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Anderson-Costa-Estudo-de-Caso-para-Determinacao-dos-Indices-de-Perdas-para-uma-Obra-Vertical-em-Fortaleza-CE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANDERSON MAGALHÃES DE SOUSA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO PARA DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES DE PERDAS PARA 
UMA OBRA VERTICAL EM FORTALEZA/CE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
 ii
ANDERSON MAGALHÃES DE SOUSA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES DE PERDAS PARA UMA OBRA VERTICAL EM 
FORTALEZA/CE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia submetida à Coordenação do 
Curso de Engenharia Civil da Universidade 
Federal do Ceará, como requisito parcial para 
obtenção do grau de Engenheiro Civil, em 
dezembro de 2011. 
 
Orientador: Antônio Eduardo Bezerra Cabral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Federal do Ceará 
Biblioteca de Ciências e Tecnologia 
 
 
C87e Costa, Anderson Magalhães de Sousa. 
Estudo de caso para determinação dos índices de perdas para uma obra vertical em Fortaleza/CE / 
Anderson Magalhães de Sousa Costa. – 2011. 
52 f. : il. color., enc. ; 30 cm. 
 
Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de 
Engenharia Estrutural e Construção Civil, Curso de Engenharia Civil, Fortaleza, 2011. 
Orientação: Prof. Dr. Antônio Eduardo Bezerra Cabral. 
 
1. Resíduos sólidos. 2. Materiais de construção. 3. Resíduos como material de construção I. Título. 
 
 CDD 620 
 iii 
ANDERSON MAGALHÃES DE SOUSA COSTA 
 
 
 
 
DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES DE PERDAS PARA UMA OBRA VERTICAL EM 
FORTALEZA/CE 
 
 
 
Monografia submetida à coordenação do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal 
do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. 
 
 
 
 
Aprovada em ____/____/____ 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Antônio Eduardo Bezerra Cabral – D.Sc. (Orientador) 
Universidade Federal do Ceará - UFC 
 
 
 
 
__________________________________________________ 
Eng. João Bosco Gomes Viana Junior (Examinador) 
WR Engenharia LTDA 
 
 
 
 
__________________________________________________ 
José Ramalho Torres – M.Sc. (Examinador) 
Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará - NUTEC 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
 
 iv
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus 
pais, aqueles que me ajudaram 
desde o início. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 v
AGRADECIMENTOS 
 
Em primeiro lugar a Deus, pois toda essa conquista vem Dele, é graça, e sou grato 
por ter sido atingido por ela e saber que estou sempre no controle Dele. 
Em segundo lugar, aos meus queridos pais, Jeú Magalhães da Costa e Catarina de 
Sousa Costa, juntamente com minha irmã Camila Magalhães, que desde o início sempre me 
apoiaram e me incentivaram na minha caminhada profissional. 
A minha namorada Glenna Cherice, pelo companheirismo e incentivo nesta etapa 
final do curso. 
Aos meus avós, Otoniel e Hilda, pelo exemplo de vida e ao meu Tio Joel, que 
sempre ajudou desde o início da minha carreira. 
Aos amigos, tios e irmãos em Cristo da minha querida Igreja Batista Manancial, 
Daniel Cardoso, Bruno Leonardo, Benaia Lira, Felipe Prestes, Wesley, Henrique Klein, 
William Falcão, Carlos Alberto, Beto, Almir, Fábio, Caio Mestres, Reginaldo Crispim, Tiago 
Alencar, Pr. Valney Veras, Pr. Wadson Valente, Pr. Mauro Clark, Marly Valente, Joelma, 
Francisco Furtado, Dani, Pr. Kelso Clark, Pr. Humberto Medeiros, Brenda Medeiros, Érica 
Menezes, Bruna Menezes, Gabriela Menezes, Lia Veras, Jamille Queiroz, Nayara Arruda, 
Thamara Ribeiro, Síntique Fragoso, mostrando sempre o privilégio e prazer de honrar e 
glorificar o nome de Deus. 
Ao Engenheiro João Bosco Gomes Viana Junior, pelo ensino e capacitação ao 
longo desse tempo na WR, além da orientação na formulação deste trabalho. 
Aos amigos da WR Engenharia, Jonathan Soares, Charleide Lemos, Iran, Filipe 
José, Jheymer, Mestre Assis, Batista e Felipe Moura, pelo grande aprendizado e maturidade 
profissional que tenho obtido através deles. 
Aos amigos da faculdade, Daniel Sousa, Cícero Gualberto, Thiago Borges, 
Leandro Aragão, Paulo Dantas, Daniel Dias, Felipe Alisson, Vicente de Castro, Leonardo 
Souza, Jean Amaral, Francisco Ilton, por caminharem comigo durante esses cinco anos de 
luta. 
Ao meu orientador Eduardo Cabral, pelo ensino e orientação para a conclusão 
desta pesquisa. 
 
 
 
 
 vi
RESUMO 
 
A disposição de resíduos sólidos urbanos constitui um dos maiores fatores para 
degradação do meio ambiente e prejuízo financeiro em canteiros de obras, neste último caso 
para os resíduos de Construção e Demolição (RCD’s), pois pesquisas demonstram que as 
taxas de gerações de RCD’s são preocupantes no Brasil. Neste trabalho estudou-se a 
metodologia de obtenção dos índices de perdas de alguns materiais em uma obra vertical em 
Fortaleza/CE. A pesquisa contou com os seguintes objetivos específicos: apresentar um 
panorama sobre os RCD’s e Perdas na Construção Civil; representar os índices de perdas 
obtidos de forma percentual; analisar e apresentar as possíveis causas dos desperdícios; e 
propor soluções a fim de diminuir a ocorrência de perdas de materiais. A fim de se obter os 
índices de perdas é necessário a obtenção de dois parâmetros importantes: quantidade de 
material teoricamente necessária (QMT) e quantidade de material realmente necessária 
(QMR). Para a obtenção do primeiro parâmetro a metodologia utilizada foi a realização de 
quantitativos in loco do que tinha sido realizado até a data de atualização do estoque ou 
término do serviço. Já para o segundo parâmetro foi utilizado o sistema de gestão de compras 
da empresa, o controle de estoque de materiais do almoxarifado da construtora e para os 
serviços de emboço interno (gesso e argamassa) foram utilizadas taxas de consumo 
encontradas in loco. Os resultados obtidos ficaram dentro da média esperada na maioria dos 
casos, no entanto, insumos como cerâmica externa apresentaram índices de perdas 
preocupantes, em consequência de um possível mau estoque do material e um maior 
transporte vertical e horizontal para dentro das balanças em relação às cerâmicas internas. 
Como proposições destacam-se: um maior controle da produção (inspeção dos serviços); 
investimentos em treinamento de mão de obra; armazenamento de materiais de acordo com a 
Tabela de Armazenamento de Materiais (TAM) de cada construtora; e implantação de 
coordenação modular nos projetos de arquitetura. 
 
Palavras chave: Resíduos sólidos urbanos, resíduos de construção e demolição (RCD’s), 
índices de perdas, quantidade de material teoricamente necessária (QMT), quantidade de 
material realmente necessária (QMR). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vii
Sumário 
 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. viii 
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. ix 
LISTA DE QUADROS .............................................................................................................. x 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 
1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 3 
1.2 Estrutura do trabalho .................................................................................................... 4 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 5 
2.1 Resíduos da construção civil ........................................................................................ 52.2 Perdas na Construção Civil ........................................................................................ 11 
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 14 
3.1 Gesso em placa .......................................................................................................... 16 
3.2 Revestimento de gesso em paredes ............................................................................ 17 
3.3 Cerâmica interna Fôrma Slim Branca 33,5 x 33,5 ..................................................... 21 
3.4 Porcelanato interno Eliane Polido 60 x 60 CM POLUX ........................................... 21 
3.5 Cerâmica externa 10x10 cm Camburi Bone Eliane Bege e Marron .......................... 22 
3.6 Emboço interno (massa) ............................................................................................ 22 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................. 27 
4.1 Gesso em placa .......................................................................................................... 27 
4.2 Revestimento de gesso em paredes ............................................................................ 28 
4.3 Cerâmica interna Fôrma Slim Branca 33,5 x 33,5 ..................................................... 31 
4.4 Porcelanato interno Eliane Polido 60 x 60 CM POLUX ........................................... 33 
4.5 Cerâmica externa 10x10 cm Camburi Bone Eliane Bege e Marron .......................... 34 
4.6 Emboço interno (massa) ............................................................................................ 37 
4.7 Resumo dos resultados obtidos .................................................................................. 39 
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 40 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 viii 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 2.1 – Exemplo de RCD Classe A (Obra Jardins do Paço – WR Engenharia) ................ 9 
Figura 2.2 - Exemplos de RCD Classe B (Obra Jardins do Paço – WR Engenharia) .............. 10 
Figura 2.3 - Exemplo de RCD Classe D ................................................................................... 11 
Figura 3.1- Localização geográfica da Obra analisada (Condomínio Jardins do Paço - WR 
Engenharia) ............................................................................................................................... 14 
Figura 3.2 - Projeção ilustrada do Condomínio Jardins do Paço quando finalizado ................ 15 
Figura 3.3 - Projeção ilustrada do Pvto Tipo ............................................................................ 15 
Figura 3.4 - Exemplo de uma solicitação realizada no Sistema de Gestão de Suprimentos 
(Informacon) ............................................................................................................................. 17 
Figura 3.5 - Procedimento de formação do Emboço de Gesso (Mistura) ................................ 20 
Figura 3.6 - Medição da quantidade de massa produzida para um saco de gesso .................... 20 
Figura 3.7 - Confecção de Traço 1:3:4 para Emboço interno ................................................. 25 
Figura 3.8 - Medição do traço "rodado" para obtenção do consumo de massa/m² .................. 25 
Figura 4.1 – Empilhamento de cerâmica externa com peças danificadas ................................ 37 
Figura 4.2 – Estoque de peças de cerâmica externa quebradas devido ao mau estoque .......... 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ix
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1.1 - Materiais simples: perdas detectadas pela pesquisa FINEP/ITQC/PCC e por 
outras fontes (fonte: Souza, 2008) .............................................................................................. 2 
Tabela 2.1 - Dados sobre RCD de diversas cidades brasileiras (fonte: Cabral, 2007) ............... 8 
Tabela 2.2- Materiais básicos: perdas na obra detectadas pelo (FINEP/ITQC/PCC) e por 
outras fontes. (fonte: Souza et al., 1998) .................................................................................. 11 
Tabela 2.3- Perdas de cimento nos serviços: emboço ou massa única internos; emboço ou 
massa única externos; contrapiso (FINEP/ITQC/PCC) (fonte: Souza et al., 1998) ................. 12 
Tabela 4.1- Materiais simples: perdas detectadas pela pesquisa FINEP/ITQC/PCC e por 
outras fontes (fonte: Souza, 2008) ............................................................................................ 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 x
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 3.1 - Formulário de acompanhamento de sacos de gesso transportado verticalmente 18 
Quadro 3.2 - Planilha de Controle de Sacos de gesso utilizados .............................................. 19 
Quadro 3.3 - Formulário entregue aos betoneiros para obtenção da quantidade de traços 
utilizados durante o dia ............................................................................................................. 23 
Quadro 3.4 - Planilha de Controle da quantidade de traços utilizados por dia ......................... 24 
Quadro 4.1 - Quantitativo de forro de gesso para os ambientes descritos abaixo .................... 27 
Quadro 4.2 - Resumo da quantidade média de sacos de gesso utilizados por Torre ................ 28 
Quadro 4.3 - Quantitativo detalhado de Revestimento de gesso em paredes ........................... 29 
Quadro 4.4 –Parâmetros para o cálculo da quantidade realmente utilizada de cerâmica interna 
até o dia 19/10/11 ..................................................................................................................... 31 
Quadro 4.5 - Quantidade detalhado da Quantidade de cerâmica interna teoricamente utilizada 
até o dia 19/10/11 ..................................................................................................................... 32 
Quadro 4.6 –Parâmetros para o cálculo da quantidade realmente utilizada de porcelanato até o 
dia 19/10/11 .............................................................................................................................. 33 
Quadro 4.7 - Quantitativo detalhado da quantidade de porcelanato teoricamente utilizada até o 
dia 19/10/11 .............................................................................................................................. 34 
Quadro 4.8–Parâmetros par o cálculo da quantidade realmente utilizada de cerâmica externa 
até o dia 19/10/11 ..................................................................................................................... 34 
Quadro 4.9 - Quantitativo detalhado da quantidade teoricamente utilizada de cerâmica externa 
até o dia 19/10/11 ..................................................................................................................... 35 
Quadro 4.10- Quantitativo detalhado da quantidade teoricamente utilizada de Emboço interno
 .................................................................................................................................................. 38 
Quadro 4.11 – Resumo dos índices de perda obtidos ............................................................... 39 
 
 
 
 
 1
1 INTRODUÇÃO 
 
Atualmente, a sociedade está inserida em um meio onde o desenvolvimento não 
está aliado à conservação do meio ambiente. Dentro deste contexto é que a disposição de 
resíduos sólidos tem sido um grande empecilho para o aumento da qualidade de vida da 
população mundial, gerando grandes impactos sociais e ambientais. 
Um dos maiores contribuintes para esta produção em grande escala de resíduos 
sólidos é a indústria da Construção Civil, através da disposição dos resíduos de Construção eDemolição (RCD). 
No contexto atual, onde o mercado da Construção Civil está superaquecido, 
construtoras buscam o seu lugar no mercado realizando empreendimentos cada vez mais 
ousados, caros e com um tempo curto de execução. No entanto, essas construtoras, em muitos 
casos, carecem de uma gestão da qualidade que vise evitar a perda de materiais em cada 
serviço ou etapa da obra. 
No entanto, não são somente as construtoras que são responsáveis pela grande 
disposição de materiais de construção e demolição. Segundo Souza (2005), existe uma fração 
do mercado da construção, às vezes chamados de informal, que abrangem também 
construções novas e reformas, que apesar de serem obras pequenas, quando se atenta para 
cada uma delas, é extremamente significativa em conjunto, até mesmo maior que a construção 
dita formal. 
Ainda segundo Souza (2005), ao se fazer um balanço a respeito da quantidade 
total de materiais necessária para a produção de 1 metro quadrado de edifício, não é difícil 
superar-se a cifra de 1000 Kg. 
Devido a este fato, o crescente grau de exigência dos clientes, o aumento da 
competição no setor, a mobilização da mão-de-obra em relação a melhores condições de 
trabalho e as flutuações de mercado têm motivado a indústria da construção civil a passar por 
uma reestruturação em busca de maiores níveis de qualidade e eficiência dos processos 
(ROSA, 2001). 
Além disso, as empresas têm buscado cada vez mais a melhoria contínua, 
estimulando-se a avaliarem os seus processos constantemente através de uma eficiente gestão 
que visa atender a todos os requisitos propostos pela empresa, evitando desperdícios que 
acarretem em prejuízos para o Empresário. 
 2
Segundo Rutkowski et al. (2008), além da disseminação de conceitos e práticas 
sustentáveis é necessário mudar também o modo de como administrar os resíduos sólidos. O 
mesmo autor afirma que para a boa administração dos resíduos sólidos é necessário conhecer 
a dinâmica e os tipos diferenciados de resíduos, neste caso, os RCD’s (Resíduos de 
Construção e Demolição). 
Segundo Souza (2005), embora as chances de sucesso de quaisquer atividades que 
se proponha a fazer dependam fortemente de um bom projeto e de uma boa programação, este 
autor acredita que um bom controle da produção seja também um ponto importante de ser 
ressaltado. Em particular, na Construção Civil, indústria extremamente complexa, onde o 
processo se modifica ao longo da elaboração do produto, o controle torna-se também, na 
opinião deste mesmo autor, ainda mais relevante. 
Dentre todos os tipos de resíduos sólidos, os de construção e demolição 
representam, em volume, uma boa parte do lixo produzido. Esse volume se dá pelos 
desperdícios que ocorrem em canteiros de obras, onde o material realmente necessário sempre 
é superior ao teoricamente necessário. A diferença entre esses dois é que chamamos de perda. 
 
Tabela 1.1 - Materiais simples: perdas detectadas pela pesquisa FINEP/ITQC/PCC e por outras fontes (fonte: 
Souza, 2008) 
MATERIAIS/
COMPENTES 
TCPO 10 
(1996) 
SKOYLES 
(1976) 
PINT
O 
(1989) 
SOIBEL
MAN 
(1993) 
FINEP 1998 
Média Média Média 
Méd
ia 
Media
na 
Mi
n. 
Má
x. n 
Concreto 
usinado 
2 5 1 13 9 9 2 23 
3
5 
Aço 15 5 26 19 10 11 4 16 
1
2 
Blocos e tijolos 3 a 10 8,5 13 52 17 13 3 48 
3
7 
Eletrodutos 0 - - - 15 15 13 18 3 
Condutores 2 - - - 25 27 14 35 3 
Tubos PVC 1 3 - - 20 15 8 56 7 
Placas 
cerâmicas 
5 a 10 3 - - 16 14 2 50 
1
8 
Gesso - - - - 45 30 -14 120 3 
 
 3
Na Tabela 1.1 são mostrados alguns índices de perdas variando conforme o tipo 
de material. Essa pesquisa foi financiada pelo FINEP, ITQC e PCC, com o objetivo de 
mensurar os índices de perdas em diversas capitais brasileiras, incluindo Fortaleza. 
A partir desses resultados contidos na Tabela 1.1 observa-se que as perdas variam 
conforme o serviço, apresentando valores elevados para materiais como gesso. 
Essas perdas são ocasionadas principalmente por uma má gestão dos canteiros de 
obras. Isso vai desde o treinamento dos seus operários até a fiscalização dos serviços por parte 
da administração. Por exemplo, uma parede que deveria ter um revestimento de 1 centímetro, 
apresenta 2 centímetros pelo fato de a parede está “fora de prumo” devido à má execução da 
estrutura de concreto. 
A fim de evitar a grande quantidade de disposição de resíduos de construção e 
demolição devem-se entender os reais motivos que leva a construção civil a ser um dos 
maiores responsáveis pela produção de resíduos sólidos. 
Portanto, estudos devem ser realizados a fim de apontar quantitativamente a real 
porcentagem de desperdício, ou perdas, que uma obra apresenta para os serviços mais amplos. 
Essa determinação dos índices de perdas servirá para identificar em que etapa da construção 
do empreendimento ocorre o desperdício, a fim de saber com maior detalhe as medidas 
preventivas e corretivas a serem tomadas. 
Com base nisso, a determinação dos índices de perdas para uma obra e a análise 
das causas e soluções das perdas, objetivo deste trabalho, pode vir a ajudar na diminuição dos 
desperdícios em canteiros de obras, contribuindo para um maior desenvolvimento sustentável 
da sociedade. 
Este trabalho tem a motivação de beneficiar o segmento da construção Civil, 
principalmente em Fortaleza, que carece de trabalhos como esse, pois, além de apresentar os 
índices de perdas para diversos serviços, apresentará as possíveis causas e soluções a fim de 
evitar tais desperdícios. 
1.1 Objetivos 
 
O objetivo geral deste trabalho é determinar os índices de perdas para alguns 
materiais em uma obra vertical de Fortaleza/CE. Como objetivos específicos, destacam-se: 
• Apresentar um panorama sobre os Resíduos de Construção e Demolição (RCD’s) e 
Perdas na Construção Civil; 
 4
• Representar os índices de perdas obtidos de forma percentual; 
• Analisar e apresentar as possíveis causas dos desperdícios, caso seja apresentado nos 
resultados um alto índice de perdas; 
• Propor soluções a fim de diminuir a ocorrência de perdas de materiais. 
 
1.2 Estrutura do trabalho 
 
Esta monografia encontra-se dividida em cinco capítulos principais e outros tópicos 
relacionados. 
O primeiro capítulo consta de uma introdução que procura apresentar o tema através 
de uma contextualização, mostrando também a problemática, a justificativa e a motivação 
para a realização da pesquisa. Além disso, são apresentados neste capítulo os objetivos gerais 
e específicos do trabalho e a sua estrutura. 
O segundo capítulo trata-se de uma revisão bibliográfica dos assuntos que permeiam 
a pesquisa. Neste capítulo será tratado especificamente sobre os Resíduos de Construção e 
Demolição (RCD’s) e Perdas na Construção Civil. 
O terceiro capítulo tem o objetivo de apresentar a metodologia de realização da 
pesquisa. Onde neste capítulo é descrito todo o processo de coleta e tratamento dos dados. 
O quarto capítulo consta da apresentação dos resultados, onde será também discutida 
as possíveis causas e soluções para os índices de perdas obtidos conforme o material 
estudado. 
No quinto capítulo constam as considerações finais sobre o trabalho e as 
recomendações para trabalhos posteriores, visando aperfeiçoar o conteúdo do trabalho e 
diminuir os índices de perdas nos canteiros de obras espalhados pelo Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 Resíduos da construção civil 
 
Dentre os problemas marcantes que o Século XXI vem enfrentando, destaca-se, 
entre eles, a má disposição dos resíduos sólidos urbanos. Esta problemática, no entanto, não 
surgiu apenas neste século. 
Segundo Rutkowski et al. (2008), isto começou a ocorrer quando as pessoas 
começaram a se deslocar em grande quantidade do meio rural para o meio urbano. No meio 
rural, todos os processos aconteciam em ciclos e não produziam excessos, tudo era 
reaproveitado e reabsorvido. Ao ocorrer a migração excessiva para as cidades,a produção de 
resíduos sólidos aumentou rapidamente, começando então a provocar doenças, peste e 
epidemias, a partir disso começaram a surgir leis proibindo jogar lixo na rua e o poder público 
começa a coletá-lo e jogá-lo fora dos limites da cidade. 
De acordo com os mesmos autores, a geração do lixo urbano só tende a aumentar, 
pois ele acompanha diretamente as modificações econômicas e as transformações 
tecnológicas, que vêm influenciando o modo de vida dos centros urbanos em um ritmo cada 
vez mais acelerado, gerando consequentemente mais resíduos. 
Rutkowski et al. (2008) destaca ainda os impactos na saúde e nos recursos 
naturais que o destino não adequado do lixo provoca: poluição dos mananciais; contaminação 
do ar; assoreamento dos córregos; poluição visual; mal cheiro e problemas sociais. 
Muitas empresas não têm seguido o desenvolvimento sustentável, que visa 
satisfazer as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações 
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, contribuindo assim para uma pior 
qualidade de vida destas gerações. 
A fim de compreender melhor a gestão de resíduos sólidos, a NBR 10.004: 2004 
classifica os resíduos da seguinte forma: quanto aos riscos potenciais de contaminação do 
meio ambiente: 
• Classe I – Resíduos Perigosos 
• Classe II – Resíduos Não perigosos 
• Classe II-A – Não inertes 
• Classe II-B – Inertes 
 6
Já quanto à natureza e origem, segundo Rutkwoski et al. (2008), os resíduos 
podem ser classificados em: 
• Resíduos sólidos urbanos; 
• Resíduos sólidos industriais; 
• Resíduos sólidos de serviços de saúde; 
• Resíduos sólidos rurais; 
• Resíduos sólidos especiais ou diferenciados. 
Dentro da classificação de resíduos sólidos urbanos, destacam-se os resíduos 
provenientes da Construção e Demolição (RCD). 
Segundo a Resolução Nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), resíduos da construção civil são os provenientes de construções, reformas, 
reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da 
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, 
metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, 
pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados 
de entulhos de obras, caliça ou metralha. 
Segundo Nascimento et al. (2008), os resíduos de Construção podem também ser 
classificados segundo a sua composição em materiais minerais, materiais não-minerais e 
outros, sendo importante a forma de como esses resíduos devem ser tratados. 
Quanto aos materiais minerais: 
• Concreto forte e fraco; 
• Argamassa com cimento e/ou cal e/ou arenoso; 
• Paredes de blocos de concreto ou blocos cerâmicos ou com outros tipos de 
componentes; 
• Solo, areia e pedra; 
• Azulejo e outros produtos cerâmicos como telhas, manilhas etc; 
• Cimento amianto; 
• Vidro; 
• Metais (ferro, aço, cobre, entre outros); 
• Gesso; 
• Outros; 
Quanto aos materiais não minerais e outros: 
 7
• Vegetação e podas; 
• Tubos plásticos, de cobre, chumbo etc; 
• Papel; 
• Plástico; 
• Isopor; 
• Mantas sintéticas; 
• Mantas asfálticas; 
• Emulsão asfáltica; 
• Tintas e solventes; 
• Produtos de pintura usados; 
• Tacos; 
• Madeira com contaminantes (biocidas, verniz etc) e sem contaminantes; 
• Piso vinílico e carpetes; 
• Sacos de cimento, cal, gesso; 
• Adesivos; 
• Produtos químicos perigosos; 
• Material elétrico; 
• Espumas e tecidos; 
• Outros. 
Ainda segundo Nascimento et al. (2008), o resíduo de construção é gerado a taxas 
variando de 400 a 700 Kg/hab.ano, em cidade médias e grandes do Brasil. Essa taxa varia de 
cidade para cidade e de época para época, dependendo do desenvolvimento econômico, do 
tamanho da cidade, do momento econômico do país e de outros fatores, como se pode ver na 
Tabela 2.1. 
 
 
 
 
 
 
 8
Tabela 2.1 - Dados sobre RCD de diversas cidades brasileiras (fonte: Cabral, 2007) 
Município RCD 
(t/dia) 
RCD/RSU População 
(ano) 
Taxa de 
geração 
(t/hab.ano) 
Jundiaí/SP 712 62% 293373 (96) 0,89 
São José dos Campos/SP 733 67% 486467 (95) 0,55 
Ribeirão Preto/SP 1043 70% 456252 (95) 0,83 
São José do Rio Preto/SP 687 58% 323627 (96) 0,77 
Santo André/SP 1013 54% 625564 (96) 0,59 
Vitória da Conquista/BA 310 n.d. 242155 (98) 0,47 
São Carlos/SP 381 n.d. 197187 (03) 0,7 
Salvador/BA 2746 50% 2556429 (03) 0,39 
Feira de Santana/BA 276 50% 481000 (n.d.) 0,21 
São Paulo/SP 5260 34% 10405867 (00) 0,18 
Blumenau/SC 331,51 n.d. 271730 (02) 0,45 
Belo Horizonte/MG 1200 51% 2010000 (n.d.) 0,22 
Florianópolis 636,12 n.d. 285281 (00) 0,81 
Maceió/AL 1100 45% 700000 (n.d.) 0,57 
Porto Alegre/RS 1000 n.d. 1200000 0,31 
Campinas/SP 1528 n.d. 850000 0,54 
 
As causas da geração destes de Resíduos de Construção e Demolição são várias, 
destacam-se entre estas (LEITE, 2001): 
• A falta de qualidade dos bens e serviços, podendo dar origem através disto 
às perdas de materiais, que saem das obras na forma de entulho; 
• A urbanização desordenada que faz com que as construções passem por 
adaptações e modificações, gerando mais resíduos; 
• O aumento do poder aquisitivo da população e as facilidades econômicas 
que impulsionam o desenvolvimento de novas construções e reformas; 
• Estruturas de concreto mal concebidas que ocasionam a redução de sua 
vida útil e necessitam de manutenção corretiva, gerando grandes volumes 
de resíduos; 
• Desastres naturais, como avalanches, terremotos e tsunamis; 
• Desastres provocados pelo homem, como guerras e bombardeios. 
Ainda segundo Nascimento et al. (2008), a geração do resíduo de construção está 
ligada aos modos como se constroem as obras e como se controlam as construções. Algumas 
 9
obras geram mais resíduos, outras geram menos. Mesmo assim, praticamente, toda obra gera 
resíduos em quantidades consideráveis. Segundo o mesmo autor, estima-se que, na média, 
10% de todo o material que entra em uma obra sai dela como resíduo. 
A Resolução Nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 
destaca que os resíduos de construção e demolição devem ser separados em quatro classes: 
Resíduos Classe A, B, C e D. Também define as classes e especifica a destinação para cada 
uma: 
• Os resíduos da classe A (Figura 2.1) são os resíduos reutilizáveis ou 
recicláveis como agregados, tais como: construção, demolição, reformas e 
reparos de obras de infraestrutura e edificações. Eles devem ser 
reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas 
de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a 
permitir a sua utilização ou reciclagem futura. 
 
Figura 2.1 – Exemplo de RCD Classe A (Obra Jardins do Paço – WR Engenharia) 
 
• Os resíduos da classe B (Figura 2.2) são os recicláveis para outras 
destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras, 
gesso e outros. Devem ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a 
 10
áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a 
sua utilização ou reciclagem futura. 
 
Figura 2.2 - Exemplos de RCD Classe B (Obra Jardins do Paço – WR Engenharia) 
 
• Os resíduos da classe C são aqueles para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua 
reciclagem/recuperação. Devem ser armazenados, transportados e 
destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. 
• Os resíduos da classe D (Figura 2.3) são os perigosos, oriundos do 
processo de construção tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou 
aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de 
clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. Devem ser 
armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas 
técnicas específicas. 
 11
 
Figura 2.3 - Exemplo de RCD Classe D 
 
2.2 Perdas na Construção CivilEm seu estudo, Souza et al. (2008) apresentaram os índices de perdas para alguns 
materiais básicos, que são aqueles que precisam ser misturados a outros materiais básicos a 
fim de gerar um material composto. Como exemplo tem-se a areia, o cimento e a cal. 
Apresentaram também resultados para alguns serviços. 
Neste estudo são observados (Tabelas 2.2 e 2.3) os alarmantes índices obtidos e a 
necessidade de se estudar os motivos para a ocorrência destes resultados. 
 
Tabela 2.2- Materiais básicos: perdas na obra detectadas pelo (FINEP/ITQC/PCC) e por outras fontes. (fonte: 
Souza et al., 1998) 
Materiais 
básicos 
PINTO 
(1989) 
SOIBELMAN 
(1993) 
FINEP/ITQC/PCC (%) 
Média Mediana Mínimo Máximo N 
Areia 39 44 76 44 7 311 28 
Saibro - - 182 174 134 347 4 
Cimento 33 83 95 56 6 638 44 
Pedra - - 75 38 9 294 6 
Cal - - 97 36 6 638 12 
 
 12
Tabela 2.3- Perdas de cimento nos serviços: emboço ou massa única internos; emboço ou massa única externos; 
contrapiso (FINEP/ITQC/PCC) (fonte: Souza et al., 1998) 
Materiais 
básicos 
Média Mediana Mínimo Máximo n 
Emboço interno 104 102 8 234 11 
emboço externo 67 53 11 164 8 
Contrapiso 79 42 8 288 7 
 
Veem-se através dos resultados as elevadas médias de índices de perdas, obtidos 
por esta pesquisa financiada pelo FINEP (Tabelas 2.2 e 2.3 ). Um dos maiores fatores deste 
fato é a má gestão, principalmente de suprimentos e serviços, que muitos canteiros de obras 
apresentam espalhados pelo país. 
Segundo Souza (2005), esses resultados são obtidos através da seguinte 
expressão: 
 
���%� = 	
�	
��	�
�	�
× 100 (2.1) 
 
Onde: 
IP (%) = indicador de perdas expresso percentualmente, 
QMR = quantidade de material realmente necessária, 
QMT = quantidade de material teoricamente necessária. 
 
O entendimento das perdas de materiais passa também pelo conhecimento da 
classificação das mesmas. 
Segundo Souza (2005), as perdas podem ser definidas e classificadas segundo: o 
tipo de recurso consumido; unidade para sua medição; a fase do empreendimento em que 
ocorrem; o momento de incidência na produção; sua natureza; forma de manifestação; sua 
causa; sua origem e seu controle. 
Quanto ao tipo de recurso consumido, Souza (2005) afirma que as perdas se 
dividem em financeiras (estritamente financeiras e/ou decorrentes das perdas de recursos 
físicos) e Físicas (mão de obra, equipamentos e/ou matérias). Segundo o mesmo autor, as 
principais unidades de medição são: em massa, em volume e em unidades monetárias; 
 13
Quanto à fase do empreendimento em que ocorre, Souza (2005) diz que o 
consumo de materiais maiores que o teoricamente necessário pode ocorrer em diferentes 
momentos do empreendimento, tais como: concepção; produção da obra e utilização. 
Ainda segundo o mesmo autor, quanto ao momento de incidência na produção as 
perdas podem se manifestar nas seguintes etapas da fase de produção: recebimento dos 
materiais e componentes; estocagem dos mesmos; processamento intermediário; 
processamento final; movimentações entre as etapas do fluxograma dos processos mostrado. 
Já quanto a sua natureza, as perdas físicas de materiais podem ocorrer sob três 
diferentes naturezas: furto ou extravio; entulho e incorporação, sendo esta última a mais 
importante e com maior incidência. 
Segundo Souza (2005), a causa de uma perda seria a razão imediata para que ela 
tenha acontecido. Esse conhecimento pode ajudar bastante na futura tarefa de tentar evitar que 
tais perdas aconteçam. 
Dentro dessas classificações, destaca-se a perda incorporada. Ainda segundo 
Souza (2005), a perda incorporada é em muitos casos superior a perda por entulho. Isso pode 
vir a ocorrer, por exemplo, quando um revestimento interno de paredes com argamassa, 
previsto para ter um centímetro, alcança dois centímetros de espessura média. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14
3 METODOLOGIA 
 
A obra analisada para a determinação dos índices de perdas está situada na Av. 
Crisanto Moreira da Rocha, 2500, Cambeba, Fortaleza-CE (Figura 3.1). 
 
 
Figura 3.1- Localização geográfica da Obra analisada (Condomínio Jardins do Paço - WR Engenharia) 
 
 Essa obra iniciou-se em Novembro de 2009, com previsão de término para 
Janeiro de 2011. O empreendimento possui as seguintes características: 4 torres residenciais 
com 15 pavimentos, sendo em cada Torre 1 Térreo e 14 Pavimentos Tipo. Cada apartamento 
possui uma área privativa de 132,34 m². O estudo foi realizado em toda a obra, a fim de se 
obter um comparativo entre as quatro torres. 
Na Figura 3.2 pode ser observado uma perspectiva ilustrada das 4 torres quando 
finalizada, assim como do Pavimento tipo na Figura 3.3. 
 
 15
 
Figura 3.2 - Projeção ilustrada do Condomínio Jardins do Paço quando finalizado 
 
 
Figura 3.3 - Projeção ilustrada do Pavimento Tipo 
 
 16
Os índices de perdas foram obtidos para os seguintes materiais: 
• Forro de gesso; 
• Emboço interno de gesso; 
• Cerâmica interna; 
• Porcelanato interno; 
• Cerâmica da Fachada; 
• Emboço interno; 
Essas perdas foram obtidas através de dois parâmetros importantes: quantidade 
realmente e teoricamente utilizada de cada insumo analisado. A fim de encontrar estes 
parâmetros, abaixo são descritos os métodos utilizados para as suas obtenções. 
3.1 Gesso em placa 
 
Primeiramente foi feito todo o quantitativo da utilização de gesso em placas a fim 
de determinar a quantidade teoricamente necessária. A partir da área necessária de forro foi 
encontrada a quantidade de placas (60x60) necessárias. 
A quantidade de placas realmente utilizadas foi determinado através do sistema de 
solicitação de compras da empresa (Informacon), que registra a quantidade requerida pela 
obra, como mostrado na Figura 3.4 através de uma das solicitações de placas de gesso, 
realizada no dia 08/08/2011. Todas as solicitações foram juntadas a fim de se obter um total 
de placas solicitadas. 
Toda essa quantidade foi utilizada para os seguintes locais: todos os apartamentos 
(112); todos os hall’s, sem o detalhe que ficou pendente; 12 halls com os detalhes que estava 
faltando e os WC’s do Térreo da Torre D. 
 
 
 
 
 
 
 
 17
 
Figura 3.4 - Exemplo de uma solicitação realizada no Sistema de Gestão de Suprimentos (Informacon) 
 
3.2 Revestimento de gesso em paredes 
 
Para este serviço foi utilizado um critério de controle de sacos de gesso (40 Kg) 
estocados em cada pavimento. Esse controle foi feito mediante uma planilha (Quadro 3.1) 
onde o operário responsável, no caso o Guincheiro, informava a quantidade de sacos que 
transportava verticalmente por dia para cada pavimento onde havia uma solicitação. 
Este controle diariamente foi repassado à sala técnica da obra que a transcreveu 
para uma planilha de controle (Quadro 3.2), onde se tornou possível a obtenção da quantidade 
total de sacos de gesso utilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18
 
Quadro 3.1 - Formulário de acompanhamento de sacos de gesso transportado verticalmente 
 
ACOMPANHAMENTO 
DE PALETE - (GESSO) 
 
GESSO TORRE D 
 
27/12/2010 
12° PAV 
13° PAV 
14° PAV 
 
28/12/2010 
12° PAV 
13° PAV 
14° PAV 
 
29/12/2010 
12° PAV 
13° PAV 
14° PAV 
 
30/12/2010 
12° PAV 
13° PAV 
14° PAV 
 
 
 
 
 
 
 
 19
Quadro 3.2 - Planilha de Controle de Sacos de gesso utilizados 
 
 
CONTROLE DE GASTO DE SACOS DE GESSO EM PÓ – 
AGOSTO 
 
 
 
DATA 4º pav 5º pav 6º pav TOTAL 
DIÁRIO 
RESPONSÁVEL 
01/08/10 
 0 
02/08/10 
50 50 
03/08/10 
50 50 
04/08/10 
40 40 
05/08/10 
 50 50 
06/08/10 
 30 30 
07/08/10 
 0 
 
Outro passo importante foi a utilização de um parâmetro de consumo de sacos de 
gesso/m² de área revestida. Este parâmetro foi obtido através de uma dosagem in loco do 
revestimento de gesso utilizado na obra. Um saco de gesso (40Kg) foi misturadocom 36 litros 
de água (Figuras 3.5 e 3.6). Após a mistura foi medido o volume de emboço interno de gesso 
representado por um saco de gesso em pó de 40 Kg. 
Esse volume foi medido utilizando-se baldes de 12 litros graduados. Enchendo-se 
os baldes foi constatado que um saco de gesso em pó (40 Kg) produz 48 litros de emboço de 
gesso. 
Na obra em estudo a espessura padrão do revestimento de gesso foi de 1,5 cm. No 
entanto essa espessura varia conforme o prumo da parede a ser revestida. Com base no 
resultado obtido anteriormente o consumo obtido foi de 3,2 m²/saco de gesso em pó. 
 
 20
 
Figura 3.5 - Procedimento de formação do Emboço de Gesso (Mistura) 
 
 
Figura 3.6 - Medição da quantidade de massa produzida para um saco de gesso 
 
 21
No entanto, foi preciso também a determinação da área total a ser revestida, obtida 
conforme o quantitativo feito in loco do que já tinha sido executado. 
3.3 Cerâmica interna Fôrma Slim Branca 33,5 x 33,5 
 
A cerâmica Fôrma Slim Branca 33,5 x 33,5 foi utilizada no acabamento de piso e 
parede dos Wc’s (casal, suíte 01, suíte reversível e vestiário), Vestiário e Área de serviço, 
tudo isso para o Apartamento Tipo. No Térreo foi utilizado para os Wc’s. No estoque foi 
contado também a Cerâmica Cargo Plus Write, utilizada no Quarto do Zelador de cada 
Térreo. 
Para a obtenção do índice de perda do assentamento deste tipo de cerâmica foi 
usado o controle de estoque da Empresa, atualizado em 19/10/11. Este controle forneceu a 
quantidade adquirida e a quantidade ainda estocada. 
No entanto, outro importante parâmetro é a quantidade teoricamente utilizada. 
Essa quantidade foi obtida através de um quantitativo feito in loco em um Apartamento Tipo e 
nos Wc’s do Térreo. 
No dia em que a contagem do estoque foi atualizada não haviam sido requisitadas 
cerâmicas para os Aptos 101 e 102 das Torres A e B, portanto não entraram no quantitativo. 
Além disso, para a realização desse quantitativo os vãos das esquadrias dos Wc’s não foram 
descontados devido ao acabamento exigido de cerâmica em suas bordas, que provocam 
desperdício devido ao corte. 
Portanto, através deste processo foi possível determinar os dois principais 
parâmetros necessários para a obtenção do índice de perda. 
3.4 Porcelanato interno Eliane Polido 60 x 60 CM POLUX 
 
Este tipo de porcelanato foi usado nos pisos dos seguintes ambientes do 
Apartamento Tipo: Suítes (casal, 01 e reversível), circulação, sala de estar, varanda e cozinha 
(piso e parede). Já para o Térreo foi utilizado na pavimentação dos seguintes ambientes: sala 
multiuso (Torres D e C), hall de entrada (Torres D e C) e Salão de Festas (Torre D) até a data 
de atualização do estoque. 
Seguindo o exemplo da Cerâmica Fôrma Slim Branca, para a obtenção do índice 
de perda do assentamento deste tipo de porcelanato foi usado o controle de estoque da 
 22
Empresa, atualizado em 19/10/11. Este controle forneceu a quantidade adquirida e quantidade 
ainda estocada. 
O outro parâmetro necessário, quantidade teoricamente necessária, foi obtido 
através de quantitativo in loco dos locais que já tinham sido executados até a data de 
19/10/11, conforme já descritos. 
Através desse processo foram determinados os dois parâmetros necessários para a 
obtenção do índice de perda. 
3.5 Cerâmica externa 10x10 cm Camburi Bone Eliane Bege e Marron 
 
Esta cerâmica foi utilizada para os seguintes locais: parte externa das torres, 
paredes das sacadas e varandas e revestimento das churrasqueiras. 
A exemplo das duas metodologias mostradas anteriormente, para a obtenção do 
índice de perda do assentamento deste tipo de cerâmica foi usado o controle de estoque da 
Empresa, atualizado em 19/10/11. Este controle forneceu a quantidade adquirida e quantidade 
ainda estocada. 
O outro parâmetro necessário, quantidade teoricamente necessária, foi obtido 
através de quantitativo in loco dos locais que já tinham sido executados até a data de 
19/10/11. Os locais que ainda faltavam assentamento de cerâmica 10x10 Camburi Bone eram: 
parte do revestimento externo (Torre A- Balanças 2, 14, 7, 8 e 9), Balança 16 (Torres C, B e 
A) e 60,54 % da B16 – Torre D. 
3.6 Emboço interno (massa) 
 
O último serviço a ser analisado foi o emboço interno, apesar de ter sido o 
primeiro serviço executado destes que foram mencionados. Para a mensuração do índice de 
perda deste serviço foi utilizado uma metodologia parecida com a do revestimento de gesso 
em paredes. 
Quanto a mensuração da quantidade realmente utilizada foi distribuído 
diariamente aos betoneiros das 4 Torres (D, C, B e A) formulários, onde neste formulário eles 
colocavam a quantidade de traços “rodados” para cada serviço que estivesse em execução. A 
seguir é mostrado o formulário entregue (Quadro 3.3): 
 
 23
Quadro 3.3 - Formulário entregue aos betoneiros para obtenção da quantidade de traços utilizados durante o dia 
 
ACOMPANHAMENTO DE 
TRAÇO 
BETONEIRA 01 
CANTOR - 
TORRE D 
14/10/2010 
Alvenaria 
Concreto para pilar 
Chapisco externo 
Chapisco interno 
Concreto para verga 
Reboco interno 
Reboco fachada 
Contra piso 
Concreto para laje 
Concreto para viga 
Chumbamento de 
caxilhos 
Contra marco 
Concreto p/ piscina 
Encunhamento 
Diversos 
 
Salienta-se que os Betoneiros eram previamente treinados para utilizar este 
formulário de forma correta, mostrando-lhes a importância de tal serviço, além disso, eles 
recebiam também um acréscimo salarial em forma de produção por este serviço, dentre 
outros, como forma de incentivo. 
Eles acumulavam então este formulário durante dois dias úteis e entregavam 
depois à sala técnica da obra que transcrevia para uma planilha de controle de traços 
utilizados (Quadro 3.4): 
 
 
 24
Quadro 3.4 - Planilha de Controle da quantidade de traços utilizados por dia 
 QUANTIDADE DE TRAÇOS GASTOS NO PERÍODO : AGOSTO 2010 
DATA 
SERVIÇOS 
RESPONSÁVEL 
Alvenaria 
Contra 
Piso 
Chapisco 
interno 
Concreto 30 
MPA 
Reboco 
interno 
Encunhamento 
TOTAL 
DIÁRIO 
01/08/10 DOMINGO 
02/08/10 
03/08/10 
04/08/10 
05/08/10 
06/08/10 
07/08/10 
 
Após o término de todos os apartamentos e caixas de escada foram somados 
através da planilha acima (Quadro 3.4), para cada mês, a quantidade total de traços utilizados 
para o serviço de emboço interno. 
Para encontrar então a quantidade teoricamente necessária tornou-se então preciso 
a obtenção de um índice que fornecesse a quantidade de área revestida de parede para 1 traço 
de emboço interno. Para a obtenção deste índice foi “rodado” 0,5 traço de emboço interno 
(Traço 1:3:4). Logo após a mistura na betoneira foi medido o volume que este 0,5 traço 
representava em massa, utilizando-se baldes graduados de 12 litros, como mostrado nas 
Figuras 3.7 e 3.8 abaixo: 
 
 25
 
Figura 3.7 - Confecção de Traço 1:3:4 para Emboço interno 
 
 
Figura 3.8 - Medição do traço "rodado" para obtenção do consumo de massa/m² 
 
Após essa etapa o resultado foi que 0,5 traço de emboço interno perfez um total de 
192 litros, portanto 1 traço representa 0,384m³ de massa. 
Para a obra estudada foi considerado uma espessura padrão a ser seguida para o 
revestimento em parede de 3 cm. No entanto, essa espessura obviamente varia com as 
condições de prumo das paredes e elementos estruturais. 
Através desta espessura tem-se que a área revestida para 1 traço de emboço 
interno é de 12,8 m². 
 26
Além deste importante parâmetro foi obtido ainda através de um quantitativo in 
loco a quantidade teoricamente necessária de emboço interno. 
Através desta quantidade total restou dividir essa quantidade pelo índice obtido 
anteriormente, obtendo-se então o total de traços teoricamente necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27
4APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
4.1 Gesso em placa 
 
Para este serviço, conforme o Quadro 4.1, foi encontrado uma quantidade total 
teórica de 13973,23 m² de forro com placas de gesso. Como uma placa apresenta uma área de 
0,36 m², a quantidade de placas utilizadas se deu então pela divisão destes dois resultados: 
 
�����	��	������	������������	����������	� !�� 	= 	
13973,23
0,36
= ())*+	,-./.0	12	32004 
Quadro 4.1 - Quantitativo de forro de gesso para os ambientes descritos abaixo 
Ambiente Área (m²) 
ESTAR/JANTAR 21,37 
COZINHA 10,88 
VARANDA 18,51 
CIRCULAÇÃO 6,81 
SACADA CIRCULAÇÃO 1,92 
SUITE REVERSIVEL 9,77 
WC REVERSIVEL 2,96 
SACADA REVERSIVEL 0,80 
SUITE CASAL 15,76 
WC CASAL 3,76 
SUITE 01 9,98 
WC 01 3,38 
AREA SERVIÇO 4,27 
DEPENDENCIA 4,35 
WC DEPENDENCIA 2,10 
TOTAL/APTO (M²) 116,62 
QTDE APTOS 112,00 
WC'S TÉRREO ( x 1TORRE) 9,55 
HALL SEM DETALHE (M²) (56 PVTOS) 15,61 
DETALHE (M²) (12 PVTOS) 2,34 
TOTAL GERAL (M²) 13973,23 
ÁREA DE 1 PLACA (M²) 0,36 
 
 
 28
A quantidade realmente utilizada se deu pela diferença entre a quantidade 
adquirida para os serviços de forro e a quantidade que ainda se encontrava estocada na obra 
até o dia 13/10/2011. 
 
�����	��	������	���������	����������	� !5� 	= 52150 − 1400
= +9:+9	,-./.0	12	32004 
 
Através da equação 2.1, o índice de perda (IP) de placas de gesso foi: 
��	�%� =
50750 − 38815
38815
<	100 = (9, :+	% 
Após pesquisa em Bibliografias, não foi encontrado nenhum trabalho que 
houvesse determinado um índice de perda para este tipo de serviço. Apesar disso, a perda 
apresentou esse valor pelo fato de ter havido muitos cortes, principalmente em áreas menores, 
como WC’s e Hall’s. 
Além disso, as dimensões dos ambientes não eram moduladas conforme o 
tamanho das placas de gesso, aumentando assim o número de cortes. 
 
4.2 Revestimento de gesso em paredes 
 
Com base na metodologia de coleta de dados apresentada o resultado obtido 
quanto à quantidade estocada em cada pavimento para a utilização como emboço em parede 
está contido no quadro 4.2 
Quadro 4.2 - Resumo da quantidade média de sacos de gesso utilizados por Torre 
Torre 
Quantidade média de sacos 
usados/pvto 
D 189,85 
C 188,57 
B 211,07 
A 204,57 
 
Através do Quadro 4.2 pôde ser obtido a quantidade média geral realmente 
utilizada (QMR) de sacos de gesso por apartamento nas 4 torres: 
 
 29
 !5 =
189,85 + 188,57 + 211,07 + 204,57
4
= *>), +?	0./40	12	32004 
 
Através do quantitativo apresentado no Quadro 4.3 foi encontrada uma quantidade 
total de área a ser revestida, 375,86 m²/pvto. Além disso, foi obtido um consumo de emboço 
de gesso/sacos de 40 KG, 3,2 m²/saco. Com estes dois parâmetros tornou-se possível 
encontrar a quantidade de sacos teoricamente necessária: 
 
 !� =
375,86
3,2
= **:, @A	0./40	12	32004 
 
Quadro 4.3 - Quantitativo detalhado de Revestimento de gesso em paredes 
 QUANTITATIVO DE GESSO - PAVIMENTO TIPO 
 
1ª PAVIMENTO - TORRE 
D 
DATA 01/07/10 
 
ALVENARIA A EXECUTAR EM PRODUÇÃO 
AMBIENTE DIMENSOES DESCONTO VOLUME 
SUITE 01 
 [(3,23+3,09)x2x2,45] 30,97 m² 
 Porta wc (0,65x2,18) -1,42 m² 
 Porta suite 1 (0,75x2,19) -1,64 m² 
 SUBTOTAL (m²) 27,91 m² 
SUITE 02 
 [(4,66+4,47)x2x2,45] 44,74 m² 
 Porta wc (0,65x2,23) -1,45 m² 
 Porta suite 2 (0,75x2,16) -1,62 m² 
 SUBTOTAL (m²) 41,67 m² 
 
CIRCULAÇÃO 
 [(4,38x2)+(2,00)]x2,45 26,36 m² 
 Porta suite 1 (0,75x2,19) -1,64 m² 
 Porta suite 2 (0,75x2,16) -1,62 m² 
 
Porta suíte reversivel 
(0,76x2,17) -1,65 m² 
 SUBTOTAL (m²) 21,45 m² 
SALA 
 (3,68x2,40) + [(1,38+3,44)x2,45] + (1,99x0,92) + (3,53x2,45) 31,12 m² 
 SUBTOTAL (m²) 31,12 m² 
SUITE REVERSIVEL 
 30
 [(2,80+3,54)x2x2,45] 31,07 m² 
 
Porta suíte reversivel 
(0,76x2,17) -1,65 m² 
 
Porta wc reversivel 
(0,64x2,17) -1,39 m² 
 SUBTOTAL (m²) 28,03 m² 
EMPREGADA 
 [(2,07+2,06)x2x2,45] 20,24 m² 
 
Porta wc empregada 
(0,65x2,17) -1,41 m² 
 
porta quarto empregada 
(0,75x2,17) -1,63 m² 
 SUBTOTAL (m²) 17,20 m² 
 
 
TOTAL P/ UM 
APARTAMENTO 167,37 m² 
 
TOTAL P/ UM 
PAVIMENTO (m²) 375,86 m² 
 
AMBIENTE DIMENSOES DESCONTO VOLUME 
HALL SOCIAL 
 [(8,32x2) + (2,98) + (1,94x2)]x2,37 55,70 m² 
 portas elevador (1,43x2,23)x2 -6,38 m² 
 
portas entrada serviço 
(0,95x2,17)x2 -4,12 m² 
 
portas entrada social 
(0,95x2,15)x2 -4,09 m² 
 SUBTOTAL (m²) 41,11 m² 
 
 
Através da equação 2.1, o índice de perda (IP) para emboço interno de gesso foi: 
 
��	�%� =
198,52 − 117,46
117,46
<	100 = A>, 9*	% 
 
Conforme a Tabela 4.1 observa-se que o revestimento de gesso não foi mensurado 
em obras antigas, sendo somente pela pesquisa financiada pelo FINEP. Nesta pesquisa a 
média apresentada foi de 45%. Observa-se também a dispersão entre os resultados, segundo 
Souza (2008), isso é explicado pelo fato de algumas obras analisadas aplicarem o gesso 
diretamente sobre o emboço prévio. No caso tratado neste trabalho, o gesso foi aplicado 
diretamente sobre a alvenaria, onde apresenta maiores perdas, segundo Souza (2008). 
Através disso, este resultado está acima da média apresentada na Tabela 4.1 pelo 
fato de o gesso ser aplicado diretamente na alvenaria. Esse método causa uma maior perda 
pelo fato de o substrato prévio (alvenaria) não está com o prumo alinhado conforme as 
 31
dimensões pré-determinadas. Já no emboço prévio a parede já está alinhada, pois o 
emestramento já foi executado, não havendo então variação da espessura do revestimento de 
gesso, ao contrário do aplicado diretamente sobre a alvenaria. 
Tabela 4.1- Materiais simples: perdas detectadas pela pesquisa FINEP/ITQC/PCC e por outras fontes (fonte: 
Souza, 2008) 
MATERIAIS/
COMPENTES 
TCPO 10 
(1996) 
SKOYLES 
(1976) 
PINT
O 
(1989) 
SOIBEL
MAN 
(1993) 
FINEP 1998 
Média Média Média 
Méd
ia 
Media
na 
Mi
n. 
Má
x. n 
Concreto 
usinado 
2 5 1 13 9 9 2 23 
3
5 
Aço 15 5 26 19 10 11 4 16 
1
2 
Blocos e tijolos 3 a 10 8,5 13 52 17 13 3 48 
3
7 
Eletrodutos 0 - - - 15 15 13 18 3 
Condutores 2 - - - 25 27 14 35 3 
Tubos PVC 1 3 - - 20 15 8 56 7 
Placas 
cerâmicas 
5 a 10 3 - - 16 14 2 50 
1
8 
Gesso - - - - 45 30 -14 120 3 
 
4.3 Cerâmica interna Fôrma Slim Branca 33,5 x 33,5 
 
Pelo Quadro 4.4 obtêm-se a quantidade realmente utilizada. Esse parâmetro é 
calculado diminuindo-se a quantidade adquirida da quantidade estocada na obra. 
 
 !5	 = �13100,08 + 100,48� − 1954,65 = **?@+, >*	B²	12	/2DâBF/. 
Quadro 4.4 –Parâmetros para o cálculo da quantidade realmente utilizada de cerâmica interna até o dia 19/10/11 
Qtde adquirida (m²) 
Fôrma Slim Branca 33,5 x 
33,5 
13100,08 
Cargo Plus Write 33,5 x 
33,5 
100,48 
Qtde estocada (m²) 
Fôrma Slim Branca 33,5 x 
33,5 e Cargo Plus Write 
33,5 x 33,5 
1954,65 
 
A quantidade teoricamente necessária foi obtida através do Quadro 4.5: 
 32
 
 !�	 = �93,20<108� + �74,47<4� = *9(A(, @)	B²	12	/2DâBF/. 
Quadro 4.5 - Quantidade detalhado da Quantidade de cerâmica interna teoricamente utilizada até o dia 19/10/11 
AMBIENTE LOCAL 
QUANT. 
(m²) 
WC SUITE 1 
PAREDE 15,02 
PISO 3,06 
WC REVER 
PAREDE 14,66 
PISO 3,15 
WC CASAL 
PAREDE 18,51 
PISO 3,70 
WC EMPREGADA 
PAREDE 13,41 
PISO 2,11 
QUARTO EMP. PISO 4,26 
ÁREA SERVIÇO PAREDE 11,19 
PISO 4,13 
 
TOTAL (x 108 
APTOS) 93,20 
AMBIENTE LOCAL 
QUANT. 
(m²) 
WC SALA MULTIUSO 
PAREDE 15,76 
PISO 3,129 
ZELADORIA 
PAREDE 14,52 
PISO 2,453 
WC SALAO DE 
FESTAS (X2) 
PAREDE 32,10 
PISO 6,51 
 
TOTAL (x 4 
TORRES) 74,47 
 
Através da equação 2.1, o índice de perda (IP) para cerâmica interna foi: 
 
��	�%� =
11245,91− 10363,48
10363,48
<	100 = ), +*	% 
 
Através da Tabela 4.1 foi constatado que o índice de perda está inferior a média 
apresentada de 16%. No entanto, vale ressaltar que este valor foi encontrado em 1998, onde a 
Construção Civil ainda não tinha os mesmos critérios de qualidade e desempenho que os dias 
atuais. Apesar disso conclui-se que esta perda é admissível, comparando-se com a média 
considerada pelo TCPO na mesma Tabela. 
 33
4.4 Porcelanato interno Eliane Polido 60 x 60 CM POLUX 
 
Pelo Quadro 4.6 obtêm-se a quantidade realmente utilizada. Esse parâmetro é 
calculado diminuindo-se a quantidade adquirida da quantidade estocada na obra. 
 
 !5	 = 16400,16 − 2134,08 = *@?AA, 9)	B²	12	,4D/2-.G.H4 
Quadro 4.6 –Parâmetros para o cálculo da quantidade realmente utilizada de porcelanato até o dia 19/10/11 
Qtde adquirida (m²) 16400,16 
Qtde estocada (m²) 2134,08 
 
A quantidade teoricamente necessária foi obtida através do Quadro 4.7: 
 
 !�	 = �114,43<111� + 351,73 = *(9+(, @A	B²	12	,4D/2-.G.H4 
 
Através da equação 2.1, o índice de perda (IP) para porcelanato interna foi: 
 
��	�%� =
14266,08 − 13053,46
13053,46
<	100 = >, ?>	% 
 
A exemplo da cerâmica interna, o revestimento de porcelanato está dentro da 
média considerada pela TCPO, contida na Tabela 4.1. O desperdício no porcelanato pode ter 
sido maior que o da cerâmica pelo fato de que o tamanho das peças (60x60) está associado a 
maiores perdas do que peças menores, como a Fôrma Slim Branca 33,5x33,5. 
Além disso, o projeto arquitetônico não seguiu uma coordenação modular que 
visasse o não desperdício de cerâmica e porcelanato interno. Segundo Cabral e Moreira 
(2011), o uso deste método é essencial para diminuir a quantidade de cortes em placas 
cerâmicas. 
 
 
 
 
 
 34
Quadro 4.7 - Quantitativo detalhado da quantidade de porcelanato teoricamente utilizada até o dia 19/10/11 
AMBIENTE LOCAL 
QUANT. 
(m²) 
SUÍTE 01 
PISO 8,81 
SUÍTE CASAL PISO 16,08 
SUÍTE 
REVERSÍVEL PISO 10,15 
CIRCULAÇÃO PISO 7,82 
SALA PISO 21,59 
VARANDA PISO 18,33 
COZINHA PAREDE 20,71 
PISO 10,94 
 TOTAL 114,43 
AMBIENTE LOCAL 
QUANT. 
(m²) 
SALA 
MULTIUSO (x2) 
PISO 105,6 
HALL (X2) PISO 131,94 
SALAO DE 
FESTAS PISO 114,19 
 TOTAL 351,73 
 TOTAL GERAL 13053,11 
 
4.5 Cerâmica externa 10x10 cm Camburi Bone Eliane Bege e Marron 
 
Pelo Quadro 4.8 obtêm-se a quantidade realmente utilizada. Da mesma maneira da 
cerâmica e porcelanato interno, esse parâmetro foi calculado diminuindo-se a quantidade 
adquirida da quantidade estocada na obra. 
 
 !5	 = 20859 − 1069,5 = *>:)>, +	B²	12	/2DâBF/.	2IH2DG. 
Quadro 4.8–Parâmetros par o cálculo da quantidade realmente utilizada de cerâmica externa até o dia 19/10/11 
Qtde adquirida (m²) 20859 
Qtde estocada (m²) 1069,5 
 
 
A quantidade teoricamente necessária foi obtida através do Quadro 4.9: 
 35
 
 !�	 = 17947,47 − 550,31 − 111,05 − 41,73 = *:?@@, ))	B²	12	/2DâBF/.	2IH2DG. 
Quadro 4.9 - Quantitativo detalhado da quantidade teoricamente utilizada de cerâmica externa até o dia 19/10/11 
LOCAL PVTO ÁREA 
DESCONTOS 
(m²) 
QUANT. ÁREA (m²) 
BALANÇA 01 
Coberta 22,85 0,00 1 22,85 
Pav. Tipo 31,59 3,59 14 391,92 
Térreo 0,00 0,00 1 0,00 
 BALANÇA 2 
Coberta 19,30 0,00 1 19,30 
Pav. Tipo 28,26 5,98 14 311,98 
Térreo 5,90 0,00 1 5,90 
BALANÇA 03 
Coberta 13,77 0,00 1 13,77 
Pav. Tipo 23,33 1,92 14 299,71 
Térreo 23,33 0,00 1 23,33 
BALANÇA 04 
Coberta 8,07 0,00 1 8,07 
Pav. Tipo 15,49 0,48 14 210,20 
Térreo 15,49 1,60 1 13,89 
BALANÇA 05 
Coberta 7,11 0,00 1 7,11 
Pav. Tipo 21,35 1,85 14 272,98 
Térreo 14,20 1,92 1 12,28 
BALANÇA06 
Coberta 5,11 0,00 1 5,11 
Pav. Tipo 10,66 1,90 14 122,58 
Térreo 7,06 1,92 1 5,14 
BALANÇA 07 
Coberta 20,11 0,00 1 20,11 
Pav. Tipo 13,83 0,00 14 193,62 
Térreo 10,34 0,00 1 10,34 
BALANÇA 08 
Coberta 15,97 0,48 1 15,49 
Pav. Tipo 9,24 0,48 14 122,64 
Térreo 9,24 0,48 1 8,76 
BALANÇA 09 
Coberta 20,11 0,00 1 20,11 
Pav. Tipo 13,83 0,00 14 193,62 
Térreo 10,34 0,00 1 10,34 
BALANÇA10 
Coberta 5,11 0,00 1 5,11 
Pav. Tipo 10,66 1,90 14 122,58 
Térreo 16,13 2,80 1 13,33 
BALANÇA 11 
Coberta 7,11 0,00 1 7,11 
Pav. Tipo 21,35 1,85 14 272,98 
Térreo 14,20 1,92 1 12,28 
BALANÇA 12 
Coberta 8,07 0,00 1 8,07 
Pav. Tipo 15,49 0,48 14 210,20 
Térreo 15,49 1,60 1 13,89 
BALANÇA 13 
Coberta 13,77 0,00 1 13,77 
Pav. Tipo 23,33 1,92 14 299,71 
Térreo 23,33 0,00 1 23,33 
BALANÇA 14 
Coberta 19,30 0,00 1 19,30 
Pav. Tipo 28,26 5,98 14 311,98 
 36
Térreo 5,90 0,00 1 5,90 
BALANÇA 15 
Coberta 22,85 0,00 1 22,85 
Pav. Tipo 31,59 3,59 14 391,92 
Térreo 0,00 0,00 1 0,00 
BALANÇA 16 
Coberta 10,23 0,00 1 10,23 
Pavs. Tipo 173,21 0,00 1 173,21 
Térreo 0,00 0,00 1 0,00 
CHURRASQUEIRA 
Coberta 0,00 0,00 1 0,00 
Pav. Tipo 6,72 0,00 14 94,08 
Térreo 0,00 0,00 1 0,00 
COBERTURA 
Platibanda 23,93 0,00 1 23,93 
Caixa d'água 89,98 0,00 1 89,98 
Total (x4) 17947,47 
Desconto por não execução 
B16 (Torres C, B e A) (550,31) 
B16 (Torres D)-60,54 % (111,05) 
Saiote (Torre A) (41,73) 
 
Através da equação 2.1, o índice de perda (IP) para cerâmica externa foi: 
 
��	�%� =
19789,5 − 17244,88
17244,88
<	100 = *@, :A	% 
 
Dentre os revestimentos cerâmicos analisados, o da fachada foi o que apresentou 
maior índice de perda. Ele está dentro da média encontrada pelo FINEP, mas considerando 
que esta pesquisa já está fora dos padrões atuais de qualidade da Construção Civil, este valor é 
considerado alto. 
Esse resultado pode ser explicado por dois fatores preponderantes. O primeiro fato 
é que a cerâmica externa possui um maior transporte horizontal e vertical do local de 
armazenamento ao posto de trabalho, em particular balanças, onde se dá o processamento 
final do material, do que as cerâmicas utilizadas em revestimentos internos. Isso se dá pelo 
fato de o material ficar mais tempo em mão de operários ou equipamentos de transporte como 
carros de mão, paletes ou guinchos, aumentando assim a interferência humana sob o material 
e a trepidação produzida por tais equipamentos, contribuindo assim para um maior dano às 
peças cerâmicas. 
Outro fator importante foi o mau estoque do material, em alguns casos isolados, 
como mostrado nas Figuras 4.1 e 4.2. Foi constatado a colocação de peças na forma 
horizontal, o que gera tensões capazes de provocar a quebra ou trinca das mesmas, segundo 
Lima et al. (2003). Além disso, existiam pilhas de caixas de cerâmica superiores a 10 fiadas, 
 37
não seguindo então a Tabela de Armazenamento de Materiais destacada por Lima et al. 
(2003). 
 
 
Figura 4.1 – Empilhamento de cerâmica externa com peças danificadas 
 
 
Figura 4.2 – Estoque de peças de cerâmica externa quebradas devido ao mau estoque 
 
4.6 Emboço interno (massa) 
 
Para este serviço a soma total de traços utilizados (QMR) através da planilha de 
controle apresentada na metodologia foi: 1440 traços de emboço interno (1:3:4). 
Através do Quadro 4.10 pôde ser obtida a área teórica a ser revestida: 
 38
 
Á���	��	��K���������	 = 10471,61 + 3632,47 = *@*9@, 9)	B² 
 
Com base no consumo obtido na metodologia de 12,8 m²/traço e o Quadro 4.10 
foi obtida a quantidade teoricamente necessária de traços para o emboço interno: 
 
 !�	 =
14104,08
12,8
= **9*, ))	HD.ç40	*: (: @ 
Quadro 4.10- Quantitativo detalhado da quantidade teoricamente utilizada de Emboço interno 
QUANTITATIVO REBOCO INTERNO 
AMBIENTES QUANT. (m²) 
WC CASAL 18,51 
WC SUÍTE 01 15,02 
WC REVERSÍVEL 14,66 
ÁREA DE SERVIÇO 11,19 
COZINHA 20,71 
WC VESTIÁRIO 13,41 
 TOTAL (x112) 10.471,61 
ANTE-CÂMARA E CAIXA DE ESCADA 60,54 
 TOTAL (x60) 3.632,47 
 
Através da equação 2.1, o índice de perda (IP) para emboço interno foi: 
 
��	�%� =
1440 − 1101,88
1101,88
<	100 = (9, A>	% 
 
Este serviço apresentou um índice de perda bem aceitável em relação aos índices 
mostrados na Tabela 2.3 (104%), demonstrando que a obra apresentou bons índices de 
qualidade quanto aeste serviço. 
Isso aconteceu, dentre outros motivos, devido a uma metodologia de solicitação 
de argamassa, o “Kanban”. Segundo Leite et al. (2004), essa metodologia é eficaz pois todo o 
fluxo vertical de materiais, no caso específico da argamassa, é organizado pelos cartões 
Kanban. Os pedreiros solicitam o necessário para cada dia tornando o estoque no pavimento o 
menor possível. Os materiais não podem ser transportados sem o seu respectivo cartão, 
fazendo com que as turmas recebam de forma balanceada e ordenada suas solicitações. 
 39
4.7 Resumo dos resultados obtidos 
 
No Quadro 4.11 estão relacionados os serviços e seus respectivos índices de 
perdas obtidos conforme a metodologia já apresentada. 
Quadro 4.11 – Resumo dos índices de perda obtidos 
Serviço/Material Índice (%) 
Gesso em placa 30,75% 
Emboço de gesso 69,01% 
Cerâmica interna 8,51% 
Porcelanato interno 9,29% 
Cerâmica externa 14,76% 
Emboço interno 30,69% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40
5 CONCLUSÕES 
 
 
Conclui-se que a diminuição da disposição de resíduos de construção e demolição 
é de suma importância para a conservação do meio ambiente, além de ser uma forma de 
melhoria dos padrões de qualidade das edificações destinadas ao consumidor final. Esse fato 
está aliado à uma metodologia de estoque e execução de serviços que visam diminuir os 
índices de perdas nos canteiros de obras. 
Na obra analisada, os índices apresentaram resultados que não fugiram em 
grandes proporções das médias apresentadas por outros trabalhos. No entanto alguns aspectos 
apresentados na obra e já ressaltados devem ser melhorados. 
Dentre estes aspectos, destacam-se: um maior controle da produção, visando 
aumentar a inspeção dos serviços em execução; investimentos em treinamento da mão de 
obra, onde cada operário deve saber previamente os critérios exigidos de execução para cada 
serviço, principalmente em detrimento da carência de mão de obra qualificada; uma maior 
qualidade do armazenamento do estoque, obedecendo às especificações de armazenamento de 
materiais; implantação de coordenação modular nos projetos de arquitetura, a fim de diminuir 
a quantidade de cortes em peças maiores e com elevado valor aquisitivo, como o porcelanato. 
Portanto, o mercado da construção anseia por trabalhos como estes, que visem 
apresentar um parâmetro quantitativo da real situação de perdas de materiais em canteiros de 
obra. Além disso, recomendam-se estudos mais abrangentes com maiores amostras ou 
canteiros de obras analisados, a fim de se obter resultados mais gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos 
– Classificação. Rio de janeiro, 2004. 
 
CABRAL, A. E. B. Modelagem de propriedades mecânicas e de durabilidade de 
concretos produzidos com agregados reciclados, considerando-se a variabilidade da 
composição do RCD. 2007. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia 
de São Carlos, Universidade de São Paulo. 
 
CABRAL, A. E. B; MOREIRA, K. M. V. Manual sobre os Resíduos Sólidos da 
Construção Civil. Fortaleza: Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará, 2011. 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução Nº 307, de 5 de 
jul 2002. Brasília, 2002. 
 
LEITE, M. B. Avaliação de propriedades mecânicas de concretos produzidos com 
agregados reciclados de resíduos de construção e demolição. 2001. Tese (Doutorado em 
Engenharia Civil) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal 
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