Economia Solidária - Isac

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Economia Solidária: princípios básicos e os desafios de implementação no Brasil
Isac Rodrigues Pereira
	Sendo uma busca teórica e prática de formas alternativas de se engajar na economia baseadas na solidariedade e no trabalho, a economia solidária, em seu principal fundamento afirma que a introdução de níveis quantitativa e qualitativamente superiores de solidariedade nas atividades econômicas, organizações e instituições, englobando negócios, mercados e políticas públicas, aumenta a eficiência micro e macroeconômica, além de gerar uma gama de benefícios sociais e culturais que contribuem para o desenvolvimento de toda a sociedade.
	A economia solidária é uma resposta atualizada e realista aos problemas mais represadores do nosso tempo: A pobreza, a exclusão e a marginalização; o desemprego e a insegurança no emprego; as enormes e crescentes injustiças e desigualdades sociais desencadeadas pelo sistema económico predominante; e os danos ao meio ambiente e ao equilíbrio ecológico.
	Propõe também, a economia solidária, um novo tipo de desenvolvimento econômico: alternativo, inclusivo, sustentável e numa escala humana, com ênfase em questões e necessidades locais. Esse novo tipo de desenvolvimento econômico pressupõe também a existência de um novo tipo de economia, que pode ser totalmente baseada em princípios de solidariedade, ou, de forma mais modesta, pode permitir que a economia solidária seja apenas um fator contribuinte para o novo quadro econômico.
	No Brasil a economia solidária vem crescendo gradativamente desde a década de 1980. Projetos sem fins lucrativos e autogeridos são uma marca indelével da economia solidária brasileira, e um fator que contribui para o crescente número de iniciativas observadas nos últimos anos é a crise estrutural que atingiu o mercado de trabalho brasileiro. Outro motivo importante é a mobilização dos movimentos sociais, sindicatos e entidades cidadãs, compromissadas em estabelecer e fomentar práticas de ajuda mútua e cooperação econômica.