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Núcleo de Pós-Graduação INTELIGÊNCIA POLICIAL INTELIGÊNCIA POLICIAL Nome do Professor conteudista Milton Gabriel Junior Nome da Disciplina Inteligência Policial . Módulo 1 – nome do módulo O que é Inteligência Policial – Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2016. Guia de Estudos – Módulo 1 – O que é Inteligência Policial. 1. ____________ 2. _____________ 3. _____________ Faculdade Campos Elíseos SUMÁRIO MÓDULO 1 - Contextualização sobre Atividades de Inteligência Introdução 1. Contextualização histórica sobre inteligência 1.1 A Atividade de Inteligência no Brasil Conversa Inicial - Apresentar os objetivos/estrutura do módulo. No primeiro módulo, discutiremos os conceitos básicos sobre Inteligência Policial, para tanto inicialmente apresentaremos um panorama histórico a fim de contextualizá-lo sobre os princípios da Inteligência, como instrumento de assessoria e apoio às decisões mais adequadas na garantia e preservação da segurança do cidadão e do Estado, uma vez que a atividade de inteligência consiste na coleta e análise da informação; ao tomar conhecimento de um fato, de uma informação deve-se decompor, avaliá-la e interpretá-la como ferramenta de fundamental importância para o entendimento do cenário. Dessa forma, pode-se definir ações e dar maiores subsídios à investigação policial visando a proteção da sociedade e do Estado. Atualmente, vivemos a era do conhecimento e a sua disseminação via tecnológica se tornou matéria prima. A quantidade de informações e de fontes é incalculável, se dissemina de forma instantânea, praticamente, por isso urge ressaltar a importância da atividade de inteligência. A Atividade de Inteligência de Segurança Pública está a serviço da causa Pública, uma vez que tem por objetivo a salvaguarda e produção de conhecimento para a segurança da sociedade e do Estado, ela é regida por lei e obedece rigorosamente os princípios da administração pública, instituídos no art. 37 da Constituição Federal. O direito constitucional é base para a Atividade de Inteligência de Segurança Pública e tem como princípio básico a legalidade. Dessa forma, o do profissional de inteligência deve ter suas ações guiadas e desenvolvidas no irrestrito cumprimento do ordenamento jurídico, o não cumprimento da lei e de seus princípios acarretará sanções ao profissional de inteligência. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjB1JGi-aPPAhWDFJAKHfQsDAUQjRwIBw&url=https://nyccurriculum.wikispaces.com/&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNGcgjhMqK7vq6EeeNZzm937EMzE8g&ust=1474667107 1. Contextualização histórica sobre inteligência A Atividade de Inteligência nos remete a origem das primeiras civilizações que temos conhecimento, pode-se dizer que a Atividade de Inteligência e a própria humanidade surgiram simultaneamente, uma vez que a busca pelo conhecimento faz parte do ser humano e conhecimento é um poderoso instrumento para se definir e estabelecer estratégias que visam o poder e controle sob as pessoas, povos etc. Existe uma origem mitológica da Inteligência segundo a qual Argus, que suplantou a hegemonia de Micenas, por volta do século XII a.C, protegeu de diversas maneiras suas mensagens enquanto vivo e criou uma rede eficaz de espiões, tornou-se o pai da Inteligência. Após seu falecimento, tornou- se um semideus, e há diversas versões para sua “pós-morte”. Alguns vocábulos vindos de Argus são comuns à Inteligência: arguto, argúcia, argumento, argüir, etc. (REVISTA ABIN, 2005, p. 85) Na antiguidade, grande parte do campo de ação da Atividade de Inteligência se restringia ao ambiente militar, muitos povos e seus líderes guerreiros utilizavam pessoas infiltradas nas hostes inimigas, que enviavam informes aos seus chefes sobre os inimigos. Por que aquele que fosse detentor de melhores conhecimentos sobre o adversário, entrava em combate com nítida vantagem. Durante o Império Romano era comum a aristocracia possuir sua própria rede de agentes clandestinos que alimentava-os com informes, debates, conchavos e intrigas tanto nas ruas como no Senado romano. Segundo Harold Nicholson (1948) os romanos não estavam preparados para a arte da negociação ( a diplomacia), durante muitos séculos teve sua supremacia através da força de suas legiões do que pelas relações diplomáticas. Durante muitos séculos Roma, para resolver problemas enviava ao exterior http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiz3sns-qPPAhUMjpAKHQlYChAQjRwIBw&url=http://www.conteudounico.com/criacao-conteudo/&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNG2hMzxdekafrzSQQzHpVI3YFi5LQ&ust=1474667543 missões que agiam em nome do governo, durantes essas missões muitos dos seus membros prestavam-se ao serviço de espionagem. Alexandre, O Grande, buscava informações com os viajantes que vinham de terras estrangeiras para obter informações sobre outros territórios. Na própria Bíblia é possível encontrar apontamentos sobre o uso da atividade de inteligência, como no Livro Números, do antigo testamento. Passagens relatam conversas do Senhor com Moisés que é aconselhado a enviar homens para espiar a terra de Canaã, levantar censo sobre os filhos de Israel. Maomé também se serviu da Atividade de Inteligência, enviou agentes para se infiltrar na cidade de Meca, lá obtiveram informações e avisavam sobre os planos de um ataque dos soldados árabes à cidade em que ele estava refugiado. Dessa maneira, ele se antecipou aos ataques e ordenou a construção de trincheiras e barricadas ao redor da cidade de Medina, o que impediu o avanço dos soldados. Com o fim do Império Romano, por volta de 800 D.C., e a formação dos Estados Nacionais houve um período de 4 séculos para se organizar e estruturar as formas de governo. A autoridade central ficou a cargo a Igreja Católica, única instituição que permaneceu e influenciou na formação dos países europeus e foi por influência da Igreja e da Cavalaria que a atividade de informação – espionagem- ficou adormecido ou abandonado pelo Poder central, uma vez que era considerado pecado tal atividade, retornando apenas no Renascimento. O Cardeal Richelieu (1585-1642) fundou na França o Gabinet Noir, que monitorava as atividades da nobreza, e Sir Francis Walsingham (1537-1590) frustrou os empreendimentos de Mary Stuart e Felipe II, ambos católicos, contra a coroa inglesa de Elizabeth I, protestante, por meio do serviço de Inteligência. (REVISTA ABIN, 2005, p. 87-88) A primeira rede de informações ou de Atividade de Inteligência a que tem-se conhecimento e pode-se dizer, relativamente, organizada foi organizada durante o século XVI, no reinado de Elizabeth I. Já a primeira escola de Inteligência foi criada pelos russos, base para a Okhrana, polícia secreta dos czares. A evolução da humanidade levou também a evolução da atividade de inteligência, uma vez que o fluxo de informações, as tecnologias desenvolvidas para a transmissão da informação passou a ocorrer de forma cada vez mais rápida. Conforme a tecnologia avançava a Atividade de Inteligência também se modificava, dessa forma, os órgãos de inteligência passaram não só a utilizar o material humano, como também lançaram mão de ferramentas tecnológicas como mecanismo de obtenção, salvaguarda e transmissão das informações obtidas. Durante a Guerra da Secessão nos Estados Unidos, ocorreram muitos avanços na Atividade de Inteligência, uma vez que fez uso de fotos; códigos; cifras; telegrafia e reconhecimento aéreo por balões. Todavia foi durantea Primeira Guerra Mundial que nota-se um implemento nas Atividades de Inteligência seja pelo uso das tecnologias, seja pela criação dos primeiros órgãos de inteligência que cresceu e expandiu durante e após a Segunda Guerra Mundial. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o Exército Vermelho atuou como um eficaz agente do movimento comunista internacional. Os Estados Unidos descobriram que a Rússia os espionou mesmo quando eram aliados. Criaram então a CIA, seguida pela Agência de Segurança Nacional (NSA) para atuar com Sigint e passaram a basear suas decisões políticas nos relatórios de Inteligência, iniciando, dessa maneira, a Guerra Fria, momento em que houve um grande desenvolvimento tecnológico com o objetivo de monitorar com mais precisão os passos de cada potência. (REVISTA ABIN, 2005, p. 89) Foi ao final da Segunda Guerra, no período que se convencionou chamar de “Guerra Fria”, onde o mundo se dividiu em dois grandes blocos: um bloco formado pelos países do Ocidente, que se uniram para fazer frente ao expansionismo do socialismo/comunismo, outro bloco formado pelos países socialistas/comunistas liderados pela extinta União Soviética. Neste contexto ocorreu o maior desenvolvimento da Atividade de Inteligência trabalhando de forma ininterrupta para prever; conter possíveis ameaças de um eventual conflito, a Atividade de Inteligência era predominantemente voltada para os aspectos político-ideológicos e militares. Segundo Silveira (2011, p. 12), “estima-se que o serviço de informações mais eficiente de todos os tempos seja o serviço secreto de inteligência britânico (Secret Intelligence Service – SIS), mais conhecido pelo seu antigo nome – MI6”. Após o colapso do regime socialista e a extinção da União Soviética, ocorrida em 1991, deu-se por finalizado a ameaça de um conflito global, pois com o fim da bipolaridade político-ideológico não havia necessidade de manter as estratégias da contenção; cedeu lugar a um novo panorama, ou seja, os alvos de inteligência se diferenciaram, podendo ser considerados os principais a espionagem econômica industrial, o crime organizado, o terrorismo internacional, o narcotráfico, o crime comum. Assim, a Atividade de Inteligência foi redirecionada para áreas específicas das quais se destacam: o Terrorismo Internacional; o Narcotráfico; os crimes estruturados (CARTÉIS, FARCs, MÁFIA, PCC etc.); a Fabricação e controle de armas de destruição massiva; a Espionagem, com ênfase às áreas de ciência e tecnologia; e o Desenvolvimento de tecnologias de uso dual. Nos dias de hoje, a demanda e a complexidade das decisões a serem tomadas pelos órgãos de segurança de um país é de suma importância que nenhuma nação pode prescindir de conhecimentos oportunos e exatos no que concerne a produção de conhecimento. Nessa esteira se situa o Brasil, que por sua extensão territorial e potencialidades, vem se destacando no cenário internacional. Dessa maneira, urge de uma Atividade de Inteligência bem organizada capaz de assessorar e servir como apoio às decisões de ações do Estado. Síntese A Atividade de Inteligência está ligada a história da humanidade, pois “saber é poder” como afirmou o filósofo Francis Bacon, desde os mais remotos tempos os líderes, generais perceberam que ao obter grande conhecimento sobre o terreno, o povo inimigo, suas táticas e estratégias possibilitava invariáveis possibilidades táticas. Foi durante a Idade Média que a Atividade de Inteligência teve uma redução devido a Igreja considerar pecado, contudo a partir do Renascimento tal atividade se expandiu e absorveu recursos tecnológicos para sua prática. No século XX, com as duas grandes guerras mundiais e posteriormente a guerra fria pode-se notar uma enorme Atividade de Inteligência, obrigando todos os países a criarem órgãos institucionais de Inteligência. A criação dos órgãos de Inteligência tinha por objetivo monitorar quais aspectos dos demais países, esses aspectos são os mesmos de hoje? http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjVidyw86PPAhWKf5AKHchAB6kQjRwIBw&url=http://mensagens.culturamix.com/frases/pensamentos/citacoes-sobre-o-pensamento&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNES4qi8_UZu0Ga0RX_1XHuNKGYhFA&ust=14746650938060 A Atividade de Inteligência no Brasil A Atividade de Inteligência brasileira ocorre desde a época do Império, como por exemplo um dos mais famosos agentes de inteligência (espião da corte portuguesa) foi o escudeiro Pêro de Covilhã – “o espião intrépido”. Destaca-se a figura de um dos mais famosos espiões da corte portuguesa, o escudeiro Pêro de Covilhã, “o espião intrépido”, tinha uma característica singular a facilidade em assimilar idiomas estrangeiros, especialmente o árabe. Devido a esta característica o Rei D. João II, em 1487, envia Pêro de Covilhã a uma longa expedição por grande parte do Oriente Médio, pela Ásia e Norte da África, finalizando no Egito em 1491. Do Egito, envia um extenso e muito detalhado relato ao monarca, no documento apresentado detalhava com riqueza de detalhes e pormenorizadamente dados sobre as cidades e fortificações moçárabes, vale ressaltar que todo o comércio estava nas mãos maçárabes e suas enormes caravanas até as Índias. Tal documento serviu de forma decisiva para estabelecer a rota adotada pelo navegador Vasco da Gama, descobridor dos caminhos para as Índias, e seus pontos de parada ou pontos “inúteis” para os moçárabes na costa africana e asiática. “Entender os inimigos e enganá-los”; esta é uma frase que poderíamos crer que foram proferidas por Sun Tzu, famoso estrategista chinês e autor do livro A arte da guerra, todavia essa frases foi extraída do Os Lusíadas, maior épico português, escrito por Luís Vaz de Camões, demonstrando que nossos colonizadores tinham grande percepção estratégica e como praxe faziam levantamentos de área, ações de espionagem, a proteção dos conhecimentos sensíveis e outros procedimentos típicos da Atividade de Inteligência. No Brasil, tem-se registros sobre o emprego de atividades secretas e uso de espiões desde o tempo colonial, quando Alexandre Gusmão diplomata luso-brasileiro representante de Portugal na discussão de diversos Tratados, se utilizou de informações http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiz3sns-qPPAhUMjpAKHQlYChAQjRwIBw&url=http://www.conteudounico.com/criacao-conteudo/&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNG2hMzxdekafrzSQQzHpVI3YFi5LQ&ust=14746675439182 recolhidas pelos agentes da coroa e auxiliou as negociações e tomadas de decisões sobre a questão das fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Tordesilhas, oficialmente demarcador das fronteiras entre Espanha e Portugal e que nunca conseguiu ser totalmente respeitado tendo sido substituído pelo Tratado de Madrid, este foi assinado na capital espanhola em 13 de janeiro de 1750, entre os reis de Portugal e de Espanha. O Tratado de Madrid foi preparado, criteriosamente a partir de informações sigilosas, favorecendo as colônias portuguesas em prejuízo aos direitos dos espanhóis. A primeira referência normativa sobre a proteção de material sigiloso é datado em 19 de fevereiro de 1859, por meio do Decreto Imperial no 2,358 ou denominado de Regulamento Paranhos por ter sido elaborado por ordem de José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, tal decreto reorganizava e dava novas atribuições à Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros. Foi apenas no governo do presidente Washington Luis que o país teve a formalização e utilização integrada da Atividade de Inteligência, com a criação do Conselho de Defesa Nacional, Decreto n˚ 17.999, de 29 de novembro de 1927. Cabia ao Conselho o estudo e coordenação da produção de conhecimentosnas áreas econômica, ordem financeira, militar e moral, relativas à defesa da Pátria. Sua primeira reestruturação ocorreu em 1934, com o Decreto n˚ 23.873, de 15 de fevereiro de 1934, que criou a Comissão de Estudos da Defesa Nacional, a Secretaria- Geral da Defesa Nacional e uma Seção de Defesa Nacional em cada ministério. No governo de Getúlio Vargas o Conselho teve o seu nome alterado para Conselho Superior de Segurança Nacional, nome alterado em 1937, momento em que passou a se denominar Conselho de Segurança Nacional. A Atividade de Inteligência foi voltada, primordialmente, para questões de segurança e defesa interna. Posteriormente a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou por profundas transformações, as influências do bloco da Otan liderados pelos Estados Unidos da Ámerica teve por resultado uma reestruturação na política da Segurança Nacional. Dessa maneira, o Conselho de Segurança Nacional foi reformulado, tendo sido criado o Serviço Federal de Informações e Contra-Informações (SFICI) que passou a coordenar a atividade de Inteligência no Brasil, Decretos Lei n˚ 9.775 e n˚ 9.775 A, de 06 de setembro de 1946. A efetiva implementação se deu com o Decreto n˚ 44.489 – A, de 15 de setembro de 1958, 12 anos depois de sua criação. No mesmo ato foi também criada a Junta Coordenadora de Informações (JCI) incumbida de gerenciar toda informação amealhada e analisada. O SFICI tinha quatro subseções: Exterior, Interior, Operações e Segurança Interna; a Escola Superior de Guerra (ESG) iniciou os cursos de Informações na área de Inteligência. Durante seu período de existência (1956-1964) o SFICI ficou conhecido por sua paranóia em relação a quem podia ou não ser considerado inimigo do “estado democrático de direito”. Vigiou sobretudo associações de esquerda, políticas ou não, como o PCB e Movimentos Grevistas. Também levantou dados sobre rivais políticos do presidente, como o político de direita Carlos Lacerda, que nutria uma certa animosidade contra o Presidente Juscelino Kubitsheck. Mesmo o então membro da UDN (partido de direita extinto pelo golpe de 1964) José Sarney chegou a ser tachado de comunista por um relatório da SFICI. (SILVEIRA; CRUZ, 2011, p. 14) “O serviço de Inteligência é o apanágio dos nobres; se confiado a outros, desmorona.” Coronel Walter Nicolai - Chefe do Serviço Secreto da Prússia Com a instauração do Regime Militar, o Serviço Federal de Informações e Contrainformação foi substituído pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). O SNI foi criado pela Lei n. 4.341, de 13 de Junho de 1964, durante o governo do presidente Humberto de Alencar Castello Branco, com o objetivo de supervisionar e coordenar as atividades de informações e contrainformações no Brasil e no exterior. O SNI passou a ser o órgão máximo de um sistema que se denominava Sistema Nacional de Informações (SISNI). Era formado pelos seguintes subsistemas: http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjCrrXn8aPPAhVJE5AKHRJFBuYQjRwIBw&url=http://quadrangularvilaantonieta.com.br/index.php/2014/01/palavra-do-pastor/1075/&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNES4qi8_UZu0Ga0RX_1XHuNKGYhFA&ust=14746650938060 Subsistema Setorial de Informações dos Ministérios Militares; SSIMM, composto pelos Serviços de Inteligência Militares: Centro de Informações da Marinha (CIM), Centro de Informações do Exército (CIE) e Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica (CISA); Subsistema Setorial de Informações dos Ministérios Civis – SSIMC, composto pelas Divisões de Segurança e Informações (DSI) dos ministérios civis e pelas Assessorias de Segurança e Informações (ASI) dos organismos do segundo escalão da administração pública federal; Subsistema Setorial de Informações Estratégico-Militares (SUSIEM) coordenado pelo Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), por intermédio de sua Subchefia de Informações Estratégicas (SC-2) e composto pela Subchefia de Informações do Estado-Maior da Armada (M-20), a 2ª Seção do Estado- Maior do Exército (2ª/EME), a Seção de Informações do Estado-Maior da Aeronáutica (2ª/EMAer); Serviço de Informações do Exterior do Ministério das Relações Exteriores; e Serviço de Informações do Ministério da Justiça representado pelo Centro de Informações do Departamento de Polícia Federal (CI/DPF). As atividades do SNI eram as mais diversificadas, tais como: os grampos telefônicos; censura postal; investigações. Os documentos coletados durante sua existência desapareceram após a extinção do serviço. O Serviço Nacional de Informações foi extinto em 1990, em um dos primeiros atos do então Presidente Fernando Collor de Mello. Para se ter ideia da importância do SNI no período militar, dois de seus chefes tornaram-se Presidentes da República, os generais Emílio Garrastazu Médici e João Baptista Figueiredo. Dos quadros do SNI também viriam ministros importantes de pastas civis e militares, inclusive alguns no s governos José Sarney e Itamar Franco. (GONÇALVES, 2009, p. 105) Com o término do SNI, foi criado o Departamento de Inteligência (DI) da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). A Atividade de Inteligência passou pelas mãos de pessoas não qualificadas e treinadas para lidar com conhecimento produzido e dessa forma acabou relegada a segundo plano, pela falta de compreensão do que é esta atividade e da sua importância para o assessoramento na defesa do País. A reformulação da Lei 9.883/99 que instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e criou, como seu órgão central, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) Segundo o §2º do art. 1º da referida legislação que conceitua sobre a Inteligência ele afirma: ... entende-se inteligência como atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, sobre os fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado. (§2º do art. 1º) cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e demais dispositivos da Constituição Federal, os tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ou signatário, e a legislação ordinária. (art. 1º, §1º, Lei n. 9.883/1999) Na Lei n. 9.883/1999 o legislador define o que é inteligência e contra-inteligência e os fundamentos do Sistema Brasileiro de Inteligência, na definição e parâmetros fica evidente que a da Atividade de Inteligência consiste na salvaguarda e a segurança não só do Estado, mas da sociedade também. A Agência Brasileira de Inteligência, ABIN, é o serviço de inteligência civil no Brasil, ela tem por função investigar ameaças reais e potenciais, identificar oportunidades de interesse da sociedade e do Estado e defender o Estado Democrático de Direito. Para tanto, lhe cabe planejar, coordenar, executar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País, sobre guardando os direitos e garantias individuais, por meio da observância e fidelidade às instituições e aos princípios éticos e a legislação brasileira. Segundo a ABIN: A atividade de Inteligência constitui instrumento de Estado de que se valem os sucessivos governos no planejamento, na execução e no acompanhamento de suas políticas, em prol dos interesses nacionais. Para atender a esta finalidade, a atividade de Inteligência brasileira fundamenta-se na preservação da soberania nacional, na defesa do Estado Democrático de Direito, na dignidade da pessoa humana e na fiel observância à Constituição e às leis. Para bem cumprir sua missão, a Abin desenvolve uma atividade que abrange, além de aspectos técnicos, a proposição de ética própria, ou seja, de um conjunto de valores que determina atitudese padrões de comportamento, entre eles: 1- Lealdade à Nação e, por extensão, à afirmação político-jurídica desta, o Estado; 2- Profundo sentimento de servir à causa pública e jamais a si mesmo; 3- Consciência de que o exercício da atividade de Inteligência é impessoal e apartidário; 4- Fidelidade à instituição e consciência de que os fins desta prevalecem sobre os interesses pessoais; 5- o comprometimento com os valores éticos e morais da Agência deve ser assumido por todos os seus componentes, dentro e fora da organização. Os agentes de inteligência não podem esquecer que são defensores da sociedade, essa é uma das principais características da atividade de inteligência em regimes democráticos. Se a sociedade se sentir ameaçada, devem os serviços secretos protegê-la. (SISBIN, 1999) A doutrina nacional de Inteligência de Segurança Pública sinaliza e serve como norteadora a orientação e à consecução de uma atividade de inteligência mais organizada, sistematizada, de modo a possuir uma ação eficiente, por meio de métodos, técnicas e ferramentas adequadas na obtenção de informações, estas subsidiarão aos responsáveis pelas decisões seja quanto à execução de ações específicas ou quanto ao estabelecimento de suas políticas e estratégias institucionais. Síntese No caso do Brasil, existe uma grande aversão à Atividade de Inteligência devido a utilização de tal atividade em um período regido pelo militarismo, todavia vimos que a Atividade de Inteligência sempre ocorreu nos bastidores do Poder. Se faz necessário desmistificar a Atividade de Inteligência quanto ela ser ou ter o propósito repressivo. Uma vez que ela é elemento de assessoria na condução de várias questões políticas seja interna ou externa. Os sistemas de Inteligência atuam em defesa do Estado e não contra os nacionais do país. O trabalho de seus profissionais é sempre considerado e prestigiado, pois os agentes de inteligência trabalham nas sombras, anônimos, na maioria das vezes atuam em terreno hostil tendo por qualidades predominantes são: a argúcia, a ousadia e a coragem. Dessa forma, o Sistema de Inteligência do Brasil está disponível e a serviço da Nação, sempre alicerçado nos princípios de legalidade e da legitimidade, assessorando o Estado, de forma permanente, na consecução dos seus Objetivos Nacionais. CONCEITOS DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA Inteligência, do latim intellegentia, -ae, significa faculdade de discernir, compreender, inteligência, entendimento, conhecimento, noção, ideia. Dessa forma, a Atividade de Inteligência, outrora denominada atividade de informação define-se pelo âmbito de suas http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjVidyw86PPAhWKf5AKHchAB6kQjRwIBw&url=http://mensagens.culturamix.com/frases/pensamentos/citacoes-sobre-o-pensamento&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNES4qi8_UZu0Ga0RX_1XHuNKGYhFA&ust=14746650938060 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiz3sns-qPPAhUMjpAKHQlYChAQjRwIBw&url=http://www.conteudounico.com/criacao-conteudo/&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNG2hMzxdekafrzSQQzHpVI3YFi5LQ&ust=1474667543 missões e capacidades, de forma a possibilitar a compreensão, existência e manutenção do Estado, principalmente no campo da Segurança Pública. A Atividade de inteligência tem por objetivo auxiliar, de modo permanente, os órgãos de segurança com os conhecimentos que produz, voltados à revelação de ameaças que podem abalar a ordem. Por esse motivo, deve ser uma atividade sistemática, criteriosa, metódica uma vez que suas conclusões ou indicações repercutirão em esferas sensíveis da atuação do Estado. O produto amealhado pela Atividade de Inteligência está acima de interesses institucionais, de administrações ou de governos procura atender o interesse público, conforme sinaliza Celso Antônio Bandeira de Mello, é um “axioma que proclama a superioridade do interesse da coletividade, firmando a prevalência dele sobre o particular, como condição até mesmo da sobrevivência e asseguramento deste último”. No Brasil, a Atividade de Inteligência se define em seu parágrafo segundo do artigo 1º: Para os efeitos de aplicação desta Lei, entende-se como inteligência a atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado. Para a Segurança Pública, no que tange subsidiar os trabalhos das polícias sobre a Atividade de Inteligência voltada para a finalidade precípua das referidas instituições, temos a Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública (DNISP), recém reavaliada e homologada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) e demais órgãos envolvidos, estabelecendo o Sistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP) como subsistema do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), tendo por órgão responsável pela coordenação a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). A ABIN preceitua as atividades de inteligência de Segurança Pública como: “A atividade de Inteligência de Segurança Pública (ISP) é o exercício permanente e sistemático de ações especializadas para a identificação, acompanhamento e avaliação de ameaças reais ou potenciais na esfera de Segurança Pública, orientadas, basicamente, para a produção e salvaguarda de conhecimentos necessários à decisão, ao planejamento e à execução de uma política de Segurança Pública, e das ações para prever, prevenir e reprimir atos criminosos de qualquer natureza ou atentatórios à ordem pública”. Atividade de Inteligência é a ciência utilizada para orientar o processo decisório ou as ações de autoridades políticas. A Atividade de Inteligência de Segurança Pública se alicerça no conjunto de medidas e ações adotadas para adquirir e armazenar informações de interesse da Segurança Pública, por conseguinte da investigação policial, com o fulcro em alcançar medidas eficazes na constituição de provas ou mesmo na prevenção, ou seja, compreender um contexto e um panorama criminoso propicia antecipar ou na efetiva identificação, no respectivo histórico dos criminosos, obtendo êxito na repressão ou até mesmo antever os acontecimentos. A doutrinária qualifica as ações praticadas nessa área como de especialidade, ou seja, elas detêm a característica especificas e altamente qualificadas. Desse modo, os agentes que exercem atividades de inteligência possuem predicados diferenciadores do que outros profissionais que lidam com as atividades de segurança pública, seja no policiamento preventivo ou judiciário. Segundo Del’Isola e Diniz (2003) “o elemento humano é peça-chave para que as ações de Inteligência apresentem eficiência e eficácia”, sendo manifesta a necessidade de sua profissionalização, ou seja, prepará-lo com valores e visões particulares daqueles que trabalham com segurança pública; assessorando, a tomada de decisões, resguardando e http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjCrrXn8aPPAhVJE5AKHRJFBuYQjRwIBw&url=http://quadrangularvilaantonieta.com.br/index.php/2014/01/palavra-do-pastor/1075/&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNES4qi8_UZu0Ga0RX_1XHuNKGYhFA&ust=1474665093 salvaguardando todas as informações e entendimentos oriundos destas, assim como a própria instituição, de investidas adversas. A atividade de Inteligência voltada para a segurança pública tem por finalidade a obtenção de informações relevantes as autoridades para que planejem, decidam a melhor atuação para a preservação da segurança e da ordem pública. Segundo HOFFMANN ( 2012). a atividade de inteligência éimportante não apenas para a prevenção de atividades criminosas, mas para o fornecimento de dados úteis no estabelecimento de cenários e estratégias de atuação da segurança pública. A atividade de inteligência possui duas vertentes de grande importância, uma se destina a repressão de atos ilícitos, enquanto outro preocupa-se com a prevenção, ambas buscam o emprego útil no planejamento de estratégias de ação das autoridades da segurança pública. As funções da atividade de inteligência na produção do conhecimento devem buscar a produção e proteção de conhecimento. Entende-se conhecimento toda informação amealhada e transformada em “dados e/ou conhecimento avaliados, significativos, úteis, oportunos e seguros, de acordo com metodologia própria e científica”. (ARAÚJO, 2009, p. 108). Por esse motivo a Atividade de Inteligência não é uma instância executora, ela pode analogicamente ser comparada a uma assessoria administrativa, pois tem como função obter dados, avaliar e analisar os dados e informes, produzir um conhecimento e nesse momento tem por finalizado seu trabalho. O conhecimento produzido será levado a instâncias superiores que tomará as decisões de ações ou não, a Atividade de Inteligência possui um ciclo, podendo ocorrer pequenas variações, próprio: Demanda - quando o comando, isto é, o mais alto hierarquicamente quer saber algo; Planejamento – como e quando operacionalizar a busca do saber; Coleta – quando se busca informações do que se quer saber em diferentes instâncias; Busca – quando as informações coletadas necessitam de confirmação ou maiores dados há necessidade de “ir a campo” para amealhar maiores informações; Análise – quando se unem as informações coletadas pelas equipes de busca e equipes de busca produzindo um conhecimento; Avaliação – quando as informações analisadas passam a ser agrupadas na formação de um conhecimento “total” do assunto; Produção – quando o saber algo já foi devidamente analisado, avaliado e chega o momento da “construção” do conhecimento; Difusão – quando se transmite ou difunde o conhecimento adquirido. Deve-se esclarecer que para consecução dessas etapas a Atividade de Inteligência possui algumas etapas ou funções sob dois aspectos o da inteligência, propriamente dito, e o da contra-inteligência que constituem as operações de inteligência e a construção de conhecimento. Considerações Finais Finalizando o módulo 1, esperamos que você tenha compreendido a importância e contextualização das Atividades de Inteligência no que concerne as atividades de segurança pública. A partir dessa ferramenta é possível produzir conhecimento a respeito dos ideais e intenções de grupos sociais, com quem se relacionam e quais intenções nas práticas delitivas. Descrevendo a ferramenta da inteligência e demonstrando a utilidade na segurança pública no planejamento de ações para a preservação da ordem pública e como ferramenta de apoio à decisão de um gestor. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj3sJLIgKTPAhUGF5AKHcm4BMwQjRwIBw&url=http://abntparaque.blogspot.com/2015/09/como-redigir-as-consideracoes-finais-de.html&bvm=bv.133700528,d.Y2I&psig=AFQjCNGp0M6vCWEngw22Fq2ddxXHmuKSTA&ust=14746690410978 Referências Bibliográficas BACON, Francis, Primeiro Visconde de St. Alban (22/01/1561 – 9/04/1626). Filósofo inglês, cientista, legislador, jurista e escritor. Citação contida em Religeous Meditations, of Heresies, BUONO-CORE, Raúl. REVISTA DE ESTUDIOS HISTÓRICO-JURÍDICOS - GUERRA Y DIPLOMACIA EN LA ROMA REPUBLICANA. Rev. estud. hist.-juríd. no.37 Valparaíso. 2015 DINIZ, Marisa Almeida del’isola. in SEMINÁRIO ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA NO BRASIL: CONTRIBUIÇÕES PARA A SOBERANIA E A DEMOCRACIA, 6-7 nov. 2002. Brasília. Anais... Brasília: Gráfica Artecor, 2003. GONÇALVES, Jonisval Brito. O controle da atividade de inteligência: consolidando a democracia. Revista Brasileira de Inteligência, Brasília, ano I, n. 1, dez. 2005. _____. Atividade de Inteligência e Legislação Correlata. Niterói: Editora Impetus, 2009. Lusíadas, Canto XVIII número 89, publicado, pela primeira vez, em 1572. MELLO, Celso Bandeira de. Curso de direito administrativo. 11. ed. São Paulo: Malheiros Ed., 1999 Nicolson, H., Diplomacy (London, Oxford University Press, 1939; traducción al castellano, México, Fondo de Cultura Económica, 1948). Link - Nicolson, H., Diplomacy (London, Oxford University Press, 1939; traducción al castellano, México, Fondo de Cultura Económica, 1948). REVISTA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA. Brasília: Abin, v. 1, n. 1, dez. 2005. SILVEIRA, José Luiz Gonçalves da; CRUZ, Tércia Ferreira da (Org.). Inteligência de Segurança Pública: Um novo paradigma à proteção do cidadão. Florianópolis: Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina, 2011.
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