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07/02/2023 20:08 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 1/3 FOCO NO MERCADO DE TRABALHO PRÁTICAS NA AVALIAÇÃO DE PLAQUETAS E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Diego Fernandes Alarcon Imprimir SEM MEDO DE ERRAR Ainda que o desenvolvimento tecnológico tenha surgido pra facilitar nossas vidas, em um ambiente de laboratório, o emprego das técnicas manuais ainda é muito útil e importante. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:08 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 2/3 Na nossa situação-problema, temos um caso de leucocitose e trombocitopenia, alterações identi�cadas pela utilização de maquinário automatizado. A dúvida de seu colega é sobre a pertinência do emprego de técnicas manuais, uma vez que já existem equipamentos modernos que obtêm resultados em minutos. Na situação hipotética apresentada, o emprego da técnica manual de contagem e/ou avaliação morfológica das células têm como propósito con�rmar os resultados obtidos ou adicionar informações úteis que possam auxiliar na identi�cação de possíveis equívocos na leitura realizada de forma autônoma. Imagine que, ao analisar a lâmina de esfregaço (conforme proposto na situação-problema), fosse constatado que a contagem baixa de plaquetas e alta de leucócitos aconteceu devido à presença de plaquetas gigantes, as quais, no exame automatizado, foram contadas erroneamente como leucócitos, demonstrando uma leucocitose e trombocitopenia não existentes de fato. Isso evidencia que as técnicas manuais aplicadas em laboratório são importantes para con�rmar, ou não, o que os equipamentos identi�cam. AVANÇANDO NA PRÁTICA TROMBOCITOSE EXAGERADA Um paciente do sexo masculino, 72 anos, procura os serviços do laboratório onde você trabalha com solicitação médica para realização de hemograma completo. Em conversa com o paciente, ele relata que ultimamente tem sentido fraqueza, tonturas, cefaleia, prurido generalizado, além de confusão mental. O resultado do hemograma demonstra anemia e leucocitose discretas, e plaquetose com valor superior a 800.000 plaquetas por mm . Muito preocupado, ele questiona se você pode ajudá-lo a esclarecer o que pode estar acontecendo. Será que você consegue identi�car a causa das alterações identi�cadas no exame? 3 RESOLUÇÃO O aumento do número de plaquetas no sangue é denominado trombocitose ou plaquetose e pode ocorrer em situações como infecções virais, processos in�amatórios, de�ciências nutricionais ou em doenças mieloproliferativas, 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:08 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 3/3 como, por exemplo, a trombocitemia essencial, doença caracterizada pelo aumento expressivo de plaquetas no sangue devido à proliferação clonal de megacariócitos na medula óssea. É uma condição que aparece com mais frequência em idosos de ambos os sexos e tem sua sintomatologia ligada a fenômenos tromboembólicos. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 1/16 NÃO PODE FALTAR PRÁTICAS NA AVALIAÇÃO DE PLAQUETAS E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Diego Fernandes Alarcon Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Caro aluno, En�m chegamos à última seção do livro de Hematologia. Aprendemos muitas coisas até aqui não é mesmo? Nesta seção, aprofundaremos um pouco mais nosso conhecimento sobre as plaquetas e o processo de coagulação. Como vimos nas seções anteriores, as plaquetas são fragmentos citoplasmáticos de células denominadas megacariócitos, que se encontram, em sua maioria, na medula Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 2/16 óssea. Sabemos que, em situações normais, quando sofremos pequenos ferimentos, nosso organismo age rápido e impede o sangramento contínuo, criando um tampão e�caz, estimulando a reparação do ferimento e recobrando, com o tempo, as características originais da área lesionada. São vários elementos que atuam nesse processo, e, sem dúvida, um dos mais importantes são as plaquetas. Elas cumprem o papel inicial de estancamento do sangramento, ativando-se, mudando de forma e desencadeando uma série de respostas para potencializar o processo de coagulação. Vamos aprender quais são as características destas estruturas quando observadas ao microscópio ótico. Sabendo que são estruturas importantes, o que acontece quando temos plaquetas a menos ou a mais? Quais os efeitos disso? Como fazemos para contar essas estruturas tão pequeninas? Vamos aprender sobre isso também! Atualmente, estamos rodeados de inovações e tecnologias criadas para nos auxiliar na rotina diária, como os eletrodomésticos modernos, aparelhos celulares que permitem a comunicação remota com pessoas, veículos modernos e muito mais. No ambiente de trabalho, existem com tecnologias impressionantes que nos deixam, literalmente, “de boca aberta”. Essas inovações têm como principal objetivo otimizar nosso trabalho, melhorando o custo-benefício. No laboratório de análises clínicas, não é diferente. Coisas novas sempre surgirão para nos surpreender. Por isso, precisamos sempre estar atentos às novidades. Você trabalha em um laboratório de análises clinicas e, atendendo a uma solicitação de hemograma completo, realiza os exames. Ao analisar os resultados, constatou leucocitose e trombocitopenia. Como o exame foi realizado totalmente de forma automatizada, você solicitou a um técnico a realização de um esfregaço sanguíneo para análise e con�rmação dos dados. O pro�ssional lhe questionou a razão para aplicar uma técnica manual ao invés de um novo teste nos aparelhos do laboratório. Se existe tanta tecnologia, por que ainda precisamos das técnicas manuais? Como você responderia a esta dúvida? O conhecimento faz toda diferença. Por isso, tenha foco no aprendizado. Sucesso e bons estudos! 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 3/16 CONCEITO-CHAVE As Plaquetas, também chamadas de trombócitos, são estruturas pequenas e em formato discoide, com diâmetro que varia entre 1,5 e 3 µm, espessura de aproximadamente 1,0 µm e volume em torno de 7,0 fL (fentolitros). No sangue periférico, em condições normais, temos de 140.000 a 400.000 plaquetas por mm . A formação das plaquetas acontece a partir da fragmentação citoplasmática do megacariócito, e é por isso que as plaquetas não são células, mas fragmentos de células especializados na prevenção contra hemorragias. A sobrevida no sangue circulante é de 9 a 10 dias. Figura 4.4 | Células precursoras, megacariócito e plaquetas Fonte: Melo et al. (2011, p. 13). Ao microscópio ótico, as plaquetas apresentam-se esféricas e com �nos grânulos azuró�los (α-grânulos) distribuídos no citoplasma. Em amostras de sangue com EDTA (ácido etilenodiaminotetracético), as plaquetas tendem a permanecerem separadas umas das outras, já em amostras coletadas na ausência de anticoagulantes, as plaquetasmostram uma tendencia de agregação. Figura 4.5 | Algumas plaquetas indicadas pelas setas pretas em lâmina de esfregaço sanguíneo 3 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 4/16 Fonte: Wikimedia Commons. As plaquetas têm como principal função a formação do tampão mecânico durante a resposta hemostática normal à lesão vascular. A ausência ou diminuição das plaquetas (trombocitopenia) impede a resposta automática, o que acarreta sangramentos e processos hemorrágicos severos. Já o aumento no número normal de plaquetas (trombocitose) está associado a tromboses e embolias, e pode ocorrer em processos in�amatórios, de�ciência de ferro e doenças mieloproliferativas crônicas, como a trombocitemia essencial (TE), doença caracterizada pela presença massiva de trombocitose (1.000.000/mm3 ou mais), acometendo sobretudo idosos de ambos os sexos. PESQUISE MAIS O número natural de plaquetas no sangue circulante pode ser alterado através de processos �siológicos, como no caso da menstruação, por exemplo. Leia a matéria Menstruação reduz plaquetas no sangue, publicada em 2003 na revista Pesquisa FAPESP, e conheça um pouco mais sobre o assunto (link disponível na bibliogra�a da seção). 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 5/16 SAIBA MAIS Púrpuras Plaquetárias Púrpuras são doenças plaquetárias caracterizadas por sangramentos mucocutâneos ocasionados por problemas nos vasos sanguíneos e por dé�cit plaquetário, funcional ou numérico. O sangramento é evidenciado pelo aparecimento de petéquias, equimoses, epistaxes (sangramento nasal), gengivorragias, sangramento no trato gastrintestinal e no sistema nervoso central, geralmente com história familiar negativa. CONTAGEM DE PLAQUETAS Antigamente, a contagem de plaquetas era realizada através da microscopia óptica ou de contraste de fases, e sua aplicação restringia-se às situações de óbvia necessidade clínica. Atualmente, a contagem de plaquetas e outras determinações são feitas em minutos, com o uso de instrumentos automatizados ou semiautomatizados, com modi�cações das técnicas manuais ou com tecnologia completamente nova. Graças ao desenvolvimento da tecnologia na área de análises clínicas, hoje existem equipamentos que, quando devidamente calibrados, obtêm resultados precisos e con�áveis. Isso otimiza o trabalho dos laboratórios de análises clínicas, pois permite a análise de inúmeras amostras em um curto intervalo de tempo sem prejuízo à qualidade do serviço prestado. Existem, hoje, diversos modelos de analisadores hematológicos, com variações entre a metodologia aplicada na contagem e análise dos componentes do sangue. Contudo, os principais métodos utilizados são a impedância eletrônica e a análise ótica, técnicas que podem estar associadas em alguns aparelhos. A contagem através da impedância eletrônica identi�ca as plaquetas pelo tamanho, fazendo uma análise dimensional das estruturas. Todos os componentes da amostra passam por um orifício aberto, alteram a corrente elétrica e emitem 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 6/16 um pulso elétrico proporcional ao volume da estrutura, permitindo, assim, a distinção dos tipos especí�cos de células analisados. A quantidade de pulsos emitidos é equivalente ao número de células contadas. A técnica de contagem a partir da análise ótica é realizada através da medição simultânea de dispersão de luz em dois ângulos diferentes. A dispersão de luz é ampli�cada 30 vezes para baixos ângulos e 12 vezes para altos ângulos. O tamanho da célula refere-se ao baixo ângulo e a densidade ao ângulo alto. Nesse tipo de equipamento, as plaquetas apresentam volume entre 0 e 30 fL (fentolitro). Através dos analisadores hematológicos, é possível, portanto, obter dados referentes ao número de plaquetas, o volume plaquetário médio (VPM), o cálculo de variação do tamanho das plaquetas (PDW) e o cálculo da massa plaquetária (plaquetócrito-PCT). Existe, ainda, a contagem através da �uorescência ótica. Neste tipo de medição, o conteúdo de RNA das células reticuladas, os grânulos e a membrana das plaquetas são marcados através do �uorocromo polimetina, produzindo �uorescência ao passar pelo laser. A vantagem, nesse caso, é a avaliação simultânea de reticulócitos, eritrócitos e plaquetas, distinguindo-as adequadamente. Somado a isso, a técnica permite incluir, na contagem plaquetária, as macroplaquetas e plaquetas gigantes. O uso desses equipamentos permite um aproveitamento melhor do tempo no ambiente laboratorial, associando agilidade com uma boa relação custo-benefício. Mesmo com o avanço da tecnologia na rotina laboratorial, as técnicas manuais de contagem permanecem úteis, sendo bem aplicadas como métodos de referência, bem como na investigação de amostras de sangue que apresentam resultados anômalos quando analisadas pelos métodos automatizados. Para contagem de plaquetas através dos métodos manuais, objetivando garantir resultados precisos e reprodutíveis, alguns cuidados devem ser adotados devido às propriedades intrínsecas das plaquetas (alta capacidade de adesão e agregação e 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 7/16 fácil desintegração). Todo material utilizado deve ser de plástico ou siliconado, exceto a câmara de Neubauer. Além disso, o anticoagulante mais bem aplicado é o EDTA (ácido etilenodiaminotetracético). Na contagem manual de plaquetas, podemos aplicar métodos diretos e indiretos. Conheceremos um pouco de cada um deles. REFLITA Atualmente, a rotina em um laboratório está diretamente relacionada ao uso de equipamentos eletrônicos que permitem a execução de diversas análises em um menor tempo, otimizando a atuação do pro�ssional. Mas será que as técnicas manuais de análises podem ser dispensadas? Qual a utilidade em mantê-las na rotina laboratorial? As técnicas manuais são importantes, pois adicionam informações úteis aos resultados obtidos de forma automatizada. Além disso, as técnicas manuais, como a contagem manual de plaquetas, permite a investigação de alterações morfológicas nas plaquetas que podem distorcer os resultados obtidos pelos equipamentos autônomos. Métodos diretos A amostra deve ser diluída apropriadamente, e a contagem das plaquetas é realizada utilizando-se a câmara de Neubauer ou aparelho eletrônico. Como recursos técnicos utilizáveis na contagem direta das plaquetas, temos a microscopia de contraste de fase, microscopia óptica comum e a contagem eletrônica. Para diluição da amostra, podemos utilizar os diluentes de Rees-Ecker, de Feissly, de Lutin modi�cado, entre outros. A técnica de Rees-Ecker consiste na diluição do sangue com o líquido diluidor de Rees-Ecker na proporção de 1/200 (20 µL de sangue + 4 mL do diluente). O conteúdo deve ser agitado por 15 minutos, preferencialmente utilizando agitador mecânico. Na sequência, preencher a câmara de contagem e observá-la ao 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 8/16 microscópio. A contagem das plaquetas é realizada utilizando o reticulocentral, que equivale a 1 mm². Na execução desta técnica as plaquetas são visualizadas coradas em azul e refringentes. Na técnica de Brecher, a diluição é feita também na proporção de 1/200, utilizando o líquido de Brecher. Após diluição, preencher a câmara de Neubauer e contar as plaquetas após 3 minutos. A contagem também deve ser feita utilizando o reticulo central da câmara de contagem. O cálculo do número de plaquetas é realizado multiplicando o total de plaquetas contadas por 2.000, obtendo-se, assim, o número de plaquetas por milímetro cúbico de sangue. Os métodos indiretos são aqueles nos quais a contagem das plaquetas acontece a partir de um esfregaço sanguíneo, e a contagem é calculada mediante proporcionalidade em relação aos eritrócitos por mm³ de sangue. Figura 4.6 | Câmara de Neubauer Fonte: Melo et al. (2011, p. 46). Métodos Indiretos Nos métodos indiretos, as plaquetas são contadas em uma extensão sanguínea (esfregaço) e, posteriormente, relacionadas ao número de eritrócitos por mm de sangue. 3 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 9/16 Para exempli�car um método indireto, vamos conhecer o método de Fônio. O sangue deve ser colhido com tubo EDTA. Depois, fazer a técnica de extensão sanguínea em lâmina e realizar coloração do modo habitual. Contar 1000 eritrócitos no aumento de 100x e contar as plaquetas visualizadas durante o processo. Para execução do cálculo, é preciso ter o valor estimado de eritrócitos por milímetro cúbico de sangue (contagem global). O cálculo deve ser feito da seguinte forma: número de plaquetas contadas X número total de eritrócitos (contagem global) dividido por 1000. Figura 4.7 | Fórmula Método de Fônio adaptado Fonte: Silva et al. (2015, p. 340). ASSIMILE Em uma lâmina de esfregaço sanguíneo, podem ser observadas plaquetas grandes, que possuem diâmetro acima de 4 μm. Elas são chamadas de macroplaquetas ou macrotrombócitos. Existem, ainda, as plaquetas gigantes, fragmentos de células excepcionalmente grandes, as vezes apresentando diâmetro próximo ou até maior aos de eritrócitos ou linfócitos. Mas não são apenas as plaquetas que podem nos apontar informações relevantes quanto a problemas associados a coagulação sanguínea. Como vimos na seção anterior, a capacidade de coagulação sanguínea de um indivíduo pode ser avaliada através do coagulograma, exame composto por testes que avaliam as plaquetas, os fatores de coagulação e a interação entre eles. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 10/16 Vamos conhecer um pouco mais sobre a interpretação clínica de dois deles, o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) e o tempo de atividade de protombina (TAP). O TTPa avalia o tempo de formação do coágulo após a adição de tromboplastina, fosfolipídios e cálcio ao plasma. Ele tem a �nalidade de avaliar a integridade das vias intrínseca (pré-calicreína, cininogênio de alto peso molecular e fatores XII, XI, IX, VIII) e comum (fatores V, X, protrombina e �brinogênio), e os valores normais vão de 30 a 40 segundos. A avaliação do TTPa é importante na triagem do pré- operatório de pacientes do sexo masculino quando existe suspeita de hemo�lia. Em aproximadamente 98% dos casos de hemo�lia, o TTPa encontra-se prolongado, isto é, observado também em boa parte das demais coagulopatias, exceto nas de�ciências dos fatores VII e XIII. Em síndromes hemorrágicas sem diagnostico preciso, a avaliação do TTPa deve ser realizada junto com TAP. O TTPa também se mostra alterado quando está na presença de inibidores da coagulação e de anticoagulantes, assim como nas dis�brinogenias, na insu�ciência hepática e na CIVD. O TAP/INR tem como objetivo medir o tempo de formação do coágulo após a adição de tromboplastina tecidual e cálcio ao plasma. Sua �nalidade é avaliar a integridade da via extrínseca da coagulação, prolongando-se nas de�ciências seletivas ou conjuntas dos fatores II, V, VII, X e �brinogênio. O TAP é importante também na avaliação de coagulopatias secundárias durante o tratamento com dicumarínicos e na suspeita de carência de vitamina K, visto que os fatores II, VII e X são vitamina K dependentes. Em pacientes que usam medicação anticoagulante via oral, deve-se aguardar no mínimo uma semana após o início do uso da medicação para que o TAP atinja níveis adequados. Nos pacientes que tiveram suspensão da medicação anticoagulante, deve-se aguardar também uma semana para retorno dos níveis normais. A administração de vitamina K acelera a volta dos níveis normais. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 11/16 Devido à grande variação entre os reagentes utilizados na obtenção do TAP ao redor do mundo, houve a necessidade de uniformizar os valores e, desta forma, permitir o acompanhamento adequado dos pacientes que utilizam anticoagulante oral. Assim, a Relação Normatizada Internacional (INR ou RNI) foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A INR é calculada através da média do valor normal de um TAP, de�nida mediante valores de TAP normais colhidos em laboratório padronizado e do índice internacional de sensibilidade (IIS), especí�co de cada reagente utilizado e devidamente informados pelos fabricantes. Valores normais de TAP são os que se enquadram entre 10 e 14 segundos, e valores normais de INR são os que se mantêm entre 2,0 e 3,0. Quanto maior o valor de INR, maior o risco de sangramentos. O TTPa e o TAP são úteis no diagnóstico diferencial das coagulopatias. Em situações em que ambos estão aumentados, o defeito da via de coagulação está associado aos fatores X, V e II; ou a alteração de ambos pode estar associada à presença de inibidores de coagulação, como a heparina ou a anti-trombina. Se apenas o TTPa está prolongado, a de�ciência está associada às etapas iniciais da via intrínseca, os fatores XII, XI, IX ou VIII; se apenas o TAP está prolongado, a de�ciência está relacionada aos fatores II ou VII, sendo rara a de�ciência dos fatores V e X. Quadro 4.1 | Alterações do TTPa e do TP no diagnóstico diferencial das coagulopatias TTPa Prolongado TAP Prolongado TTPa e TAP prolongados De�ciência dos fatores: De�ciência dos fatores: De�ciência dos fatores: XII (fator Hageman ou contato) II (Protrombina) X (fator Stuart-Power) 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 12/16 TTPa Prolongado TAP Prolongado TTPa e TAP prolongados XI (antecedente tromboplástico do plasma – PTA) VII (Proconvertina) V (Proacelerina) IX (fator Christmas, componente tromboplástico do plasma – PTC) V (Proacelerina) II (Protrombina) VIII (globulina anti- hemofílica A) X (fator Stuart-Power) Fonte: adaptado de Lorenzi (2006, p. 503). O prolongamento do TAP pode, portanto, ocorrer devido à: Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD). De�ciência associada aos fatores da via extrínseca, �brinogênio ou protrombina. Ação da varfarina. Já as condições que podem provocar um prolongamento do TTPa são: De�ciência de fatores da via intrínseca, protrombina ou �brinogênio. Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD). Doença de Von Willebrand. Uso de heparina. EXEMPLIFICANDO 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592…13/16 Quando avaliamos a capacidade de coagulação de um paciente, as plaquetas, o TTPa e o TAP podem nos trazer informações relevantes, principalmente quando examinamos as relações entre elas. Suponha que um paciente com sangramento apresente valores de TTPa e TAP prolongados e os trombócitos diminuídos (trombocitopenia). O exame de TTPa avalia a via intrínseca da coagulação; o TAP, a via extrínseca; e as plaquetas têm relação direta com a resposta inicial da via comum. A combinação dessas três alterações pode indicar como causa a Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD). Trata-se de uma síndrome na qual ocorre a ativação e consumo dos fatores de coagulação, causando trombose de pequenos e médios vasos, podendo gerar disfunção orgânica e sangramentos. Obviamente, os dados obtidos nas análises laboratoriais devem ser avaliados pelo médico e associados ao observado na anamnese do paciente. Baseados no que aprendemos até aqui, podemos dizer que TTPa e TPA são exames que se completam. A informação que os dois exames nos fornecem auxiliam a identi�car se os problemas da coagulação estão relacionados à via comum, intrínseca, extrínseca ou a ambas. Se apenas o TAP apresentar alterações, o problema encontra-se na via extrínseca; se a alteração for observada no TTPa, a via afetada é a intrínseca; se ambos apresentarem alterações, contudo, as duas vias podem estar afetadas ou há alguma condição associada à via comum de coagulação. Com essas informações, podemos direcionar as investigações complementares, permitindo, assim, o diagnóstico preciso e a adoção de medidas de tratamento adequadas. FAÇA VALER A PENA Questão 1 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 14/16 No mecanismo hemostático, as plaquetas atuam tanto na hemostasia primária (adesão, agregação e secreção) quanto na hemostasia secundária, fornecendo fosfolípides de membrana para uma maior ativação dos fatores de coagulação. Alterações de função ou do número de plaquetas causam desequilíbrio nas fases iniciais do sistema hemostático. Assinale a alternativa que identi�ca corretamente a terminologia aplicada para a diminuição do número de plaquetas no sangue circulante. a. Trombocitose. b. Trombocitemia. c. Trombocitopenia. d. Megacariocitose. e. Cariocitopenia. Questão 2 Os testes de triagem fornecem avaliação dos sistemas “extrínseco” e “intrínseco” da coagulação do sangue e da conversão central de �brinogênio em �brina. O tempo de atividade de protrombina (TAP) avalia a via extrínseca da coagulação. Assinale a alternativa que identi�ca corretamente os fatores de coagulação avaliados pelo TAP. a. Fatores II, VI, VIII, X e tromboplastina. b. Fatores II, V, VII, XIII e fator tissular. c. Fatores II, V, VIII, XII e �brinogênio. d. Fatores II, V, VII, X e �brinogênio. e. Fatores III, VI, VII, XII e fator tissular. Questão 3 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 15/16 REFERÊNCIAS BAIN, B. J. Células Sanguíneas: Um guia prático. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2TihWvt. Acesso em: 3 jun. 2021. CHAUFFAILLE, M. L. (Org.). Diagnósticos em Hematologia. 2. ed. Barueri: Manole, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3w62JuW. Acesso em: 2 jun. 2021. FAILACE, R.; FERNANDES, F. Hemograma: manual de interpretação. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3qwVivq. Acesso em: 1 jun. 2021. GONÇALVES, T. C. Análise comparativa das metodologias de contagem manual e automatizada de plaquetas em plaquetopenias. 2019. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2019. Disponível em: https://bit.ly/2UHKRcE. Acesso em: 27 jun. 2021. As doenças hemorrágicas podem ter natureza hereditária ou adquirida. Quando adquiridas, é preciso relacionar as causas hematológicas ou secundárias a outras condições sistêmicas. Para o diagnóstico e o tratamento adequados dessas doenças, é fundamental a realização de anamnese detalhada e de testes laboratoriais de triagem. Em relação aos testes de triagem, está correto o que se a�rma em: a. O TTPa mede o tempo de dissolução do coágulo após a adição de plasmina, fosfolipídios e cálcio ao plasma. b. O TAP/INR mede o tempo de dissolução do coágulo após a adição de tromboplastina tecidual, vitamina K e ferro ao sangue do paciente. c. O TAP se destina à avaliação da integridade das vias intrínseca, que são representados pelos fatores V, X, protrombina e �brinogênio. d. A avaliação dos testes de triagem deve ser realizada de maneira isolada. Desta forma, é possível identi�car precisamente o fator de coagulação afetado. e. O TTPa avalia as vias intrínseca (pré-calicreína, cininogênio de alto peso molecular e fatores XII, XI, IX, VIII) e comum (fatores V, X, protrombina e �brinogênio). 0 V e r a n o ta çõ e s https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713310/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555760019/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712290/ https://teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-11022020-170730/publico/ThaianaCirqueiraGoncalves.pdf 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 16/16 HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. A. H. Fundamentos em Hematologia de Ho�brand. Porto Alegre: Artmed, 2017. Disponível em: https://bit.ly/361cgsA. Acesso em: 2 jun. 2021. LORENZI, T. F. Manual de Hematologia: Propedêutica e Clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 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Acesso em: 14 mar. 2021. 0 V e r a n o ta çõ e s https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714515/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-1998-8/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520995/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527736794/ https://revistapesquisa.fapesp.br/menstruacao-reduz-plaquetas-no-sangue/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029491/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712603/ 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 1/3 FOCO NO MERCADO DE TRABALHO MECANISMOS E AVALIAÇÃO CLÍNICA DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Diego Fernandes Alarcon Imprimir SEM MEDO DE ERRAR Ao analisar os dados obtidos no hemograma, percebemos que os grandes achados laboratoriais do paciente dizem respeito à parte de coagulação, o coagulograma. Temos o aumento do tempo de protrombina ativada, tempo de tromboplastina Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir estematerial? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 2/3 parcial ativada e uma diminuição na dosagem de �brinogênio, que é o fator I da coagulação, proteína vital para formação de um coágulo seguro e estável. Uma hipótese viável para o quadro apresentado nesta situação-problema é Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD). A CIVD é uma síndrome adquirida em que ocorre ativação da coagulação de forma descontrolada no espaço intravascular, causando a formação e deposição de �brina, levando a trombose e risco de processos hemorrágicos. Na maioria dos casos, ocorre inibição da �brinólise, o que causa a deposição de �brina em diferentes órgãos. A alta demanda e consumo dos fatores de coagulação e das plaquetas causa diminuição desses itens no sangue, resultando em sangramentos em diversas partes do organismo. São causas possíveis de CIVD: sepse grave, câncer, leucemia (principalmente LMA), traumas, complicações obstétricas, hemólise intravascular, uso de drogas, embolia gordurosa, alterações vasculares, acidentes com animais peçonhentos, rejeição de órgãos transplantados, entre outras. O diagnóstico é estabelecido mediante análise do hemograma com identi�cação de trombocitopenia, diminuição dos fatores de coagulação (�brinogênio), aumento nos valores de TAP, TTPA. A ocorrência de hemorragias ou tromboses isoladas não necessariamente permitem a de�nição de um diagnóstico. AVANÇANDO NA PRÁTICA HEMOFILIA: DOENÇA GENÉTICA-HEREDITÁRIA Hemo�lia é uma doença grave que afeta a coagulação sanguínea devido à produção inadequada de fatores especí�cos, prejudicando o processo de hemostasia. A hemo�lia do tipo A é caracterizada pela de�ciência do Fator VIII da coagulação. Na Hemo�lia B, há ausência do fator IX. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 3/3 A hemo�lia A ocorre com maior frequência. Ela representa cerca de 80% dos hemofílicos. Já a hemo�lia B atinge 20% dos portadores (BRASIL, 2015, p.10). As manifestações mais comuns da doença são os sangramentos articulares (hemartroses e musculares) e os hematomas, causados por qualquer tipo de trauma. A gravidade do quadro clínico é dependente da quantidade de fator circulando no plasma. É uma doença que afeta em maior proporção os indivíduos do sexo masculino. A quantidade de cromossomos da espécie humana é 46, separados em 23 pares, tanto para homens como para mulheres. Entretanto, por que será que essa doença afeta mais os homens? Você é capaz de explicar o motivo? Além disso, como é o tratamento para o hemofílico? RESOLUÇÃO A hemo�lia é uma doença genética-hereditária que acontece por uma mutação genética presente no cromossomo X. É uma doença de caráter recessivo, e, portanto, só se manifesta quando o gene encontra-se em homozigose. O cromossomo X e o Y são os responsáveis por de�nir o sexo do indivíduo (XX para mulher e XY para homens). Uma vez que o gene mutante que causa a hemo�lia está presente no cromossomo X, caso o homem herde da mãe o X com a mutação, a hemo�lia se manifesta, pois o indivíduo do sexo masculino possui apenas um cromossomo X, ou seja, ou ele é ou não é hemofílico. Nos indivíduos do sexo feminino, para que a doença se manifeste, é necessário que os dois X que compõem os cromossomos sexuais do indivíduo tenham o gene da hemo�lia, o que é bem mais difícil de acontecer. O tratamento consiste na reposição dos fatores de coagulação afetados. A pessoa com hemo�lia deve redobrar os cuidados em relação a riscos de lesões. A prática de atividades físicas deve sim ser realizada, mediante orientação médica e evitando-se esportes de maior contato. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 1/17 NÃO PODE FALTAR MECANISMOS E AVALIAÇÃO CLÍNICA DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Diego Fernandes Alarcon Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Caro aluno, Seguimos para mais uma seção em que aprenderemos um pouco mais sobre o processo de coagulação do sangue. Como já vimos, o processo de coagulação é muito importante para nós e envolve a interação de diversos componentes que estão presentes em nosso organismo. Entenderemos como isso tudo funciona. Além disso, sabemos que a coagulação só deve acontecer mediada por estímulos, Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 2/17 sob risco de prejudicar nossa �siologia caso ocorra sem motivo aparente. Para eliminar os coágulos formados e deixar o sangue �uir, existe a �brinólise, outro processo �siológico muito importante. Em relação às plaquetas, fragmentos de células denominadas megacariócitos, veremos o que são trombocitose e trombocitopenia, e em que situações podem surgir. Teremos espaço, ainda, para conhecer e aprender sobre os principais exames laboratoriais relacionados à coagulação sanguínea, tais como TTPA, TS, TC, TPA, dosagem de �brinogênio e muito mais. Será que esses parâmetros podem ajudar o pro�ssional a realizar diagnósticos e nortear tratamentos? Após um período trabalhando em um laboratório de análises clínicas de sua cidade, você consegue uma boa oportunidade de trabalho em um laboratório de um hospital de uma grande cidade, onde sua rotina de trabalho estará associada à dinâmica dos atendimentos de lá. Certo dia, chega até seu setor uma solicitação de realização de hemograma de um paciente do sexo masculino, 55 anos de idade, que procurou a emergência com quadro de hematomas generalizados. O paciente está internado, e a solicitação da equipe médica é que os resultados sejam apresentados com a maior brevidade possível para auxiliar a determinação do que pode estar afetando o paciente, e, assim, nortear os próximos passos em relação aos cuidados e tratamento. O hemograma acusou anemia normocítica e normocrômica; Plaquetas: 70.000/mm³, Tempo de Atividade de Protrombina (TAP): 25 segundos; Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA): 1 minuto e 33 segundos; e o Fibrinogênio: 58 mg/dL. Você e sua equipe têm como costume discutir alguns resultados atípicos que surgem na rotina de trabalho e aproveitam para aprender um pouco mais. Diversas possibilidades são sugeridas pelos seus colegas, mas você tem uma 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 3/17 suspeita do que pode estar acontecendo com o paciente e pretende se posicionar e justi�cá-las. Ajude seus colegas e se posicione quanto ao que você imagina estar acontecendo com esse paciente. Quanta coisa interessante não é mesmo? Então vamos logo seguir com nosso aprendizado. Bons estudos! CONCEITO-CHAVE Na última seção, nós aprendemos sobre a hemostasia e os agentes atuantes no processo. Aprofundaremos um pouco mais nosso conhecimento sobre a coagulação sanguínea e o modelo de cascata de coagulação. A coagulação sanguínea é representada pela conversão do �brinogênio, uma proteína solúvel presente no plasma, em �brina, um polímero insolúvel. A mudança acontece mediante a ação da enzima trombina. A atuação da �brina seresume em transformar o tampão plaquetário em um tampão hemostático, estável e resistente, o que só é possível quando ela forma uma rede de �bras elásticas, estabilizando o tampão plaquetário. A coagulação acontece mediante uma série de respostas químicas entre diversas proteínas que converterão pró-enzimas em enzimas. Esses componentes são chamados de fatores de coagulação. O modelo clássico da cascata de coagulação foi criado em 1964, e nele a ativação de cada fator acontece em sequência, até a formação da trombina. Os fatores são enumerados com algarismos romanos, de I a XIII, sendo que, após a ativação, os números são acompanhados de uma letra “a” minúscula (Exemplo: Fator X após ativação: Fator Xa). A numeração estabelecida para cada fator segue a ordem de sua descoberta e não a sequência de ativação. O Fator VI foi classi�cado como um novo fator, mas logo depois veri�cou-se que se tratava do fator V ativado e por isso não existe Fator VI na cascata de coagulação. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 4/17 O Fator III representa a tromboplastina, também chamada de Fator Tissular ou Fator Tecidual. O Fator IV designa o Cálcio Iônico, importante para a formação do coágulo. Tabela 4.2 | Fatores da Coagulação Número do fator Nome descritivo Forma ativa I Fibrinogênio Subunidade de �brina II Protrombina Serina-protease III Fator tecidual Receptor/cofator* V Protrombina Serina-protease VII Proconvertina** Serina-protease VIII Fator anti-hemofílico** Cofator IX Fator Christmas*** Serina-protease X Protrombina Serina-protease XI Antecedente de tromboplastina plasmática** Serina-protease XII Fator Hageman ***(contato) Serina-protease XIII Fator estabilizador da �brina Transglutaminase Pré-calicreína (fator Fletcher)*** Serina-protease 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 5/17 Número do fator Nome descritivo Forma ativa HMWK (fator Fitzgerald)*** Cofator* HMWK, quininogênio de alto peso molecular. *Ativo sem modi�cação proteolítica. **N. de T. Estes nomes descritivos estão em desuso; usam-se os números romanos, pronunciados como numerais (p. ex., fator VIII = "fator oito"). ***N. de T. Os sobrenomes são os de pacientes (ou famílias) em que as de�ciências respectivas foram descritas pela primeira vez. Fonte: Ho�brand e Moss (2018, p. 271). O modelo da cascata de coagulação é dividido didaticamente em duas vias: Intrínseca e Extrínseca. A via intrínseca refere-se à via onde todos os componentes já estão presentes no sangue; já a via extrínseca depende da presença da proteína das células do subendotélio vascular, o Fator Tecidual (TF). Tanto a via intrínseca como a extrínseca têm, como eventos comuns da coagulação, a ativação do fator X(Xa), a conversão de trombina a partir da protrombina através da atuação do fator Xa, formação de �brina através de estímulo da trombina e, por �m, a estabilização da �brina pela atuação do fator XIIIa. Pela via intrínseca, a coagulação é desencadeada a partir da ativação do fator XII, que acontece a partir do contato com superfície negativamente carregada (endotoxina ou colágeno, por exemplo). Atuam na via intrínseca ainda os fatores XI, a pré-calicreína (Fator Fletcher) e o quininogênio de alto peso molecular (HMWK ou Fator Fitzgerald). Os fatores XI e pré-calicreína precisam do HMWK para realizar a adsorção à superfície onde o fator XIIa está aderido. O fator XI é ativado a partir da interação desses fatores, e, na sequência, XIa ativa o fator IX. Os Fatores IXa e VIIa vão se associar à superfície de fosfolipídios através de íons cálcio, estimulando, assim, a ativação do fator X. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 6/17 Na via extrínseca, a coagulação acontece a partir da lesão dos tecidos com a liberação do TF, que forma um complexo com VII, com interação por íons de cálcio. Ocorre estímulo de ativação para o fator X. A partir desse momento, as vias intrínsecas e extrínsecas encontram um caminho comum, onde ocorre o surgimento da �brina através da ação da protrombina no �brinogênio. Este modelo de cascata de coagulação foi muito importante para o entendimento do processo in vitro e para as pesquisas sobre o assunto, mas diversas falhas foram observadas e os pesquisadores concluíram que a via intrínseca não possui papel �siológico verdadeiro na hemostasia. A ativação do complexo composto por TF e o fator VIIa (TF/VIIa) é o principal evento desencadeador do processo de hemostasia. Desta forma, um novo modelo de coagulação foi proposto, baseado nas células da hemostasia. O modelo possui três fases sobrepostas: Iniciação, Ampli�cação e Propagação. Iniciação O início do processo de coagulação acontece com a exposição das células que expressam o TF ao �uxo sanguíneo. O TF é exposto após lesão vascular ou mediante ativação endotelial por substâncias químicas, citocinas ou processos in�amatórios. O fator VII é ativado mediante contato com o TF, formando o complexo TF/VIIa. Este complexo ativa o fator X e IX. O fator Xa pode ativar o fator V. Caso o fator Xa seja dissociado da superfície celular, ele será inativado pela ação da antitrombina II, bem como pelo inibidor da via do fator tecidual (TFPI). O fator Xa e o fator V permanecem na superfície celular e convertem uma quantidade pequena de protrombina em trombina, que atuará na fase de ampli�cação. Ampli�cação O fator de von Willebrand (vWF), associado à glicoproteína Ia/IIa, é o responsável por intermediar a adesão das plaquetas ao colágeno subendotelial, formando ligações entre as �bras de colágeno e as plaquetas, ativando-as. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 7/17 A pequena quantidade de trombina produzida na fase de iniciação potencializa o processo de coagulação, causando a ativação de mais plaquetas, aumentando ainda mais a adesão plaquetária, bem como ativando os fatores V, VIII e IX. Após ativação, as plaquetas liberam fator V parcialmente ativado, que será completamente ativado pela trombina ou pelo fator Xa. O vWF é dissociado pela trombina, liberando fator VIIIa. As plaquetas ativadas têm agora os fatores Va, VIIIa e IXa em sua superfície. Propagação Nesta fase ocorre a formação de complexos tenases e protrombinases, que se agrupam na superfície das plaquetas ativadas. A formação do complexo tenase (fator VIIIa/IXa) acontece quando o fator IXa se move das células que expressam o TF, local de sua ativação, para se ligar aos seus receptores nas plaquetas ativadas. O complexo tenase ativa o fator X, que, juntamente com o fator Va, forma o complexo denominado protrombinase (Xa/Va). A produção de trombina é intensamente ampliada pela ação do complexo protrombinase, e, sendo a trombina a proteína incumbida de converter o �brinogênio solúvel em �brina, há uma potencialização dessa ação. A trombina é responsável também pela ativação do fator XIII, que forma o coágulo de �brina hemostático. O sistema de coagulação tem sua inibição e contenção realizada através da ação de anticoagulantes especí�cos, como o inibidor da via do fator tecidual (TFPI), proteína C, proteína S e antitrombina III. As fases de ampli�cação e propagação são controladas, principalmente, pela açãoda antitrombina III. Sob condições normais, os processos de coagulação e �brinólise encontram-se em equilíbrio dinâmico de tal maneira que acontecem simultaneamente. A coagulação interrompe a perda sanguínea, e a �brinólise retira a �brina produzida em excesso, permitindo o �uxo normal de sangue no interior do vaso recuperado. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 8/17 A proteína responsável pela quebra da rede de �brina é a Plasmina, derivada do plasminogênio. TROMBOCITOPENIA E TROMBOCITOSE As plaquetas não são células, são fragmentos celulares presentes no sangue circulante, estruturas vitais para o processo de coagulação sanguínea, pois interagem com o endotélio vascular quando estimuladas e se ativam e liberam componentes presentes em seus grânulos, aperfeiçoando, assim, o processo de coagulação. Valores plaquetários considerados normais em uma pessoa adulta, independente do gênero, variam entre 140.000 e 400.000/mm , e a sobrevida plaquetária normal é de 9 a 10 dias. No plaquetograma, o número total de plaquetas (mil/μL) pode ser realizado pelo modo manual ou automatizado, sendo o primeiro praticamente abandonado na rotina laboratorial. Quando efetuado em automação laboratorial, além da contagem de plaquetas, faz-se os parâmetros de volume plaquetário médio (VPM) e o PDW (platelets distribution width — distribuição das plaquetas por tamanho). Contudo, esses valores nem sempre são incluídos no exame de sangue – a avaliação morfológica das plaquetas também pode ser realizada, embora não sofram grandes alterações. Trombocitopenia (ou plaquetopenia) representa a contagem de plaquetas com valores abaixo dos limites de referência. Valores abaixo de 140.000/µL e até 70.000/µL, geralmente, representam trombocitopenia assintomática, uma vez que, nessas condições, as plaquetas mantêm a função hemostática. É um achado frequente e relevante no hemograma. Em situações em que a trombocitopenia não tenha causa óbvia ou previamente conhecida, o achado deve ser con�rmado com nova coleta e exame imediato, minimizando possíveis erros técnicos ou agregação in vitro. 3 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 9/17 Existem pacientes que possuem regularmente valores de plaquetas abaixo dos de referência. Nessas situações, a avaliação dos resultados anteriores é indispensável. Nas grandes hemorragias tratadas com transfusões, é comum a diminuição no número de plaquetas, visto que elas são perdidas e consumidas no sangramento. Além disso, não ocorre reposição, pois as plaquetas não estão viáveis no sangue estocado. É uma condição passageira, logo substituída por trombocitose pós- hemorrágica. Em viroses febris, a trombocitopenia pode ser observada, pois a viremia induz o sistema macrofágico a eliminar plaquetas. A esplenomegalia, independente da causa, proporciona a diminuição do número de plaquetas devido à retenção delas no baço. Normalmente, 20 a 30% das plaquetas periféricas �cam retidas no baço; na esplenomegalia, este valor pode ultrapassar os 80%. A cirrose, em geral, também causa esplenomegalia com consequente trombocitopenia. Trombocitopenia é observada na púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), síndrome urêmico-hemolítica, nas leucemias agudas, anemia aplástica, síndromes mielodisplásicas, in�ltração da medula por tumores e na necrose medular. Na quimioterapia e radioterapia antiblásticas, ela também é observada. Em doenças infecciosas graves, especialmente nos casos de septicemias, a trombocitopenia se dá em decorrência de coagulação intravascular disseminada. Na gravidez, a trombocitopenia pode se manifestar por distintas causas, podendo ser �siológica, como no terceiro trimestre da gestação, ou patológica, como na trombocitopenia gestacional, pré-eclâmpsia, síndrome HELLP, púrpura trombocitopênica, entre outras. A Púrpura Trombocitopênica Imunológica (PTI) é uma síndrome autoimune em que a trombocitopenia se deve à cobertura das plaquetas por anticorpos IgG, dirigidos contra glicoproteínas da membrana (GP IIb/IIIa e Ib/IX), destruição periférica e remoção pelo sistema macrofágico. Ela pode se manifestar na forma aguda ou crônica. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 10/17 EXEMPLIFICANDO No hemograma, a plaquetopenia é um achado relativamente frequente, mas nem sempre sua ocorrência está associada a alguma doença. Em situações em que a contagem de plaquetas esteja acima de 50.000 células/mm³ e não se tenha uma causa aparente para esta diminuição, deve-se repetir o teste para con�rmar a plaquetopenia e excluir possíveis erros laboratoriais ou agregação plaquetária in vitro. Existem pessoas que naturalmente possuem valores mais baixos de contagem plaquetária, não sendo necessário o aprofundamento na investigação. Em algumas infecções virais, ocorre a plaquetopenia transitória, sendo geralmente resolvidas de forma espontânea. De�ciências nutricionais e alcoolismo também podem causar plaquetopenia, devendo-se sempre questionar o paciente sobre o consumo de bebidas alcoólicas. Trombocitose é um fenômeno reacional. Não representa, portanto, uma doença hematológica. Nos primeiros anos de vida, a trombocitose é uma resposta a estados in�amatórios, mesmo nos mais comuns e corriqueiros. Na anemia ferropriva, comum na primeira infância, o aumento na quantidade de plaquetas também é comum. A carência de ferro pode causar trombocitose. Por isso, é importante a dosagem de ferro nas trombocitoses sem justi�cativa aparente. Nas doenças in�amatórias crônicas (principalmente intestinais), infecciosas ou reumáticas, a trombocitose geralmente é acompanhada de neutro�lia, eritrossedimentação acelerada e elevação da proteína C-reativa. Após quadro hemorrágico, o aumento no número de plaquetas ocorre poucas horas após a perda, e permanece de 2 a 3 dias, sendo notado mesmo após doação de sangue. Isso ocorre também no período pós-operatório. Entretanto, a 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 11/17 permanência da trombocitose dura de 2 a 3 semanas, dependendo da magnitude do evento. A trombocitose é também observada nos casos de esplenectomia, remoção do baço de pessoas normais. As neoplasias mieloproliferativas, principalmente a trombocitemia essencial, são causas de trombocitose primária, não reacional. Em dois tipos de síndrome mielodisplásica, pode haver trombocitose, às vezes considerável: deleção isolada de 5q (abreviadamente 5q–) e anemia refratária com sideroblastos em anel associada a trombocitose. EXAMES DE COAGULAÇÃO A interpretação dos exames tradicionais utilizados na avaliação da coagulação deve ser realizada em conjunto com os aspectos clínicos do paciente, permitindo a determinação da causa básica do sangramento anormal. Contudo, nem sempre o resultado está disponível com a urgência que o caso requer. Os principais testes básicos ou de triagem relacionados à coagulação são: tempo de atividade da protrombina (TAP), tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa), �brinogênio, tempo de coagulação (TC), tempo de sangramento (TS) e retração de coágulo. O Tempo de Atividade de Protrombina, TP ou TAP, é um teste que permite avaliar os fatores VII, X, V, II e o �brinogênio. Consistena adição de tromboplastina ao plasma descalci�cado pelo citrato. O TAP aumenta em casos de de�ciência desses fatores ou do �brinogênio. O TAP alterado é observado em pacientes que fazem uso de anticoagulantes, com doenças hepáticas e com de�ciência de vitamina K (fatores II, VII e X são Vitamina K dependentes). O valor de referência do TAP para uma pessoa saudável deve variar entre 10 e 14 segundos. Ele costuma ser expresso, também, como International Normalized Ratio (INR). ASSIMILE 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 12/17 O tempo de atividade de protrombina costuma ser expresso também como RNI (Relação Normalizada Internacional). A Organização Mundial de Saúde – OMS de�niu o uso do RNI como padrão mundial do resultado obtido no teste TAP devido ao fato de serem utilizados diferentes tipos de fator tissular no reagente de TAP. Essa padronização garante que os resultados do RNI sejam praticamente os mesmos se usados em distintos laboratórios pelo mundo todo. E o que é o RNI? Nada mais é do que o TAP corrigido a padrões mundiais. Para permitir o cálculo do RNI, os fabricantes dos fatores tissulares fornecem o ISI (Índice de Sensibilidade Internacional), que se estabelece geralmente entre 1,0 e 2,0. Quanto mais próximo de 1,0 o ISI, melhor a sensibilidade. O exame Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada ou TTPA avalia o tempo de formação do coágulo depois da adição de tromboplastina, fosfolipídios e cálcio ao plasma sanguineo. O TTPA permite a análise da integridade das vias intrínseca, relacionada a pré-calicreína, quininogênio de alto peso molecular e fatores VIII, IX, XI, XII; e, da via comum, fatores V, X, protrombina e �brinogênio (SANDES, 2020, p.211). O teste consiste na adição de três substâncias ao plasma citratado: fosfolipídio, um ativador de superfície (ex: caulim) e o cálcio. O tempo normal para coagulação é de 30 a 40 segundos. Alterações do TTPA estão relacionadas a pacientes com hemo�lias A e B, portadores de doenças hepáticas, pacientes que utilizam anticoagulantes e pessoas com de�ciência de vitamina K. A dosagem do �brinogênio, também chamada de dosagem do fator 1, é importante no diagnostico diferencial das coagulopatias. O �brinogênio produzido no fígado é uma das proteínas mais abundantes no sangue. Os valores normais variam entre 200 e 400 mg/dL. Valores superiores podem ser observados no uso de anticoagulantes, uso de contraceptivos orais, situações de stress, traumas, in�amações, infecções, neoplasias, períodos pós-operatórios e durante a gravidez. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 13/17 A observação de valores menores do que a referência está relacionada à a�brinogenemia/hipo�brinogenemia hereditária, �brinólises, desordens hepáticas, coagulação intravascular e na terapia �brinolítica. O teste de Tempo de Coagulação ou TC (Técnica de Lee e White) avalia quanto tempo demora para se formar um coágulo de uma amostra de sangue total à temperatura de 37°C, quando em contato com a superfície do vidro. Valores normais são os que �cam entre 5 e 14 minutos para formação de um coágulo �rme. Um TC prolongado geralmente está associado a severas hemo�lias A ou B, presença de anticoagulante circulante inespecí�co ou especí�co (inibidor de fator Vlll, inibidor lúpico) ou de�ciência de fator Xll. Cerca de um terço dos hemofílicos não apresentam anormalidades para este teste. A prova do Tempo de Sangramento avalia a atuação dos vasos sanguíneos e das plaquetas na hemostasia. É feita uma pequena incisão no lobo da orelha ou na polpa digital com uma lanceta. Utiliza-se um papel �ltro para realizar a absorção do sangue proveniente da incisão, com cuidado de não permitir o contato do papel com a pele. O tempo é medido do aparecimento do sangue até o �m do sangramento. São considerados normais os valores entre 1 e 3 minutos. A Prova de Retração do Coágulo avalia a qualidade das plaquetas e a atividade da enzima trombastenina. A Técnica consiste em colocar 5mL de sangue total em um tubo graduado, sem anticoagulante e deixar coagular em banho-maria a 37°C. Para realização do cálculo deve-se ter a determinação do hematócrito do paciente à parte. Após um período de 2h, retirar o coágulo e medir o volume de soro. Valores normais observados são os que se encontram entre 43 e 63%. Figura 4.3| Formula do cálculo de retração de coágulo Fonte: Melo (2011, p. 72). REFLITA 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 14/17 Quando em condições normais, a coagulação e a �brinólise permanecem em equilíbrio dinâmico. Quando se intensi�ca o processo de coagulação, como o organismo reage para impedir que a produção de trombina escape do controle? Como principal inibidor endógeno do complexo FT/FVIIa, o Inibidor da Via do Fator Tissular (TFPI) tem, como ponto principal de produção, as células endoteliais. Há ainda outra via importante de anticoagulação, mediada pela ação da Proteína C (PC). A PC, uma vez ligada ao seu receptor especí�co presente no endotélio, se ativa (PCa) após ligação da trombina. A PCa inibe a coagulação quebrando e inativando os fatores Va e VIIIa. A ação da PCa é potencializada pela Proteína S. Como pudemos perceber, o processo de coagulação sanguínea é muito importante na proteção de nosso organismo, e para que ela aconteça de forma adequada, as plaquetas precisam interagir com os fatores de coagulação e seus cofatores, em ativações sucessivas, até que se tenha um coágulo estável e seguro, sendo removido após estabilização, permitindo a retomada do �uxo normal. Caso ocorra diminuição ou falta de um dos componentes da coagulação, a execução do processo será prejudicada, colocando o organismo em risco. FAÇA VALER A PENA Questão 1 Este teste mede o tempo de formação do coágulo após a adição de tromboplastina, fosfolipídios e cálcio ao plasma e se destina à avaliação da integridade das vias intrínseca (pré-calicreína, quininogênio de alto peso molecular e fatores XII, XI, IX, VIII) e comum (fatores V, X, protrombina e �brinogênio). Assinale a alternativa que identi�ca corretamente o teste laboratorial de coagulação descrito no texto-base. a. TTPA. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 15/17 b. INR. c. Fibrinogênio. d. TS. e. Contagem de plaquetas. Questão 2 A hemo�lia A é a mais comum das de�ciências hereditárias de fatores de coagulação. A prevalência na população é de 30 a 100 por 1 milhão. A herança é ligada ao sexo, mas até um terço dos pacientes não tem história familiar, e a doença resulta de mutação recente. Assinale a alternativa que identi�ca corretamente o fator de coagulação afetado nos pacientes com Hemo�lia A. a. Fator VII. b. Fator IX. c. Fator XII. d. Fator VIII. e. Fator V. Questão 3 Como trombocitopenia é uma causa comum de sangramento anormal, os pacientes com suspeita de doença hemorrágica inicialmente devem fazer hemograma, incluindo contagem de plaquetas e exame microscópico da distensão sanguínea. Os testes de triagem fornecem avaliação dos sistemas “extrínseco” e “intrínseco” da coagulação do sangue e da conversão central de �brinogênio em �brina. Em relação aos testes de triagem de coagulação, assinale a alternativa correta.a. O tempo de atividade de protrombina, TP ou TAP é um teste que permite avaliar os fatores VIII, XII, V, VII, ou seja, a via intrínseca da coagulação. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 16/17 REFERÊNCIAS ANTUNES, S. R. et al. Hematologia clínica. Porto Alegre: Sagah, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3h3cFRy. Acesso em: 26 maio 2021. BAIN, B. J. Células Sanguíneas: Um guia prático. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2TihWvt. Acesso em: 18 maio 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Manual de hemo�lia. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2015. Disponível em: https://bit.ly/2U5I8tj. Acesso em: 26 jun. 2021. CHAUFFAILLE, M. L. (Org.). Diagnósticos em Hematologia. 2. ed. 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O exame Tempo de Trombócitos Presentes Ativos - TTPA avalia o tempo de ação das plaquetas na formação de um coágulo. d. A prova do Tempo de Sangramento avalia a atuação dos fatores de coagulação após ativação devido à inserção de �brinogênio no local da lesão. e. O teste de Tempo de coagulação avalia o tempo necessário para que o sangue total, em contato com o vidro, forme um coágulo �rme à temperatura de 37°C. 0 V e r a n o ta çõ e s https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786581492243/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713310/ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_hemofilia_2ed.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555760019/ http://revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=view&path%5B%5D=494&path%5B%5D=460 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582712290/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-1998-8/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714515/ 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=349592… 17/17 MAURER, M. H. Fisiologia Humana Ilustrada. 2. ed. 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Acesso em: 26 maio 2021. 0 V e r a n o ta çõ e s https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520449509/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527736794/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029491/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-412-0144-5/ 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 1/3 FOCO NO MERCADO DE TRABALHO COAGULAÇÃO SANGUÍNEA E FUNÇÃO DAS PLAQUETAS Diego Fernandes Alarcon Imprimir SEM MEDO DE ERRAR Para que ocorra adequadamente o processo de coagulação sanguínea, os fatores II, VII, IX e X são dependentes da vitamina K. No entanto, eles são escassos no plasma logo após o nascimento, e tendem a diminuir ainda mais nas crianças com aleitamento materno nos primeiros dias de vida. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 2/3 Somado a isso, a imaturidade das células hepáticas, a falta de bactérias intestinais atuando na síntese de vitamina K e a baixa quantidade do micronutriente no leite materno contribuem para o quadro de�citário que pode causar hemorragia. Esta condição é denominada Doença hemorrágica do recém-nascido (HDN) e pode se manifestar clinicamente de três formas: Forma precoce: Manifesta-se nas primeiras 24 horas de vida, e sua ocorrência é associada a �lhos de mães que durante a gestação receberam tratamento medicamentoso que modi�ca o metabolismo da vitamina K. Para essas crianças, o risco de sangramentos graves é maior. Forma clássica: é a de ocorrência mais comum e se manifesta entre os primeiros cinco dias de vida, em recém-nascidos saudáveis. Os sinais são equimoses, sangramentos nasais, umbilicais, gastrointestinais, e, de forma mais rara, no SNC. Forma tardia: pode ocorrer entre a 2ª e a 12ª semanas de vida, afetando crianças com amamentação exclusiva do seio materno e em crianças com doenças congênitas em que a absorção de vitamina K é afetada. Nos exames clínicos, a contagem de plaquetas e o �brinogênio mostram-se normais, com ausência de produtos de degradação da �brina. Uma vez que a de�ciência nestes casos é restrita aos fatores de coagulação dependentes de vitamina K, a administração de 1 mg de vitamina K por via intramuscular a cada seis horas é o tratamento adequado. AVANÇANDO NA PRÁTICA VACINAÇÃO E TROMBOCITOPENIA, QUAL A RELAÇÃO? Sua prima de dez anos de idade é levada pelos seus tios ao hospital devido a um quadro de manchas equimóticas e sangramento gengival, geralmente após a escovação. A criança relata também dor abdominal e falta de apetite. As vacinas 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:07 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926&… 3/3 estão em dia e, recentemente, a criança recebeu a vacina de HPV. O médico solicitou exame de sangue e outros complementares, buscando identi�car as possíveis causas. Ao receber o resultado dos exames, sua tia te procura, já que você é um pro�ssional da saúde, para entender o que pode estar acontecendo. Ao analisar os resultados, você identi�ca apenas a trombocitopenia (25 mil plaquetas por mm ) com leve eosino�lia. Será que, com estes dados, você pode ajudar a identi�car o que pode estar acontecendo? 3 RESOLUÇÃO O provável diagnostico para o problema relatado é Púrpura trombocitopênica aguda. Sua ocorrência é mais comum em crianças, e, em cerca de 75% dos casos, sua ocorrência está associada a vacinação ou infecções virais alguns dias antes. Remissões espontâneas são comuns. Entretanto, em 5 a 10% dos casos, a doença torna-se crônica, com duração superior a seis meses. A morbidade e a mortalidade são muito baixas, sendo o maior risco a hemorragia cerebral, mas felizmente é rara. A recomendação médica muitas vezesenvolve apenas cuidados para evitar traumas, sendo o tratamento medicamentoso indicado apenas nos casos de sangramentos relevantes. Os pacientes com sangramento signi�cativo e baixas contagens são tratados com esteroides e/ou imunoglobulina intravenosa. É sempre importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por um médico, este exercício tem apenas o intuito de promover o aprendizado e a re�exão. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:06 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 1/16 NÃO PODE FALTAR COAGULAÇÃO SANGUÍNEA E FUNÇÃO DAS PLAQUETAS Diego Fernandes Alarcon Imprimir CONVITE AO ESTUDO Caro aluno, Chegamos à última unidade de hematologia, e, neste momento, aprenderemos sobre outra característica importante de nosso sangue: a capacidade de coagular, transformar o que é líquido em um gel sólido. A coagulação sanguínea é parte de um processo re�nado denominado Hemostasia, processo pelo qual o organismo busca controlar o sangramento em um vaso lesado, evitando que se prolongue e, consequentemente, traga prejuízos. A ação natural da hemostasia depende da interação íntima entre a parede Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:06 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 2/16 vascular, as plaquetas circulantes e os fatores de coagulação do sangue. A resposta hemostática rápida e e�ciente na estancagem de um sangramento é essencial para a sobrevivência. Entretanto, essa resposta precisa ser rigorosamente controlada, objetivando evitar a formação de extensos coágulos por tempo maior do que o necessário. Para isso, contamos com a �brinólise, etapa da hemostasia em que ocorre a dissolução da �brina formada, evitando as complicações tromboembólicas. Nosso sistema hemostático é, portanto, um equilíbrio entre mecanismos pró- coagulantes e anticoagulantes, aliado a um processo de �brinólise. Os principais componentes envolvidos no sistema hemostático são as plaquetas, os fatores de coagulação, inibidores da coagulação, fatores �brinolíticos e vasos sanguíneos. Diversas condições podem afetar o funcionamento deste sistema complexo. Conheceremos, nesta unidade, alguns dos problemas que podem afetar tanto os fatores de coagulação quanto as plaquetas – e, se diagnosticados precocemente, aumentam a chance de controle e/ou remissão. Veremos que, para o diagnóstico e avaliação da hemostasia, existem diversos parâmetros que podem ser avaliados e diversos tipos de testes, manuais ou autônomos. Bastante coisa interessante, não é mesmo? Esperamos que você possa absorver todo este conteúdo que fará parte da sua carreira pro�ssional! PRATICAR PARA APRENDER Neste material, conheceremos sobre a hemostasia e seu importante papel em nosso organismo. A hemostasia representa uma série de fenômenos biológicos que acontecem como reação a uma lesão vascular com o intuito de deter o processo hemorrágico. Após a lesão do vaso sanguíneo, a hemostasia primária entra em ação, formando uma espécie de tampão, em decorrência da adesão das plaquetas no local lesionado. A hemostasia secundária compreende os fenômenos cuja �nalidade é compor um coágulo mais consistente, formado por uma malha de �brina com agregação plaquetária, ativando os fatores de coagulação. 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:06 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 3/16 Assim que concluído o processo de coagulação, o vaso sanguíneo deve permitir o retorno do �uxo normal, entrando assim na última etapa do processo, a �brinólise, a dissolução da �brina formada. As plaquetas são estruturas fundamentais para que o processo todo aconteça, vejamos sua origem, como elas atuam e de que forma a produção delas é estimulada. Em mais um dia de trabalho no laboratório onde você atua como pro�ssional responsável pela equipe de analistas, surge um atendimento intrigante. Patrícia, uma mulher de 26 anos de idade, procura o laboratório para realizar exames de avaliação em seu �lho Ravi, um bebê nascido há apenas 10 dias. Segundo o relato da mãe, seu �lho nasceu através de parto normal, com peso e tamanho gestacionais dentro do esperado. Assim que nasceu, o bebê conseguiu se alimentar bem e, desde então, se alimenta apenas com leite materno. A partir do sétimo dia de vida, a criança apresentou sinais de sangramento nas evacuações, além de muito desconforto e redução no apetite, o que fez com que a mãe procurasse o médico. No hospital, foi administrada injeção de vitamina K e solicitado exame de sangue do bebê, buscando identi�car possíveis alterações �siológicas que pudessem explicar este quadro. O resultado dos exames não identi�cou alterações signi�cativas que pudessem justi�car a causa do problema. A mãe relatou que, após a administração de vitamina K na criança, as fezes estão normais e a criança está se alimentando bem. Os funcionários do laboratório estão em dúvida do que pode ter sido a causa dos problemas relatados pela mãe, e qual a relação com a remissão do problema após a administração de vitamina K para a criança. Será que você pode nos ajudar a entender melhor o que aconteceu? Muita coisa interessante para aprender, vamos logo começar! CONCEITO-CHAVE 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023 20:06 lddkls212_hem https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marineri0017%40gmail.com&usuarioNome=MARILENE+NERY+GONÇALVES&disciplinaDescricao=HEMATOLOGIA&atividadeId=3495926… 4/16 Nosso organismo dispõe de um mecanismo complexo de fenômenos biológicos que tem a �nalidade de manter o sangue �uindo, sem permitir seu extravasamento ou sua obstrução. Este mecanismo é denominado Hemostasia, e compreende a resposta �siológica normal do nosso corpo, prevenindo sangramentos e interrompendo processos hemorrágicos. O mecanismo da hemostasia envolve três etapas: hemostasia primária, hemostasia secundária e �brinólise. HEMOSTASIA PRIMÁRIA Esta etapa da hemostasia acontece quando uma lesão nos vasos sanguíneos ocorre, como, por exemplo, na perfuração de uma agulha, acidente com perfurocortante, descamação do endotélio vascular, entre outras causas. A hemostasia primária provoca a contração do vaso sanguíneo, inicialmente através da ação da endotelina, com a �nalidade de selar o local lesionado. O processo é completado pelas plaquetas, que fecham os espaços abertos, compondo um tampão hemostático. Quando ocorre a lesão vascular, a parte denominada subendotélio, com colágeno subjacente, �ca exposta, ativando as plaquetas, dando início a uma série de fenômenos que têm como objetivo impedir a hemorragia. As plaquetas ativas se ligam diretamente ao colágeno exposto ou através do fator de Von Willebrand (vWF). Elas são ativadas através da ligação dos fatores agonistas aos receptores especí�cos. Após ativação, as plaquetas passam da forma discoide para a forma irregular, com a emissão de pseudópodes. Na hemostasia primária, várias glicoproteínas (GPs) atuam como receptores. No processo de adesão das plaquetas com o subendotélio vascular, a GPIb compõe o complexo GPIb/IX/V que se liga ao vWF. Esta ligação imobiliza o vWF no ponto da lesão vascular, formando um canal na membrana da plaqueta aderida, permitindo o �uxo de cálcio do meio extracelular para o meio intracelular, causando a ativação da GPIIb/IIIa que vai estabilizar a ligação e ativar as plaquetas, que mudam de forma, passando a apresentar projeções da membrana (pseudópodes). 0 V e r a n o ta çõ e s 07/02/2023
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