Buscar

1 - REsumo de toda a matéria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

lOMoARcPSD|8099370
 
RESUMO ETNOGRAFIA TEMAS 1, 2 E 3 
lOMoARcPSD|8099370
 
RESUMO ETNOGRAFIA TEMAS 1, 2 E 3 
lOMoARcPSD|8099370
 
RESUMO ETNOGRAFIA TEMAS 1, 2 E 3 
Resumo etnografia temas 1, 2 e 3
Etnografias (Universidade Aberta)
StuDocu is not sponsored or endorsed by any college or university
lOMoARcPSD|8099370
lOMoARcPSD|8099370
lOMoARcPSD|8099370
Downloaded by Maria Manuela Moreira (mariamanuela.moreira@gmail.com)
Downloaded by Maria Manuela Moreira (mariamanuela.moreira@gmail.com)
Downloaded by Maria Manuela Moreira (mariamanuela.moreira@gmail.com)
Tema 1 
A etnografia e os antropólogos 
A etnografia assumiu-se no sec. XIX como uma atividade de recolha de dados com o objetivo de serem posteriormente interpretados e comparados para elaborar leis cientificas nas investigações antropologistas. Sanjek afirmava que a etnografia podia ser interpretada como um produto – resultado nos estudos feitos pelos antropólogos - e como o processo – manifestado no trabalho de campo e observação participante. 
O encontro/desencontro do cientista social com as sociedades não europeias, ditas primitivas foram quem deram origem a este modo de conhecimento etnográfico, elaborado desde a técnica da observação direta/indireta da vida social, na estreita relação de interação com os grupos humanos que pretendia estudar. 
B. Malinowski e Franz Boas, foram os pais fundadores deste método ao explorarem a distância que ia desde as suas sociedades e as sociedades investigadas. 
A especificidade da etnografia enquanto método segue os seguintes princípios: 
· Observação participante – conhecimento etnográfico resulta de experiencia pessoal do etnógrafo 
· Holismo – o etnógrafo compara observações da sociedade e cultura como um todo 
· Contextualização – a imersão no local sob estudo permite ao etnógrafo ligar diferentes dados e compará-los 
· Conexões teoréticas – o papel da teoria antropológica é assunto discutido no trabalho etnográfico sendo que há quem defenda que não é possível fazer etnografia sem teoria e há quem defenda o contrario 
· Descrição sociocultural – descrição e analise das relações sociais e culturais 
 
Nem todos podiam ser etnógrafos, pois além de ter que existir uma prévia formação teórica em antropologia tem que haver também uma vocação por parte de quem quer fazer etnografia, o etnógrafo tem que ter um “desenraizamento” cronico, ou seja, não se sentir em casa em lado nenhum. A etnografia atingiu tal alcance que o método ficou mais conhecido do que a disciplina que o criou – antropologia. 
 
Fases do trabalho Etnográfico 
A diferença entre a Antropologia e as outras ciências é o Método, o método etnográfico que foi formulado pela primeira vez através da experiência de Bronislaw Malinowski e os Argonautas do Pacífico Ocidental e que consiste num mergulho prolongado na vida diária dos Outros que queremos conhecer, apreender e compreender. A imersão no quotidiano do Outro, para produção de registo etnográfico, é composta por várias fases: 
· 1º - estudo da teoria (informações e interpretações já realizadas sobre a matéria/população que pretendemos estudar), formação teórica que é fundamental para o investigador ir para o campo; 
· 2º - trabalho de campo (viver longo período de tempo entre os “nativos” que pretendemos estudar/conhecer) e que tem 2 momentos: 
· O investigador regista as informações mediante o que vê e ouve numa base dialógica (relação estabelecida no meio da posição ocupada pelo antropólogo entre os nativos: a de observador participante) 
· Fase da “sacada” - o investigador começa a ver uma certa ordem nas coisas, quando as informações se transformam em material de realce para a pesquisa; 
· 3º - escrita que advém após o investigador ter encontrado uma ordem nas coisas e consiste em pôr as coisas em ordem (que se faz de regresso a casa) que permitirá a leitura e entendimento de quem não esteve lá. O íntimo do método etnográfico consiste em trabalhar com pessoas dialogando com elas. 
Críticas à Escrita Etnográfica 
A escrita etnográfica é objeto de acesos debates por causa do seu contexto e forma de produção. Um dos primeiros textos pós-modernistas é Writing Culture que tem como ideias principais que a antropologia desloca-se (ou devia) do campo da etnografia científica para o estudo dos próprios textos etnográficos, a contextualização e a reflexibilidade ( readaptação). A escrita antropológica se for realizada de forma subjetiva os dados não podem ser analisados de forma objetiva. O diário de campo é elemento fundamental deste processo e deriva de um outro instrumento importante o caderno de notas que serve para o antropólogo registar dados, gráficos, anotações que são o resultado do diálogo e observação do universo onde está inserido e que procura investigar. 
A fala do antropólogo não se confunde com a do nativo porque ele, por mais perto que tenha chegado deste, não é um nativo. O Eu não é o Outro. Mas o Eu do antropólogo, a sua voz, a posição desde a qual ele fala, não é o mesmo que iniciou o trabalho de campo. Marcus e Cushman dizem que a narrativa etnográfica tem se caracterizar pelo realismo etnográfico (um modo de escrita que procura representar a realidade de todo um mundo ou forma de vida), no entanto, estes autores distinguem duas classes de realismo etnográfico: o clássico em que se nota um excesso da terceira pessoa, ausência de pessoas concretas e um tratamento marginal das condições do trabalho de campo; e o experimental em que a personagem do etnógrafo é incluída no texto, os nativos tem voz direta e o seu ponto de vista é diferenciado do pesquisador, as condições do trabalho de campo são amplamente informadas e as descrições são contextualizadas. 
Ao longo do último século tem se registado uma reorientação desta tendência através do uso de recursos audiovisuais, num primeiro momento através de câmera fotográfica, posteriormente cada vez mais videográfica e hoje falamos de uma antropologia do ou no cyberspace, que segundo Eckert e Rocha, possibilita uma etnografia hipertextual, com base numa retórica mais aberta, dinâmica, fluída de disponibilização dos dados etnográficos para todos, o que apresenta uma alteração na forma como até então as ciências sociais vinham produzindo conhecimento. 
Minha resposta efolio (parcial e editada) 
O ênfase da crítica à etnografia clássica recai principalmente nas consequências, presentes nos textos, do método utilizado em campo: a observação participante. 
Os críticos afirmavam que os textos etnográficos acabavam por não retratar fielmente o quotidiano dos povos, pois o antropólogo manipulava, consciente ou inconscientemente, os seus escritos, e não descrevia as culturas tal como elas eram. 
Perdiam-se muitos dados sobre a cultura ao transforma-los em produção escrita. Toda a experiência antropológica em campo sofria alterações profundas no processo de escrita, perdia-se a originalidade e espontaneidade dos diálogos e negociações entre o observador e o observado, e mais importante, perdia-se a voz dos nativos na vivência da sua própria cultura, pois toda a experiência era relatada e retratada pela voz do antropólogo. Como refere Teresa Caldeira: “o caráter da experiência cultural é completamente modificado” (citado in Sousa, 2018) 
Alvo de crítica foi também o distanciamento entre culturas, entre o observador, o observado e o leitor, que se verificou pelos textos, em que, citando Teresa Caldeira: “as diferenças culturais eram tiradas do seu contexto original e trazidas para dentro do mundo do antropólogo e dos seus leitores.” (citado in Sousa, 2018) A linguagem utilizada nos textos, para retratar os povos, era adaptada aos futuros leitores, e o objetivo era apresentar a Outra cultura como diferente. 
 
Alternativas pós modernas às criticas (minha resposta efolio parcial e editada) 
Citando Caldeira: “As alternativas propostas pelos pós modernos tentarão reinventar esses dois aspetos: os textos e a crítica cultural”. 
Relativamente aos textos da etnografia clássica, criticados pela presença excessiva da voz do etnógrafo em todaa sua produção, presença esta que abafava as vozes dos nativos dos povos estudados, e acabava por camuflar parte da experiência vivida em campo, narrada apenas pela voz do escritor e pela sua visão, a alternativa pós modernista era, citando Teresa Caldeira: “(…) escrever etnografias tendo como modelo o diálogo ou, melhor ainda, a polifonia.” (citado in Sousa, 2018) significando isto, que a produção textual passaria a ter a presença de múltiplas vozes, a do escritor e a dos nativos e intervenientes durante o trabalho de campo, dando lugar a diálogos, citações, e outros recursos que servissem para “dar voz ao povo” (Caldeira, in Sousa, 2018) e que enriquecessem o texto com matéria cultural e o tornasse substancialmente mais próximo da experiência realmente vivida pelo cientista social. Desta forma, a alternativa pós modernista, concentra-se em aproximar-se o máximo possível do realismo cultural experienciado em campo, introduzindo nos textos a presença das vozes do povo estudado combinando-a com a do etnógrafo em grau de igualdade. 
Em relação á alternativa sobre a crítica cultural, os autores do pós modernismo foram claros em afirmar que era necessário um maior distanciamento entre culturas, para que a produção textual etnográfica conseguisse apresentar uma crítica cultural sobre os povos que estudava bem como da sua própria sociedade. Surgiu a necessidade de ser criado um contexto em que fosse possível ao etnógrafo falar sobre a diversidade cultural com algum distanciamento e, citando Teresa Caldeira: “(…) para falar de culturas estranhas (…) ao revelar o sentido familiar do bizarro, a antropologia criticou o etnocentrismo e o racismo” (citado in Sousa, 2018) No entanto, o estudo de povos com base no relativismo cultural, olhando o Outro sem preconceitos ou ideias pré concebidas, não ajudou a que esta alternativa fosse viável. 
 
“(…) fazer etnografia não consiste em apenas ir a campo ou ceder a palavra a nativos ou ter um espirito etnográfico. Fazer etnografia supõe uma vocação de desenraizamento, formação para ver o mundo de maneira descentrada, uma preparação teórica para entender o campo que queremos pesquisar, um se jogar de cabeça no mundo que pretendemos desvendar, um tempo prolongado dialogando com as pessoas que pretendemos entender, um levar a sério a sua palavra, um encontrar uma ordem nas coisas e depois um colocar as coisas em ordem mediante uma escrita realista, polifônica e intersubjetiva.” 
 
Reflexividade (pela professora Rosário) 
A reflexividade "é uma reflexão por parte do investigador sobre as relações que mantém com o Outro", não tanto no sentido de questionar a sua própria cultura, mas no sentido (epistemológico, de produção do conhecimento) de perceber os limites da sua perceção sobre a cultura do outro. A reflexividade relaciona-se com a forma como a antropologia passa de uma disciplina que pretendia ter o estatuto de ciência (ligada à ideia de objetividade) para passar a uma espécie de interpretação (mais subjetiva). Percebe-se que a “objetividade” é difícil, porque a própria presença do antropólogo no campo influencia o comportamento das pessoas e vice-versa, e logo, as informações obtidas. A origem do investigador, a nacionalidade, género, a forma como entrou no campo, onde fica hospedado durante a estadia, com quem se relaciona, tudo influencia a forma como é encarado e as informações que obtém. Há também a influência de fatores exteriores- o objetivo da pesquisa, quem a financia, quem orienta o investigador, etc. A reflexividade é a consciência de que todas estas circunstâncias afetam a produção etnográfica-é a capacidade de pensar criticamente sobre essa influência. 
 
 
Tema 2 
Autor: Bronislaw Malinovsky 
Principal contribuição para a antropologia: aplicação do rigor científico nas observações e a importância dada ao trabalho de campo, que aplicou pela primeira vez entre os aborígenas da Trobriand dando origem ao mais famoso de seus livros, “Os Argonautas do Pacífico Ocidental”, que seria o manual da nova técnica da etnografia a que chamou de observação participante. Como teórico é considerado o fundador do funcionalismo, escola antropológica que tem como objetivo analisar as instituições sociais em termo de satisfação coletiva das necessidades. 
O autor descreve o seu estudo durante a sua estadia nas ilhas da Nova Guiné, onde a sua descrição do cotidiano e interação com os nativos é detalhada, desse trabalho de campo nasceu o livro: “Os Argonautas do Pacífico Ocidental”. Costumes e estrutura social é investigada através da técnica de observação participante, onde o autor explica passo a passo todo o processo, inclusive as dificuldades e frustrações próprias de alguém que se encontra distante de seu próprio povo. 
O percurso da antropologia, marcada inicialmente pelo colonialismo vigente na época em que se desenvolve, onde Os Argonautas do Pacífico Ocidental, de Bronislaw Malinowski é considerada uma obra que inaugura a prática etnográfica, a obra institui um método de trabalho que passa pela estadia prolongada do investigador no terreno. 
O conceito de ética na prática etnográfica assume-se na antropologia como preocupação central, quer na atividade académica, quer na atividade aplicada, apesar de ser distinguido em cada uma delas. Ambas as práticas se influenciaram, tendo a prática antropológica aplicada, incentivado uma maior reflexibilidade no domínio académico. Segundo Ervin (2000,30), há 4 princípios essenciais: 
· O consentimento informado – Princípio que pressupõe que as comunidades, ou pessoas, em estudo devem estar conscientes do trabalho em curso, os seus objetivos, quem o solicitou e porquê, bem como riscos e benefícios que dele poderão advir, este princípio é um dos mais controversos tanto na antropologia académica como na aplicada, pois descarta determinadas práticas recorrentes na antropologia académica e na sociologia, como a pesquisa encoberta do investigador. 
· O modelo “clínico” de informação consentida – Alguns estudos exigem um contrato legal que vincule o antropólogo e cliente face à comunidade em estudo, ou o indivíduo que providencia a informação, podendo este compromisso ser assente em dois tipos de contrato: O 1º explica os objetivos, métodos e planos (o que se espera dos participantes, riscos e benefícios que poderão correr. O 2º documento, muitas vezes elaborado como uma ficha, será preenchido pelo participante que reconhece ter conhecimento dos objetivos, riscos e benefícios da sua participação. 
· Confidencialidade e direitos pessoais à privacidade – Deve assegurar que os nomes verdadeiros dos participantes ou informantes não devem ser usados nos relatórios e publicações, aplicando-se o mesmo à identificação das comunidades ou organização estudada. Não isenta que a comunidade/ organização não seja reconhecida por terceiros, sobretudo se o caso obtiver muita exposição pública. 
· Disseminação de conhecimentos – O trabalho realizado pelo antropólogo destina-se a ser devolvido, não as seus pares académicos, mas às pessoas que serão beneficiadas do seu estudo. Não devendo haver secretismos sobre os resultados da pesquisa e a comunidade deve ter acesso aos seus resultados. Os princípios de Willigen (1986) são: privacidade, consentimento, utilidade e comunicação. Estes princípios são aproximados, mas a noção de utilidade tem um interesse e relevância ética, enfatizando o fato de ser indispensável de tornar claro quem é que beneficia com o estudo, conforme o autor, a informação pode ser usada para controlar pessoas, conhecimento é poder. Sendo necessário identificar claramente quem é o cliente e quais são os seus representantes e o que pretendem fazer com o estudo. 
 
Os Argonautas do Pacífico Ocidental – Bronislaw Malinowski 
Objeto, método e alcance desta investigação 
Objeto: Populações costeiras das Ilhas dos Mares do Sul, peritas em navegação e comércio. Alguns de seus produtos como: cerâmicas, canoas, cestaria fina e ornamentos valiosos são distribuídos por diferentes locais, comercializados através de vastas regiões, chegandoa percorrer-se centenas de quilómetros. Entre as várias ilhas estabeleceram-se formas de trocas definidas ao longo de rotas comerciais precisas. 
O Kula, sistema comercial que se trata de um fenómeno económico de considerável importância retórica é o tema que o autor propõe descrever, o seu significado na vida tribal dos nativos que vivem dentro do seu circuito, tem a sua importância reconhecida pelos próprios cujas ideias, ambições, desejos e vaidades estão diretamente relacionados com o Kula. 
Como em qualquer ramo do conhecimento, os resultados de uma pesquisa científica devem ser apresentados de uma maneira totalmente neutra e honesta detalhando todos os passos das experiências que efetuou. O autor cita as grandes obras da etnografia e sem menosprezar o seu valor científico, refere as conclusões dos autores generalizadas por atacado, sem informações relativas as experiências que conduziriam os mesmos as suas próprias conclusões, aqui ele separa a linha da observação direta e as declarações e interpretações tendo como base informações recolhidas sem uma observação direta. 
Na Etnografia o autor é, simultaneamente, o seu próprio cronista e historiador, embora as suas fontes sejam facilmente acessíveis, elas são também altamente dúbias e complexas, não estão materializadas em documentos fixos e concretos, mas sim no comportamento e na memória dos homens vivos. O principiante na investigação sem experiência anterior, sem nada para guiar e ninguém para o ajudar poderá viver períodos de desânimo, no caso do autor, tinha alturas que se refugiava na leitura de romances, tal como um homem levado a beber numa crise de depressão e tédio tropical. Aqui faz alusão a solidão e dificuldades que o investigador vive durante o trabalho de campo. 
A linguagem primeiramente usada, o pidgin-English, é um instrumento muito imperfeito para expressar ideias e que, antes de alcançar um treino razoável na construção de perguntas e respostas, a sensação é de que nunca se virá a atingir uma comunicação fluente com os nativos; e eu era incapaz de estabelecer qualquer conversa clara ou detalhada com eles. Nada era conseguido além de alguns temas superficiais de folclore deturpados devido ao constrangimento da linguagem. Aqui a importância do domínio da linguagem é enfatizada. 
 
A informação dos brancos residentes na região, eram marcados por preconceitos e opiniões precipitadas, habituais no homem prático comum, mas repugnante para uma mente que lutava por uma perspetiva objetiva e científica dos fatos. (Etnocentrismo cultural) Ao estar sozinho é que começou a avançar na sua pesquisa etnográfica, descobrindo por si mesmo onde residia o segredo do verdadeiro trabalho de campo, onde o sucesso só pode ser obtido na aplicação sistemática e paciente de um determinado número de regras de bom senso e de princípios científicos bem definidos. 
Os princípios do método podem ser agrupados em 3 itens principais: 
1º o investigador deve guiar-se por objetivos verdadeiramente científicos e conhecer as normas e critérios da etnografia moderna 
2º providenciar boas condições para o seu trabalho, vivendo efetivamente entre os nativos, longe de outros homens brancos 
3º recorrer a um certo número de métodos especiais de recolha, manipulando e registando as provas. 
Condições adequadas ao trabalho etnográfico – o mais importante é manter-se afastado de outros homens brancos, e um contato o mais estreito possível com os nativos, através da convivência natural aprende-se a conhecê-los e a familiarizar-se com os seus costumes e crenças, esta é a condição prévia para poder ter êxito o trabalho de campo. O etnógrafo tem que ser ativo conduzindo o seu objeto de estudo até aos esconderijos mais inacessíveis, devendo inspirar-se no conhecimento dos resultados mais recentes da pesquisa científica, nos seus princípios e objetivos. Estar treinado e atualizado teoricamente não significa estar carregado de ideias preconcebidas. 
A prefiguração de problemas é o dom principal do investigador científico, e estes problemas são revelados ao observador, antes de mais, pelos estudos teóricos. 
O investigador de terreno orienta-se fundamentalmente segundo a inspiração da teoria. Ele pode ser ao mesmo tempo um pensador e investigador teórico e pode valer-se de si próprio para obter estímulo. Mas estas duas funções são diferentes, e por isso, na pesquisa efetiva tem de ser separadas, tanto no tempo como nas condições de trabalho. 
No pensamento popular, imagina-se que os Nativos vivem no seio da Natureza, mais ou menos como podem e gostam, vítimas de temores incontrolados e crenças fantasmagóricas. A ciência moderna demonstra que, pelo contrário, as suas instituições sociais têm uma organização muito definida e que são governados pela autoridade, lei e ordem nas suas relações públicas e pessoais, estando estas últimas, para além disso, sob o controlo de laços extremamente complexos de parentesco e de pertença clânica. 
A primeira meta do trabalho de campo etnográfico é fornecer um esquema claro e firme da constituição social, bem como destacar as leis e normas de todos os fenómenos culturais, libertandoos dos aspetos irrelevantes. Deve cobrir séria e sobriamente os fenómenos em cada aspeto estudado da cultura tribal. O Etnógrafo que estudar apenas a religião ou a tecnologia, ou a organização social está a isolar artificialmente um campo de pesquisa, o que prejudicará seriamente o seu trabalho. O Etnógrafo no terreno tem o dever de destacar todas as regras e normas da vida tribal, tudo o que é permanente e fixo, deve dar conta da anatomia da sua cultura e da constituição da sua sociedade. 
O expediente para um etnógrafo consiste na recolha de testemunhos concretos e na elaboração das suas próprias induções e generalizações. O tratamento científico difere do mero senso comum, em primeiro lugar porque um investigador ampliará muito mais a perfeição e minúcia do inquérito, de forma escrupulosamente metódica e sistemática; em segundo lugar, porque a sua mente, treinada cientificamente, conduzirá a pesquisa através de pistas realmente pertinentes, a metas de importância efetiva. De fato o objetivo do treino científico é dota o investigador empírico de um mapa mental pelo qual se possa orientar e definir o seu caminho. 
A recolha de dados concretos sobre uma vasta gama de fatos é, portanto, um dos pontos principais no método do trabalho de campo. O dever obriga não à mera enumeração de alguns exemplos, mas ao enunciado tanto quanto possível exaustivo de todos os casos verificados; e nesta recolha de casos, quanto mais claro for o mapa mental maior será o seu êxito. 
Cada fenómeno deve ser analisado tendo em conta toda a gama possível das suas manifestações concretas, estudando cada uma através de uma investigação exaustiva de exemplos detalhados. Os resultados devem postos em uma tabela, se possível, numa espécie de carta sinóptica, visando a sua utilização simultânea como instrumento de estudo e como documento etnológico, permitindo assim perspetivar com clareza o contexto da cultura nativa bem como a sua constituição social. Método que pode ser designado de método da documentação estatística através de provas concretas. 
O Etnógrafo para fazer chegar a vida real das comunidades estudadas até seus leitores, não deve negligenciar nenhum dos aspetos – o íntimo e o legal – não deve ser desprezado. 
Não há dúvida de que, o ponto de vista quer da análise sociológico que da psicológica, em todas as perspetivas teóricas, o modo e o tipo de comportamento observado na representação de um ato é da máxima importância. O comportamento é um fato, e como tal, pode ser registado. Encontrar os modos típicos de pensar e sentir, correspondentes às instituições e à cultura de uma determinada comunidade, e formular os resultados da forma mais convincente. 
O objetivo do trabalho de campo etnográfico deve ser alcançado através de 3 vias: 
· a organização da tribo e anatomia da sua cultura – deve ser registada num esquema firme e claro. O método de documentação concreta e estatísticaé o meio a utilizar para a definição desse esquema. 
· devem ser inseridos as imponderabilidades da vida real e o tipo de comportamento. Os respetivos dados devem ser recolhidos através de observações minuciosas e detalhadas em uma espécie de diário etnográfico, só possível através de um contato intimo com a vida nativa. 
· deve ser apresentada uma recolha de depoimentos etnográficos, narrativas características, ocorrências típicas, temas de folclore e fórmulas mágicas sob a forma de um corpus inscriptionum, como documentos da mentalidade nativa. 
Estas três abordagens levam ao objetivo final do etnógrafo que é compreender o ponto de vista do nativo, a sua relação com a vida, perceber a sua visão do mundo. 
 
 
Autor: Teresa Pires do Rio Caldeira 
Antropóloga com experiencia na área de Antropologia urbana, formada na USP atualmente é professora na Universidade da Califórnia. Atual sobre os seguintes temas: São Paulo, violência urbana, Cidadania e segregação espacial. 
Artigo: “A presença do autor e a pós-modernidade em Antropologia”. 
A autora faz uma interpretação do papel do antropólogo, uma visão contemporânea e crítica da antropologia tradicional e das técnicas usadas na etnografia desenvolvidas por Bronislaw Malinowski. Questiona as regras implícitas na relação do autor, objeto e leitor defendendo mudanças na produção do trabalho antropológico através uma visão autocrítica do autor. 
Presença ambígua 
Ao contrário do que acontece em outras ciências e mesmo nas outras ciências sociais, em que o analista e o pesquisador procura o mais possível estar ausente da análise e da exposição dos dados, como meio de garantir uma posição neutra e objetiva legitimadora da cientificidade, o antropólogo nunca esteve ausente de seu texto e da exposição de seus dados. O antropólogo baseia a sua produção de conhecimento na experiência pessoal de uma outra cultura, a antropologia legitimou seus enunciados na fórmula: “eu estive lá, vi e, portanto, posso falar sobre o outro”. 
A ficção antropológica tem algumas características peculiares: ela pretende, de uma maneira objetiva (científica, diriam alguns) fazer a ponte entre dois mundos culturais, revelando uma realidade que só o antropólogo experimenta traduz e conhece. Presença ambígua, pois precisa ao mesmo tempo mostrar-se (revelando a experiência pessoal) e esconder-se (garantindo a objetividade). Esta ambiguidade é a marca da presença do antropólogo nos textos. A critica contemporânea desenvolvida nos Estados Unidos cita a presença excessiva do antropólogo, uma presença que subsume tudo à sua própria voz. O outro existe pela voz do antropólogo que esteve lá, viu e reconstruiu a cultura nativa enquanto totalidade em seu texto. A crítica americana contemporânea quebra as condições que permitiam a produção de mais etnografias dentro do mesmo género, e a legibilidade das antigas, a não ser de modo histórico e crítico. 
Minha resposta parcial e editada 
“Presença ambígua, (…) que precisa, (…) mostrar-se (…) e esconder-se (…). Esta ambiguidade é a marca de presença do antropólogo nos textos.” (Caldeira, in Sousa, 2018) 
A presença ambígua defendida por Teresa Caldeira na sua análise refere-se à dupla condição de existência do investigador nos seus escritos etnográficos. O objetivo de qualquer investigador antropológico é revelar toda a sua experiência, aquela que viveu, em que observou de perto os costumes, dialogou com nativos, participou em atividades culturais e sociais assim como rituais, por outro lado, terá que o fazer da forma mais objetiva e imparcial que lhe seja possível, servindo apenas como o “meio” que transmite a experiência, quase de um modo “transparente” e não descrevê-la como a pessoa que a viveu. 
Teresa Caldeira refere uma critica que existiu no que respeita a presença do investigador nos escritos etnográficos: 
“(…) por um lado, (…) trata de uma presença excessiva. (…) apagaria as vozes, as interpretações, os enunciados sobre aqueles sobre quem fala. (…) O outro só existe pela voz do antropólogo que esteve lá, viu e reconstruiu (…) (Caldeira, in Sousa, 2018) 
Quer com isto dizer que alguns críticos de textos etnográficos afirmavam que os investigadores ao passarem para a escrita as suas experiências em campo lhes retiravam alguma originalidade, abafavam de certo modo o caráter dos nativos ao transmitir por palavras suas os acontecimentos com os mesmos. A mensagem passada pelo etnógrafo era condicionada pela sua própria interpretação dos acontecimentos. Teresa Caldeira refere também que os mesmos críticos apontavam uma “presença insuficientemente crítica a respeito a si mesma, a respeito do seu papel na produção de representações (…) (Caldeira, in Sousa, 2018) o que significa que consideravam que o papel do investigador durante o trabalho de campo, em processo de relações e comunicação com os nativos dos povos que estudavam, acabava por influenciar a forma como se desenvolveria o processo de escrita, influenciaria a forma como o investigador transmitiria a sua visão. 
A crítica americana pós-moderna 
A crítica dos antropólogos americanos (“meta –etnógrafos”) realizou-se num momento de mudança tanto no contexto em que se dá a pesquisa quanto as referências teóricas. 
Nos anos 20, o modelo clássico de etnografia, os grupos estudados pelos antropólogos eram povos coloniais, o antropólogo escrevia para os membros de sua própria sociedade (a metrópole), sem colocar em questão o caráter da relação de poder que se estabelecia entre essas duas sociedades. O antropólogo não defronta mais membros de culturas isoladas ou semi isoladas, mas cidadãos de nações do 3º Mundo que se relacionam por complexos caminhos culturais e políticos com a nação de onde vem o antropólogo ou defronta membros de sua própria sociedade. 
Os antropólogos contemporâneos preocupam-se com transformações, com história, com sincretismo (fusão de diferentes doutrinas para a formação de uma nova) e encontros, com práxis e comunicação, e principalmente com relações de poder. 
A mudança foi mais teórica, onde as novas discussões se definem no contexto intelectual das culturas de que fazem parte os antropólogos e se expressam nos debates sobre modernidade e pósmodernidade. James Clifford, historiador (cunhado de meta-etnógrafo), é uma das figuras centrais na desconstrução da etnografia clássica em que a “autoridade etnográfica” consistia na figura do antropólogo-cientista, o profissional em trabalho de campo, cuja imagem contrastava com a do antropólogo de gabinete, de um lado, e com a do missionário e agente colonial, do outro; legitimava seu texto evocando a experiencia que tinha com uma outra cultura através do método da observação participante emergindo no cotidiano de uma outra cultura para poder chegar a compreende-la. 
A experiência é necessária para o conhecimento, mas não deve permanecer em estado bruto, o antropólogo deve reelaborar a sua experiência ao sair dela, para transformá-la numa descrição objetiva (científica) da cultura como um todo. A ênfase na observação participante como método etnográfico, associou-se a ideia de que as culturas deveriam ser estudadas e representadas sincronicamente, consagrou-se nos textos o uso do presente etnográfico. 
A etnografia clássica fez surgir um novo género literário, o realismo etnográfico, que para a sua produção usou uma série de convenções textuais produzindo uma visão deformada tanto das culturas quanto da experiência do antropólogo entre elas: 
1) Texto geralmente estruturado sequencialmente (considerando como as culturas(sociedades) estavam divididas; 
2) O antropólogo retirava-se do texto para garantir a sua cientificidade e neutralidade, não usando a 1a pessoa, mas expressando a sua autoridade no uso de uma terceira pessoa coletiva; 
3) É relegada a posições marginais no texto (notas, apêndices, etc.) reafirmando o sentido de realidade e a presença do antropólogo no lugar pesquisado; 
4) Não tem lugar o indivíduo, fala-se do povo ou indivíduos típicos; 
5) Para enfatizar o caráter da realidade, acumula-se detalhes da vidacotidiana; 
6) Apresenta-se não o ponto de vista do antropólogo, mas a do nativo; 
7) Nas etnografias tendeu-se as generalizações; 
8) Usa-se o jargão, exigência científica; 
9) Exegese de termos e conceitos nativos. 
A experiência pessoal é evocada para legitimar os dados, mas é afastada para legitimar a análise causando um efeito que estabelece uma distância entre o antropólogo (e sua cultura) e a cultura do povo estudado. A separação e o distanciamento do observador e observado marca a introdução do modernismo na antropologia. O relativismo cultural é a marca do modernismo em antropologia. 
Ciberantropologia – o estudo das comunidades virtuais 
Cada vez mais se verifica a informatização da sociedade, esta informatização envolve transformações culturais, que, a pouco e pouco, se vão manifestando no comportamento dos indivíduos. 
Segundo Levy, o ciberespaço representa um estágio avançado de auto-organização social, a inteligência coletiva - . O Ciberespaço aparece como um Espaço do Saber, em que o conhecimento é o fator determinante e a produção contínua de subjetividade é a principal atividade económica. O ciberespaço surge, assim, como o 4º espaço antropológico: 
1º a terra; 
2º o território; 
3º o mercado; 
4º o ciberespaço. 
 
Ciberespaço/cibercultura 
O ciberespaço é um novo meio de comunicação que surgiu da interconexão mundial dos computadores, universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. 
A "cibercultura", especifica o conjunto de técnicas, de práticas, atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço. É precisamente neste ciberespaço que se criam comunidades virtuais, componentes da cibercultura. 
O termo "Ciberespaço" pode ser definido como o locus virtual criado pela conjunção das diferentes tecnologias de telecomunicação e telemática. O Ciberespaço, assim definido, configura-se como um locus de extrema complexidade e difícil compreensão. Assim, o conceito de Cibercultura abarca o conjunto de fenómenos socioculturais que ocorrem no interior deste espaço ou que estão a ele relacionados. 
Ciberantropologia 
A observação antropoanalítica poderá ser conduzida a dois níveis: 
· O interno considera o Ciberespaço como um "nível" de realidade específico e diverso dos restantes 
· O externo considera-o como mais um aspeto da cultura contemporânea estando nela inserido 
No estudo de um cultura, existem 3 perspetivas a ter um atenção: 
· Cognitivista - a cultura é definida como um sistema de conhecimento e crenças compartilhados; é importante determinar quais as regras existentes numa determinada cultura e como os seus membros vêm o mundo; 
· Estruturalista - a cultura constitui-se de signos e símbolos. É convencional, arbitrária e estruturada, constitutiva da ação social sendo, portanto, indissociável desta; 
· Simbólica - define cultura como um sistema de símbolos e significados partilhados que necessita de ser decifrado e interpretado; as pessoas procuram decifrar a organização, tendo em vista adequar o próprio comportamento. 
 
A cultura de uma comunidade pode ser apreendida a vários níveis: 
· A nível dos artefactos visíveis - ambiente, arquitectura, padrões de comportamento visíveis, por exemplo -; 
· A nível dos valores que ditam o comportamento das pessoas – valores que regem o comportamento das pessoas, por vezes, idealizações ou racionalizações; 
· A nível dos pressupostos inconscientes - aquilo que os membros do grupo percebem, pensam e sentem. 
 
A existência de uma comunidade virtual depende de 3 fatores: 
· Computador 
· linha telefónica (ou cabo) 
· software. 
A Net representa uma analogia do mundo, ou seja, é um lugar onde se constrói um espaço topográfico (interface), com lugares (sites) e os caminhos (path) que irão ser percorridos, até se chegar ao destino. 
Ao constituir-se como espaço de sociabilidade, o ciberespaço gera novas formas de relações sociais, com códigos por vezes conhecidos, mas adaptados ao espaço e tempo virtuais e às possibilidades de construção de novas identidades. Cabe à Antropologia o estudo desses códigos, no sentido de identificar as representações sociais que transmitem. 
 
Comunidades Virtuais - as salas de Chat 
Mas o que é comunidade? Comunidade é um conjunto de pessoas numa determinada área, normalmente geográfica, com uma estrutura social, podendo existir um espírito compartilhado entre os seus membros e um sentimento de pertença ao grupo. 
 
Uma comunidade terá de apresentar as seguintes características: 
· Uma certa continuidade espacial, que permita contactos diretos entre os seus membros; 
· A consciência da existência de interesses comuns, que permitem os seus membros atingirem objetivos que não seriam alcançados individualmente; 
· A participação numa obra, que sendo a realização desses objetivos é também uma força de coesão interna da comunidade. 
É possível definir 3 pilares psicossociais da comunicação pessoa-pessoa através do ciberespaço: 1) a realidade construída na rede; 
2) a conversação virtual; 3) a construção da identidade. 
 
Conclusão 
Em suma, ao criar um meio de circulação de informações, a rede possibilitou um multiplicidade de formas de comunicação e de criação de sociabilidades através do CMC. Criou-se um novo espaço, virtual, a que se deu o nome de ciberespaço. Nele materializam-se relações sociais e valores, que vulgarmente se chama de cibercultura. 
A cibercultura tem possibilitado mudanças nas relações do homem com a tecnologia e entre si, gerando novas formas de sociabilidade. Estas novas formas de sociabilidade estão condicionadas pelo aparecimento de novas identidades sociais. Os utilizadores do chat mantém um senso de comunidade e linguagem partilhada. Reconhecem o seu universo simbólico particular. 
A Internet desenvolve novas possibilidades de comunicação, expressão cultural e de sociabilidade. 
Estas novas formas de sociabilidade podem ser enquadradas no quadro de uma Ciberantropologia. O objetivo da Ciberantropologia será o estudo das novas formas de sociabilidade que são estabelecidas na Internet através de outros elementos de identidade que não a voz. A Internet é simultaneamente real e virtual (representacional), informação e contexto de interação, espaço (site) e tempo. Este novo espaço com áreas de privacidade é um suporte aos processos cognitivos, sociais e afetivos. 
Trata-se de um novo tipo de organização sociotécnica que facilita a mobilidade no e do conhecimento, as trocas de saberes, a construção coletiva do sentido, geram-se as chamadas comunidades virtuais. 
As redes e serviços telemáticos geram novos espaços de encontro, novos espaços antropológicos. 
 
Tema 3 
As Etnografias portuguesas: encruzilhadas coloniais e terrenos contemporâneos 
Etnografias, usos e costumes, em Portugal e nas colónias 
 
Texto 1 - Leite de Vasconcelos (1858-1941) 
Considerado o autor “chave” do trabalho etnográfico em Portugal. Contou com a ajuda de abordagens anteriores realizadas por Teófilo Braga (1843-1924). Mas também a nível nacional por Adolfo Coelho (1847-1919) e Consiglieri Pedroso (1851-1910) , e influenciado por outros autores estrangeiros, tais como Edward Tylor, Spencer, Darwin, Max Muller e Auguste Comte. 
Leite de Vasconcelos, divide a Etnografia em 3 ramos: 
a) Território e Povo; 
b) Folclore 
c) Ergografia 
 
Na 2ª metade do século XIX, os autores que estudaram a sociedade e a cultura portuguesa foram considerados os agentes do período “positivista filológico-etnográfico” da Etnologia Portuguesa. Nos finais do século XX, a literatura popular era composta por 3 géneros: o cancioneiro, o romanceiro e os contos. 
No começo do século XX, o estudo da cultura focou-se fundamentalmente na etnografia e no folclore e na sua relação com a identidade nacional. Anos mais tarde, com a influência do funcionalismo britânico, existiu uma separação da antropologia (social e cultural) e dos estudos folclóricos. A era etnofolclórica portuguesa prolonga-se até cerca de 1970, por razõesideológicas associadas à identidade, ao nacionalismo, ao ruralismo, as tradições e a cultura material. 
Em Portugal, o interesse colocado nos estudos folclóricos acabou por se tornar um forte obstáculo para o desenvolvimento da antropologia até à segunda metade do século XX. 
Para explicar o processo da literatura folclórica em Portugal, João Leal estudou 2 modelos: 
· romântico as tradições populares e a literatura consolidam e explicam a identidade nacional 
· etnogenealógicos, estruturam os seus estudos em correntes como a mitologia comparada ou as escolas difusionistas pré-evolucionistas e pretende trabalhar a literatura e as tradições populares servindo de testemunhos das correntes étnicas. 
A década de 1940 foi das mais importante para apoteose da nacionalidade, da autenticidade, das raízes históricas e da cultura popular. 
Resumindo, na primeira metade do século XX, os folcloristas portugueses centraram-se na vida quotidiana da população mais humilde. Foram abordados diversos temas, tais como, tecnologias tradicionais, arquitetura popular, o vestuário e os artefactos, como partes da cultura material. 
Depois de 1960 e particularmente depois de 1974, a Antropologia e as outras ciências sociais formaram uma nova era em Portugal. Com a implantação de um regime democrático concedeu novas capacidades para a investigação e para o ensino. 
Texto 2 – George Stocking 
A partir do final do século XIX George Stocking, deu a conhecer duas tradições diferentes no processo de desenvolvimento da Antropologia: 
· Tradição antropológica de construção do império – com principal incidência nos EUA e em países centrais europeus, a antropologia definiu-se como uma disciplina orientada principalmente para as sociedades e culturas não-ocidentais. 
· Tradição antropológica de construção da nação – com maior ênfase em países europeus da periferia ou semiperiferia, a antropologia focou-se fundamentalmente no estudo da tradição camponesa nacional ligados à construção da identidade nacional. 
Em Portugal, muito embora a existência de um império e não exista nenhum problema semelhante aos países europeus, mas foi como antropologia de construção da nação que a antropologia se revelou quer cultural e intelectualmente a partir das décadas de 1870 e 1880. 
Durante quase um século (1870 a 1970) a antropologia portuguesa não teve apenas na cultura popular o seu objetivo principal de pesquisa, mas também preocupações pelo tema da identidade nacional portuguesa. 
Contextos, protagonistas e instituições 
1º 	A 1ª grande fase de desenvolvimento da antropologia em Portugal (entre 1870 e 1880), assiste-se à emergência da antropologia portuguesa como campo disciplinar autónomo. Destacaram-se Adolfo Coelho (1847-1919) e Teófilo Braga (1843-1924), mas com papel também importante no trabalho pioneiro de Consiglieri Pedroso (1851-1910) e Leite de Vasconcelos (18581941). Os autores Adolfo Coelho e Teófilo Braga desenvolveram um papel importante, “Conferências do Casino de 1871”, destacaram-se pela regeneração da vida intelectual portuguesa. Este foi sem dúvida um momento de viragem na cultura e na ciência portuguesas do século XIX. Anteriormente existiam outras formas de distinguir a antropologia, tais como: Etnografia, folclore, etnologia, demótica, mitologia, mitografia e tradições populares. As décadas iniciais são vistas como uma grande vontade de atualização internacional da antropologia portuguesa e também de grande visibilidade desta na cena intelectual e cultural interna. Surgem então as primeiras revistas especificamente etnográficas e/ou antropológicas, como a revista de Etnologia e Glotologia, dirigida por Adolfo Coelho, ou o Anuário para o estudo das Tradições Populares Portuguesas, este editado por Leite de Vasconcelos, contudo de pouca duração. 
 
2º 	O 2º grande período de desenvolvimento da antropologia portuguesa surge entre 1890 e 1902 e corresponde à viragem do século, um evento importante foi o Ultimatum e na sua sequência da entrada da fase inicial da crise da monarquia. Os principais autores desta fase antropológica, são Rocha Peixoto (1868-1909) e Adolfo Coelho, este já existente nas décadas de 1870 e 1880. Teófilo Braga, Consiglieri Pedroso e Leite de Vasconcelos afastam-se do domínio antropológico , na procura de outros interesses. Começam a existir um grande número de revistas etnográficas e antropológicas portuguesas, como exemplo a Portugália (de Rosa Peixoto) e a Revista Lusitana (de Leite de Vasconcelos). Neste período surgem também as primeiras entradas museológicas da etnografia e antropologia portuguesas. Entretanto a antropologia perde alguma visibilidade na vida cultural e cientifica portuguesa que possuía nas décadas de 1870 e 1880. 
 
3º 	O 3º grande período do desenvolvimento da antropologia portuguesa desenvolve-se ao longo das décadas de 1910 e a1920. Aqui as principais figuras, são elas: Vergílio Ferreira (18881944); D. Sebastião Pessanha (1892-1975); Luís Chaves (1889-1975) e Augusto César Pires de Lima 
(1888-1959). Depois de quase 2 décadas dedicado à dialetologia e sobretudo à arqueologia, Leite de Vasconcelos regressa à investigação etnográfica, com a edição de ensaios inseridos na série Estudos de Etnografia Comparativa e com a publicação do Boletim de Etnografia. Entretanto a etnografia portuguesa recupera, alguma da visibilidade perdidas nos anos de viragem do século. Os etnógrafos tem uma presença fundamental nas revistas culturais mais importantes da época. 
 
 
4º 	Por último, um 4º período no desenvolvimento da antropologia portuguesa, desenrola-se da década de 1930 até aos anos 1970 e que coincide com o Estado Novo, surgem nesta fase um maior número de atores, que distribuímos por 3 grupos, constituídos: 
1. Etnógrafos ligados ao Estado Novo, em que a política de espírito deu grande importância à etnografia e ao folclore (exemplos: exposições, espetáculos, edições e iniciativas, como o Concurso da Aldeia Mais Portuguesa de Portugal; criação do Museu de Arte Popular e organismos de coordenação das Casas do Povo). A etnografia e o folclore foram então fundamentais no enquadramento político-ideológico das populações rurais, estimulando assim o aparecimento de museus e revistas de natureza etnográfica 
2. Etnógrafos ligados a contornos académicos, surgem figuras a realçar: 
· Leite de Vasconcelos – depois do seu regresso à etnografia, iniciou a partir de 1930 a publicação da sua Etnografia Portuguesa (1933, 1936, 1942), mais tarde interrompida pela sua morte; 
· Herculano de Carvalho – autor de uma monografia sobre sistemas tradicionais de debulha; 
· Jorge Dias (1907-1973) a figura principal da antropologia portuguesa de perfil académico nos anos 1930 a 1970 – formou uma equipa com a qual a antropologia portuguesa recupera alguma da atualização teórica e inserção internacional perdida nas décadas da I República, projetou de forma importante a antropologia portuguesa no plano intelectual e científico. A projeção do seu trabalho e da sua equipa, ficou a dever-se a duas razões: a capacidade de alargar as suas pesquisas numa rede mais alargada de discussões interdisciplinares apoiada na universidade onde se integram; articulação da sua pesquisa com os primeiros esforços da disciplina antropológica tanto a nível da investigação, como ao nivel museológico e universitário. 
3. Grupo de protagonistas importantes para a antropologia portuguesa entre 1930 e 1970, constituído por um conjunto de intelectuais ligados não de forma tão regular à etnografia e à antropologia, mas a partir de posições críticas da etnografia do Estado Novo, conseguiram entradas importantes nessas áreas. A seguir à II Guerra Mundial, o período mais marcante que esta etnografia atingiu foi no decorrer da década de 1950 e da década de 1960, beneficiando das novas condições de trabalho cultural criadas pela 
Fundação Calouste Gulbenkian. As figuras mais marcantes, foram: Michel Giaccometti (1930-1990) e Fernando Lopes da Graça (1906-1994). 
Objetos, métodos e teorias 
Ao longo do diferentes momentos que se tem vivido,o estudo tem se centrado na cultura popular portuguesa da antropologia portuguesa. A cultura popular é sempre sinónimo de ruralidade, por hábito exclui-se as cidades e as camadas populares urbanas. 
Em cada um dos períodos do desenvolvimento histórico da antropologia portuguesa, são diferentes os objetos precisos que representam a cultura popular, mas também os meios metodológicos e teóricos mobilizados para o seu estudo. 
Assim, entre 1870 e 1880, a cultura popular é vista como um universo quase formado pela literatura e pelas tradições populares. A literatura popular divide-se em três grandes géneros: o cancioneiro, o romanceiro e os contos. Quanto às tradições populares, formadas: crenças e superstições, festas cíclicas, ritos de passagem, etc. Recorrendo a diferentes teorias (mitologia comparada, escolas difusionistas pré-evolucionistas e evolucionismo), os etnólogos dos anos 1870 e 1880 contribuem uma perspetiva histórica da cultura popular. É vista não como um testemunho do passado, passado esse de caraterísticas principalmente etnogenealógicas. A literatura e as tradições populares são vistas como uma herança étnica de que o povo asseguraria a custódia, o povo é visto como um guardador de textos anonimamente criados em tempos antigos. 
Na viragem do século surge uma imagem menos textual e mais complexa da cultura popular, vinda de uma certa diversificação de objetos. Esse processo de diversificação de objetos toma primeiro conta com Adolfo Coelho. Mas é mais visível em Rocha Peixoto, no inicio da sua produção antropológica encontram-se as tradições populares, festas de São João ou o Natal. Mas temas como a arte e arquitetura popular, as tecnologias tradicionais ou o coletivismo agrário ganham a sua atenção. Do ponto de vista metodológico, existem menos contatos com o povo substitui-se na viragem do século um contato com os protagonistas da cultura popular. 
O evolucionismo torna-se a principal fonte de inspiração teórica, embora mostre alguns sinais de crise. Se para Adolfo Coelho já tinha recorrido nos anos 1880 a autores evolucionistas, no caso de Rocha Peixoto, baseia-se fundamentalmente no diálogo com a arqueologia. Em consequência do domínio do evolucionismo, continua a triunfar uma conceção historicista da cultura popular. Mas o passado que é agora valorizado é o dos estágios de evolução dos evolucionistas e não o passado étnico dominante nos anos 1870 e 1880. 
A etnografia transforma-se literalmente em etnografia artística, a conceção da cultura popular que se estabelece é a de um universo composto basicamente por objetos que devem ser vistos e apreciados. 
Em Portugal a descontinuidade política entre a I República e Estado Novo não exclui que se possam detetar importantes descontinuidades, ou seja, a cultura popular continua a ser vista durante o 
Estado Novo como sinónimo de arte popular, e a etnografia classificada como etnografia artística. 
Em resumo, o projeto antropológico de Jorge Dias, ao recuperar as preocupações etnogenealógicas que caraterizavam as décadas de 1870 e 1880, manteve intata a equação entre a cultura popular e o passado. A cultura popular portuguesa passa a ser vista como o testemunho de qualquer coisa que, condenada a médio prazo a fazer parte do passado, mas mais próximo do observador. 
Associados a objetos, métodos e teorias diferenciadas, ligados a imagens distintas da cultura popular, os diferentes momentos da antropologia portuguesa que temos vindo a passar em revista, articulam-se não apenas com diferenças formas de pensar o país, mas também com modalidades distintas de construção de identidade nacional. 
Portugal deixa de ser visto como o resultado de um conjunto de acontecimentos políticos e militares mais ou menos recentes, para passar a ser visto como produto de longínquas originalidades étnicas, mais fortes e poderosas, identificáveis através da persistência da literatura e das tradições populares. 
A viragem do século é marcada, como já vimos, por um acontecimento político maior : o Ultimatum. Este suscitou duas reações contraditórias: por um lado uma confusão nacionalista que deu origem à chamada geração de 90 – em particular nos domínios como a literatura, a arte ou a arquitetura; por outro lado desenvolveu-se uma reação mais negativa, baseada na descrença em relação à viabilidade de Portugal como nação. 
A etnografia é caraterizada por textos curtos, com muitas imagens, a etnografia dos anos 1910 e 
1920 limita-se a pontuar esses textos e a legendar essas imagens confirmações sobre o carácter “autenticamente português”, “carateristicamente nosso”, “verdadeiramente tradicional” das tradições e objetos estudados. 
Entre as décadas de 1930 e 1970, a etnografia do Estado Novo prolonga as linhas centrais da etnografia da I República. 
Etnografias Contemporâneas 
Texto 3 - A Etnografia Portuguesa a partir de 1965 – José Cutileiro 
José Cutileiro é o antropólogo português mais conhecido e mais citado internacionalmente. Deve-se a 2 razões: 
1º porque a versão inicial da sua tese foi publicada em língua inglesa; 
2º porque este antropólogo integrou a chamada corrente mediterrânia, orientação que marcou a Antropologia Europeia desde finais da década de 60 do século passado até aos nossos dias. 
➢ Livro: Ricos e Pobres no Alentejo – Uma Sociedade Rural Portuguesa 
É um livro de referência para a compreensão da sociedade rural alentejana da primeira metade do século XX, em relação à hierarquia social resultante da posse da terra, aos mecanismos políticos do Estado Novo, às relações familiares, aos grupos sociais, ao patrocinato e às desigualdades sociais. Na sua etnografia, o autor aborda a problemática do “sistema da posse da terra, baseado numa agricultura latifundiária extensiva a na respetiva estratificação social”. 
O objetivo geral da obra: “Ao estudar pormenorizadamente a estrutura social de meia dúzia de aldeias com menos de 2000 habitantes, esperou-se contribuir para um conhecimento mais rigoroso do Alentejo. E em muitos temas o leitor reconhecerá caraterísticas que transcendem o Alentejo e encontram, na sociedade portuguesa contemporânea” (Cutileiro 1977). 
1º parte, o autor analisa historicamente o nascer do atual regime de posse da terra, caraterizando a base agrícola da povoação. A terra torna-se, como um barómetro para, com eficácia e realismo, medir a própria sociedade. Analisa também as crises e conflitualidades, manifestas e latentes, na ordem socioeconómica vigente. Abordando os conflitos entre grupos sociais, desde os já existentes até à presente época. 
2º parte está relacionada com o tema “Família, Parentesco e Vizinhança”. Carateriza as relações conjugais entre marido e mulher, analisando também o papel das relações entre pais e filhos, o papel das crianças no seio familiar e o tipo de relações de géneros estabelecidas no seio familiar nuclear. 
3º parte, o autor carateriza os organismos corporativos, a “Casa do Povo”(na freguesia) e o “Grémio da Lavoura” (no concelho). Fazem parte da estrutura política também os organismos de regulação de ordem, de aplicação das leis e de cobrança dos impostos, o autor finaliza a caraterização da estrutura política incluindo o exercício do poder e controle políticos. 
4º parte “O Patrocinato” é o objeto da obra. Carateriza os conceitos de patrocinato e parentesco espiritual, caraterizando as amizades políticas e pessoais, as dinâmicas evolutivas do paternalismo ao corporativismo, e a relação entre patrocinato e controle social. 
5º e última parte – “A Religião”, a comunidade em análise é caraterizada nas suas relações com o sobrenatural e a esfera religiosa. 
José Cutileiro realizou o seu trabalho de campo em meados da década de 60 numa zona rural do distrito de Évora. Estudou uma sociedade predominantemente analfabeta, mas também pela superstição e pela miséria, cujas reivindicações políticas eram reprimidas.. 
 
 
 
Bons estudos!! 
😊 
	1 
 	Downloaded by Maria Manuela Moreira (mariamanuela.moreira@gmail.com)NÁDIA RODRIGUES 
 1700723 
	2 
NÁDIA RODRIGUES 1700723Downloaded by Maria Manuela Moreira (mariamanuela.moreira@gmail.com)
	1 
 	Downloaded by Maria Manuela Moreira (mariamanuela.moreira@gmail.com)NÁDIA RODRIGUES 
 1700723

Continue navegando