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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Robinson Henrique Scholz 
 
Doutor em Ciências Sociais pela Universidade do Rio dos Sinos. Mestre em Ciências Sociais 
e Bacharel em Administração: Hab. Recursos Humanos ambos pela Universidade do Vale 
do Rio dos Sinos. Especialista em Docência Universitária na Contemporaneidade, pela 
Universidade de Caxias do Sul. Professor universitário nas áreas de Administração e de 
Ciências Sociais. Estágio de Pós-doutoramento (2021-2021) em Memória Social e Bens 
Culturais na Universidade La Salle. Professor conteudista EaD, com larga experiência como 
professor formador e produtor de conteúdo. Possui certificação Google for Education - 
Nível I e II. Pesquisador no Grupo de Pesquisa Tecnologias Sociais, Inovação e 
Desenvolvimento - TESSIDO, potencializando os estudos sobre liderança em organizações 
autogestionárias. Tem experiência na área de administração e gestão social, atuando 
principalmente nos seguintes temas: empreendedorismo, economia solidária, 
administração, sociologia, cultura, autogestão, memória social, gestão de pessoas, 
liderança e gestão socioambiental. 
TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Bruna Carolina de Almeida Salles 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Bruna Luiza Mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Guilherme Prado Salles 
 Fernanda Cristine Barbosa 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Eliza Perboyre Campos 
 Taisser Gustavo de Soares Duarte 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização 
escrita do Editor. 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
http://www.faculdadeunica.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles 
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos 
científicos (artigos, monografias, dissertações e teses), 
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e 
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo 
abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes nas quais você deve ter um maior grau de 
atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de 
determinados termos/palavras mostradas ao longo do 
livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre 
questões citadas em cada unidade, associando-o a 
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu 
cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
ABORDAGEM CIENTÍFICA 
 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 
Os estudos organizacionais são recentes, historicamente, se em comparação 
com a medicina ou a matemática. A importância de se desenvolver pesquisas e 
processos gerenciais nas instituições tomam maior força e necessidade com o 
surgimento da moeda, as revoluções francesa e industrial, como também a 
expansão da urbanização na Europa e nos Estados Unidos. 
Desta forma, pensar em soluções práticas para as indústrias, foco das primeiras 
pesquisas realizadas sobre a administração de empresas, foi uma necessidade do 
mercado, não apenas um desejo ou vontade de se modelar novos negócios. A 
carência de controle sobre a produção, qualidade no serviço prestado, gestão de 
conflitos entre os trabalhadores e, claro, a demanda do mercado, foram alvo das 
primeiras teorias da administração, dando origem à Teoria Geral da Administração. 
Assim, vamos começar nossos estudos compreendendo o cenário em que a 
Administração Científica se desenvolve, sendo a primeira teoria da administração a 
ser sistematizada, validada e que ainda é utilizada, em muitos casos, em diferentes 
tipos de organizações. 
 
1.2 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA 
A Administração Científica foi iniciada pelos estudos do engenheiro Frederick 
Winslow Taylor (1856- 1915) nos Estados Unidos. A ênfase dada nesses estudos estava 
centrada em resultados e, portanto, no aumento da produtividade. Em outras 
palavras, a responsabilidade dos administradores era focar nos objetivos 
organizacionais no sentido de potencializar ao máximo os resultados. 
Ao desenvolver suas pesquisas sobre o processo fabril, Taylor observou algumas 
situações recorrentes que afetavam o desenvolvimento do trabalho, tanto por parte 
dos operários, quanto por parte dos proprietários das indústrias. As situações 
observadas foram (CHIAVENATO, 2002): 
 Os trabalhadores das empresas, de forma geral, mantinham pouca 
comunicação e interação entre si; 
UNIDADE 
01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 Ausência de incentivos aos operários pelo trabalho desenvolvido, os quais não 
tinham clareza de metas a serem alcançadas; 
 Os operários desenvolviam o seu trabalho até o limite de seus esforços, 
produzindo apenas o necessário para não perderem os seus empregos. 
A partir disso, Taylor propõem um método de trabalho nos processos 
produtivos, que consistia em dividir as atividades ao máximo, decompondo cada 
etapa produtiva, para que cada uma delas pudesse ser monitorada a partir do 
tempo necessário para a sua execução. Dessa forma, gerenciar o tempo e 
movimento de cada tarefa era possível eram processos que objetivavam a eficiência 
produtiva. 
 
Figura 1: Frederick Winslow Taylor 
 
Fonte: https://bit.ly/36bRE4h. Acesso em: 22 nov. 2021 
 
Mas, não foi somente isso. Taylor propôs em seu método de trabalho a divisão 
das tarefas e responsabilidades aos operários, em que cada um deles era especialista 
em uma atividade, no sentido de aumentar a sua capacidade de operação diária. 
Com isso, cada trabalhador recebia pela produção diária executada, e não 
somente pelo tempo disponibilizado à empresa. Este incentivo ampliava a alienação 
do operário ao trabalho; mas, por outro lado, disponibilizada maiores ganhos no seu 
salário. 
https://bit.ly/36bRE4h
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
Ao empregar técnicas de observação, análise crítica e pensamento lógico, 
Taylor, pela primeira vez, trouxe à atividade laboral uma conotação mais científica. 
Estava surgindo aí o movimento que hoje conhecemos como Administração 
Científica, corrente que propôs ideias um tanto revolucionárias para a época. 
Continuando, a teoria da Administração Científica (ou Taylorismo) propõe 
quatro princípios básicos que orientam o desenvolvimento das organizações, que são 
(MAXIMIANO, 2012): 
1. Princípio de Planejamento: examinar cada tarefa cientificamente para 
determinar a “melhor maneira” de realizar o trabalho. Essa é uma mudança 
fundamental em relação ao “método” anterior, por meio do qual os 
trabalhadores definiam suas próprias maneiras de fazer o trabalho. 
2. Princípio de Preparo: contratar os trabalhadores certos para cada trabalho e 
treiná-los para trabalhar com eficiência máxima. 
3.Princípio de Controle: monitorar o desempenho do trabalhador, fornecendo 
orientações e treinamento quando necessário; 
4. Princípio de Execução: dividir o trabalho entre a gerência e a produção para 
que a gerência possa planejar e treinar os trabalhadores. 
Em relação aos Princípios da Administração Científica, a preocupação era 
em racionalizar, padronizar e prescrever normas de conduta. Os gestores deveriam 
ser os responsáveis pelo controle das principais atividades gerenciais da organização 
(CHIAVENATO, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Na Administração Científica, a busca pela substituição de métodos empíricos 
e rudimentares pelos métodos científicos em todas as etapas dos processos recebeu 
o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT). Veja os principais aspectos da 
ORT no quadro a seguir: 
 
Quadro 1: Características da Organização Racional do Trabalho (ORT) 
Característica Descrição 
Análise do Trabalho e 
Estudo dos tempos e 
movimentos 
Tarefas foram estudadas para verificar quais movimentos eram 
necessários para sua execução, bem como qual o tempo médio 
para a sua realização. Assim, Taylor buscou simplificar esses 
movimentos a fim de diminuir o seu tempo de duração, devendo 
esses movimentos serem seguidos pelos demais funcionários. 
Estudo da fadiga 
humana 
Taylor observou que a execução de movimento repetitivo levava 
o funcionário ao cansaço prematuro, repercutindo na 
diminuição da produtividade. Assim, por meio da organização 
das tarefas e do local de trabalho, acreditava na redução do 
esforço laboral (fadiga). 
Divisão do trabalho e 
especialização do 
operário 
Para qualificar os funcionários, Taylor dividiu as tarefas em 
pequenas etapas. Isso oportunizou aos seus funcionários se 
especializarem rapidamente, repercutindo no aumento de 
produtividade. 
Desenho de cargos e 
tarefas 
Taylor tinha grande preocupação com produtividade, e, por isso, 
centrava-se nos Cargos e Tarefas. Tarefa sendo a atividade a ser 
realizada e Cargo o conjunto de tarefas. Assim os cargos eram 
criados com base nas tarefas, que deveriam ser simplificadas 
para que seus funcionários a realizassem com especialização e 
maior produtividade. 
Incentivos salariais e 
prêmios de produção 
O trabalhador, ao realizar suas tarefas, poderia ser incentivado a 
aumentar a sua produtividade através de incentivos financeiros. 
Conceito de homo 
economicus 
O pensamento da época era que o homem trabalhava pelo 
ganho financeiro exclusivamente. Não havia a ideia de que o 
colaborador gostasse da sua atividade profissional. 
Condições 
ambientais de 
trabalho 
Taylor, em seus estudos, percebeu que não bastava somente 
condições humanas no ambiente de trabalho. Havia 
necessidade de organização para aumento de eficiência tais 
como: equipamentos, localização das máquinas, iluminação, 
ventilação, entre outros, referentes a estrutura física de uma 
organização. 
Padronização de 
métodos de trabalho 
e ferramentas 
Taylor buscou unificar tarefas, padronizar máquinas, ferramentas, 
matérias-primas entre outros itens necessários na produção. 
Supervisão funcional Para Taylor as tarefas deveriam ser supervisionadas nas mais 
diversas áreas por pessoas especializadas naquela tarefa. Assim 
como cada trabalhador deveria realizar pequenas etapas de um 
processo, deveria haver supervisão para cada uma delas. 
Fonte: Chiavenato (2002). 
 
Para muitos pesquisadores, Taylor foi um visionário em sua época. Foi inegável 
sua preocupação com a prosperidade tanto do patrão quanto dos trabalhadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Porém, como qualquer filosofia, a sua aplicabilidade foi relacionada aos problemas 
organizacionais da época, que se direcionavam a técnicas de execução dos 
processos. Ele não levou em consideração o bem-estar dos colaboradores a longo 
prazo. No entanto, como uma ciência, foi analisada, avaliada e criticada, 
oportunizando novos pensamentos e ideias a respeito dos problemas organizacionais 
que foram surgindo posteriormente. 
De forma geral, os esforços centravam-se na tarefa, no sentido de mensurar os 
tempos e movimentos de cada etapa do processo, a eficiência e a eficácia nos 
resultados (CHIAVENATO, 2002), bem como a distribuição das atividades em cargos 
que pudessem estar sob supervisão constante em uma estrutura organizacional, 
dando origem à Teoria Clássica. 
 
1.3 TEORIA CLÁSSICA 
Os estudos de Jules Henri Fayol (1841-1925) foram desenvolvidos na Europa, 
dando origem à Teoria Clássica. Uma característica dessa teoria é a ênfase na 
estrutura organizacional, sendo um importante auxílio aos administradores na 
distribuição das atividades em cargos e funções. 
 
Figura 2: Jules Henri Fayol 
 
Fonte: https://bit.ly/3vX6qXa. Acesso em: 22 nov. 2021. 
 
Fayol desenvolveu os seus estudos sobre o método científico aplicado à 
administração de empresas ao longo de sua vida. Ao comparar os estudos de Fayol 
com os de Taylor, é possível percebermos que Fayol desenvolveu seus estudos de 
https://bit.ly/3vX6qXa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
forma contrária à daquele estudioso. Os estudos de Taylor, por um lado, se iniciam a 
partir da visão fragmentada da tarefa, enquanto Fayol progrediu a sua compreensão 
sobre a estrutura organizacional, do topo da pirâmide até a sua base durante as suas 
pesquisas. 
Como havia um grande número de trabalhadores especialistas na execução 
de tarefas nas indústrias, reflexo do Taylorismo, os pesquisadores desenvolvem os 
estudos sobre a racionalidade limitada, ou seja, cada trabalhador possui 
conhecimentos e responsabilidades específicas de sua função, sob o monitoramento 
de seu supervisor direto (CHIAVENATO, 2002). 
De modo específico, Fayol sugere que a Administração precisa ser 
desenvolvida como uma função à parte nas organizações e identifica uma lista de 
seis funções principais da gestão. Você quer saber quais são essas seis funções? 
Acompanhe: 
 Técnicas: relacionadas à manufatura e produção de bens; 
 Comerciais: relacionadas com as transações de compra, venda e troca; 
 Financeiras: direcionadas à busca pelo bom uso do capital; 
 De segurança: relacionadas à proteção das pessoas e dos bens materiais; 
 Contábeis: vinculadas ao controle e registro das despesas da organização; 
 Administrativas: relacionadas à previsão, comando, controle, organização e 
coordenação. 
É importante destacar que a sexta função (administrativa), segundo Fayol, 
funciona como uma espécie de agrupamento das demais funções. Dessa forma, ela 
se propõe a integrar todas as operações da organização, a partir da coordenação 
e sincronização das cinco funções anteriores (SILVA, 2013). Fayol argumentava que 
esta função é a mais relevante de todas, sendo alvo de concentração de poder e 
comando de decisão. Neste sentido, Fayol defende a constituição da estrutura 
organizacional, a qual promove a organização das tarefas executadas em cargos e 
estes, em áreas, e estas são distribuídas no organograma de acordo com as 
responsabilidades sobre a gestão da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Mas você deve estar se perguntando: como Fayol chegou a pensar no 
organograma e na estrutura organizacional? Pois bem, na Teoria Clássica, a função 
administrativa era a mais importante de todas as possíveis funções exercidas por uma 
organização. Fayol definiu cada um dos seus componentes, conforme detalha 
Maximiano (2012): 
 planejamento: relacionado à previsão. Tinha como propósito examinar o 
futuro e desenvolver um plano de ação de médio e longo prazo; 
 organização: relacionado ao desenvolvimento de uma estrutura humana e 
material responsável pela realização do empreendimento (objetivo: fim do 
negócio); 
 comando: relacionado ao propósito de manter os trabalhadores em atividade 
em toda a organização; 
 coordenação: relacionado ao propósito de reunir, sintetizar e harmonizar 
tarefas,esforços e funções ao alcance das atividades fins; e, 
 controle: vigiar para que se realizem as atividades de acordo com o planejado 
e as ordens. 
 
 
 
Assim, os estudos de planejamento, direção, execução e controle são 
ampliados, qualificados e organizados em processos, com a necessidade de 
supervisão constante e, por isso, a necessidade da estrutura organizacional 
(MAXIMIANO, 2012). 
A partir dessa estrutura, a organização pode definir os cargos e as 
responsabilidades de cada trabalhador a parte do seu grau de responsabilidades e 
de autoridade dentro da estrutura pensada em departamentos (ou as áreas 
funcionais, como hoje é muito utilizado). A estrutura é organizada de forma vertical, 
a partir da autoridade e responsabilidade de cada área e seus profissionais com seus 
cargos, bem como de forma horizontal, de acordo com as especificidades da área 
funcional (finanças, produção etc.). Por isso, muito usualmente, entendemos a 
estrutura organizacional em forma de pirâmide, em cujo topo está a alta direção, no 
centro as áreas táticas de gestão e, na base, a operação das tarefas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 Além disso, Fayol propõe 14 princípios a serem aplicados na Administração 
das Empresas, no sentido de poder ampliar os resultados gerados e a produtividade. 
 
Quadro 2: Princípios da Teoria Clássica 
Princípio Definição 
Divisão do Trabalho Especialização dos colaboradores e gerentes para aumentar a 
eficiência. Implica na separação dos poderes. 
Autoridade e 
Responsabilidade 
A autoridade pode ser estatutária, inerente à função e/ou pessoal, 
derivada da inteligência, do saber e da experiência do chefe. A 
autoridade implica em responsabilidade, devendo haver sanção 
(recompensa ou penalidade) no exercício do poder. 
Disciplina Respeito às convenções estabelecidas entre a organização e seus 
empregados (convenções devem ser claras e equitativas para que 
as sanções sejam aplicadas). 
Unidade de 
Comando 
O empregado deve receber ordens de apenas um superior. 
Princípio da autoridade única. 
Unidade de Direção Deve haver um só chefe e um só plano para um grupo de 
atividades que tenha o mesmo objetivo. 
Interesse Geral Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais. 
Remuneração do 
Pessoal 
A remuneração deve ser justa e garantir a satisfação para os 
empregados e empregador. 
Centralização Concentração da autoridade. Nos pequenos negócios, em que as 
ordens do chefe vão diretamente aos agentes inferiores, a 
centralização é absoluta; nas grandes empresas o chefe está 
separado dos empregados subalternos por longa hierarquia 
havendo intermediários obrigatórios. 
Hierarquia ou 
Cadeia Escalar 
Linha de autoridade do escalão superior ao inferior. As 
comunicações dão-se através de uma via hierárquica. 
Ordem Material: há um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar em 
seu lugar. E ordem social: há um lugar para cada pessoa e cada 
pessoa deve estar em seu lugar. 
Equidade Justiça, não excluindo a energia e o rigor quando necessário. 
Estabilidade e 
Duração do Pessoal 
A rotatividade tem um impacto negativo sobre a eficiência da 
organização (empresa). 
Iniciativa Capacidade de montar um plano e assegurar seu sucesso. 
União do Pessoal ou 
Espírito de Equipe 
O bom relacionamento entre as pessoas fortalece a organização. 
Entretanto, é indispensável observar a unidade de comando. 
Fonte: Chiavenato (2002, p. 108-109) 
 
Para Fayol, os princípios orientam a atuação dos administradores e contribuem 
para o alcance dos objetivos do negócio. Agora, se você observar bem, os princípios 
ainda são utilizados nas empresas, em maior ou menor grau, dependendo do perfil e 
do contexto da organização, não é mesmo? 
Como Fayol foi um precursor dos estudos de Taylor, podemos considerar que 
também Fayol traz em seus estudos uma abordagem prescritiva e normativa (as 
empresas são tratadas de forma igualitária). Ele considerava a função administrativa 
como uma ciência que se baseia em leis ou princípios globalmente aplicáveis a todas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
as organizações de forma semelhante. Como principais críticas recebidas pelos 
estudiosos que analisaram seus estudos, destacam-se: a empresa como um sistema 
fechado; obsessão pelo comando; manipulação dos trabalhadores; a inexistência 
de fundamentação científica; abordagem apenas da organização formal; e visão 
mecanicista do trabalho (CHIAVENATO, 2002). 
A seguir, vamos tratar de outra teoria, o Fordismo, que teve uma grande 
contribuição aos estudos da administração em todo o mundo. 
 
1.4 FORDISMO 
O fordismo é um sistema de organização do trabalho que se configura como 
uma evolução do Taylorismo. No Fordismo, a mecanização da produção e o preparo 
da gerência, característicos do sistema anterior, foram mantidos, mas foi 
incrementada uma nova tecnologia para acelerar a produção: a esteira rolante. 
Em 1914, Henry Ford, fundador da indústria Ford de veículos automotivos, criou 
o termo fordismo para descrever o modelo de produção capitalista empregado na 
sua empresa, caracterizado pelo conjunto de mudanças no processo de trabalho e 
pela introdução da primeira linha de montagem, revolucionando a indústria 
automobilística e constituindo o mercado de consumo em massa para os 
automóveis. 
Figura 3: Henry Ford 
 
Fonte: https://bit.ly/3hYW3du. Acesso em: 22 nov. 2021 
 
Uma curiosidade: Ford nomeou os primeiros modelos de seus veículos em 
ordem alfabética, de A a S. O modelo de maior sucesso ficaria conhecido como 
https://bit.ly/3hYW3du
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
“Ford T”. No início da trajetória da Ford, cada carro era produzido por equipes que, 
trabalhando em conjunto, levavam mais de 12 horas para concluir cada unidade. 
Ford tinha em sua concepção que desenvolver um único modelo de automóvel, com 
a mesma cor, tamanho, qualidade e capacidade de motor, aumentaria a sua rotina 
produtiva, a distribuição das tarefas, o fluxo produtivo, a simplicidade e o custo 
produtivos. 
Para Andrade e Amboni (2018, p. 61), três eram as premissas básicas desta 
metodologia de Ford: “o processo de produção deveria ser planejado, ordenado e 
contínuo; os trabalhadores deveriam receber o trabalho a ser feito; e os fluxos de 
operações deveriam ser avaliados de forma contínua, para evitar desperdícios e 
incrementar os níveis de eficiência”. Ou seja, os princípios de Ford eram a 
intensificação da produção; economicidade e produtividade em linha de 
montagem. 
O sistema americano conhecido como fordismo demonstrou a sua eficiência 
na condição de forma de extração de mais-valia, à medida que, a partir das suas 
relações de produção e das novas formas de organização do processo produtivo, 
foram concebidos e veiculados novos modos de vida, de comportamento, de 
valores ideológicos, na forma de buscar um consenso por meio da veiculação de 
uma nova concepção de mundo, de interesse do capital. 
Para que o operário fosse “fordizado”, foi preciso aliar ao plano científico do 
processo produtivo os novos mecanismos de adaptação ideológica “na” e “da” vida 
privada. Portanto, o sistema capitalista se consolidou de maneira global, 
reproduzindo as relações de dominação e exploração que separavam o capital do 
trabalho. 
 
 
 
Esse modelo de fabricação se embasa na produção industrial em massa no 
sentido de se obter maior produtividade sobre o trabalho desenvolvido pelos 
operários nas indústrias. As tarefas eram fragmentadas e realizadas por etapas no 
processo produtivo de automóveis, potencializando a padronização da produção. 
https://bit.ly/3pRibL2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Como um dos pontos fortes do Fordismo, podemos citar a inclusão das esteiras 
rolantes, as quais acarretavam a minimização dos custos e o aumento da 
produtividade; assim, os preços diminuíam. Porém, esse método acabava por 
desqualificar os funcionários. 
Por outro lado,no Fordismo, a jornada de trabalho foi limitada a 8 horas diárias, 
bem como o pagamento justo e melhor de salários aos operários. São características 
de produção no fordismo: 
 a padronização dos produtos; 
 a produção em grande escala; 
 o uso de linhas de montagem; e 
 a divisão do trabalho em pequenas tarefas. 
Assim, se observa as grandes contribuições de Ford à gestão da produção, 
oportunizando maior controle e produtividade às indústrias até os dias de hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
 
1. (ENADE ADMINISTRAÇÃO 2015) Uma organização é um sistema de recursos que 
procura alcançar objetivos. Cada pessoa e cada grupo de pessoas têm 
atribuições específicas que contribuem para isso. As funções organizacionais são 
as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para que a 
organização atinja seus objetivos. O princípio que permite superar as limitações 
individuais por meio da especialização é denominado: 
 
a) formalização. 
b) hierarquização. 
c) divisão do trabalho. 
d) amplitude de controle. 
e) processos de transformação. 
 
2. (ENADE TEC. GESTÃO PÚBLICA 2015) Apesar de afirmações teóricas de que a 
mudança é reconhecida como um processo emergente, substantivo, fluido e 
dinâmico, assentado nas pessoas, é fato também que os membros das 
organizações insistem em levá-la à prática segundo parâmetros de pensamento 
mecaniscistas, ou seja, de inspiração, de inspiração taylorista. Os modelos mantais 
que permeiam a gestão pública são um dos responsáveis por esse fenômeno. 
BERGUES, S. T. Gestão estratégica de pessoas no setor público. São Paulo: Atlas, 2014 (adaptado). 
 
No contexto apresentado, o pensamento mecanicista: 
 
I. baseia-se na estrutura organizacional. 
II. permite flexibilidade no processo de mudança. 
III. compreende a mudança como um processo linear. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) II, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
3. (CEBRASPE 2021): Há um conceito, proposto pela administração científica, que 
aumenta a eficiência e contribui para diminuir custos de produção. Nesse 
contexto, cada departamento ou posto de trabalho executa as mesmas tarefas, 
de forma repetitiva, e, assim, o trabalhador se torna especialista na execução de 
suas atividades, com mais rapidez e maior produtividade. Para as organizações 
formais modernas, essas são características referentes ao conceito de: 
 
a) divisão do trabalho. 
b) hierarquia. 
c) distribuição da autoridade e da responsabilidade. 
d) racionalismo. 
e) especialização. 
 
4. (ADMINISTRAÇÃO 2017) Frederick Taylor consolidou conceitos como a 
organização racional do trabalho, a divisão das tarefas e a especialização do 
trabalho, entre muitos outros que delinearam as estratégias produtivas utilizadas 
na época e que perduram até hoje. Acerca do conceito de divisão do trabalho, 
é correto afirmar que: 
 
I. Taylor estudou cada tarefa realizada no chão de fábrica e propôs a divisão delas. 
II. depois de divididas, cada operário faria uma parte do processo. 
III. esse operário teria domínio sobre toda a operação e o processo como um 
conjunto. 
IV. as tarefas da divisão do trabalho são colocadas em linha, resultando no material, 
ao final. 
 
Avaliando as assertivas, é possível AFIRMAR que: 
 
a) as afirmativas III e IV estão incorretas. 
b) a afirmativas II e III estão corretas. 
c) somente a afirmativa IV está incorreta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
d) as afirmativas I e III estão corretas. 
e) somente a afirmativa III está incorreta. 
 
5. (SUGEP 2019) Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar 
o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de 
maneira eficiente e eficaz. A teoria administrativa que trata da Administração 
Científica tem como principal enfoque a racionalização do trabalho no nível 
operacional. Essa teoria tem como ênfase: 
 
a) as pessoas. 
b) as estruturas. 
c) as tarefas. 
d) o ambiente. 
e) a competitividade. 
 
6. (CESGRANRIO 2019) Um funcionário do curso de Administração de uma 
universidade comentou que o chefe de seu departamento conseguiu melhorar a 
produtividade do trabalho dos funcionários, utilizando técnicas de estudo de 
tempos e movimentos em que as tarefas foram divididas em seus movimentos 
básicos, e os diferentes gestos foram cronometrados para se determinar o modo 
mais eficiente de se completar cada uma delas. 
 
Com base nessa descrição, constata-se que a gestão desse chefe foi embasada 
na abordagem: 
 
a) comportamental. 
b) contingencial. 
c) burocrática. 
d) da Administração Científica. 
e) da Administração Quantitativa. 
 
7. (FGV – 2019) Administração Científica constituiu uma escola pioneira do 
pensamento administrativo, cujo principal expoente é Frederick Taylor. Um dos 
principais focos de atenção de Taylor foi a organização racional do trabalho, com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
vistas à eliminação do desperdício, da ociosidade e à redução dos custos de 
produção. 
 
Dentre as principais contribuições da Administração Científica, encontra-se: 
 
a) Proposição das funções administrativas: planejamento, organização, direção e 
controle. 
b) Formulação dos princípios gerais de organização. 
c) Introdução dos estudos sobre liderança, associada à supervisão. 
d) Introdução das primeiras normas de segurança do trabalho. 
e) Introdução da remuneração associada à produtividade do trabalhador frente a 
padrão de desempenho. 
 
8. (CESPE (2019) A teoria da administração científica, formulada por Frederick W. 
Taylor e outros, entre 1890 e 1930, buscava determinar cientificamente os melhores 
métodos de se realizar qualquer tarefa e para selecionar, treinar e motivar os 
empregados das organizações. Acerca dessa teoria, assinale a opção correta. 
 
a) Taylor desenvolveu um plano de três posições em que um empregado poderia, 
ao mesmo tempo, fazer suas tarefas atuais, preparar-se para um trabalho 
imediatamente superior e treinar seu sucessor. 
b) Um dos princípios no qual Taylor fundamentou sua teoria consiste na ideia de que 
a seleção de empregados deveria se dar com base em métodos científicos para 
que uma tarefa a ser realizada ficasse a cargo de alguém mais bem habilitado. 
c) Visando acompanhar o progresso de cada empregado, planejar e rever 
formalmente os custos e o andamento da produção, Taylor criou um sistema de 
gráficos para a programação da produção. 
d) Taylor investigou e sistematizou o comportamento do administrador em funções 
organizacionais e na organização como um todo. 
e) Taylor estabeleceu sua doutrina de administração com ênfase na visão do ser 
humano racional e social, motivado pelos ganhos financeiros e pelas relações 
sociais estabelecidas no ambiente de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
ABORDAGEM HUMANÍSTICA 
 
 
 
2.1 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS 
Os estudos que centram o comportamento e o desempenho dos 
trabalhadores nas empresas ganham notoriedade a partir de 1930, com a 
Experiência de Hawthorne, na cidade Chicago, EUA. Elton Mayo (1880–1949) foi o 
pesquisador que aplicou quatro fases no processo produtivo da Fábrica da Western 
Electric Company. 
Figura 4: Elton Mayo 
 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3KEqiCv. Acesso em: 24 nov. 2021 
 
Para que você possa entender, Mayo queria testar o comportamento dos 
trabalhadores e os efeitos de produtividade por meio de incitações geradas no 
espaço e no processo de trabalho. Foram selecionados dois grupos, um grupo 
experimental, que recebeu alterações na rotina e no ambiente de trabalho 
(iluminação, ventilação, tempo de descanso entre turnos etc.) e um grupo controle, 
que mantinha a sua rotina de trabalho (CHIAVENATO, 2002). 
O experimento ocorreu no período de 1927 a 1933, na primeira fase, e durou 
até1947, na segunda fase. Acompanhe cada uma das fases: 
 
UNIDADE 
02 
https://bit.ly/3KEqiCv
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Quadro 3: Fases da Experiência de Hawthorne 
Fases Características 
1ªFase Foram estudados dois grupos de trabalho que, operando em condições 
idênticas, tiveram sua produção constantemente avaliada. Um grupo 
teve suas condições ambientais mantidas e outro teve sua iluminação 
intensificada. Nesta fase não foram identificadas variações 
significativas de produção. 
2ª Fase Foram selecionadas e convidadas seis moças de nível médio, 
constituindo-se o grupo experimental. Das garotas, cinco delas 
montavam relés e a sexta apenas fornecia as peças necessárias. O 
grupo de controle era constituído pelo restante do departamento. Após 
diversas variações nas condições de trabalho, obtiveram resultados 
crescentes de produtividade. 
3ª Fase Programa de entrevistas buscando mais conhecimentos sobre as 
atitudes e sentimentos do trabalhador (foram entrevistados 21.126 
operários). Descobriu-se a existência da organização informal (grupos 
informais). 
4ª Fase Separação de um pequeno grupo experimental para avaliação de sua 
interferência no comportamento do grupo maior. Percebeu-se 
claramente o sistema de recompensa e punição dos grupos informais. 
Fonte: Chiavenato (2002). 
 
O estudo é considerado a origem da Escola das Relações Humanas. Isso se 
justifica pela geração do resultado ter demonstrado que entre os fatores mais 
importantes no desempenho individual de uma pessoa em seu ambiente de 
trabalho, estão as relações pessoais com os colegas e os administradores. 
Relacionando esse estudo com os conceitos predominantes da teoria da Escola 
Clássica, que não admitia relacionamentos informais, podemos imaginar o impacto 
do resultado da pesquisa: a introdução de um novo conceito à teoria da 
administração, que inseriu as relações informais, e sua influência nos objetivos 
organizacionais formais. 
A partir da experiência realizada por Mayo, houve algumas conclusões, que 
são: 
1. Integração Social: as pessoas geram mais resultado quando se percebem 
como grupo e desenvolvem relações sociais entre si. 
2. Trabalho em Grupo: as pessoas desenvolvem comportamentos apoiados no 
grupo de trabalho. 
3. Grupos Informais: as pessoas se associam em grupos informais, não somente 
na equipe formal de trabalho. 
4. Relações Humanas: são as práticas desenvolvidas por meio dos contatos 
sociais entre pessoas e grupos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
5. O conteúdo do cargo afeta a moral do trabalhador: trocas de cargos e 
funções aumentam a moral dos trabalhadores, evitando a monotonia da 
especialização em um cargo. 
6. Ênfase nos aspectos emocionais: os comportamentos emocionais das pessoas 
merecem atenção nas organizações. 
De modo geral, Mayo passaria a concluir que os trabalhadores eram mais 
impactados pelos fatores sociais do que pelos fatores físicos do ambiente, e que o 
aumento na performance dos trabalhadores estava relacionado a um conjunto de 
variáveis complexas. 
Mayo também havia notado que os trabalhadores selecionados para o 
estudo haviam desenvolvido um senso de orgulho e de pertencimento que geraram 
maior produtividade, além de expressarem maior engajamento no desenvolvimento 
de suas funções. Além disso, os colaboradores que haviam recebido maior atenção 
e algum grau de autonomia por parte de seus supervisores também apresentaram 
níveis ainda maiores de participação e, consequentemente, de produtividade. O 
grupo de pesquisadores chamou esse aumento da motivação e da produtividade 
de “Efeito Hawthorne”. 
 
 
 
Além disso, a Escola das Relações Humanas também é hoje conhecida pelo 
entendimento do indivíduo enquanto homem social. 
 
 
 
A partir dos resultados da pesquisa de Mayo, a Teoria das Relações Humanas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
oportunizou que o ambiente de trabalho começasse também a ser estruturado de 
forma mais adequada, para que o convívio entre os trabalhadores e a prática do 
trabalho desempenhado pudessem ter resultados mais positivos, aumentando a 
competitividade e lucratividade. 
Portanto, esta é a maior contribuição dessa escola para os estudos em gestão 
de pessoas: a valorização do ser humano nas instituições, levando em consideração 
que as pessoas é que movimentam as empresas e que há a necessidade de 
compreender os fatores psicológicos e sociais que circulam entre elas. 
É interessante destacar que esses resultados propiciaram políticas de gestão 
de pessoas nas empresas, levando em consideração a valorização dos profissionais, 
o comportamento humano, a motivação, a liderança, o grupo de trabalho, as 
relações humanas e a comunicação. 
 
2.2 TEORIA DA MOTIVAÇÃO DE MASLOW 
Em se tratando de motivação, o que te motiva a estudar, trabalhar ou, 
simplesmente viver? Pois bem, essas indagações também foram feitas por diversos 
pesquisadores, no sentido de compreender o comportamento humano e suas 
motivações. 
Para começar, vamos entender o que é a motivação. Segundo Maximiliano 
(2012, p. 190), “a palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa 
mover”. Seguindo o pensamento do autor, em seu sentido original, esta palavra 
indica um processo no qual o comportamento humano é “estimulado, incentivado 
ou energizado por alguma razão ou motivo e também por um estado de disposição, 
interesse ou desejo de perseguir, realizar uma tarefa ou uma meta” (MAXIMIANO, 
2012, p. 191). Assim, você pode entender que uma pessoa que está motivada 
apresenta positividade na realização de suas obrigações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Agora, em se tratando dos estudos realizados sobre a motivação, conforme 
Gil (2010), no ano de 1954, o psicólogo Abraham Maslow desenvolveu a Teoria das 
Necessidades, também reconhecida como a Teoria da Motivação de Maslow. Seu 
estudo sobre as necessidades humanas as relacionou a diferentes níveis de 
motivação. Maslow concluiu que há, de fato, uma hierarquia de necessidades 
humanas, ou seja, algumas seriam mais importantes do que outras. A partir da 
observação da sequência hierárquica das necessidades humanas, os 
administradores passaram a compreender melhor como as pessoas “funcionam” e, 
assim, buscaram formas de preencher essas necessidades com o intuito de melhorar 
os níveis de desempenho delas (MAXIMIANO, 2012; OLIVEIRA, 2009). 
Para você entender, Maslow constata em sua pesquisa que as necessidades 
humanas apresentam diferentes níveis de força e, nesse sentido, se estabeleceu uma 
hierarquia de necessidades, as quais são divididas em cinco grupos: 
Primeiro nível: necessidades fisiológicas. São aquelas básicas para a 
manutenção da vida. Isso inclui fome, sede, comer, descansar, ter o que vestir, onde 
morar. 
Segundo nível: necessidade de segurança. Se refere à preocupação para 
com o futuro, estar livre de perigos e das necessidades básicas, estabilidade no 
emprego e nos relacionamentos. 
Terceiro nível: necessidade social. Inclui “afeição, aceitação, amizade e 
sensação de pertencer a um grupo, relações humanas harmônicas como família, 
relações amorosas” (PEREIRA, 2012, p, 11). 
Quarto nível: necessidade de estima. Está ligada ao reconhecimento de 
nossas capacidades, assim como ao reconhecimento delas por outrem. Está 
vinculada à necessidade do ser humano de ser respeitado, admirado, gerando nele 
uma sensação de dignidade. 
Quinto nível: necessidade de autorrealização. Refere-se à “intenção de tornar-
se tudo aquilo que se é capaz de ser; inclui crescimento, alcance do seu próprio 
potencial e autodesenvolvimento superação de desafios, independência e 
realização de sonhos e autocontrole” (PEREIRA, 2012, p. 11). 
Os níveis são representados por meio de uma pirâmide, conforme ilustra a 
figura 5, cuja interpretação se inicia por meio da base da pirâmide (primeiro nível) 
até o topo dela (quinto nível).27 
 
 
Figura 5: Pirâmide das Necessidades Básicas 
 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3J6ebhg Acesso em: 24 nov. 2021 
 
A pirâmide de Maslow é desmembrada em 2 patamares: as necessidades de 
nível inferior, compostas pelas necessidades fisiológicas e de segurança, as quais são 
satisfeitas externamente; e as necessidades de nível superior, que são satisfeitas 
internamente, como as sociais, de estima e de autorrealização (ROBBINS; JUDGE; 
SOBRAL, 2010). 
Para Maslow, segundo Chiavenato (2002, p. 185), “quando uma necessidade 
é relativamente satisfeita, a próxima necessidade mais elevada torna-se dominante 
no comportamento da pessoa”. As necessidades mais elevadas somente interferem 
no comportamento quando as necessidades mais baixas estão relativamente 
satisfeitas. Assim, o que você deve fazer primeiro para motivar uma pessoa é saber 
em qual nível da hierarquia ela está para, assim, conseguir satisfazer aquela 
necessidade específica. 
Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010), a Teoria da Hierarquia das 
Necessidades de Maslow, apesar de não ter sido totalmente finalizada, crê que um 
nível da pirâmide totalmente satisfeito não motiva mais, pois, no momento em que 
uma é atendida, a seguinte torna-se superior. Ou seja, entende-se que, para motivar 
alguém, é preciso saber em qual nível a pessoa se encontra na pirâmide para analisar 
a satisfação que está naquele nível para conseguir atingir sua necessidade 
subsequente. 
https://bit.ly/3J6ebhg
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
Spector (2012) relata que esta teoria tem desfrutado de um resultado positivo 
nas organizações, pois permanece sendo utilizada na preparação dos futuros 
gerentes, ressaltando a importância de motivar e satisfazer as necessidades dos 
colaboradores no ambiente de trabalho. 
 
2.3 TEORIA COMPORTAMENTAL DE HERZBERG 
O comportamento dos indivíduos pode ser interpretado pela situação em que 
cada um está, no que se refere à satisfação, motivação, emoções, entre outras. 
Assim, Frederick Herzberg, psicólogo americano, desenvolveu a Teoria dos Dois 
Fatores. Nesta teoria, Herzberg buscou explicar o comportamento humano no 
ambiente de trabalho. 
Para iniciarmos, podemos entender que há diferentes possibilidades quando 
se busca compreender a ligação de uma pessoa com o seu trabalho, ou até você 
mesmo, pois há momentos em que uma pessoa pode estar extremamente satisfeita 
e, em outros, conduzida à insatisfação. 
Conforme Robbins, Judge e Sobral (2010), a Teoria dos Dois Fatores é a que 
define os fatores intrínsecos que estão relacionados à satisfação no trabalho (como 
a responsabilidade, a realização e o progresso do indivíduo) à medida em que os 
fatores extrínsecos estão ligados à insatisfação (como a política da empresa, 
condições de trabalho, remuneração, entre outros). Observe a figura 6 sobre os 
estudos da teoria de Herzberg. 
 
 
https://bit.ly/3CxuxgF
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
Figura 6: Teoria dos Dois Fatores 
 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3KAgv0y. Acesso em: 23 nov. 2021 
 
Complementando, Spector (2012) orienta que a Teoria dos Dois Fatores está 
relacionada à motivação da natureza do trabalho em si, e não de recompensas ou 
de condições de trabalho. Nesta teoria, as necessidades humanas são divididas em 
duas categorias: os fatores higiênicos (ou extrínsecos) e os fatores motivacionais (ou 
intrínsecos). 
Os fatores higiênicos (ou extrínsecos) estão relacionados à natureza animal dos 
seres humanos, como habilidade, nível elevado, necessidades físicas e crescimento 
psicológico, no qual incluem: salário, supervisão, políticas organizacionais e 
companheiros de trabalho. Na prática, continuam os fatores tradicionalmente 
utilizados pelas organizações para obter motivação das pessoas, porém, eles são 
limitados à capacidade de influenciá-las. A expressão higiene: 
 
serve para refletir teu caráter preventivo e para mostrar que quando 
são excelentes, esses fatores apenas evitam a insatisfação, uma vez 
que sua influência sobre o comportamento não consegue elevar 
substancial e duradouramente a satisfação das pessoas (MAXIMIANO, 
2012, p. 138). 
 
Esta categoria impede a insatisfação, mas não influencia no desenvolvimento 
do indivíduo. 
https://bit.ly/3KAgv0y
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
Já os fatores motivacionais (ou intrínsecos) estão ligados com o trabalho em si, 
tais como a realização, reconhecimento, responsabilidades e crescimento do 
indivíduo, entre outros; produzem efeito duradouro de satisfação e de aumento de 
produtividade. Mas, quando estes fatores são atingidos, são diretamente levados à 
satisfação (SPECTOR, 2012). 
Com base nessas informações, percebe-se que a motivação está relacionada 
ao modo como se configura a política da empresa, desde o momento que o 
funcionário é contratado, sua trajetória, oportunidades de crescimento profissional, 
coleguismo, benefícios, reconhecimento e responsabilidades que o indivíduo vai 
desenvolver ao longo do processo, contribuindo para o elevado índice de satisfação. 
Dessa forma, podemos sugerir que, primeiramente, o trabalhador se 
preocuparia com a questão de sua remuneração (até para que satisfaça as suas 
necessidades fisiológicas básicas, como, por exemplo, se alimentar) e, apenas depois 
disso, poderia passar a se preocupar com um ambiente de trabalho seguro, 
confortável e no qual as ações da chefia sejam relativamente previsíveis. O mesmo 
aconteceria, portanto, com todas as demais camadas de necessidades e seus 
respectivos exemplos. 
 
 
 
Agora, você precisa saber que Frederick Herzberg afirmava que satisfação e 
desempenho elevados no cargo estão ligados ao atendimento das necessidades 
motivacionais do funcionário. A insatisfação e a satisfação não são extremidades de 
um contínuo, são conceitos diferentes. A insatisfação é provocada pelo atendimento 
insuficiente dos fatores higiênicos, que se manifestam no ambiente de trabalho e 
abrangem a qualidade da coordenação, as relações interpessoais, o ambiente físico 
e as condições de trabalho, as políticas e a gestão da organização, os benefícios e 
a segurança na função. Quando os fatores higiênicos estão atendidos, as pessoas 
não apresentam elevado grau de insatisfação. Ao contrário, a insatisfação das 
pessoas é esperada se esses fatores não forem atendidos (KINICKI; KREITNER, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
Para te ajudar a entender as diferenças entre as teorias de Maslow e de 
Herzberg, conforme Chiavenato (2002), as teorias de Maslow e de Herzberg 
apresentam pontos comuns. Os fatores higiênicos de Herzberg podem ser 
relacionados às necessidades primárias de Maslow. Por sua vez, os fatores 
motivacionais de Herzberg podem ser relacionados às necessidades secundárias de 
Maslow. 
 
 
 
Portanto, podemos verificar que A Teoria de Herzberg, em certa medida, 
complementa os estudos de Maslow, uma vez que quanto mais o indivíduo ascende 
na hierarquia das necessidades, maior é a relevância dos fatores motivacionais. Da 
mesma forma, quanto mais se desce na hierarquia de Maslow, mais importantes se 
tornam os fatores higiênicos de Herzberg (MAXIMIANO, 2012). 
 
 
 
 
https://bit.ly/3MBbiqW
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (ENADE TEC. DA QUALIDADE 2018) Com a globalização e o consequente aumento 
da competitividade empresarial, as organizações buscam a qualidade e a 
melhoria contínua de seus processos, de forma a atender às expectativas dos 
clientes e às exigências do mercado, assim como alcançar os objetivos 
organizacionais. Para tanto, é necessário que se reconheça a importância da 
gestão de pessoas, que deve contribuir com a melhoria contínua das condições e 
do ambiente de trabalho, que envolvem aspectos sociais e culturais, com vistas a 
elevar a qualidade de vida no trabalho e o nível de satisfação do trabalhador. 
 
Considerando o tema tratado no texto,avalie as afirmações a seguir. 
 
I. A motivação do trabalhador está associada, entre outros fatores, às 
características do trabalho, que são as demandas de suas tarefas no dia a dia. 
II. As características individuais dos trabalhadores, que envolvem atitudes, interesses, 
necessidades e expectativas, impactam a sua motivação. 
III. As políticas de pessoal, de recompensa, do clima organizacional bem como as 
atitudes da liderança determinam a motivação do trabalhador. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
2. (ENADE TEC. DA QUALIDADE 2018) Os líderes são os motivadores dos profissionais, e 
estes, motivados, propiciam a formação de equipes de trabalho de alta 
performance – a mais relevante entre todas as atividades de responsabilidade do 
líder. Os técnicos esportivos, por exemplo, procuram os melhores atletas, aqueles 
que apresentam condições físicas adequadas ao perfil do esporte que vão 
praticar e que tenham facilidade de integrar-se aos demais atletas, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
principalmente se a modalidade for coletiva. 
TEIXEIRA, J. M. B.; RIBEIRO, M. T. F. Gestão de pessoas na administração pública: teorias e conceitos. 1. ed. 
Curitiba: Intersaberes, 2017 (adaptado). 
 
A partir das informações do texto apresentado, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. A liderança é uma competência inata do indivíduo, ou seja, não é adquirida ao 
longo do exercício profissional. 
II. O feedback, essencial para uma boa atuação na gestão de pessoas, deve ser 
dado aos subordinados em público, de modo a desafiá-los a promoverem 
alterações positivas em seu comportamento. 
III. O exercício da liderança como forma de influenciar o comportamento de 
equipes de trabalho permite direcioná-las aos objetivos estabelecidos pela 
organização. 
IV. A motivação dos membros do grupo é um dos fatores que influenciam na 
produtividade da equipe. 
 
É correto apenas o que se afirma em: 
 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) III e IV. 
d) I, II e IV. 
e) II, III e IV. 
 
3. (ENADE TEC. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 2018) Os primeiros experimentos de 
Hawthorne, realizados entre 1924 e 1933, para analisar o clima interno das 
organizações, já apontavam que a simples atenção para com as condições de 
trabalho foi suficiente para gerar motivação e sentimentos positivos dos 
empregados em relação à organização. As pessoas são os elementos mais 
importantes, pois partem delas as iniciativas para as práticas sociais e são também 
criadoras dos objetivos e das inovações que almeja qualquer segmento que 
envolve atividade humana. 
BEGNAMI, M. L. V.; ZORZO, A. Clima organizacional: percepções e aplicabilidade. 
Revista Científica da FHO|Uniararas, v. 1, n. 2, 2013 (adaptado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. O clima organizacional abre novas perspectivas para a gestão de pessoas, na 
medida em que se buscam argumentos e compreensão para o desempenho do 
trabalho humano, que está relacionado a outros aspectos relevantes do 
cotidiano, como liderança, satisfação, ética, motivação, desempenho e 
rotatividade. 
II. O conjunto das normas informais que orientam o comportamento dos membros 
de uma organização no dia a dia define o seu clima organizacional. 
III. O clima organizacional está ligado à autoestima e à satisfação, ou insatisfação, 
das necessidades dos colaboradores de uma organização. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) II, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
4. (ENADE TEC. DA QUALIDADE 2015) O gerente de projetos é o centro em torno do 
qual giram todas as atividades; o elo entre os stakeholders internos e externos, ou 
seja, das partes interessadas internas e externas ao projeto; o regulador e 
progresso, velocidade, qualidade e custo; o comunicador, motivador e 
negociador do projeto; o controlador de finanças e outros recursos. Os projetos 
não dispõem de tempo ilimitado, logo o gerente não pode ser desenvolvido no 
cargo. 
FONTE: KEELLING, R. Gestão de Projetos: uma abordagem global. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2008 (adaptado). 
 
A partir do texto acima e considerando a Teoria X e a Teoria Y de Douglas 
McGregor, assinale a alternativa CORRETA acerca do estilo de gestão que o 
gerente de projetos deve adotar, desconsideradas as características de 
personalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
a) Estilo controlador: sem alinhamento à Teoria X e à Teoria Y, mas justificado pelos 
trade-offs do projeto, ou seja, das decisões que compreendem o lado positivo e o 
negativo das escolhas que o gestor tem de fazer. 
b) Estilo participativo: alinhado à Teoria Y e aos pressupostos do conceito de homem 
social, da Teoria das Relações Humanas, e justificado pela necessidade de 
qualificação dos membros que compõem a equipe de projetos, o que permite o 
compartilhamento de autoridades e responsabilidades. 
c) Estilo consultivo: alinhado à Teoria Y, com restrições aos pressupostos do conceito 
de homem social, da Teoria das Relações Humanas, e justificado pelos 
conhecimentos e experiência do gestor. 
d) Estilo autoritário benevolente: alinhado à Teoria X, porém, mais condescendente e 
menos rígido, e aos pressupostos do conceito de Homo Economicus, da Teoria 
Clássica da Administração, justificado pela necessidade de se negociar com a 
equipe e as partes interessadas externas ao projeto. 
e) Estilo participativo: alinhado à Teoria Y e aos pressupostos do conceito de homem 
social, da Teoria das Relações Humanas, e justificado pela necessidade de 
qualificação dos membros que compõem a equipe de projetos, o que permite o 
compartilhamento de autoridades e responsabilidades. 
 
5. (FCC 2018) Entre as teorias mais divulgadas acerca da motivação, insere-se a 
desenvolvida por Abraham Maslow, conhecida como hierarquia das 
necessidades humanas, a qual, em linhas gerais, sustenta que: 
 
a) O indivíduo somente vai se sentir estimulado a buscar a satisfação de necessidades 
mais elevadas, como de autorrealização, se outras básicas, como de subsistência, 
já estiverem satisfeitas. 
b) O homem médio não gosta do trabalho e precisa ser forçado ao seu desempenho, 
havendo, contudo, uma hierarquia natural entre indivíduos que respondem mais 
prontamente a estímulos motivacionais. 
c) A maioria das pessoas tem uma motivação intrínseca para o trabalho, sendo 
desnecessário o estabelecimento de recompensas, porém, é imprescindível o 
atendimento de necessidades básicas. 
d) O que motiva o indivíduo para a realização de uma tarefa é a correlação entre o 
resultado obtido e o esforço empregado (valência), devendo as tarefas ser 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
hierarquizadas em função dessa relação. 
e) O reforço positivo é mais efetivo para a fixação de uma motivação permanente, 
porém, o reforço negativo é necessário para induzir determinados grupos mais 
refratários. 
 
6. (FCC 2018) De acordo com a Teoria Bifatorial, desenvolvida por Herzberg para 
buscar explicar os elementos que envolvem a satisfação no trabalho, os 
denominados fatores higiênicos: 
 
a) estão relacionados à insatisfação no trabalho, sendo administrados pela empresa 
e extrínsecos à motivação do funcionário. 
b) são intrínsecos à satisfação dos indivíduos em geral, induzindo o processo de 
motivação no trabalho. 
c) não repercutem na satisfação ou insatisfação do indivíduo, sendo neutros do 
ponto de vista da motivação. 
d) são fatores indutores do processo motivacional, correspondendo às recompensas 
diretas por comportamentos ou ações desejadas. 
e) representam forças antagônicas à motivação, devendo ser neutralizados pelo 
reforço positivo e evitados mediante punição. 
 
7. (FCC – 2019) Considere que o novo dirigente de uma entidade integrante da 
Administração indireta do Município tenha estabelecidocomo principal foco de 
sua atuação fomentar a motivação dos servidores no ambiente de trabalho. 
Como embasamento teórico, o referido dirigente valeu-se dos preceitos da Teoria 
ERC (ou ERG, como é conhecida internacionalmente), desenvolvida por Clayton 
Alderfer, o que significa pressupor que: 
 
a) apenas o atendimento às necessidades mais básicas, ligadas à subsistência do 
indivíduo, constituem fonte para a motivação no trabalho. 
b) há uma hierarquia entre as necessidades dos indivíduos, cujo atendimento na 
ordem correta é pressuposto para gerar motivação. 
c) existem três necessidades essenciais a serem satisfeitas para a motivação dos 
indivíduos: existência; de relacionamento e de crescimento. 
d) o que gera a motivação genuína, capaz de assegurar o envolvimento e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
comprometimento do indivíduo com os objetivos da entidade, é apenas o 
atendimento das necessidades de estima e apreciação social. 
e) O homem médio não gosta do trabalho e o evita, sendo que a motivação para a 
realização das tarefas advém exclusivamente de recompensas financeiras. 
 
8. (UFG 2018) A hierarquia das necessidades de Maslow é usada em diversas áreas 
da administração como ferramenta para a compreensão do comportamento do 
trabalhador nas organizações. Conforme essa hierarquia, o desenvolvimento dos 
empregados, as boas condições de trabalho, os planos de aposentadoria, a 
poupança, a pensão etc. são exemplos da categoria: 
 
a) de necessidades de autorrealização. 
b) de necessidades de segurança. 
c) de necessidades fisiológicas. 
d) de necessidades sociais. 
e) de necessidades de estima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
ABORDAGEM ESTRUTURALISTA 
 
 
 
3.1 TEORIA DA BUROCRACIA 
A palavra burocracia tem origem nos componentes linguísticos franceses: 
bureaucratie, bureau que significa escritório, e do grego krátos que significa poder. 
Portanto, a palavra burocracia dá a ideia do exercício do poder e da autoridade por 
meio dos espaços administrativos e das repartições públicas. De forma geral, a 
sociedade remete à interpretação de que a burocracia gera processos lentos de 
controle que impedem as soluções rápidas e dinâmicas. Esta é uma visão 
reducionista frente à complexidade dos processos da burocracia (MAXIMIANO, 
2012). 
Para entendermos o surgimento da burocracia, vamos recordar que a Teoria 
Clássica demandava atividades processuais em uma estrutura organizacional, a qual 
exigia supervisão e controle. Isso repercutiu em uma maior burocracia, fortalecendo 
a Teoria da Burocracia. Ela mantinha como foco o controle dos processos e dos 
resultados (CHIAVENATO, 2002). 
Essa teoria surgiu em 1940, frente aos problemas que a Teoria Clássica e a das 
Relações Humanas enfrentavam diante de uma abordagem global de problemas 
organizacionais. Neste contexto, surgiu a necessidade de uma teoria que abarcasse 
toda a estrutura organizacional, suas variáveis, departamentos e pessoas, pois não 
era apenas para a fábrica, mas sim para todas as formas de organizações humanas 
e principalmente para as empresas. Com o crescimento do tamanho e a 
complexidade das empresas, era necessário um modelo organizacional mais 
adaptado para esta situação. 
Os principais autores deste modelo foram Max Weber, Robert K. Merton, Philip 
Selznick, Alvin W. Gouldner, Richard H. Hall e Nicos Mouzelis. 
 
UNIDADE 
03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Figura 7: Max Weber 
 
Fonte: https://bit.ly/3J8c8tk. Acesso em: 24 nov. 2021 
 
A partir dos estudos de Weber, surgiu a Sociologia da Burocracia, em que ele 
defende que um homem é remunerado para assumir um certo comportamento 
preestabelecido, explicado minuciosamente, e nunca permitir que as emoções 
interfiram no seu desempenho. 
O favorecimento dessa teoria se deu para Weber, segundo Chiavenato (2002, 
p. 420), pelos seguintes motivos: 
 O desenvolvimento de uma economia monetária, a moeda assume o papel 
da remuneração para o funcionário, centralizando e fortalecendo, assim, a 
administração burocrática; 
 O crescimento quantitativo e qualitativo do Estado Moderno; 
 A superioridade técnica em termos de eficiência no tipo de administração 
burocrática. 
 As práticas gerenciais nas indústrias demandaram maior ênfase na 
necessidade de ações burocráticas que permitissem a análise do trabalho, 
otimização de recursos, maximização de resultados e geração da produtividade 
(CHIAVENATO, 2002). 
Assim, a disciplina no ambiente de trabalho era requerida aos trabalhadores 
por meio de uma estrutura linear e centralizada de comando, no sentido de poder 
estabelecer a ordem e o cumprimento dos objetivos da empresa. A Teoria da 
Burocracia, defendida pelo sociológico alemão Max Weber (1864-1920), reforça as 
https://bit.ly/3J8c8tk
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
teorias da Administração Científica e da Teoria Clássica, já que havia o interesse de 
se ter uma racionalidade organizacional para o controle das responsabilidades no 
trabalho. As regras e o controle precisam ser definidos de acordo com a estrutura 
hierárquica da organização e a racionalidade nas atividades administrativas. 
 
 
 
Agora, para que você possa entender mais sobre o assunto, a burocracia é 
uma forma de organização baseada na racionalidade, isto é, “na adequação dos 
meios aos fins pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance 
dos objetivos” (CHIAVENATO, 2002, p. 422). Na burocracia, o detalhamento de tudo 
deve ser feito antecipadamente, para que o controle possa ser assertivo. Os 
trabalhadores deverão subordinar-se de acordo com as orientações, regras e normas 
da instituição para que esta atinja a máxima eficiência possível. Além disso, 
caracteriza-se por: 
 Divisão do trabalho: funções específicas. Isso evita conflitos na atribuição de 
competências, todos têm o conhecimento exato dos seus deveres e nas suas 
obrigações quanto ao que deve ser feito e suas tarefas preestabelecidas; 
 Hierarquia: sistema organizado em pirâmide permite melhor desempenho do 
sistema; 
 Impessoalidade: os trabalhadores compõem o sistema e executam suas 
atividades, os quais podem ser substituídos por outras pessoas, uma vez que o 
sistema, como está estruturado, funcionará com uma ou outra pessoa, sem 
perder o fluxo dos processos; 
 Meritocracia: a definição pela escolha de um trabalhador se dá pelo seu 
mérito, anulando as possibilidades de nepotismo; 
 Separação entre propriedade e administração: os burocratas focam a 
administração dos meios de produção e não os possuem; e 
 Profissionalização dos funcionários. 
Contudo, cabe ressaltar que a Teoria da Burocracia também preconiza que o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
ambiente de trabalho deve ser profissional e impessoal. Nesse sentido, nas relações 
de trabalho, as amizades são fortemente desencorajadas. O ambiente impessoal 
caracterizado pela burocracia é projetado para promover a tomada de decisões 
que se baseia exclusivamente em fatos, em registros e no pensamento racional. 
Previne, assim, por exemplo, as influências políticas e os insights de pessoas externas 
à organização. 
 
3.2 PODER, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO 
Estudar o poder, suas implicações e formas de apresentação nas relações 
humanas e na sociedade é um desafio para todos nós. Muito se discute sobre quem 
detém e/ou exerce o poder, o comando sobre outra pessoa ou grupo de pessoas, 
portador da máxima de transformar as condições e a realidade, como também nas 
práticas de gestão, negociação e liderança. Você também pode pensar no poder 
existente nas instituições reguladoras e normatizadoras (como o caso dos governos, 
empresas detentoras de uma grande fatia de atuação no mercado, as religiões etc.), 
no âmbito das quais os sujeitos que pertencem a cada uma delas cumprem suas 
obrigações de acordo com o poder normativo exercido pelas instituiçõessobre eles 
e diversos tipos de estruturas organizacionais, de acordo com cada contexto 
(MAXIMIANO, 2012). 
Essa atuação é percebida, muitas vezes, nas dinâmicas políticas, estatais e 
autoritárias, que regem nas pessoas a manifestação das vontades e ordens impostas 
pelo seu líder, presidente, chefe de estado, líder religioso etc. Nesse sentido, Foucault 
(2002, p. 33) pondera que se estude o poder, de certo modo, “do lado de sua face 
externa, no ponto em que ele está em relação direta e imediata com o que se pode 
denominar, muito provisoriamente, seu objeto, seu alvo, seu campo de aplicação, 
no ponto, em outras palavras, em que ele se implanta e produz seus efeitos reais”. 
Para que possamos compreender o que é o poder, iniciamos pela teorização 
de que “não existe algo unitário e global chamado poder, mas unicamente formas 
díspares, heterogêneas, em constante transformação” (MACHADO, 2005, p. XI). De 
acordo com Michel Foucault, “o poder não é um objeto natural, uma coisa; é uma 
prática social e, como tal, constituída historicamente” (MACHADO, 2005, p. XI). 
O poder não é algo palpável, que se possa usar, como se utiliza e manipula 
um objeto. O poder está nas ações, nas relações entre os indivíduos na sociedade, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
em grupos de pessoas, na negociação e tomada de decisão, em um espaço público 
ou privado. Assim, o indivíduo é “um efeito do poder e é, na mesma medida que é 
um efeito seu, seu intermediário: o poder transita pelo indivíduo que ele constituiu” 
(FOUCAULT, 2002, p. 35). 
 
 
 
Fácil de se entender, não é mesmo? Contudo, para ajudá-lo em seus estudos, 
atente-se para o fato de que o poder em uma organização: 
 
é a capacidade de afetar e controlar as ações e decisões das outras 
pessoas, mesmo quando elas possam resistir. Uma pessoa que ocupa 
uma alta posição em uma organização tem poder porque sua 
posição apresenta o que chamamos de poder de posição. 
Autoridade é o direito formal e legítimo de tomar decisões, dar ordens 
e alocar recursos para alcançar objetivos organizacionais desejados. 
A cadeia de comando reflete a hierarquia de autoridade que existe 
na organização (CHIAVENATO, 2002, p. 359). 
 
Do ponto de vista tradicional, a autoridade apresenta três características 
principais (CHIAVENATO, 2002, p. 359): 
 
Autoridade é decorrente de uma posição organizacional, e não de 
pessoas. Os administradores possuem autoridade em função da 
posição ocupada, e os que têm posição semelhante devem ter a 
mesma autoridade. 
Autoridade deve ser aceita pelos subordinados. Embora a autoridade 
flua do topo para a base da hierarquia, os subordinados a aceitam 
porque acreditam que os administradores têm o direito legítimo de dar 
ordens. 
A autoridade flui abaixo pela hierarquia vertical. As posições do topo 
da hierarquia são investidas com mais autoridade formal do que as 
posições abaixo delas. 
 
Todavia, a autoridade pode ser entendida como uma prática de liderança, 
não no sentido da força; mas, sim, no da legitimidade exercida pelos líderes aos 
liderados. O líder engaja seus liderados não somente pela sua ocupação de 
comando, mas também pelas suas competências e características pessoais. 
(MAXIMIANO, 2012). A responsabilidade faz parte do processo da autoridade, uma 
vez que ela é o dever de realizar a atividade pelo trabalhador, independente do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
cargo que ele ocupa. Quando os gestores possuem responsabilidade pelos 
resultados gerados pelo seu trabalho, “mas pouca autoridade, o trabalho é possível, 
mas difícil, pois repousa na persuasão e sorte. Quando os administradores têm 
autoridade que excede a responsabilidade, eles se tornam tiranos, usando 
autoridade para resultados frívolos” (CHIAVENATO, 2002, p. 359). 
 
 
 
É importante lembrar que o poder está na interação entre as pessoas, bem 
como nas relações estabelecidas em uma estrutura organizacional. Assim, todas as 
empresas, sejam elas quais forem, demandam de uma estrutura que possibilite o 
desenvolvimento dos processos de trabalho. Uma espécie de coluna vertebral que 
integre as áreas, os sistemas, as pessoas e suas responsabilidades, no sentido de 
manter a integração das informações (MAXIMIANO, 2012). 
As empresas enfrentam alguns dilemas de como se organizar da melhor forma 
possível e, por isso, a necessidade de mudanças e adaptações para atender às 
oscilações do mercado. A partir do entendimento de que as empresas são 
organismos vivos, pois recebem recursos do ambiente e geram resultados ao 
ambiente (seja interno ou externo), as organizações nascem, crescem, se 
desenvolvem e podem, se não bem gerenciadas, morrerem (acarretando 
fechamento, falência etc.), por isso demandam cuidados e gerenciamento 
(CHIAVENATO, 2002). 
Cada qual à sua maneira, todas as organizações precisam estruturar-se e 
organizar-se internamente para funcionar adequadamente. Como a atividade 
organizacional é complexa e envolve uma diversidade de tarefas diferentes que 
precisam ser coordenadas e integradas, a estrutura assume uma importância 
fundamental. O sucesso da empresa vai depender de como ela desenvolve a sua 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
gestão e controla seus resultados. 
A organização (do grego, organon = ferramenta) significa “o arranjo e 
disposição dos recursos organizacionais para alcançar objetivos estratégicos” 
(CHIAVENATO, 2002, p. 367). Esse arranjo está na base da divisão do trabalho em 
áreas funcionais, como setores ou departamentos, os quais possuem seus cargos e as 
orientações das linhas de autoridade e coordenação das responsabilidades da área 
(líderes e liderados). A reorganização sempre se torna necessária para ajustar-se a 
essas mudanças. Reorganização significa a ação de alterar a estrutura 
organizacional para ajustá-la às novas condições ambientais. Muitas organizações 
estão se reestruturando continuamente para se tornarem mais ágeis, simples, 
eficientes e mais eficazes e competitivas em um ambiente global de forte e acirrada 
concorrência. 
 
A organização é uma importante função administrativa e deve servir 
como base fundamental para a estratégia organizacional. A 
estratégia define o que fazer, enquanto a organização define o como 
fazer. A estrutura organizacional é uma ferramenta para o 
administrador utilizar no sentido de harmonizar os recursos, de modo 
que tudo seja feita através da estratégia estabelecida (CHIAVENATO, 
2002, p. 361). 
 
A organização é uma função administrativa distribuída entre todos os níveis 
organizacionais. Assim, quando falamos de organização, queremos dizer que o nível 
institucional estabelece o seu desenho organizacional, o nível intermediário 
estabelece o desenho departamental para cada uma das unidades organizacionais; 
e o nível operacional estabelece o desenho dos cargos e das tarefas de cada 
atividade, cada qual dentro de sua área de competência. Contudo, o processo é 
exatamente o mesmo para todos: estruturar as diferentes atividades que conduzem 
aos objetivos da organização. 
 
 
 
Cada administrador em seu nível organizacional coordena o trabalho de 
https://bit.ly/3vZqGrl
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
várias pessoas e estrutura equipes para processar a produção do trabalho. 
 
A tarefa básica da organização é estabelecer a estrutura 
organizacional. Existem dois caminhos para abordar a estrutura 
organizacional: a especialização vertical e a especialização 
horizontal. A primeira conduz aos níveis de hierarquia, e a segunda, a 
áreas de departamentalização ou divisionalização (CHIAVENATO, 
2002, p. 366). 
 
 
A partir dos estudos até aqui apresentados, vamos, a seguir, estudar a Teoria 
Estruturalista e suas contribuições ao contexto da administração de empresas. 
 
3.3 TEORIA ESTRUTURALISTA 
A Teoria Estruturalista foi considerada um desdobramento da Teoria 
Burocrática que, por sua vez, buscou conciliar as teorias propostaspelas abordagens 
Clássicas e pela Teoria das Relações Humanas. Conforme Maximiano (2012), uma 
grande contribuição à Teoria Estruturalista, foi, sem dúvida, de Amitai Etzioni. Nascido 
na Alemanha em 1929, Etzioni estudou as teorias anteriores e escreveu uma série de 
livros fundamentais para a Administração. Entre eles, destacam-se as obras 
Organizações modernas (1964) e Análise Comparativa de Organizações Complexas 
(1961). Em seus textos, Etzioni destaca a tendência que as organizações têm de se 
adaptarem ao meio no qual estão inseridas. 
 
Figura 8: Amitai Etzioni 
 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3KA9EEb. Acesso em: 24 nov. 2021 
 
 Insatisfeito com as descobertas de outros pesquisadores sobre a abordagem 
https://bit.ly/3KA9EEb
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
das relações humanas, ele as considerou insuficientes para esclarecer as relações 
entre o homem e a organização. Por isso, desenvolveu um trabalho em que criou 
uma classificação sobre as organizações levando em consideração diferentes 
tipologias. Para isso, ele utilizou a análise comparativa do controle e da autoridade. 
O quadro a seguir apresenta a classificação das três diferentes categorias 
identificadas por Etzioni em seus estudos. 
 
Quadro 4: Classificação das organizações 
Tipo Definição 
Organizações 
Especializadas 
Atividades de alto nível de especialização. Predominância da 
autoridade técnica. 
Organizações 
Não 
Especializadas 
Organizações envolvidas com atividades de produção de bens. 
Organizações em que há possibilidade de definir objetivos 
específicos e controle de metas. 
Organizações de 
Serviços 
O próprio nome já define a sua atividade. A característica 
diferenciadora dessas organizações é que as pessoas não são 
vinculadas à sua organização, tendo uma atividade temporária 
definida pela Tarefa Específica de Assessoria ou pesquisa. A 
vinculação dá-se por contrato. 
Fonte: Maximiano (2012, p. 228) 
 
Ribeiro (2016) comenta que o Estruturalismo passa a enxergar a empresa como 
uma organização complexa, e ressalta que grupos diferentes (por exemplo: a 
sociedade) interagem fortemente com a organização, apresentando, por vezes, 
objetivos distintos dela. 
A corrente teórica que constitui objeto desta nossa seção leva fortemente em 
conta as estruturas, e vê os indivíduos como muito dependentes delas. Para o 
Estruturalismo, o ser humano depende das organizações para nascer, crescer, viver e 
morrer. Além disso, por essa ótica, as organizações são vistas de modo mais integral, 
e interagindo intensamente com o seu meio externo. O meio externo, para o 
Estruturalismo, aprende com a organização, e vice-versa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Continuando nosso estudo sobre a Teoria Estruturalista, Etzioni defende que as 
organizações possuíam as seguintes características (CHIAVENATO, 2002, p. 356): 
 Divisão de trabalho e atribuição de poder e responsabilidades: de acordo com 
um plano intencional para a realização de objetivos específicos. 
 Centros de poder: controlam os esforços combinados da organização e os 
dirigem para seus objetivos: esses centros de poder precisam também 
reexaminar continuamente a realização da organização e, quando 
necessário, reordenar sua estrutura, a fim de aumentar sua eficiência. 
 Substituição do pessoal: as pessoas podem ser demitidas ou substituídas por 
outras pessoas para as suas tarefas. A organização pode recombinar seu 
pessoal através de transferências e promoções. 
Organizações com as características mencionadas reveem constantemente 
os seus resultados e se reorganizam para atender a esses resultados almejados. 
Portanto, possuem unidades sociais que controlam seus membros e são tidas como 
mais complexas que as unidades sociais naturais, tais como a família e alguma 
comunidade, entre outras possíveis. Por essa razão, recompensas e sansões são 
impostas como forma de controle dos resultados. 
Agora, as contribuições da Teoria Estruturalista vão para além dos estudos 
sobre as características, tipos de controle e a relação entre os indivíduos e as 
organizações. Para Chiavenato (2002, p. 258-259), a tipologia de controle de Etzioni 
classifica as organizações com base no uso e significado da obediência sobre as 
pessoas, a saber: 
 
Organizações coercitivas: o poder é imposto por força ou controlado 
por prêmios ou punições. O envolvimento dos participantes tende a 
ser alienativo em relação aos objetivos organizacionais. Exemplo: as 
prisões. 
Organizações utilitárias: o poder baseia-se no controle por meio de 
incentivos econômicos. Utilizam a remuneração como base principal 
de controle. As pessoas contribuem para a organização com um 
envolvimento calculativo, baseado nos benefícios que esperam obter. 
Exemplo: as empresas. 
Organizações normativas: o poder baseia-se no consenso sobre 
objetivos e métodos da organização. Utilizam o controle moral para 
influenciar os participantes devido ao elevado envolvimento moral. 
Exemplo: a Igreja, as universidades, os hospitais, as organizações 
políticas e sociais. 
 
Você pode compreender que a tipologia de Etzioni dá visibilidade aos sistemas 
psicossociais das empresas e apresenta como desvantagem a sua omissão à 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
estrutura, à tecnologia e ao ambiente. É considerada ainda uma tipologia simples, 
unidimensional e baseada exclusivamente nos tipos de controle. 
O estruturalismo representou um método que analisa as relações e as funções 
dos diferentes elementos que constituem uma organização. Ele se inicia da linguística 
e da psicologia no começo do século XX, e vai até a antropologia estrutural em 
meados dos anos 1960. Segundo Andrade e Amboni (2011, p. 140), “o estruturalismo 
é um método analítico e comparativo que estuda os elementos ou fenômenos em 
sua totalidade, salientando seu valor de posição”. 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3tP7xFR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (ENADE TEC. GESTÃO PÚBLICA – 2018) A Administração Pública burocrática foi 
solidificada com o advento do Estado moderno, desenhando suas marcas em 
contraposição ao modelo patrimonialista. A burocracia, conforme análise 
clássica de Max Weber, foi o tipo de Administração Pública mais puro e 
apropriado à emergência da sociedade capitalista de base industrial, firmando-
se como a conhecemos atualmente. Entre as suas principais características, estão 
o fim da lealdade pessoal e da tradição como fonte de autoridade. A lei, as regras 
escritas e impessoais passam a definir as relações de mando e obediência. A nova 
gestão pública, também conhecida como modelo gerencialista, veio no bojo das 
mudanças socioeconômicas a partir dos anos 1970, contrapondo-se ao modelo 
burocrático, tomado este como ineficiente e incapaz para lidar com demandas 
da sociedade contemporânea. Sua plataforma básica pretende buscar a 
transformação da Administração Pública, por meio da adoção de princípios de 
gestão até então exclusivos do setor privado da economia. 
JUNQUILHO, G. S. Teorias da Administração Pública. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: 
CAPES: UAB, 2010 (adaptado). 
 
Considerando o texto, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. A Administração Pública gerencialista tem como foco a implementação de um 
modelo de gestão pública que se inspira nas recomendações e nos desenhos 
sugeridos pelos que advogam a favor da reforma do Estado para que se atinja 
mais eficiência no setor público, especialmente no campo econômico-financeiro. 
II. O gerencialismo descarta a Escola de Administração Científica, também 
chamada de Teoria Clássica da Administração, que foi idealizada por Henri Fayol, 
bem como a Teoria da Burocracia. 
III. A Administração Pública burocrática enfatiza a formalização, a divisão do 
trabalho, a hierarquia, a impessoalidade e a competência técnica dos 
funcionários, que devem serpromovidos e escolhidos por critérios de mérito e 
competência. 
 
É correto o que se afirma em: 
a) II, apenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
b) III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
2. (ENADE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – 2018) O modelo da Administração Pública 
Burocrática, surgido na segunda metade do século XIX, teve como princípios 
orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a 
hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo – em síntese, o poder 
racional-legal. 
BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília: 
Imprensa Nacional, 1995 (adaptado). 
 
Considerando o modelo de administração pública abordado no texto, bem 
como o modelo de Administração Pública Gerencial, avalie as afirmações a 
seguir. 
 
I. No modelo da Administração Pública Burocrática visa-se controlar os atos 
administrativos, evitando-se, assim, a corrupção e o mau uso da máquina pública. 
II. O modelo da Administração Pública Burocrática antecedeu o modelo da 
Administração Pública Gerencial. 
III. O modelo da Administração Pública Gerencial objetiva reduzir custos e aumentar 
a qualidade dos serviços públicos, priorizando o cidadão como beneficiário desse 
serviço. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
3. (FGV – 2018) Um empresário do setor de commodities, após participar de um 
workshop sobre gestão, decide aplicar uma política salarial em sua empresa pela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
qual todos receberiam um salário base mais uma comissão em função da 
produtividade, pautando-se na ideia de que os esforços são exclusivamente 
relacionados aos incentivos financeiros. 
 
Esse entendimento do empresário tem influência da: 
 
a) abordagem clássica, remetendo ao conceito do homo economicus. 
b) abordagem sistêmica, a qual considera a interação do homem com os fatores 
extrínsecos. 
c) abordagem contingencial, enfatizando a dependência entre a estrutura 
organizacional e o ambiente no qual está inserida. 
d) abordagem estruturalista, priorizando a eficácia à forma. 
e) abordagem humanística, ressaltando as necessidades básicas do ser humano 
associadas às finanças. 
 
4. (CESPE – 2018) De acordo com as concepções iniciais de Max Weber, são 
características da burocracia. 
 
a) O excesso de regras, a subjetividade e o mecanicismo. 
b) O individualismo, os registros escritos e a estrutura orgânica. 
c) A racionalidade, o compromisso profissional e a hierarquia de autoridade. 
d) A divisão do trabalho, a flexibilidade organizacional e a previsibilidade. 
e) A informalidade das comunicações, a impessoalidade e o profissionalismo. 
 
5. (UFPR – 2018) Uma das facetas de uma organização burocrática é considerar o 
poder empregado pelos superiores para controlar os subordinados e a orientação 
dos subordinados com relação a esse poder. Com relação aos tipos de 
organizações burocráticas e aos mecanismos de controle, identifique como 
verdadeiras ou falsas as seguintes afirmativas. 
 
( ) Uma organização burocrática coercitiva usa o poder das regras como principal 
meio de controle dos participantes dos níveis mais baixos. 
( ) Uma organização burocrática utilitária adota a remuneração como principal 
meio de controle dos participantes dos níveis mais baixos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
( ) Uma organização burocrática normativa permite que o gerente escolha o 
principal meio de controle dos participantes dos níveis mais baixos. 
( ) Uma organização burocrática híbrida adota mais de um meio de controle dos 
participantes dos níveis mais baixos. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. 
 
a) F – V – V – V. 
b) F – V – F – V. 
c) V – F – V – F. 
d) F – F – V – V. 
e) V – V – F – F. 
 
6. (FGV – 2021) A Teoria Estruturalista representou uma inovação no mundo da 
gestão por contribuir para mitigar a dicotomia que vigorava entre os princípios e 
fundamentos utilizados pelas teorias administrativas da época, trazendo um 
conceito de abordagem interdisciplinar que sintetizava diferentes abordagens. 
 
Assinale a opção que apresenta um dos principais conceitos trazidos à tona pela 
Teoria Estruturalista. 
 
a) A ideia de homem organizacional. 
b) A forma de controle proveniente da dominação racional-legal. 
c) O uso de recompensas sociais e simbólicas. 
d) O foco no comportamento dos grupos informais. 
e) A organização por meio de um sistema de hierarquia funcional. 
 
7. (FCC – 2015) Para Etzioni, há três tipos de organizações que são definidas pelo tipo 
de poder exercido sobre as pessoas. O tipo de organização e o tipo de poder 
estão corretamente relacionados em: 
 
a) manipulativa (reativa) x coercitivo: baseado em punições. 
b) impessoal x normativo: baseado em crenças e símbolos. 
c) normativa x impessoal: baseado em regras preestabelecidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
d) coercitiva x premiações: baseado em recompensas. 
e) utilitária x manipulativo (remunerativo): baseado em recompensas. 
 
8. (COPESE – 2020) Leia as afirmações abaixo: 
 
I. A burocracia não considera as pessoas como pessoas, mas como ocupantes de 
cargo. 
II. Na burocracia, a escolha das pessoas se baseia no mérito e na competência 
técnica e não em preferências pessoais. 
III. O ocupante de cargo na burocracia, não faz o que quer, mas o que a burocracia 
impõe a ele. 
IV. Cada funcionário da burocracia tem mandato por tempo indeterminado e segue 
carreira na organização. 
V. Regras, decisões e ações administrativas são formuladas por escrito. 
 
Analise as características da burocracia abaixo: 
 
a) rotinas e procedimentos padronizados. 
b) profissionalização dos participantes. 
c) impessoalidade nas relações. 
d) caráter formal das comunicações. 
e) competência técnica e meritocracia. 
 
Marque a opção que apresenta a correspondência CORRETA entre as afirmações 
e as características da burocracia. 
 
a) I-E; II-B; III-A; IV-C; V-D. 
b) I-B; II-C; III-D; IV-A; V-E. 
c) I-C; II-A; III-B; IV-D; V-E. 
d) I-B; II-E; III-A; IV-C; V-D. 
e) I-C; II-E; III-A; IV-B; V-D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
ABORDAGEM SISTÊMICA 
 
 
 
4.1 CONCEITOS DE SISTEMAS 
Quando falamos de sistemas, logo vem à nossa mente os sistemas de 
computadores ou de internet, não é mesmo? Mas, podemos ir mais próximos de nós 
mesmos e pensar nos sistemas do nosso corpo, que nos mantém vivos. Agora, 
podemos pensar ainda em outro tipo de sistema, o sistema econômico de um país, 
ou até mesmo o sistema eleitoral. Enfim, podemos entender que quando falamos em 
sistemas, eles podem fazer parte de diferentes contextos e perspectivas além de 
poderem conectar coisas e pessoas, tendo objetivos comuns, similares ou distintos. 
Assim, para que você possa começar a entender melhor, O’Brien (2006, p. 17) 
define sistemas como “um grupo de componentes inter-relacionados que trabalham 
rumo a uma meta comum, recebendo insumos e produzindo resultados em um 
processo organizado de transformação”. 
A discussão sobre os sistemas teve seu ponto de partida após a Segunda 
Guerra Mundial, a qual apresentou para todos os continentes e seus países que eram 
mutuamente dependentes e que, na verdade, faziam parte de um ecossistema 
integrado mundialmente, com suas diversidades e características próprias. Dessa 
maneira, você pode entender que as modificações realizadas em uma das partes 
do sistema refletem nas outras partes em sua totalidade. Desta forma, segundo 
Maximiano (2012, p. 342), o “sistema global (a totalidade dos países) era composto 
de partes diferenciadas, mas interdependentes e, em certa medida, integradas por 
políticas econômicas mundiais, regras, leis, instituições, comércio e por fenômenos 
sociais de influênciamútua”. 
 
 
UNIDADE 
04 
https://bit.ly/3J9hPqM
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
Essa conscientização provocada pela guerra refletiu-se nas concepções de 
conhecimento e ciência. Nota-se a importância de se desenvolver ciência nas mais 
variadas áreas, observando mudanças de comportamento, tendências evolutivas, 
práticas distintas das que eram antes praticadas, potencializando nossos rumos para 
o desenvolvimento mundial. Com isso, a interdisciplinaridade nas pesquisas científicas 
torna-se necessária, tendo em vista as complexas conexões entre as variáveis 
pesquisadas, como o comportamento da sociedade, a cura de doenças, 
investimentos no mercado, como também na comunicação de informações de 
estudos já realizados. Dessa maneira, os cientistas observaram que havia uma grande 
possibilidade de se conectarem e trabalharem de forma conjunta, dados os fatos e 
o contexto histórico da época (SILVA, 2013). 
Conforme nos esclarece Chiavenato (2002), o conceito de sistema foi 
desenvolvido a partir do estudo da cibernética proposto inicialmente pelo cientista 
Nobert Wiener. A cibernética “é uma teoria dos sistemas de controle baseada na 
comunicação (transferência de informação) entre o sistema e o meio e dentro do 
sistema e do controle (retroação) da função dos sistemas com respeito ao 
ambiente”. (CHIAVENATO, 2002, p. 416). Assim, por meio da comunicação, é possível 
tornar os sistemas integrados de forma coerente, o que repercute na regulação do 
comportamento, buscando um equilíbrio sistêmico e dinâmico que permite o 
autocontrole sobre as operações do sistema. Para Chiavenato (2002, p. 545), “a 
cibernética permitiu o desenvolvimento e a operacionalização das ideias que 
convergiam para uma teoria de sistemas aplicado à administração”. 
Além desses estudos, podemos compreender que a expansão da tecnologia, 
da inovação nas sociedades do mundo todo, e claro, a necessidade de geração de 
novos negócios, oportunizaram o pensamento sistêmico, ou seja, um pensamento 
distinto da visão especialista e fragmentada, “em que o todo é muito maior que a 
soma das partes” (CHIAVENATO, 2002, p. 544). Assim, um conjunto de partes que 
interagem e funcionam como um todo é um sistema (LACOMBE, 2009). Agora, para 
que você possa entender melhor, uma situação precisa ser analisada por diferentes 
ângulos, pontos de vistas, bem como os elementos que estão envolvidos. E isso 
também ocorre em uma empresa, tendo em vista as interações existentes sobre um 
fenômeno, processo ou prática administrativa. Portanto, podemos dizer que tudo 
está interligado em uma empresa, sejam informações, funcionários, produtos, 
máquinas etc. Cada elemento é interdependente de outros para o seu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
funcionamento. Neste sentido, emergem duas características (CHIAVENATO, 2002, p. 
552): 
 
Propósito ou objetivo (funcionalismo): todo sistema tem um propósito 
ou objetivo. As unidades ou elementos, bem como os 
relacionamentos definem um arranjo que visa sempre um objetivo ou 
finalidade a alcançar; 
Globalismo ou totalidade: todo sistema tem uma natureza orgânica, 
pela qual uma ação que produza mudança em uma das unidades do 
sistema deverá produzir mudanças em todas as suas outras unidades. 
O efeito total dessas mudanças proporcionará um ajustamento de 
todo o sistema. 
 
A grande contribuição dos sistemas à sociedade é a sua aplicabilidade e visão 
sistêmica ao mundo real, ou seja, para a percepção das conexões possíveis entre os 
elementos e suas formas de transformações que permitem a evolução da ciência e 
da humanidade. 
 
 
 
Para o seu entendimento, os sistemas são divididos com base na sua 
constituição e na sua natureza. (CHIAVENATO, 2002). Em relação à sua natureza, 
temos: 
a) Sistema fechado: não há interação com o ambiente externo, o que leva à 
desintegração e à morte. Os estudos teóricos anteriores focam na tarefa e suas 
operações, o que permitia até então a percepção interna se seu 
funcionamento e sem menção ao ambiente externo, levando ao 
entendimento de um sistema fechado. 
b) Sistema aberto: neste sistema ocorre o intercâmbio de matéria e energia entre 
o meio interno e o externo. Considerando a perspectiva de um sistema aberto, 
eles apresentam quatro elementos básicos (CHIAVENATO, 2002, p. 559): 
 
I. objetivos: são partes ou elementos do conjunto. Depende da 
natureza do sistema. Podem ser físicos ou abstratos; 
II. atributos: são qualidades ou propriedades do sistema e de seus 
objetos; 
III. relações de interdependência: um sistema deve possuir relações 
internas com seus objetos. Essa é uma qualidade definidora crucial dos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
sistemas. Uma relação entre objetos implica um efeito mútuo ou 
interdependência. 
IV. meio ambiente: os sistemas não existem no vácuo, pois são 
afetados pelo seu meio circundante. 
 
Agora que sabemos sobre os sistemas, vamos estudar os seus parâmetros, 
conceitos e características. 
 
4.2 PARÂMETROS DOS SISTEMAS 
Vamos começar falando do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy (1901-
1972) e seus estudos que, por volta da década de 1950, deram origem à Teoria Geral 
dos Sistemas (TGS). Na sua visão analítica e científica sobre os seres vivos, ele defende 
que os sistemas devem ser entendidos na sua plenitude e não sendo observados 
isoladamente ou de forma fragmentada. É a interdependência dos elementos que 
compõe o todo, como o caso das ciências, da sociedade, das empresas e dos seres 
vivos, o seu ponto de partida sobre os sistemas que os constituem. 
Na abordagem sistêmica, as organizações são entendidas e interpretadas 
como sistemas abertos, os quais interagem com diversos sistemas, trocando dados. 
(MAXIMIANO, 2012). 
Figura 9: Ludwig von Bertalanffy 
 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3CBHTIH. Acesso em: 24 nov. 2021 
 
Os principais parâmetros são visualizados na figura 2 e descritos a seguir. 
https://bit.ly/3CBHTIH
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
Figura 10: Parâmetros do Sistema 
 
Fonte: Maximiano (2012) 
 
Para a sua compreensão sobre o sistema apresentado, acompanhe: 
 Objetivos: são definidos pela organização. 
 Dados de Entrada (inputs): são compostos por informação, energia ou matéria, 
que são provenientes do ambiente externo e entram no sistema. Segundo 
Chiavenato (2002, p. 568), as entradas “são os recursos físicos e abstratos de 
que o sistema é feito, incluindo todas as influências e recursos recebidos do 
meio ambiente”. 
 Processo de transformação: são os processos de gestão e produção, em que 
os dados provenientes da entrada são processados para a geração de 
resultados. As melhorias e as perdas podem ocorrer no processo. 
 Dados de Saída (outputs): são os resultados gerados pelo processo de 
transformação, que podem ser informação, energia ou matéria. Os dados de 
saída contribuem para a avaliação sobre o processo realizado. 
 Controle e Avaliação: monitoramento dos resultados gerados por meio de 
indicadores da empresa que monitoram os resultados gerados pelo 
processamento, com base nos dados de saída. 
 Retroalimentação (feedback): com base na avaliação dos resultados dos 
dados de saída, as informações retornam aos dados de entrada de forma a 
ajustar e controlar o funcionamento do sistema, aperfeiçoando-o. 
O entendimento sobre a Teoria dos Sistemas de que todos os elementos de 
uma empresa estão interligados contribui para a visão sistêmica da empresa e para 
a percepção de todo o funcionamento do negócio (MAXIMIANO, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
 
 
Em relação ao ambiente, todo o sistema está integrado a ele. Por sua vez, ele 
é formado por outros sistemas que importam energia desse ambiente e, após 
processamento e transformação, devolvem energia para outros sistemas. De acordo 
com Maximiano (2012), na análise do sistema se torna relevante entender seu 
ambiente e o papel do sistema nesse ambiente,focalizando a missão do sistema 
para com outros sistemas. 
Portanto, podemos compreender, a partir disso, que as organizações podem 
ser consideradas sistemas formados por diferentes sistemas. Integrados, podem se 
tornar novos sistemas e esses novos sistemas, muitas vezes, não têm uma gerência ou 
coordenação comum. Dessa forma, é impossível estudar ou gerenciar um sistema 
sem levar em consideração os outros sistemas, entendendo-os em três níveis: 
subsistema (parte estruturada); sistema (o que está sendo considerado); ecossistema 
(o todo interligado) uma vez que a visão sistêmica propõe uma visão integrada 
(LACOMBE, 2009). 
 
 
 
Observando o comportamento dos sistemas nas organizações, podemos 
investigar uma pouco mais sobre a Teoria Geral dos Sistemas, suas características e 
contribuições aos estudos organizacionais. 
 
4.3 TEORIA GERAL DOS SISTEMAS 
Os estudos de Bertalanffy foram muito promissores aos estudos dos sistemas 
complexos, no sentido de que esta complexidade é a normalidade cotidiana, uma 
vez que a interação dos elementos e suas variáveis são diversas. Assim, o autor toma 
como ponto de partida a complexidade posta por desafios, problemas e situações 
https://bit.ly/3vZsAZc
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
complexas para o desenvolver o enfoque sistêmico. Assim, você pode levar em 
consideração que tudo está interligado e que não vivemos em um sistema fechado 
ou isolados em uma ilha. 
As abordagens sistêmicas nas organizações são percebidas como sistemas 
sociotécnicos estruturados. Nessa abordagem, as organizações são analisadas como 
sistemas abertos, mantendo relacionamentos com outros sistemas, com os quais 
trocam informações. São ainda considerados sistemas dinâmicos, em constante 
adaptação e mudança, buscando o equilíbrio, ou seja, a homeostase. Como 
sistemas, as empresas estão sujeitas a receberem insumos (inputs), analisá-los e liberá-
los através de resultados (produtos/serviços – outputs). Em função dos seus resultados, 
o sistema organizacional é então retroalimentado (por feedback) segundo suas 
necessidades (MAXIMIANO, 2012). 
Teoria Geral dos Sistemas tem um importante papel dentro da formação do 
profissional de Administração, pois com ela identificamos os sistemas de ambientes, 
sejam eles abertos, com a troca de informações, ou fechados (LACOMBE, 2009). 
Muito importante no modelo de interpretação dos sistemas, o entendimento 
da TGS leva ao conhecimento de que a maioria das teorias estudadas entendia uma 
organização como um sistema fechado, focada no estudo do ambiente interno, sem 
preocupação com a influência dos fornecedores, acionistas e todos aqueles que 
hoje estão representados como stakeholders. Portanto, se verifica que a abordagem 
dos sistemas aplicada à Administração esteja dentro do modelo de sistema aberto, 
para sua interação e sobrevivência, ao interagirem com clientes, fornecedores, que 
fazem parte da organização desse sistema aberto. 
Conforme Martinelli e Ventura (2006), a Abordagem Sistêmica nas 
organizações tem o poder da resolução efetiva de problemas, uma vez que analisa 
o todo, e não uma ou outra parte dele, sempre em interação com o ambiente, o que 
gera análises mais complexas – e completas. Neste sentido, pode-se atuar 
diretamente com aspectos de gestão, controle e tomada de decisões. Contudo, 
para que se possa atuar efetivamente sob essa abordagem, é preciso antes 
considerar seus alicerces. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
Agora, com base nos estudos de Maximiano (2012), os sistemas podem 
estabelecer estruturas distintas, bem como funcionalidades diversas a partir da 
necessidade da empresa e de seu objetivo enquanto negócios. Para isso, você 
precisa conhecer as classificações de sistemas e suas aplicações, para que possa ter 
maior clareza sobre o assunto, fomentar novos negócios e possibilitar o crescimento 
da empresa. 
 
Quadro 5: Classificação de Sistemas 
Sistemas Definição 
Sistemas Naturais Dizem respeito à natureza, como a organização das galáxias e do 
reino animal. 
Sistema de 
Atividade Humana 
São sistemas formados pelas ações humanas, em torno de alguma 
intenção ou propósito comum, de forma ordenada. 
Sistemas Físicos São produtos da intenção e da ação humana, como máquinas, 
equipamentos e obras. 
Sistemas Não Físicos São sistemas abstratos, como as áreas de conhecimento. 
Sistema Aberto Este tipo de sistema importa recursos do ambiente, processa, 
transformando-os, e depois exporta o que foi transformado para o 
ambiente. Assim sendo, ele requer interação e interdependência. 
Sistema Fechado Neste tipo de sistema, não há qualquer interação com o 
ambiente, ou seja, ele é considerado autossuficiente. Neste 
sentido, entram em um processo de entropia. 
Sistema Mecânico É uma forma de organização caracterizada por atividades 
funcionais diferenciadas e especializadas, definição de direitos e 
deveres de cada papel funcional, reforço de hierarquia, disciplina 
e obediência. 
Sistema Orgânico É uma forma de organização marcada por baixa hierarquia, 
comunicação vertical e horizontal, maior inovação e flexibilidade 
dos papéis. 
Fonte: Maximiano (2012) 
 
Os sistemas acima descritos demonstram a potencialidade de aplicação da 
teoria na administração de empresas, e, evidentemente, a sabedoria de gerenciar 
da melhor forma possível os recursos no sistema. 
De todas as teorias administrativas, a Teoria dos Sistemas é a menos criticada. 
Isso se deve ao fato de que ela vai ao encontro dos interesses das indústrias 
capitalistas que objetivam um maior lucro através da sua interação com o seu meio. 
No entanto, há críticas relativas ao uso do conceito para transformar a administração 
em pequenos sistemas ou processos. Neles, os gestores poderiam perder a noção das 
interações entre esses pequenos sistemas que formam a empresa, o que poderia 
reduzir a visão do todo organizacional, além de poucas análises sobre as condições 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
internas das empresas e o elevado grau de paralelismo e seus excessos. 
(CHIAVENATO, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3MIh22h
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (PUC/PR – 2017) “A falta de demanda por parte de indústrias e varejistas por soja 
certificada tem sido o gargalo para a expansão do setor, segundo a Mesa 
Redonda para a Soja Sustentável (RTRS). O custo maior do grão, devido à 
certificação e ao prêmio pago ao produtor, mantém a produção mundial da soja 
certificada oscilando entre 2 milhões a 3 milhões de toneladas. A associação 
pretende anunciar até o fim do ano novos modelos a fim de tornar o selo mais 
acessível -- sem reduzir exigências para a certificação --, a partir de observações 
feitas pelos próprios membros da RTRS”. 
Barros, Betina. Falta de demanda limita crescimento do mercado de soja sustentável. Valor Econômico. 19/09/2017. 
Disponível em: https://bit.ly/3I4477g Acesso em: 10 set. 2017. 
 
Embora a sociedade esteja cada vez mais preocupada com a sustentabilidade 
e demandando ações das empresas nesse sentido, a aquisição de produtos e 
serviços originados de processos sustentáveis tem apresentado ritmo lento para 
estimular maior evolução da produção. Essa situação reflete bem o que 
pesquisadores representantes da teoria dos sistemas constataram sobre a 
interdependência entre as organizações e seus sistemas. Sobre o entendimento 
dessa teoria, esse fato sobre a soja reforça o entendimento de que: 
 
a) As organizações, como sistemas abertos, recebem influências dos seus ambientes 
externos, tendo suas condições de expansão limitadas ou estimuladas por eles, 
embora tenham muito pouca capacidade de influenciá-los. 
b) As organizações são sujeitas ao que o ambiente em que estão inseridas lhes 
determina. 
c) As organizações, como sistemas abertos, são limitadas ou estimuladas à expansão 
e desenvolvimentoa partir das demandas e recursos que os seus ambientes 
apresentam, mas também interferem neles, alterando seus comportamentos e 
recursos mediante as ações que elas adotam. 
d) As organizações são sistemas fechados e as influências ambientais são mera 
impressão dos seus decisores. 
e) As organizações estão em interação constante com o ambiente externo e sofrem 
influência das contingências externas, resistindo-as. 
 
https://bit.ly/3I4477g
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
2. (SUGEP – 2019) A teoria sistêmica busca produzir teorias e formulações para 
aplicação nas organizações, através de conceitos de várias disciplinas. No que 
diz respeito aos insumos para a produção de bens e serviços, assinale “V” para os 
verdadeiros, ou “F” para os falsos. 
 
( ) Matérias-primas. 
( ) Recursos Humanos. 
( ) Energia. 
( ) Recursos Financeiros. 
( ) Informação. 
( ) Equipamento. 
 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
 
a) F, F, V, V, V, F. 
b) V, V, V, V, V, V. 
c) V, V, F, V, V, V. 
d) F, V, V, F, F, V. 
e) F, V, F, F, V, F. 
 
3. (SUGEP – 2019) “Analisando as organizações como organismos, consideramos as 
empresas como ambientes abertos, ou seja, que sofrem e influenciam o meio 
onde estão inseridas. Ver organizações pela metáfora do organismo é aceitar 
como verdade o ciclo de vida de todo ser vivo, que nasce, desenvolve-se, cresce 
e morre. Sendo assim, acredita-se que toda empresa deverá ter um fim.” Acerca 
desse ponto de vista, analise as proposições abaixo. 
 
I. Fazer a pessoa acreditar que o que ela produz é realmente necessário. Ela tem 
que estar engajada. 
II. Devem-se criar premissas para as pessoas quererem trabalhar, mexendo nas 
crenças de valores delas. 
III. O ser humano é limitado e precisa de grupos sociais para interagir. Deve-se fazer 
a cooperação dos grupos através de incentivos (status). 
IV. A autoridade não vem de cima, mas de baixo, da aceitação do subordinado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
Estão corretas: 
 
a) I, II e III, apenas. 
b) III e IV, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
 
4. (FGV – 2013) Com base na Teoria Geral dos Sistemas, assinale a alternativa que 
apresenta os princípios da abordagem sistêmica. 
 
a) Expansionismo – Pensamento Sintético – Mecanicismo. 
b) Reducionismo – Pensamento Analítico – Mecanicismo. 
c) Expansionismo – Pensamento Sintético – Teleologia. 
d) Expansionismo – Pensamento Analítico – Teleologia. 
e) Reducionismo – Pensamento Sintético – Mecanicismo. 
 
5. (FCC – 2019) As organizações são sistemas abertos que operam em constante 
interação com o ambiente externo, este que pode ser operacionalizado em dois 
estratos: o ambiente geral e o ambiente de tarefa. Fazem parte do ambiente de 
tarefa: 
 
a) As Entidades reguladoras e os clientes. 
b) As Variáveis demográficas e tecnológicas. 
c) As Variáveis sociais e culturais. 
d) As Entidades políticas e legais. 
e) O Macroambiente e o microambiente. 
 
6. (IFCC – 2018) Entre as teorias desenvolvidas ao longo do tempo acerca das 
estruturas organizacionais, insere-se a Abordagem Sistêmica: 
 
a) que, de acordo com o modelo predicado por Eric Trist, identifica dois subsistemas 
na organização: o técnico, compreendendo as demandas da tarefa, e o social, 
compreendendo as relações sociais dos encarregados da tarefa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
b) desenvolvida a partir dos estudos do sociólogo George Homans em seu livro The 
human group, predicando a independência entre os sistemas interno e externo à 
organização, a qual se traduz em um ambiente fechado e impermeável a 
mutações. 
c) inspirada na Teoria dos Sistemas desenvolvida pelo biólogo Ludwig von 
Bertalanffy, predicando a autonomia das unidades de uma organização, como 
sistemas autônomos, denominados centros de resultado. 
d) baseada nos estudos de Mary Parker Follet, que propõe um enfoque holístico das 
relações entre os integrantes da organização de modo a fomentar a motivação 
e a produtividade. 
e) desenvolvida por Henri Fayol, sustentada pelo princípio da cadeia escalar e 
unidade de comando como pilares para a manutenção do sistema 
organizacional. 
 
7. (FCC – 2018) Entre as diversas escolas que se sucederam no estudo das estruturas 
organizacionais, pode-se citar a abordagem sistêmica da administração, 
baseada nos conceitos desenvolvidos por Ludwig von Bertalanffy, que possui 
como foco: 
 
a) a função de staff, que centraliza a matriz de responsabilidades no sistema 
organizacional. 
b) a unidade de comando, buscando isolar a organização de fatores exógenos. 
c) a cadeia escalar, que representa a gradação de responsabilidades internas. 
d) os centros de resultado, que irradiam comandos para toda a organização. 
e) a interação da organização com o ambiente em que se insere, sendo por este 
influenciada. 
 
8. (FGV – 2018) A Teoria dos Sistemas rompeu com os paradigmas das teorias 
administrativas anteriores e trouxe uma nova forma de interpretação das 
organizações. Assinale a opção que indica uma inovação proposta pela Teoria 
dos Sistemas. 
 
a) Os funcionários podem ser substituídos por máquinas para a otimização de tarefas 
específicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
b) A hierarquia de comando da organização deve ser separada entre as funções. 
c) O núcleo técnico deve estar ajustado ao núcleo estratégico. 
d) Os processos internos são suficientes para o sucesso competitivo. 
e) As organizações interagem continuamente com o ambiente externo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
ABORDAGEM CONTINGENCIAL 
 
 
 
5.1 CARACTERÍSTICAS DA ABORDAGEM CONTINGENCIAL 
Durante a década de 1970, ocorreram muitos estudos que pesquisavam os 
fenômenos organizacionais por meio de uma outra forma de enxergar a realidade. 
Os pesquisadores das teorias da administração até a década supracitada discutiam 
e projetavam novas organizações, estruturas e processos, além de ações gerenciais 
mais apropriadas para contextos mais específicos. As questões da Teoria da 
Contingência “estavam baseadas no princípio de que nas organizações nada é 
absoluto, pois tudo é relativo e, portanto, depende de algo, que geralmente é 
incontrolável para a organização” (OLIVEIRA, 2009, p. 93). 
Podemos citar como os precursores da Teoria Contingencial: Joan Woodward, 
Alfred Chandler, Tom Burns, G. M. Stalker, Lawrence e Lorsch. Estes autores verificaram 
que métodos eficientes, dependendo do contexto, obtinham resultados diferentes. 
Por isso, a importância de se entender o contexto em que a empresa está inserida, 
suas relações com o ambiente externo, além de perceber as variáveis que afetam a 
organização. 
Dessa forma, após diversas pesquisas realizadas na Europa e nos Estados 
Unidos, os pesquisadores chegaram a uma conclusão: os resultados eram diferentes 
porque as situações eram diferentes. Contribuindo, na abordagem contingencial 
prevalece a análise das condições do ambiente externo e suas influências sobre a 
dinâmica organizacional. 
Em livro de 1985, Freemont Kast e James Rosenzweig (apud SILVA, 2013, p. 365) 
observaram que: 
 
A visão de contingência procura entender as relações dentro e dentre 
os subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente, e 
procura definir padrões de relações ou configurações de variáveis. 
Essa visão enfatiza a natureza multivariada das organizações e tenta 
entender como as organizações operam sob condições variáveis e 
em circunstâncias específicas. 
 
Assim, você pode entender que uma contingência é uma incerteza, um fato 
que, na prática, pode ou não acontecer. Nesse mesmo entendimento, a 
UNIDADE 
05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
Abordagem Contingencial da Administração defende que pode ou não existir uma 
solução “ideal” para os problemas administrativos, os quais, já sabemos, são bastante 
complexose desafiadores. 
Para Ribeiro (2016, p. 150), a Teoria da Contingência considera “tudo como 
relativo”, ou seja, não há um só modelo que servirá para todas as situações, como 
de fato sugeriam as teorias que estudamos até o momento. Andrade e Amboni 
(2018), nessa mesma linha, comentam que a abordagem contingencial usou 
premissas das demais escolas, especialmente da Teoria dos Sistemas, e considera que 
as organizações são, sim, sistemas abertos e dinâmicos que interagem 
constantemente com o ambiente. 
É também por isso que a Teoria da Contingência aceita a adoção da melhor 
alternativa possível. Desse modo, essa teoria exibe um caráter pragmático, ou seja: a 
“solução” para o problema virá depois da análise da situação, e não antes. 
Conforme nos explica Chiavenato (2002), a Teoria Contingencial apresenta 
que a empresa é um sistema complexo composto de outros subsistemas intimamente 
ligados ao sistema ambiental considerado o sistema máster. Nesse sentido, “[...] a 
visão contingencial procura analisar as relações dentro e entre os subsistemas, bem 
como entre a organização e seu ambiente e definir padrões de relações ou 
configuração de variáveis” (CHIAVENATO, 2002, p. 583). 
A Teoria das Contingências veio como uma forma de evolução da Teoria dos 
Sistemas, porém, não foi considerada por muitos, como uma nova teoria, por não 
agregar novas formas de pensamento. Após muitas pesquisas, foram apresentadas 
duas variáveis principais, que são o ambiente e a tecnologia, que determinam a 
organização e os relacionamentos dentro da empresa. A Teoria das Contingências 
informa que as partes são diferentes e a forma de estruturá-las também deve ser, 
cada uma com suas características. Logo, sua função é direcionar a empresa, 
adequando os desenhos organizacionais e os sistemas gerenciais a cada situação 
específica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
Quadro 6: Principais pesquisadores da Teoria da Contingência 
Pesquisador Foco Estudo 
 
Chandler 
 
Estratégia e 
Estrutura 
Este autor desenvolveu uma pesquisa histórica sobre os 
impactos das alterações estruturais de grandes empresas 
relacionando-as com o desenho estratégico de suas 
atuações no mercado. O autor pesquisou quatro grandes 
organizações americanas (DuPont, General Motors, Standard 
Oil e a Sears Roebuck). A conclusão de seu estudo foi que a 
estrutura organizacional dessas empresas foi gradativamente 
definida de acordo com sua estratégia mercadológica. 
Portanto, a estrutura organizacional correspondia ao 
desenho da empresa. Isto é, correspondia à forma 
organizacional que cada empresa assumia para incorporar 
seus recursos, enquanto o posicionamento estratégico 
adotado correspondia ao plano sistêmico de distribuição e 
alocação dos recursos para atender às necessidades do seu 
ambiente. 
 
Burns e 
Stalker 
 
Organizações 
Estes pesquisadores, por meio do estudo de 20 indústrias 
inglesas, buscaram entender a dinâmica organizacional em 
relação ao ambiente externo das indústrias pesquisadas. 
Identificaram em seus resultados que as organizações 
adotavam diferentes procedimentos administrativos. Dessa 
forma, classificaram esses procedimentos em dois tipos: 
mecanísticos e orgânicos. Sobre a forma mecanística de 
organização, definiram que é a forma mais apropriada para 
aquelas condições ambientais estáveis. Quanto à forma 
orgânica, ela pode ser utilizada para ambientes com 
condições tecnológicas e de inovação com elevado grau 
de mudanças. Portanto, identificaram um imperativo 
ambiental, pois, para eles, é o ambiente que define a 
estrutura organizacional e a sua gestão. 
 
Lawrence e 
Lorsch 
 
Ambiente 
Realizaram uma pesquisa envolvendo 10 empresas em três 
diferentes segmentos industriais. A pesquisa buscou 
identificar características que as empresas deveriam ter para 
serem eficiências ao enfrentamento das condições 
tecnológicas e econômicas. A pesquisa marcou o 
desenvolvimento da Teoria da Contingência, que inclusive 
recebeu o nome a partir desse estudo. Os pesquisadores 
concluíram que as principais dificuldades eram: a 
diferenciação e a integração. A diferenciação e integração 
referem-se a prognósticos do ambiente da empresa. 
Portanto, quanto mais a organização se aproximar das 
características requeridas pelo ambiente, mais chances de 
sucesso terá do que as empresas que se afastam da 
diferenciação e integração que o ambiente exige delas. 
 
Joan 
Woodward 
 
Tecnologia 
Esta autora se debruçou em pesquisar o êxito do negócio de 
100 empresas e verificar se os princípios da administração 
tinham alguma relação com elas. Sua pesquisa originou a 
classificação das empresas em três grupos orientados pela 
tecnologia de produção: “produção unitária ou oficina; 
produção em massa ou mecanizada; e, produção em 
processo ou automatizada” (CHIAVENATO, 2002, p. 589). 
Assim, sua pesquisa definiu que a tecnologia utilizada pela 
empresa define a sua estrutura organizacional e o seu 
comportamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
Fonte: Chiavenato (2002) 
 
 
De acordo com os conceitos até aqui apresentados, você irá saber mais sobre 
o ambiente externo à luz da Abordagem Contingencial. 
 
5.2 FORÇAS EXTERNAS 
A abordagem contingencial apresenta avanços nas teorias administrativas 
anteriores, no sentido de estabelecer conexão com o contexto do ambiente externo 
e suas condições, que contribuem ou obstaculizam o desenvolvimento empresarial. 
Assim, a abordagem contingencial “[...] procura analisar as relações dentro e entre 
os subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente e definir padrões de 
relações ou configuração de variáveis” (CHIAVENATO, 2002, p. 583). 
Essa abordagem apresenta as condições do meio externo como elementos 
importantes de análise, os quais influenciam a gestão das empresas. As condições 
podem ser de ordem política, legal, tecnológica, ecológica, social/cultural, 
demográfica e econômica. Todas elas são entendidas como contingências, em que 
a empresa não possui gerência e controle sobre suas mudanças. 
 
 
 
Para melhor entendimento, vamos estudar cada um dos fatores externos que 
podem impactar no desenvolvimento de uma empresa, tanto de forma favorável ao 
negócio, como prejudicial, oportunizando perdas ao negócio. Acompanhe como as 
forças externas, que são contingenciais, são expressas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
5.2.1 Fatores econômicos 
As forças econômicas têm grande influência dentro das organizações, pois 
referem-se ao período em que a economia está, as influências tributárias, as taxas e 
os custos. E sabe-se que esses fatores são cruciais dentro de uma organização, pois 
todas as organizações existem com a finalidade de dar lucro. 
Segundo Chiavenato (2002), as forças econômicas estão relacionadas com o 
estágio em que está a economia, em depressão, recessão, recuperação ou 
prosperidade. Relaciona-se também com as tendências nos preços de bens e 
serviços (inflação ou deflação), as políticas fiscais e monetárias, ao balanço de 
pagamentos, entre outras. Conforme se configuram essas facetas, elas podem 
facilitar ou dificultar o atingimento dos objetivos das empresas, levando, 
subsequentemente, ao fracasso ou sucesso de sua estratégia. 
As forças econômicas impactam fortemente nos negócios, principalmente 
sobre a oscilação do mercado cambial, políticas fiscais, taxa de desemprego, no 
ajuste das taxas de juros etc. As mudanças e oscilações mencionadas acima podem 
representar oportunidades ou ameaças para os administradores estratégicos 
(WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2010). 
Para Chiavenato e Sapiro (2010, p. 88), “o raciocínio está centrado no impacto 
da tecnologia sobre as pessoas em todo mundo”, em que diversos mercados se 
tornam pouco a pouco mais globais em sua excelência, por isso, nenhum negócio 
está imune à concorrência internacional. 
A tecnologia está sendo um facilitador parao acesso e a agilidade dos 
produtos, por meio do qual os potenciais clientes têm maior facilidade de saber de 
sua existência. Nos dias de hoje, há uma grande movimentação de mercados 
mundiais onde as economias de escala nos setores da produção, do marketing e da 
distribuição podem ser perseguidas e o resultado disto está concentrado na redução 
dos custos, gerando, então, problemas e dificuldades para os concorrentes que não 
desenvolvem suas ações globalizadas. 
 
5.2.2 Fatores sociais/culturais 
As forças sociais/culturais são regidas pela sociedade, as questões de moda e 
tendências são fatores principais, pois eles movem as pessoas a desejarem outras 
formas de ter e ser. Assim, “as tendências sociais apresentam várias oportunidade e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
ameaças ou restrições para as empresas” (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2010, p. 55). 
Essas forças se tornam ameaças porque, muitas vezes, as organizações não 
prestam atenção nesses detalhes e não analisam o ambiente externo; então, 
quando a sociedade modifica essas forças, as empresas enfraquecem. 
Segundo Chiavenato e Sapiro (2010), a análise das tendências relacionadas 
com crenças, valores, normas e costumes está associada às dinâmicas do ambiente 
econômico, aos valores sociais que também estão sofrendo mudanças. Por outro 
lado, as organizações podem transformar essas forças sociais em novas 
oportunidades para crescer, criar novos produtos e desenvolver a empresa. 
Para Chiavenato (2002), os fatores sociais estão relacionados com os valores 
sociais e as atitudes das pessoas, pois com a população desejando melhor qualidade 
de vida, melhores padrões de conforto e sendo cada vez mais exigente, entre outros, 
ela acaba influenciando os produtos e serviços ofertados pelas organizações, 
podendo afetar as estratégias das empresas. 
 
5.2.3 Forças tecnológicas 
Com a modernização e os avanços que a humanidade empreendeu nos 
últimos anos, as forças tecnológicas também se desenvolveram, podendo ser uma 
ameaça ou uma oportunidade para as organizações. Chiavenato e Sapiro (2010, p. 
91) definem o “ambiente tecnológico como a análise das tendências relacionadas 
com o conhecimento humano que podem provocar a utilização das matérias-primas 
e insumos ou então a adequação de processos operacionais ou gerenciais”. A 
tecnologia é uma benção confusa, pois, uma nova tecnologia pode melhorar nossas 
vidas em uma área gerando problemas ambientais e sociais em outra. 
A tecnologia aparentemente é um fator que favorece a sociedade, porém, 
as empresas podem analisar a tecnologia sobre o aspecto de sua contínua 
evolução, no entanto, é o que todas as empresas almejam, porém, para que isso 
ocorra é necessário capital para manter-se atual. 
Para Wright, Kroll e Parnell (2010, p. 54), as forças tecnológicas: 
 
[...] incluem melhorias e inovações científicas que oferecem 
oportunidades ou ameaças para as empresas. A intensidade de 
mudança tecnológica varia consideravelmente de um setor para 
outro. As mudanças na tecnologia afetam as operações de uma 
empresa, bem como seus produtos e serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
Para os mesmos autores, alguns avanços tecnológicos disponibilizam grandes 
oportunidades de melhorias operacionais. Esses avanços são: microcomputadores, 
lasers, satélites, telefonia, automação etc. Analisando de outra forma, a mudança 
tecnológica pode dizimar empresas existentes e até mesmo setores inteiros, visto que 
a demanda passa de um produto para outro. 
Nos estudos da socióloga inglesa Joan Woodward (1916-1971), a tecnologia 
foi considerada como responsável por um fator tão ou mais significativo do que da 
estrutura e suas práticas nas organizações (MAXIMIANO, 2012). Assim, a tecnologia 
influencia na gestão, na produção e no desenvolvimento humano dos profissionais 
nas empresas. Segundo Chiavenato (2002), os fatores tecnológicos, compreendem 
os custos e as disponibilidades dos fatores produtivos usados nas organizações e as 
mudanças tecnológicas que envolvem e afetam esses fatores de produção. 
 
5.2.4 Forças políticas/legais 
Em se tratando dessas forças, Chiavenato e Sapiro (2010, p. 89) comentam 
sobre o ambiente político e legal: 
 
Nos últimos anos, aflorou uma ênfase na importância do desenho 
institucional e legal para o adequado funcionamento dos mercados 
e das políticas públicas. A aprovação do novo Código Civil Brasileiro 
e as discussões no plenário sobre reforma previdenciária, tributária, 
entre outras, são consequência disso. 
 
Além disso, podemos entender que o sistema político-legal de uma nação 
influencia muito “suas operações comerciais e o padrão de vida de seus cidadãos, 
historicamente, padrões de vida mais altos têm sido associados a nações cujos 
sistemas econômicos favorecem a realização de negócios” (WRIGHT; KROLL; 
PARNELL, 2010, p. 49). 
Para Chiavenato (2002), os fatores políticos estão relacionados às decisões 
governamentais nos níveis federal, estadual e municipal, e são passíveis de afetar as 
operações e atividades da organização. Já os fatores legais da legislação nos 
âmbitos federais, estaduais e municipais, acabam tornando a atividade empresarial 
sujeita a limitações e restrições legais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
 
5.2.5 Forças demográficas 
Quando falamos em demografia, estamos potencializando as informações 
pertinentes aos dados de uma determinada população, como as condições de vida 
e saúde, faixa etária, acesso à educação, raça, gênero, costumes religiosos, taxa de 
crescimento e demais informações relativas aos perfis da população. 
Segundo Chiavenato e Sapiro (2010), essas informações são importantes para 
se desenvolver estratégias de marketing e relacionamento com o cliente, no âmbito 
da gestão contemporânea nas organizações. 
 
5.2.6 Forças ecológicas 
Para a abordagem contingencial, essa força deve ser tratada com muito 
cuidado em suas variadas possibilidades, muitas das quais são relativas aos 
fenômenos da natureza, tais como temporais, seca, oscilações no clima, 
desmatamento, crise hídrica e energética, poluição, dentre outros fenômenos 
naturais. De acordo com Maximiano (2012), as empresas devem criar um ecossistema 
de relações com o ambiente ecológico e natural, possibilitando ações seguras de 
desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
Veremos a seguir as principais contribuições e críticas da teoria às 
organizações, as quais podem ajudar na intepretação das empresas na 
contemporaneidade. 
 
5.3 CONTRIBUIÇÕES À ADMINISTRAÇÃO 
A abordagem contingencial atravessou décadas e hoje é profundamente 
estudada. Muitos autores consideram-na como teoria, e não abordagem, como os 
https://bit.ly/34AZGTH
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
criadores do termo a consideravam. O fato é que a contingência, quer seja teoria, 
quer seja abordagem, atravessou o século, recebendo os mais variados estudos. 
Podemos citar, por exemplo, o artigo de Donaldson (1998), no qual ele estabelece as 
bases para teoria da contingência estrutural. Na verdade, a frequente quebra de 
paradigmas tem exigido das organizações constante procura para enfrentar novos 
padrões, novas normas de ação. Donaldson (1998, p. 113) esclarece a questão 
afirmando que “a teoria da contingência estabelece que não há uma estrutura 
organizacional única que seja altamente efetiva para todas as organizações [...]. Há 
diversos fatores contingenciais: estratégia, incerteza com relação as tarefas e 
tecnologia [...]. Essas características refletem a influência do ambiente” e que é 
mutante. 
Os vários aspectos dos estudos organizacionais, incluindo a abordagem 
contingencial são úteis, pois estabelecem a relação evolutiva desde a 
fundamentação até a primeira transição do século XXI, passando pelos importantes 
estágios da reformulação, da transição do século XX e da integração. Categorizar os 
vários movimentos teóricos foi a forma encontrada paratransmitir a relação de causa 
e efeito entre os postulados teóricos e os ganhos práticos advindos da consagração 
desses postulados. 
Poderíamos dizer que a evolução teórica é dada por denominação, 
ideologia, meios e resultante. Decorrente desse esforço, temos o reflexo na prática 
organizacional, que é dado pelos componentes: a) estrutural (estrutura física e 
organizacional); b) comportamental (pessoas e o comportamento organizacional); 
c) tecnológico (equipamentos e tecnologias utilizadas); d) estratégico e tecnológico 
(conhecimentos produzidos no, pelo e para o trabalho). Esses componentes pautam 
a ação moderna dos executivos quanto a estudos, análises e gestão das empresas 
(ARAÚJO, 2011). 
 
A qualidade de trabalho está intrinsecamente ligada à qualidade de 
vida de cada um e de todos. Se saudáveis, alimentados, abrigados, 
educados, com possibilidade de trocas afetivas, a responsabilidade e 
a eficiência serão naturais consequências. O trabalho, com efeito, 
será o brinquedo do adulto. O prazer genuíno de ajudar-se e ajudar o 
próximo (CARAVANTES, 2007, p. 354). 
 
Assim, as organizações tendem a se adaptar ao ambiente em que sua cultura 
ou tecnologia se enquadra. É preciso saber que sempre ocorrem mudanças devido 
a tudo o que acontece fora da organização, e essas contingências podem vir do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
governo, da tecnologia, dos clientes, da concorrência etc. Para isso, é essencial que 
ocorram mudanças, tentado achar o melhor modo de se estabilizar e estar sempre a 
um passo à frente. 
As melhores empresas são as que conseguem se enquadrar diante do seu 
ambiente, conseguindo concretizar seus objetivos, alcançando resultados e a 
satisfação. Mas mudar não significa sucesso, pois mudanças repentinas não acham 
um tipo de padrão de trabalho que possibilite a avaliação eficiente dos resultados. 
Nesse entendimento, tudo que essa abordagem ensina acerca de tecnologia, 
ambiente, estrutura, tamanho e desenho é fundamental para se entender com mais 
detalhes das áreas de um todo que a teoria do sistema nos mostra, mas acho que 
não é novidade que sempre precisamos nos adaptar e mudar, evitando a 
acomodação. A abordagem incentiva a fazer escolhas, e que sempre há algo a 
fazer perante uma situação problemática, dando uma visão flexível e dinâmica para 
o administrador. 
Agora, podemos apontar como crítica à abordagem contingencial a ênfase 
excessiva à tecnologia, pois realmente está desatualizada. Mas por quê? Simples, 
porque a tecnologia está cada vez mais presente no mercado em que nos 
encontramos e se desenvolvendo cada vez mais, tornando-se foco nas decisões das 
organizações, e não somente uma necessidade de desenvolvimento para o sucesso, 
você não concorda? 
 
 
 
Portanto, os estudos que antecederam a formulação da Teoria da 
Contingência evidenciavam que não existia uma única maneira de melhor 
administrar uma organização. Ao invés de haver uma padronização, as organizações 
precisavam se adaptar às suas condições ambientais. 
É importante lembrar das características da abordagem contingencial 
(MAXIMIANO, 2012), para que você possa entender como ela se aplica nas 
organizações até os dias de hoje: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
 
 O papel do ambiente: as relações e os impactos gerados pelo ambiente 
externo às empresas são muito utilizados em análises de diagnóstico 
organizacional. 
 A supremacia do transitório: as empresas devem ser dinâmicas e adaptáveis, 
como o ambiente externo que está em constate mudança, podendo gerar 
oportunidades e desafios. 
 Fim do modelo ideal: não há um modelo único de administração, tudo vai 
depender do contexto em que se está inserido. Por isso a lógica do se... 
então... 
 Tecnologia: as empresas devem utilizar a tecnologia que melhor atende às 
suas necessidades, bem como de acordo com a sua estrutura organizacional. 
Dessa forma, a lógica se – então contribui para o entendimento de que para 
a composição e administração de uma empresa, para a abordagem contingencial, 
tudo depende das condições do ambiente em que ela está e a tecnologia 
disponível. 
 
 
 
Portanto, você deve saber que além da análise do ambiente, o 
reconhecimento das condições, o diagnóstico produzido e a adaptação à situação, 
é importante também que as relações funcionais com base nas condições 
ambientais e práticas administrativas, sejam revistas e ajustadas constantemente. O 
ambiente é tudo que está externamente à empresa, a qual pode ser considerada 
como um subsistema do ambiente externo. A origem da Teoria da Contingência 
ocorre a partir de pesquisas realizadas para verificar tipos de estruturas de empresas 
mais eficientes, tendo como referência as Teorias Clássicas (CHIAVENATO, 2002). 
 
https://bit.ly/3w08luf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
 
 
 
Por fim, De acordo com Chiavenato (2002), os teóricos contingencialistas 
retiraram a responsabilidade de evolução e de desenvolvimento da organização, 
incidindo mais responsabilidade nas variáveis ambientais. Dessa forma, 
“responsabilizando-as pelas influências sobre as características organizacionais, 
quando na realidade, mesmo com situações adversas e ambientes não tão 
agradáveis para se trabalhar, é possível realizar um bom trabalho” (OLIVEIRA, 2009, 
p. 79). Portanto, as organizações não podem ficar somente condicionadas ao fator 
ambiente, é necessário levar em consideração o potencial evolutivo dos 
colaboradores e sua capacidade de adaptação e mudança 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
 
1. (ENADE – ADMINISTRAÇÃO – 2015) As organizações, enquanto fenômenos 
complexos, são influenciadas por alterações que ocorrem ao longo do tempo em 
função das demandas sociais, políticas, econômicas, culturais e, mais 
precisamente no contexto atual, tecnológicas. Essas mutações demandam 
entendimento dos processos que envolvem o ciclo de vida dessas entidades e as 
formar pelas quais elas devem ser gerenciadas, considerando a articulação entre 
os elementos de seu planejamento estratégico. Além de se tornar substancial 
para o fomento e a formulação de estratégias, compreender os aspectos 
históricos, econômicos, contextuais e políticos de uma organização é fator 
preponderante para o seu sucesso. 
(JUNQUEIRA, E.; FREZATTI, F. Perfil do sistema de controle gerencial das empresas brasileiras (adaptado). 
 
A partir das ideias apresentadas no texto, assinale a opção que descreve a 
corrente teórica mais adequada à interpretação do cenário apresentado. 
 
a) Escola burocrática, que postula a necessidade de modelos racionais, para a 
criação da estrutura organizacional, à luz do planejamento estratégico da 
organização. 
b) Abordagem das Relações Humanas, que postula que a estrutura da organização 
se fortalece com a criação de sistemas organizacionais interdependentes, cuja 
principal característica é a estrutura técnica. 
c) Escola Comportamentalista, que prevê a adaptação organizacional associada à 
classificação dos profissionais por aspectos relacionados à motivação, o que 
torna a mudança organizacional independente das pessoas. 
d) Escola Clássica da Administração, que propõe que a mudança organizacional se 
estabeleça por meio de métodos e técnicas que busquem a máxima eficiência 
das atividades organizacionais e, assim, se constitua como organização racional 
do trabalho. 
e) Abordagem Contingencial, que propõe a possibilidade de adaptação das 
organizações frente às alterações contextuais que as acometem, permitindo que 
possam utilizar modelos, ferramentas e instrumentos adequados às suas 
demandas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
2. (ENADE – ADMINISTRAÇÃO – 2018) Preocupado com a crise mundial na economia, 
o gerente comercial de uma empresa procurou mapear as contingências 
ambientais e os seus impactos na estratégia da organização para os próximos 
anos. Sua conclusão é a de que haverá umaredução na demanda por seu 
produto no mercado externo, com uma consequente redução nas exportações. 
Sendo assim, está prevendo que, no curto prazo, a empresa terá que se adaptar 
a essa realidade a partir das seguintes ações: (i) redução do quadro de 
funcionários; (ii) redirecionamento da produção para o mercado interno; e (iii) 
otimização dos custos empresariais. 
Considerando essa situação hipotética, avalie as asserções a seguir e a relação 
proposta entre elas. 
 
I. As previsões do gerente comercial apontam para o contingenciamento dos 
recursos organizacionais em face de uma nova configuração global. 
PORQUE 
II. Em períodos de tensionamento da situação econômica mundial, o mapeamento 
das contingências ambientais deve considerar a natureza cíclica e pré-
determinada dos períodos de crise. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da 
I. 
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I. 
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e) As asserções I e II são proposições falsas. 
 
3. (ENADE – TEC. DA QUALIDADE – 2018) As bases teóricas da Administração ainda 
estão em formação, tendo os estudos pioneiros de Taylor e Fayol, por exemplo, 
sido ampliados, de forma significativa, nos anos posteriores à sua publicação. 
No que se refere a essas bases teóricas, avalie as afirmações a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
 
 
I. No âmbito da burocracia, o trabalho realiza-se por meio de funcionários que 
ocupam cargos, os quais têm atribuições oficiais, fixas e ordenadas por meio de 
leis, normas e resoluções. 
II. No âmbito da administração científica, enfatizam-se o estudo das tarefas, a 
seleção e o treinamento de trabalhadores e a busca pela eficiência operacional. 
III. A reengenharia de processos prevê um esforço deliberado de se obter uma visão 
sistêmica da empresa, lastreado em estruturas organizacionais verticalizadas. 
IV. Sob o ponto de vista contingencial, procura-se analisar como as condições 
ambientais da empresa afetam as possibilidades de escolha nas decisões 
organizacionais. 
V. Segundo a abordagem comportamentalista, a eficácia organizacional é 
promovida pela aplicação de análise quantitativa aos problemas e às decisões 
administrativas. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
 
a) I e V. 
b) I, II e III. 
c) I, II e IV. 
d) III, IV e V. 
e) II, III, IV e V. 
 
4. (FGV – 2019) Um importante marco na evolução do pensamento administrativo 
deu-se com o enfoque contingencial, cuja perspectiva pode ser resumida na 
frase “não existe uma única maneira indicada de administrar e organizar” 
(SOBRAL; PECI, 2013, p. 81). Fortemente baseados em pesquisas empíricas, autores 
desse enfoque – como Woodward, Lawrence e Lorsch, Burns e Stalker e outros – 
identificaram fatores de contingência que influenciam a estrutura organizacional 
e que devem ser considerados pelos administradores, na busca por eficácia 
organizacional. 
 
São fatores de contingência que influenciam a estrutura: 
 
a) grau de centralização e tipo de processo produtivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
 
 
b) ambiente e fatia do mercado (market share). 
c) concentração do mercado e cultura organizacional. 
d) composição da mão de obra e estratégia. 
e) tecnologia e tamanho da organização. 
 
5. (FGV – 2018) Sobre a Teoria Contingencial, analise as afirmativas a seguir. 
 
I. O sistema é composto por variáveis mutáveis. 
II. A organização deve focar em controlar variáveis independentes. 
III. Variáveis independentes devem servir como incentivo à adaptação. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e II, apenas. 
e) I e III, apenas. 
 
6. (UFG – 2017) A teoria administrativa que estabelece “não haver solução universal 
única para problemas da administração” e se distingue por “apresentar uma 
metodologia de solução de problema que se inicia com uma análise situacional 
e termina com a criação, avaliação, e recomendação de uma solução potencial 
para resolver o problema gerencial”, denomina-se: 
 
a) Teoria Estruturalista. 
b) Teoria das Contingências. 
c) Teoria dos Sistemas. 
d) Teoria Clássica. 
e) Teoria das Relações Humanas. 
 
7. (IESES – TRT – 2014) Segundo a teoria Contingencial, a tecnologia contida em bens 
de capital e matérias-primas, constitui-se na chamada tecnologia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
 
a) Tecnologia incorporada. 
b) Tecnologia não incorporada. 
c) Tecnologia obsoleta. 
d) Tecnologia inflexível. 
e) Tecnologia flexível. 
 
8. (FCC – 2020) A abordagem da administração orientada pelo entendimento de 
que as características ambientais condicionam as características organizacionais 
é baseada na teoria: 
 
a) clássica. 
b) das relações humanas. 
c) da burocracia. 
d) neoclássica. 
e) da contingência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 
 
 
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS 
 
 
 
6.1 ESG 
Você já ouviu falar em ESG? Você já trabalhou com métricas e ações 
sustentáveis no seu trabalho? Se a sua resposta é sim, você está no caminho da ESG. 
Mas, o que é ESG? 
Muito simples, ESG significa na tradução para a língua portuguesa: Ambiental, 
Social e Governança. O foco que devemos ter atenção é em relação aos 
investimentos realizados pela empresa, tendo em vista a tríade forma pela ESG. Cabe 
aqui dizer que as análises realizadas pelos administradores têm forte relação com a 
gestão financeira do negócio, levando em consideração os resultados gerados pelos 
investimentos efetivados (SIQUEIRA; RICHTER; MACHADO, 2022). 
 
Figura 11: ESG 
 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3MCsFI5. Acesso em: 24 nov. 2021 
 
Há estudos que apontam que a ESG é um método de investimento, 
chamando-o de investimento ESG. Dessa maneira, para que ele possa ser gerado, 
passa por uma divisão em três áreas, a saber: 
 
Primeiro, a integração ESG, na qual o objetivo principal é melhorar as 
características de risco-retorno de um portfólio. Em segundo lugar, o 
investimento baseado em valores, no qual o investidor busca alinhar 
seu portfólio com suas normas e crenças. Terceiro, investimento de 
impacto, no qual os investidores querem usar seu capital para 
desencadear mudanças para fins sociais ou ambientais, por exemplo, 
para acelerar a descarbonização da economia (GIESE et al., 2019, p. 
69). 
UNIDADE 
06 
https://bit.ly/3MCsFI5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
 
 
O processo de tomada de decisão realizado à luz dos critérios ESG (SIQUEIRA; 
RICHTER; MACHADO, 2022) refere-se aos seguintes fatores: 
 investimentos de impacto: são aqueles que objetivam promover práticas de 
governança que fomentem estratégias sustentáveis e promotoras de 
resultados de impacto econômico, social e ambiental ao negócio, interna e 
externamente; 
 investimentos socialmente responsáveis: são os programas, projetos e ações 
que viabilizam o desenvolvimento social e humano dos trabalhadores da 
empresa e da sociedade com a qual a empresa se relaciona; 
 investimentos sustentáveis: são as estratégias e suas ações internas e externas 
que priorizam o cuidado com o meio ambiente, o clima, a redução da 
poluição, o tratamento e descarte sustentável de resíduos, entre outros fatores 
ambientais. 
Por meio dos critérios apresentados, a empresa pode planejar de forma mais 
assertiva suas estratégias, desenvolver diagnósticos focados no investimento ESG, 
além de construir a marca com base nessa diretriz, comunicando seus stakeholders 
sobre seu posicionamento institucional. Dessa forma, ela pode agregar valor ao seu 
produto e/ou serviço, fomentando novos negócios e investimentos ESG. 
No investimento ESG,são monitorados os resultados gerados com base em 
métricas administrativas de controle, haja vista a peculiaridade de as ações serem 
pautadas nas seguintes dimensões que orientam a gestão ESG: 
 
Quadro 7: Dimensões da ESG 
Dimensão Características 
Ambiental Objetiva os impactos ambientais gerados pela empresa, com base em seus 
indicadores ambientais de controle, tais como a redução do consumo de 
carbono, a utilização adequada dos recursos naturais, desde a matéria-
prima até a entrega aos consumidores, bem como as ações de 
preservação ambiental. 
Social Preconiza as relações sociais e suas práticas, tanto na esfera institucional 
com seus trabalhadores, quanto na esfera externa, com seus fornecedores, 
clientes, moradores em torno, parceiros do negócio e a sociedade de 
forma mais ampla. Além disso, a gestão da diversidade é uma das 
características do investimento ESG, promovendo o respeito e a 
valorização humana em todos os sentidos, tanto no ambiente de trabalho 
como na atuação da marca e suas campanhas externas. 
Governança Prioriza a gestão ética e transparente das ações realizadas, bem como a 
prestação de contas do trabalho desenvolvimento pela empresa em prol 
da sociedade e do mercado em que atua. Por isso, a realização de 
auditorias internas e externas são foco do investimento ESG, contribuindo 
para a administração da empresa e o alinhamento estratégico. 
Fonte: Adaptado de Giese et al. (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
 
 
Com base no quadro acima, Siqueira, Richter e Machado (2022, p. 3) orientam 
que as organizações e seus administradores têm a “capacidade de responder aos 
desafios globais, sendo os atores principais, de forma mais proativa, ao repensar as 
estratégias corporativas para [...] a sustentabilidade futura global do sistema 
econômico, social e ambiental”. 
 
 
 
Agora, vamos tratar de outro assunto contemporâneo na administração de 
empresas, o Big Data, que está contribuindo em muito para o desenvolvimento dos 
negócios no século XXI. 
 
6.2 BIG DATA 
Você já se deparou com um alto volume de dados e informações 
acumuladas? Se sim, bem-vindo ao Big Data! Este termo está associado ao elevado 
número de informações disponíveis de forma on e offline. 
Diferentemente do Data Analytics, que possibilita a análise de um alto volume 
de dados que permite a visualização de tendências por meio de métricas analíticas, 
o Big Data (BD) tem a capacidade de armazenar um alto volume de dados, 
contribuindo para a gestão da informação (O’BRIEN; MARAKAS, 2007). Dessa 
maneira, os gestores podem buscar os dados de forma mais rápida e segura no Big 
Data, ao invés de buscar informações em diferentes sistemas, fazendo agrupamentos 
manualmente. 
Além disso, cabe ressaltar que o Big Data Analytics possibilita gerar análises 
sobre os dados armazenados pelo Big Data, tendo em vista as necessidades do 
negócio, tais como comportamento dos consumidores, tendências de mercado, 
oscilações mercadológicas, deficiências financeiras, investimentos realizados, taxa 
de crescimento, política cambial, dentre outros fatores pertinentes ao negócio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
 
(O’BRIEN; MARAKAS, 2007). 
Conforme você pode perceber, cada vez mais as empresas estão digitais e 
conectadas por meio da internet. Seja no sentido de sistemas de gestão financeira, 
relacionamento nas redes sociais com os consumidores, sistemas integrados de 
gestão, ERP, além de sistemas logísticos que possibilitem, em tempo real, saber como 
está o transporte das mercadorias, seja o recebimento de insumos, como na entrega 
de mercadorias aos clientes (LAUDON; LAUDON, 2007). Tudo isso é muito favorável ao 
negócio, desde que bem administradas as informações geradas pelo Big Data no 
sentido de oportunizar estratégias de desenvolvimento organizacional. 
 
Figura 12: Big Data 
 
Fonte: https://bit.ly/3KBk1HP. Acesso em: 24 nov. 2021 
 
No entanto, você considera que as empresas estão preparadas para utilizar o 
Big Data? Podemos dizer que sim, para aquelas que investem em tecnologia, 
automação de dados, treinamento dos funcionários e entendem a relevância da 
informação integrada ao negócio. Complementando, 
 
a infraestrutura de tecnologia da informação (TI) desatualizada, a 
complexidade e o caos inerentes ao BD, o gerenciamento, a 
qualidade e a segurança de dados, a falta de habilidades de ciência 
de dados nas organizações, as preocupações com a privacidade e 
as culturas organizacionais que não conduzem a operações 
orientadas a dados ou à tomada de decisão baseada em dados são 
as principais barreiras para a implementação eficaz de estratégias de 
BD (MEDEIROS; MAÇADA; HOPPEN, 2021, p. 3). 
https://bit.ly/3KBk1HP
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89 
 
 
 
Nesse sentido, você precisa saber que a empresa necessita desenvolver 
estratégias de gestão da informação aliada à gestão do conhecimento, tendo em 
vista o acúmulo de dados gerados pelo Big Data e o foco que ela terá com essas 
informações analisadas pelo Data Analytics. Esses dados processados e interpretados 
vão contribuir para o processo de tomada de decisão sobre as mudanças e 
adaptações que a empresa precisará desenvolver no sentido de se manter 
competitivas no mercado (LAUDON; LAUDON, 2007). 
Além disso, o Big Data demanda a atuação de profissionais qualificados em 
sistema de informações para realizar a manutenção, revisão, adequação e 
cruzamento de dados necessários ao negócio. Assim, se estabelece uma rede de 
apoio à tomada de decisão, com base nas análises geradas, com vistas a oportunizar 
que a empresa possa desenvolver sua gestão contemporânea (O’BRIEN; MARAKAS, 
2007). 
 
 
 
É importante ressaltar que a gestão de dados não é puramente uma ação do 
Big Data, mas, sim, uma estratégia organizacional que deve ser fomentada e 
aprimorada constantemente, conforme orientam Medeiros, Maçada e Hoppen 
(2021, p. 4): 
 
Para que possam equilibrar a criação de valor e a exposição ao risco 
e alcançar a coordenação eficaz necessária para ter sucesso e 
manter a vantagem competitiva, as organizações precisam de um 
programa de governança de dados [...]. No entanto, o 
desenvolvimento de mecanismos e políticas de governança e 
administração de dados (AD) é um dos desafios organizacionais 
contemporâneos mais complexos. 
 
Dessa forma, com o avanço da computação em nuvem, as redes sociais e a 
internet possibilitam que as empresas tenham dados dos seus clientes por meio de 
alguns cliques, isto é, quando o BD está operando de forma eficiente e com analistas 
competentes e orientados ao negócio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
 
 
Complementado sobre os aspectos estruturais para a viabilidade e eficiência 
do Big Data, os autores Rech, Casalinho e Silveira (2020, p. 54) orientam que as 
organizações desenvolvam “líderes com visão de futuro em todos os setores devem 
começar a construir capacidades em suas organizações que permitam o uso do BD”. 
 
 
 
Por fim, você precisa saber que o Big Data também é orientado por 3 Vs 
(LOPES; SILVA, 2021), que dizem respeito ao: 
 Volume: se refere à quantidade de informações geradas diariamente que 
alimentam o banco de dados da organização. 
 Veracidade: tem relação com os formatos de dados recebidos, que podem 
ser brutos, semiestruturados e estruturados, tendo em vista a confirmação das 
análises produzidas. 
 Velocidade: tem como orientação a rapidez do processamento dos dados, 
de acordo com o volume de informações, a dimensão de variedade dos 
elementos recebidos e analisados. 
Estes pilares do Big Data oportunizam aos profissionais desenvolverem 
informações que podem produzir conteúdos significativos à empresa e à sociedade. 
Como exemplo disso, temos os dados relativos à pandemia da Covid-19, que 
diariamente são processados para gerar informações que permitem aos gestores 
tomadas de decisão referentes aos impactos da pandemia no mercado e nasociedade. 
 
 
 
Para finalizarmos esta unidade, vamos estudar o Trabalho Remoto e a Jornada 
Híbrida, que consistem em práticas de gestão contemporânea. 
https://bit.ly/3hYq0u2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
 
 
 
6.3 TRABALHO REMOTO E JORNADA HÍBRIDA 
Você certamente deve conhecer alguém que trabalhe em casa para alguma 
empresa ou que não precise estar fisicamente presente em uma empresa para 
desenvolver suas responsabilidades. Essa possibilidade de trabalhar fora dos muros da 
empresa é designada de trabalho remoto, o qual, com a pandemia da Covid-19, 
consistiu em uma estratégia significativa para muitas empresas e trabalhadores 
manterem suas ações e seus empregos, respectivamente. 
Frente à pandemia supracitada e com foco exclusivo no mundo do trabalho, 
os autores Rocha e Amador (2018) reforçam que novas demandas de prevenção à 
saúde surgiram e as pessoas foram aconselhadas a ficarem em casa. Com a crise 
suscitada por essa situação, muitas pessoas ficaram assustadas; mas, ao mesmo 
tempo em que se tinha medo de sair na rua, também existia o medo de ficar sem 
emprego. 
Atendendo-se, então, às novas normas e aderindo ao distanciamento social, 
a principal medida tomada pelas empresas e funcionários foi o trabalho remoto, 
enquanto estratégia aplicada ao desenvolvimento do trabalho nas empresas desde 
1970, “proporcionando mudança na forma de execução do trabalho, no qual as 
pessoas exercem suas atividades em casa, mantendo o vínculo com a organização” 
(HAUBRICH, D. B.; FROEHLICH, 2020, p. 169). 
O teletrabalho já era algo recorrente antes mesmo da pandemia, sendo um 
modelo de trabalho em que muitas pessoas desejam desenvolver, pois traz consigo 
uma ideia de conforto, autonomia, flexibilidade, em que não há uma preocupação 
com deslocamento, gastos com alimentos, risco de atrasos e controle excessivo da 
rotina. Dessa forma, o teletrabalho pode ser definido “como uma forma de 
organização de trabalho por meio da qual as atividades podem ser desenvolvidas 
parcial ou completamente fora do local de trabalho convencional da empresa, com 
o auxílio de ferramentas e serviços de telecomunicação” (VILARINHO; PASCHOAL; 
DEMO, 2021, p. 138). 
É importante lembrar que o teletrabalho não é algo recente e que não surgiu 
com a pandemia: 
 
O teletrabalho, embora fruto da confluência dos sistemas flexíveis e da 
revolução informacional do último quartel do século XX, não pode ser 
entendido separado das formas históricas de trabalho domiciliar (em 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
92 
 
 
casa, parcial, home office) que o precedem. No entanto, não se 
confunde com o trabalho em domicílio dos primórdios da 
industrialização e que retornou com a reestruturação produtiva e a 
externalização da produção, caso típico do segmento da confecção 
(DURÃES, B.; BRIDI, M. A. C.; DUTRA, 2021, p. 948). 
 
Assim, por ser algo que já existia e funcionava em muitos segmentos de 
atuação, foi essa a medida adotada e que gerou resultados significativos durante a 
pandemia, os quais permanecem até hoje. O trabalho remoto oportunizou que o 
trabalhador fosse mantido em seu cargo, sem correr o risco do contato com outras 
pessoas e, ao mesmo tempo, a empresa manteve suas ações e ainda conseguiu 
suprimir algumas despesas em função de não precisar arcar com os gastos oriundos 
da presença do seu funcionário no posto de trabalho (BATISTA et al, 2021). 
O trabalho remoto é um dos grandes temas quando o assunto é trabalho do 
futuro. Esse assunto é relativamente recente no Brasil. Esse modelo de trabalho é 
muitas vezes adotado por profissionais independentes, autônomos ou 
empreendedores, bem como por modelos de organização que não demandam a 
necessidade de os trabalhadores estarem fisicamente na empresa, podendo 
trabalhar a distância ou online (VILARINHO; PASCHOAL; DEMO, 2021). O trabalho 
pode ser desempenhado em casa ou em ambientes diferenciados, compartilhados 
com outras pessoas, levando-se em conta o conforto para a realização das 
atividades. 
O trabalho remoto tende a trazer uma nova proposta de trabalho, alterando 
as formas de contratos vinculados ao trabalho formal, no sentido da prestação de 
serviços no contexto brasileiro e mundial. Além disso, é importante que: 
 
[...] é necessário distinguir entre as práticas oficialmente 
implementadas na organização e como os empregados as 
percebem. A simples introdução de novas formas de trabalho pode 
não alcançar os resultados desejados quando não considera uma 
cultura organizacional compatível que dê suporte a elas. Lewis (2013) 
também aponta a importância de questões culturais para a 
funcionalidade e a efetividade do teletrabalho, argumentando que 
na cultura francesa, por exemplo, em que as interações e 
comunicações cara a cara são muito valorizadas, o teletrabalho 
encontra mais barreiras para se estabelecer (VILARINHO; PASCHOAL; 
DEMO, 2021, p. 140). 
 
Também é importante dizer que emerge desse contexto uma nova 
nomenclatura e podemos nos deparar com outros termos para se referir ao trabalho 
remoto, como teletrabalho, também por vezes referido como home office ou 
trabalho a distância (LEAL, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
93 
 
 
Antes de mais nada: qual é o termo correto? Há diferença entre eles? 
Buscando responder à essa questão, Rocha e Amador (2018) mencionam que há, no 
mínimo, seis diferentes tipos de trabalho nesta perspectiva. Acompanhe no quadro a 
seguir: 
 
Quadro 8: Possibilidades do Trabalho Remoto 
Tipo Característica 
Trabalho em 
domicílio 
É o trabalho realizado na casa do trabalhador (home office). 
Trabalho em 
escritório satélite 
Os trabalhadores executam o trabalho em pequenas unidades 
espalhadas de uma empresa central. 
Trabalho em 
telecentros 
O trabalho é realizado em estabelecimentos normalmente instalados 
próximo ao domicílio do trabalhador que oferecem postos de trabalho 
a empregados ou várias organizações ou serviços telemáticos a 
clientes remotos. 
Trabalho móvel Fora do domicílio ou do centro principal de trabalho, compreendendo 
viagens de negócios ou trabalho de campo ou em instalações do 
cliente. 
Trabalho em 
empresas 
remotas ou off-
shore 
Call-centers ou telesserviços por meio dos quais as firmas instalam seus 
escritórios-satélite ou subcontratam empresas de telesserviços de 
outras zonas do globo com mão de obra mais barata. 
Trabalho informal 
ou teletrabalho 
misto 
Arranjo com o empregador para que se trabalhe algumas horas fora 
da empresa. Todas essas modalidades de teletrabalho têm em 
comum a flexibilização dos espaços de trabalho e, muitas vezes, do 
tempo dedicado a ele, substituindo o deslocamento do trabalhador 
até a sede demandante pelo uso das ferramentas de informação e 
comunicação remota. 
Fonte: Rocha e Amador (2018, p. 154) 
 
Cabe salientar que um dos maiores problemas do home office é a 
administração do tempo. É necessário que as atividades da empresa sejam 
realizadas sem que seja perdido o foco. E quando a empresa tem funcionários, sejam 
eles contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sejam terceirizados, 
é importante que estejam bem-definidas as atividades e os prazos para cada serviço 
prestado (BATISTA et al, 2021). 
Como uma alternativa a isso, muitas empresas e trabalhadores estão 
adotando a jornada híbrida de trabalho, que possibilita uma flexibilização entre o 
trabalho presencial e o trabalho remoto, em que, de comum acordo, são 
negociados os turnos que serão remotos e os que serão presenciais. A jornada híbrida 
favorece o processo de trabalho que demanda atividades presenciais no ambiente 
de trabalho e outras que podem muito bem ser desenvolvidas remotamente 
(DURÃES; BRIDI; DUTRA, 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
94 
 
 
Agora, quando você for adotar o trabalho remoto ou a jornada híbrida, é 
importante ressaltar que, para desenvolver esses modelos de trabalho, é necessário 
fazer um bom planejamentopara avaliação das possibilidades desses formatos. 
(VILARINHO; PASCHOAL; DEMO, 2021). Pode-se criar uma linha de pensamento 
segundo a qual uma pessoa (empreendedora) pode fazer todo seu trabalho de 
forma remota, bem como ter uma equipe para contribuir com o trabalho, desde que 
haja a cultura para esse tipo de trabalho e o desenvolvimento de competências dos 
profissionais que atuam juntamente na equipe. Assim, é possível promover a gestão 
dos recursos, do tempo, das pessoas e avaliar, por meio dos resultados, a eficiência 
do trabalho desempenhado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3Cy0IMU
 
 
 
 
 
 
 
 
 
95 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (ENADE MARKETING – 2018) Uma grande empresa provedora de filmes e séries de 
televisão via streaming utiliza recursos de big data para armazenar os dados de 
seus consumidores. A empresa passou a utilizar também os recursos de marketing 
digital, de modo que fosse possível criar experiências positivas com os 
consumidores. Em uma das análises dos dados, revelou-se que os clientes 
demoravam, em média, 20 minutos para decidir ao que assistir. A partir de dados 
antigos de cada consumidor, a empresa passou a enviar mensagens e avisos 
relacionados aos filmes ou às séries que poderiam agradar aquele consumidor 
específico. Além disso, a empresa, com base nos dados atuais dos consumidores, 
busca prever as séries e os filmes que os clientes venham a assistir. 
 
Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. A primeira estratégia utilizada pela empresa pode ser descrita como 
segmentação, que, com a utilização do big data, foi realizada com dados 
específicos. 
II. Os dados captados por meio de big data possibilitam que a empresa direcione a 
escolha de filmes e séries de acordo com o seu interesse comercial. 
III. A empresa deve utilizar o big data com cautela, pois podem restringir a oferta de 
produtos, limitando a escolha do consumidor. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
2. (ENADE – ADMINISTRAÇÃO – 2018) A teoria matemática da Administração foi a 
que trouxe para os processos decisórios o foco no uso de métodos oriundos das 
ciências exatas, em especial a Matemática Aplicada, a Computação e a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 
 
 
Estatística. Implementações de conhecimentos, tais como pesquisa operacional, 
teoria dos jogos, teoria das filas, teoria das probabilidades, programação linear e 
modelagem estatística preditiva, passaram a fazer parte do dia a dia de algumas 
áreas gerenciais. 
 
A evolução gerencial recente diz respeito ao uso de grandes volumes de dados, 
com permanente atualização e diferentes formatos (como numérico, textual e 
visual), que vêm associados ao conceito de Big Data. O novo cenário para as 
práticas de gestão viabiliza um conceito de decisão baseada em dados ou de 
gestão baseada em dados. 
ANDRADE, R.; AMBONI, N. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Elsevier Brasil, 2017 (adaptado). 
 
No que se refere à evolução recente comentada no texto, assinale a opção 
correta. 
 
a) A gestão baseada em dados refere-se à prática de captação, manipulação e 
análise de dados para a tomada de decisão, utilizando, na atualidade, diferentes 
fontes, tipos e volumes de dados, além de ferramentas computacionais 
estatísticas mais sofisticadas e com aplicações complementares aos métodos 
convencionais de tomada de decisão. 
b) Os conceitos associados à inteligência de negócios e à ciência de dados 
sinalizam uma reorientação paradigmática da teoria matemática, que se 
distancia dos métodos efetivamente matemáticos, como a pesquisa operacional 
ou a teoria das filas, e se aproxima da área de Educação e Psicologia, pelos 
estudos de inteligência, e da área computacional, pelo estudo de dados. 
c) O uso dos diferentes tipos de dados citados sinaliza uma complementação de 
métodos de análise nos processos decisórios, com uso de métodos quantitativos 
convencionais, a exemplo das medidas estatísticas ou análise de regressão, e de 
métodos de análise da pesquisa qualitativa, a exemplo dos métodos etnográficos 
e projetivos. 
d) O conceito de decisão baseada em dados, ainda que não represente novidade 
no cenário gerencial, vem adquirindo novos contornos em função de sua 
aproximação com o conceito de Big Data, o qual substitui pequenos volumes de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
97 
 
 
dados e dispensa os procedimentos convencionais de pesquisa com pequenas 
amostras, como métodos experimentais ou estudos por entrevistas. 
e) As tendências associadas ao Big Data, devido à utilização de grandes números e 
valores, atualizam a aproximação do conhecimento gerencial com a 
Matemática e a Estatística, com novas aplicações da teoria dos conjuntos infinitos 
e da lei estatística dos grandes números. 
 
3. (ENADE – ADMINISTRAÇÃO – 2018): 
 
Texto 1: 
No esforço de gestão orientada à competitividade, a decisão baseada em 
informação é sempre uma referência de valor para gestores mais eficientes e 
visionários. No contexto de grandes volumes de dados e com produção 
continuada nos meios virtuais, associados ao conceito de Big Data, os gestores 
têm à disposição dados que permitem melhor conhecimento de concorrentes, 
consumidores, colaboradores, parceiros e outros agentes de influência e 
interação. No campo particular de marketing, essa realidade alcança o conceito 
de inteligência de marketing, com foco nas variáveis de mercado e em dados e 
informações, por exemplo, sobre consumidores e concorrentes. 
TURBAN, E. et al. Business intelligence: um enfoque gerencial para a inteligência do negócio. 
Porto Alegre: Bookman Editora, 2009 (adaptado). 
 
Texto 2: 
Um debate sobre questões legais e éticas a respeito do uso de dados de 
consumidores atualmente acessíveis a diferentes tecnologias de prospecção 
surgiu em decorrência da abundância de informações nas redes sociais. A venda 
de tais dados a empresas interessadas em melhor direcionar seus esforços de 
marketing, sem a autorização da pessoa, pode vir a criar os mais diversos 
transtornos. A constante novidade dessas ferramentas e práticas dificulta a 
existência de referências legais de gestão e controle. A base de decisão ética 
parece ser a referência central para os gestores. 
Disponível em: https://bit.ly/3HXXXFK. Acesso em: 27 jul. 2017 (adaptado). 
 
Considerando os desenvolvimentos relativos à inteligência de marketing, avalie as 
afirmações a seguir. 
https://bit.ly/3HXXXFK
 
 
 
 
 
 
 
 
 
98 
 
 
I. Diferentemente da inteligência competitiva, voltada a dados externos, a 
inteligência de marketing se operacionaliza por meio dos sistemas de 
processamentos de transações de dados internos da organização, de modo que, 
com o devido consentimento do cliente, são eliminados os problemas éticos no 
uso de tecnologias para melhorar as decisões de marketing com bases em seus 
pessoais. 
II. As redes sociais têm sido objeto de reflexão no debate contemporâneo porque 
as tecnologias disponíveis permitem extrapolar o interesse gerencial dos 
prestadores de serviços e gerar ações marketing que, em algumas situações, não 
seriam permitidas pelos consumidores caso soubessem do uso de seus dados. 
III. As ferramentas convencionais de inteligência competitiva, cuja aplicação 
abrange a inteligência de marketing, requerem cuidado e clareza no uso dos 
dados de mercado e dos clientes em potencial, sendo exemplos de práticas que 
minimizam problemas em um cenário de falta de referência legal. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
4. (ENADE – TEC. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS – 2018) Um funcionário foi 
contratado por uma companhia no regime de teletrabalho, conforme a Lei n° 
13.467/2017. Posteriormente, esse funcionário solicitou ao setor de recursos 
humanosque seu regime de trabalho fosse alterado para presencial, alegando 
que a empresa vinha demandando a realização de atividades específicas 
presenciais ao menos um dia na semana. 
 
Considerando essa situação hipotética, avalie as asserções a seguir e a relação 
proposta entre elas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
 
 
I. A alteração para o regime presencial depende de mútuo acordo entre empresa 
e funcionário. 
PORQUE 
II. A presença recorrente do funcionário no estabelecimento da empresa 
descaracteriza o teletrabalho. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da 
I. 
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I. 
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e) As asserções I e II são proposições falsas. 
 
5. (FCC – 2018) Trata-se de uma definição de responsabilidade social corporativa: 
 
a) recolhimento de todos os impostos devidos. 
b) promoção de trabalho voluntário não remunerado dos seus funcionários. 
c) ações articuladas que revertam benefício para alguma comunidade. 
d) financiamento de apresentações e espetáculos artísticos. 
e) doações em valores ou produtos para entidades assistenciais. 
 
6. (VUNESP – 2019) João da Silva foi contratado como Assistente de Suporte de 
Vendas da empresa Cosméticos Luxo Ltda., e trabalha em regime de 
teletrabalho. Com relação ao seu contrato de trabalho, é correto afirmar que: 
 
a) deve conter cláusula específica sobre o regime de teletrabalho, especificando as 
atividades que devem ser realizadas pelo empregado. 
b) pode ser verbal e não há cláusulas específicas obrigatórias. 
c) deve conter cláusula específica abordando que não faz jus ao recebimento de 
horas extraordinárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
100 
 
 
d) pode ser escrito ou verbal, desde que haja anotação expressa da modalidade 
na carteira profissional. 
e) deve ser escrito, mas a anotação do regime de teletrabalho não precisa constar 
no contrato, mas, sim, na carteira profissional. 
 
7. (NU – UFPR – 2019) Acerca da jornada de trabalho e do teletrabalho, assinale a 
alternativa correta. 
 
a) O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva 
ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, quando fornecido pelo 
empregador, será computado na jornada de trabalho, por ser tempo à 
disposição deste. 
b) A remuneração da hora extra será, pelo menos, 100% (cem por cento) superior à 
da hora normal. 
c) É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, 
tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês. 
d) O comparecimento às dependências do empregador para a realização de 
atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento 
descaracteriza o regime de teletrabalho. 
e) A hora do trabalho noturno será computada como de cinquenta e quatro 
minutos e trinta segundos. 
 
8. (FCC – 2018) Os sistemas de Big Data costumam ser caracterizados pelos 
chamados 3 Vs, sendo que o V de: 
 
a) veracidade corresponde à rapidez na geração e obtenção de dados. 
b) valor corresponde à grande quantidade de dados acumulada. 
c) volume corresponde à rapidez na geração e obtenção de dados. 
d) velocidade corresponde à confiança na geração e obtenção dos dados. 
e) variedade corresponde ao grande número de tipos ou formas de dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
ECONOMIA, CONCEITO E OBJETO 
DE ESTUDO/ MICROECONOMIA: A 
LEI DA OFERTA, DEMANDA E 
EQUILÍBRIO DE MERCADO 
 
 
 
Objetivos desta unidade: 
 Definir economia e seu objeto de estudo: a lei da escassez 
 Explicar a divisão do estudo econômico: macroeconomia e a microeconomia 
 Conceituar demanda e seus fatores determinantes e demonstrar as alterações 
nas curvas da demanda. 
 Conceituar a oferta e seus fatores determinantes e demonstrar as alterações 
nas curvas da oferta. 
 Determinar e analisar o equilíbrio de mercado. 
 
1.1 DEFINIÇÃO DE ECONOMIA: OBJETO DE ESTUDO E A LEI DA ESCASSEZ 
Vamos começar esta unidade com alguns questionamentos: 
 
1) O que vem a ser a Economia? 
2) Qual o objeto de estudo da economia? 
3) Como funciona nosso sistema econômico? 
4) Quando e por que o sistema econômico entra em crise, ocasionando mudan-
ças de comportamento das pessoas e empresas, como no caso da Covid19? 
 
Caberá então à ciência econômica, através do seu escopo teórico, fornecer 
respostas, ainda que parciais para os questionamentos acima. 
Segundo Cario (2008) a economia insere-se no campo das ciências sociais, 
pois estuda como a sociedade emprega os recursos na produção de riqueza, bem 
como ocorre a distribuição desta riqueza entre seus participantes. 
Nesta perspectiva, trata não somente com variáveis quantitativas, como 
preço e quantidade, mas também com variáveis qualitativas, consideradas não 
UNIDADE 
 
07 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
quantificáveis, como gosto e preferência do consumidor, expectativas dos consumi-
dores e produtores, dentre outras. 
Etimologicamente, a palavra “economia”, conforme figura 1 a seguir, tem seu 
significado dos termos gregos “oikós” (casa) e “nomos” (norma, lei). Pode ser com-
preendida como “administração da casa”. 
É interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo da econo-
mia, onde pode-se afirmar que a Economia estuda a maneira de administrar os re-
cursos disponíveis com o objetivo de produzir bens e serviços, e de distribuí-los para 
seu consumo entre os membros da sociedade (MENDES et al., 2015). 
 
Figura 1: Etimologia da expressão economia 
 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Segundo Costa, Oliveira e Perez Júnior (2012)o objetivo da economia é orga-
nizar políticas que articulem produção, distribuição e consumo de bens e serviços, 
com a finalidade de minimizar os problemas e maximizar os benefícios em favor da 
qualidade de vida da sociedade. 
Marques (2018)destaca que o estudo da Economia como ciência surgiu ape-
nas no capitalismo. Qual é seu objeto de análise? A definição que geralmente está 
presente nos manuais de Economia diz que ela é a ciência que estuda como otimizar 
os recursos escassos frente a necessidades crescentes. 
Outra definição, já bem menos frequente de se encontrar, diz que a Economia 
é a ciência que estuda como os homens se organizam para produzir e distribuir a 
riqueza. 
Neste contexto o foco de análise da Ciência Econômica é a escassez e suas 
consequências, conforme apontado por Nogami e Passos (2016), na figura 2: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Figura 2: Objeto de estudo da economia 
 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Os recursos limitados contrapõem-se a necessidades humanas ilimitadas, tor-
nando a economia uma ciência da escolha, onde toda sociedade tem de escolher 
entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produ-
tiva entre os vários grupos da sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). 
Podemos sintetizar o problema da escassez na figura 3, a seguir: 
 
Figura 3: O problema da escassez 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
Como apontado por Nogami (2016) a sociedade não dispõe de recursos 
produtivos em quantidade suficiente para produzir tudo o que a população deseja. 
Assim é que toda sociedade, qualquer que seja sua organização política, se defronta 
com três questões econômicas básicas decorrentes do problema de escassez: 
 
Quadro 1: Problemas econômicos básicos 
O que produzir? 
Já que não se pode produzir a quantidade desejada pela sociedade 
dos mais diversos tipos de bens e servic ̧os, esta deve escolher, entre as 
várias alternativas, quais bens e servic ̧os serão produzidose em que 
quantidade. Devemos produzir mais automóveis do que roupas? Mais 
roupas e menos alimentos? Quanto de roupas e quanto de alimentos? 
Como produzir? 
Em contrapartida, a sociedade tem de decidir a maneira pela qual o 
conjunto de bens escolhido será produzido. Normalmente, os bens 
podem ser obtidos mediante diferen- tes combinac ̧ões de recursos e 
técnicas, e deve-se optar pela técnica que resulte no menor custo por 
unidade de produto a ser obtida. 
Para quem 
produzir? 
Uma vez decidido que bens produzir e como produzi-los, a sociedade 
tem de tomar uma terceira decisão fundamental: quem vai receber 
esses bens e servic ̧os? Sabemos que a produc ̧ão total de bens e 
servic ̧os deverá ser distribuída entre os diferentes indiví- duos que 
compõem a sociedade. De que maneira essa distribuic ̧ão ocorrerá? 
Será que todas as pessoas receberão a mesma quantidade de bens 
e servic ̧os? Ou será que essa distribuic ̧ão será feita segundo a 
contribuic ̧ão de cada um à produc ̧ão? Ou segundo a sua 
necessidade? 
Fonte: Nogami (2016) 
 
Os agentes econômicos são: 
 As empresas que são unidades produtoras de bens e serviços que visam lucro, 
utilizam os fatores de produção, como o capital, trabalho e terra, 
 As famílias que fornecem os serviços dos fatores de produção (renda) e, 
 O governo que prestam serviços à comunidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Já os geradores de renda são: 
 
 Terra: recursos naturais existentes, tais como florestas, recursos minerais, recur-
sos hídricos etc. 
 Trabalho: esforço humano, físico ou mental, despendido na produção de 
bens e serviços. Ex: serviço médico, o trabalho de um operário da construção 
civil, etc. 
 Capital (bens de capital): não se destinam à satisfação das necessidades 
através do consumo, são utilizados no processo de fabricação. Ex: matérias 
primas, computadores, máquinas, usinas, estradas de ferro, fábricas, etc. 
 Capacidade empresarial: considerada um fator de produção uma vez que o 
empresário exerce funções fundamentais para o processo produtivo. 
 
De acordo com Mendes et al. (2015)Os agentes econômicos são pessoas de 
natureza física ou jurídica que, através de suas ações, contribuem para o funciona-
mento do sistema econômico, seja este capitalista ou socialista. Podem ser: as em-
presas, as famílias e o governo. 
Neste sentido é ilustrada na figura 4 o fluxo real e o fluxo monetária da eco-
nomia. 
Figura 4: Fluxo Real e o Fluxo Monetário da economia 
 
Disponível em: https://bit.ly/3qL4XOt . Acesso em: 31 out. 2020 
 
https://bit.ly/3qL4XOt
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
1.2 DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO: MACROECONOMIA E A MICROECO-
NOMIA 
Na opinião de Mankiw (2020)a economia pode ser dividida em dois grandes 
grupos: 
 
1) A microeconomia: procura estudar como as famílias e empresas tomam de-
cisões (a demanda ou procura, a oferta, o equilíbrio de mercado) e de como 
elas interagem em mercados específicos (as estruturas de mercado, como o 
mercado de concorrência perfeita, imperfeita, oligopólio e monopólio). 
2) A macroeconomia: procura estudar os fenômenos que englobam toda a 
economia: demanda agregada, oferta agregada, investimento agregado, o 
PIB, e etc. 
 
Neste contexto, na opinião do autor a microeconomia e a macroeconomia 
estão intimamente ligadas, uma vez que é impossível entender os desdobramentos 
macroeconômicos sem considerar as decisões microeconômicas a eles associadas. 
Por exemplo, um macroeconomista pode estudar os efeitos do aumento do 
Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou do Imposto Sobre 
Produtos Industrializados (IPI) sobre a receita de venda de mercadorias e produtos. 
Para analisar a questão, ele precisa levar em consideração de que maneira o au-
mento destes impostos afeta as decisões das famílias sobre quanto gastar em bens 
e serviços. 
Apesar da ligação entre a microeconomia e a macroeconomia, os dois cam-
pos são distintos. Como tratam de questões diferentes, cada um deles tem seu pró-
prio campo de atuação, conforme Nogami e Passos (2016) o estudo da Teoria Eco-
nômica se divide em duas grandes áreas: a Teoria Microeconômica e a Teoria Ma-
croeconômica. 
 
Quadro 2: Problemas econômicos básicos 
A Teoria Microeconômica, ou 
Microeconomia 
Preocupa-se em explicar o comporta- mento econômico 
das unidades individuais de decisão representadas pelos 
consumi- dores, pelas empresas e pelos proprietários de 
recursos produtivos. Ela estuda a interação entre 
empresas e consumidores e a maneira pela qual 
produc ̧ão e prec ̧o são determinados em mercados 
específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
A Teoria Macroeconômica, ou 
Macroeconomia 
Estuda o comportamento da economia como um todo. 
Ela estuda o que determina e o que modifica o 
comporta- mento de variáveis agregadas, tais como a 
produc ̧ão total de bens e servic ̧os, as taxas de inflac ̧ão e 
de desemprego, o volume total de poupanc ̧a, as 
despesas totais de consumo, as despesas totais de 
investimentos, as despesas totais do governo etc. 
Fonte: Nogami (2016) 
 
Na figura 5, é realizada uma síntese da divisão do estudo econômico de 
acordo com Nogami (2016) 
 
Figura 5: Divisão do estudo econômico 
 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Para Vasconcelos e Garcia (2019)a análise econômica, para fins metodológi-
cos e didáticos, é normalmente dividida em quatro áreas de estudo, conforme apon-
tado no quadro 3 a seguir: 
 
Quadro 3: Quatro áreas de estudo da macroeconomia 
Microeconomia ou Teoria de 
Formação de Preços 
Examina a formação de preços em mercados específi-
cos, ou seja, como consumidores e empresas interagem 
no mercado e como decidem os preços e a quanti-
dade para satisfazer a ambos simultaneamente. 
Macroeconomia Estuda a determinação e o comportamento dos gran-
des agregados nacionais, como o Produto Interno Bruto 
(PIB), o investimento agregado, a poupança agre-
gada, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque 
é basicamente de curto prazo (ou conjuntural) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Economia internacional Analisa as relações econômicas entre residentes e não 
residentes do país, as quais envolvem transações com 
bens e serviços e transações financeiras. 
Desenvolvimento econômico Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da co-
letividade ao longo do tempo. O enfoque é também 
macroeconômico, mas centrado em questões estrutu-
rais e de longo prazo (como progresso tecnológico e 
estratégias de crescimento). 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
1.3 A LEI DA DEMANDA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA DE-
MANDA. 
Vamos descrever o campo da Teoria Microeconômica ou microenonomia que 
preocupa-se em estudar o comportamento econômico das unidades econômicas 
individuais, tais como consumidores, empresas e proprietários de recursos. 
Trataremos neste capítulo do estudo da lei da demanda e seus fatores condi-
cinantes. 
Para Nogami (2016) demanda (ou procura) de um indivíduo por um determi-
nado bem (ou serviço) refere-se à quantidade desse bem que ele deseja e está ca-
pacitado a comprar, por unidade de tempo. È condicionada pela aspiração (de-
sejo), capacidade financeira e pelo fluxo por unidade de tempo. 
Os autores esclarecem que três elementos que devem ser destacados nessa 
definição: 
 
1) A demanda é uma aspiração, um desejo, e não a realização do desejo. A 
demanda é um dese- jo de comprar (um bem, um serviço). A realização 
do desejo se dá pela compra do bem desejado. Logo, não se pode con-
fundir demanda (ou procura) com compra. 
2) Para que haja demanda por um bem (ou serviço) é preciso que o indivíduo 
esteja capacitado a pagar por esse bem. Em outras palavras, é preciso 
que ele tenha renda que lhe permita participar do mercado desse bem. 
3) A demanda é um fluxo por unidade de tempo, ou seja, devemos expressar 
a procurapor uma determinada quantidade em um determinado período 
de tempo. 
 
Na concepção de Vasconcelos e Garcia (2019) a demanda depende de va-
riáveis que influenciam a escolha do consumidor. As principais são: o preço do bem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
ou serviço; o preço dos outros bens; a renda do consumidor e as preferências e há-
bitos do indivíduo. 
Dependendo do mercado a ser estudado, outras variáveis podem ser incluí-
das, tais como: fatores sazonais (demanda de sorvetes, por exemplo); localização 
dos consumidores; disponibilidade de crédito etc. 
Conforme destacado na figura 6, a Lei geral da Demanda possui uma relação 
inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. 
 
Figura 6: Lei Geral da Demanda 
 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Na figura 7 é demonstrado a inclinação da curva da demanda, uma vez que: 
quanto menor o preço, maior vai ser a quantidade demandada de um produto ou 
serviço. 
 
Figura 7: Inclinação da curva da demanda 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Vamos a um exemplo prático: vamos supor que João deseja comprar refrige-
rantes. A um preço de R$ 7,00, não é interessante a compra. Mas quando o preço 
cai para R$ 6,00, João resolve consumir cinco unidades de refrigerante, quando cai 
para R$ 5,00 aumenta o consumo para dez refrigerantes. 
 
Tabela 1: Consumo de refrigerante 
Preço do Refrigerante Quantidade 
7,00 0 
6,00 5 
5,00 10 
4,00 15 
3,00 20 
2,00 25 
1,00 30 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Figura 8: Gráfico do consumo de refrigerante 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
De acordo com Vasconcelos e Garcia (2019)a curva de demanda negativa-
mente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o 
efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade deman-
dada será provocada por esses dois efeitos somados. 
Os autores esclarecem sobre o efeito substituição e o efeito renda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Quadro 4: Efeito substituição x Efeito Renda 
Efeito substituição 
Se um bem x possui um bem substituto y, ou seja, outro bem similar que 
satisfaça a mesma necessidade, quando o preço do bem x aumenta, 
o consumidor passa a adquirir o bem substituto (o bem y), reduzindo 
assim a demanda do bem x. Exemplo: se o preço da manteiga au-
mentar, os consumidores passarão a demandar consumir margarina 
reduzindo assim a demanda por manteiga. 
Efeito Renda 
Quando a renda do consumidor da classe D e E aumenta, ele deixará 
de consumir carne de segunda e passará a consumir carne de pri-
meira. Caso a renda volte a diminuir, ele voltará a consumir carne de 
segunda novamente. 
Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Em relação ao preço de outros bens podemos destacar: 
 
Quadro 5: Preço de outros bens 
Tipo do Bem Definição Comportamento da demanda 
Bens complementares 
São aqueles que ten-
dem a aumentar a satis-
fação do consumidor 
quando utilizados em 
conjunto: (pão e man-
teiga). 
Um aumento no preço no preço do 
pão, acarretará a diminuição da Qd 
de pão e consequentemente da Qd 
de manteiga. 
Bens substitutos 
São aqueles que podem 
ser substituídos: (man-
teiga e margarina). 
Um aumento no preço da manteiga, 
acarretará uma diminuição da Qd 
de manteiga e um aumento na Qd 
de margarina. 
Bens inferiores 
São aqueles de baixo 
valor e consumidos pe-
las classes D e E: (pão, 
carne de segunda, rou-
pas usadas). 
Um aumento na renda de consumi-
dores da classe D acarretará uma di-
minuição da Qd de carne de se-
gunda. 
Bens normais 
São bens cuja demanda 
varia diretamente a vari-
ações na renda do con-
sumidor: (roupas, ali-
mentos, eletro domésti-
cos). 
Um aumento na renda dos consumi-
dores acarretará um aumento na Qd 
de bens normais. 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Há três razões para a curva da procura apresentar uma inclinação negativa, 
relacionando inversamente preços e quantidades procuradas (ROSSETTI, 2016). 
 
 Primeira: Se o preço for muito alto, o consumidor poderá deixar de adquirir o 
produto, assim quando menor o preço, maior vai ser a quantidade deman-
dada. 
 Segunda: a possibilidade de substituição de produtos influencia na quanti-
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
dade demandada. Caso um produto aumente o seu preço e tenha um subs-
tituto próximo, o consumidor vai com certeza adquirir o substituto a um preço 
mais baixo. Isto só não acontecerá no caso de monopólio, onde o consumidor 
não terá escolha e será obrigado a adquirir o produto/serviço do monopo-
lista. 
 Terceira: o grau de utilidade para o consumidor do produto/serviço, assim 
podemos comparar o aumento ou diminuição da demanda por produtos/ser-
viços como bens normais (como alimentos), quanto para bens supérfluos (car-
ros). 
 
Uma mudança na demanda, ou mudança na curva de demanda, ocorre 
quando os consumidores desejam menos ou mais de um produto para algum motivo 
além de seu preço, como a renda, o gosto do bem, expectativas dos consumidores 
e etc. No quadro a seguir são destacados os aumentos e diminuição da demanda. 
 
Quadro 6: Aumento e diminuição da demanda 
AUMENTO DA DEMANDA DIMINUIÇÃO DA DEMANDA 
Aumento na renda dos consumidores 
(Bem normal) 
Diminuição na renda dos consumidores 
(Bem normal) 
Diminuição na renda do consumidor (Bem 
inferior) 
Aumento na renda do consumidor 
(Bem inferior) 
Mudança de gosto favorável a um bem Mudança de gosto favorável a um bem 
Aumento no preço dos bens substitutos Diminuição no preço dos bens substitutos 
Diminuição no preço dos bens comple-
mentares 
Aumento no preço dos bens complementa-
res 
Expectativas dos consumidores (de au-
mento de renda) 
Expectativas dos consumidores (de diminui-
ção de renda) 
Aumento no número de consumidores Diminuição no número de consumidores 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Vasconcelos e Garcia (2019)demonstra a distinção entre demanda e quanti-
dade demandada, que embora tendam a ser utilizados como sinônimos, esses ter-
mos têm significados diferentes: Por demanda entende-se toda a escala ou curva 
que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Por quantidade de-
mandada devemos compreender um ponto específico da curva relacionando um 
preço a uma quantidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Os autores demonstram que movimentos da quantidade demandada ocor-
rem ao longo da própria curva, devido a mudanças no preço do bem. Quando a 
curva de procura se desloca (em virtude de variações da renda ou de outras variá-
veis, que não o preço do bem), temos uma mudança na demanda (e não na quan-
tidade demandada). 
 
Figura 9: Mudanças na quantidade demandada e mudanças na demanda
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Passaremos agora para a análise do comportamento do produtor – lei da 
oferta e seus fatores condicionantes. 
 
1.4 A LEI DA OFERTA E SEUS FATORES DETERMINANTES, CURVAS DA OFERTA. 
Para Vasconcelos e Garcia (2019)a quantidade ofertada de um bem ou ser-
viço é a quantidade que o produtor planeja vender em determinado período a um 
determinado preço. 
A quantidade ofertada será determinada pelo preço do bem, preço dos fa-
tores de produção, tecnologia, preço dos outros bens, as expectativas do produtor 
e as condições climáticas. 
A oferta de um produto ou serviço, em determinado período de tempo, varia 
na razão direta da variação de preços do bem ou serviço, a partir de um nível de 
preço tal que seja suficiente para fazer face ao custo de produção até o limite su-
perior de pleno emprego dos fatores de produção, quando se tornará constante, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
ainda que os preços em referencias possam continuar oscilando, mantidas constan-
tes as demais condições (NOGAMI, 2016). 
Vasconcelos e Garcia (2019)ainda faz alguns apontamentos em relação aos 
fatoresdeterminantes da oferta e consequentemente alterações na quantidade 
ofertada. 
 
Quadro 7: Fatores determinantes da oferta 
Relação Alteração na Oferta 
A relação direta entre a quantidade 
ofertada de um bem e o preço desse 
bem. 
Um aumento do preço de mercado eleva a ren-
tabilidade das empresas, estimulando-as a ele-
var a produção. 
A relação entre a oferta e o custo dos 
fatores de produção seja inversamente 
proporcional 
Um aumento dos salários ou do custo das maté-
rias-primas deve provocar, coeteris paribus, uma 
retração da oferta do produto. 
A relação entre a oferta e o nível de co-
nhecimento tecnológico é diretamente 
proporcional. 
Dado que melhorias tecnológicas promovem 
melhorias da produtividade no uso dos fatores 
de produção e, portanto, aumento da oferta. 
Há uma relação direta entre a oferta de 
um bem ou serviço e o número de em-
presas ofertantes do produto no setor 
Quando há muitos ofertantes no mercado, a 
quantidade ofertada tende a diminuir. 
Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Oferta de Mercado: é a curva que relaciona cada um dos preços possíveis à 
quantidade ofertada por todos os produtores. Graficamente, a oferta de mercado 
resulta da soma horizontal de cada uma das ofertas individuais. 
 
Tabela 2: Produção de refrigerante 
Preço do refrigerante Produtor A Produtor B Mercado A + B 
100,00 400 600 1.000 
80,00 300 500 800 
60,00 200 400 600 
40,00 100 300 400 
Fonte: Adaptado de Nogami e Passos (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Figura 10: Lei Geral da Oferta 
 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Na concepção de Nogami e Passos (2016)a oferta de um produto ou serviço 
qualquer, em determinado período de tempo, varia na razão direta da variação de 
preços desse produto ou serviço, a partir de um nível de preços tal que seja suficiente 
para fazer face ao custo de produ- ção do mesmo até o limite superior de pleno 
emprego dos fatores (de produção), quando se tornará constante, ainda que os 
preços em referência possam conti- nuar oscilando, mantidas as demais condições 
constantes. 
Essa relação entre preço e quantidade pode ser demonstrada pela equação: 
 
 
 
Na figura 11 é demonstrado a inclinação da curva da oferta, uma vez que: 
quanto maior o preço, maior vai ser a quantidade ofertada de um produto ou ser-
viço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Figura 11: Inclinação da curva da oferta 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Vamos a um exemplo prático: suponhamos que a Empresa X deseja vender 
refrigerantes. A um preço de R$ 40,00 a empresa vende 100 refrigerantes. Mas 
quando o preço aumenta para R$ 60,00 a quantidade aumenta para 200 unidades, 
quando aumenta para R$ 80,00 a quantidade aumenta para 300 refrigerantes e pro 
último quando o preço aumenta para R$ 100,00, a quantidade aumenta para 400 
refrigerantes, conforme apontado no quadro 9. 
 
Tabela 3: Oferta de refrigerantes 
Preço do Refrigerante Quantidade 
100,00 400 
80,00 300 
60,00 200 
40,00 100 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
Figura 12: Gráfico de produção de refrigerante 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
No quadro 10, a seguir são destacados os aumentos e diminuição da de-
manda. 
 
Quadro 8: Aumento e diminuição da oferta 
AUMENTO DA OFERTA DIMINUIÇÃO DA OFERTA 
Diminuição no preço dos fatores de pro-
dução 
Aumento no preço dos fatores de produ-
ção 
Mudança tecnológica favorável Mudança tecnológica desfavorável 
Diminuição no preço dos bens substitutos 
na produção 
Aumento no preço dos bens substitutos na 
produção 
Aumento no preço dos bens complemen-
tares na produção 
Diminuição no preço dos bens comple-
mentares na produção 
Expectativas desfavoráveis sobre evolu-
ção de preços 
Expectativas favoráveis sobre evolução de 
preços 
Condições climáticas favoráveis Condições climáticas desfavoráveis 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a 
quantidade ofertada de um bem. Assim, Vasconcelos e Garcia (2019)esclarecem 
que a oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada 
diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço 
do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, enquanto uma alteração 
nas outras variáveis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca 
a oferta (isto é, a curva de oferta). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Figura 13: Mudança na quantidade ofertada e mudança na oferta 
 
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) 
 
Por outro lado, a diminuição no preço dos insumos, ou a melhoria tecnológica 
em sua utilização, ou ainda o aumento no número de empresas no mercado, con-
duz ao aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando--se, 
desse modo, a curva de oferta para a direita. 
 
Figura 14: Alteração da curva de oferta com a tecnologia 
 
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Figura 15: Alteração da curva de oferta com aumento no preço e quantidade de insumos 
 
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) 
 
1.5 DETERMINAÇÃO E ANÁLISE DO EQUILÍBRIO DE MERCADO. 
É chegado o momento de juntar os dois lados do mercado, o da oferta e o da 
demanda, a fim de ver de que maneira o preço e a quantidade de equilíbrio são 
determinados. 
Nossa atenção estará́ voltada somente aos mercados do tipo competitivo, 
que são aqueles em que existem muitos compradores e vendedores, de forma tal 
que nenhum deles, agindo individualmente, consegue exercer influência significativa 
sobre os preços e quantidades praticados no mercado (NOGAMI, 2016). 
A lei da oferta e da demanda gera a tendência ao equilíbrio, onde a interse-
ção das curvas determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou de 
um serviço em um dado mercado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). 
 
 
 
Vamos um exemplo proposto por Nogami (2016) no qual encontramos as es-
calas de oferta e de demanda de mercado para camisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Tabela 4: Escalas de oferta e de demanda de mercado para camisas 
Preço 
(Camisa) 
Qd 
(Por mês) 
Qo 
(Por mês) 
Excesso oferta (+) 
Excesso de demanda (-) 
Pressão sobre o 
preço 
100 1000 11.000 + 10.000 Descendente 
90 2000 10.000 + 8.000 Descendente 
80 3000 9.000 + 6.000 Descendente 
70 4000 8.000 + 4.000 Descendente 
60 5000 7.000 + 2.000 Descendente 
50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 
40 7000 5.000 -2.000 Ascendente 
30 8000 4.000 - 4.000 Ascendente 
20 9000 3.000 - 6.000 Ascendente 
10 10000 2.000 - 8.000 Ascendente 
Fonte: Nogami (2016) 
 
Na figura a seguir é demonstrado como ocorre o equilíbrio de mercado, com 
o excesso de oferta e escassez da demanda, bem como o excesso de demanda e 
escassez de oferta. 
 
Figura 16: Equilíbrio de mercado (Excesso e escassez de oferta e demanda) 
 
Fonte: Nogami (2016) 
 
Se examinarmos atentamente as quantidades ofertadas e demandadas a 
cada nível de prec ̧o, descobriremos que existe apenas um prec ̧o – $ 50,00 – para o 
qual a quantidade demandada é exatamente igual à quantidade oferecida – 6.000 
unidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Quadro 9:Equilíbrio de mercado 
Preço 
(camisa) 
Qd 
(por mês) 
Qo 
(Por mês) 
Excesso oferta (+) 
Excesso de demanda (-) 
Pressão sobre 
o preço 
50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 
Fonte: Nogami (2016) 
 
Um prec ̧o que faz que a quantidade demandada seja exatamente igual à 
quantidade ofertada é chamado Prec ̧o de Equilíbrio (ou Prec ̧o de Mercado); a 
quantidade correspondente a esse prec ̧o é chamada Quantidade de Equilíbrio. 
No quadro 11, o preço de equilíbrio foi de R$ 50,00 e a quantidade em 
equilíbrio de 6.000 unidades. 
Esse preço emerge espontaneamente em um mercado competitivo, em quea oferta e a demanda se confrontam. O prec ̧o de equilíbrio é aquele que, uma vez 
atingido, tende a persistir. 
Sempre que o preço estiver acima do prec ̧o de equilíbrio, teremos excesso de 
oferta da mercadoria; esse excesso de oferta fará que o prec ̧o diminua até atingir o 
equilíbrio. 
 
Quadro 10: Excesso de oferta 
Preço 
(Camisa) 
Qd 
(Por mês) 
Qo 
(Por mês) 
Excesso oferta (+) 
Excesso de demanda (-) 
Pressão sobre o 
preço 
100 1000 11.000 + 10.000 Descendente 
50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 
Fonte: Nogami (2016) 
 
Assim, sempre que o prec ̧o estiver abaixo do prec ̧o de equilíbrio, teremos 
excesso de demanda da mercadoria; esse excesso de demanda fará que o prec ̧o 
aumente até atingir o equilíbrio. 
 
Quadro 11: Excesso de demanda 
Preço 
(Camisa) 
Qd 
(Por mês) 
Qo 
(Por mês) 
Excesso oferta (+) 
Excesso de demanda (-) 
Pressão sobre 
o preço 
50 6000 6.000 Equilíbrio Nenhuma 
10 10000 2.000 - 8.000 Ascendente 
Fonte: Nogami (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3umW27X
ttps://bit.ly/3bvnEiF
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é: 
 
a) A pobreza. 
b) O controle dos bens produzidos. 
c) A escassez. 
d) A taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda. 
e) A estrutura de mercado de uma economia. 
 
2. Em uma economia de mercado, os problemas do “o quê”, “quanto”, “como” e 
“para quem” deve ser produzido são resolvidos: 
 
a) Pelos representantes do povo, eleitos por meio do voto. 
b) Pelos preços dos serviços econômicos. 
c) Pelo mecanismo de preços. 
d) Pelos preços dos recursos econômicos. 
e) Pela quantidade dos fatores produtivos. 
 
3. Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem inferior, um aumento 
da renda do consumidor provavelmente: 
 
a) Aumentará a quantidade demandada de A, enquanto a de B permanecerá 
constante. 
b) Aumentarão simultaneamente os preços de A e B. 
c) O consumo de B diminuirá e o de A crescerá. 
d) Os consumos dos dois bens aumentarão. 
e) Nenhuma das alternativas 
 
4. Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades procuradas: 
 
a) Preço e durabilidade do bem. 
b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferên-
cia do consumidor. 
d) Renda do consumidor, custos de produção. 
e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produ-
ção, preferência dos consumidores. 
 
5. O preço de equilíbrio para uma mercadoria é determinado: 
 
a) Pela demanda de mercado dessa mercadoria. 
b) Pela oferta de mercado dessa mercadoria. 
c) Pelo balanceamento das forças de demanda e oferta da mercadoria. 
d) Pelos custos de produção. 
e) Nenhuma das alternativas 
 
6. Num dado mercado, a oferta e a procura de um produto são dadas, 
respectivamente, pelas seguintes equações: Qs = 48 + 10P e Qd = 300 – 8P, onde 
Qs, Qd e P representam, na ordem, a quantidade ofertada, a quantidade 
procurada e o preço do produto. A quantidade transacionada nesse mercado, 
quando ele estiver em equilíbrio, será: 
 
a) 2 unidades. 
b) 188 unidades. 
c) 252 unidades. 
d) 14 unidades. 
e) 100 unidades. 
 
7. Uma mercadoria que é demandada em quantidades maiores, quando a renda 
do consumidor cai, é um: 
 
a) Bem normal. 
b) Bem inferior. 
c) Bem complementar. 
d) Bem substituto. 
e) Nenhuma das alternativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
8. Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades ofertadas: 
 
a) Preço e durabilidade do bem. 
b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção. 
c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferên-
cia do consumidor. 
d) Renda do consumidor, custos de produção. 
e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produ-
ção, tecnologia e condições climáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
 
 
 
Objetivos desta unidade: 
 Identificar os tipos de estruturas de mercado e como os mercados competiti-
vos determinam os preços das mercadorias. 
 Classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços: mercado 
de concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolista e oligopólio. 
 Definir cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipóteses básicas de 
cada modelo. 
 Demonstrar as imperfeições do mercado. 
 
2.1 INTRODUÇÃO 
No capítulo 1 trabalhamos com o conceito de economia, vimos o comporta-
mento do consumidor através da demanda e o do produtor pelo lado da oferta e 
finalmente como se processa o equilíbrio de mercado. 
Discutiremos neste capítulo mais especificamente essa e outras formas de mer-
cado, como a concorrência perfeita, concorrência imperfeita ou monopolista, o oli-
gopólio e o monopólio. 
Segundo Vasconcellos e Garcia (2019)as várias formas ou estruturas de mer-
cado dependem fundamentalmente de três características: 
 
a) Número de empresas que compõem esse mercado; 
b) Tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); 
c) Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. 
 
Vamos identificar neste capítulo os tipos de estruturas de mercado e como os 
mercados competitivos determinam os preços das mercadorias. 
Segundo Nogami e Passos (2016) podemos classificar as estruturas de mercado 
para o setor de bens e serviços da seguinte forma: Mercado de concorrência Per-
feita, monopólio, concorrência Monopolista e oligopólio. 
 
UNIDADE 
08 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
Quadro 12: Estruturas de mercado 
CONCORRÊNCIA PERFEITA 
E uma situação de mercado na qual o número de compra-
dores e vendedores é tão grande que nenhum deles, 
agindo individualmente, consegue afetar o preço. Além 
disso, os produtos de todas as empresas no mercado são ho-
mogêneos. 
MONOPÓLIO 
É uma situação de mercado em que uma única firma vende 
um produto que não tenha substitutos próximos 
CONCORRÊNCIA MONO-
POLISTA 
É uma situação de mercado na qual existem muitas firmas 
vendendo produtos diferenciados que sejam substitutos en-
tre si. 
OLIGOPÓLIO 
É uma situação de mercado em que um pequeno número 
de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um 
produto que pode ser homogêneo ou diferenciado. 
Fonte: Nogami (2016) 
 
Assim veremos a seguir cada estrutura de mercado, com exemplos e as hipó-
teses básicas de cada modelo. 
 
2.2 MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA 
A primeira estrutura a ser analisada denomina-se concorrência perfeita. 
Segundo Nogami (2016) é uma estrutura de mercado que visa descrever o 
funcionamento ideal de uma economia, servindo de parâmetro para o estudo das 
outras estruturas de mercado. Trata-se de uma construção teórica. 
Para Vasconcellos e Garcia (2019)a concorrência perfeita é um tipo de mer-
cado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma 
empresa, isoladamente, não afeta a oferta do mercado nem, consequentemente, o 
preço de equilíbrio. 
O grande número de empresas nesse mercado faz que elas sejam apenas to-
madoras de preços. 
Nesse tipo de mercado, devem prevalecer as seguintes premissas, conforme 
destacado por Nogami (2016). 
 
Quadro 13: Hipóteses básicas em um mercado de concorrência perfeita 
Concorrência 
Perfeita 
Hipóteses básicas 
do modelo 
Observações 
É uma situação 
de mercado na 
qual o número de 
compradores e 
vendedores é tão 
1) Existência de um 
Grande Número de 
Compradores e 
Vendedores. 
 
- Suponhamos que o mercado de um produto 
qualquer seja composto, pelo lado da oferta, 
por 1.000 firmas, cadaqual produzindo 2.000 to-
neladas desse bem, totalizando a oferta con-
junta de 2 milhões de toneladas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
grande que ne-
nhum deles, 
agindo individual-
mente, consegue 
afetar o preço. 
 
Exemplos: lojistas 
da 25 de maio, 
camelôs em 
shoppings popu-
lares, sistema 
bancário, restau-
rantes, e etc. 
2) Os Produtos são 
homogêneos. 
 
3) Livre Entrada e 
Saída de firmas. 
 
4)Transparência de 
Mercado 
 
 
- Suponhamos ainda que, pelo lado da procura, 
existam 10.000 compradores, cada qual adqui-
rindo 200 kg desse produto. Se uma das firmas 
resolvesse dobrar sua produção, a oferta total 
aumentaria em apenas 0,10%, o que não seria 
bastante para exercer impacto sobre o preço 
de mercado. Se, por outro lado, um dos compra-
dores resolvesse deixar de comprar este produto, 
as vendas cairiam em 0,01%, o que também se-
ria insuficiente para alterar o preço desse bem. 
Isto evidencia o fato de que compradores e ven-
dedores, isoladamente, são incapazes de exer-
cer influência sobre o preço do que está sendo 
comprado ou vendido. Por essa razão, diz-se 
que eles são tomadores de preço, ou seja, o 
preço é um dado fixado tanto para firmas 
quanto para consumidores; 
Os produtos colocados no mercado pelas firmas 
são homogêneos, ou seja, são perfeitos substitu-
tos entre si (várias firmas produzindo o mesmo 
produto). Como resultado, os compradores são 
indiferentes quanto à firma da qual eles irão ad-
quirir o produto. 
Não existem barreiras legais e econômicas tanto 
para a entrada quanto para a saída de firmas 
no mercado. 
Esta hipótese garante tanto aos compradores 
quanto aos vendedores terem informação per-
feita sobre o mercado: ambos conhecem a 
qualidade do produto e seu preço vigente. Os 
vendedores conhecem também os custos e lu-
cros de seus concorrentes. Assim é que, pelo fato 
de inexistir desinformação, nenhum comprador 
estará disposto a adquirir um produto por um 
preço superior ao vigente; pelo mesmo motivo, 
nenhum vendedor estará disposto a vender seu 
produto por um preço inferior ao de mercado. 
Fonte: Nogami (2016) 
 
 
 
Um mercado competitivo, por vezes, chamado mercado perfeitamente com-
petitivo, tem duas características: 
 
1) Há muitos compradores e vendedores no mercado 
O que é um mercado Competitivo? Segundo Nogami e Passos (2016) é onde existe um 
número tão grande de compradores e de vendedores, sendo cada comprador ou ven-
dedor tão pequeno em relac ̧ão ao tamanho do mercado, que nenhum deles, atuando 
isoladamente, consegue influenciar o prec ̧o da mercadoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
2) Os bens oferecidos pelos diversos vendedores são, em grande escala, os mes-
mos. 
 
Por causa dessas condições, as ações de um comprador ou vendedor indivi-
dual no mercado têm impacto insignificante sobre o preço de mercado. Cada com-
prador e cada vendedor tomam o preço de mercado como dado. 
Mankiw (2020) traz um exemplo para contextualizar a situação acima: o mer-
cado de leite. 
 
1) Nenhum comprador individual de leite é capaz de influenciar o preço do pro-
duto, porque cada comprador adquire uma pequena quantidade em rela-
ção ao tamanho do mercado. 
2) De maneira similar, cada vendedor de leite tem controle limitado sobre o 
preço, porque há muitos outros vendedores fornecendo um produto basica-
mente idêntico. 
3) Uma vez que cada vendedor pode vender quanto quiser ao preço vigente, 
ele não tem motivo para cobrar menos do que esse preço, e se cobrar mais, 
os compradores vão procurar outro fornecedor. 
4) Os compradores e vendedores dos mercados competitivos precisam aceitar 
o preço que o mercado determina e, portanto, são chamados tomadores de 
preço. 
 
2.3 MERCADO EM CONCORRÊNCIA IMPERFEITA OU MONOPOLISTA 
Na opinião de Nogami (2016)como o próprio nome diz, a concorrência mono-
polista é uma estrutura de mercado que contém elementos da concorrência perfeita 
e do monopólio, ficando em situação intermediária entre as duas formas de organi-
zação de mercado. 
Mankiw (2020)descreve uma estrutura de mercado em Concorrência Imper-
feita ou monopolista em que há muitas empresas vendendo produtos similares, mas 
não idênticos. 
A mesmas hipóteses do mercado de concorrência perfeita se repetem tam-
bém na concorrência imperfeita, a única diferença é que há o processo de diferen-
ciação das empresas ao venderem seus produtos ou serviços. 
Importante dizer que os produtos são diferentes do ponto de vista do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
consumidor. Mas as empresas podem tentar influenciar o ponto de vista dos 
consumidores, através da propaganda, enfatizando a qualidade do produto, 
atendimento ao conumidor, estilo, e etc (PINHO et al., 2017). 
Pode-se verificar a tendência para a existência de lucros normais (receita total 
igual a custo total), não surgindo lucros extraordinários, como acontece no mercado 
de concorrência perfeita. 
No mercado de concorrência perfeita, devem prevalecer as seguintes premis-
sas, conforme destacado por Nogami (2016). 
 
Quadro 14: Hipóteses básicas em um mercado de concorrência imperfeita 
Concorrência mono-
polista (concorrência 
imperfeita) 
Hipóteses básicas do 
modelo 
Observações 
- É uma situação de 
mercado na qual exis-
tem muitas firmas ven-
dendo produtos dife-
renciados que sejam 
substitutos entre si; 
 
Exemplos: Produtos ali-
mentícios, roupas de 
marca, padarias, far-
mácias, salão de be-
leza e etc. 
As empresas lançam 
mão de estratégias de 
marketing para se dife-
renciarem dos concor-
rentes. 
1) Existência de um 
Grande Número 
de Compradores e 
de Vendedores. 
2) Cada Firma Produz 
e Vende um Pro-
duto Diferenciado, 
embora Substituto 
Próximo. 
3) Existência de Livre 
Entrada e Saída de 
Firmas 
 
 
 
 Da mesma forma que na concorrên-
cia perfeita, a concorrência monopo-
lista apresenta grande número de fir-
mas, cada qual respondendo por 
uma fração da produção total de 
mercado; 
 Na verdade, a diferenciação carac-
teriza a maioria dos mercados existen-
tes. Exemplificando: não existe um tipo 
homogêneo de perfumes, de apare-
lhos de televisão, de restaurantes, de 
automóveis ou DVDs. Na realidade, 
cada produtor procura diferenciar seu 
produto a fim de torná-lo único. 
 A diferenciação, por sua vez, pode ser 
real ou ilegítima. No caso da diferen-
ciação real, buscam-se diferenças re-
ais nas características do produto. 
Costuma-se estabelecer, por exem-
plo, diferenças a respeito do aspecto 
de composição química, serviços ofe-
recidos por vendedores, etc. 
 No caso da diferenciação ilegítima do 
produto, as diferenças são artificiais, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
tais como marca, embalagem e de-
sign. Em outros casos, pode não haver 
nenhuma diferença, mas o consumi-
dor pode ser levado a pensar que elas 
existem, normalmente como resultado 
de campanhas promocionais que, de 
maneira artificial, apontam caracterís-
ticas diferenciadoras entre os produ-
tos. 
 O fato de os produtos serem diferenci-
ados é que dá ao produtor o poder 
de monopólio, uma vez que somente 
ele produz aquele tipo de bem. Nestas 
condições, a exemplo do que ocorre 
no monopólio, cada produtor possui 
alguma liberdade para fixar seus pre-
ços; 
 Da mesma forma que no mercado de 
concorrência perfeita, não existem 
barreiras legais ou de qualquer outro 
tipo que impeçam a livre entrada e 
saída de firmas no mercado. 
Fonte: Nogami (2016) 
 
 
 
Antes de se perguntar quantas empresas há em um mercado, é necessária uma questão 
bastante elementar, mas freqüentemente esquecida: qual é a delimitac ̧ão deste mer-
cado? Um mercado é, em sua definic ̧ão mais simples, o espac ̧o de troca entre compra-
dores e vendedores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
2.4 MONOPÓLIO 
Para Nogami (2016) o monopólio é uma situaçãode mercado em que existe 
um só produtor de um bem ou serviço que não tenha substituto próximo. Devido a 
isso, o monopolista exerce grande influência na determinação do preço a ser co-
brado pelo seu produto. 
 
 
 
Conforme Pinho et al. (2017) no monopólio, o setor é a própria firma, porque 
existe um único produtor que realiza toda a produção. Dessa forma, a oferta da firma 
é a oferta do setor e a demanda da firma é a demanda do setor. 
No mercado monopolista devem prevalecer as seguintes premissas, conforme 
destacado por Nogami (2016). 
 
Quadro 15: Hipóteses básicas em um mercado de monopólio 
Monopólio 
Hipóteses básicas do 
modelo 
Observações 
– É uma situação de mer-
cado em que uma única 
firma vende um produto 
que não tenha substitutos 
próximos. 
De um lado temos uma 
única empresa vende-
dora dominando a oferta 
e de outro, um conjunto 
de consumidores. 
O monopolista é um for-
mador de preço. Isto sig-
nifica que o monopolista 
tem a capacidade de es-
colher o preço do pro-
duto. Assim o monopo-
lista pode apresentar lu-
cro maior que outros se-
tores. 
Exemplos: Petrobras, Cor-
reios, e em Minas Gerais: 
Cemig, Copasa, domi-
nando o monopólio de 
1) Um Determinado Pro-
duto é Suprido por 
uma Única Firma 
2) Não há substitutos Pró-
ximos para esse Pro-
duto. 
3) Existem Obstáculos 
(barreiras) à Entrada 
de Novas Firmas na In-
dústria (nesse caso a 
indústria é composta 
de uma única firma). 
 
 
 
 
 
Uma única firma oferece o pro-
duto em um determinado mer-
cado. Ex. o monopólio da gasolina 
pela Petrobras. 
Isso significa dizer que o monopo-
lista enfrenta pouca ou nenhuma 
concorrência. 
Vamos ao exemplo do consumo 
de água tratada que pratica-
mente em todas as cidades do Es-
tado de Minas Gerais acontece o 
monopólio. Não há como substituir 
este tipo de produto. 
Para que o monopólio exista é pre-
ciso manter concorrentes em po-
tencial afastados da indústria. Isto 
significa que devem existir barrei-
ras que impeçam o surgimento de 
competidores, protegendo, dessa 
forma, a posição de monopolista. 
Estas barreiras fazem com que seja 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
fornecimento de energia 
elétrica e de água tra-
tada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
muito difícil (ou praticamente im-
possível) a entrada de novas firmas 
na indústria. 
Para garantir o monopólio existem: 
Barreiras Legais: As barreiras legais 
incluem patentes, licenças e con-
cessões governamentais. O Mono-
pólio Legal ocorre quando o go-
verno concede a uma empresa 
um direito exclusivo para ela ope-
rar, por meio de licença e conces-
sões que permitem que uma única 
firma produza um determinado 
produto, excluindo legalmente a 
competição de outras firmas. 
Controle sobre o fornecimento de 
Matérias Primas: Se uma firma mo-
nopolista detém os controles sobre 
o fornecimento das matérias pri-
mas essenciais à produção de um 
determinado bem ou serviço, ela 
pode bloquear o ingresso de no-
vas firmas no mercado; 
Monopólios Estatais: Existem ainda 
os monopólios estatais, que per-
tencem e são regulamentados pe-
los governos: federal, estadual e 
municipal. 
Fonte: Nogami (2016) 
 
A patente funciona como uma barreira a entrada a outras empresas, que fi-
cam impedidas de produzir bem semelhante enquanto vigorar a patente. Mas com 
o passar do tempo as patentes podem tornar-se obsoletas, surgir novos produtos mais 
inovadores, matérias primas podem ser substituídas. Cabe ao poder público pode 
intervir em mercados monopolistas (PINHO et al., 2017). 
 
2.5 OLIGOPÓLIO 
O oligopólio pode ser conceituado como uma estrutura de mercado em que 
um pequeno número de firmas controla a oferta de um determinado bem ou serviço. 
Segundo Nogami (2016)de acordo com essa conceituação, a indústria auto-
mobilística é um exemplo de indústria com pequeno número de firmas. Entretanto, o 
oligopólio pode também ser entendido como sendo uma indústria em que há um 
grande número de firmas, mas poucas dominam o mercado. Como exemplo, pode-
mos citar a indústria de bebidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
Além das indústrias de bebidas temos a indústria de aço, de fumo, de cimento, 
de celulose, empresas de transporte aéreo e rodoviário, setor de telefonia móvel, ti-
das como sendo oligopolistas. 
No quadro a seguir são listadas algumas empresas oligopolistas e seus setores 
de atuação: 
 
Quadro 16: Empresas oligopolistas e suas atividades 
AVIAÇÃO CIVIL CO-
MERCIAL 
LATAM, AZUL, GOL. 
INDÚSTRIA DE CELULOSE CENIBRA, KLABIN, WESTROCK, INTERNATIONAL PAPER, SUZANO, 
TROMBINI FRAIBURGO, VERACEL CELULOSE. 
INDÚSTRIA DE CIMENTO VOTORANTIM, INTERCEMENT, NASSAU, LAFARGE-HOLCIM 
TELEFONIA MÓVEL TIM, VIVO, CLARO, OI. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Essa estrutura de mercado caracteriza-se pela existência de reduzido número 
de produtores e vendedores fabricando bens que são substitutos próximos entre si. 
Em outras palavras, esses produtos têm alta elasticidade cruzada. Segundo a substi-
tutibilidade perfeita ou imperfeita dos bens, o oligopólio pode ser perfeito ou diferen-
ciado (PINHO et al., 2017). 
No mercado oligopolista devem prevalecer as seguintes premissas, conforme 
destacado por Nogami (2016). 
 
Quadro 17: Hipóteses básicas em um mercado de Oligopólio 
Oligopólio 
 
Hipóteses bási-
cas do modelo 
Observações 
- É uma situação de 
mercado em que um 
pequeno número de fir-
mas domina o mer-
cado, controlando a 
oferta de um produto 
que pode ser homogê-
neo ou diferenciado. 
De acordo com essa 
conceituação, a indús-
tria automobilística é 
um exemplo de indús-
tria com pequeno nú-
mero de firmas. Entre-
tanto, o oligopólio 
pode também ser en-
tendido como sendo 
uma indústria em que 
há um grande número 
1) Existência de 
Poucas Firmas. 
2) Produto Ho-
mogêneo ou Di-
ferenciado. 
3) Existência de 
Dificuldades 
para Entrar na 
Indústria. 
 
O oligopólio é uma estrutura de mercado que 
se situa entre a concorrência monopolista e o 
monopólio. O oligopólio apresenta como prin-
cipal característica o fato das firmas serem in-
dependentes. Isso decorre do pequeno nú-
mero de firmas existentes na indústria. O oli-
gopólio pode ter duas, três, dez ou mais em-
presas, dependendo da natureza da indústria. 
Entretanto, o número deve ser pequeno, de 
tal forma que as firmas levem em considera-
ção e tenham reações quanto às decisões de 
preço e produção de outras. Uma das manei-
ras de se verificar uma indústria é um oligopó-
lio e por meio de determinação do índice de 
concentração da indústria. 
No Brasil muitas indústrias, tais como as monta-
doras de veículos, indústria de aço, a indústria 
de fumo e a indústria de bebidas, são tidas 
como sendo oligopolistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
de firmas, mas poucas 
dominam o mercado. 
Exemplo: indústria de 
bebidas, de cigarros, 
empresas aeras, de te-
lefonia, gases industri-
ais, cimento e etc. 
O oligopólio pode ser puro ou diferenciado. 
Ele será considerado puro caso os concorren-
tes ofereçam um produto homogêneo (substi-
tutos perfeitos entre si). Exemplos de oligopólio 
puros podem ser encontrados na indústria de 
cimento, de alumínio, cobre, aço, etc. Caso 
os produtos não sejam homogêneos, o oli-
gopólio será considerado diferenciado. 
Como exemplo, podemos citar a indústria au-
tomobilística e de cigarros, cujos produtos, 
embora semelhantes, não são idênticos (o 
carro Vectra é diferente do Gol e o cigarro 
Marlboro é diferente do Free, e assim por di-
ante); 
Da mesma forma que no monopólio, existem 
barreiras que favorecem o surgimento do oli-
gopólio, impedindo a entrada de novas firmas 
na indústria, tais como a existência de paten-
tes e outras barreiras legais. 
Fonte: Nogami (2016) 
 
2.6 EXTERNALIDADES X VIRTUDES X VÍCIOS DO MERCADO 
Rossetti (2016)destaca que as virtudes e osvícios dos mercados competitivos 
passaram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses 
privados e públicos. 
Entre as virtudes do mercado, Rossetti (2016)destacam algumas que permane-
cem reconhecidas: 
 
Quadro 18: Virtudes do mercado 
O mercado gera índi-
ces de escassez 
Transmitidos aos preços e às remunerações, orientando a aloca-
ção dos recursos escassos da sociedade. 
O mercado é um cen-
tro de estimulação 
Que leva à maior qualificação dos recursos e a compromissos 
com a qualidade dos produtos. As exigências impostas pela 
competição são, de um lado, fatores de impulsão das pessoas 
para investirem em si mesmas, aprimorando o capital humano; 
de outro lado, impulsionam a diversidade dos produtos e seus 
padrões de desempenho e qualidade. 
O mercado orienta as 
sociedades 
Os preços sinalizam o que está sendo e o que deve ser conser-
vado; estimulam a busca de tecnologias alternativas; e sinaliza-
rão a direção a ser dada a boa parte dos projetos de P&D – Pes-
quisa e Desenvolvimento. 
O mercado possibilita 
as trocas voluntárias. 
Concilia interesses e objetivos. Nesse sentido, é uma alternativa 
a sistemas coercitivos. 
O mercado viabiliza a 
liberdade de escolha 
econômica 
Não obstante os graus dessa categoria de liberdade não se en-
contrarem igualmente distribuídos e serem desigualmente limita-
dos por diferentes níveis de restrições orçamentárias, o processo 
de escolha é tolhido para todos, sempre que se suprime o mer-
cado, centralizando-se decisões alocativas. 
Fonte: Rossetti (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
Mas, em contrapartida, Rossetti (2016) afirma que o mercado também tem ví-
cios. Estes são os mais apontados: 
 
Quadro 19: Vícios do mercado 
O processo de alocação exclusiva-
mente via mercado registra ineficácias, 
do ponto de vista social. 
Havendo consumidores dispostos e aptos a pa-
gar por rações balanceadas para cães de esti-
mação, essas rações continuarão a ser produzi-
das, ainda que pessoas desprovidas de recursos 
sobrevivam com dietas precárias. 
O mercado não se estrutura apenas se-
gundo as hipóteses da concorrência 
perfeita 
Prevalecem, na realidade, estruturas imperfeita-
mente competitivas, que podem conduzir a prá-
ticas que conspirem contra o interesse público. 
O mercado não garante, o tempo todo, 
o pleno-emprego dos recursos 
As instabilidades que muitas vezes decorrem de 
movimentos questionáveis das forças de mer-
cado, deixam recursos ociosos. Dificilmente o 
mercado leva a economia a operar permanen-
temente sobre suas fronteiras de produção. 
O mercado não é capaz de penalizar 
agentes econômicos que geram exter-
nalidades negativas, ao produzir ou a 
consumir. 
A acumulação de externalidades pode, no li-
mite, inviabilizar o processo econômico como 
um todo. 
 
Os mecanismos do mercado, limitados 
a preços, fragilizam-se diante do poder 
de outros mecanismos persuasórios e 
alocativos 
Estendida também à comunicação social, a li-
berdade de mercado pode tornar-se mais forte 
que as próprias forças do mercado. “A criatura 
pode rebelar-se contra o criador” e, embora 
menos perfeita, tomar seu lugar. 
Fonte: Rossetti (2016) 
 
Do balanceamento dessas virtudes e vícios, todos fortemente relacionados 
com os pontos fortes e fracos dos sistemas econômicos, podem resultar diferentes 
categorias de intervenções regulatórias exercidas pelo governo. 
Rossetti (2016)destaca as intervenções de maior relevância: 
 
Quadro 20: Intervenções regulatórias exercidas pelo governo 
Coparticipação do governo no processo 
produtivo 
Originalmente para a geração de bens e 
serviços públicos e semipúblicos. 
Controle de preços Fixação de tetos e de mínimos. 
Fixação de quotas de produção Limitação de acesso aos recursos. 
Controle de externalidades 
Notadamente as que conduzem à degra-
dação ambiental. 
Regulamentação de práticas operacionais 
Em estruturas imperfeitamente competiti-
vas. 
Implantação de mecanismos redistributivos 
de renda 
De efeitos indiretos e diretos. 
 
Fonte: Rossetti (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
Outras medidas também poderão ser reguladas pelo governo, como a fixa-
ção de quotas de produção, limitação de acesso aos recursos, constituição de esto-
ques reguladores, repressão aos abusos do poder de mercado, dentre outros. 
Este tópico iniciou-se com uma síntese acerca dos benefícios dos mercados 
que, mesmo com todas as imperfeições, podem levar a formas superiores de organi-
zação produtiva, com práticas abusivas, como a formação de cartéis. 
Nogami (2016)afirmam que o cartel é uma organização formal de produtores 
dentro de um setor. Essa organização formal determina as políticas para todas as 
empresas do cartel, objetivando aumentar seus lucros totais. 
Muitas vezes, os acordos entre empresas concorrentes são tornados públicos 
e, em outras, a prática de cartel ocorre sem que haja qualquer documento explici-
tando seu comportamento. Vale ressaltar que a prática do cartel no Brasil é conside-
rada um crime, portanto, ilegal. 
Determinadas consequências das atividades de produção geram custos para 
a sociedade, mas que não são computadas como custo de produção. Como exem-
plo, pode-se citar a poluição decorrente da produção de determinado bem ou ser-
viço. Este é o caso da poluição dos rios decorrente da produção de papéis ou a 
poluição do ar e sonora resultante do transporte rodoviário de cargas. Tais custos são 
denominados, na Economia, de externalidades negativas (BRAGA, 2019). 
 
 
 
As externalidades negativas também podem ser evitadas pelas ações de or-
ganizações não governamentais ou fundações que funcionam a partir de doações 
de pessoas físicas ou jurídicas, e com recursos financeiros praticam ações de caráter 
assistencial na sociedade. 
Muitas empresas possuem fundações para tal fim. Mas nem sempre as solu-
ções privadas garantem a solução adequada para os efeitos das externalidades. 
Cada vez mais as empresas tendem a ser responsabilizadas pelos danos am-
bientais, não apenas na forma de pagamento de multas, mas na obrigatoriedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
do desenvolvimento de procedimentos que minimizem tais danos. 
Neste sentido, muitas empresas de grande porte publicam seu balanço ambi-
ental, demostrando as ações que fizeram para minimizar os efeitos negativos causa-
dos ao meio ambiente em função de sua atividade. 
Se, por um lado, isso implica em aumento nos custos das firmas, por outro eleva 
o bem-estar daqueles que prezam pela qualidade de vida em um ambiente menos 
poluído, sem contar que melhora a imagem da empresa no mercado, com boas 
práticas de governança corporativa. 
O Brasil possui, desde os anos de 1960, extensa legislação que procura coibir 
os abusos do poder econômico em defesa da concorrência e da proteção aos con-
sumidores e consequentementemente combtare algumas externatidades negativas 
do mercado. 
Vasconcelos e Garcia (2019)demonstram que dentro do chamado Sistema 
Brasileiro de Defesa da Concorrência, o Conselho Administrativo de Direito Econô-
mico (Cade), a Secretaria de Direito Econômico (SDE) e a Secretaria de Acompa-
nhamento Econômico (Seae), que são os órgãos que têm por objetivo julgar os pro-
cessos administrativos relativos a abusos do poder econômico, bem como analisar 
fusões de empresas que podem criar situações de monopólio ou maior domínio de 
mercado. 
 
 
 No livro de Rossetti (2016) o autor demonstra as defasagens e imperfeições do mer-
cado mas 
 
https://bit.ly/2ZFq09h
https://bit.ly/2P4oknH
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Segundo Nogami e Passos (2016) podemos classificar as estruturas de mercado 
para o setor de bens e serviços da seguinte forma: Mercado de concorrênciaPer-
feita, monopólio, concorrência Monopolista e oligopólio. 
 
I - Concorrência Perfeita é uma estrutura de mercado, na qual existe um grande 
número de compradores e vendedores. 
II - Monopólio é uma estrutura de mercado na qual existe muitos vendedores e 
muitos compradores, sendo uma das causas para seu aparecimento a concessão 
de uma patente durante um determinado período de tempo. 
III - Oligopólio é uma estrutura de mercado na qual existe um pequeno número 
de empresas, diante de um grande número de compradores. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
2. Em alguns setores ____________________ ocorre cooperação entre as empresas, po-
rém em outros elas competem agressivamente, mesmo que isso signifique lucros 
menores. Para entendermos a razão disso é preciso levar em consideração o 
modo pelo qual essas empresas decidem seus níveis de produção e seus preços. 
 
Essa sentença se refere à: 
 
a) oligopolistas 
b) monopolistas 
c) de concorrência perfeita 
d) de concorrência imperfeita 
e) nenhuma das anteriores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
3. Em um mercado ____________________, algumas ou todas empresas explicita-
mente fazem coalizões: elas coordenam seus preços e níveis de produção de ma-
neira que possam maximizar seu lucro conjunto. Exemplo desse tipo de estrutura 
de mercado é o da OPEP (organização dos países exportadores de petróleo). 
 
a) oligopolistas 
b) monopolistas 
c) de concorrência perfeita 
d) de concorrência imperfeita 
e) nenhuma das anteriores 
 
4. Identifique o tipo de mercado 
 
1 - concorrência perfeita; 
2 – Concorrência imperfeita; 
3 – monopólio; 
4 - oligopólio) mais provável nas seguintes situações: 
 
 Não existem barreiras legais e econômicas tanto para a entrada quanto para a saída de 
firmas no mercado. 
 É uma situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha 
substitutos próximos 
 É uma situação de mercado na qual o número de compradores e vendedores é tão 
grande que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço. 
 Existência de Dificuldades para Entrar na Indústria. 
 É uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, 
controlando a oferta de um produto que pode ser homogêneo ou diferenciado. 
 
A sequência correta será: 
 
a) 1, 3, 1, 4, 4 
b) 2, 4,1, 3, 4 
c) 4, 4, 2, 1, 3 
d) 3, 3, 1, 4, 1 
e) 4, 3, 2, 1, 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
5. Identifique o tipo de mercado 
 
1 - concorrência perfeita; 
2 – Concorrência imperfeita; 
3 – monopólio; 
4 - oligopólio) mais provável nas seguintes situações: 
 
 É uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenci-
ados que sejam substitutos entre si. 
 Esta hipótese garante tanto aos compradores quanto aos vendedores terem informação 
perfeita sobre o mercado: ambos conhecem a qualidade do produto e seu preço vi-
gente (transparência de mercado). 
 Uma única firma oferece o produto em um determinado mercado 
 Os produtos colocados no mercado pelas firmas são homogêneos, ou seja, são perfeitos 
substitutos entre si (várias firmas produzindo o mesmo produto). Como resultado, os com-
pradores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão adquirir o produto. 
 
A sequência correta será: 
 
a) 3, 2, 1, 4 
b) 4, 3, 2, 1 
c) 2, 1, 3, 1 
d) 3, 1, 4, 2 
e) 2, 3, 4, 1 
 
6. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas-
saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses 
privados e públicos. Algumas medidas poderão ser reguladas pelo governo para 
combater os vícios: 
 
I - Fixação de quotas de produção. 
II - Limitação de acesso aos recursos 
III - Constituição de estoques reguladores 
IV - Repressão aos abusos do poder de mercado 
 
É correto o que se afirma em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II, III e IV 
 
7. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas-
saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses 
privados e públicos. Entre as virtudes do mercado, destacam algumas que per-
manecem reconhecidas: 
 
I – O mercado viabiliza a liberdade de escolha econômica 
II – O mercado orienta as sociedades 
III - O mercado possibilita as trocas voluntárias. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
8. Rossetti (2016) destaca que as virtudes e os vícios dos mercados competitivos pas-
saram a ser objeto de reconsideração, sob a óptica de conciliação dos interesses 
privados e públicos. Mas, em contrapartida, Rossetti afirma que o mercado tam-
bém tem vícios: 
 
I - O processo de alocação exclusivamente via mercado registra ineficácias, do 
ponto de vista social. 
II - O mercado não é capaz de penalizar agentes econômicos que geram exter-
nalidades negativas, ao produzir ou a consumir. 
III - O mercado não se estrutura apenas segundo as hipóteses da concorrência 
perfeita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
ELASTICIDADES 
 
 
 
 
Objetivos desta unidade: 
 Definir elasticidades e determinar sua importância 
 Explicar e exemplificar a Elasticidade preço da demanda 
 Explicar e exemplificar a Elasticidade preço da oferta 
 Explicar e exemplificar a Elasticidade renda da demanda 
 
3.1 CONCEITO E IMPORTÂNCIA 
No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decla-
rou que estava em curso uma pandemia denominada COVID-19, que rapidamente 
alastrou-se para todos os países do mundo, tendo impactos profundos na saúde pú-
blica e choques sem precedentes nas economias e nos mercados de trabalho 
(COSTA, 2020). 
De acordo com o Amitrano, Magalhães e Silva (2020)os fatores de demanda, 
associados aos impactos negativos da epidemia sobre três elementos distintos. 
 
1) Consumo das famílias: decorrente da perda de renda presente, resultado da 
redução da jornada de trabalho, do desemprego e/ou da queda dos salá-
rios reais. O consumo também é afetado negativamente pelas medidas de 
isolamento social que, ao limitarem a mobilidade (seja pelo medo, seja pela 
coerção do Estado), reduzem o montante gasto, ainda que a renda não 
tenha necessariamente sido reduzida. Além disso, a expectativa de queda 
da renda futura também contrai as despesas familiares. 
2) Investimento privado: relacionado tanto à queda da rentabilidade imediata, 
devido à redução da demanda (efeito acelerador), quanto à deterioração 
das expectativas sobre a rentabilidade futura. 
3) Comércio exterior: associado tanto à interrupção da produção de insumos 
e bens finais em diversos países, como à diminuição da demanda internaci-
onal, mas também a práticas não cooperativas e protecionistas (confisco da 
produção doméstica para venda exclusiva no mercado interno; aumento 
UNIDADE 
09 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
dos mark-ups relacionados à condição oligopolista nos mercados de insu-
mos). Neste caso, destaca-se o impacto da desaceleração chinesa, epicen-
tro inicial da crise, sobre as demais economias. 
 
No ano de 2020, o evento da Covid19 afetou drasticamente o consumo das 
famílias, conforme destacado pelo IPEA como consequência, houve aumentos ex-
cessivos nos preços de alguns alimentos, como a carne bovina, arroz, óleo de soja, 
açúcar, feijão, milho, dentre outros, bem como efeitos no mercado de trabalho, com 
o aumento do desemprego.Poderíamos responder usando a lei da demanda que aprendemos no pri-
meiro capítulo. Mas talvez você queira uma resposta exata. Em quanto o do arroz, a 
soja, o feijão, o milho, a carne bovina e etc., seria reduzida? 
Essa pergunta pode ser respondida por meio de um conceito chamado elas-
ticidade, que será desenvolvido neste capítulo. 
Conforme Mankiw (2020) a elasticidade é uma medida do tamanho da res-
posta dos compradores e vendedores às mudanças das condições do mercado. Ao 
estudarmos como um acontecimento ou política pública qualquer afeta um mer-
cado, podemos discutir não apenas a direção dos efeitos, mas também a sua mag-
nitude. 
Podemos então nas palavras de Mankiw (2020) encaminhar para a resposta 
da questão do aumento de preços dos alimentos ocasionados pela Covid19, que 
através da elasticidade veremos os efeitos na economia e também a sua magnitude, 
com o aumento de preços, da inflação e do desemprego. 
Na concepção de Nogami (2016)em termos econômicos, a elasticidade ex-
pressa uma relação entre duas variáveis inter- -relacionadas funcionalmente. 
Assim podemos relacionar a variação percentual na quantidade demandada 
em relação a uma mudança percentual no preço, ou uma variação percentual na 
quantidade demandada em relação a uma mudança percentual de renda. 
Este aumento do preço em alguns produtos alimentícios, de maneira geral faz com que 
os consumidores comprariam menos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
Do ponto de vista microeconômico, por exemplo, o conceito estaria associ-
ado às relações entre preço e quantidade demandada (ou ofertada) de um bem; 
da ótica macroeconômica, o conceito de elasticidade estaria associado, por exem-
plo, às relações existentes entre os níveis de renda e das importações de um país 
(NOGAMI, 2016). 
Interessa-nos, no momento, a elasticidade do ponto de vista microeconômico. 
Acima foram descritos aumentos de alguns alimentos, em função da crise do 
Covid19? Como vamos encontrar uma resposta do aumento ou diminuição do con-
sumo da carne de boi e do arroz, por exemplo? 
Então, através das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção de 
uma resposta em relação à mudança de preços. A demanda de um produto ou 
serviço poderá cair quando o preço sobe, e de maneira diferente do lado da oferta, 
poderá aumentar se o preço sobe. 
Neste contexto podemos perceber que após as mudanças de preços não será 
informado o quanto mais ou menos os consumidores demandarão ou os produtores 
ofertarão. Veremos que esta resposta será encontrada através do estudo da elastici-
dade. 
 
 
 
As reações dos consumidores a mudanças de preços, podem gerar sensibili-
dade ou não a este aumento, como dizem os economistas, podem ser elásticas ou 
inelásticas e do mesmo modo os produtores também têm suas reações. 
 
 
 
 
Se uma firma quer aumentar sua receita total. Deve reduzir ou aumentar seus preços? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
Em geral o aumento de preço tem dois efeitos, do ponto de vista do empre-
sário: 
Figura 17: Efeitos do aumento de preço 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Mas, a indagação do aumento de preços e sua influência na receita da em-
presa pode ser respondida com o estudo da elasticidade, o que vai depender da 
elasticidade do produto/serviço, como veremos no próximo item sobre elasticidade 
preço da demanda, com exemplos de demanda elástica, inelástica e unitária. 
Tomando por base a função demanda temos: 
 
 Elasticidade-Preço da Demanda; 
 Elasticidade-Renda da Demanda; 
 Elasticidade-Preço Cruzada. 
 
Tomando por base a função oferta temos: 
 
 Elasticidade-Preço da Oferta 
 
3.2 ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA 
 Variação percentual na quantidade demandada, dada a variação 
percentual no preço do bem, coeteris paribus, conforme fórmula a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
 
 
 
 
Vamos a algumas considerações da Elasticidade preço da demanda: 
 
1) Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores, quando ocorre uma vari-
ação no preço de um bem ou serviço. 
2) A Elasticidade-preço da demanda é sempre negativa. Seu valor é expresso 
em módulo (por exemplo, |Epd | = 1,5 que equivale a Epd = -1,5). 
 
 
 
A resposta é não, por dois motivos: o preço do sal é muito baixo para afetar 
sua quantidade demandada e por outro lado o sal não tem um substituto próximo. 
 
Figura 18: Aumento do preço do sal 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
 
Voltamos ao estudo da Elasticidade- Preço da Demanda que é calculada 
Se o preço do sal aumentar de R$ 1,00 para R$ 2,00 a quantidade demandada irá dimi-
nuir? 
 
Ed = ΔQd 
 ΔP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
pela razão entre dois percentuais: a variação percentual na quantidade deman-
dada dividido pela mudança percentual no preço, como apresentado nos exem-
plos a seguir: 
 
1) Suponhamos que a redução de 10% no preço do peixe durante a quaresma 
provoque uma elevação de 40% na quantidade demandada. Neste caso te-
remos: 
 
Ed = Variação percentual na Quant. Demandada = 40% = 4 
Variação percentual do preço 10% 
 
Isto significa que se trata de um produto que tem grande sensibilidade a vari-
ação de preços, uma vez que a variação percentual na quantidade foi quatro vezes 
maior que a variação percentual do preço que lhe deu origem. 
 
2) Suponhamos que a redução de 10% no preço da carne de porco na qua-
resma provoque uma elevação de 5% na quantidade demandada. Neste 
caso teremos: 
 
Ed = Variação percentual na Quant. Demandada = 5% = 0,5 
Variação percentual do preço 10% 
 
Isto significa que se trata de um produto cujas variações de preço provoca 
pouca reação nos consumidores, ou seja, há baixa sensibilidade, uma vez que a 
variação percentual do preço provoca uma variação percentual menor nas quan-
tidades demandadas. 
 
3) Suponhamos que a redução de 10% no preço da carne de frango na qua-
resma provoque uma elevação de 10% na quantidade demandada. Neste 
caso teremos: 
 
Ed = Variação percentual na Quant. Demandada = 10% =1,0 
Variação percentual do preço 10% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
Isto significa que a variação na quantidade demandada é igual a variação 
percentual no preço que a ocasionou. 
Nos resultados da variação da quantidade demandada, podemos fazer a 
Classificação da Elasticidade- Preço da demanda, em: 
 
Quadro 21: Classificação da elasticidade da demanda 
Ed > 1 = Demanda 
elástica 
 
Uma mudança no preço (%) provoca uma mudança (%) na quan-
tidade demandada maior que a mudança de preço. Ex. Ed = 
40%/10% = 4 
Ed < 1 = Demanda 
inelástica 
 
Uma mudança no preço (%) provoca uma mudança (%) na quan-
tidade demandada menor que a mudança de preço. Ex. Ed = 
10%/5% = 0,5 
Ed = 1 = Demanda 
unitária 
 
Uma mudança no preço (%) provoca uma mudança (%) na quan-
tidade demandada igual à mudança percentual havida no 
preço. Ex. Ed = 10%/10% = 1,0 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
 
 
 
Segundo Mankiw (2020) para responder a essa questão, os economistas cole-
tam dados dos resultados de mercado e aplicam técnicas estatísticas para estimar 
a elasticidade‐preço da demanda. Eis algumas elasticidades‐preço, obtidas de di-
versos estudos, para uma variedade de bens. 
 
Quadro 22: Elasticidades x receita 
Produto/Serviço Elasticidade 
Ovos 0,1 
Assistência Médica 0,2 
Arroz 0,5 
Habitação 0,7 
Carne de vaca 1,6 
Refeições (restaurante) 2,3 
Fonte: Mankiw (2020) 
 
Vamos responder a pergunta elaborada anteriormente: Se uma firma quer 
Quanto, precisamente, o preço de um bem em particular influencia a quantidade de-
mandada? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
aumentar sua receita total. Deve reduzir ou aumentar seus preços? 
Tudo vai depender da elasticidade.Ao se calcular a elasticidade da de-
manda e realizar sua classificação em elástica e inelástica, poderemos apontar se 
um aumento ou uma diminuição no preço pode diminuir ou aumentar a receita total 
da empresa. 
Na demanda elástica: 
 
Quadro 23: Efeito do preço na receita (demanda elástica) 
Diminuição no preço P Receita total aumenta RT 
Aumento no preço P Receita total diminui RT 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Na demanda inelástica: 
 
Quadro 24: Efeito do preço na receita (demanda inelástica) 
Diminuição no preço P Receita total diminui RT 
Aumento no preço P Receita total aumenta RT 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Se uma empresa estiver atuando na região inelástica da curva de demanda, 
será vantajoso para ela aumentar o preço até onde a Epd = 1. Neste caso, embora 
a quantidade vendida diminua, o aumento de preço mais que compensará esta 
diminuição. Consequentemente a receita total aumentará. 
Da mesma forma, se uma empresa estiver atuando na região elástica da 
curva de demanda, ela terá vantagens ao baixar o preço até onde a Epd = 1 pois 
o aumento na quantidade vendida mais que compensará a diminuição no preço. 
Neste caso haverá um aumento na receita total. 
Para entender melhor a situação apresentada de forma resumida anterior-
mente, vamos a um exemplo proposto por Nogami (2016)conforme quadro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
Quadro 25:Efeito da elasticidade na receita total 
Ponto 
Preço 
($) 
Quantidade 
Demandada 
Elasticidade 
 
Receita Total 
 
A 
 
B 
 
C 
 
D 
 
E 
 
F 
 
G 
 
H 
7,00 
 
6,00 
 
5,00 
 
4,00 
 
3,00 
 
2,00 
 
1,00 
 
0 
0 
 
50 
 
100 
 
150 
 
200 
 
250 
 
300 
 
350 
Ed = 13,00 
 
Ed = 3,67 
 
Ed = 1,80 
 
Ed = 1,00 
 
Ed = 0,56 
 
Ed = 0,27 
 
Ed = 0,08 
 
0 
0 
 
300,00 
 
500,00 
 
600,00 
 
600,00 
 
500,00 
 
300,00 
 
0 
 
Procura Elástica 
Receita total  
se preço ↓ 
Receita total ↓ 
Se preço ↑ 
 
 
Elasticidade Unitária 
Receita total não 
muda se preço  ou ↓ 
 
 
 
Procura Inelástica 
Receita total ↓ 
se preço ↓ 
Receita total ↑ 
Se preço ↑ 
 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Vamos a análise dos resultados do quadro acima: 
 
1) (Ponto A, B) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 7,00 para R$ 6,00, a 
quantidade demandada aumentou de 0 para 50 unidades, a elasticidade 
preço da demanda (no ponto médio) foi de 13,0, com este resultado a re-
ceita total aumentou para R$ 300,00 (Procura elástica). 
2) (Ponto B, C) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 6,00 para R$ 5,00, a 
quantidade demandada aumentou de 50 para 100 unidades, a elasticidade 
preço da demanda (no ponto médio) foi de 3,67, com este resultado a re-
ceita total aumentou de R$ 300,00 para R$ 500,00 (Procura elástica). 
3) (Ponto C, D) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 5,00 para R$ 4,00, a 
quantidade demandada aumentou de 50 para 100 unidades, a elasticidade 
preço da demanda (no ponto médio) foi de 1,80, com este resultado a re-
ceita total aumentou de R$ 500,00 para R$ 600,00 (Procura elástica). 
4) (Ponto D, E) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 4,00 para R$ 3,00, a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
quantidade demandada aumentou de 150 para 200 unidades, a elasticidade 
preço da demanda (no ponto médio) foi de 1,0, com este resultado a receita 
total permaneceu em R$ 600,00 (Elasticidade Unitária). 
5) (Ponto E, F) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 3,00 para R$ 2,00, a 
quantidade demandada aumentou de 200 para 250 unidades, a elasticidade 
preço da demanda (no ponto médio) foi de 0,56, com este resultado a re-
ceita diminuiu de R$ 600,00 para R$ 500,00 (Procura inelástica). 
6) (Ponto F, G) - Quando o preço do refrigerante caiu de R$ 2,00 para R$ 1,00, 
a quantidade demandada aumentou de 250 para 300 unidades, a elastici-
dade preço da demanda (no ponto médio) foi de 0,27, com este resultado a 
receita diminuiu de R$ 500,00 para R$ 300,00 (Procura inelástica). 
 
Em resumo: 
 
Quadro 26: Elasticidades x receita 
Ed Preço Receita Total 
Demanda elástica > 1 
 
Aumenta 
Diminui 
Diminui 
Aumenta 
Demanda unitária = 1 
Aumenta 
Diminui 
Constante 
Constante 
Demanda inelástica < 1 
Aumenta 
Diminui 
Aumenta 
Diminui 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
A figura abaixo mostra um resumo sobre a variação da receita total e da elas-
ticidade ao longo de uma curva de demanda. 
 
Figura 19: Variação da receita total e da elasticidade 
 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
Vasconcelos e Garcia (2019) demonstram alguns fatores que influenciam o 
grau de elasticidade-preço da demanda: 
 
Quadro 27: Fatores que influenciam a elasticidade da demanda 
Fatores Influência 
Existência de bens 
substitutos 
Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será 
sua demanda, pois pequenas variações em seu preço – para 
cima, por exemplo – farão que o consumidor passe a adquirir seu 
substituto, provocando queda em sua demanda mais que propor-
cional à variação do preço. 
Essencialidade do 
bem 
Se o bem é essencial, sua demanda será pouco sensível à varia-
ção de preço; terá, portanto, demanda inelástica 
Importância do 
bem, quanto a seu 
gasto no orçamento 
do consumidor 
Quanto maior o gasto referente a determinado bem (maior parti-
cipação ou peso) em relação ao gasto total (orçamento) do con-
sumidor, mais sensível torna-se o consumidor a alterações em seu 
preço (ou seja, a demanda é mais elástica) 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
3.3 ELASTICIDADE PREÇO DA OFERTA 
Segundo Vasconcelos e Garcia (2019)o mesmo raciocínio utilizado para a de-
manda também se aplica à oferta, observando-se, no entanto, que o resultado da 
elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é 
direta., assim, quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário estará 
disposto a ofertar, coeteris paribus. 
A elasticidade-preço da oferta (Eo) mede a reação dos vendedores às mu-
danças no preço. Na elasticidade preço da oferta ocorrerá a variação percentual 
na quantidade ofertada, dada uma variação percentual no preço do bem, coeteris 
paribus, conforme fórmula a seguir: 
 
 
 
 
 
Suponha que uma empresa tenha aumentado o preço de um televisor de R$ 
700,00 para R$ 900,00 por unidade, e que devido a isso a venda desse produto tenha 
diminuído de 200 para 150 unidades por mês. 
Eo = ΔQo 
 ΔP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
Vamos calcular a elasticidade preço da oferta utilizando a fórmula de elastici-
dade no ponto médio: 
 
Eo = Qo2 – Qo1 / Qo2 + Qo1 = 150 – 200 / 150 + 200 = 1,14 
 P2 – P1 / P2 + P1 900 – 700 / 900 + 700 
 
No resultado de 1,14 podemos classificar a elasticidade preço da oferta como 
elástica, pois quando há aumento de preço, haverá uma diminuição da receita da 
empresa. 
 
Aumento no preço P Receita total diminui RT 
 
Vamos a um outro exemplo: Considere os seguintes dados relativos à empresa 
Doce Vinhos. Embora alguns dados já estejam disponíveis, o gerente pretende redu-
zir os preços da garrafa de vinho tinto para aumentar as vendas. Ele estimou o cres-
cimento das vendas, mas precisa saber se de fato essa estratégia é boa. 
É necessário calcular a elasticidade preço da oferta e também a receita total, 
para descobrir qual o limite de preço do vinho tinto, de modo que não dê prejuízos 
para a empresa. 
 
Tabela 5:Elasticidade- preço da oferta do vinho tinto 
Cenários Preço 
Quant. ofertada 
estimada 
Receita Total 
Elasticidade- preço 
da oferta 
A $ 20,00 100 2.000,00 Elástica 3,39 
B $ 19,00 120 2.280,00 Elástica 3,39 
C $ 18,00 140 2.520,00 Elástica 2,84 
D $ 17,00 160 2.720,00 Elástica 2,33 
E $ 15,00 165 2.475,00 Inelástica 0,24F $ 13,00 170 2.210,00 Inelástica 0,20 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Conclusão: De acordo com o quadro acima, compensa para o gerente redu-
zir o preço até R$ 17 (Cenário D), onde a oferta é elástica, a partir do momento que 
a oferta passa a ser inelástica, não compensa mais reduzir preços, uma vez que a 
receita vai diminuir. 
Ao se calcular a elasticidade preço da oferta e também a receita total, en-
contramos algumas respostas do limite de preço do vinho tinto, de modo que não 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
dê prejuízos para a empresa, desse modo quando a: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4 ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA 
É utilizada para medir a reação dos consumidores a mudanças na renda. 
Na aplicação da fórmula encontraremos uma variação percentual na quan-
tidade demandada, dada uma variação percentual na renda, coeteris paribus: 
 
 
 
 
Vasconcelos e Garcia (2019)demonstram os resultados da elasticidade-renda 
e seus efeitos no consumo: 
 
a) Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é negativa, o bem é inferior, ou seja, 
aumentos de renda levam a quedas no consumo desse bem, coeteris paribus. 
b) Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é positiva e maior que 1, o bem é 
superior ou de luxo, ou seja, aumentos na renda dos consumidores levam a um 
aumento mais que proporcional no consumo do bem. 
 
Vejamos algumas considerações da elasticidade-renda em relação aos tipos 
de bens, propostos por Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Quadro 28: Considerações obre a elasticidade-renda 
A distinção entre 
bem normal e bem 
inferior 
Não tem muito significado para os consumidores mais pobres, para 
os quais praticamente todos os bens são normais, como alimentos, 
ou seja, se houver aumento da renda dos consumidores, eles não 
consumirão muito mais arroz, feijão, açúcar. 
Oferta Elástica No quadro 28 o preço caiu de $ 20 até $17 (Elástica) 
Receita total ↑ A receita aumentou de $2.000 para $ 2.720. 
se preço ↓ 
Oferta Inelástica No quadro 28 o preço caiu de $17 para $13 (Inelástica) 
Receita total ↓ A receita caiu de $2.720 para 2.210. 
se preço ↓ 
 
Er = ΔQd 
 ΔR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
Para bens normais Há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada, 
logo a elasticidade renda é positiva, assim quando há aumento na 
renda dos consumidores, é de se esperar que haja um aumento no 
consumo de bens normais. 
Para bens inferiores Há uma relação negativa entre renda e quantidade demandada, 
logo a elasticidade renda é negativa, assim quando há diminuição 
na renda dos consumidores, é de se esperar que haja uma diminui-
ção no consumo de bens inferiores (roupas usadas, carne de se-
gunda, e etc.). 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Vale destacar que para bens inferiores, caso a renda do consumidor (classe D 
e E) aumentar, ele deixará de consumir carne de segunda (vai diminuir o consumo 
de carne de segunda) e passará a consumir carne de primeira. 
Poderá acontecer o inverso, caso sua renda por um motivo diminuir, esse con-
sumidor voltará a consumir carne de segunda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bens complementares: Bens consumidos conjuntamente. (Vasconcelos e Garcia, 2019) 
Bens substitutos (ou concorrentes): O consumo de um bem substitui o consumo de outro. 
(Vasconcelos e Garcia, 2019) 
Coeteris paribus: Expressão latina que significa “tudo o mais constante”. Em Microecono-
mia, analisa-se um dado mercado isolado dos demais. É a análise do equilíbrio parcial. 
(Vasconcelos e Garcia, 2019) 
Elasticidade: Alteração percentual em uma variável, dada a variação percentual em ou-
tra, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 2019) 
Elasticidade-preço da demanda: Variação percentual na quantidade demandada, 
dada a variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 
2019) 
Elasticidade-preço da oferta: Variação percentual na quantidade ofertada, dada a va-
riação percentual no preço do bem, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 2019) 
Elasticidade-renda da demanda: É a variação percentual na quantidade demandada, 
dada uma variação percentual na renda, coeteris paribus. (Vasconcelos e Garcia, 2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. A elasticidade-preço da demanda é um conceito importante para as empresas 
porque lhes permite saber se ao reduzir ou aumentar o preço, a receita total au-
mentará, diminuirá ou permanecerá inalterada. Neste contexto: 
 
I - Quando a demanda é elástica, uma redução do preço aumentará a receita total. 
Ao contrário, um aumento do preço reduzirá a receita total (Ex. geladeira). 
II - Quando a demanda é inelástica, uma redução no preço diminuirá a receita total. 
Ao contrário, um aumento de preço elevará a receita total (ex. feijão). 
III - Quando a demanda é unitária, a receita total proporcionada pelo bem não é 
afetada pelo preço, ou melhor, não varia com o preço cobrado. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
2. Vamos supor que o governo querendo reduzir o consumo de gasolina no curto 
prazo, resolva promover um aumento de 40% no preço. Percebeu-se que este au-
mento provocou uma redução de 8% no consumo. O resultado do coeficiente de 
elasticidade-preço por gasolina foi de 0,2, conclui-se que: 
 
I - O resultado acima demonstra que a medida do governo não surtiu muito efeito, 
uma vez que a variação percentual na quantidade demandada é menor que a 
variação percentual no preço, ou seja, os consumidores foram insensíveis à varia-
ção do preço (demanda inelástica). 
II - O resultado acima demonstra que a medida do governo surtiu muito efeito, uma 
vez que a variação percentual na quantidade demandada foi maior que a varia-
ção percentual no preço, ou seja, os consumidores foram sensíveis à variação do 
preço (demanda elástica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
III - O resultado acima demonstra que a medida do governo surtiu muito efeito, uma 
vez que a variação percentual na quantidade demandada foi menor que a vari-
ação percentual no preço, ou seja, os consumidores foram insensíveis à variação 
do preço (demanda elástica). 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
3. Suponha que a elasticidade-preço da demanda por passagens aéreas seja 2. O 
que aconteceria com a quantidade demandada de passagens aéreas se o preço 
aumentasse em 5%? 
 
I - Se o preço das passagens aéreas aumentarem em 5%, a quantidade demandada 
vai aumentar em 10%. 
II - Se o preço das passagens aéreas aumentarem em 5%, a quantidade demandada 
vai cair em 10%. 
III - Se o preço das passagens aéreas aumentarem em 5%, a quantidade demandada 
não vai ser alterada. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
4. O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente a 
mudanças em variáveis econômicas. Podemos classificar a demanda em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
I - Demanda inelástica: Elasticidade inferior a 1. (Um aumento de 20% no preço causa 
uma queda de 10% na quantidade demandada). 
II - Demanda Elástica unitária: Elasticidade igual a 1. (Um aumento de 20% no preço 
causa uma queda de 20% na quantidade demandada). 
III - Demanda elástica: Elasticidade maior do que 1. (Um aumento de 20% no preço 
causa uma queda de 60% na quantidade demandada). 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
5. Em geral o aumento de preço tem dois efeitos, do ponto de vista do empresário: 
 
I - EfeitoPositivo de vender a um preço mais alto. 
II - Efeito Negativo de vender menos. 
III - A decisão de aumentar ou não dependerá de qual dos efeitos supera o outro. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
6. São fatores que determinam a elasticidade da demanda: 
 
I – Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais bens substitutos, mais elástica é a 
demanda, pois dado um aumento de preços, o consumidor tem mais opções para 
“fugir” do consumo desse bem; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
II - Essencialidade do bem: quanto mais essencial é um bem, mais elástica é a sua 
demanda, geralmente são bens de consumo saciado, como por exemplo, sal açú-
car, passagem de ônibus; 
III - Importância relativa do bem no orçamento do consumidor: quanto maior o peso 
do bem no orçamento, mais elástica é a demanda. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
7. A elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação 
percentual em outra, coeteris paribus. Sinônimo de sensibilidade, resposta, reação 
de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis. Na elasticidade 
preço da demanda: 
 
I - Variação percentual na quantidade demandada, dada a variação percentual na 
renda do consumidor, coeteris paribus. 
II - Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores, quando ocorre uma variação 
no preço de um bem ou serviço. 
III - A Elasticidade-preço da demanda é sempre negativa. Seu valor é expresso em 
módulo (por exemplo, |Epd | = 1,5 que equivale a Epd = -1,5). 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
8. A elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação 
percentual em outra, coeteris paribus. Sinônimo de sensibilidade, resposta, reação 
de uma variável, em face de mudanças em outras variáveis. Assim temos a: 
 
I - ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA - Variação percentual na quantidade deman-
dada, dada a variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. 
II - ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA - variação percentual na quantidade ofertada, 
dada uma variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. 
III - ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA - Variação percentual na quantidade de-
mandada, dada uma variação percentual na renda, coeteris paribus. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
TEORIA DA PRODUÇÃO E DOS 
CUSTOS 
 
 
 
Neste capítulo voltaremos para a oferta de mercado. Vamos trabalhar com 
A teoria da firma trata das seguintes questões: 
 
 O modo pelo qual uma firma toma decisões de produção minimizadoras de 
custo 
 O modo pelo qual os custos de produção variam com o nível de produção 
 Características da oferta de mercado 
 
 
 
Na teoria dos custos vamos mostrar o que os economistas entendem por cus-
tos, medição de custos, tipos de custos e formato das curvas de custo (custo fixo, 
custo variável, custo total, custo marginal) e o ponto de equilíbrio. Para Vasconcelos 
e Garcia (2019)a teoria dos custos de produção serve de base para a análise das 
relações existentes entre produção e custos dos fatores de produção em uma eco-
nomia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem diariamente, o re-
lacionamento entre a produção e os custos de insumos é muito importante na análise 
da teoria da formação dos preços. 
 
 
 
 
UNIDADE 
10 
a Teoria da produção e dos custos. Os princípios de produção estudados 
neste segmento são fundamentais para o entendimento da Teoria dos 
Custos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
4.1 FUNÇÃO PRODUÇÃO 
Quando falamos em produção, é comum pensarmos não apenas nos produ-
tos que a empresa produz, mas também nos fatores de produção, que são os recur-
sos que as empresas usam para produzir. 
Os fatores de produção incluem não só os recursos produtivos (trabalho, capi-
tal, terra e capacidade empresarial), como também matérias primas e outros bens e 
serviços adquiridos de outras empresas. 
 
Figura 20: Fatores de produção 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
A empresa é a unidade básica de produção em um sistema econômico. Ela 
contrata recursos produtivos, transforma-os em bens e serviços e os coloca ou à dis-
posição dos consumidores, no caso de bens finais, ou à disposição de outras empre-
sas, no caso de bens intermediários. 
No Processo Produtivo, há a combinação e transformação de insumos ou fa-
tores de produção em produtos, como a utilização do Trabalho, de Matérias-primas 
e de Capital. 
Rossetti (2016) nos traz um exemplo para ilustrar o processo produtivo na pro-
dução de um veículo “Gol”, a Volkswagen usa vários fatores de produção: 
 
1) Trabalho (que inclui o trabalho dos engenheiros, dos operários etc.), 
2) Capital humano (que inclui o conhecimento e a experiência de cada traba-
lhador), 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
3) Capital físico (que inclui computadores, máquinas, o prédio onde está insta-
lada a fábrica da empresa etc.) e a, 
4) Terra (sobre a qual se construiu o prédio que abriga a fábrica da empresa). 
 
A empresa também usou muitos recursos produzidos por outras empresas, in-
cluindo aí matérias-primas como tinta etc. 
Nas concepção de Vasconcelos e Garcia (2019) o empresário, ao decidir o 
quê, como e quanto produzir, com base nas respostas do mercado consumidor, mo-
dificará a quantidade utilizada dos fatores, para, com isso, variar a quantidade pro-
duzida do produto. A função de produção é a relação que mostra a quantidade 
física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produ-
ção em determinado período de tempo. 
No caso de dois insumos a função de produção é: 
 
Q = F(K,L) 
Onde, Q = Produto, K = Capital, L = Trabalho 
Essa função depende do estado da tecnologia 
 
Vasconcelos e Garcia (2019)afirmam que o empresário, ao decidir o que, 
como e quanto produzir, com base nas respostas do mercado consumidor, modifi-
cará a quantidade utilizada dos fatores, para, com isso, variar a quantidade produ-
zida do produto. Assim, fazem algumas considerações sobre a função produção: 
 
Quadro 29: Considerações sobre a função Produção 
1 - A função de 
produção 
É a relação que mostra a quantidade física obtida do 
produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores 
de produção em determinado período de tempo. (Terra, 
capital, trabalho e tecnologia) 
2 - A função de 
produção 
Admite sempre que o empresário esteja utilizando a 
maneira mais eficiente de combinar os fatores e, 
consequentemente, obter a maior quantidade produzida 
do produto, com a utilização das Curvas de possibilidade 
de produção. 
3 - A melhor 
tecnologia de 
produção 
É, na realidade, mais uma questão de engenharia do que 
de economia, ou seja, planejamento e controle de 
produção – PCP. 
 
Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Neste sentido, Nogami (2016)afirmam que a tecnologia existente à disposição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
 
da empresa permite a obtenção de um determinado volume de produção através 
da utilização de diferentes quantidades de fatores de produção. 
De acordo com o conceito de eficiência técnica e eficiência econômica, um 
mesmo volume de produto pode ser obtido utilizando-se mais mão de obra e menos 
capital (máquinas, equipamentos etc.), ou, alternativamente, menos mão de obra e 
mais capital, conforme apresentado no quadro 30 a seguir (NOGAMI, 2016). 
 
Quadro 30: Eficiência técnica x eficiênciaeconômica 
Eficiência técnica 
ou tecnológica 
Diz-se que um método de produc ̧ão é tecnologicamente o 
“mais eficiente” entre os métodos alternativos conhecidos se 
permitir a obtenção da mesma quantidade de produto que os 
outros processos com a utilizac ̧ão de menor quantidade de to-
dos os fatores de produc ̧ão, ou menor quantidade de pelo me-
nos um fator de produc ̧ão, com a quantidade dos demais fato-
res de produc ̧ão permanecendo inalterada 
Eficiência econô-
mica 
Um método de produc ̧ão será considerado “economicamente 
eficiente” se permitir a obtenc ̧ão da mesma quantidade de 
produto que os métodos alternativos, ao menor custo possível. 
Fonte: Nogami (2016) 
 
4.2 PERÍODOS DE TEMPO RELEVANTES PARA A EMPRESA 
A partir da classificação dos fatores de produção em fixos e variáveis, estabe-
lece-se a noção dos períodos de tempo relevantes para a empresa: o curto e o longo 
prazos. 
Rossetti (2016)estabele a relação e diferença entre o cruto e o longo prazo: 
 
Quadro 31: Curto prazo x Longo prazo 
Curto 
Prazo 
Diz respeito ao período de tempo em que pelo menos um dos 
fatores de produção empregados na produção é fixo. Assim, se 
o empresário quiser aumentar o volume físico de produção, em 
curto prazo, só poderá fazê-lo mediante a utilização mais 
intensa dos fatores de produção variáveis. 
Longo 
Prazo 
É definido como o período de tempo em que todos os fatores 
de pro- dução são variáveis. Em longo prazo, o tamanho da 
empresa pode mudar. Assim, ela pode aumentar sua 
capacidade instalada por meio da aquisição de novas 
instalações e equipamentos. 
Fonte: Rossetti (2016) 
 
Devemos observar ainda que as definições apresentadas para curto e longo 
prazos são gerais, variando conforme o tipo de empresa. Exemplificando: o curto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
prazo para uma empresa de confecção será menor que o curto prazo para uma 
empres que produz aviões, já que levam muito tempo para serem construídos. Nesse 
caso, o curto prazo pode durar vários meses. 
 
4.3 PRODUÇÃO COM UM FATOR VARIÁVEL E UM FIXO (UMA ANÁLISE DO 
CURTO PRAZO) 
Na teoria econômica em geral, e não apenas na microeconomia, é 
fundamental a questão do prazo que está sendo considerado, o curto ou 
o longo prazo, pois dependem de quais fatores de produção e insumos mantêm-se 
fixos, ou variam, no período analisado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). 
 
Quadro 32: Fatores de produção fixos e variáveis 
Fatores de produção 
variáveis 
São aqueles cujas quantidades utilizadas variam 
quando o volume de produção se altera. Por exemplo: 
quando aumenta a produção, são necessários mais 
trabalhadores e maior quantidade de matérias-primas 
Fatores de produção 
fixos 
São aqueles cujas quantidades não mudam quando a 
quantidade do produto varia. Por exemplo: as instala-
ções da empresa e a tecnologia, que são fatores que 
só são alterados no longo prazo. 
Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
 
 
Para se apurar o custo total, leva-se em consideração o somatório dos custos 
fixos mais os custos variáveis. 
 
Figura 21: Formação do custo total 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
No processo de medição de Custos: Quais Custos devemos considerar? Custos fixos, vari-
áveis, custo médio, custo marginal? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
 
Custos Fixos são aqueles que permanecem constantes dentro de determinada 
capacidade instalada, independem do volume de produção, ou seja, uma altera-
ção no volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do 
custo. Exemplos como: aluguel, salário dos supervisores da fábrica, internet, material 
de limpeza, material de escritório, seguros etc (COSTA; OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR, 2012). 
Ainda conforme os autores os custos fixos têm as seguintes características: 
O valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produ-
ção; O valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume 
de produção, por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior; Sua alo-
cação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, 
de critérios de rateios determinados pela administração; A variação dos valores totais 
pode ocorrer em função de desvalorização da moeda ou por aumento ou redução 
significativa no volume de produção. 
Crepaldi e Crepaldi (2017) demonstram que o custo fixo que, em determinado 
período e volume de produção, não se altera em seu valor total, mas vai ficando 
cada vez menor em termos unitários com o aumento do volume de produção. 
Outro aspecto dos Custos Fixos para Martins (2018) é que eles não são, mesmo 
os repetitivos, eternamente do mesmo valor. Sempre há pelo menos duas causas 
para sua modificação: mudança em função de variação de preços, de expansão 
da empresa ou de mudança de tecnologia. 
Os custos fixos ocorrerão independentemente do nível de atividade como alu-
guel de imóveis utilizados na produção de bens e serviços; mão de obra indireta (su-
pervisores e gerentes de produção); pró-labore do diretor; salários da vigilância e 
etc., apesar de seus valores se modificarem, já que seu montante em cada período 
é independente do volume de produção (MARTINS, 2018). 
Para Dubois, Kulpa e Souza (2019)os custos fixos são aqueles cujos valores são 
os mesmos, qualquer que seja o volume de produção da empresa, dentro de um 
intervalo relevante. Portanto, eles não apresentam qualquer variação, em função do 
nível de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
 
Figura 22: Custos fixos 
 
Fonte: Dubois, Kulpa e Souza (2019) 
 
Nota-se que, em termos gráficos, os custos fixos sempre se comportarão para-
lelamente ao eixo das quantidades, visto que não apresentam variação, qualquer 
que seja o volume produzido pela empresa. 
Os custos variáveis são aqueles que mantêm relação direta com o volume de 
produção ou serviço. Dessa maneira, o valor absoluto dos custos variáveis cresce à 
medida que o volume de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, 
esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo no volume pro-
duzido (COSTA; OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR, 2012). 
Ainda de acordo com os autores os custos variáveis têm as seguintes caracte-
rísticas: seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; o valor é 
constante por unidade, independentemente da quantidade produzida; a alocação 
aos produtos é, normalmente, feita de forma direta, sem a necessidade de utilização 
de critérios de rateios. 
Martins (2018)demonstra que os Custos variáveis são uniformes por unidade, 
mas que variam no total na proporção direta das variações da atividade total ou do 
volume de produção relacionado. 
Os custos variáveis sempre apresentarão algum grau de variação em função 
das quantidades produzidas e, por este motivo, seu gráfico se apresentará da se-
guinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
 
Figura 23:Custos Variáveis 
 
Fonte: Dubois, Kulpa e Souza (2019) 
 
Os custos variáveis totais são aumentados ou diminuídos de acordo com o au-
mento ou diminuição da quantidade produzida. São aqueles cujos valores alteram-
se em função do volume de produção ou atividades como a matéria-prima consu-
mida e o material de embalagem nos produtos acabados. 
Observa-se que, na medida em que as quantidades forem aumentando, os 
custos variáveis também irão crescendo, de maneira diretamente proporcional ao 
volume de produção. 
Resumidamente, na figura a seguir são apresentados os formatos das curvas 
de custos: 
 
Figura 24: Formatos das Curvas de Custos 
 
Fonte: Nogami (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
 
Vamos entender como a junção dos custos fixos e variáveis podem produzir o 
que chamaremos de ponto de equilíbrio: 
 
 É definido como o nível de produção e vendas em que todos os custos fixos e 
variáveis sãocobertos pela receita, isto é, o ponto em que o lucro é igual a 
zero. 
 Em outras palavras é o mínimo de produção e vendas que a firma pode funci-
onar sem que ocorram perdas. 
 
Graficamente podemos observar na figura o ponto de equilíbrio, onde houve 
a interseção das curvas de receitas totais com os custos totais: 
 
Figura 25: Gráfico do ponto de equilíbrio 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Resumidamente podemos entender o ponto de equilíbrio, com a aplicação 
das fórmulas a seguir: 
 
 CT = CF + CV (Custo total é igual a soma do custo fixo mais o custo variável) 
 RT = P x Q (Receita total é igual ao preço multiplicado pela quantidade) 
 LT = RT – CT (Lucro total é igual a receita total menos o custo total) 
 PE (Ponto de equilíbrio), onde a RT (receita total) = CT (custo total), e o Lucro = 
0 
 
Vamos a um exemplo prático, para entender as aplicações das formulas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
acima: 
 
Tabela 6: Ponto de equilíbrio da venda de camisas 
Preço Quanti- 
Dade 
Custo 
Fixo 
Custo 
variável 
Custo 
Total 
Receita 
Total 
Lucro 
Total 
100 500 100.000 25.000 125.000 50.000 -75.000 
100 1000 100.000 50.000 150.000 100.000 -50.000 
100 1500 100.000 75.000 175.000 150.000 -25.000 
100 2000 100000 100000 200000 200000 Zero 
100 2500 100.000 125.000 225.000 250.000 25.000 
100 3000 100.000 150.000 250.000 300.000 50.000 
Fonte: Adaptado de Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
No quadro 33, podemos observar que o ponto de equilíbrio aconteceu 
quando a empresa vendendo a camisa a um preço de R$ 100,00, teve um custo fixo 
no montante de R$ 100.000,00 e um custo variável de R$ 100.000,00, ocasionando um 
custo total de R$ 200.000,00, que se igualou a receita total de R$ 200.000,00, não ha-
vendo lucro ou prejuízo. 
Note-se no quadro, que qualquer ponto acima do equilíbrio a empresa terá 
prejuízo, já abaixo do equilíbrio a empresa terá lucro. 
A análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é muito importante 
como instrumento de decisão gerencial. O sucesso financeiro de qualquer empreen-
dimento empresarial está condicionado à existência da melhor informação geren-
cial. 
 
4.4 PRODUTO TOTAL, MÉDIO, MARGINAL 
Uma vez conceituados os períodos de tempo relevantes para a empresa, fa-
remos agora uma análise da produção em curto prazo. Nosso estudo se concentrará 
especificamente nesse período de tempo, porque toda ação econômica tem lugar 
em curto prazo. 
Iniciaremos com o exemplo utillizado por Nogami e Passos (2019)) de uma fa-
zenda que produz trigo: 
 
1) A fazenda possui uma área cultivável de 10 hectares (fator fixo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
 
 
2) A mão de obra será o único fator de produção variável, de tal forma que essa 
fazenda possa produzir volumes maiores de produção (trigo) por meio do au-
mento de seu fator de produção mão de obra. 
 
 
 
 
Em termos de função de produção teríamos: 
 
 
 
Tabela 7: Produção de trigo com um fator variável (Mão de obra) 
1 
Quantidade 
De trabalho (L) 
2 
Quantidade de 
capital (K) 
3 
Produto total 
(Q) 
4 
Produto médio 
(Q/L) 
5 
Produto marginal 
(ΔQ/Δ L) 
0 10 0 - - 
1 10 10 10 10 
2 10 30 15 20 
3 10 60 20 30 
4 10 80 20 20 
5 10 95 19 15 
6 10 108 18 13 
7 10 112 16 4 
8 10 112 14 0 
9 10 108 12 -4 
10 10 130 10 -8 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Na produção com um insumo variável (Trabalho), vamos a algumas observa-
ções: 
 
1) À medida que aumenta o número de trabalhadores, o produto (Q) au-
menta, atinge um máximo e, então, decresce. 
2) O produto médio do trabalho (PM), ou produto por trabalhador, inicialmente 
aumenta e depois diminui. 
 
 
Como a produc ̧ão de trigo se modifica à medida que o número de trabalhadores varia? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
 
 
3) O produto marginal do trabalho (PMg), ou produto de um trabalhador adicio-
nal, aumenta rapidamente no início, depois diminui e se torna negativo. 
 
 
 
Figura 26: Curva de produção total do trigo 
 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Na figura representamos os produtos médios e marginal associados às várias 
quantidades de trabalho utilizadas. Os dados são os constantes do Quadro 34. 
Como o produto marginal foi definido como a variação na produção total 
decorrente da variação de uma unidade do fator de produção variável, cada valor 
de Pmg deve ser representado no ponto médio do intervalo entre duas unidades. 
Devemos observar que, no caso, o Pmg é dado pela inclinação da curva de 
Produto Total entre as unidades de fator variável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
 
Figura 27: Curvas de produto médio e marginal 
 
Fonte: Adaptado de Nogami (2016) 
 
Observa-se na figura que, após certo nível de produção, o custo total passa a 
crescer mais que o aumento da produção, e os custos médio e marginal passam a 
ser crescentes. 
Como o custo fixo médio tende a zero, quando aumenta o volume de produ-
ção, o custo total médio tende, no limite, a se igualar ao custo variável. A custo médio 
e variável no ponto mínimo dessas duas. Essa é a chamada lei dos custos crescentes, 
que no fundo é a lei dos rendimentos decrescentes, da teoria da produção, aplicada 
à teoria dos custos da (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ttps://bit.ly/2P9qKl7
ttps://bit.ly/2ZGb3no.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. A existência de diferentes métodos de produção permite à empresa a obtenção 
de um determinado volume de produção por meio da utilização de diferentes 
quantidades de fatores de produção. Assim, o processo de produção economi-
camente mais eficiente será aquele que permite: 
 
a) Está associada ao método de produção mais barato (isto é, os custos de produção 
são menores) relativamente a outros métodos, para produzir a mesma quantidade 
do produto. 
b) A obtenção da mesma quantidade de produção que os métodos alternativos, 
com a utilização da menor quantidade de todos os fatores de produção. 
c) várias combinações de outros fatores de produção para a produção de uma 
mesma quantidade, mantendo-se a tecnologia constante. 
d) A obtenção de maior quantidade de produção que os métodos alternativos, ao 
menor custo. 
e) diversas combinações de outros fatores de produção para a produção de uma 
mesma quantidade, mantendo-se fixa as quantidades do insumo de capital e tra-
balho. 
 
2. A Função de Produção indica o maior nível de produção que uma firma pode 
atingir para cada possível combinação de insumos, dado o estado da tecnologia. 
Mostra o que é tecnicamente viável quando a firma opera de forma eficiente. 
Neste contexto: 
 
I - A função de produção é a relação que mostra a quantidade física obtida do pro-
duto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em determi-
nado período de tempo. 
II - A função de produção, assim definida, admite sempre que o empresário esteja 
utilizando a maneira mais eficiente de combinar os fatores e, consequente-mente, 
obter a maior quantidade produzida do produto. 
III - A melhor tecnologia de produção é, na realidade, mais uma questão de enge-
nharia do que de economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
3. Rossetti (2016) demonstra que a escolha do método ou processo de produção de-
pende de sua eficiência. 
 
I - O conceito de eficiência pode ser enfocado do ponto de vista técnico ou tecno-
lógico, ou do ponto de vista econômico. 
II - Eficiência econômica é quando, comparado com outros métodos, utiliza menor 
quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente do produto. 
III - Eficiência técnica está associada ao método de produção mais barato (isto é, os 
custosde produção são menores) relativamente a outros métodos, para produzir 
a mesma quantidade do produto. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
4. Custos Fixos para Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) são aqueles que permanecem 
constantes dentro de determinada capacidade instalada, independem do vo-
lume de produção, ou seja, uma alteração no volume de produção para mais ou 
para menos não altera o valor total do custo. Os custos fixos têm as seguintes ca-
racterísticas, conforme figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
 
 $ 
 Custos Fixos 
 
 
 
 Quantidades 
 
I - O valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produção. 
II – Ocorrerão independentemente do nível de atividade como aluguel de imóveis 
utilizados na produção de bens e serviços. 
III - Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria 
das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
5. Conforme Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) os custos variáveis são aqueles que 
mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Os custos variáveis 
têm as seguintes características, conforme figura a seguir: 
 $ 
 Custos Variáveis 
 
 
 
 Quantidades 
 
I - Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; 
II - Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria 
das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89 
 
 
III - A alocação aos produtos é, normalmente, feita de forma direta, sem a necessi-
dade de utilização de critérios de rateios. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
6. No Processo Produtivo, há a combinação e transformação de insumos ou fatores 
de produção em produtos, como a utilização do Trabalho, de Matérias-primas e 
de Capital. Rossetti (2016) nos traz um exemplo para ilustrar o processo produtivo 
na produção de um veículo “Gol”, a Volkswagen usa vários fatores de produção. 
Neste contexto, associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 
 
1 – Trabalho ( ) Inclui o conhecimento e a experie ̂ncia de cada traba-
lhador 
2 - Capital humano ( ) Inclui o trabalho dos engenheiros, dos operários etc 
3 - Capital físico ( ) Sobre a qual se construiu o prédio que abriga a fábrica 
da empresa 
4 – Terra ( ) Inclui computadores, máquinas, o prédio onde está ins-
talada a fábrica da empresa etc 
 
A sequência correta será: 
 
a) 3, 2, 1, 4 
b) 4, 3, 1, 2 
c) 2, 1, 4, 3 
d) 3, 4, 1, 2 
e) 1, 4, 3, 2 
 
7. Vamos entender como a junção dos custos fixos e variáveis podem produzir o que 
chamaremos de ponto de equilíbrio: 
Gráfico do ponto de equilíbrio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
 
 
 $ Receitas Totais 
 
 Custos totais 
 
 Ponto de equilíbrio 
 
 
 
 
 Quantidades 
 
Graficamente podemos observar que: 
 
I – O ponto de equilíbrio é definido como o nível de produção e vendas em que todos 
os custos fixos e variáveis são cobertos pela receita, isto é, o ponto em que o lucro 
é igual a zero. 
II – No ponto de equilíbrio acontece o mínimo de produção e vendas que a firma 
pode funcionar sem que ocorram perdas. 
III – No ponto de equilíbrio é onde houve a interseção das curvas de receitas totais 
com os custos totais 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
8. Associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 
1 – Curto Prazo ( ) Prazo É definido como o período de tempo em que todos os 
fatores de pro- duc ̧ão são variáveis. Em longo prazo, o tama-
nho da empresa pode mudar. Assim, ela pode aumentar sua 
capacidade instalada por meio da aquisic ̧ão de novas insta-
lac ̧ões e equipamentos. 
2 - Longo Prazo ( ) São aqueles cujas quantidades utilizadas variam quando o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
 
 
volume de produção se altera. Por exemplo: quando au-
menta a produção, são necessários mais trabalhadores e 
maior quantidade de matérias-primas. 
3 - Fatores de produ-
ção variáveis 
( ) são aqueles cujas quantidades não mudam quando a quan-
tidade do produto varia. Por exemplo: as instalações da em-
presa e a tecnologia, que são fatores que só são alterados no 
longo prazo. 
4 – Fatores de produ-
ção fixos 
( ) Diz respeito ao período de tempo em que pelo menos um dos 
fatores de produc ̧ão empregados na produc ̧ão é fixo. Assim, 
se o empresário quiser aumentar o volume físico de pro-
duc ̧ão, em curto prazo, só poderá faze ̂-lo mediante a utili-
zac ̧ão mais intensa dos fatores de produc ̧ão variáveis. 
 
A sequência correta será: 
 
a) 3, 2, 1, 4 
b) 4, 3, 1, 2 
c) 2, 3, 4, 1 
d) 3, 4, 1, 2 
e) 1, 4, 3, 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
92 
 
 
MACROECONOMIA 
 
 
 
Objetivos desta unidade: 
» Demonstrar os objetos de estudo da Macroeconomia. 
» Classificar e explicar as principais políticas macroeconômicas. 
 
5.1 DEFINIÇÃO DE MACROECONOMIA-TEORIA MACROECONÔMICA 
Como vimos na unidade I, a ciência econômica se divide em dois ramos: mi-
croeconomia e macroeconomia. 
A microeconomia é o estudo de como as famílias e as empresas individuais 
tomam decisões e interagem umas com as outras nos mercados. 
Como a economia nada mais é que um conjunto de muitas famílias e muitas 
empresas que interagem em muitos mercados, a microeconomia e a macroecono-
mia estão intimamente associadas. 
Nesta unidade vamos tratar da macroeconomia, que segundo Mankiw 
(2020)é o estudo da economia como um todo, com o objetivo de explicar as mudan-
ças econômicas que afetam muitas famílias, empresas e mercados simultanea-
mente. 
 
 
Por que estudar Macroeconomia? Qual a preocupação dos macroeconomistas? Quais 
são os temas estudados na macroeconomia? Por que a renda média é elevada em al-
guns países e baixa em outros? Por que os preços sobem rapidamente em algumas épo-
cas e permanecem mais estáveis em outras? Por que a produção e o emprego aumen-
tam em alguns anos e se contraem em outros? O que o governo pode fazer para promo-
ver o crescimento acelerado da renda, a baixa inflação e um nível de emprego estável? 
(MANKIU, 2020) 
 
UNIDADE 
11 
Demonstramos o comportamento do consumidor, através da Lei da De-
manda, identificando os fatores que influenciam sua decisão de compra, em seguida 
o comportamento do produtor, através da Lei da Oferta, identificando os fatores que 
influenciam a decisão de produzir/vender o produto/serviço e em seguida, como 
ocorre o equilíbrio de mercado, dentre outros temas como as estruturas de mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
93 
 
 
Estas perguntas são todas de natureza macroeconômica, porque se referem 
ao funcionamento da economia como um todo. 
Veremos que a macroeconomia procura explicar, buscar soluções, para algu-
mas questões, como: 
 
• Por que ocorre o déficit na Balança de Pagamentos? 
• Por que há inflação? Como ocorre? Como baixá-la? 
• Por que existe o desemprego? Como diminuí-lo? 
• Por que a taxa de investimento é baixa? 
 
Segundo Vasconcelos e Garcia (2019)a Macroeconomia é o segmento da ci-ência econômica que se ocupa do estudo dos agregados econômicos no curto 
prazo. É a teoria da renda, do emprego, da moeda, da taxa de juros emprego e da 
flutuação do nível de preços. 
A macroeconomia aborda a Contabilidade Nacional, moeda, economia in-
ternacional, crescimento e desenvolvimento econômico, bem como as noções sobre 
a evolução da formação da economia brasileira, o desemprego, a inflação e temas 
econômicos atuais relacionados ao país, ou seja, fenômenos que atingem a econo-
mia em sua totalidade: 
 
Figura 28: Objeto de estudo da macroeconomia 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
A Macroeconomia, estuda as atividades econômicas globais de uma socie-
dade, analisando o comportamento agregado dos agentes econômicos. São alguns 
exemplos dos agregados macroeconômicos: Produto Interno Bruto (PIB), o Produto 
Nacional Bruto (PNB), Demanda agregada, oferta agregada e etc. 
Podemos considerar as formas de intervenção do governo na economia, o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
94 
 
 
que nos remete às denominadas políticas macroeconômicas e às polêmicas 
em torno dos seus resultados, que contemplam custos e benefícios (LOPES et al., 
2018). 
São os seguintes os objetivos das políticas macroeconômicas: 
 
Figura 29: Objetivos das políticas econômicas 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Vasconcelos e Garcia (2019)descrevem sobre a política macroeconômica e 
sua atuação, a política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a 
capacidade produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agre-
gada), com o objetivo de permitir que a economia opere a pleno emprego, com 
baixas taxas de inflação com distribuição de renda justa, e cresça de forma contínua 
e sustentável. As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas con-
junturais, de curto prazo. É a preocupação central das chamadas políticas de esta-
bilização. As questões relativas ao crescimento econômico e à distribuição de renda 
envolvem aspectos também estruturais, que são predominantemente de longo 
prazo. 
 
5.2 PRINCIPAIS POLÍTICAS MACROECONÔMICAS 
Segundo Rossetti (2016)os instrumentos da política macroeconômica são vari-
áveis-meio que se mobilizam para alcançar os objetivos de expansão do produto e 
o emprego, a estabilidade dos preços e o equilíbrio em transações externas. 
Veremos a seguir os principais instrumentos para atingir tais objetivos, que são 
as políticas fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas. 
 
5.2.1 Política Fiscal 
A Política Fiscal é o nome dado às ações do governo destinadas a ajustar seus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
95 
 
 
níveis de gastos, assim monitorando e influenciando a economia de um país. 
 Para Lopes et al. (2018)são políticas que alteram os gastos do governo ou os 
impostos e subsídios impostos à sociedade. O objetivo dessa política é o estímulo, via 
demanda, do nível de atividade econômica. 
 Vários autores definem no quadro 35, a política fiscal e seus objetivos: 
 
Quadro 33: Conceituação de política fiscal 
Vasconcelos e Garcia (2019) Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dis-
põe para arrecadar tributos (política tributária) e con-
trolar suas despesas (política de gastos). 
Nogami e Passos (2016) Refere-se à ação do governo com relação aos seus 
gastos e receitas (impostos e taxas). 
Rossetti (2016) Diz respeito ao manejo dos orçamentos do governo, 
tanto do lado dos dispêndios, quanto do lado das re-
ceitas. 
Lopes et al. (2018) Políticas que alteram os gastos do governo ou os im-
postos e subsídios impostos à sociedade 
Fonte: Adaptação de vários autores (2020) 
 
 
 
Os governos modernos, em países economicamente avançados, gastam 
grande quantidade de dinheiro e coletam grande quantidade de impostos, sejam 
das pessoas físicas ou jurídicas. 
Os objetivos da política econômica (seja expansionista ou contracionista) e as 
medidas e instrumentos fiscais, são avaliados por Vasconcelos e Garcia (2019), con-
forme apresentado no quadro a seguir: 
 
Quadro 34: Objetivos das políticas econômicas x medidas fiscais 
Se o objetivo da polí-
tica econômica for 
reduzir a taxa de in-
flação. 
As medidas fiscais normalmente adotadas são a dimi-
nuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga tri-
butária (o que inibe o consumo). Logo, essas medidas 
visam diminuir os gastos da coletividade. 
Se o objetivo for 
maior crescimento e 
emprego. 
Os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido 
inverso, para elevar a demanda agregada. 
Para uma política 
que vise melhorar a 
Esses instrumentos devem ser utilizados de forma sele-
tiva, em benefício dos grupos menos favorecidos. Por 
Que políticas constituem a política fiscal expansionista e quais constituem a política fiscal 
contracionista? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 
 
 
distribuição de 
renda. 
exemplo, impostos progressivos, gastos do governo em 
regiões mais atrasadas etc. 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
5.2.2 Política Monetária 
Lopes et al. (2018) afirmam que a política monetária consiste no controle da 
quantidade de meios de pagamento ou, em termos gerais, da quantidade de mo-
eda na economia. No mínimo dois são os objetivos dessa política: estimular a econo-
mia ou controlar a inflação. 
Vários autores definem no quadro a política monetária e seus objetivos: 
 
Quadro 35: Conceituação de política monetária 
Vasconcelos e 
Garcia (2019) 
 
Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda 
e títulos públicos existentes na economia. 
Nogami (2016) Pode ser definida como o conjunto de medidas adotadas pelo 
governo com o objetivo de controlar a oferta de moeda, os níveis 
das taxas de juros e o crédito, de forma a assegurar a liquidez do 
sistema econômico. 
Rossetti (2016) O instrumento básico é o controle da oferta de moeda, que de-
fine a liquidez da economia como um todo, atuando sobre a taxa 
de juros. 
Lopes et al. (2018) A política monetária consiste no controle da quantidade de meios 
de pagamento ou, em termos gerais, da quantidade de moeda 
na economia. 
Montella (2012) Política monetária é o conjunto de medidas adotadas pelo go-
verno com o objetivo de controlar a oferta monetária, a taxa de 
juros e, por conseguinte, a atividade econômica. 
Fonte: Adaptado de varios autores (2020) 
 
O mercado monetário compreende a quantidade ofertada e demandada de 
moeda, e o preço da moeda, que é a taxa de juros. 
De acordo com Montella (2012) toda vez que a taxa de juros aumenta, a con-
cessão de crédito, tanto para as famílias que consomem quanto para as empresas 
que investem em bens de capital, fica mais cara. 
Como consequência, o consumo e o investimento autônomos diminuem, re-
duzindo a demanda agregada e o nível de renda de equilíbrio da economia. 
Montella (2012) demonstra que além das emissões clássicas de moeda, são 
três os instrumentos clássicos de controle monetário: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
97 
 
 
Quadro 36: Instrumentos de controle monetário 
1. os depósitos 
compulsórios 
Se o governo quiser restringir a oferta monetária, um dos caminhos 
é aumentar a taxa dos depósitos compulsórios, ou seja, a porcen-
tagem dos depósitos à vista dos bancos comerciais que eles são 
obrigados a depositar no Banco Central. O aumento dos depósitos 
compulsórios reduz os recursos disponíveis que os bancos comerci-
ais te ̂m para emprestar e, consequentemente, a oferta de moeda 
escritural (moeda disponível para empréstimo. Caso o governo de-
seje aumentar a oferta monetária, ele faz o procedimento inverso, 
isto é, diminui a taxa do compulsório, aumentando a oferta de mo-
eda escritura 
2. A taxa de 
redesconto 
Redesconto é o empréstimo cedido pelo Banco Central aos ban-
cos comer- ciais, quando estes estão com problemas de liquidez. 
Se o Banco Central elevar a taxa ou restringir as condic ̧ões de re-
desconto, desestimulará o sistemabancário a recorrer a esse tipo 
de socorro financeiro. Com isso, o BC está automaticamente res-
tringindo o crédito e limitando a criação de moeda bancária. O 
contrário ocor- rerá caso o BC facilite as condic ̧ões de redesconto 
e/ou reduza as taxas cobradas nessa operac ̧ão. 
3. As operações 
de open market. 
 
As operac ̧ões de open market (mercado aberto) permitem ao go-
verno regular diretamente o volume dos meios de pagamento. Es-
sas operac ̧ões consistem na compra e venda, pelo Banco Central, 
de títulos da dívida pública. Tais títulos são emitidos pelo Governo 
Federal e adquiridos pelo Banco Central, que os mantém em sua 
carteira (no seu Ativo). 
Fonte: Montella (2012) 
 
Os objetivos da política econômica no controle da inflação e nas metas de 
crescimento econômico, são avaliados por Vasconcelos e Garcia (2019)conforme 
apresentado no quadro a seguir: 
 
Quadro 37:Objetivos da política monetária 
Se o objetivo for o 
controle da inflação 
A medida apropriada de política monetária seria diminuir (“en-
xugar”) o estoque monetário da economia (por exemplo, au-
mento da taxa de juros, aumento das reservas compulsórias ou 
venda de títulos no open Market). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
98 
 
 
Se a meta for o cres-
cimento econômico 
Seria o inverso: redução da taxa de juros e da taxa de compul-
sório, compra de títulos no open Market, aumentando a liquidez 
da economia. 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
 Acerca da política monetária e fiscal Vasconcelos e Garcia (2019), fazem al-
gumas considerações, as políticas monetária e fiscal representam meios alternativos 
diferentes para as mesmas finalidades. A política econômica deve ser executada por 
meio de uma combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários. Pode-se 
dizer que a política fiscal tem mais eficácia quando o objetivo é a melhoria na distri-
buição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como pelo aumento dos 
gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos. Já a política mone-
tária é mais difusa no tocante à questão distributiva. 
 
5.2.3 Política cambial e política comercial 
Vasconcelos e Garcia (2019), afirmam que no Brasil, as decisões de política 
cambial são de competência das autoridades monetárias, enquanto a política co-
mercial é comandada geralmente pelos ministros do Planejamento, da Indústria e 
Comércio e Agricultura, com apoio do Ministério das Relações Exteriores. 
Vasconcelos e Garcia (2019) e Nogami (2016)definem no quadro a política 
cambial e seus objetivos: 
 
Quadro 38: Conceituação de política cambial 
Vasconcelos e Garcia 
(2019) 
A política cambial refere-se à atuação do go-
verno sobre a taxa de câmbio. As autoridades 
monetárias podem fixar a taxa de câmbio (re-
gime de taxas fixas de câmbio) ou permitir que 
ela seja flexível e determinada pelo mercado de 
divisas (regime de taxas flutuantes de câmbio). 
Nogami (2016) Baseia-se na administração da taxa (ou taxas) 
de câmbio e no controle de operações cambi-
ais 
Fonte: Adaptado de varios autores (2020) 
 
Os governos possuem várias medidas que podem influenciar os objetivos ma-
croeconômicos, dentre estas medidas temos a politica comercial que procura equi-
librar o volume financeiro das transações econômicas com exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
 
 
Vasconcelos e Garcia (2019) e Nogami(2016), definem no quadro a seguir po-
lítica comercial e seus objetivos: 
 
Quadro 39: Conceituação de política comercial 
Vasconcelos e 
Garcia (2019) 
A política comercial diz respeito aos instrumentos de in-
centivos às exportações e/ou ao estímulo e desestímulo 
às importações, ou seja, refere-se a estímulos fiscais (cré-
dito-prêmio do ICMS, IPI etc.) e creditícios (taxas de juros 
subsidiadas) às exportações e ao controle das importa-
ções (via tarifas e barreiras quantitativas sobre importa-
ções). 
Nogami (2016) Refere-se a ações por parte do governo que estimulam 
ou inibem o comércio exterior. Podem ser de ordem fiscal 
(como a aplicação de tarifas sobre o preço internacional 
dos produtos importados), quantitativas (como a fixação 
de cotas de importação) ou burocráticas (tais como os 
certificados de origem e vistos consulares). 
Fonte: Adaptado de varios autores (2020) 
 
5.2.4 Políticas de rendas 
Vasconcelos e Garcia (2019) afirmam que a denominação política de rendas 
se justifica pelos tipos predominantes de intervenções, como os controles diretos de 
preços e os controles legais sobre salários e demais remunerações dos recursos de 
produção. 
Vários autores definem no quadro a seguir política monetária e seus objetivos: 
 
Quadro 40: Conceituação de política de rendas 
Vasconcelos e Garcia (2019) A política de rendas refere-se à intervenção 
direta do governo na formação de renda 
(salários, aluguéis), com o controle e conge-
lamento de preços. 
Nogami (2016) Política de interferência do governo na 
formação de preços, por meio de controles 
diretos sobre salários, lucros e preços dos 
bens intermediários e finais. 
Rossetti (2016) Trata-se de um conjunto de intervenções di-
retas que geralmente complementam a atu-
ação dos instrumentos fiscais, monetários e 
cambiais 
Fonte: Adaptado de varios autores (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
100 
 
 
 
 
 
 
ttps://bit.ly/2MmLioW.
https://bit.ly/2ZNNc50
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Quando se discutem os problemas macroeconômicos do Brasil, frequentemente 
surge o diagnóstico de que a causa de nossos males é a alta taxa de juros. Basica-
mente, há canais pelos quais os juros altos prejudicariam a economia: 
 
I - Os juros altos desestimulam o investimento, o que, por sua vez, reduz a aumento da 
capacidade produtiva. 
II - Ao final do processo, a economia não cresce e cria-se um círculo vicioso: a baixa 
oferta provoca mais inflação, que faz os juros subirem mais, que inibe novos 
investimentos, o que, ao final, leva a taxas de investimento mais baixas. 
III - Os juros altos também desestimulam o consumo, porque tornam o consumo pre-
sente (em contraposição ao consumo futuro) muito caro. O indivíduo passa a con-
siderar mais seriamente a hipótese de consumir menos hoje e utilizar os recursos 
poupados (acrescidos dos juros) para consumir mais no futuro. 
IV - Sem ter consumidores, os empresários decidem reduzir sua produção, e diminuem 
as contratações. Mais gente sem emprego significa menos consumo, e o círculo 
vicioso se perpetuaria. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I e II, apenas. 
b) I e IIII, apenas. 
c) I, II e III, apenas. 
d) II e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV 
 
2. POLÍTICAS ECONÔMICAS: É o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um 
país com o objetivo de: 
 
I- Promover o desenvolvimento econômico e o pleno emprego. 
II- Garantir a estabilidade de preço e o controle da moeda. 
III- Equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com exterior e promover 
a distribuição de riqueza e das rendas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
103 
 
 
Considerando os motivos elencados acima, assinale a opção correta. 
 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas o item III está correto. 
c) Apenas os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e III estão corretos. 
e) Os itens I, II e III estão corretos. 
 
3. A política fiscal refere-se às decisões do governo quanto ao gasto público e aos 
impostos para influir sobre o nível de atividade econômica. Os objetivos da Política 
Fiscal são: 
 
I - Manter elevados os níveis de emprego. 
II - Elevadas taxas de crescimento econômico 
III - Estabilidade de preços. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
4.Complete as lacunas a seguir: 
 
Uma das principais atividades do governo é ___________ e ____________ na nossa vida 
financeira. Esta interferência é chamada de Política _____________ que é subdivi-
dida em: Política _________, Política __________, Política de _________ e Política 
________ que se divide em Política _______ e Política _____. 
 
a) Controlar – Interferir – Financeira - Fiscal - Monetária - de Renda - Externa – Cam-
bial - Comercial. 
b) Controlar – Interferir – Econômica - Tributária - Monetária - de Renda - Interna – 
https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html
https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html
https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html
https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html
https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html
https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
 
 
Cambial - Comercial. 
c) Controlar – Interferir – Econômica - Fiscal - Monetária - de Renda - Externa – Cam-
bial - Comercial. 
d) Controlar – Interferir – Tributária - Comercial - Monetária - de Renda - Externa – 
Cambial - Fiscal. 
e) Controlar – Interferir – Comercial - Fiscal - Monetária - de Renda - Interna – Cam-
bial - Fiscal. 
 
5. Uma das principais atividades do governo é controlar e interferir na nossa vida fi-
nanceira. Esta interferência é chamada de Política Econômica. Temos dentro das 
políticas econômicas a política cambial. 
 
I - A política cambial tem como principal objetivo manter o equilíbrio no fluxo de en-
trada e saída de moeda estrangeira de tal forma que a taxa de câmbio possa se 
manter em um patamar que atenda os interesses do governo no cenário econô-
mico que o país se encontra. 
II - Existem momentos em que o governo adota medidas para valorizar o real (o dólar 
fica mais barato). 
III - Existem momentos em que o governo adota medidas que desvalorizam o real (o 
dólar fica mais caro). 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
6. Política monetária é o controle da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou 
seja, o meio de estabilizar e controlar ao máximo os níveis de preços para garantir 
a liquidez ideal (equilíbrio) do sistema econômico do país. 
 
I - Quando o banco central reduz as taxas de juros, ele busca expandir o crédito na 
https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html
https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html
https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html
https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html
https://www.clubedospoupadores.com/impostos/politica-fiscal-contracionista.html
https://www.clubedospoupadores.com/investimentos/juros-subindo-politica-monetaria.html
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
105 
 
 
economia e diminuir os custos dos empréstimos. Essa é uma ação típica de política 
monetária, objetivando influenciar a demanda agregada da economia. 
II - A política monetária, portanto, constitui-se em um conjunto de medidas adotadas 
pelo governo com objetivo de controlar a oferta de moeda e as taxas de juros, de 
forma a assegurar a liquidez da economia. III - Em última instância, a política mo-
netária, por meio do controle da oferta de moeda, visa à elevação do nível de 
emprego, a estabilidade dos preços, uma taxa de câmbio adequada ao mo-
mento econômico e a sustentação do crescimento da demanda a curto prazo. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III 
 
7. Associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 
1 – Políticas 
econômicas 
( ) são políticas que alteram os gastos do governo ou os impostos e sub-
sídios impostos à sociedade. O objetivo dessa política é o estímulo, via 
demanda, do nível de atividade econômica. 
2 – Política fis-
cal 
( ) Faz o controle da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou seja, 
o meio de estabilizar e controlar ao máximo os níveis de preços para ga-
rantir a liquidez ideal (equilíbrio) do sistema econômico do país. 
3 – Políticas 
monetárias 
( ) tem como principal objetivo manter o equilíbrio no fluxo de entrada e 
saída de moeda estrangeira de tal forma que a taxa de câmbio possa se 
manter em um patamar que atenda os interesses do governo no cenário 
econômico que o país se encontra. 
4 – Política 
cambial 
( ) É o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país com o 
objetivo de: Promover o desenvolvimento econômico, pleno emprego; 
Garantir a estabilidade de preço, controle da inflação; Equilibrar o vo-
lume financeiro das transações econômicas com exterior; Promover a dis-
tribuição de riqueza e das rendas. 
 
A sequência correta será: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
106 
 
 
 
a) 3, 2, 1, 4 
b) 4, 3, 1, 2 
c) 2, 3, 4, 1 
d) 3, 4, 1, 2 
e) 1, 4, 3, 2 
 
8. Os objetivos da política econômica e as medidas e instrumentos fiscais, são apre-
sentados no quadro abaixo. Pede-se: associe a primeira coluna de acordo com a 
segunda: 
1 - Se o objetivo da política 
econômica for reduzir a 
taxa de inflação. 
( ) Os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido 
inverso, para elevar a demanda agregada. 
2 - Se o objetivo for maior 
crescimento e emprego. 
( ) As medidas fiscais normalmente adotadas são a diminui-
ção de gastos públicos e/ou o aumento da carga tribu-
tária (o que inibe o consumo). Logo, essas medidas visam 
diminuir os gastos da coletividade. 
3 - Para uma política que 
vise melhorar a distribui-
ção de renda. 
( ) Esses instrumentos devem ser utilizados de forma seletiva, 
em benefício dos grupos menos favorecidos. Por exem-
plo, impostos progressivos, gastos do governo em regiões 
mais atrasadas etc. 
 
A sequência correta será: 
 
a) 3, 2, 1 
b) 3, 1, 2 
c) 2, 3, 1 
d) 2, 1, 3 
e) 1, 3, 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
107 
 
 
TÓPICOS DE MACROECONOMIA 
 
 
 
Objetivos desta unidade: 
 Descrever a evolução do pensamento macroeconômico. 
 Demonstrar a relação de inflação e desemprego. 
 Demonstrar a diferença entre Crescimento e desenvolvimento econômico. 
 
6.1 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO MACROECONÔMICO 
A macroeconomia moderna, possui um “pai fundador”, Keynes, que com o 
livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda deu início aos estudos macro-
econômicos ao conferir unidade em torno de problemas ainda não solucionados 
pela teoria dominante à época da grande depressão de 1929 nos Estados Unidos. 
A partir dos anos 1930, passa a surgir grande insatisfação com os resultados 
que a macroeconomia oferecia, ou seja, a tendência automática ao pleno emprego 
e, consequentemente, a inexistência de desemprego e de capacidade ociosa. Isto 
porque a evidência empírica mostrava pessoas buscando constantemente emprego 
sem alcançar sucesso (LOPES et al., 2018). 
Para entender a obra e as ideias de Keynes, temos que nos reportar a década 
de 1930, onde a economia mundial atravessava uma crise que ficou conhecida 
como a Grande Depressão, em 1929, onde a realidade econômica dos principais 
países capitalistas era crítica naquele momento. 
O desemprego na Inglaterra e em outros países da Europa era muito grande. 
Nos Estados Unidos, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o 
número de desempregados assumiu proporções elevadas. 
Para Vasconcelos e Garcia (2019), a teoria econômica vigente acreditava 
que se tratava de um problema temporário, apesar de a crise estar durando alguns 
anos. A teoria geral de Keynes consegue mostrar que a combinação das políticas 
econômicasadotadas até então não funcionava adequadamente naquele novo 
contexto econômico, e aponta para soluções que poderiam tirar o mundo da reces-
são. 
 
UNIDADE 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
108 
 
 
Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis 
pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, deter-
minado, por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, sua teoria inverte 
o sentido da lei de Say (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da 
demanda agregada de bens e serviços sobre o nível de emprego (VASCONCELOS E 
GARCIA, 2019). 
Assim na visão Lopes et al. (2018)a linha predominante dos economistas acre-
ditava que as economias de mercado tinham a capacidade de, sem a interferência 
do governo, utilizar de maneira eficiente todos os recursos disponíveis, de forma a 
sempre alcançar o chamado nível de pleno emprego. Para Keynes, em uma econo-
mia em recessão, não existem forças de auto ajustamento, por isso se torna necessá-
ria a intervenção do Estado por meio de uma política de gastos públicos. 
Neste sentido, Rossetti (2016) afirma que na visão keynesiana, a economia de 
mercado não é autorreguladora, que os salários e preços não são tão flexíveis a 
ponto de garantir o pleno emprego e que o go- verno pode estabelecer políticas 
para ajudar a estabilizar a economia – em um esquema teórico mais sólido 
Tal posicionamento teórico significa o fim da crença no laissez-faire como re-
gulador dos fluxos real e monetário da economia, que por trás disso, estava a crença 
no liberalismo, no poder autorregulador do mercado. 
Ou seja, segundo Lopes et al. (2018), supunham ainda que tudo o que fosse 
produzido seria vendido, ideia conhecida como Lei de Say (“a oferta cria sua própria 
procura”), devida ao economista francês Jean Baptiste Say. 
Vamos sintetizar a ideia da visão dos clássicos e a visão proposta por Keynes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
109 
 
 
Figura 30: Visão clássica x Visão de Keynes 
 
Fonte: Adaptado de Braga (2019) 
 
Segundo Vasconcelos e Garcia (2019), os argumentos de Keynes influencia-
ram muito a política econômica dos países capitalistas. De modo geral, essas políticas 
apresentaram resultados positivos nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mun-
dial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
110 
 
 
 
 
6.2 INFLAÇÃO E DESEMPREGO 
 O que é Inflação? 
No contexto macroeconômico, vamos entender que há um aumento continu-
ado e generalizado dos preços dos bens e serviços em uma economia, mas a grosso 
modo podemos observar que o termo inflação significa o efeito de inflar ou inchar. 
Vamos a alguns conceitos básicos: 
 
Figura 31: Conceitos básicos 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
 Graficamente, conforme figura podemos observar: 
Mas uma situação curiosa chamou a atenção de muitos leigos em questões econômicas: 
durante boa parte do Governo Dilma, a Economia esteve no pleno emprego. 
Surgiu então uma intrigante questão: como se pode falar em crise se a Economia estava 
operando no seu nível ótimo? Essa aparente contradição (crise × pleno emprego) mostra 
que a Economia tem suas armadilhas. 
Felizmente, há, na teoria macroeconômica, instrumentos que ajudam a resolver essa 
aparente contradição. Esse exemplo mostra a importância da macroeconomia nas es-
tratégias de um Governo. Também serve para ilustrar como as políticas macroeconômi-
cas podem afetar a vida das pessoas. Sugiro ver as considerações do autor, disponível 
no site da minha biblioteca através do link: https://bit.ly/3soI0kw . Acesso em: 10 fev. 2021. 
 
https://bit.ly/3soI0kw
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
111 
 
 
Figura 32: Comportamento da inflação, da deflação, da aceleração inflacionária 
e da hiperinflação. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Braga (2019) define a inflação como sendo a elevação do nível geral de pre-
ços. No cálculo da sua taxa, utilizam-se os denominados “índices gerais de preços”: 
como o IGP, INPC, IPCA, IPC. 
Há vários índices que mostram o quanto os preços sobem ou descem em de-
terminados períodos. Cada índice aponta uma inflação diferente: isso acontece por-
que a alta de preços não atinge todo mundo da mesma forma. 
No Brasil, existem vários desses índices, como o Índice Geral de Preços (IGP), 
calculado pela FGV, o Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) e o Índice 
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos calculados pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 
calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), dentre outros. 
Esses índices representam, na média, os preços dos bens e serviços comercia-
lizados dentro do país. Ou seja, são calculados com base em amostras de preços a 
partir de determinados padrões de consumo. 
Vasconcelos e Garcia (2019)apontam que a inflação é definida como um au-
mento contínuo e generalizado no índice de preços, ou seja, os movimentos inflacio-
nários são aumentos contínuos de preços, e não podem ser confundidos com altas 
esporádicas de preços. 
 
Conceitos relativos à inflação
-10
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Tempo
In
fl
a
ç
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 (
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o
 I
n
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e
 p
re
ç
o
)
Deflação
Inflação
aceleração 
inflacionária
Hiperinflação
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
112 
 
 
 
 
As fontes de inflação segundo Vasconcelos e Garcia (2019)costumam diferir 
em função das condições de cada país. 
No quadro são apresentadas as fontes de inflação: 
 
Quadro 41: Fontes de inflação 
Tipo de estrutura de 
mercado (oligopolista, 
concorrencial etc.) 
Que condiciona a capacidade dos vários setores de repas-
sar aumentos de custos aos preços dos produtos. 
Grau de abertura da 
economia ao comércio 
exterior 
Quanto mais aberta a economia à competição externa, 
maior a concorrência e menores os preços dos produtos. 
Estrutura das organiza-
ções trabalhistas 
quanto maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a 
capacidade de obter reajustes de salários acima dos índices 
de produtividade e maior a pressão sobre os preços. 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
 
 
 
Segundo Braga (2019) a inflação, que se manifesta pela elevação do nível 
geral de preços, reduz o salário ou a renda real das pessoas, e assim podemos apon-
tar os custos com a inflação: 
 
Quadro 42: Custos com a inflação 
Um dos custos da inflação alta refere-se 
ao comportamento das pessoas em re-
lação às transações comerciais e finan-
ceiras. São as idas e vindas aos bancos, 
a busca de preços melhores ou a pressa 
em realizar negócios quando os preços 
sobem diariamente 
Exemplo: alguém que deseja vender seu auto-
móvel em um momento em que a inflação 
atinge patamares superiores a 50% ao mês. Su-
ponha que a venda seja divulgada na página 
de automóveis de algum grande jornal. Se o 
vendedor anunciar seu carro por, digamos, R$ 
20 mil, terá que se esforçar para realizar a venda 
no dia da publicação do anúncio. Isso porque, 
passados dois ou três dias, os mesmos R$ 20 mil 
valerão menos, em termos reais. 
Outro custo da inflação refere-se à alta 
frequência com que as empresas têm 
Exemplo: Esse custo também tem um nome pe-
culiar: são denominados custos de menu, em 
referência aos gastos referentes à frequência 
As Economias mais desenvolvidas tratam a inflação como algo a ser evitado. Mas quais 
os custos da inflação para a sociedade? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113 
 
 
que reajustar os preços. Isso porque alte-
rações frequentes nos valores deman-
dam gastos com anúncios, etiquetas, 
monitoração dos preços dos concorren-
tes ou reformulação dos contratos. 
com que os restaurantes têm que alterar o car-
dápio com os preços das refeições. O custo demenu cresce com a hiperinflação, já que é ne-
cessário alterar os preços diariamente (ou 
mesmo mais de uma vez durante o mesmo dia). 
Há ainda outro custo que se relaciona 
com altas taxas de inflação. Trata-se da 
distorção dos preços relativos na Econo-
mia nas situações em que os preços so-
bem diariamente. A distorção ocorre 
porque os preços não se alteram na 
mesma proporção 
Exemplo: Em um determinado dia, uma gela-
deira, por exemplo, pode custar duas bicicletas, 
e, em outro, cinco bicicletas. Essa distorção tem 
uma implicação negativa para a Economia: os 
preços relativos perdem a função de represen-
tar a escassez relativa dos bens. Em outras pala-
vras, eles deixam de cumprir a função de pres-
tar informações que são fundamentais nas de-
cisões dos agentes econômicos, elevando a 
ineficiência na alocação dos recursos pelos 
mercados. 
Fonte: Adaptado de Braga (2019) 
 
Vamos analisar agora as causas da inflação. 
Segundo Vasconcelos e Garcia (2019)a forma mais tradicional para estudar a 
questão inflacionária é distinguir a inflação provocada pelo excesso de demanda 
agregada (inflação de demanda) da inflação por elevação de custos (inflação de 
custos) e da inflação devida aos mecanismos de indexação de preços (inflação iner-
cial). 
Nesta mesma linha, Braga (2019)afirma que na teoria econômica são conside-
radas pelo menos três causas para a inflação: a alta da demanda agregada, a ele-
vação generalizada dos custos das empresas e a emissão monetária como fonte 
para o financiamento do déficit público. 
Cada causa demanda políticas específicas, porém não mutuamente exclu-
dentes. 
A emissão monetária baseia-se na visão monetarista e é considerada por mui-
tos como a causa fundamental da inflação. Isso porque, na ocorrência das outras 
duas, se a autoridade monetária mantém o controle sobre os meios de pagamentos, 
a inflação será mantida sob controle, mas a Economia experimentará a recessão. 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2019). 
A inflação de demanda se manifesta quando ocorre forte elevação da de-
manda agregada na Economia. 
Na verdade, qualquer aumento na demanda provoca alguma elevação no 
nível geral de preços, conforme estudado no modelo de oferta e demanda agre-
gada. O problema se intensifica quando a Economia se encontra próxima do pleno 
emprego. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
114 
 
 
Para se combater um processo de inflação de demanda, a política econô-
mica deve basear-se em instrumentos que provoquem redução da procura agre-
gada por bens e serviços, como redução dos gastos do governo, aumento da carga 
tributária, controle de crédito e elevação da taxa de juros (VASCONCELLOS; GARCIA, 
2019). 
Conforme estudado, as políticas monetária e fiscal podem ser acionadas 
quando a Economia experimenta a situação de desemprego. 
No pleno emprego, entretanto, a impossibilidade de se elevar o nível de utili-
zação da capacidade produtiva faz com que as políticas percam sua eficácia no 
objetivo de elevar o Produto Interno Bruto (PIB) da Economia; e, neste caso, os efeitos 
tendem a ser exclusivamente sobre o nível geral de preços. Essa última possibilidade 
coloca-se como uma restrição nas intervenções do Governo na macroeconomia. 
(BRAGA, 2019). 
As consequências da inflação são: 
 
1. Distorções na alocação de recursos da economia, 
2. Os preços relativos deixam de ser sinalizadores da escassez e dos custos relati-
vos de produção. 
3. Efeito negativo sobre o incentivo a investir pelas dificuldades dos agentes em 
prever o retorno dos investimentos. 
4. Parte dos agentes não consegue se proteger da inflação. 
5. Aumento dos custos de transação na economia. 
 
Diante de tais questões, os principais efeitos provocados por esse fenômeno 
são apontados a seguir. 
 
Quadro 43:Efeitos da inflação 
Sobre a distribuição de 
renda 
A distorção mais séria provocada pela inflação diz respeito à re-
dução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem 
de rendimentos fixos, que possuem prazos legais de reajuste. 
Nesse caso, estão os assalariados que, com o passar do tempo, 
vão ficando com seus orçamentos cada vez mais reduzidos até 
a chegada de um novo reajuste. A classe trabalhadora é, sem 
dúvida, a que mais perde com a elevação das taxas de infla-
ção, principalmente os trabalhadores de baixa renda. 
Sobre o balanço de pa-
gamentos 
Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de 
preços internacionais, encarecem o produto nacional em rela-
ção ao produzido externamente. Assim, tendem a provocar um 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
115 
 
 
estímulo às importações e desestímulo às exportações, dimi-
nuindo o saldo da balança comercial (exportações menos im-
portações). 
Sobre os mercados de 
capitais 
Tendo em vista o fato de que, em um processo inflacionário in-
tenso, o valor da moeda deteriora-se rapidamente, ocorre um 
desestímulo à aplicação de recursos no mercado financeiro. 
Sobre as expectativas 
empresariais 
levadas taxas de inflação também afetam a formação das ex-
pectativas sobreo comportamento da economia no futuro. O 
setor empresarial é bastante sensível a esse tipo de situação, 
dada a relativa instabilidade e imprevisibilidade de seus lucros. 
O empresário fica em um compasso de espera, enquanto a con-
juntura inflacionária perdurar, e dificilmente tomará iniciativas no 
sentido de aumentar seus investimentos na expansão da capa-
cidade produtiva. 
Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019) 
 
Em relação aos efeitos sobre as expectativas empresariais, a própria capaci-
dade de produção futura e, consequentemente, o crescimento econômico e o pró-
prio nível de emprego podem ser afetados pelo processo inflacionário. 
Não são necessárias grandes análises teóricas para mostrar que a inflação alta 
se constitui, junto com o desemprego, em grave desequilíbrio macroeconômico. 
O desemprego é um problema extremamente grave, não só do ponto de vista 
econômico, mas também do ponto de vista social e pessoal. 
Rossetti (2016)aponta alguns fatores negativos do desemprego: 
 
Quadro 44: Custos da inflação 
Principal custo econômico 
do desemprego 
Perda de produc ̧ão e da renda, ou seja, os bens e servic ̧os 
que os desempregados poderiam produzir (e a renda que 
poderiam ganhar) se estivessem trabalhando, mas que 
não produzem porque não conseguem encontrar 
emprego. . Essa perda de produto e de renda não poderá 
jamais ser recuperada em períodos futuros. 
Outro custo econômico 
relevante 
Diz respeito à diminuição da capacidade produtiva da 
economia em razão da perda de capital humano. Isso 
ocorre porque as habilidades da mão de obra se 
deterioram quando ela se encontra desempregada. 
Outra característica do 
desemprego 
É que ele se distribui de forma desigual por toda a 
sociedade. Os maiores ônus recaem sobre as minorias, as 
mulheres e os jovens, e tendem a se concentrar nos setores 
mais pobres da populac ̧ão. 
Fonte: Rossetti (2016) 
 
Do ponto de vista individual, o desemprego é um fardo pesado e triste. Ele 
significa perda de renda e, portanto, deterioração do padrão de vida, envolvendo 
também graves problemas psicológicos e físicos. 
A inflação e o desemprego são um mal a ser combatido. Trata-se de um grave 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
116 
 
 
desequilíbrio macroeconômico que, uma vez estabelecido, é de difícil solução. 
A experiência brasileira, dentre outras que podem ser encontradas na história 
econômica, prova sem muitas dúvidas esse argumento, com altas taxas de inflação 
e desemprego na década de 80 e vários planos econômicos tentando estabilizar a 
economia. 
No ano de 2020, com a pandemia da Covid19, a crise que se estabeleceu em 
função do distanciamento social tem provocado impactos sociais, econômicos, 
políticos, culturais. 
No campo economico, altos indices de desemprego, aumento de preços, 
aumento da inflação, em função da restrição da produçãoe do consumo, o que 
provavelmente trará um iimpacto sobre a trajetória de longo-prazo da economia. 
Mas, existe outro problema que está presente na Economia brasileira. Ele diz 
respeito às baixas taxas de crescimento do PIB verificadas nas últimas décadas. Mui-
tos creditam essa situação às políticas ortodoxas ou liberais. 
Mas talvez as causas sejam outras e devem ser encontradas nas condições 
que explicam o crescimento econômico de longo prazo. Esse tema será objeto de 
estudo do próximo capítulo. 
 
6.3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
Dois conceitos estarão sendo abordados nesta unidade: os de desenvolvi-
mento e crescimento. 
Segundo Gremaud et al. (2017)ambos guardam forte relação entre si, mas 
pode-se dizer que o primeiro engloba o segundo, ou seja, para o desenvolvimento 
de um país ocorrer é necessário que este cresça, mas apenas isto não basta. 
 
 
 
Para Nogami (2016), as definições de desenvolvimento e crescimento 
suscitam, muitas vezes, confusões conceituais. Em geral, são dois termos que se 
combinam no progresso das nações, mas nunca poderemos defini-los como palavras 
sinônimas. Crescimento e desenvolvimento econômico são dois conceitos diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
117 
 
 
Vasconcelos e Garcia (2019), esclarecem o conceito de crescimento e desen-
volvimento econômico, crescimento econômico é o crescimento contínuo da renda 
per capita ao longo do tempo. Já o desenvolvimento econômico é um conceito 
qualitativo, incluindo as alterações da composição do produto e a alocação dos 
recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores 
de bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições 
de saúde, alimentação, educação e moradia). 
Quando o processo de crescimento ocorre de forma isolada, poderá 
acarretar desequilíbrios estruturais em uma economia, trazendo sérias dificuldades a 
seus governantes. O processo de desenvolvimento, por sua vez e via de regra, traz 
consigo o crescimento. 
 
Quadro 45: Crescimento x desenvolvimento econômico 
Crescimento 
econcomico 
- Podemos entender o ato ou efeito de crescer. 
- Pode ocorrer pelo aumento contínuo do Produto Nacional Bruto 
(PNB), tanto em termos globais como per capita, ao longo do 
tempo. 
Desenvolvimento 
economico 
- Entendemos o ato ou efeito de desenvolver. 
- Refere-se a um estágio econômico, social e político de uma 
sociedade, caracterizado pela constante melhoria nos índices de 
produtividade dos fatores de produc ̧ão (aproveitamento da busca 
da eficácia dos recursos naturais, capital e trabalho). 
Fonte: Adaptado de Nogami e Passos (2016) 
 
Resumidamente poderíamos sisntetizar a ideia de crescimento eocomico e de-
senvolvimento economico na figura a seguir: 
 
Figura 33: Crescimento eocomico e desenvolvimento economico 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
De acorco com Braga (2019) o significado do crescimento econômico no 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
118 
 
 
modelo de oferta e demanda agregada, em uma primeira análise, pode-se 
considerar o crescimento econômico como sendo a elevação do PIB ao longo do 
tempo. 
 Na figura 34, a seguir podemos visualizar o crescimento do PIB de 2002 até o 
ano de 2019. É possível observar um ápice do PIB em 2010, com 7,6% e PIB negativo 
nos anos de 2009, 2015 e 2016. Apresentando uma pequena melhora em 2017, 2018 
e 2019, na faixa de um pouco mais de 1% de crescimento. 
 
Figura 34: Crescimento do PIB no Brasil 
 
Disponível em: https://glo.bo/3kzkYoxV. Acesso em: 08 fev. 2020. 
 
O Ministério da Economia fez uma revisão em 17 de novembro de 2020, em 
função de problemas enfretados pela Covid19 e suas consequências, de uma 
projeção de contração do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 a 4,5%, sobre queda 
de 4,7% antes, em função do bom resultado esperado para a atividade econômica 
no terceiro trimestre de 2020 (G1, 2020). 
 
 
 
https://glo.bo/3kzkYoxV
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
119 
 
 
 
 
O crescimento econômico pode ocorrer pelo aumento contínuo do Produto 
Nacional Bruto (PNB), tanto em termos globais como per capita, ao longo do tempo, 
enquanto o desenvolvimento econômico refere-se a um estágio econômico, social 
e político de uma sociedade, caracterizado pela constante melhoria nos índices de 
produtividade dos fatores de produção (aproveitamento da busca da eficácia dos 
recursos naturais, capital e trabalho). 
Atualmente, entretanto, sabemos que não bastam apenas essas variáveis 
para explicar o fenômeno do crescimento. 
A elas pode-se associar a questão da melhoria na qualidade da mão de obra 
(obtida pela melhoria nos níveis educacionais, de treinamento e de especialização), 
na melhoria tecnológica (por meio do aumento da eficiência na utilização do esto-
que de capital) e na eficiência organizacional (maximização na utilização dos recur-
sos disponíveis). 
 
 
 
Segundo Braga (2019), para alcançar esse crescimento, é necessário que o 
país busque alguns caminhos apontados pela teoria e prática econômica: altos níveis 
de poupança e investimentos produtivos, a melhoria da produtividade dos fatores de 
produção, particularmente a do trabalho, as inovações tecnológicas e a construção 
de boas instituições. 
Existe ainda a possibilidade de se utilizar o comércio internacional para elevar 
https://bit.ly/3bFZr9o
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
120 
 
 
a produtividade de Economia. São caminhos que mostram opções reais e pautadas 
na realidade para se alcançar o bem-estar material da sociedade. 
O desenvolvimento econômico implica, além de aumento na quantidade de 
bens e serviços produzidos por uma economia, determinado período de tempo e, em 
termos per capita, mudanças de caráter qualitativo. 
Por essa razão, o desenvolvimento econômico não deve ser analisado 
tomando-se por base os indicadores tais como o crescimento do produto global ou 
o crescimento do produto per capita, e sim por outros indicadores que reflitam 
mudanças na qualidade de vida da população de uma economia. 
Devemos observar, portanto, que o conceito de crescimento econômico 
difere do conceito de desenvolvimento econômico já que este implica, além de um 
aumento da quantidade de bens e serviços per capita, mudanças de caráter 
qualitativo. 
Por essa razão, o desenvolvimento econômico não deve ser analisado 
tomando-se por base os indicadores tais como o crescimento do produto global ou 
o crescimento do produto per capita. 
Podemos visualizar o desenvolvimento e PIB per capita, apresentado na figura 
a seguir: 
 
Figura 35: Desenvolvimento e PIB per capita 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
Explicando melhor a figura Nogami (2016), afirma que outros indicadores que 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
121 
 
 
reflitam mudanças na qualidade de vida, devem ser levados em conta. Como 
exemplo podemos citar: 
 
• renda per capita; 
• nível de estoque de capital per capita; 
• taxas de natalidade e de mortalidade; 
• taxa de mortalidade infantil; 
• esperança de vida ao nascer; 
• índice de analfabetismo e padrões educacionais; 
• taxa de desemprego e produtividade da mão de obra; 
• distribuição da renda; 
• participação do setor primário no produto nacional; 
• porcentual da população atuando na agricultura; 
• potencial científico e tecnológico; 
• grau de dependência externa; 
• condições sanitárias e etc. 
 
Gremaud et al. (2017)aponta que alguns indicadores sociais dão informações 
sobre a qualidade de vida da população de um país, tais como: 
 
• esperança de vida da população ao nascer; 
• médicos e leitos hospitalares por habitante; 
• acesso a água potável e esgoto; 
• taxa de alfabetização; 
• quantidade média de anos na escola etc. 
 
Segundo o Banco Mundial (2000) apud Rossetti (2016) o grau de desenvolvi-
mento de uma nação é percebidopela análise de certos indicadores que se relaci-
onam em termos de estrutura. Esses indicadores compreendem tre ̂s grandes grupos 
cujos conceitos seguem as definições estabelecidas pelo Banco Mundial: 
 
Quadro 46: Indicadores do grau de desenvolvimento econômico 
Vitais - Esperança de vida ao nascer: indica o número de anos que um recém-
nascido viveria, considerando-se os padrões de mortalidade vigentes à 
época do seu nascimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
122 
 
 
- Taxa de mortalidade infantil : Representa o número de crianc ̧as que 
morrem antes de completar 1 ano, em um grupo de mil nascidos vivos, 
em determinado pe- ríodo de tempo. 
- Estrutura etária da populac ̧ão: mostra-nos a proporc ̧ão da populac ̧ão 
total entre as idades de 15 e 64 anos, que representam a chamada 
populac ̧ão economicamente ativa; em muitos países em 
desenvolvimento, entretanto, crianc ̧as com menos de 15 anos trabalham 
em período integral ou parcial, enquanto em economias de alta renda 
muitos trabalhadores postergam a sua aposentadoria para depois dos 65 
anos. 
 - Taxa média anual de crescimento populacional: calculada pelo 
método exponencial entre os extremos de determinado período de 
tempo. 
Econômicos - Estruturais: ou de infraestrutura, relacionam-se ao conjunto de elementos 
que formam a base econômica da sociedade. Entre eles podemos citar: 
forc ̧a de trabalho; recursos naturais; capital; estrutura da produc ̧ão; 
estrutura da distribuic ̧ão da renda. 
- Disponibilidade de bens e servic ̧os: conjunto de elementos que 
permitem o bem- -estar da sociedade: renda per capita; bens básicos de 
consumo(alimentos, gasolina, móveis, eletrodomésticosetc.); bens 
produtivos e insumos (ac ̧o, energia etc.); servic ̧os básicos (transportes, 
estradas etc.); servic ̧os sociais (educac ̧ão, saúde etc.). 
Sociais - Mobilidade social: possibilidade ou facilidade de os indivíduos de uma 
sociedade se movimentarem de uma para outra camada da hierarquia 
social. 
 - Representac ̧ão no sistema político: nível de representatividade da 
populac ̧ão nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
- Participação social: forma como a populac ̧ão se articula, de acordo 
com um conjunto de valores que definem seus padrões de 
comportamento. 
- Sistema de concentração da propriedade: avaliac ̧ão da proporc ̧ão de 
empresas que dete ̂m parte significativa do capital, investimentos, 
vendas, forc ̧a de trabalho etc. 
Fonte: Banco Mundial (2000) apud Rossetti (2016) 
 
Para se medir o grande desenvolvimento, temos também dois novos 
indicadores importantes: 
 
• Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); e 
• Índice de Corrupção Percebida (ICP). 
 
A Organização das Nações Unidas, em 1990, criou o Índice de Desenvolvi-
mento Humano (IDH) na tentativa de: 
 
 • se reduzir a pobreza; 
• estimular a implantação de governos democráticos; 
• estabelecer mecanismos de prevenção a crises e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123 
 
 
• despertar a atenção mundial no que diz respeito à energia e ao meio ambiente, 
dentre outros objetivos. 
 
É uma média aritmética de três indicadores: 
 
• um indicador de renda: o PIB per capita; 
• um indicador que capta a saúde da população: a expectativa de vida da 
população ao nascer; e 
• um indicador da educação da população: média ponderada da taxa de 
alfabetização de adultos (2/3) e da taxa combinada de matrícula nos ensinos 
fundamental, médio e superior (1/3). 
 
O IDH varia de zero a 1: quanto mais próximo de 1 mais desenvolvido é o país. 
Por este índice os países são divididos em países de alto (IDH maior que 0,8), médio 
(entre 0,5 e 0,8) e baixo desenvolvimento (abaixo de 0,5). 
O IDH do Brasil foi de 0,761 em 2018, e 0,760 em 2017, quando o país ficou em 
78º lugar, de acordo com uma revisão dos dados do ano passado. Em 2019, o Brasil 
alcançou o IDH de 0,761, com uma pequena melhora de 0,001 em relação ao ano 
anterior . Na classificação da ONU, o Brasil segue no grupo dos que têm alto desen-
volvimento humano (79º lugar) (G1, 2020). 
́Ja o Indice de Corrupção Percebida (ICP) é apontado por Nogami e Passos 
(2019), como um importante debate a respeito da presença da corrupção nos mais 
diferentes níveis de uma economia, do escalão governamental até o cotidiano das 
pessoas, passando inclusive pelas empresas da iniciativa privada. 
Este índice estabelece a correlação existente entre o grau de desenvolvi-
mento econômico e grau de corrupção – em geral, quanto mais evoluída é uma 
economia, mais distante ela estará desse tipo de comportamento. 
Dentro desse contexto, o Índice de Corrupção Percebida tem assumido um 
papel de destaque nas discussões realizadas em torno do assunto. 
Em 2019, o Brasil obteve o seu pior resultado com apenas 35 pontos. Vale res-
saltar que a escala do IPC vai de 0 a 100, onde 0 significa que o pais é altamente 
corrupto e 100 seria um pais integro. 
O Brasil se enconttra em 2019 no 106º lugar, sendo o 5º. Récuo seguido. Já em 
2018 o pais já havia perdido dois pontos e caido nove posições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
124 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ttps://bit.ly/3knFPL7
https://bit.ly/2ZRZB85%20.Acesso
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
125 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Segundo o pensamento keynesiano, um dos principais fatores responsáveis pelo 
volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, determi-
nado, por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Ou seja, sua teoria inverte 
o sentido da lei de Say (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da 
demanda agregada de bens e serviços sobre o nível de emprego. 
 
I - A linha predominante dos economistas acreditava que as economias de mercado 
tinham a capacidade de, sem a interferência do governo, utilizar de maneira efi-
ciente todos os recursos disponíveis, de forma a sempre alcançar o chamado nível 
de pleno emprego. 
II - Para Keynes, em uma economia em recessão, não existem forças de auto ajusta-
mento, por isso se torna necessária a intervenção do Estado por meio de uma po-
lítica de gastos públicos. 
III - Na visão keynesiana, a economia de mercado não é autorreguladora, que os 
salários e preços não são tão flexíveis a ponto de garantir o pleno emprego e que 
o go- verno pode estabelecer políticas para ajudar a estabilizar a economia – em 
um esquema teórico mais sólido 
 
Considerando os motivos elencados acima, assinale a opção correta. 
 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas o item III está correto. 
c) Apenas os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e III estão corretos. 
e) Os itens I, II e III estão corretos 
 
2. A seguir são relacionados alguns conceitos básicos de inflação e suas tipologias. 
Neste sentido relacione a primeira coluna de acordo com a segunda. 
 
1 – Inflação ( ) Baixa generalizada e contínua do nível geral de preços, a con-
trapartida da deflação é o aumento do poder aquisitivo da mo-
eda 
 
2 – Deflação ( ) É a elevação da taxa de inflação, elevação da inflação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
126 
 
 
3 – Aceleração infla-
cionária 
( ) É o aumento generalizado e contínuo do nível geral de preços, 
a contrapartida da inflação é a perda do poder aquisitivo da 
moeda. 
4 - Hiperinflação ( ) Não há clareza de quanto é este “aumento grande” dos preços. 
A hiperinflação é uma situação onde a moeda perde sua fun-
ção e é substituída. 
 
A sequência correta seria: 
 
a) 2, 4, 1, 3 
b) 4, 1, 2, 3 
c) 2, 3, 1, 4 
d) 3, 1, 2, 4 
e) 1, 2, 3, 4 
 
3. Braga (2019) define a inflação como sendo a elevação do nível geral de preços. 
No cálculo da sua taxa, utilizam-se os denominados “índices gerais de preços”: 
como o IGP, INPC, IPCA, IPC. Há vários índices que mostram o quanto os preços 
sobem ou descem em determinados períodos. Cada índice aponta uma inflaçãodiferente: isso acontece porque a alta de preços não atinge todo mundo da 
mesma forma. 
 
No Brasil, existem vários desses índices, como: 
 
I - O Índice Geral de Preços (IGP), calculado pelo IBGE 
II - O Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços 
ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos calculados pela FIPE. 
III - E o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de 
Pesquisas Econômicas (FIPE), 
 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas o item III está correto. 
c) Apenas os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e III estão corretos. 
e) Os itens I, II e III estão corretos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
127 
 
 
4. O aumento de um bem ou serviço em particular não constitui inflação, que ocorre 
apenas quando há um aumento generalizado da maioria dos bens e serviços. Na 
teoria econômica são consideradas pelo menos três causas para a inflação: 
 
I - A alta da demanda agregada. 
II – A elevação generalizada dos custos das empresas. 
III - A emissão monetária como fonte para o financiamento do déficit público. 
 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas o item III está correto. 
c) Apenas os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e III estão corretos. 
e) Os itens I, II e III estão corretos 
 
5. Segundo Vasconcelos e Garcia (2019), para se combater um processo de inflação 
de demanda, a política econômica deve basear-se em instrumentos que provo-
quem redução da procura agregada por bens e serviços: 
 
I - Como redução dos gastos do governo. 
II - Diminuição da carga tributária. 
III - Controle de crédito e diminuição da taxa de juros. 
 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas o item I está correto. 
c) Apenas os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e III estão corretos. 
e) Os itens I, II e III estão corretos 
 
6. São consequências da inflação: 
 
I - Distorções na alocação de recursos da economia, 
II - Os preços relativos deixam de ser sinalizadores da escassez e dos custos relativos 
de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
128 
 
 
III - Efeito negativo sobre o incentivo a investir pelas dificuldades dos agentes em pre-
ver o retorno dos investimentos. 
 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas o item I está correto. 
c) Apenas os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e III estão corretos. 
e) Os itens I, II e III estão corretos 
 
7. Considere as afirmativas abaixo, marcando V ou F: 
 
( ) Em relação aos efeitos sobre as expectativas empresariais, a própria capacidade 
de produção futura e, consequentemente, o crescimento econômico e o próprio 
nível de emprego podem ser afetados pelo processo inflacionário. 
( ) Não são necessárias grandes análises teóricas para mostrar que a inflação alta se 
constitui, junto com o desemprego, em grave desequilíbrio microeconômico. 
( ) O desemprego é um problema extremamente grave, não só do ponto de vista 
econômico, mas também do ponto de vista social e pessoal. 
( ) Do ponto de vista individual, o desemprego é um fardo pesado e triste. Ele significa 
perda de renda e, portanto, deterioração do padrão de vida, envolvendo 
também graves problemas psicológicos e físicos. 
( ) A inflação e o desemprego são um mal a ser combatido. Trata-se de um grave 
desequilíbrio microeconômico que, uma vez estabelecido, é de difícil solução. 
 
A sequência correta será: 
 
a) V, F, V, F,V 
b) V, V, F, V, F 
c) V, F, V, V, V 
d) V, F, V, V, F 
e) V, F, F, V, V 
 
8. Para Nogami e Passos (2019), as definições de desenvolvimento e crescimento 
suscitam, muitas vezes, confusões conceituais. Em geral, são dois termos que se 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
129 
 
 
combinam no progresso das nações, mas nunca poderemos defini-los como 
palavras sinônimas. Crescimento e desenvolvimento econômico são dois 
conceitos diferentes. 
 
I - Crescimento econômico: é a ampliação qualitativa da produção (PIB). 
II – Desenvolvimento econômico: além da expansão da produção refere-se também 
à natureza e à qualidade do crescimento. 
III - A idéia de desenvolvimento econômico está associada às condições de vida da 
população. 
 
a) Apenas os itens I e II estão corretos. 
b) Apenas o item I está correto. 
c) Apenas os itens II e III estão incorretos. 
d) Os itens I e III estão corretos. 
e) Todos os itens estão corretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 
 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO 
 
UNIDADE 01 
 
 
 
UNIDADE 02 
 
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 E 
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C 
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 D 
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E 
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A 
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A 
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B 
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 B 
 
 
UNIDADE 03 
 
 
 
 
UNIDADE 04 
 
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C 
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B 
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C 
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A 
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A 
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 E 
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E 
 
 
UNIDADE 05 
 
 
 
UNIDADE 06 
 
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 C 
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A 
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 D 
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 C 
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A 
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C 
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
130 
 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO 
 
 
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C 
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A 
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 B 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A 
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E 
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 E 
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E 
 
 
 
 
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A 
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E 
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A 
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E 
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 C 
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 C 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 E 
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 E 
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C 
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 B 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E 
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B 
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 D 
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E 
 
UNIDADE 07 
 
UNIDADE 08 
 
UNIDADE 09 
 
 
UNIDADE 10 
 
UNIDADE 11 
 
UNIDADE 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
131 
 
 
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	TEORIA GERAL DA ADM.pdf (p.1-102)

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