as ações que envolvem o trabalho social com as famílias? 
A execução dos Serviços Socioassistenciais tem como missão garantir o acesso 
da população a uma Política de Assistência Social de qualidade. Por outro lado, 
também significa a união de esforços para a criação de uma grande parceria entre 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios para a construção de um sistema 
único e específico. Os serviços socioassistenciais são oferecidos sob a proteção so-
cial que se divide em Básica e Especial de Média e Alta Complexidade, com vistas 
a garantir a oferta das seguranças sociais e assegurar a responsabilidade do Estado 
na proteção social das famílias em situação de vulnerabilidade e risco social.
109
Que tal aprofundarmos um pouco mais sobre a proteção social de crianças e 
adolescentes? Leia o artigo “O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Política 
de Assistência Social: Reflexões sobre o direito à proteção social” da autora Lúcia 
Cortes da Costa e depois faça uma pesquisa sobre as Redes Socioassistenciais que 
se dedicam ao trabalho com as Crianças e Adolescentes. 
A partir da experiência proposta é possível identificar a importância do trabalho 
das redes socioassistenciais de proteção social com as crianças e adolescentes. O 
amparo a essas pessoas, consideradas em fase de crescimento e desenvolvimento 
enquanto ser humano, se torna algo essencial na efetivação dos Direitos Huma-
nos. Não devemos esquecer que além da família, é dever de toda a sociedade e 
Estado prover condições adequadas à vida das crianças e adolescentes, visando 
uma moradia, alimentação, educação e saúde de qualidade, e evitando qualquer 
tipo de violência ou falta de cuidados para essa parte da população. 
UNIDADE 4
UNIDADE 4
110
SERVIÇO SOCIAL E O TRABALHO COM FAMÍLIAS 
EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL
O Serviço Social tem uma longa tradição histórica no processo de trabalho em 
atenção às famílias e do aprofundamento da discussão teórico-metodológica e 
ético-política como compromisso profissional com a referida demanda. Nesse 
sentido, coadunamos com Neder (1996, p. 124):
 “ Os assistentes sociais são os únicos profissionais que têm a família como objeto privilegiado de intervenção durante toda sua trajetória histórica, ao contrário de outras profissões que a privilegiam em 
alguns momentos e, em outros, a tiram de cena.
Contudo, dada as transformações da família brasileira, muitos desafios, ainda, são 
enfrentados cotidianamente pelos assistentes sociais que, embora tenham domí-
nio de todo arcabouço teórico, ainda assim exige-se cada vez mais do profissional 
o aperfeiçoamento do processo de trabalho no trato com as famílias, em virtude 
das expectativas sociais sobre sua função, suas tarefas e obrigações no contexto 
contemporâneo. Ou seja, espera-se um mesmo padrão de funcionalidade das fa-
mílias, independente do lugar em que estão localizadas na linha da estratificação 
social, padrão esse baseado em postulações culturais tradicionais referentes aos 
papéis paterno e materno, principalmente (MIOTO, 2001).
São questões presentes no debate profissional acerca da temática. 
 “ Na área da criança e do adolescente, campo fértil de intervenção com famílias, Sant’ana (2000), ao investigar a prática profissional de assistentes sociais em instituições públicas e privadas, concluiu 
que a maioria dos assistentes sociais realiza uma intervenção pou-
co qualificada e com ausência de referenciais teóricos e de postura 
crítica. Para a autora, essa situação compromete a implantação do 
projeto ético-político do Serviço Social, à medida que ele fica a cargo 
de uma minoria de vanguarda.Na perspectiva da análise do discurso 
dos assistentes sociais no cotidiano profissional, Guimarães (1996) 
observou a existência de quatro construções discursivas. A primeira, 
denominada de pré-construída, refere-se ao discurso pautado na 
111
suposição do senso comum. A segunda, que é a linha de pensamento 
umbilicado, caracteriza-se pela permanência de um pensamento 
pré-estabelecido do início ao final da intervenção. A terceira, que 
a autora chamou de kit-discurso, considera que o assistente social 
realiza a sua prática a partir dos dois procedimentos anteriores, 
tornando a intervenção um ato altamente mecânico. Finalmente, 
a quarta construção discursiva se caracteriza pela dicotomia entre 
ação e fala (MIOTO, 2004, p. 5).
Ao discursarem sobre suas respectivas práticas, os assistentes sociais apresentam 
tal distância entre ação e fala que, muitas vezes, se apresentam como contraditó-
rias, sem que, geralmente, as contradições sejam percebidas. Esse tipo de análise 
demonstra a fragilidade do processo de intervenção.
Como afirma Guerra (2000), é necessário resgatar a dimensão emancipatória 
da instrumentalidade do exercício profissional, pois é por meio dela que a pro-
fissão poderá superar o seu caráter eminentemente operativo e manipulatório 
dado pela condição histórica do surgimento da profissão.
Para Iamamoto (2011, p. 31), esse processo consolida a profissionalização 
do Serviço Social à medida em que passa a deixar a ideia de caridade e vai 
se modulando para uma nova estruturação profissional, vinculando-se ao 
Estado e suas políticas sociais. 
Cabe aqui uma análise histórica e sociológica da concepção de família e da 
intervenção profissional frente ao desafio contemporâneo, então, vamos lá?.
CONCEITO DE FAMÍLIA
O conceito de família vem, ao longo da história, sofrendo mudanças, devido 
às transformações societárias motivadas pelo sistema econômico capitalista e, 
mais precisamente, após a Revolução Industrial, quando muitas famílias deixa-
ram os campos agrícolas para viverem nos grandes centros urbanos. O maior 
impacto se deu a partir do momento em que as mulheres também vão trabalhar 
nas indústrias, até mesmo as crianças, iniciando, assim, a exploração da mão de 
obra tanto de mulheres como de crianças. Esses acontecimentos representam as 
transformações que configuram a emergência da sociedade urbana industrial.
UNIDADE 4
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112
À medida que a mulher é lançada no mercado de trabalho, ela deixa de exer-
cer o papel da figura feminina, responsabilizada a ficar dentro de casa para cuidar 
exclusivamente dos afazeres domésticos e da educação dos filhos. Esse quadro se 
intensifica com o movimento feminista na década de 1960, quando a mulher inicia 
a sua emancipação social e sexual, que culmina com a possibilidade da mulher fazer 
escolha pela maternidade, pois, nesse mesmo período, difunde-se os anticoncepcio-
nais que trazem outras consequências afirmadas por Sarti (1996, p. 21):
 “ A partir da década de 1960, (…) em escala mundial, difundiu-se a pílula anticoncepcional, que separou a sexualidade da reprodução e interferiu decisivamente na sexualidade feminina. Esse fato criou 
as condições materiais para que a mulher deixasse de ter sua vida e 
sua sexualidade atadas à maternidade como um “destino”, recriou 
o mundo subjetivo feminino e, aliado à expansão do feminismo, 
ampliou as possibilidades de atuação da mulher no mundo social. 
A pílula, associada a outro fenômeno social, o trabalho remunerado 
da mulher, abalou os alicerces familiares, e ambos inauguraram um 
processo de mudanças substantivas na família.
Podemos, assim, identificar que as mudanças ocorreram de forma gradativa, 
sendo possível compreender as transformações sociais e familiares que se 
expressam nos dias atuais.
É, ainda, significativo o número de famílias monoparentais, termo utili-
zado para denominar como responsáveis o pai e/ou a mãe. Essa constituição 
de família pode ser denominada de “recompostas” a partir do momento em 
que o responsável pela família venha a se casar ou viver um concubinato (art. 
1727- Código Civil Brasileiro,2002).
113
Os novos arranjos familiares vêm ocorrendo, o que denota um novo olhar 
profissional na intervenção junto às famílias.
Amaral (2001) afirma que a família é uma construção social que varia segun-
do as épocas, permanecendo, no entanto, aquilo que se chama de “sentimento de 
família”, que se forma a partir de um emaranhado de emoções e ações pessoais, 
familiares e culturais, compondo o universo do mundo familiar.
Os conceitos, porém, ampliam-se, assim como pode ser observado na opinião 
de outros autores, por exemplo, para Kaloustian (1994, p. 107),
 “ A família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independente-mente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. 
É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais 
necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. 
Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal; 
em seu espaço são absorvidos os valores éticos e morais, e onde se 
aprofundam os laços de solidariedade.
UNIDADE 4
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114
De acordo com a Política Nacional de Assistência Social (1988), “a família é a 
unidade nuclear, eventualmente ampliada por outros indivíduos que com ela 
possuam laços de parentesco, que forme um grupo doméstico, vivendo sob o 
mesmo teto e mantendo sua economia pela contribuição de seus membros” 
(BRASIL, 1999, p.66).
Vem crescendo internacionalmente a visão de que as unidades de atuação 
“família e comunidade” são pontos importantes da estratégia de integração 
das diversas políticas sociais. A escolha do ano de 1994 como Ano Interna-
cional da Família pela ONU reflete esse movimento de priorização política 
da família (CARVALHO, 2002, p. 34).
Diante de tantas transformações sociais, faz-se necessário refletir nesse ce-
nário como se dá a intervenção profissional. Segundo Iamamoto e Lessa (2007), 
analisar os espaços sócio ocupacionais do assistente social exige inscrever a re-
flexão no movimento histórico da sociedade brasileira e mundial, considerando 
os processos sociopolíticos que condicionam o modo como o Serviço Social 
se insere na sociedade capitalista madura, como um tipo de especialização do 
trabalho inscrito na divisão sociotécnica do trabalho, articulado aos processos 
de produção e reprodução das relações sociais.
115
De acordo com Campos e Mioto (2003, p. 167), desde a instituição da Lei 
dos Pobres, havia a preocupação de “se tratar a família como unidade, quando se 
trata de agir em relação à miséria”. Desse modo, identificamos que a intervenção 
profissional junto às famílias em situação de vulnerabilidade remonta desde o 
surgimento da profissão.
Para Gomes e Pereira (2005), de fato, na sociedade brasileira, a crise do Estado 
é resultante da dificuldade do país em acompanhar o desenvolvimento do novo 
cenário econômico internacional, tornando-se incapaz de garantir o crescimento 
econômico e solucionar questões sociais.
Diante da ausência de políticas de proteção social à população pauperizada, 
em consequência do retraimento do Estado, a família é chamada a responder 
por esta deficiência sem receber condições para tanto. Assim, o Estado transfere 
“na família uma sobrecarga que ela não consegue suportar tendo em vista sua 
situação de vulnerabilidade socioeconômica” (GOMES; PEREIRA, 2005, p. 361).
Nesse cenário de refração do Estado, podemos identificar a intervenção pro-
fissional do assistente social por meio das demandas individuais e coletivas que 
surgem cotidianamente nos espaços sócio ocupacionais como expressão da ques-
tão social e que demandam políticas públicas em todos os setores da sociedade, a 
exemplo da educação, assistência social, habitação, saneamento, saúde, transporte. 
E, nessa perspectiva de análise, refletimos em Iamamoto (2011, p. 20), “a profissão 
não se caracteriza apenas como forma de exercer a caridade, mas como forma 
de intervenção ideológica na vida da classe trabalhadora”, que propõe uma con-
cepção educativa, de modo que possa prevenir os problemas sociais, integrando 
a família operária na sociedade.
A autora traduz o desafio constante que consiste em encontrar estratégias e 
outras formas de abordagem e interlocução para o enfrentamento dos problemas 
familiares tão presentes na sociedade capitalista e, ao mesmo tempo, da respon-
sabilidade de como integrá-los na luta política dos diversos movimentos sociais. 
Nesse sentido, concordamos com os estudos realizados por Mioto (2000) que 
avalia o trabalho coletivo e individual com famílias. Esse trabalho tem se mani-
festado no cotidiano dos serviços e consiste no protagonismo e emancipação das 
famílias face às transformações sociais ocorridas no sistema capitalista.
No Brasil, a Proteção Social tem maior ênfase e garantia com a aprovação 
da Constituição de 1988, que vai constituir legalmente como função do Estado 
UNIDADE 4
A família passa a ser priorizada, bem como responsabilizada no âmbito da 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004, p. 41), “(...) indepen-
dente dos formatos ou modelos que assume, é mediadora das relações entre 
os sujeitos e a coletividade, delimitando, continuamente os deslocamentos 
entre o público e o privado, bem como geradora de modalidades comuni-
tárias de vida”; enquanto cabe ao Estado subsidiar as famílias por meio de 
medidas socioeducativas e, quando necessário, de repasse financeiro. Cum-
prindo, assim, superficialmente, o seu papel na proteção social.
Agora que já refletimos sobre os vários conceitos de família e os desafios para o 
Serviço Social do trabalho com famílias; vamos estudar o que é vulnerabilidade social.
UNIDADE 4
116
prover a Proteção Social, que inicia com a consolidação e aprovação, em 1993, 
da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
Conforme a Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004, p. 31), “pro-
teção social deve garantir as seguintes seguranças: segurança de sobrevivência 
(de rendimento e de autonomia); de acolhida; de convívio ou vivência familiar”. 
A compreensão da PNAS é que a responsabilidade maior da Assistência Social é 
a proteção social da acolhida, de convívio ou vivência familiar.
“A segurança da vivência familiar ou a segurança do convívio (...) supõe a não aceitação 
de situações de reclusão, de situações de perda das relações. (...) A dimensão societária 
da vida desenvolve potencialidades, subjetividades coletivas, construções culturais, políti-
cas e, sobretudo, os processos civilizatórios. As barreiras relacionais criadas por questões 
individuais, grupais, sociais por discriminação ou múltiplas inaceitações ou intolerâncias 
estão no campo do convívio humano. A dimensão multicultural, intergeracional, interter-
ritorial, intersubjetivas, entre outras, devem ser ressaltadas na perspectiva do direito ao 
convívio”. PNAS (2004, p. 26).
EXPLORANDO IDEIAS
117
VULNERABILIDADE SOCIAL
A partir dos conceitos trabalhados sobre família, propomo-nos a refletir sobre 
as vulnerabilidades sociais como uma das expressões da questão social e sobre a 
sua interface com a proteção social.
A vulnerabilidade da família está, também, associada às políticas pú-
blicas, que uma vez desassistidas pelo Estado, se veem impossibilitadas de 
responderem às necessidades básicas de seus membros e, por conseguinte, 
aumentam a sua condição de exclusão e de pobreza.
“A exclusão social, a pobreza, a miséria e a falta de perspectiva de um projeto existencial 
que vislumbre a possibilidade da melhoria da qualidade de vida implica dizer que impõe a 
toda a família uma luta desumana e desigual pela sobrevivência. A questão da centralida-
de da família pobre aparece no cenário da sociedade burguesa como a face mais cruel da 
disparidade econômica e da desigualdade social”. Gomes e Pereira (2005, p.360).
PENSANDO JUNTOS
Para aprofundar esse tema, foi necessária uma revisão literária e documental 
como recurso metodológico para discutir a questão social e a temática da família. 
Assim, propomos discutirconceitualmente as categorias Exclusão, Vulnerabili-
dade Social e Pobreza como expressões da Questão Social.
UNIDADE 4
UNIDADE 4
118
O conceito de vulnerabilidade social não tem uma definição única, sendo que 
muitos autores que dialogam sobre o tema o compreendem como tendo várias 
facetas. Dessa forma, é possível observar entre os estudiosos diversas teorias, as 
quais estão dispostas sobre diferentes percepções de mundo.
A PNAS/2014 aborda essa temática, mas não aponta um conceito definido, 
indica, ao falar sobre a Proteção Social Básica, que as situações caracterizadas 
como de vulnerabilidade social, geralmente, são decorrentes da pobreza, privação, 
ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, tempestades ou 
calamidades, fragilização dos vínculos afetivos e de pertencimento social decor-
rentes de discriminações etárias, de gênero, relacionadas à sexualidade, deficiên-
cia, entre outros, a que estão expostas famílias e indivíduos, dificultando, assim, 
seu acesso aos direitos e exigindo proteção social do Estado.
Para compreender as dimensões de vulnerabilidade social expressas na Polí-
tica Nacional de Assistência Social, vamos explanar sobre o disposto nos demais 
documentos oficiais que abordam a temática, sendo eles: Os Cadernos de Orien-
tações Técnicas do PAIF (BRASIL, 2012), os estudos realizados pelo Departa-
mento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE (2007, 
apud BRASIL, 2012), e discussões realizadas pelos autores Kaztman (1999 apud 
BRASIL, 2012), e Marandola Junior e Hogan (2006 apud BRASIL, 2012). Katzman 
(1999 apud BRASIL, 2012) aborda a questão da vulnerabilidade social como sendo 
resultante de duas variáveis: a estrutura de oportunidade e a capacidade dos luga-
res. A estrutura de oportunidade é concebida por meio da seguinte composição: 
mercado, sociedade e Estado. No que tange ao mercado, ele é composto pelos em-
pregos e a estrutura ocupacional. A sociedade é composta pelo chamado “capital 
social”, que é entendido como as relações sociais e de apoio mútuo, as quais são 
geradas a partir do princípio da reciprocidade, ocorrendo, geralmente, em meio a 
grupos étnicos, na religião, na composição familiar ou na comunidade. E, por fim, 
o Estado, que representa as políticas de bem-estar social e as estruturas de repre-
sentações de demandas e direitos, como, por exemplo, os conselhos de direitos.
No que diz respeito ao conceito de capacidades dos lugares, o autor destaca os 
territórios como os espaços de sobrevivência, pois, neles, encontramos as possi-
bilidades de acesso a condições habitacionais, de saúde, sanitárias, de transporte, 
entre outros serviços públicos, o que vai influenciar diretamente no acesso à 
informação e às oportunidades e, com isso, no acesso aos direitos da população. 
Dessa forma, para o autor, os atores sociais estão inseridos em uma gama de 
119
oportunidades e precariedades que se configuram por meio do contexto histórico, 
econômico e social que originam os diferentes tipos e graus de vulnerabilidade 
social. Para que consigam superar as situações de vulnerabilidades vigentes, é 
necessário uma interlocução igual entre a capacidade de gerenciamento das suas 
opções, mas também da intermediação e da proteção da estatal.
Dentro deste contexto, a vulnerabilidade define a zona intermediária instável 
que conjuga a precariedade do trabalho, a fragilidade dos suportes de proximi-
dade e a falta de proteção social. Diante disso, se ocorrer algo, como uma crise 
econômica, o aumento do desemprego ou a generalização do subemprego, a zona 
de vulnerabilidade aumenta substancialmente. Nesse contexto:
 “ A vulnerabilidade de um indivíduo, família ou grupos sociais refere se à maior ou menor capacidade de controlar as forças que afetam seu bem-estar, ou seja, a posse ou controle de ativos que constituem 
os recursos requeridos para o aproveitamento das oportunidades 
propiciadas pelo Estado, mercado ou sociedade: a) físicos - meios 
para o bem-estar - moradia, bens mensuráveis, poupança, crédito; b) 
humanos: trabalho, saúde, educação (capacidade física e qualifica-
ção para o trabalho); e c) sociais–redes de reciprocidade, confiança, 
contatos e acessos à informação (BRASIL, 2012, p.12).
Os estudos sobre vulnerabilidade social, na sua maioria, apontam, também, 
à ideia de risco frente ao desemprego, à precariedade do trabalho, à pobreza, 
à falta de proteção social ou acesso aos serviços públicos, à fragilidade dos 
vínculos familiares e sociais.
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Os estudos realizados por Marandola Junior e Hogan (2006 apud BRASIL, 2012) 
afirmam que “o termo vulnerabilidade é um conceito novo utilizado para com-
por os estudos sobre pobreza, o qual tem relação com os utilizados no passado, 
tais como: exclusão/inclusão, marginalidade, apartheid, periferização, segregação, 
dependência, entre outros”. Os autores afirmam, ainda, que o termo vulnera-
bilidade tem sido utilizado para retratar a diminuição dos bens de cidadania, 
seja em função da diminuição de renda ou da perda de capital social.
A partir do que foi apresentado até o momento, é possível observar que os 
documentos oficiais indicam que a condição de vulnerabilidade deve considerar 
a situação das pessoas e famílias a partir de alguns elementos, sendo eles: a inser-
ção e estabilidade no mercado de trabalho, a debilidade de suas relações sociais 
e, por fim, o grau de regularidade e de qualidade de acesso aos serviços públicos 
ou outras formas de proteção social.
Sendo assim, identificamos nos estudos sobre vulnerabilidade que existem 
várias formas de mensurar uma condição de vulnerabilidade social, conforme 
descrito nos documentos oficiais. E, com o intuito de buscar aprofundar ainda 
mais a discussão acerca dessa temática, ampliamos os estudos em diversos autores.
Desse modo, localizamos na obra Dinâmica dos processos de marginalização: 
da vulnerabilidade à “desfiliação”, de Castel (1997), na qual o autor discute a exis-
tência de uma “zona de vulnerabilidade”, que é constituída por indivíduos que se 
encontram numa dada zona de pobreza, que “a vulnerabilidade social é uma zona 
intermediária instável que conjuga a precariedade do trabalho e a fragilidade dos 
suportes de proximidade” (CASTEL,1997, p. 27).
Quando colocamos no centro do debate Famílias Vulneráveis e a Proteção 
Social, refletimos sobre a necessidade de atenção pública, mais precisamente da 
Política de Assistência Social Brasileira, dos seus avanços e limites com vistas a 
avaliar se a proteção prevista é capaz de proporcionar autonomia para as famílias 
na perspectiva de processo emancipatório ou se reforça responsabilidades.
A maioria das discussões a respeito da vulnerabilidade social estava associada 
à análise sobre o papel desempenhado pelas políticas sociais nos países desen-
volvidos com o regime do Welfare State, período que marca o contexto de crise 
aberta a partir dos anos 70 nas economias capitalistas.
Dentre os vários estudos sobre vulnerabilidade social, identificamos as mais 
diversas condições intermediárias que se traduzem nas situações extremas de in-
121
clusão e exclusão e que vêm colaborar para o estudo dinâmico das desigualdades 
a partir dos indicadores sociais que situam as zonas de risco.
Portanto, a noção conceitual de vulnerabilidade social tem sido adotada para 
a construção de indicadores sociais mais amplos, não se restringindo à delimita-
ção de uma determinada linha de pobreza.
 “ Um somatório de situações de precariedade, para além das precárias condições socioeconômicas (como indicadores de renda e escola-ridade ruins) [...]. São considerados como elementos relevantes no 
entendimento da privação social aspectos como a composição de-
mográfica das famílias aí residentes, a exposição a situações de risco 
variadas (como altas incidências de certos agravos à saúde, gravidez 
precoce, exposição à morte violenta, etc.), precárias condições gerais 
de vida e outros indicadores (USP,2004, p. 9).
O termo vulnerabilidade social exprime várias situações de precariedade e não 
apenas a de renda, como destaca Oliveira (1995, p. 5) “uma definição econômica 
de vulnerabilidade social é insuficiente e incompleta, mas deve ser a base material 
para o seu enquadramento mais amplo”, incluindo, também, outras precariedades, 
que não se limitam a recursos materiais, mas se inclui, assim, a fragilização de 
vínculos afetivos, tanto os relacionais como os de pertencimento, muitas vezes, 
decorrentes das discriminações etárias, étnicas, de gênero, dentre outras.
Ainda de acordo com Yasbek (2007), vulneráveis são as pessoas ou grupos 
que, por condições sociais, de classe, culturais, étnicas, políticas, econômicas, 
educacionais e de saúde, distinguem-se por suas condições precárias de vida. 
O que implica: suscetibilidade à exploração; restrição à liberdade; redução 
da autonomia e da autodeterminação; redução de capacidades; fragilização 
de laços de convivência; rupturas de vínculos e outras tantas situações que 
aumentam a probabilidade de um resultado negativo na presença de risco.
Nesse aspecto, constatamos que os termos exclusão, vulnerabilidade, pobreza 
e risco social estão intrinsecamente relacionados e se consideram tanto os 
aspectos objetivos, como restrição de renda, e relativos às condições de vida 
dos indivíduos, quanto os aspectos subjetivos, como a desvalorização social, 
a perda da identidade, falência de vínculos comunitários, sociais e familiares, 
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em que a tônica do problema se dá pelo empobrecimento das relações sociais, 
econômicas, culturais e das redes de solidariedade.
De acordo com Fávero (2001), não estamos afirmando que situações que 
levam à destituição do poder familiar, tais como violência doméstica, negli-
gência, abandono e exploração do trabalho infantil, são fatores exclusivos 
de famílias pobres, contudo a pobreza deixa as pessoas vulneráveis a tais 
situações, compreendendo essa pobreza como “um conjunto de ausências 
relacionado à renda, educação, trabalho, moradia e rede familiar e social de 
apoio” (FÁVERO, 2001, p. 79 apud AGUERA).
Agora que já analisamos as discussões teóricas sobre os vários contextos so-
ciais que podem levar a família e/ou indivíduos a uma condição de exclusão e 
de vulnerabilidade social, vamos apresentar os Serviços Socioassistenciais que 
compõem a rede de proteção social básica e especial voltados ao atendimento 
das famílias contempladas pelo Sistema Único de Assistência Social.
OS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS DA PROTEÇÃO 
SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL DE MÉDIA E ALTA COM-
PLEXIDADE DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Vamos agora detalhar os serviços oferecidos em cada um dos níveis de proteção 
social definidos pela Política Nacional de Assistência Social. Esses serviços foram 
citados a vocês no início da unidade III e, agora, iremos apresentá-los de forma 
que você consiga mensurar a amplitude de cada um deles.
Conforme abordado ao longo do nosso livro, o SUAS é dividido em níveis de 
complexidade no que tange a proteção social, sendo eles: a Proteção Social Básica 
e a Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade. Em cada uma delas, 
o trabalho é realizado a fim de fortalecer e/ou resgatar laços e vínculos sociais 
e de pertencimento entre os membros da família, objetivando enaltecer suas 
capacidades e ampliar o seu protagonismo social.
Nesse momento, vamos abordar a Proteção Social Básica, a qual tem por 
objetivos, segundo a PNAS (2014, p.33):
123
 “ Prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de po-tencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se a população que vive em situação de 
vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência 
de renda, precário ou nulo acesso a serviços públicos, dentre ou-
tros), e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais ou de 
pertencimento social (discriminações etárias, éticas, de gênero ou 
por deficiências, dentre outras).
Diante disso, a proteção social básica é dividida em três modalidades de servi-
ços, conforme disposto na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, 
aprovada pela Resolução CNAS nº 109, de 11 de novembro de 2009, sendo eles: 
o serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), o Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e o Serviço de Proteção Social 
Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas. Nesse sentido, apre-
sentaremos, a seguir, as especificações dos serviços realizados na proteção social 
básica por meio do disposto nas normativas legais.
A Resolução relata em seu texto que o PAIF tem por objetivo o trabalho 
social com famílias, é de caráter continuado e tem como intuito fortalecer a 
função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promo-
ver o acesso e usufruto das famílias aos direitos garantidos na Constituição 
e contribuir para a melhoria na qualidade de vida de seus membros. Além 
disso, prevê o desenvolvimento das potencialidades e aquisições das famílias 
e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações 
de caráter preventivo, protetivo e proativo.
O PAIF se configura como o principal programa de Política de Assistência 
Social no atendimento a famílias que se encontram em situação de vulnerabi-
lidade, em que seu atendimento é realizado
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 “ Por meio de visitas domiciliares, ações de orientação e informa-ção, realização de grupos de convivência, atividades socioeduca-tivas – de capacitação e inserção produtiva –, o PAIF acompanha 
famílias em situação de vulnerabilidade social, promovendo in-
clusive encaminhamento para inserção no CadÚnico – Cadastro 
Único e também para outras políticas. De acordo com dados do 
MDS, este conjunto de ações promovido pelo PAIF alcançou 
aproximadamente 2,8 milhões de famílias em 2009 (IPEA, 2011, 
p.62).
O trabalho social do PAIF deve utilizar-se, também, de ações nas áreas culturais 
para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar o universo informa-
cional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço.
As ações do PAIF não devem possuir caráter terapêutico. É serviço baseado 
no respeito à heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores, crenças e iden-
tidades das famílias. Fundamenta-se no fortalecimento da cultura do diálogo, no 
combate a todas as formas de violência, de preconceito, de discriminação e de 
estigmatização nas relações familiares. Realiza ações com famílias que possuem 
pessoas que precisam de cuidado, com foco na troca de informações sobre ques-
tões relativas à primeira infância, à adolescência, à juventude, ao envelhecimento 
e às deficiências, a fim de promover espaços para troca de experiências, expressão 
de dificuldades e reconhecimento de possibilidades. 
O PAIF tem como princípios norteadores a universalidade e gratuidade de 
atendimento, cabendo exclusivamente à esfera estatal sua implementação. Esse 
serviço é ofertado, necessariamente, no Centro de Referência de Assistência 
Social (CRAS). O atendimento às famílias residentes em territórios de baixa 
densidade demográfica, com espalhamento ou dispersão populacional (áreas 
rurais, comunidades indígenas, quilombolas, calhas de rios, assentamentos, 
dentre outros), pode ser realizado por meio do estabelecimento de equipes 
volantes ou mediante a implantação de unidades de CRAS itinerantes. Todos os 
serviços da proteção social básica desenvolvidos no território de abrangência 
do CRAS, em especial os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Víncu-
los, bem como o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas 
com Deficiência e Idosas, devem ser a ele referenciados e manter articulação 
com o PAIF. É a partir do trabalho com famílias no serviço PAIF que se or-
ganizam os serviços referenciados ao CRAS. O referenciamento dos serviços 
125
socioassistenciais da proteção social básica ao CRAS possibilita a organização 
e hierarquizaçãoda rede socioassistencial no território, cumprindo a diretriz 
de descentralização da política de assistência social (BRASIL, 2009).
A Assistência
Social 
organiza-se
pela: 
Proteção Social Básica:
voltada à prevenção de situações
de risco pessoal e social,
fortalecendo as famílias
e indivíduos (CRAS).
Proteção Social Especial: voltada 
à proteção de famílias e indivíduos 
em situação de risco pessoal e 
social. Divide-se, ainda, em:
Média Complexidade: onde está 
inserido o CREAS, responsável 
pela oferta de orientação e apoio 
a famílias e/ou indivíduos com 
seus direitos violados.
Alta complexidade: voltado ao 
atendimento à famílias e/ou 
indivíduos com vínculos familiares 
rompidos ou fragilizados, a �m de 
garantir proteção integral.
OLHAR CONCEITUAL
A articulação dos serviços socioassistenciais do território com o PAIF garante o 
desenvolvimento do trabalho social com as famílias dos usuários desses serviços, 
permitindo identificar suas necessidades e potencialidades dentro da perspectiva 
familiar, rompendo com o atendimento segmentado e descontextualizado das 
situações de vulnerabilidade social vivenciadas (BRASIL, 2009).
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O trabalho social com famílias, assim, apreende as origens, significados atribuídos 
e as possibilidades de enfrentamento das situações de vulnerabilidade vivencia-
das por toda a família, contribuindo para sua proteção de forma integral, mate-
rializando a matricialidade sociofamiliar no âmbito do SUAS.
O próximo eixo é o Serviço de Convivência e Fortalecimentos de Vínculo 
que, conforme a Resolução nº 109 acima mencionada, especifica que o SCFV é 
trabalhado em grupos, visando organizar em etapas de progressão aos usuários, 
de acordo com vivência dos mesmos, evitando situações de risco social. Além 
disso, é “uma forma de intervenção social planejada que cria situações desafiado-
ras, orienta os usuários na reconstrução de suas histórias e vivências individuais 
e coletivas, na família e no território” (BRASIL, 2009, p. 06).
A organização do SCFV é realizada de modo a ampliar as trocas culturais 
e de vivências, desenvolvendo o sentimento de pertencimento e de identidade, 
fortalecendo os vínculos familiares e incentivando a socialização e a convivência 
comunitária. Possui caráter preventivo e proativo, pautado na defesa e afirmação 
dos direitos e no desenvolvimento de capacidades e potencialidades, com vistas 
127
ao alcance de alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabili-
dade social. Deve, ainda, prever o desenvolvimento de ações intergeracionais e a 
heterogeneidade na composição dos grupos por sexo, presença de pessoas com 
deficiência, etnia, raça, entre outros. Possui articulação com o Serviço de Proteção 
e Atendimento Integral à Família (PAIF), a fim de complementar o trabalho social 
com famílias e prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social 
e agravos decorrentes de situações que configuram violação de direitos.
O SCFV parte da concepção de que os ciclos de vida familiar têm estreita 
ligação com os ciclos de vida de desenvolvimento das pessoas que os compõem. 
Seu foco é a oferta de atividades de convivência e socialização, com intervenções 
no contexto de vulnerabilidades sociais, de modo a fortalecer vínculos e prevenir 
situações de exclusão e risco social, objetivando a segurança do convívio familiar.
A partir da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, o SCFV foi 
organizado por faixa etária, com o objetivo de prevenir possíveis situações de risco 
inerentes a cada ciclo de vida. O SCFV está organizado nas seguintes faixas etárias:
• Crianças até 6 anos.
• Crianças e adolescentes de 6 a 15 anos.
• Adolescentes e jovens de 15 a 17 anos.
• Pessoas Idosas (BRASIL, 2009). 
Esse serviço tem configurações distintas no que tange ao atendimento para cada 
uma das faixas etárias, sendo que, para crianças até 6 anos de idade, incluindo 
crianças com deficiência, o foco é a realização de atividades que envolvam a 
criança, os familiares e a comunidade com o intuito de fortalecer seus vínculos, 
objetivando prevenir a ocorrência de situações que configurem exclusão social 
e risco, principalmente no que diz respeito à violência doméstica e ao trabalho 
infantil. Esse trabalho está diretamente relacionado ao PAIF e configura-se como 
uma forma de complementação dele. Nessa faixa etária, o atendimento é pautado 
no reconhecimento da condição peculiar de dependência, ou seja, a dependência 
que a criança tem de seus familiares, no desenvolvimento desse ciclo de vida e, 
ainda, pelo cumprimento dos direitos da criança, tudo isso dentro de uma con-
cepção que faz do brincar, da experiência lúdica e da vivência artística uma forma 
privilegiada de expressão, interação e proteção social.
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Para a faixa etária de crianças e adolescentes entre as idades de 6 a 15 anos 
de idade, o foco do atendimento é a criação de espaço de convivência, formação 
para a participação e cidadania, objetivando o desenvolvimento do protagonismo 
e da autonomia da criança e do adolescente, a partir dos interesses manifestados, 
demandas e potencialidades específicas dessa faixa etária. As ações realizadas com 
esse grupo devem estar pautadas em experiências lúdicas, culturais e esportivas 
como formas de expressão, interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção so-
cial. Inclui crianças e adolescentes com deficiência, retirados do trabalho infantil 
ou submetidos a outras violações, cujas atividades contribuem para ressignificar 
vivências de isolamento e de violação de direitos, bem como propiciar expe-
riências favorecedoras do desenvolvimento de sociabilidades e na prevenção de 
situações de risco social (BRASIL, 2009).
Outra faixa etária desse serviço é para adolescentes de 15 a 17 anos que tem 
como intuito o fortalecimento da convivência familiar e comunitária e contribui 
para o retorno ou permanência dos adolescentes e jovens por meio do desenvol-
vimento de atividades que estimulem a convivência social. A participação cidadã 
é uma formação geral para o mundo do trabalho.
As atividades desenvolvidas nesse grupo devem abordar as questões relevan-
tes sobre a juventude, contribuindo para a construção de novos conhecimentos 
e formação de atitudes e valores que reflitam no desenvolvimento integral do 
jovem. As atividades também devem desenvolver habilidades gerais, tais como a 
capacidade comunicativa e a inclusão digital, de modo a orientar o jovem para 
a escolha profissional, bem como realizar ações com foco na convivência so-
cial por meio da arte-cultura e esporte-lazer. As intervenções devem valorizar 
a pluralidade e a singularidade da condição juvenil e suas formas particulares 
de sensibilizar para os desafios da realidade social, cultural, ambiental e política 
de seu meio social; criar oportunidades de acesso a direitos; estimular práticas 
associativas e as diferentes formas de expressão dos interesses, posicionamentos 
e visões de mundo de jovens no espaço público.
A última faixa etária a ser abordada neste documento é a dos serviços para 
o Idoso, em que o foco das atividades está no desenvolvimento do processo de 
envelhecimento saudável, na autonomia e sociabilidade, no fortalecimento dos 
vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações que 
configurem risco social. A intervenção social deve estar relacionada a caracte-
rísticas, interesses e demandas específicas dessa faixa etária, além de considerar 
129
que a vivência em grupo, as experimentações artísticas, culturais, esportivas e de 
lazer e a valorização das experiências vividas constituem formas privilegiadas 
de expressão, interação e proteção social. Devem incluir vivências que valori-
zam suas experiências e que estimulem e potencializem a condição de escolher 
e decidir (BRASIL, 2009).
No ano de 2013, o Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS aprovou, 
na Tipificação de Serviços Socioassistenciais, por meio da Resoluçãonº 13, de 
maio de 2013, a inclusão da faixa etária dos 18 aos 59 anos no Serviço de Convi-
vência e Fortalecimento de Vínculo.
Para essa nova faixa etária, institui-se uma divisão na realização do trabalho, 
sendo que, para os jovens de 18 a 29 anos, o serviço deve ter como foco o forta-
lecimento de vínculos familiares e comunitários, na proteção social, assegurando 
espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o desenvolvi-
mento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo, de modo a de-
senvolver a sua convivência familiar e comunitária. Contribuir para a ampliação 
do universo informacional, artístico e cultural dos jovens, bem como estimular o 
desenvolvimento de potencialidades para novos projetos de vida, propiciar sua 
formação cidadã e vivências para o alcance de autonomia e protagonismo social, 
detectar necessidades, motivações, habilidades e talentos (BRASIL, 2013).
No que se refere aos serviços específicos para a faixa etária dos 30 aos 59 
anos, a nova resolução afirma que o trabalho tem como foco o fortalecimento 
de vínculos familiares e comunitários, desenvolvendo ações complementares, 
assegurando espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social 
e o desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e encontros in-
tergeracionais de modo a desenvolver a sua convivência familiar e comunitária. 
Contribuir para a ampliação do universo informacional, artístico e cultural, bem 
como estimular o desenvolvimento de potencialidades para novos projetos de 
vida, propiciar sua formação cidadã e detectar necessidades e motivações, habi-
lidades e talentos, propiciando vivências para o alcance de autonomia e prota-
gonismo social, estimulando a participação na vida pública no território, além 
de desenvolver competências para a compreensão crítica da realidade social e 
do mundo contemporâneo.As atividades a serem desenvolvidas com esses dois 
novos grupos que foram incluídos no SCFV têm o mesmo objetivo e devem:
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 “ Possibilitar o reconhecimento do trabalho e da formação profissio-nal como direito de cidadania e desenvolver conhecimentos sobre o mundo do trabalho e competências específicas básicas e contribuir 
para a inserção, reinserção e permanência dos adultos no sistema 
educacional, no mundo do trabalho e no sistema de saúde básica e 
complementar, quando for o caso, além de propiciar vivências que 
valorizam as experiências que estimulem e potencialize a condição 
de escolher e decidir, contribuindo para o desenvolvimento da au-
tonomia e protagonismo social, ampliando seu espaço de atuação 
para além do território (BRASIL, 2013, p.1).
Ainda no que concerne ao SCFV, no ano de 2014, foi aprovado, por meio da 
Instrução Operacional e do Manual de Orientações nº 01 da Secretaria Nacio-
nal de Assistência Social, do Ministério do Desenvolvimento Social/Secretaria 
de Educação Básica e do Ministério da Educação de 18 de dezembro de 2014, a 
articulação e integração das ações do Serviço de Convivência e Fortalecimento 
de Vínculos – SCFV e o Programa Mais Educação - PME.
Essa junção vem com o objetivo de desenvolver ações articuladas, buscando 
possibilitar aos usuários das duas políticas (de Assistência Social e de Educação) a 
oportunidade de participar das atividades de forma complementar, proporcionan-
do, com isso, diferentes formas de aprendizagem, de construção de conhecimento e 
de formação cidadã, tendo como consequência o fortalecimento de vínculos entre 
familiares e com a comunidade em que está inserida, promovendo, dessa forma, a 
maior proteção aos direitos da criança e dos adolescentes e suas famílias, reduzindo 
a ocorrência de vulnerabilidades e riscos sociais a que estão expostos (BRASIL, 2014).
131
Por fim, vamos abordar o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para 
Pessoas com Deficiência e Idosas. Esse serviço tem como principal objetivo pre-
venir os agravos que possam vir a provocar o rompimento dos vínculos familiares 
e sociais dos usuários, visando garantir os direitos do cidadão e o desenvolvimen-
to de mecanismos que auxiliem na inclusão social e igualdade de oportunidades e 
na participação e desenvolvimento das pessoas com deficiência e pessoas idosas.
A leitura dos documentos oficiais nos mostram como deve ser realizado esse 
serviço e no que ele deve contribuir para a manutenção e fortalecimento de vín-
culos dos usuários atendidos:
 “ O serviço deve contribuir com a promoção do acesso de pessoas com deficiência e pessoas idosas aos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos e a toda a rede socioassistencial, aos 
serviços de outras políticas públicas, entre elas educação, traba-
lho, saúde, transporte especial e programas de desenvolvimento 
de acessibilidade, serviços setoriais e de defesa de direitos e pro-
gramas especializados de habilitação e reabilitação. Desenvolve 
ações extensivas aos familiares, de apoio, informação, orientação 
e encaminhamento, com foco na qualidade de vida, exercício da 
cidadania e inclusão na vida social, sempre ressaltando o caráter 
preventivo do serviço (BRASIL, 2009, p. 16).
Os serviços oferecidos pela Política de Assistência Social por meio da Prote-
ção Social Básica tem como intuito a manutenção e fortalecimento dos vínculos 
familiares e comunitários, objetivando a autonomia do usuário para seu usu-
fruto, a fim de auxiliá-lo na conquista do seu protagonismo social. Segundo a 
PNAS/2014, o trabalho com famílias deve considerar novas referências para a 
compreensão dos diferentes arranjos familiares, superando o reconhecimen-
to de um modelo único baseado na família nuclear e partindo do pressuposto 
que as funções básicas da família são: prover a proteção e a socialização de seus 
membros; construir-se como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de 
identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com 
outras instituições sociais e com o Estado (BRASIL, 2004).
Nesse momento, iremos abordar os serviços desenvolvidos por meio da Pro-
teção Social Especial de Média Complexidade, sendo eles: o Serviço de Proteção 
e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), o Serviço Espe-
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cializado em Abordagem Social, o Serviço de Proteção Social a adolescentes em 
cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Pres-
tação de Serviços à Comunidade (PSC), o Serviço de Proteção Social Especial 
para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias e o Serviço Especializado 
para Pessoas em Situação de Rua.
Por Proteção Social Especial, vamos entender a definição existente na 
PNAS/2004, que a apresenta como sendo:
 “ Uma modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, 
abusos sexuais, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de me-
dida socioeducativa, situação de rua, situação de trabalho infantil, 
entre outras (BRASIL, 2004. p. 37).
Diferentemente da proteção social básica, na qual a função é preventiva, na prote-
ção social especial, às ações e programas destinam-se aos usuários que se encon-
tram em situação de risco pessoal ou social e que tiveram seus direitos violados ou 
ameaçados e cuja vivência com a família de origem pode ser considerada como 
prejudicial a sua proteção ou ao seu desenvolvimento.
No que se refere à proteção social de média complexidade, os serviços 
visam um atendimento a famílias ou indivíduos que estão vivenciando si-
tuações de vulnerabilidade, nas quais seus direitos estão sendo violados, mas 
que, ainda, não tiveram seus vínculos familiares rompidos, não configurando, 
dessa forma, necessidade de acolhimento.
Para exemplificar os serviços oferecidos na proteção social especial de 
média complexidade, vamos abordar as orientações contidas no documento 
de Tipificação dos Serviços Socioassistenciais.
O Serviço de Proteção eAtendimento Especializado a Famílias e Indiví-
duos (PAEFI) é um serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famí-
lias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de 
direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção 
de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comu-
nitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias 
133
diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a 
situações de risco pessoal e social (BRASIL, 2009).
O atendimento nesse serviço é fundamentado nas potencialidades, valo-
res, identidades, crenças e heterogeneidade das famílias, articulando-se com 
todos os demais serviços socioassistenciais.
 “ O serviço articula-se com as atividades e atenções prestadas às fa-mílias nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direi-
tos. Deve garantir atendimento imediato e providências necessárias 
para a inclusão da família e seus membros em serviços socioassis-
tenciais e/ou em programas de transferência de renda, de forma a 
qualificar a intervenção e restaurar o direito (BRASIL, 2009, p.19).
O próximo é o Serviço Especializado em Abordagem Social, o qual é ofertado de 
forma contínua e programado, com a finalidade de assegurar trabalho social de 
abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho 
infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre 
outras. O Serviço deve buscar a resolução de necessidades imediatas e promover 
a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas 
na perspectiva da garantia dos direitos (BRASIL, 2009).
O Serviço de Proteção Social a adolescentes, em cumprimento de Medida So-
cioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade 
(PSC), conforme a tipificação dos serviços socioassistenciais, tem como finalidade:
 “ Prover atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas judicialmente. Deve contribuir para o acesso a direitos e 
para a resignificação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes 
e jovens. Para a oferta do serviço faz-se necessário à observância da res-
ponsabilização face ao ato infracional praticado, cujos direitos e obriga-
ções devem ser assegurados de acordo com as legislações e normativas 
específicas para o cumprimento da medida (BRASIL, 2009, p.24).
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Nesse serviço, é necessário elaborar um Plano de Ação Individual (PIA) para 
a sua operacionalização, esse plano deve ser desenvolvido em conjunto com o 
adolescente e a sua família, objetivando o estabelecimento de metas a serem 
alcançadas durante o cumprimento da medida, com intuito da criação de pers-
pectivas futuras. Além disso, é necessário um acompanhamento social a esse 
adolescente de forma sistêmica, em que ele deve ter uma frequência mínima 
semanal no serviço. No que diz respeito ao acompanhamento da medida de 
Prestação de Serviços à comunidade, ela deve configurar-se de tarefas gratuitas 
com uma jornada máxima de oito horas semanais, garantindo, dessa forma, a 
regularidade das atividades escolares ou do trabalho. A inserção em qualquer 
uma dessas medidas deve levar em consideração as aptidões e favorecimentos 
do adolescente no seu desenvolvimento pessoal e social.
O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas 
e suas Famílias é voltado aos usuários que tiveram suas limitações agravadas 
por violações de direitos, tais como: exploração da imagem, isolamento, confi-
namento, atitudes discriminatórias e preconceituosas no seio da família, falta de 
cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cuidador, des-
valorização da potencialidade/capacidade da pessoa, dentre outras que agravam a 
dependência e comprometem o desenvolvimento da autonomia (BRASIL, 2009).
A finalidade do serviço é promover a autonomia, a inclusão social e a me-
lhoria da qualidade de vida dos participantes. As ações desenvolvidas devem ser 
voltadas à promoção e ao reconhecimento do potencial da família e do cuidador, 
no sentido de aceitação e valorização da diversidade e, sobretudo, na redução da 
sobrecarga do cuidador, devido à prestação dos cuidados diários prolongados.
135
 “ As ações devem possibilitar a ampliação da rede de pessoas com quem a família do dependente convive e compartilha cultura, troca de vivências e experiências. A partir da identificação das necessida-
des, deverá ser viabilizado o acesso a benefícios, programas de trans-
ferência de renda, serviços de políticas públicas setoriais, atividades 
culturais e de lazer, sempre priorizando o incentivo à autonomia 
da dupla “cuidador e dependente”. [...] A intervenção será sempre 
voltada a diminuir a exclusão social tanto do dependente quanto 
do cuidador, a sobrecarga decorrente da situação de dependência/
prestação de cuidados prolongados, bem como a interrupção e 
superação das violações de direitos que fragilizam a autonomia e 
intensificam o grau de dependência da pessoa com deficiência ou 
pessoa idosa (BRASIL, 2009, p.26).
Para finalizar a proteção especial de média complexidade, vamos abordar 
o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua que é destinado 
àquelas pessoas que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevi-
vência, sua finalidade é assegurar o atendimento e atividades direcionadas 
para o desenvolvimento de sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento 
de vínculos interpessoais e/ou familiares que oportunizem a construção de 
novos projetos de vida. Esse serviço busca contribuir na construção da au-
tonomia, inserção social e da proteção às situações de violência, por meio do 
trabalho técnico de orientação individual e grupal e encaminhamentos aos 
demais serviços socioassistenciais e políticas públicas. 
Que tal aprender um pouco mais sobre a proteção social 
básica e especial? Acesse o Podcast pelo QRcode e fique 
por dentro!
UNIDADE 4
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UNIDADE 4
136
A partir de agora, vamos tratar dos serviços de Proteção Social Especial de Alta 
Complexidade, sendo eles que garantem a proteção integral dos usuários, ou seja, 
moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indiví-
duos que se encontram sem referência e/ou em situação de ameaça e que neces-
sitam ser retirados do seu núcleo familiar ou comunitário (BRASIL, 2004). Vale 
salientar, aqui, que a proteção social especial de alta complexidade visa fornecer o 
serviço de acolhimento institucional quando a situação de risco pessoal ou social 
que o indivíduo está vivenciando envolve o seu afastamento do convívio familiar.
Segundo a PNAS, os serviços de alta complexidade são: Serviço de Aco-
lhimento Institucional, Serviço de Acolhimento em Repúblicas, Serviço de 
Acolhimento em Família Acolhedora, Serviço de Proteção em Situações de 
Calamidades Públicas e Emergências.
De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009), 
o Serviço de acolhimento institucional é um acolhimento realizado em diferentes 
tipos de equipamentos, destinado a famílias e/ou indivíduos com vínculos fami-
liares rompidos ou fragilizados, a fim de garantir proteção integral. A organização 
do serviço deverá garantir privacidade, o respeito aos costumes, às tradições e à 
diversidade de: ciclos de vida, arranjos familiares, raça/etnia, religião, gênero e 
orientação sexual. O atendimento prestado deve ser personalizado e em pequenos 
grupos e favorecer o convívio familiar e comunitário, bem como a utilização dos 
equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local. As regras de gestão e 
de convivência deverão ser construídas de forma participativa e coletiva, a fim 
de assegurar a autonomia dos usuários. 
Assim, o atendimento desse serviço deve funcionar em unidadeinserida 
na comunidade com características residenciais, ambiente acolhedor e estru-
tura física adequada, visando o desenvolvimento de relações mais próximas 
do ambiente familiar. As edificações devem ser organizadas de forma a aten-
der aos requisitos previstos nos regulamentos existentes e às necessidades 
dos usuários, oferecendo condições de habitabilidade, higiene, salubridade, 
segurança, acessibilidade e privacidade. 
Esse serviço é destinado ao atendimento de diferentes públicos: crianças e 
adolescentes, adultos e famílias, mulheres em situação de violência, jovens e 
adultos com deficiência e para idosos, sendo que cada um desses grupos tem as 
suas especificações para o atendimento conforme o exposto no documento das 
Tipificações dos Serviços Socioassistenciais.
137
O Serviço de Acolhimento em Repúblicas oferece proteção, apoio e moradia 
subsidiada a grupos de pessoas maiores de 18 anos em estado de abandono, situa-
ção de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos 
ou extremamente fragilizados e sem condições de moradia e autossustentação. O 
atendimento deve apoiar a construção e o fortalecimento de vínculos comuni-
tários, a integração e participação social e o desenvolvimento da autonomia das 
pessoas atendidas. O serviço deve ser desenvolvido em sistema de autogestão ou 
cogestão, possibilitando gradual autonomia e independência de seus moradores. 
Deve contar com equipe técnica de referência para contribuir com a gestão coletiva 
da moradia (administração financeira e funcionamento) e para acompanhamento 
psicossocial dos usuários e encaminhamento para outros serviços, programas e 
benefícios da rede socioassistencial e das demais políticas públicas (BRASIL, 2009).
O próximo serviço a ser abordado na Tipificação Nacional de Serviços 
Socioassistenciais (2009) é o Serviço de Acolhimento em família acolhedora, 
o qual organiza o acolhimento de crianças e adolescentes, afastados da família 
por medida de proteção, em residência de famílias acolhedoras cadastradas. 
É previsto até que seja possível o retorno à família de origem ou, na sua im-
possibilidade, o encaminhamento para adoção. O serviço é o responsável por 
selecionar, capacitar, cadastrar e acompanhar as famílias acolhedoras, bem 
como realizar o acompanhamento da criança e/ou adolescente acolhido e sua 
família de origem. O Serviço deverá ser organizado segundo os princípios, di-
retrizes e orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente e do documento 
“Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”, 
sobretudo no que se refere à preservação e à reconstrução do vínculo com a 
família de origem, assim como a manutenção de crianças e adolescentes com 
vínculos de parentesco (irmãos, primos etc.) numa mesma família. O aten-
dimento também deve envolver o acompanhamento às famílias de origem, 
com vistas à reintegração familiar. Esse serviço é particularmente adequado 
ao atendimento de crianças e adolescentes cuja avaliação da equipe técnica 
indique possibilidade de retorno à família de origem, nuclear ou extensa. 
E, por fim, vamos abordar que o Serviço de Proteção em Situações de Calami-
dades Públicas e de Emergências é um serviço que promove o apoio e a proteção 
à população atingida por situações de emergência e calamidade pública, com a 
oferta de alojamentos provisórios, atenções e provisões materiais, conforme as 
necessidades detectadas. Assegura a realização de articulações e a participação 
UNIDADE 4
UNIDADE 4
138
em ações conjuntas de caráter intersetorial para a minimização dos danos oca-
sionados e o provimento das necessidades verificadas. 
Com a apresentação deste último serviço, chegamos ao final desta parte em 
que nos propomos a apresentar a você quais os serviços socioassistenciais são 
desenvolvidos no SUAS em cada um dos seus níveis de Proteção Social. É impor-
tante conhecermos todos os serviços disponíveis para que possamos realizar um 
atendimento voltado à garantia intransigente de acesso aos direitos dos usuários 
da Política de Assistência Social.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Família e Proteção Social: todos sob o mesmo teto. 
Autor: Elisiane Sartori
Editora: Editora Papel Social
Sinopse: O presente livro traçou um quadro amplo do sistema de pro-
teção social implantado no brasil a partir dos anos 30, assim como o papel 
da família dentro deste contexto de intervenção estatal. A rigor, o objetivo foi 
desvendar, não apenas sob ponto de vista econômico, mas principalmente a 
partir da perspectiva sociológica, a inter-relação existente entre família e sis-
tema de proteção social. A partir de uma ampla e densa pesquisa qualitativa 
e quantitativa junto às famílias pertencentes ao programa de erradicação do 
trabalho infantil, buscou-se compreender como elas vivem e a influência do 
programa sobre as suas vidas. Para tanto, a argumentação movimentou-se 
em torno de três eixos analíticos a partir dos quais se demonstrou as se-
guintes teses: programas de transferência direta de renda às famílias mais 
pobres que possuem como contrapartida a inserção e a permanência da 
criança e do adolescente na escola conseguem, de fato, garantir melhores 
níveis de desempenho escolar. Somente por meio de uma complementação 
de renda que efetivamente garanta um mínimo de sobrevivência é que se 
pode alcançar maior sucesso no combate ao trabalho infanto-juvenil, sob 
pena das crianças e adolescentes continuarem trabalhando, apesar do rece-
bimento da bolsa. Programas sociais com viés mais compensatórios do que 
emancipatórios não propiciam a autonomização econômica das famílias, o 
que as deixa numa situação crítica de dependência contínua e, com isso, 
pode até lograr a reprodução do ciclo da pobreza para as suas próximas ge-
rações. A ideia, portanto, é discutir a relação de dependência existente entre 
famílias de baixa renda e estado.
139
É de grande relevância discutir e propor reflexões do grande desafio profissional 
que se traduz no trabalho social com famílias, à luz de uma análise crítica da pro-
dução e reprodução das relações sociais no sistema capitalista, da necessidade de 
criar estratégias de trabalho para potencializar famílias e indivíduos, com vistas 
ao seu empoderamento.É importante conhecer os serviços socioassistenciais 
que estão dispostos na Tipificação dos Serviços, os quais são desenvolvidos na 
Política de Assistência Social por meio dos seus níveis de complexidade. A tipifi-
cação configura-se com um avanço de grande relevância para a consolidação do 
SUAS e da política de assistência social no Brasil, pois, por meio da regulação dos 
serviços oferecidos, eles ficam explícitos aos cidadãos, bem como suas instâncias 
de controle social, para que todos possam utilizar-se para exigir do poder público 
seus direitos no campo da assistência social em todo o território nacional.
UNIDADE 4
140
1. A partir dos conceitos estudados sobre vulnerabilidade social, identificamos, por 
meio dos vários autores, que a vulnerabilidade não se limita a uma questão de re-
cursos materiais. Com base no exposto, explique quais são os fatores materiais e 
não materiais que identificam as famílias e os indivíduos que se encontram numa 
condição vulnerável.
2. O SUAS é dividido em níveis de complexidade no que tange a proteção social, sendo 
eles: a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial de Média e Alta Comple-
xidade. Identifique e explique as principais características dos níveis de Proteção 
Social definidos pela Política Nacional de Assistência Social e exemplifique as suas 
diferenças. 
3. O SCFV instituído pelo SUAS está organizado na oferta de serviços de proteção social 
básica que tem como proposta trabalhar o resgate dos vínculos familiares e comunitá-
rios. Identifique quais são as faixas etárias previstas para o atendimento desse Serviço 
e explique seus objetivos de trabalho para cada categoria especificada.
5O Trabalho em Rede com Famílias na 
Perspectiva do 
SUAS
Me. MicheleVanessa Werner
Nesta unidade vamos compreender o trabalho social com famílias no 
âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nos diferentes 
níveis de Proteção Social. Entenderemos nesse processo como se dá, 
e a importância do trabalho em rede para a garantia de direitos e 
acesso a serviços no SUAS.
UNIDADE 5
144
Imagine que até você, Assistente Social do CRAS de seu município, chegue uma 
pessoa informando que uma mãe esteja sofrendo maus-tratos de seu filho de 23 
anos. Esta pessoa afirma que não quis envolver a justiça nesse assunto e então a 
equipe do CRAS procura esta mãe para fazer uma visita domiciliar. 
Através da entrevista foram coletadas as seguintes informações: Helena tem 
64 anos, possui alguns problemas de saúde e convive com seu filho de 20 anos que 
possui transtornos psíquicos e ainda nesta família há um neto de 5 anos de idade. 
Neste contexto, o filho de Helena não faz nenhum acompanhamento médico e 
ela apenas sustenta a família com o benefício que recebe do INSS. 
Caro(a) aluno, este é um dos diversos casos que envolvem o trabalho social 
com famílias no SUAS. Destacamos a situação dessa mãe e avó como um exemplo 
dentre as variadas e diferentes situações que acontecem diariamente no Brasil. 
Neste caso, quais seriam as habilidades que você julgaria necessário na 
atuação de um Assistente Social? Quais conhecimentos podem contribuir 
para que o trabalho seja completo e de qualidade?
O trabalho com famílias no âmbito da Política Nacional de Assistência 
Social (PNAS), necessita que o profissional esteja atento aos novos arranjos e 
rearranjos familiares frente à política pública e à importância do preparo ético 
das equipes para o trabalho com as diversas demandas. deste modo, trabalhar 
em equipes e em rede é compreender a incompletude dos trabalhos humanos 
e a necessidade da troca, de diálogos e saberes entre os profissionais para que 
as famílias recebam atendimento integral e de qua-
lidade, conquistando assim, o fortalecimento delas 
enquanto atores sociais indispensáveis ao processo 
de construção de um SUAS de qualidade.
O trabalho interdisciplinar é fundamental para o 
funcionamento do SUAS. Convido a acessar o Código 
de Ética do(a) Assistente Social e ler um pouco mais so-
bre essa construção do diálogo entre diversas disciplinas. 
A sociedade vive em constante evolução e as fa-
mílias vão se transformando em vários sentidos. Diante disso, o trabalho inter-
disciplinar no âmbito do SUAS é fundamental para o seu pleno funcionamento. 
É por isso que o Código de Ética incentiva e até mesmo traz em seu conteúdo a 
necessidade de incentivar a prática interdisciplinar, principalmente por ser uma 
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145
complementação ao trabalho dos Assistentes Sociais, no que tange às condutas 
profissionais e também as decisões adotadas frente às políticas institucionais. 
UNICESUMAR
UNIDADE 5
146
TRABALHO DA EQUIPE TÉCNICA PARA O ATENDI-
MENTO COM AS FAMÍLIAS
O debate envolvendo as famílias é algo que envolve muitas abordagens, se 
tratando de diversos pontos de vista e desafios no trabalho social com as 
mesmas. Dentre as diversas composições familiares, o Estado precisa manter 
a mesma responsabilidade diante da proteção social. Assim, sendo o Serviço 
Social ligado a essa questão, se vincula a uma estrutura teórico-metodológica 
de modo que os Assistentes Sociais se comprometam a construir interven-
ções de acordo com o projeto ético político da profissão.
Assim como apontam os autores Cronemberger e Teixeira (2018): 
 “ Na contemporaneidade, desde os anos 90, a família ressurge como importante agente na proteção social, resgatada como parceira dos serviços públicos e privados. É um momento de ênfase nas reformas 
neoliberais e na ideia de que a proteção social é responsabilidade 
de todos. Não apenas financiando, mas principalmente executando, 
com seus recursos humanos, materiais e até financeiros ou com pe-
quenos financiamentos pelo Estado. A família assume centralidade 
em muitas políticas públicas e o direito à convivência familiar e 
comunitária passa a ser lido como de responsabilidade da família 
na sua garantia (CRONEMBERGER; TEIXEIRA, 2018, p. 277). 
Para iniciarmos a discussão sobre o trabalho social das equipes técnicas com as 
famílias, especialmente dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), 
retomaremos alguns conceitos básicos que nortearão nosso raciocínio. Relem-
brando o que diz o Art. 6º da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS):
 “ As ações na área de assistência social são organizadas em sistema descentralizado e participativo, constituído pelas entidades e organizações de assistência social, abrangidas por esta lei, que 
articule meios, esforços e recursos, e por um conjunto de instân-
cias deliberativas compostas pelos diversos setores envolvidos 
na área (BRASIL, 1993).
147
Portanto, com todos seus princípios e diretrizes, a assistência social é um sis-
tema em construção, ou seja, para que se concretize, é construído por ações de 
vários atores sociais no conjunto de seus objetivos, tudo isso para estruturação 
de um sistema de proteção social.
Dessa forma, o trabalho no âmbito do SUAS é construído na interlocução en-
tre o Estado e a Sociedade, isto é, deve ser constituído de acordo com a realidade 
da população para a própria população. Conforme podemos ver na NOB-SUAS 
(2005, p. 20), a rede socioassistencial “(...) supõe constituir ou redirecionar essa 
rede, na perspectiva de sua diversidade, complexidade, cobertura, financiamento 
e do número potencial de usuários que dela possam necessitar”.
A PNAS (2004), portanto, salienta que a assistência social, para constru-
ção desse sistema, precisa levar em conta três vertentes: as pessoas, as suas 
circunstâncias e, dentre elas, seu núcleo de apoio primeiro, isto é, a família e 
dentro desse sistema é importante relembrarmos que a proteção social deve 
garantir os seguintes tipos de seguranças: a segurança de sobrevivência (de 
rendimento e autonomia), a segurança de acolhida e, por último, a segurança 
de convivência ou vivência familiar.
UNICESUMAR
UNIDADE 5
148
Onde encontramos as famílias dentro da PNAS? Como vimos anteriormente 
neste livro, a PNAS destaca alguns elementos que considera indispensáveis para 
a execução da política, dentre eles encontramos a matricialidade familiar.
Por que trabalhar com foco nas famílias dentro da perspectiva do SUAS? A PNAS 
destaca a matricialidade sociofamiliar por reconhecer que a família é um dos 
cenários onde ocorrem e se refletem as fortes pressões dos processos de exclusão 
social e cultural, ainda, por considerá-la como:
 “ (...) espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, provedora de cuidados aos seus membros, mas que pre-cisa também ser cuidada e protegida. Essa correta percepção é con-
dizente com a tradução da família na condição de sujeito de direitos, 
conforme estabelece a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da 
Criança e do Adolescente, a Lei Orgânica de Assistência Social e o 
Estatuto do Idoso (BRASIL, 2004, p. 42).
Muitas vezes, as famílias que necessitam de proteção social estão ligadas à pobreza, 
vulnerabilidade social ou violência. Diante disso, a classificação que ocorre dentro 
da administração do SUAS é importante para que haja essa classificação de funções 
dentro do sistema, visando o melhor atendimento especializado à essas famílias. 
E quanto à composição das equipes técnicas? De acordo com a NOB-SUAS 
(2005), as composições das equipes técnicas, como vimos na unidade III deste 
livro, possibilita compartilhamentos e contribuições teóricas que se complemen-
tam frente aos desafios da política de assistência social, permitindo realizar esco-
lhas e planejamentos de diversas intervenções, visando à adequação às diversas 
demandas presentes no cenário do SUAS, em seus diferentes níveis de complexi-
dade. Esse tema também será abordado mais à frente de forma reflexiva.
É preciso destacarque em meio a esse cenário, a pandemia do covid-19, al-
gumas desconstruções e retrocessos como a falta de recursos, o aumento da po-
breza e da miséria e aumento da demanda, provocaram diversos contratempos 
à atuação do SUAS com as famílias. Mas a reconstrução deste sistema deve ser 
pela base, com seus usuários, sua equipe técnica e gestores. 
149
A seguir, falaremos do trabalho em rede para garantia e acesso aos serviços da 
assistência social e nos aprofundaremos, para completar o raciocínio, um pouco 
mais no trabalho com as famílias nessa perspectiva.
O ATENDIMENTO EM REDE PARA A GARANTIA DE 
DIREITOS E ACESSO AOS SERVIÇOS.
Como vimos anteriormente, a interlocução entre diversos saberes e a compo-
sição dos diversos serviços dentro de determinada localidade formam o que 
chamamos rede de serviços. De acordo com a Política Nacional de Assistência 
Social (2004), a rede constitui essencial papel no trabalho do SUAS, pois pos-
sui por objetivos efetivação, eficiência e eficácia tanto nas atuações específicas 
quanto nas atuações intersetoriais, por meio da definição e responsabilização 
de cada dispositivo, tanto governamentais quanto não governamentais.
 “ O trabalho em rede sem contrarreferência ou ação socioeducativa sem trabalho em grupo dificulta a reintegração familiar e a parti-cipação qualificada nas audiências, além de relatórios e pareceres 
favoráveis às famílias. Afinal, não há registro de melhoria de suas 
condições de vida nem tampouco compreensão da problemática 
vivenciada. Como então superar culturas de violação reproduzidas 
entre gerações e no interior das famílias? Assim, ainda são inúmeros 
os desafios do trabalho do assistente social, dentre os quais está o 
trabalho em rede. No entanto, este pode ser visto como possibilidade 
de um fazer diferenciado do tradicional. Em vez de circunscrito a 
um setor específico, assume perspectiva interdisciplinar e interse-
torial capaz de atender às demandas das famílias (CRONEMBER-
GER; TEIXEIRA, 2018, p. 288).
Isso quer dizer que os diferentes tipos de serviços dentro da rede, trabalhando 
em articulação, têm a possibilidade de dar foco em suas atribuições especí-
ficas e complementar os atendimentos com diversas equipes com enfoques 
diversificados e específicos.
UNICESUMAR
UNIDADE 5
150
Diante da falta de atendimentos adequados, interprofissionais e com atua-
ção abrangente e clara, o trabalho em redes intersetoriais possibilita a mo-
bilização de pessoas e estratégias de forma clara e integrada para planejar e 
avaliar resultados. Ao final, supõe-se que todas essas medidas garantem que 
o serviço social seja um campo de conhecimento interdisciplinar e também 
que o próprio assistente social esteja lidando com as famílias em serviços de 
atendimento institucional (CRONEMBERGER; TEIXEIRA, 2018, p. 288). 
Para iniciarmos nossa discussão sobre o trabalho em rede, é necessário reto-
marmos os conceitos de multiprofissional e interdisciplinaridade, pois eles serão 
encontrados nos diversos serviços e em várias situações em que os profissionais 
que os compõem realizam a interlocução entre diversos serviços.
A complexidade da questão social com a qual os profissionais lidam cotidianamente de-
manda diálogo, cooperação e até mesmo divergências nas lutas por Políticas Públicas e 
constituem possibilidades de alianças com outras áreas do conhecimento na realização 
de trabalho em equipe (com advogado, psicólogo, médico, pedagogo, dentre outros), a 
partir de uma visão mais ampla no que se refere à efetivação do acesso ao direito, como 
cidadania e não apenas como uma Lei quanto à execução aos serviços prestados.
Fonte: Cavalcante (et al. 2011, p. 7).
PENSANDO JUNTOS
O TRABALHO MULTIPROFISSIONAL
As equipes multiprofissionais são formadas variavelmente conforme os objeti-
vos locais de atuação dos trabalhadores e demandas, ainda, conforme a capaci-
dade de atendimento do serviço e suas complexidades, como o próprio nome já 
diz: são equipes compostas por diversas formações que se complementam nas 
ações, mas não necessariamente realizam a interlocução e discussão de casos, 
tendo objetivos em comum, realizando suas ações por meio de diversas instru-
mentalidades e intervenções.
151
O TRABALHO INTERDISCIPLINAR
O trabalho interdisciplinar dentro da perspectiva do SUAS não apenas é uma 
possibilidade, como também é uma necessidade. Permite a troca de conheci-
mentos específicos e amplia as possibilidades de atuação e intervenção sobre 
as demandas complexas do cotidiano profissional.
Conforme salientam Cavalcanti et al. (2011), o trabalho interdisciplinar possibi-
lita a construção de diálogos entre diversas disciplinas, favorecendo a proximidade 
entre elas de forma dialética, com vistas à quebra de paradigmas pré-estabelecidos.
O Código de ética do(a) assistente social considera o trabalho interdisciplinar 
como direito do profissional, podendo integrar comissões interdisciplinares de 
ética nos locais de trabalho, tanto em questão de avaliação da conduta profissional 
quanto no que tange às decisões frente às políticas institucionais.
O mesmo código de ética considera, ainda, como dever do profissional assis-
tente social incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar.
O TRABALHO EM REDE DENTRO DA PERSPECTIVA 
DO SUAS
Ao realizarmos a análise sobre os conceitos de multiprofissionalidade e in-
terdisciplinaridade, notamos que o profissional de serviço social trabalhará 
sob as duas perspectivas: de acordo com o local e os objetivos das demandas 
atendidas. Importante ressaltar que, independente dos conceitos, ambas são 
importantes e fazem parte do que veremos agora no chamado trabalho em 
rede com equipes de referência.
As equipes de referência dentro desse contexto, falamos, aqui, da rede de servi-
ços socioassistenciais, são formadas por diversos profissionais em locais pontuais 
de atuação, de diferentes áreas de formação e habilidades, para atender demandas, 
geralmente em situações de riscos ou vulnerabilidades, e que, como o próprio 
nome já diz, torna-se referência para determinada localidade e tipo de serviço.
Compreendemos, então, que o trabalho, em especial do assistente social, é 
inacessível em seu âmbito individual, portanto, pensar a atuação da categoria 
enquanto parte integrante de equipes multiprofissionais/interdisciplinari-
dade é indispensável. Assim, podemos concluir que trabalhar com equipes 
UNICESUMAR
UNIDADE 5
152
pressupõe o reconhecimento da incompletude humana, ou seja, que todas 
as formações possuem limites.
 “ Como se pode perceber, fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe de trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que envolve o grupo e o gestor e que passa pelo aprendizado coletivo 
da necessidade de comunicação aberta, de uma prática democrá-
tica que permita o exercício pleno das capacidades individuais e 
atuação mais criativa e saudável de cada sujeito, evitando, assim, a 
cristalização de posições, a rotulação e a deterioração das relações 
interpessoais. Desta forma, o grupo buscará seus objetivos, res-
ponsabilizando-se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos. (...) 
No entanto, há que se destacar que não podemos ingenuamente 
atribuir exclusivamente à solidariedade do grupo, às capacidades 
individuais ou a competência do coordenador da equipe a tarefa de 
superar as diversidades e até as diferenças ideológicas. O grupo não 
está isolado de uma estrutura organizacional, de um processo de 
gestão, de um contexto sócio-político que condicionam as relações 
estabelecidas (MUNIZ, 2011, p. 93).
O trabalho em rede é necessário para garantir a integralidade dos atendimen-
tos prestados às famílias, com vistas à garantia de seus direitos. Essa articulação 
pressupõe o encaminhamento para acompanhamento das ações nos diversos 
dispositivos do SUAS, tanto governamentais como não governamentais em seus 
diferentes níveis de complexidade: básica, média e alta.
De acordo com a atualização da Norma Operacional Básica (2012), o tra-balho em rede pressupõe o reconhecimento da incompletude dos serviços e a 
superação da fragmentação das e nas políticas públicas sendo necessário, então, 
sua definição de acordo com as realidades e índices de vulnerabilidade e risco 
social identificados nos territórios, ou seja, compor e estruturar uma rede de 
serviços deve preconizar: a matricialidade sociofamiliar, descentralização políti-
ca-administrativa e a territorialização, princípios e diretrizes dispostos na PNAS. 
O trabalho em rede como instrumento de encaminhamento e acompanhamento 
dos indivíduos e suas famílias é composto por ações conjuntas e pode ser realiza-
do por campanhas e ações voltadas à prevenção e enfrentamento de situações de 
153
risco e vulnerabilidades sociais, reuniões inter e multiprofissionais de diferentes 
dispositivos de atuação, estudos de casos pela junção das equipes (BRASIL, 2012).
Afinal, quem é o principal responsável pelo trabalho em rede?
Tanto a formação quanto a efetivação do trabalho em rede é de respon-
sabilidade do órgão gestor da política de assistência social. Isso deve ocorrer 
pela coordenação e definição dos componentes dessa rede de serviços de 
acordo com as características de cada território.
Dessa forma, podemos concluir que tal função proporciona aos diferentes 
serviços o destaque de suas identidades, ou seja, a clarificação do papel e atribui-
ções de cada um nos encaminhamentos, de modo a evitar solicitações e deman-
das inapropriadas aos serviços e suas atribuições privativas.
A interface com demais políticas, como saúde, educação, habitação, trabalho, 
segurança, entre outras, é indispensável ao trabalhar a interdisciplinaridade nas 
SUAS, haja vista que as equipes técnicas, independente do nível de complexidade 
em que estejam trabalhando, possuem por objetivo pensar e estabelecer inter-
venções efetivas tanto para demandas individuais quanto coletivas dos serviços.
 “ Ao integrar a equipe dos(as) trabalhadores(as) no âmbito da polí-tica de Assistência Social, esses(as) profissionais podem contribuir para criar ações coletivas de enfrentamento a essas situações, com 
vistas a reafirmar um projeto ético e sócio-político de uma nova 
sociedade que assegure a divisão equitativa da riqueza socialmente 
produzida. Dessa forma, o trabalho interdisciplinar em equipe deve 
ser orientado pela perspectiva de totalidade, com vistas a situar o 
indivíduo nas relações sociais que têm papel determinante nas suas 
condições de vida, de modo a não responsabilizar o indivíduo pela 
sua condição socioeconômica (CFESS, 2011, p. 38).
A REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA COMO 
INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO ÀS FAMÍ-
LIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL.
A referência e contrarreferência pressupõe a interlocução entre os serviços 
em seus diferentes níveis de complexidade, de forma a assegurar às demandas 
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o acesso aos diferentes dispositivos e garantia da integralidade da proteção 
social, encaminhamentos e acompanhamentos.
Para sua concretização, é necessário que haja a definição exata dos tipos de 
serviços e suas atribuições específicas, incluindo as especialidades de cada pro-
fissional inserido nos diversos serviços.
Dessa forma, a referência e a contrarreferência acontecem tanto de serviços da 
proteção social básica para média e alta complexidade como ao contrário, ou seja, 
entre serviços de alta complexidade para média e proteção social básica. Isso quer 
dizer que acaba por definir entre elas uma relação de hierarquia, sem que para 
isso os serviços percam suas identidades e estejam em situação de inferioridade 
técnica, mas sim de complementação prático-teórica.
 “ É essencial a interlocução entre a Média e a Alta Complexidade, de modo que haja acompanhamento das famílias após o desliga-mento dos acolhidos dos serviços, proporcionando a reintegração 
familiar de forma segura para as crianças e/ou adolescentes, o apoio 
às famílias no desempenho do seu papel de cuidado e proteção e 
a prevenção de futuros retornos aos serviços de acolhimento. Por 
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isso, municípios que já possuem CREAS devem ser priorizados na 
escolha de alocação das unidades de acolhimento (inclui-se CREAS 
em processo de implantação). Ainda, municípios sede de comarca 
devem ser priorizados na escolha dos municípios que farão a oferta 
do serviço, como forma de estreitar a articulação com o Sistema de 
Justiça (BRASIL, 2015, p. 38).
Podemos concluir, então, que a rede socioassistencial é formada de acordo 
com o princípio de territorialização, ou seja, de acordo com cada território 
e suas características específicas, como cultura e população.
O trabalho em rede é uma estratégia para a superação da fragmentação 
dos serviços e falta de continuidade de encaminhamentos e acompanhamen-
tos das famílias e usuários atendidos.
Para complementar todo esse raciocínio e começarmos a enxergar todos esses 
conceitos, veremos, a partir de agora, o trabalho com as famílias nesse contexto.
O TRABALHO SOCIAL COM AS FAMÍLIAS
A centralidade da família na elaboração e execução de políticas sociais não é 
novidade, ainda mais no âmbito da política de assistência social. Na PNAS (2004), 
conforme já aprendemos, a matricialidade familiar significa que o foco dos tra-
balhos a serem desenvolvidos na proteção social em seus diferentes níveis de 
complexidade no âmbito do SUAS está nas famílias.
Complementando o raciocínio sobre a matricialidade sociofamiliar, Teixeira 
(2010, p. 5) destaca a matricialidade familiar como “um antídoto à fragmentação 
dos atendimentos, como sujeitos à proteção de uma rede de serviços de suporte à 
família”. No entanto o trabalho com indivíduos e famílias nem sempre foi assim:
 “ Em virtude da forma de organização da assistência social, historica- mente marcada por atendimentos segmentados por categorias, frag- mentados em problemáticas, os serviços foram dispostos a partir de 
“indivíduos-problemas” e “situações específicas”, como, por exemplo, 
trabalho infantil, abandono, exploração sexual, delinquência, den-
tre outras, não contemplando a família como uma totalidade. Em 
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relação às famílias pobres, subjacentes à lógica da assistência social, 
estava a ideia de que a família é constitutiva do problema social, e de 
que seus responsáveis não tinham capacidade de educar as crianças, 
proteger seus membros da marginalidade, da promiscuidade e dos 
vícios (TEIXEIRA, 2010, p. 6).
Conforme aprendemos em outras disciplinas e na unidade anterior, é necessário 
atentar-se aos chamados “novos arranjos e rearranjos familiares”, ou seja, famílias 
compostas por componentes que extrapolam a idealização burguesa de família 
tradicional/ nuclear, em outras palavras: pai, mãe e filhos.
Dessa forma, é de extrema importância que as equipes atuantes nos diferentes 
dispositivos do SUAS compreendam e façam análise crítica desses novos arran-
jos e famílias, tendo em vista, principalmente, a valorização das possibilidades 
presentes nesses diversos contextos e o respeito a suas diversidades, identida-
des culturais e universalidade.Podemos, então, considerar como impensável no 
âmbito do SUAS, principalmente na atualidade, abordagens conservadoras, de 
senso comum e de culpabilização das famílias e sua relação direta com a pobreza 
no sentido de considerá-las desestruturadas e sem capacidade de emancipação 
frente ao ideal neoliberal (TEIXEIRA, 2010). Esse assunto vai de encontro com 
o argumento de Cruz (2021) que afirma: 
 “ O SUAS reconhece que não é de sua responsabilidade enfrentar to-das as situações de vulnerabilidades de uma família”. Portanto, cabe aos profissionais o desenvolvimento de fluxos de encaminhamentos 
para a rede setorial e intersetorial de políticas públicas. Cabe, por 
pressuposto, o empenho não apenas do Serviço Social, mas de todos 
trabalhadores do SUAS e das demais políticas públicas. Entende-
-se que a intervenção com foco nas necessidades das famílias exige 
proatividade na resolução das demandas (CRUZ,2021, p.18).
Pensar o trabalho com famílias visando à preservação de seus vínculos, levando 
em consideração seus laços afetivos e não apenas consanguíneos, não exclui a 
possibilidade da análise crítica sobre as relações envolvidas em seu seio, ou seja, 
as equipes atuantes diretamente com famílias no SUAS necessitam estar atentas 
a possibilidades de risco que envolvem tais contextos.
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É preciso evidenciar sobre o trabalho na inserção da mulher e mãe no mer-
cado de trabalho, mas pela sobrecarga dos cuidados familiares muitas vezes essas 
mulheres acabam tendo problemas no seio familiar, conforme situa-se: 
 “ A família ocupa grande parte das preocupações do universo das mulheres, em especial, no que se refere à qualidade de vida que elas esperam proporcionar aos filhos. No intuito de satisfazer tais 
aspirações e alcançar esses objetivos, as mulheres são levadas a ado-
tarem ritmo demasiado estressante em suas vidas, o que interfere 
profundamente em sua qualidade de vida. Para que as mulheres 
vivenciem esta realidade de multitarefas, a rotina diária é um cor-
re-corre frenético para tentar dar conta de todos os segmentos de 
trabalho. pode-se considerar que a mulher vivencia uma constante 
ambivalência de sentimentos em relação à conciliação entre traba-
lho e vida familiar, em uma busca constante de realização, almejan-
do ser altamente competitiva e capaz em todas as esferas de sua vida. 
Pode-se inferir que se não houver equilíbrio nessa conciliação e 
espaço para o exercício de autonomia, essa busca incessante poderá 
trazer profundos impactos sobre a saúde da mulher contemporânea 
(COSTA, 2018, p. 445).
Gostaria de salientar, aqui, que a análise crítica dos contextos familiares, mui-
tas vezes, permite ao profissional identificar situações graves de violência em 
suas diversas faces: física, sexual, moral e mental, certas vezes sendo até mo-
tivações para que esses vínculos se fragilizam ou até mesmo se rompam; isso 
sem pensar em casos mais complexos em que a alternativa mais adequada, 
em determinados momentos, é a retirada dos membros do mesmo contexto. 
Conforme descrito no trecho a seguir: 
 “ O perfil das famílias pobres brasileiras se caracteriza pela exclusão do processo produtivo, pela desinformação e qualificação inade-quada para o mercado formal de trabalho. Estas famílias vivem em 
uma situação de subemprego, buscando na economia informal e na 
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agricultura safrista alternativas para a sobrevivência”. Os indivíduos 
que vivem nessa informalidade, quando não possuem mais ocupa-
ção que mantenha o custeio de suas necessidades básicas, migram 
para outros lugares na tentativa de encontrar oferta de trabalho, ou 
receber ajuda dos familiares que neste lugar residem. Ocorre que, a 
família pode não conseguir dar o suporte necessário nessa fase de 
trânsito, pois também convive com as mazelas da falta de emprego, 
renda, moradia e alimentos, e embora seja uma responsabilidade do 
Estado, assistir esses usuários através das políticas públicas, não há 
financiamento para que tais políticas consigam atender esse público 
que chega até o equipamento (SOKALSKI, 2021, p. 109).
Nesse sentido, compor equipes de referência de serviços da política de as-
sistência social pressupõe compromisso ético e político, como sujeitos que 
elaboram e executam intervenções de garantia de direitos e qualidade nos 
serviços prestados, estando atentos às possibilidades e necessidades de en-
caminhamentos e interlocução com serviços necessários à integralidade das 
ofertas, ainda à inserção dos usuários no planejamento e fiscalização da po-
lítica, conforme garantido em Constituição Federal.
Ao falarmos de encaminhamentos, é importante fazermos um feedback sobre 
a composição da rede de proteção social e a formação das equipes técnicas multi 
e interdisciplinares. Vamos, então, relembrar a composição da rede de proteção 
social dentro do SUAS, conforme já vimos anteriormente na terceira unidade 
deste livro: de acordo com a NOB SUAS, a rede de proteção social é formada 
hierarquicamente entre a proteção social básica e especial, dividida em outros 
dois níveis de complexidade - média e alta.
ATENÇÃO ÀS FAMÍLIAS NA ATENÇÃO BÁSICA
O propósito da Política de Assistência Social é romper com a velha atuação 
de atendimentos que não eram contínuos, que envolviam situações extremas, 
voltando-se para um novo modelo que busca a proteção social como um 
modelo de prevenção aos riscos. 
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Deste modo, conforme vimos na unidade III e de acordo com a Tipifi-
cação dos Serviços Socioassistenciais, o trabalho na proteção social básica 
divide-se em três tipos de serviços:
a. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF).
b. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
c. Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e 
idosas (BRASIL, 2009). 
As atuações com as famílias na atenção básica devem buscar a valorização das 
diversidades culturais da localidade em que atua, servindo como suporte para 
a promoção da autonomia da população e fortalecimento de seus vínculos 
familiares e comunitários.
As equipes atuantes na atenção básica, tendo como referência a equipe 
dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e como principal 
programa os Programas de Atenção Integral às Famílias (PAIF), de acordo 
com Brasil (2004, p. 35):
 “ (...) deve prestar informação e orientação para a população de sua área de abrangência, bem como se articular com a rede de proteção social local no que se refere aos direitos de cidadania, mantendo 
ativo um serviço de vigilância da exclusão social na produção, sis-
tematização e divulgação de indicadores da área de abrangência do 
CRAS, em conexão com outros territórios.
O PAIF, assim como o próprio nome salienta, possui como foco o convívio, for-
talecimento e desenvolvimento de autonomia dos indivíduos, famílias e forta-
lecimento da cidadania. Há, nesse contexto, as parcerias público/privadas que 
servem, muitas vezes, como complementos aos serviços ofertados no SUAS, con-
tribuindo, assim, para a formação da rede de serviços local.
As variadas constituições de famílias tornam o PAIF um programa que busca 
a inclusão de todos os modelos familiares. Assim, o Estado tem a função básica 
de respeitar e garantir os direitos pertencentes a todos os cidadãos brasileiros, 
buscando a proteção social e a integração das famílias. 
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Muitos municípios brasileiros possuem diferentes estágios de implantação do 
PAIF, enquanto alguns apresentam práticas inovadoras, outros se apresentam em 
um estágio atrasado. As altas demandas provocam o encaminhamento a bene-
fícios eventuais, cesta-básica, ou vale-transporte por exemplo, e o atendimento 
termina sem um acompanhamento posterior. Deste modo, é importante destacar 
que os benefícios devem ser vinculados a uma atenção e um trabalho social de 
continuidade com as famílias. 
Nesse contexto, devemos destacar no trabalho social com famílias na 
atenção básica, como já vimos na unidade anterior, o Serviço de Convivên-
cia e Fortalecimento de vínculos (SCFV) que possui por objetivo prevenir 
possíveis situações de risco e melhorar a qualidade de vida da população por 
meio de atividades e projetos desenvolvidos entre diferentes faixas etárias, 
porém não nos cabe detalhar esse serviço nesta unidade.
ATENÇÃO ÀS FAMÍLIAS NA PROTEÇÃO SOCIAL 
ESPECIAL
Já na proteção social especial, às equipes atuam com indivíduos e famílias que se 
encontram em situação de risco, violação de direitos e fragilização ou rompimen-
to dos vínculos familiares, portanto, a atuação das equipes deve abarcar desde o 
provimento de seu acesso a serviços de apoio e sobrevivência, até sua inclusão 
em redes sociais de atendimento e de solidariedade (BRASIL, 2004), isso engloba 
tanto os serviços governamentais quanto não governamentais.
As intervenções na proteção social de média e alta complexidade exigem 
maiores especializações nas áreas deatuação, com vistas à reestruturação dos 
vínculos familiares e comunitários. É comum, ainda, o compartilhamento de 
ações nesses níveis de atuação com o poder judiciário.
Independente do nível de complexidade dos atendimentos, o trabalho no âm-
bito do SUAS com indivíduos e famílias deve valorizá-los enquanto cidadãos, pos-
suindo os trabalhadores desta área, em especial o assistente social, compromisso 
ético de estimular os sujeitos a participarem ativamente na esfera política, fomen-
tando o protagonismo e o reconhecimento deles em representações não governa-
mentais e comunitárias. Esse assunto vai de encontro com a Informação Técnica 
da Secretaria do estado de Desenvolvimento Social de Santa Catarina, que situa: 
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 “ As equipes de Proteção Social Especial na Gestão, em parceria com a área de vigilância socioassistencial, podem atuar fazen-do diagnósticos da realidade social em relação às diferentes 
situações de risco e de vulnerabilidades sociais que ameaçam 
ou violam os direitos da população local; levantando aí quais 
as potencialidades para o enfrentamento destas situações. Este 
trabalho poderá auxiliar futuramente o gestor a decidir qual 
o melhor local para a implantação de um Creas, por exemplo. 
Porém, é importante considerar que a atribuição principal de 
elaboração deste diagnóstico é da vigilância socioassistencial, 
que conta com as equipes dos serviços e benefícios para delinear 
fluxos e rede de atendimento, por exemplo (SDS, 2019, p. 2).
O trabalho em equipe é fruto de mudanças muito significativas na maneira de 
se construir e de se trabalhar políticas públicas, essa é a forte marca daqueles 
que, cada vez mais, se empenham em desenvolver mecanismos de estruturação 
e valorização do trabalho em equipe, hoje, reconhecido como indispensável para 
que objetivos, metas e expectativas sejam atingidos. 
O trabalho desenvolvido com as famílias e indivíduos dentro da perspecti-
va da política de assistência social deve ser uma construção coletiva que só se 
faz concreta graças à junção de diversos atores sociais, nesse caso: o Estado, os 
diversos cargos que compõem as equipes técnicas, os gestores e, o mais impor-
tante de todos, a própria população. É de extrema importância atentar-se no 
cuidado ao atendimento às demandas, levando em consideração que o SUAS 
deve ser um sistema acolhedor que valoriza a família enquanto um sistema de 
indivíduos com laços afetivos, independente da sua relação sanguínea.
 “ Apesar das equipes de Proteção Social Especial na Gestão não apresentarem obrigatoriedade do acompanhamento das famílias, da execução de um plano individual de atendimento e de preen-
chimento do Registro Mensal de Atendimento (RMA), esses são 
procedimentos que vão para além da acolhida e do atendimento e 
qualificam o trabalho da equipe, ampliando as chances de defesa e 
garantia dos direitos da população usuária Em virtude do trabalho 
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com atendimento aos usuários é importante observar os aspectos da 
estrutura física do ambiente de trabalho que garantam o direito ao 
sigilo , bem como todas as condições técnicas e éticas profissionais 
necessárias para este tipo de atuação. Além do atendimento direto 
aos usuários da Assistência Social nos serviços de média e alta com-
plexidades já especificados anteriormente, as equipes de Proteção 
Social Especial na Gestão também podem criar campanhas de pre-
venção e enfrentamento às situações de riscos que podem recair em 
violações de direitos e mobilizar outras políticas públicas, de órgãos 
do Sistema de Garantia de Direitos (Conselho Tutelar, Ministério 
Público, Defensoria Pública, etc) com o intuito de enfrentar as vio-
lações de direitos. As competências das equipes de Proteção Social 
Especial na Gestão são diferentes daquelas desempenhadas pelas 
equipes designadas para desempenhar a gestão do Suas. A gestão do 
Suas juntamente com o provimento de serviços socioassistenciais, 
benefícios, programas e projetos e o controle social compõem a 
tríade de funções essenciais do SUAS (SDS, 2019, p. 2). 
A construção de um sistema de proteção social só faz sentido se partir da escu-
ta das necessidades da população, visando à construção de uma sociedade que 
valorize as diversas faces e peculiaridades da população. A interlocução entre os 
diferentes níveis hierárquicos de serviços deve acontecer considerando que cada 
serviço dentro do SUAS possui especificidades de atendimentos e a junção deles 
compõe o sistema de proteção social em sua totalidade e possibilita os encami-
nhamentos e acompanhamento adequados para cada realidade, proporciona 
o reconhecimento de que a troca de experiência e saberes é indispensável aos 
atendimentos e favorece a qualidade dos serviços prestados à população.
163
O TRABALHO SOCIAL COM 
AS FAMÍLIAS EM TEMPOS 
DE PANDEMIA (COVID-19)
A pandemia do Covid-19 provocou um 
intenso contratempo no trabalho com 
as famílias no âmbito do SUAS. Com as 
normas de isolamento e distanciamento 
social, ficou ainda mais difícil para que as 
equipes de atendimento pudessem realizar 
o trabalho social com as famílias. Diante 
deste cenário, as equipes que possuíam um 
treinamento continuado passaram a se re-
unir de forma remota, buscando manter 
as atualizações e o trabalho, sendo dada 
a assistência social pela presidência da 
república como uma atividade essencial 
durante a pandemia.
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A reorganização de todo esse serviço público evidenciou a importância da as-
sistência social para com as famílias brasileiras. Embora mesmo com o esforço 
de proteção contra o vírus e o auxílio emergencial, muitas famílias ainda se 
encontram em situação de vulnerabilidade social. 
 “ O SUAS vem tentando se construir enquanto política de proteção social, desde a criação da Lei Orgânica Assistência Social em 1993, e posteriormente a Política Nacional de Assistência Social em 2004, 
Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS) em 2005 e a ti-
pificação dos serviços socioassistenciais em 2009, com vistas a rom-
per a lógica do assistencialismo e benemerência no Brasil. Porém o 
SUAS, um modelo de sistema unificado em todo país, é um sistema 
novo, que desde sua criação luta para se consolidar como um mo-
O Auxilio Brasil é a nova proposta do governo federal para 
a transferência de renda às famílias que se encontram em 
vulnerabilidade social. Acesse o podcast e saiba mais sobre 
as últimas novidades do programa. 
Após o encerramento do Bolsa Família, o governo federal aprovou no ano de 2021 o 
Auxílio Brasil. Mas o que é o Auxílio Brasil?
• O Auxílio Brasil integra em um só programa várias políticas públicas de assistência 
social, saúde, educação, emprego e renda. 
• O novo programa social de transferência direta e indireta de renda é destinado às 
famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o país. 
• Além de garantir uma renda básica a essas famílias, o programa busca simplificar a 
cesta de benefícios e estimular a emancipação dessas famílias para que alcancem au-
tonomia e superem situações de vulnerabilidade social. 
• O Auxílio Brasil é coordenado pelo Ministério da Cidadania, que é responsável por 
gerenciar os benefícios do Programa e o envio de recursos para pagamento.
• Fonte: Ministério da Cidadania (2022, online). 
EXPLORANDO IDEIAS
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11206
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delo de gestão que está inserido na realidade social, reconhecendo 
as potencialidades e desafios que as famílias apresentam, o que re-
presenta uma discussão muito recente sob essa lógica do acesso a 
benefícios, programas, projetos e serviços socioassistenciais com 
centralidade na família (SOKALSKI, 2021, p. 130).
Deste modo, a situação provocada pela pandemia evidenciou que os procedi-
mentos executados no âmbito da proteção social ainda são os mesmos desde a 
criação da Lei Orgânica da Assistência Social, havendo muitas vezes, algumas 
dificuldades em relação ao trabalho com as famílias. 
Para Sokalski (2021), ao analisar a atuaçãodo SUAS em meio a situação emer-
gencial da pandemia do Coronavírus, a autora pontua que o sistema não foi capaz 
de suportar a alta demanda de trabalho e condições precárias nas instituições. 
 “ É consenso entre as falas dos/das diferentes profissionais que o SUAS não foi compreendido enquanto política pública de en-frentamento da pandemia. A alta demanda de trabalho, somado 
à precarização das condições trabalhistas nas instituições, trouxe 
apontamentos de que ainda se atua de forma pontual e focaliza-
da, através da entrega de uma cesta básica, liberação de um auxílio 
aluguel ou funeral. Apenas isso não seria suficiente para as famílias 
sobreviverem em meio à emergência de saúde pública que estamos 
vivenciando, mas foi nesse lugar que o SUAS foi colocado durante 
o período da pandemia, na liberação compulsória de benefícios 
eventuais e a responder demandas de outros segmentos que estavam 
em trabalho remoto, sem a preocupação e comprometimento em 
criar estratégias de enfrentamento ao aumento da pobreza oriun-
do da pandemia, bem como, a desigualdade social que caracteriza 
historicamente a realidade brasileira (SOKALSKI, 2021, p. 130).
É preciso destacar que, muitos dos problemas que envolveram a assistência 
social e o governo se deram pela falta de diálogo naquele momento. A prio-
ridade pela conservação da economia brasileira foi em sentido contrário às 
ações dos estados e municípios, provocando um colapso nos atendimentos 
à população. Além disso, o isolamento social fez com que a maioria dos 
atendimentos fosse em plataformas digitais, proporcionando uma falta de 
acesso às pessoas que não possuíam equipamentos eletrônicos. 
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Diante da falta de informações às pessoas, de programas emergenciais do 
governo, as diversas e amplas demandas da população chegaram até as portas do 
SUAS. O sistema, não estando preparado para suportar uma situação inesperada 
como a pandemia, teve que atuar reduzido desde o início de 2020. 
Neste cenário, as famílias tiveram que enfrentar situações de desemprego, vio-
lência familiar, ausência de creches e escolas, dentre outros fatores. Conforme 
expõe a autora sobre a pesquisa realizada com os assistentes sociais: 
167
 “ No que tange a família, foi possível concluir que a responsabilidade pelo cuidado dos seus membros recaiu sobre o âmbito familiar. As situações desencadeadas pela pandemia, como desemprego, vio-
lência, alcoolismo, foram consideradas como falta de vontade da 
família em sair dessa condição, sem levar em consideração a sin-
gularidade dos diferentes grupos familiares e suas necessidades, na 
perspectiva de superar os desafios trazidos pela pandemia. Também 
foi possível identificar através da pesquisa, que os profissionais do 
SUAS reconhecem seu papel dentro do sistema de proteção, mas 
que estão imersos nos velhos paradigmas da política de assistência 
social. Demonstram comprometimento com o atendimento à po-
pulação tentando buscar respostas às demandas que a população 
tem trazido até os equipamentos. Além dessa problemática, somam-
-se, os espaços inadequados para atendimento, equipes com falta 
de profissionais, ou somente um/uma assistente social trabalhando 
sozinha no CRAS, falta de reconhecimento e valorização profissio-
nal, sobrecarga de trabalho e falta de gestores comprometidos com 
os interesses da população (SOKALSKI, 2021, p. 130).
Somado a isso, o contexto da pandemia do Covid-19 veio para intensificar as de-
sigualdades sociais que já existiam no Brasil. O auxílio emergencial, estabelecido 
em 2020, destinou-se teoricamente a fornecer uma renda eventual em tempos de 
crise do vírus. No entanto, o valor pareceu insuficiente perante a inflação do país, 
e também causou uma série de questionamentos, desinformação e insatisfação 
dos beneficiários. De acordo com Sokalski (2021), o que pode ser visto com o 
auxílio emergencial foi uma gama de pessoas em busca de atendimento na Caixa 
Econômica Federal, banco responsável pelo repasse dos recursos à população, 
onde muitas não conseguiam regularizar seus dados para que o benefício fosse 
concedido. Deste modo, justamente o que foi recomendado, o isolamento social, 
se transformou em diversas filas em busca de atendimento, tornando a busca 
pelo direito em algo exaustivo, e com exposição ao vírus. 
Dentro deste contexto, muitas informações sobre o auxílio emergencial foram 
procuradas no CRAS e em outros departamentos do SUAS para a realização 
dos cadastros no site do banco. Os profissionais do SUAS atuaram neste sentido, 
ajudando conforme buscavam informações por conta própria, sendo que não 
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houve nenhum treinamento sobre o assunto. Muitos municípios sofreram com 
a falta de profissionais nas equipes, conforme situa a autora: 
 “ Entre as particularidades, registra-se que há municípios que pos-suem uma equipe completa, outro que só tem o assistente social com a jornada de 40h semanais no CRAS e gestão, inclusive mu-
nicípio que divide a atuação do profissional entre CRAS e gestão 
ou CRAS e serviços de acolhimento. Outra particularidade é o co-
nhecimento e apoio da gestão para auxiliar os técnicos nos servi-
ços, programas e projetos do SUAS. Há municípios que possuem 
gestores engajados na busca por construir uma política de direitos e 
há gestores que desconhecem por completo a assistência social, que 
ocupam essa função por apadrinhamento. Nesse aspecto entende-se 
que, se um gestor não conhece o SUAS e não tem a pretensão de 
se inteirar das pautas de lutas, o gestor não soma à equipe, e ainda 
fortalece a visão na sociedade caritativa da política de assistência 
social, quando realiza campanha de alimentos, roupas, cobertores e 
utensílios diversos. No entanto, a pesquisa realizada, apontou que as 
demandas que emergiram e se potencializaram durante o período 
da pandemia, foram similares de um modo geral. A pesquisa apon-
tou que a busca por serviço, programas e benefícios do SUAS fo-
ram relacionados a alimentos/cesta básica, auxílio funeral e aluguel 
social, entre outras demandas que não eram atribuições do SUAS, 
mas que foram realizadas para que os indivíduos não ficassem sem 
atendimento (SOKALSKI, 2021, p. 130).
Nesse sentido, o SUAS é um sistema muito bem estruturado, mas com a pande-
mia os profissionais se viram despreparados para lidar com a ampla demanda que 
chegava até os centros de atendimento. Como todo serviço público, o SUAS sem-
pre precisa de atualizações e ações conjuntas com as políticas públicas e atuações 
dos governos, seja em âmbito federal, estadual ou municipal. O trabalho com 
as famílias envolve diversos fatores desde a primeira intervenção até o contato 
contínuo que foi prejudicado com o isolamento. É preciso destacar que em meio 
a esse período os problemas familiares continuaram acontecendo, muitas vezes 
até piorados devido à questões de pobreza, desemprego ou violência. 
169
Levando em consideração todos os problemas causados pela pandemia em 
diversos setores da sociedade, no nosso assunto em questão, o SUAS, foi possível 
identificar uma fragilidade no sistema em lidar com situações de calamidades pú-
blicas e emergências, onde o serviço de alta complexidade não conseguiu suportar 
a ampla demanda de indivíduos que precisavam de acolhimento. É preciso neste 
caso que o sistema esteja organizado de modo a estar pronto caso haja algum 
evento como foi o caso do covid-19. 
A necessidade de articulação prévia com os comitês dos municípios deve 
ser frequente, conforme as Diretrizes para a atuação da PNAS em contextos de 
Emergência Socioassistencial (BRASIL, 2020). Este documento, criado no ano 
de 2020 veio para servir de orientação e também de apoio técnico nas variadas 
formas de que eventos adversos possam acontecer. 
A disparidade nas atuações do CRAS porta de entrada do PAIF também foi 
notada no período pandêmico, é preciso que situações rotineiras de acesso a be-
nefícios não sejam tratados como eventuais. É preciso organizar as ferramentasque o CRAS desempenha realizando um protocolo de gestão. 
Em casos de situações de calamidades públicas ou emergências, a atenção 
básica é pouco evidenciada e muitas vezes atuando de forma improvisada nes-
tes contextos, mas o que devemos observar é que em situações assim, a atenção 
básica é a porta de entrada da população, onde o serviço pode atuar de forma 
estratégica contribuindo em todo o processo. 
A regulação dos benefícios eventuais tiveram muitos questionamentos e mui-
ta rigidez para o enquadramento da população. A articulação entre benefícios e 
exercícios deve acontecer amplamente no SUAS de cada município. Deste modo, 
o SUAS é um sistema que precisa de atenção e adaptação frente às circunstâncias, 
cada vez mais expressivas que acontecem no território brasileiro e no mundo. 
Onde o trabalho com as famílias deve ser cada vez mais focado em reconhecer 
todas as particularidades sociais que a mesma vive, visando o melhor atendimen-
to e reinserção em sociedade e no mercado de trabalho. 
O período pós pandemia será de reajuste em muitos serviços públicos, e 
com o SUAS não será diferente. O trabalho socioeducativo com as famílias 
deve estar dialogando com diferentes esferas e metodologias para que juntos 
possam intervir de forma adequada na vida dos usuários. 
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O PROGRAMA MUNICÍPIO AMIGO DA FAMÍLIA 
(PMAF)
No ano de 2020, o governo federal instituiu o Programa Município da Família, o 
programa não pertence ao SUAS e é vinculado ao Ministério da Mulher, da Famí-
lia e dos Direitos Humanos. O programa “visa incentivar os municípios brasileiros 
a realizarem ações destinadas à implementação integrada de políticas familiares, 
que promovam o fortalecimento dos vínculos familiares (BRASIL, 2021).
A Portaria nº 107 de 18 de janeiro de 2022 aponta que são objetivos e ativi-
dades do PMAF:
 “ Art. 3º São objetivos do PMAF:I. o incentivo a políticas públicas de fortalecimento dos vínculos fa-miliares;
II. o fortalecimento das instâncias municipais de implementação de 
políticas públicas familiares e da coordenação entre os diferentes 
entes da federação; e
III. a promoção da articulação governamental para a integração das 
políticas públicas familiares.
Art. 4º O PMAF tem como principais atividades:
I. elaboração de guia metodológico que oriente os municípios sobre as 
políticas públicas familiares e a criação de organismos governamen-
tais que tenham como foco a família na estrutura administrativa 
municipal, assim como a implantação de ações em prol das famílias;
II. oferta de iniciativas de formação de gestores públicos, sob diversos 
formatos, sobre políticas públicas familiares; e
III. reconhecimento pelo Governo Federal de políticas públicas, pro-
gramas, ações, serviços ou benefícios implementados pelos mu-
nicípios, que promovam o fortalecimento dos vínculos familiares 
(BRASIL, 2022).
 O programa conta com a instituição de um Selo aos municípios que adota-
rem o mesmo em suas práticas governamentais. Deste modo, o município 
adota políticas públicas que incentivem o vínculo familiar em busca de pro-
mover direitos e proteção social. 
171
Essa proposta visa contribuir no trabalho com as famílias, embora tenha 
moldes diferentes da abordagem de trabalho social do SUAS. Se tratando de um 
programa relativamente novo e recente, o ideal seria que o PMAF futuramente 
se vinculasse aos propósitos do SUAS que já desempenha esta função de fornecer 
atendimento integral às famílias.
OS NOVE TIPOS DE COMPOSIÇÃO FAMILIAR OU DE FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE:
1) Família Nuclear: são as famílias formadas por pai, mãe e filhos biológicos, ou seja, é a 
família formada por apenas duas gerações; 
2) Famílias Extensas: são as famílias formadas por pai, mãe, filhos, avós e netos ou ou-
tros parentes, isto é, a família formada por três ou quatro gerações;
3) Famílias Adotivas Temporárias: são famílias (nuclear, extensa ou qualquer outra) que 
adquirem uma característica nova ao acolher um novo membro, mas temporariamente; 
4) Famílias Adotivas: são as famílias formadas por pessoas que, por diversos motivos, 
acolhe novos membros, geralmente crianças, que podem ser multiculturais ou birraciais; 
5) Famílias de Casais: são as famílias formadas apenas pelo casal sem filhos; 
6) Famílias Monoparentais: são as famílias chefiadas só pelo pai ou só pela mãe; 
7) Famílias de casais homossexuais com ou sem criança: são as famílias formadas por 
pessoas do mesmo sexo, vivendo maritalmente, possuindo ou não crianças; 
8) Famílias reconstruídas após o divórcio: são famílias formadas por pessoas (apenas 
um ou o casal) que foram casadas, que podem ou não ter crianças do outro casamento; 
9) Famílias de várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte com-
promisso mútuo: são famílias formadas por pessoas que moram juntas e que, mesmo 
sem ter a consanguinidade, são ligadas fortemente por laços afetivos.
Trabalho social com famílias na Política de Assistência Social: elementos para sua 
reconstrução em bases críticas.
Fonte: TEIXEIRA (2010).
EXPLORANDO IDEIAS
UNICESUMAR
UNIDADE 5
172
Podemos rever nesta unidade os objetivos do trabalho social com famílias dentro 
da Política Nacional de Assistência Social, tendo o Sistema Único de Assistên-
cia Social como norte. O trabalho desenvolvido com as famílias e indivíduos 
dentro da perspectiva da política de assistência social deve ser uma construção 
coletiva que só se faz concreta graças à junção de diversos atores sociais, nesse 
caso: o Estado, os diversos cargos que compõem as equipes técnicas, os gestores 
e, o mais importante de todos, a própria população. Neste sentido, é de extrema 
importância atentar-se no cuidado ao atendimento às demandas, levando em 
consideração que o SUAS deve ser um sistema acolhedor que valoriza a família 
enquanto um sistema de indivíduos com laços afetivos, independente da sua 
relação sanguínea. A construção de um sistema de proteção social só faz sentido 
se partir da escuta das necessidades da população, visando à construção de uma 
sociedade que valorize as diversas faces e peculiaridades da população.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Parâmetros para atuação de assistentes sociais e psicólogos 
(as) na Política de Assistência Social.
Autor: CFESS – Conselho Federal de Serviço Social e Conselho Federal 
de Psicologia (CFP).
Editora: CFESS e CFP
Sinopse: A publicação é uma reedição do “Parâmetros Para Atuação de As-
sistentes Sociais e Psicólogos na Política de Assistência Social”, produzido em 
parceria com o Conselho Federal de Psicologia (CFP). Esta nova versão, que 
inaugura a série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais, visa con-
solidar a política de assistência social como direito e assegurar as condições 
técnicas e éticas requeridas para o exercício do trabalho com qualidade.
173
1. Temos como um dos princípios da Lei Orgânica de Assistência Social, em seu art.4º: 
“igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer 
natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais”. Diante disso e 
com o que aprendemos na unidade IV e V deste livro, descreva sobre a importância 
da atenção aos novos arranjos familiares no atendimento social com famílias no 
âmbito do SUAS.
2. Conforme vimos nesta unidade do livro, a interlocução entre diversos saberes e a 
composição dos diversos serviços dentro de determinada localidade formam o que 
chamamos rede de serviços. Desta forma, identifique a importância do trabalho em 
rede na perspectiva do SUAS.
3. De acordo com o que vimos nesta unidade e, também, usando como parâmetro a 
Política Nacional de Assistência Social, disserte, com suas palavras, qual a importância 
da Matricialidade sócio familiar na Assistência Social.
174
UNIDADE 1
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UNIDADE 3
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região da Amplanorte/SC durante o período da pandemia da covid-19. UFSC, Florianópolis, 
2021.
TEIXEIRA. S. M. Trabalho social com famílias na Política de Assistência Social: elementos para 
sua reconstrução em bases críticas. Revista Serviço Social, Londrina, v. 13, n.1, p. 4-23, jul/
dez. 2010.
182
UNIDADE 1
1. A assistência social organiza-se pelos seguintes tipos de proteção: I - proteção social 
básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que 
visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento 
de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comuni-
tários; II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que 
tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, 
a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção 
de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos. 
2. As instâncias deliberativas do Suas, de caráter permanente e composição paritária 
entre governo e sociedade civil, são: o Conselho Nacional de Assistência Social; os 
Conselhos Estaduais de Assistência Social; o Conselho de Assistência Social do Distrito 
Federal; os Conselhos Municipais de Assistência Social. Os Conselhos de Assistên-
cia Social estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, que deve prover 
a infraestrutura necessária ao seu funcionamento, garantindo recursos materiais, 
humanos e financeiros, inclusive com despesas referentes a passagens e diárias de 
conselheiros representantes do governo ou da sociedade civil, quando estiverem no 
exercício de suas atribuições. 
3. O Conselho Nacional de Assistência Social não está vinculado à gestão pública, mas 
ao Ministério da Cidadania. Trata-se de um órgão de deliberação colegiada, cujos 
membros são nomeados pela presidência da república. Sua composição é paritária, 
com 18 membros e respectivos suplentes, sendo 9 representantes governamentais 
e 9 representantes da sociedade civil, escolhidos em foro próprio sob fiscalização do 
Ministério Público federal. O conselho tem a atribuição de aprovar a Política Nacional 
de Assistência Social, assim como a de normatizar as ações e regular a prestação de 
serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social. 
UNIDADE 2
1. A gestão no âmbito da assistência social tem por objetivo contribuir na consolidação 
dos direitos sociais, trata-se da administração das demandas advindas da sociedade 
que expressam as necessidades da população. A formulação das políticas públicas, a 
implementação da política social, dos programas e dos projetos de cunho socioassis-
tencial são considerados os canais, os meios, de resposta às demandas sociais. Essa 
articulação acontece na distribuição de atribuições das esferas de governo, como 
União, estados e municípios, situação em que cada esfera assume o seu papel na 
elaboração, coordenação, execução, monitoramento e avaliação dos planos e projetos 
183
na área da Assistência Social. A cargo da União, cabe a formulação, apoio, articulação 
e coordenação das ações, enquanto que os estados estão incumbidos da gestão da 
assistência social em seu âmbito, com base na NOB/SUAS. Já para a gestão municipal, 
a habilitação ao SUAS pode acontecer por meio de um dos três níveis, gestão inicial, 
básica e plena, cada nível define a amplitude das ações de assistência que o município 
irá assumir e cada nível amplia o alcance da ação.
2. Letra B. O SUAS conta, na sua metodologia de gestão, com instâncias de pactuação, 
que recebem o nome de Comissão Intergestores Tripartite - CIT e Comissão Inter-
gestora Bipartite - CIB. Tais comissões articulam nos três níveis de governo as suas 
demandas, negociando questões operacionais e intercambiando informações para 
efetivação da descentralização prevista no modelo de gestão do SUAS. As CITs articu-
lam a organização e a gestão do sistema entre as três esferas, e as CIBs entre estados 
e municípios sempre considerando as deliberações dos Conselhos de Assistência 
Social na respectiva esfera.
3. A Rede SUAS nasceu da necessidade de ampliar a comunicação no âmbito das infor-
mações do SUAS e o acesso a dados no que diz respeito à implementação da PNAS, 
atua como instrumento de gestão, organizando a produção, o armazenamento, o 
processamento e a disseminação dos dados. Assim, suas ferramentas oferecem su-
porte à operação, financiamento e controle social do SUAS, contribuindo na questão 
legal da transparência das ações e aplicação dos recursos, pautado na gestão da 
informação, por ser um sistema composto por ferramentas de registro e divulgação 
das informações sobre os programas, serviços e benefícios socioassistenciais. 
UNIDADE 3
1. A Norma Operacional Básica determina diante do caráter público dos serviços socioas-
sistenciais a responsabilização pela execução da gestão do trabalho no SUAS. Tais 
serviços são pautados em princípios éticos e devem ser considerados na elaboração, 
implantação e implementação dos padrões, rotinase protocolos. Assim, três prin-
cípios seriam a defesa intransigente dos direitos socioassistenciais; o compromisso 
em ofertar serviços, programas, projetos e benefícios de qualidade que garantam 
a oportunidade de convívio para o fortalecimento de laços familiares e sociais; a 
promoção aos usuários do acesso à informação, garantindo conhecer o nome e a 
credencial de quem os atende.
184
2. A Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único da Assistência 
Social caracteriza o conceito de Equipes de referência, no âmbito do SUAS, definindo-o 
como aquelas que são compostas por “servidores efetivos, que se responsabilizam 
pela organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção 
social básica e especial”. Para determinar a amplitude do atendimento e caracterizar 
como proteção social básica ou especial, o SUAS se baseia no diagnóstico do terri-
tório, nas vulnerabilidades e riscos a que famílias/indivíduos possam estar sujeitos. 
E o porte das equipes para atendimento de tais demandas se delineia com base no 
número de famílias referenciadas em um dado território, pelo tipo de atendimento 
necessário e nas aquisições que devem ser garantidas aos usuários dos serviços. 
3. No contexto de enfatizar a necessidade de fortalecimento da extensa rede de proteção 
social do Brasil, a formulação da política nacional do SUAS de educação permanente, 
incluindo a formação e desenvolvimento dos atores da assistência social como uma 
das questões, é crucial para a qualidade dos serviços prestados à sociedade. Desti-
na-se a servidores do SUAS com ensino fundamental, médio e superior que atuam 
em redes assistenciais governamentais e não governamentais, bem como gestores 
e agentes de controle social no exercício de suas competências e responsabilidades.
UNIDADE 4
1. A vulnerabilidade social é desencadeada por condições sociais, de classe, culturais, 
étnicas, políticas e econômicas, educacionais e de saúde e se distinguem por suas 
condições precárias de vida. Nesse aspecto, constatamos que os termos exclusão, 
vulnerabilidade, pobreza e risco social estão intrinsecamente relacionados e se consi-
deram tanto os aspectos objetivos, como restrição de renda, e relativos às condições 
de vida dos indivíduos, quanto os aspectos subjetivos, como a desvalorização social, 
a perda da identidade, falência de vínculos comunitários, sociais e familiares, em que 
a tônica do problema se dá pelo empobrecimento das relações sociais, econômicas, 
culturais e das redes de solidariedade.
2. O SUAS é dividido em níveis de complexidade no que tange a proteção social, sendo 
eles: a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial de Média e Alta Comple-
xidade.Em cada uma delas, o trabalho é realizado a fim de fortalecer e/ou resgatar 
laços e vínculos sociais e de pertencimento entre os membros da família, objetivando 
enaltecer suas capacidades e ampliar o seu protagonismo social. A Proteção Social 
Básica tem por objetivo o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e 
destina-se a população que vive em situação de vulnerabilidade social, e é dividida 
em três modalidades de serviços, sendo eles: o serviço de Proteção e Atendimento 
Integral à Família (PAIF), o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) 
e o Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e 
idosas. Já a Proteção Social Especial é destinada a famílias e indivíduos que se en-
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contram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus 
tratos, violência, etc. Os serviços desenvolvidos neste caso são: o Serviço de Proteção 
e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), o Serviço Especializado 
em Abordagem Social, o Serviço de Proteção Social a adolescentes em cumprimento 
de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à 
Comunidade (PSC), o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, 
Idosas e suas Famílias e o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua. E 
os serviços de alta complexidade são: Serviço de Acolhimento Institucional, Serviço de 
Acolhimento em Repúblicas, Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, Serviço 
de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e Emergências.
3. Dentre as faixas etárias previstas no atendimento do SCFV estão as crianças até 6 
anos, as crianças e adolescentes de 6 a 15 anos, os adolescentes e jovens de 15 a 17 
anos e as pessoas idosas. Para as crianças o foco é a realização de atividades que 
envolvam a criança, os familiares e a comunidade com o intuito de fortalecer seus 
vínculos, objetivando prevenir a ocorrência de situações que configurem exclusão 
social e risco, principalmente no que diz respeito à violência doméstica e ao trabalho 
infantil. Para a faixa etária de crianças e adolescentes entre as idades de 6 a 15 anos 
de idade, o foco do atendimento é a criação de espaço de convivência, formação para 
a participação e cidadania, objetivando o desenvolvimento do protagonismo e da au-
tonomia da criança e do adolescente, a partir dos interesses manifestados, demandas 
e potencialidades específicas dessa faixa etária. Outra faixa etária desse serviço é para 
adolescentes de 15 a 17 anos que tem como intuito o fortalecimento da convivência 
familiar e comunitária e contribui para o retorno ou permanência dos adolescentes 
e jovens por meio do desenvolvimento de atividades que estimulem a convivência 
social. A participação cidadã é uma formação geral para o mundo do trabalho. A úl-
tima faixa etária a ser abordada neste documento é a dos serviços para o Idoso, em 
que o foco das atividades está no desenvolvimento do processo de envelhecimento 
saudável, na autonomia e sociabilidade, no fortalecimento dos vínculos familiares e 
do convívio comunitário e na prevenção de situações que configurem risco social.
UNIDADE 5
1. Visando a igualdade de direitos na Assistência Social, é necessário que o profissional 
se atente aos chamados “novos arranjos e rearranjos familiares”, ou seja, famílias com-
postas por componentes que extrapolam a idealização burguesa de família tradicional/ 
nuclear, em outras palavras: pai, mãe e filhos. Dessa forma, é de extrema importância 
que as equipes atuantes nos diferentes dispositivos do SUAS compreendam e façam 
análise crítica desses novos arranjos e famílias, tendo em vista, principalmente, a 
valorização das possibilidades presentes nesses diversos contextos e o respeito a 
suas diversidades, identidades culturais e universalidade.
186
2. De acordo com a PNAS, a rede constitui essencial papel no trabalho do SUAS, pois 
possui por objetivos efetivação, eficiência e eficácia tanto nas atuações específicas 
quanto nas atuações intersetoriais, por meio da definição e responsabilização de 
cada dispositivo, tanto governamentais quanto não governamentais. Isso quer dizer 
que os diferentes tipos de serviços dentro da rede, trabalhando em articulação, têm 
a possibilidade de dar foco em suas atribuições específicas e complementar os aten-
dimentos com diversas equipes com enfoques diversificados e específicos.
3. A PNAS destaca a matricialidade sociofamiliar por reconhecer que a família é um dos 
cenários onde ocorrem e se refletem as fortes pressões dos processos de exclusão 
social e cultural, ainda, por considerá-la como um espaço privilegiado e insubstituível 
de proteção e socialização primárias, provedora de cuidados aos seus membros, mas 
que precisa também ser cuidada e protegida. Essa correta percepção é condizente 
com a tradução da família na condição de sujeito de direitos, conforme estabelece a 
Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Orgânica 
de Assistência Social e o Estatuto do Idoso.
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	Gestão e Desenvolvimento do Suas: Eixos Estruturantes
	Gestão e Desenvolvimento do SUAS: Instrumentos 
	de Gestão
	Gestão eDesenvolvimento do SUAS: Trabalhadores
	do Suas.
	Trabalho Social com Famílias e a Tipificação dos Serviços na Proteção Social Básica e Especial de Média e Alta Complexidade.
	O Trabalho em Rede com Famílias na Perspectiva do SUAS
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