Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
João Carlos Sampaio Pedro Luiz Malagutti MÁGICAS, MATEMÁTICA E OUTROS MISTÉRIOS 2 3 João Carlos Sampaio Pedro Luiz Malagutti Departamento de Matemática UFSCar MÁGICAS, MATEMÁTICA E OUTROS MISTÉRIOS III BIENAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MATEMÁTICA Universidade Federal de Goiás São Carlos, outubro de 2006 4 ©2006 Sampaio, J. C. Malagutti, P. L. Mágicas, Matemática e outros mistérios JOÃO CARLOS SAMPAIO PEDRO LUIZ MALAGUTTI Departamento de Matemática da Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luiz, Km 235 13.565-905 SÃO CARLOS - SP Fone/Fax 0 XX 16 3351 8220 E-mail: sampaio@dm.ufscar.br malagutti@dm.ufscar.br Título: Mágicas, Matemática e outros mistérios Tipo: Conexões interdisciplinares com base na Matemática Recreativa. Público-Alvo: Estudantes e professores de Licenciatura, alunos do Ensino Médio e Fundamental Descrição: Oficinas pedagógicas para motivar alunos ao estudo das Ciências Exatas e às descobertas matemáticas. Erratta Onde se lê a palavra “Erratta” leia-se “Errata” 5 Sumário 2. MÁGICAS COM MATERIAIS PREPARADOS.......................31 1. ADIVINHAÇÕES ARITMÉTICAS.............................................7 4. MÁGICAS E DEDUÇÃO.........................................................57 3. MÁGICAS COM BARBANTES..............................................39 INTRODUÇÃO: INÍCIO DO ESPETÁCULO.................................6 FIM DO ESPETÁCULO. REFERÊNCIAS E FONTES...............61 “Aquele que ensina Matemática e não pratica, de quando em quando, uma re- creação aritmética, pode ser um gênio como Poincaré, um novo Weierstrass, um George Cantor da Álgebra Moderna, mas será sempre um péssimo, um detes- tável professor” (Klein) 6 RESPEITÁVEL PÚBLICO, PALMAS PARA O MÁGICO! A arte de adivinhar ou prever números e cálculos aritméticos faz parte de nossa cultura matemática desde a primeira infância. Muitos autores têm dedicado seu tempo a escrever livros sobre truques aritméticos de efeitos mágicos, dirigidos a audiências de todas as idades, ba- seados em propriedades, às vezes insuspeitas, advindas da teoria dos núme- ros. Por outro lado também, a arte de trabalhar com barbantes, para construir figuras, é parte do folclore de quase todas as culturas. Por séculos os homens desenvolveram esta arte com um grau de sofisticação comparável à arte do origami, realizada até hoje no Japão. Milhares de padrões e truques foram in- ventados, e esta arte parece encantar as crianças até hoje, principalmente se acompanhada de lendas e mistérios. Ela é, portanto, fonte de integração e so- ciabilidade. Com isto em mente, pretendemos deixar nossa humilde contribuição desenvolvendo, nestas oficinas, várias brincadeiras envolvendo geometria, to- pologia geométrica e lógica. Almejamos, assim, trazer ao público alvo (estu- dantes de licenciaturas e professores do ensino básico) alternativas de ensino de matemática, tornado as aulas mais prazerosas. Pretendemos que as ofici- nas forneçam aos participantes propostas de atividades matemáticas com ele- mentos lúdicos, aliando o prazer ao ato de aprender. RESPEITÁVEL PÚBLICO, AQUI COMEÇA NOSSA AVENTURA PELO REINO MÁGICO DA MATEMÁTICA! INTRODUÇÃO: INÍCIO DO ESPETÁCULO 7 Nesta seção apresentamos alguns truques matemáticos que consistem, basi- camente, de adivinhações e predições aritméticas, todos (ou quase todos) fun- damentados em propriedades aritméticas elementares. O objetivo desses truques, aos quais chamaremos de mágicas, é ensi- nar (ou descobrir) elementos de aritmética através de brincadeiras. Cada mági- ca, pode ser explorada através da seguinte seqüência sugerida de atividades (chamaremos de "mágico" a pessoa que realiza o truque perante uma platéia). 1. Apresentação da mágica. Nesse estágio, o mágico escolhe, aleatoriamente ou por sorteio, um ou vários membros da audiência para submetê-los às mágicas. 2. Descoberta do segredo da mágica. Nesse estágio, o mágico desafia sua platéia a desvendar o truque apresentado. 3. Exploração matemática da mágica. Truque desvendado, o mágico faz uma pequena apresentação, à platéia, dos elementos de matemática usados na mágica. 4. Alternativamente, a descoberta do segredo de cada mágica pode ser pro- posta como desafio matemático. Truques aritméticos 1. Raiz cúbica instantânea Neste truque, o mágico exibe um quadro (que pode ser a lousa) com os cubos dos números inteiros de 1 a 10, e pede a uma pessoa que pense em um núme- ro de 11 a 99, mantenha-o em segredo, e calcule seu cubo. Uma calculadora pode (e deve) ser usada. A pessoa diz o resultado e imediatamente o mágico revela o número pensado. 2. Pensamentos em sintonia O mágico pede a duas pessoas amigas da audi- ência que pensem, cada uma delas, um número. Chamaremos essas pessoas de A e B. O mágico pede a B que pense em um número inteiro de 1 a 9. Aproxima-se de B e diz que vai adivinhar o número pensado por A usan- do forças telepáticas através de B e, nesse pro- cedimento, vai também adivinhar se A e B tem boa sintonia de pensamentos. O mágico pede a B que lhe revele em segredo seu número pensado. Voltando-se para A, pede que pense em um número de 1 a 100. Pede então que A multiplique o número pensado por 5, acrescente 5 ao resultado e multiplique o resultado final por 2. Então, o mágico pede que A subtraia do último resultado um "número estratégico". Pergunta a A qual foi o resultado. Digamos que A responda: 346. 1. ADIVINHAÇÕES ARITMÉTICAS 8 O mágico então volta-se para A e diz: − Ah, vocês tem os pensamentos em sintonia, porque seu amigo B pensou no número 6, enquanto que você pensou no número 34 ! Alternativamente, o mágico pode trabalhar este truque com várias pes- soas da audiência simultâneamente, "adivinhando" o número pensado por cada uma, através do número chave dado por B. 3. Um número esperto O mágico solicita um voluntário para participar da brincadeira, dizendo que vai adivinhar um número pensado por ele, de 10 a 99 (que pode ser sua idade). Pede a essa pessoa que anote seu número pensado em uma folha de papel. Pede-lhe ainda para escrever, abaixo de seu número, o número 85 (este número pode ser mudado cada vez que a brincadeira é repetida, ele é o "nú- mero esperto"). O mágico pede então, ao voluntário, para somar os dois números e manter a soma em segredo. O número es- perto deve ser tal que possibilite uma soma maior que 100. Suponhamos por exemplo, que o espectador voluntário tenha 35 anos. Ele fará os cálculos descritos ao lado. Em seguida, pede que o voluntário risque, na soma ob- tida, o algarismo das centenas, ficando com um número de dois algarismos apenas. Pede-lhe, em seguida, que escreva o algarismo das centenas, que foi suprimido, abaixo do número de dois algaris- mos resultante, e faça a soma desses dois últimos números. No nosso exemplo, o resultado final seria 21. O mágico pede ao voluntário que diga o resultado final. Ouvida a res- posta, o mágico revela ao voluntário o número pe 4. Resgatando o dígito p O mágico pede a uma pessoa para escrever, em de quatro ou cinco algarismos (o número de alga brincadeira), que não precisam ser diferentes en algarismo 0. Em seguida o mágico pede à pessoa para mos de seu número. Suponhamos que pessoa escreveu o nú garismos deste número é 18. O mágico pede então à pessoa para suprim número, riscando-o e, com os algarismos que res ro alterando a ordem dos algarismos como quiser No exemplo que estamos tomando, a pess mero original, o algarismo 5 e, em seguida, com mar o número 3442. 3 5 8 5 1 2 0 1 2 1 3 5 (idade do voluntário) 8 5 (número esperto) 1 2 0 (soma obtida) nsado por ele. erdido segredo, um número inteiro, rismos é irrelevante para esta tre si, e que não faça uso do calcular a soma dos algaris- mero 24543. A soma dos al- ir um dos algarismos de seu taram, formar um novo núme- . oa pode suprimir, do seu nú- os algarismos restantes, for- 9 O mágico pede então à pessoa para subtrair, desse novo número (en- curtado e com seus algarismos aleatoriamente embaralhados), a soma dos algarismosdo número original. No nosso exemplo a pessoa calculará: 3442 − 18 = 3424. O mágico pede à pessoa que lhe informe o resultado dessa subtração e, ouvido o resultado, revela imediatamente qual foi o algarismo suprimido do número original. 5. Raiz quadrada instantânea Neste truque, o mágico pede a uma pessoa que pense em um número de 1 a 99, mantenha-o em segredo, e calcule seu quadrado. Uma calculadora pode ser usada. A pessoa diz o resultado e imediatamente o mágico revela o número pensado. 6. Fibonacci O mágico fica de costas para a lousa e pede a um membro da audiência que escreva, na lousa, dois nú- meros inteiros quaisquer, de 1 a 10, um abaixo do ou- tro. De costas para a lousa desde o início, o mágico pede que a soma desses dois números seja escrita logo abaixo dos dois primeiros. Pede então que o 3o e 4o números dessa coluna sejam somados produzindo o 5o número, e que sejam sucessivamente somados o 4o e o 5o, produzindo o 6o, e assim por diante até que se complete uma coluna de 10 números. Suponhamos, como exemplo, que a disposição final dos números seja Então, o mágico vira-se para a lousa e, quase imediatamente, revela o valor da soma dos dez números: 737. O mágico também poderá calcular instantaneamente a soma de todos os n primeiros números, para cada valor de n, por exemplo a soma dos 5 pri- meiros números, a soma dos 7 primeiros números, etc. Para tornar a brincadeira mais ágil, o mágico pode pedir a um membro da audiência (que tenha uma calculadora) que vá calculando a soma dos nú- 7 4 11 15 26 41 67 108 175 283 os dois primeiros números propostos (= 7 + 4) (= 4 + 11) (= 11 + 15) etc. 1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o 8o 9o 10o 10 meros listados, enquanto eles são escritos na lousa, para conferência ao final do truque. 7. Adivinhação egípcia O mágico pede a uma pessoa que pense em um número de 10 a 100. O mágico executa então os seguintes passos: 1. Pergunta à pessoa se o número pensado é par ou ímpar. Ouvida a resposta, se for par, pede à pessoa que divida o número por 2. Se for ímpar, pede à pessoa que subtraia 1 e que então divida o resultado por 2. 2. Pergunta então se o novo resultado, assim obtido, é par ou ímpar. 3. O procedimento continua com cada novo resultado. Isto é, o mágico per- gunta se o número resultante é par ou ímpar e, ouvida a resposta, pede à pessoa para repetir o procedimento descrito no item 1. O mágico pede à pessoa para avisá-lo quando o resultado tornar-se igual a 1, quando então os cálculos da pessoa terminam. O mágico vai fazendo anotações enquanto a pessoa lhe passa as in- formações solicitadas e, quando é informado de que o resultado é igual a 1, ele revela imediatamente à pessoa o número pensado por ela. Truques aritméticos com calendários 8. Adivinhando três dias consecutivos, escolhidos em segredo O mágico dá ao espectador a página de um calendário. Pede-lhe que escolha mentalmente três dias consecutivos mas não os revele. Pede-lhe então que calcule a soma desses três dias. Pede-lhe para informar o valor da soma. No exemplo da figura, ele dirá 72. O mágico então revela quais dias foram escolhi- dos. dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 O mágico pode ainda repetir a brincadeira, aumentando o número de dias con- secutivos a serem escolhidos, para 4 dias, ou para 5 dias e, informado sobre o valor da soma, revelar os dias pensados pelo espectador. 11 9. Adivinhando três datas consecutivas escolhidas, do seu dia da semana favorito Neste truque, o mágico pede a um espectador para escolher, em segredo, um dia da semana, de segunda a domingo. Suponhamos que ele escolheu quinta- feira. Pede-lhe então para escolher, numa folhinha como a da figura, três datas consecutivas desse dia da semana, ou seja, três números consecuti- vos de uma mesma coluna. Suponhamos que o espectador escolheu as três primeiras quintas- feiras consecutivas, como mostrado na figura abaixo. dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 O mágico pede-lhe para somar os três dias escolhidos e dizer o total. No exemplo da figura, ele dirá 30. Imediatamente o mágico revela os dias escolhi- dos. A brincadeira também pode ser implementada com quatro datas con- secutivas, de um mesmo dia da semana, isto é, quatro segundas-feiras, quatro terças-feiras, etc. 10. Predizendo uma soma em seu bloco de datas 4×4 Neste truque, o mágico apresenta uma página de um calendário de um mês qualquer, e pede a um voluntário que escolha, neste calendário, um bloco qua- drado de datas, de quatro linhas por quatro colunas. O mágico pede então a essa pessoa que selecione quatro datas deste bloco, sendo que as quatro datas devem ser de colunas diferentes e também de linhas diferentes. Ou seja, dentro desse bloco 4×4, não devem ser escolhi- das duas datas de uma mesma linha e nem de uma mesma coluna. dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 12 Por exemplo, do calendário acima, a pessoa pode selecionar o bloco mostrado à esquerda, e então as quatro datas indicadas à direita. O mágico pede ao voluntário que calcule a soma das quatro datas, em segredo, e que em seguida informe a primeira data, que aparece na primeira linha e primeira coluna do bloco. O mágico então revela a soma das quatro datas escolhidas. 11. Adivinhando a soma de cinco datas escolhidas Das mágicas com calendários, esta mágica é mais difícil de ser desvendada. O mágico toma a folha de um calendário de um mês de cinco semanas, como por exemplo o da figura abaixo: dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Folhinhas como a da figura seguinte, com dois domingos sobrepostos em um mesmo quadrinho, não servem para este truque. dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 30 24 25 26 27 28 29 O mágico pede a um espectador para escolher um dia de cada semana. O espectador poderá marcar no calendário ou anotar em um papel cinco datas, uma de cada semana do mês. O mágico pede-lhe então para dizer apenas quantos domingos escolheu, quantas segundas, quantas terças, e assim por diante. O mágico deverá ter um bloco de papel à mão para anotar. Assim que o espectador termina de fornecer esses dados o mágico re- vela a soma dos dias escolhidos. Este truque causa grande surpresa. Por exemplo, suponhamos que o espectador escolheu no calendário os dias conforme mostrado na figura abaixo. 13 dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Ao ser interrogado, ele dirá que escolheu um domingo, uma segunda- feira, uma quarta-feira e duas sextas-feiras. De posse desta informação o má- gico revelará que a soma dos dias escolhidos é 79. 12. Os caléndários mágicos do apagão Neste truque, o mágico exibe seqüencialmente cinco calendários, que supos- tamente, diz ele, foram elaborados à época do racionamento de energia elétri- ca do país, vulgo "apagão". Cada calendário apresenta algumas datas destacadas, com números demarcados com um círculo em volta (ou impressos em cor vermelha ou azul se os calendários forem confeccionados em computador). Essas datas desta- cadas, diz o mágico, foram propostas como datas em que as empresas de pro- dução industrial teriam que desligar suas máquinas, como forma de raciona- mento de energia elétrica. Com esses calendários, diz o mágico, ele pode adi- vinhar a data de aniversário de qualquer um dos espectadores. Tendo escolhido um espectador para participar da brincadeira, ao exibir cada calendário pergunta-lhe se o dia de seu aniversário aparece em destaca- do ou não. Os calendários exibidos, com seus dias demarcados, devem obedecer aos seguintes padrões. Os números destacados são indicadosem negrito, e sublinhados. dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 calendário 1 calendário 2 14 Após exibir os cinco calendários e ter ouvido as cinco respostas do espectador, o mágico pergunta ao espectador qual é seu signo do zodíaco. Após ouvir a resposta, o mágico lê o horóscopo do espectador (em uma revista ou jornal) e depois anuncia o dia e mês do seu aniversário, acrescentando que seu horós- copo lhe prevê um feliz aniversário nessa data. Truques aritméticos com materiais diversos 13. Uma predição aritmética insistente Neste truque, três pessoas da audiência formam, de maneira aleatória, três números de três algarismos cada, cuja soma o mágico prediz escrevendo-a previamente em um papel. O mágico dispõe de nove cartões. Cada cartão tem um número (um al- garismo de 1 a 9) em uma face e, na outra face, uma das três seguintes for- mas: um quadrado, um triângulo, um círculo. Além disso, a face oposta à face numerada, tem uma das três seguintes cores: vermelho, azul, amarelo (alter- nativamente, os cartões podem ser confeccionados com outras cores). Três pessoas são escolhidas e cada uma escolhe três cartões, um de cada cor. Cada uma delas então informa ao mágico os números que se encon- tram na outra face de seus cartões, em uma certa ordem, por exemplo: cartão vermelho, cartão amarelo, cartão azul. Os três números informados, por cada dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 calendário 3 calendário 4 dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 calendário 5 15 pessoa, são considerados como a centena, a dezena e a unidade, de um nú- mero de três dígitos. Os números de três dígitos, assim construídos, são com- pilados em um quadro (lousa) de modo a serem somados. O mágico exibe en- tão um cartão onde previamente escreveu a soma: 1665. Incidentalmente, 1665 é o ano em Isaac Newton descobriu seu teorema do binômio, e esta data pode ser considerada como o alvo da mágica. Os cartões são recolhidos e novamente embaralhados. Agora as pesso- as escolhem novamente os cartões, seguindo a seqüência de figuras no verso: um triângulo, um quadrado, um círculo. Novos números são formados, com os cartões sendo chamados, de cada pessoa, na ordem triângulo-quadrado- círculo (ou outra ordem qualquer), e então os três números são somados. Sur- preendentemente, a soma dos números formados também será 1665. 14. Uma predição aritmética inacreditável Três pessoas da audiência são escolhidas. Cada é chamada a dizer um número de três algarismos. Os números são compilados, em formato grande, pelo mágico, de maneira organizada, em uma folha grande de papel (que pode ser uma folha tamanho A4), que é mostrada à platéia. Na situação do exemplo abaixo, foram ditados os números 258, 674 e 732. 2 5 8 6 7 4 7 3 2 Tal como indica a figura, o papel é previamente dobrado, com as dobras de- marcando nove retângulos de mesmo tamanho sendo cada algarismo escrito dentro de um dos retângulos. O mágico toma uma outra folha de papel e diz que vai fazer uma predi- ção. Escreve em segredo um número na folha e guarda-a. Usando os vincos das dobras, o mágico então corta, em 9 pedaços re- tangulares, a folha em que foram lançados os três números, cada pedaço con- tendo um algarismo. 2 5 8 6 7 4 7 3 2 O mágico pede a alguém que embaralhe os pedaços, e os distribui a três outras pessoas da audiência. Em ordem de chamada, cada uma delas dita um algarismo, de modo a formar três novos números de três algarismos cada. Os três novos números são escritos em uma lousa e somados. O mágico exibe um papel mostrando que já havia previsto a soma. 16 15. Diferenças sutis entre eles e elas Esta mágica não tem relação alguma com propriedades aritméticas. No entanto, o truque utiliza princípios usados na mágica anterior, e por isso vamos incluí-la nesta seção. O mágico dobra uma folha de papel A4 em oito partes, tal como indicado na ilustração, fazendo vincos de modo a poder recortá-la sem o uso de tesoura. Em seguida o mágico recorta cuidadosamente os oito pedaços, e dis- tribui quatro deles a pessoas do sexo masculino e os outros quatro a pessoas do sexo feminino. Pede então, a essas oito pessoas, que escrevem, com boa caligrafia, o nome de sua comida favorita (ou de um filme favorito, ou o seu número da sorte). Solicita então que um voluntário recolha as fichas preenchi- das e as embaralhe. O mágico então procede a revelar o sexo de cada uma das oito pessoas através da leitura de cada uma das fichas. 16. Amarelo, azul, ou rosa Esta mágica requer a participação de três membros da platéia, os quais cha- maremos de A, B e C. O mágico deixa um conjunto de fichas (ou cartões, ou palitos) sobre a mesa. Em seguida, chama três voluntários, A, B e C, para a frente da platéia e distribui algumas fichas extras a eles, deixando uma ficha com A, duas fichas com B, e quatro fichas com C. Pede então emprestado à platéia três objetos comuns, que deixa sobre a mesa. Vamos supor aqui que os objetos emprestados são um relógio de pulso feminino, uma caneta e um cha- veiro. Vira-se de costas para os voluntários A, B, e C, pede que cada um es- colha um dos objetos sobre a mesa, e guarde-o em seu bolso. Em seguida re- passa aos voluntários, em voz alta, as seguintes instruções, que deverão ser executadas longe dos olhos do mágico, isto é, secretamente. 1. A pessoa que pegou o chaveiro deve ir à mesa e pegar um número de fi- chas igual ao que tem à mão. 2. Quem pegou a caneta, deve ir à mesa e pegar o dobro do número de fichas que tem à mão. 3. E quem pegou o relógio deve ir à mesa e pegar o triplo de fichas que tem à mão. O mágico aguarda que os voluntários peguem as fichas, conforme as instruções dadas, e que as guardem no bolso. Volta-se então para a frente da platéia e, um a um, revela qual foi o objeto escolhido por cada um dos voluntários. 17 Calendário mental 17. O dia da semana em que você nasceu Neste truque, o mágico solicita a um voluntário que diga o dia, mês e ano de seu nascimento, e então, após alguns segundos de cálculo mental, lhe revela o dia da semana em que nasceu. O truque é repetido com outros voluntários da platéia. Desmascarando o feiticeiro (revelando todos os segredos) 1. Raiz cúbica instantânea Para realizar o truque, é preciso ter à mão os cubos dos dez primeiros inteiros positivos, que o mágico pode escrever em um quadro, a título de "revi- são". sobre o conceito de cubo. O efeito será mais impressionante se o mágico conseguir memorizar esta tabela de valores. 13 = 1 63 = 216 23 = 8 73 = 343 33 = 27 83 = 512 43 = 64 93 = 729 53 = 125 103 = 1000 Examinando esta tabela verificamos que cada um dos dez cubos ter- mina com um algarismo diferente. Agora, por exemplo, como 73 = 343, se um número de dois algarismos termina com o algarismo 7, seu cubo também termina com 3: 173 = 4913, 273 = 19683, etc. Digamos que a pessoa pensou no número 43. Ela calcula 433 e obtém 79507 e diz este número ao mágico. O mágico sabe então que o algarismo das unidades do número pensado é 3. O mágico então ignora os três últimos alga- rismos de 79507, ficando com 79. Olhando na tabela, procura o número mais próximo menor que (ou igual a) 79. Neste caso, encontra 64, que é o cubo de 4. Este 4 será o algarismo das dezenas do número pensado. O mágico media- tamente recompõe o número pensado: 43. 18 Justivicativa: como 33 = 27, e 53 = 125, teremos 303 = 27000, e 503 = 125000. Como 303 < 79507 < 503, o único número do qual 79507 pode ser cubo é 43, pois este é o único número, entre 30 e 50, com algarismos das uni- dades igual a 3. 2. Pensamentos em sintonia O "número estratégico"a ser subtraído ao final é 10 − b, sendo b o número pensado (informado ao mágico) pela pessoa B. Por exemplo, digamos que A pensou em 67 e B pensou em 4. O núme- ro estratégico, a ser utilizado pelo mágico, é 10 − 4 = 6. Então A procede aos seguintes cálculos: 67 × 5 = 335 335 + 5 = 340 340 × 2 = 680 680 − 6 = 674 O mágico anuncia que 67 é o número pensado por A e 4 é o número de B. Os cálculos solicitados pelo mágico tem como resultado 10(a + 1) = 10a + 10, sen- do a o número pensado por A. Subtraindo-se 10 − b, a pessoa A obtém 10a + 10 − (10 − b) = 10a + b No exemplo, 10a + b = 10 × 27 + 4 = 274. 3. Um número esperto A supressão do dígito 1 subtrai 100 do número 120, deixando 20 como diferença. A adição do dígito 1 à essa diferença, pro- duz o efeito de subtrair 99 do número 120. De fato, 20 + 1 = 120 − 100 + 1 = 120 − 99 Como 120 é a soma do número pensado (pela pessoa que participa da brincadeira) com o número "esperto", basta acrescentar, ao resultado final, um número que complete 99 quando somado ao número esperto. No exemplo, o número pensado pela pessoa é 35. O número esperto, usado pelo mágico, foi 85. À pessoa calculará 35 + 85, obtendo 120. Após o cálculo intermediário (supressão do dígito das centenas, transferência desse dígito para baixo do número resultante e subseqüente adição), ocorre um decréscimo de 99 em re- lação ao número 120. Para resgatar a idade da pessoa o mágico soma (mentalmente) 14 ao número 21 e obtem 35, o número pensado pela pessoa. O número 14 é estra- tegicamente tomado pois 14 + 85 = 99. Assim, nesta última adição mental o mágico completa o acréscimo do 99 que foi subtraído. Se por exemplo, o número esperto utilizado for 90, o mágico somará (mentalmente) 9 ao resultado final. 1 2 0 1 2 1 19 4. Em busca do dígito perdido Vamos explicar o truque, sem demonstrar as justificativas aritméticas. Um número é divisível por 9 se a soma de seus algarismos for divisível por 9. Quando o número não é divisível por nove, ele e a soma de seus alga- rismos deixam o mesmo resto quando divididos por 9. Por exemplo, para saber qual é o resto da divisão de 45176 por 9, cal- culamos 4 + 5 + 1 + 7 + 6 = 23. O resto da divisão de 23 por 9 é 5. Portanto o resto da divisão de 45176 por 9 também é 5. Iteradamente, podemos ainda fazer: 4 + 5 + 1 + 7 + 6 = 23 2 + 3 = 5 (repetindo o procedimento de somar os algarismos), e chegamos ao número 5, resto da divisão de 45176 por 9. Como conseqüência dos fatos acima, a diferença entre um inteiro e a soma de seus algarismos é sempre divisível por 9, já que ambos deixam o mesmo resto na divisão por 9. Como exemplo, a diferença 45176 − (4 + 5 + 1 + 7 + 6) = 45153 é divi- sível por 9: 45176 − (4 + 5 + 1 + 7 + 6) = (4 × 10000 + 5 × 1000 + 1 × 100 + 7 × 10 + 6) − (4 + 5 + 1 + 7 + 6) = 4 × 9999 + 5 × 999 + 1 × 99 + 7 × 9 Agora, se calculamos a soma dos dígitos de um número inteiro divisível por 9 devemos obter um número divisível por 9. Se aplicarmos o procedimento, de calcular a soma dos dígitos de um inteiro, calcular novamente a soma dos dígitos do resultado, e repetir o cálculo da soma dos dígitos a cada novo resul- tado, a partir de um número divisível por 9, eventualmente chegaremos a um inteiro positivo, de um só dígito, divisível por 9, que só pode ser ... 9. E quanto à explicação sobre a descoberta do dígito perdido? Suponhamos que a pessoa, submetida ao truque do mágico, suprimiu o dígito 7 do número 45176, e que, com os algarismos restantes, formou o núme- ro 4561. A diferença 4561 − (4 + 5 + 1 + 7 + 6) = 4561 − 23, já não será divisível por 9, pois o dígito 7 foi descartado do primeiro número. Agora, 4561 − 23 = 4538 é um resultado informado ao mágico. O cál- culo iterado da soma dos dígitos deste resultado informado dá 4 + 5 + 3 + 8 = 29 2 + 9 = 11 1 + 1 = 2 revelando ao mágico que não foi obtido um 9 ao final por falta de 7 unidades, informando-lhe este como dígito perdido. 5. Raiz quadrada instantânea Para realizar o truque, é preciso ter à mão os quadrados dos dez pri- meiros inteiros positivos, que o mágico pode escrever em um quadro, a título de "revisão". sobre o conceito de quadrado. O efeito será mais impressionante se o mágico memorizar esta tabela de valores, o que é relativamente fácil. 20 12 = 1 62 = 36 22 = 4 72 = 49 32 = 9 82 = 64 42 = 16 92 = 81 52 = 25 102 = 100 Examinando esta tabela verificamos que os quadrados de 1 e 9 tem 1 como algarismo da unidade, os quadrados de 2 e 8 terminam em 4, os de 3 e 7 terminam em 9, os de 4 e 6 terminam em 6, apenas 52 termina em 5, e 102 ter- mina em 0. Agora, por exemplo, como 32 = 9 e 72 = 49, se um número de dois alga- rismos termina com o algarismo 3 ou 7, seu quadrado também termina com 9. Por exemplo, 132 = 169, 172 = 289, 232 = 529, 272 = 729, etc. Digamos que a pessoa pensou no número 63. Ela calcula 632 e obtém 3969 e diz este número ao mágico. O mágico sabe então que o algarismo das unidades do número pensado é 3 ou 7. Inicialmente, o mágico ignora os dois últimos algarismos de 3969, ficando com 39. O mágico procura, na tabela de quadrados dos números de 1 a 10, o número mais próximo e menor que (ou igual a) 39. Neste caso, encontra 36, que é o quadrado de 6. Este 6 será o al- garismo das dezenas do número pensado. O mágico sabe então que o número informado, 3969, é o quadrado de 63 ou de 67. Para decidir qual dos dois é o número pensado, o mágico calcula mentalmente 652, que é 4225. Os quadrados de números terminados em 5 po- dem ser calculados facilmente. Para calcular 652, fazemos 6×7 (6 vezes seu sucessor, 7), obtendo 42, e então justapomos o final 25, formando o número 4225. Outro exemplo: 352 = 1225, pois 3×4 = 12 e aí é só justapor o final 25 (o final justaposto será sempre 25). O mágico nota então que 652, que é 4225, é maior que o quadrado in- formado, 3969. Portanto 3969 só pode ser o quadrado de 63, que é menor que 65. Justificativa para a determinação do algarismo das dezenas. Como 62 = 36, e 72 = 49, teremos 602 = 3600, e 702 = 4900. Como 602 < 3969 < 702, o número do qual 3969 é quadrado tem que estar entre 60 e 70, restando então decidir se é 63 ou 69. 6. Fibonacci A soma dos dez primeiros termos, de uma seqüência assim construída (se- qüência de Fibonacci generalizada), é 11 vezes o 7o termo! Para facilitar sua localização, o 7o termo é o quarto termo de baixo para cima. Para realizar a multiplicação por 11, podemos proceder usando os atalhos exemplificados abaixo: • 23 × 11 = 253 (os dígitos são 2, 2 + 3, e 3) • 76 × 11 = 836 Aqui, os dígitos não podem ser, 7, 7 + 6, e 6, pois 7 + 6 = 13. Somamos então o dígito 1 deste "13" ao primeiro dígito, 7, obtendo 8, e deixamos o 21 dígito 3 (do "13") entre 8 (algarismo das dezenas) e 6 (algarismo das unidades). • 234 × 11 = 2574 (justapomos 2, 23 + 34 e 4) Já a soma dos n primeiros termos da seqüência é a diferença (n+2)-ésimo termo − (2o termo) A soma dos 7 primeiros termos é igual à diferença (9o termo) − (2o termo). A soma dos 5 primeiros termos é igual à diferença (7o termo) − (2o termo). Para calcularmos (já não tão rapidamente) a soma de todos os termos até o 9o termo, fazemos 11 × (6o termo) + [(1o termo) − (2o termo)]. No exemplo, essa soma dos nove primeiros termos será 11 × 41 + Par de maneira mais ge sidere que a se- qüência de a1 = a, a2 = b, a3 = a = a +2b, a5 = 2a + 3b, etc., nte aos resultados. ivinhação egípcia Suponham pas de pr contas, en ções: O os da brin da, o mág e resgata Os composiçã A presentaçã decimal. O gos egípc tências de núm resu sões 7 − 4 = 451 + 3 = 454 a justificar este truque, números tem a forma: e você chegará facilme 7. Ad os que o número pensado pelo voluntário é ocedimentos aritméticos, temos a pessoa quanto simultaneamente o mágico vai faze mágico anota, como descrito acima à direita cadeira, as potências sucessivas de 2 inician ico soma as potências de 2 correspondentes 4 + 16 + 32 = 52 o número que foi pensado! passos do procedimento descrito sempre o do número pensado comosoma de potênc chave deste truque está no algoritmo aritmé o binária de um número a partir de sua re título do truque é inspirado pelo algoritmo d ios, que recorria à decomposição de um nú 2. ero que a pessoa pensou, e ltados das sucessivas divi- por 2 anotações ímpar infor ponde a um 52 (número pensado) 26 13 6 3 1 ral, con + b, a4 52. Nas sucessivas eta- efetuando as seguintes ndo as seguintes anota- , nos sucessivos estági- do em 20 = 1. Em segui- às marcas 9, permitem ao mágico a ias de 2. tico para o cálculo da re- presentação no sistema e multiplicação dos anti- mero como soma de po- do mágico (cada número mado pela pessoa corres- 9. 1 2 4 9 8 16 9 32 9 22 8. Adivinhando três dias consecutivos, escolhidos em segredo Uma seqüência de três dias consecutivos tem a forma d − 1, d, d + 1 A soma desses três termos é obviamente 3d. Sendo assim, ao dizer a soma o espectador estará revelando o triplo do 2o termo. Basta então dividir por 3 a soma revelada para “adivinhar” a seqüência de 3 dias. 9. Adivinhando três datas consecutivas escolhidas, do seu dia da semana favorito Novamente, o truque está fundamentado no fato de que os três números escolhidos formam uma progressão aritmética de razão 7, isto é, tem a forma d − 7, d, d + 7 Assim sendo, a soma desses três termos é 3d. Basta então dividir a soma revelada por 3 para obter o segundo dia escolhido. Subtraindo-se 7, tem- se o primeiro dia, somando-se 7 tem-se o terceiro. Estes truques com calendários podem ser adaptados a um número maior de dias consecutivos. Por exemplo, para o truque com cinco dias consecutivos, considera-se que eles terão a forma d − 2, d − 1, d, d + 1, e d + 2, sendo d o dia central (3a data). A soma desses cinco dias, a ser revelada ao mágico, é 5d. Assim, dividindo-a por 5 revela-se d, obtendo-se em seguida os demais dias, dois anteriores, e dois posteriores. Já quatro dias consecutivos escolhidos terão a forma d − 1, d, d + 1, e d + 2. Neste caso, a soma dos quatro será 4d + 2. O mágico deve então sub- trair 2 e então dividir por 4 para "adivinhar" o 2o dia da seqüência. 10. Predizendo uma soma em seu bloco de datas 4×4 A soma dos quatro números escolhidos no bloco (matriz) 4×4 será a soma dos números que aparecem na diagonal principal, diagonal que vai da primeira à última data dentro do bloco. No exemplo considerado, a soma será 2 + 10 + 18 + 26 = 56. Para calcular esta soma rapidamente, o mágico calcula 2 + 26 = 28 (soma do primeiro e último números do bloco), e multiplica esta soma por 2. 23 Como justificativa, note que a soma dos quatro números escolhidos será a soma dos números da primeira coluna, que no exemplo são 2, 9, 16 e 23, acrescida de 6, correspondente a deslocamentos para a direita de 0, 1, 2 e 3 unidades, ocorridos quando são escolhidos os números das primeira, segun- da, terceira e quarta colunas. Por exemplo, se foram escolhidos os números 4, 9, 17 e 26, a soma destes será 4 + 9 +17 +26, que é (2 + 2) + (9 + 0)+ (16 + 1) + (23 + 3), ou seja, (2 + 9 + 16 + 23) + (1 + 2 + 3) = (2 + 9 + 16 + 23) + 6. Uma tal soma é também a soma dos elementos da diagonal principal, 2 + 10 + 18 + 26, que é 2 + (9 + 1) + (16 + 2) + (23 + 3). 11. Adivinhando a soma de cinco datas escolhidas O mágico olha na folhinha para ver a data central (a 3a quarta-feira) que aparece nela. No nosso exemplo, essa data é 16. O mágico calcula 5 × 16 = 80. De posse desse dado, o mágico presta atenção nas informações que lhe são repassadas pelo espectador que escolhe as 5 datas. Para cada domingo, o mágico subtrai 3. Para cada segunda-feira, subtrai 2. Para cada terça-feira, subtrai 1. As quartas-feiras são ignoradas. Para cada quinta-feira, soma (acrescenta) 1. Para cada sexta-feira, acrescenta 2. E para cada sábado acrescenta 3. Em outras palavras, no caso do calendário acima, ao número 5 × 16 = 80, o mágico fará a seqüência de cálculos 80 − 3 − 2 + 2 + 2 = 79 Revisando: 80 − 3 (domingo) − 2 (segunda) + 2 + 2 (duas sextas). Mas porquê a fórmula funciona? Primeiramente imaginemos que os espaços vazios da folhinha também estejam preenchidos, com as “datas” em progressão aritmética. Assim a folhi- nha acima ficará na forma da figura abaixo. dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 24 dom seg ter qua qui sex sab − 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 Então a soma dos dias que foram escolhidos será, neste exemplo, 9 − 2 s cin les ficam cent 2 + ara a dire cent − 2 ra a esqu luna fere eita de 2 aritm tem ros n Supo mági em q pecta apar ness + 4 + 4 + 7 + 18 + 23 + 27 = (2 + 2) + ( Os dias aqui sublinhados são a posicionados nas cinco colunas O segundo número 2 da soma ita de 2 casas a partir da coluna O número −2 da subtração 9 erda de duas casas a partir da co O número 2 da soma 16 + 2 re casas, e assim por diante. Assim sendo a soma acima será (2 + 9 +16 + 23 + 30) − A soma 2 + 9 +16 + 23 + 30 é a so ética de razão 7, portanto, igual a 5 × O mesmo argumento se aplicaria apenas quatro quartas-feiras (e data egativos na explicação aritmética do t 12. Os caléndários má nhamos que a pessoa (espectador) co observa o primeiro número em ve ue aparece o número catorze em v dor. No caso de nosso exemplo, os ece grifado, serão os calendários 2, 3 es calendários são 2, 4 e 8 (confira). 8 obtendo 14 ! dom seg ter qua qui sex sab 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 ) + (16 + 2) + (23 + 0) + (30 − 3) co quartas-feiras do calendário. E rais. 2 refere-se à um deslocamento p ral. refere-se à um deslocamento pa central. -se à um deslocamento para a dir 3 − 2 + 2 + 2 = 79 ma de 5 termos de uma progressão (termo central) = 5 × 16 = 80. à folhinha abaixo à esquerda, que central 13), daí a inserção de núme- ruque. gicos do apagão faz aniversário no dia 14 de abril. O rmelho (grifado) em cada calendário ermelho (grifado), indicado pelo es- calendários indicados, nos quais 14 e 4. Os primeiros números grifados O mágico faz mentalmente a soma 2 dom seg ter qua qui sex sab −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 25 A pessoa dirá que é do signo de Áries. O mágico observa que o signo de Áries é das pessoas nascidas de 21 de março a 20 de abril. Como a pessoa faz aniversário no dia 14, ela só pode ter nascido em abril. Ao ler o horóscopo, o mágico já terá à mão uma tabela de signos do zo- díaco, como a seguinte. Áries Touro Gêmeos Câncer Leão Virgem Libra Escorpião Sagitário Capricórnio Aquário Peixes 21/03 a 20/04 21/04 a 20/05 21/05 a 20/06 21/06 a 21/07 22/07 a 22/08 23/08 a 22/09 23/09 a 22/10 23/10 a 21/11 22/11 a 21/12 22/12 a 20/01 21/01 a 19/02 20/02 a 20/03 Se a pessoa fizer aniversário dia 21, e for de Câncer, ou dia 20, e for de Peixes, o mágico poderá adicionalmente perguntar se a pessoa é do primeiro ou do último decanato de seu signo. Os primeiros dias grifados, nos cinco calendários, são as cinco primeiras potências de 2, 20 = 1, 21 = 2, 22 = 4, 23 = 8 e 24 = 16. Cada inteiro positivo pode ser expressado, de uma única maneiro, como uma potência de 2 ou como soma de potências de 2 distintas entre si. O primeiro calendário mostra grifados apenas os números expressados por somas de potências de 2 em que o núme- ro 1 participa. O segundo calendário mostra grifados os números expressados por tais somas em que o número 2 participa. Os calendários 3, 4 e 5 mostram, grifados, os números expressados por somas tendo a participação das potên- cias 4, 8 e 16, respectivamente. Assim, por exemplo, o único número a aparecer nos calendários 1, 4 e 5 será (confira) 1 + 8 + 16 = 25. 13. Uma predição aritmética insistente Os cartões devem ser preparados seguindo a seguinte seqüência de números, cores e figuras. Os números são escritos em uma face (numerais grandes) e a cor e a figura aparecemna face oposta. 26 O truque funciona automaticamente, porque a disposição inicial dos nú- meros obedece a um quadrado mágico em que a soma dos elementos, em qualquer linha e em qualquer coluna, é igual a 15. 14. Uma predição aritmética inacreditável O mágico toma o cuidado de anotar em separado os três números, no momento em que diz que vai fazer a previsão. Para impressionar a audiência, pode anotar os três números trocando as duas primeiras colunas de seus dígi- tos. Por exemplo, se os números ditados (e anotados no papel, em tamanho grande) foram 2 5 8 6 7 4 7 3 2 o mágico anota separadamente, em uma folha de papel, os números 5 2 7 6 4 3 7 2 e então calcula a soma destes, 1664. Este será o número anotado para a pre- dição. Após recortar os pedaços, tê-los embaralhados e coletá-los de volta, o mágico toma o cuidado de observar quais pedaços são da coluna à esquerda, quais são do centro, e quais são da coluna à direita, simplesmente observando deta- lhes das bordas dos pedaços de papel. Consideremos, por exemp , os três ped ços retangul res com os algarismos do número 258, escrito inic almente na pr eira linha 8 vermelho 1 azul 6 verde 3 vermelho 5 azul 7 verde 4 vermelho 9 azul 2 verde lo i a im a 8 27 2 5 8 O pedaço com o algarismo 2 é bem recortado à esquerda (recorte original da folha A4) mas mal recortado à direita (recorte feito à mão, a partir de dobradura feita no papel). O pedaço com o 5 é mal recortado à esquerda e à direita. Já o pedaço com o 8 é mal recortado à esquerda, mas com um recorte perfeito à direita. Esses detalhes permitem identificar facilmente quais pedaços contém algarismos de centenas dos números ditados (dígitos à esquerda), de dezenas (dígitos no centro) e de unidades (dígitos à direita). Ao distribuir os 9 algarismos (pedaços do papel), o mágico toma o cui- dado de repassar a cada uma das três pessoas escolhidas os números de uma mesma coluna. No nosso exemplo, ele repassa a uma pessoa os pedaços com 5, 7 e 3 (dígitos da coluna central da folha). A uma segunda pessoa repassa 2, 6, 7 (digítos da primeira coluna), e à terceira pessoa repassa 8, 4, e 2 (dígitos da terceira coluna). Agora é só chamá-las em seqüência para compor novos números, que terão a soma "prevista" pelo mágico, porque poderá haver troca de lugar apenas entre algarismos de uma mesma posição decimal: na compo- sição dos três novos números, isto é, serão permutados entre si os algarismos de cada uma das colunas, mas nunca algarismos de duas colunas diferentes. 15. Diferenças sutis entre eles e elas Ao dobrar a folha de papel A4 em oito partes, tal como indicado na ilustração, o mágico faz vincos de modo a poder recortá-la sem o uso de tesoura. Ao distribuir os pedaços de papel, toma o cuidado de distribuir os qua- tro pedaços dos cantos da folha a pessoas de um sexo, por exemplo, mulhe- res, e os demais pedaços, do centro da folha, aos homens. Quando coleta os pedaços, pode observar quais pedaços tem duas arestas perfeitamente recortadas, que são os pedaços dos cantos e quais pe- daços tem somente uma aresta perfeitamente recortada, que são os pedaços do meio. 16. Amarelo, azul ou rosa Para realizar a mágica, inicialmente o mágico associa cada objeto a uma das três cores do título do truque. No nosso exemplo, pode associar o re- lógio feminino à cor rosa, a caneta à cor azul e o chaveiro à cor amarela. Para facilitar, ao realizar a mágica, pode escolher um objeto feminino, um masculino 28 e um objeto de uso comum, associando-os (mentalmente) às cores rosa, azul e amarelo, respectivamente. O número de fichas (ou palitos) a serem deixados sobre a mesa é exatamente 17. Assim, o mágico deve trazer um kit de 24 fichas, sendo 17 para a mesa e 7 para os três participantes voluntários. Ao instruir os voluntários A, B e C a pegarem fichas na mesa, de acor- do com o objeto escolhido por cada uma, o mágico estará, na prática, dando as seguintes instruções: • Para a pessoa A (que está com uma ficha): se você pegou o objeto da cor amarela, pegue uma ficha; se você pegou o objeto da cor azul, pegue duas fichas; se você pegou o objeto da cor rosa, pegue 3 fichas; • Para a pessoa B (que está com duas fichas): se você pegou o objeto da cor amarela, pegue duas fichas; se você pegou o objeto da cor azul, pegue 4 fichas; se você pegou o objeto da cor rosa, pegue 6 fichas; • Para a pessoa C (que está com quatro fichas): se você pegou o objeto da cor amarela, pegue 4 fichas; se você pegou o objeto da cor azul, pegue 8 fichas; se você pegou o objeto da cor rosa, pegue 12 fichas. Dependendo do número de fichas restantes na mesa, o mágico saberá a or- dem de cores correspondentes aos voluntários A, B, e C. A tabela abaixo lista as diferentes possibilidades. Para cada uma das seis pos- sibilidades de escolha dos objetos, a tabela nos dá o número de fichas coleta- das por cada um dos voluntários, o total de fichas coletadas e o número de fi- chas deixadas sobre mesa. cores e fichas, coletadas na mesa, dos três voluntários A B C total de fichas coletadas fichas restantes 1 amarelo: 1 azul: 4 rosa: 12 17 0 2 azul: 2 amarelo: 2 rosa: 12 16 1 3 amarelo: 1 rosa: 6 azul: 8 15 2 4 rosa: 3 amarelo: 2 azul: 8 13 4 5 azul: 2 rosa: 6 amarelo: 4 12 5 6 rosa: 3 azul: 4 amarelo: 4 11 6 Ao olhar, de relance, o número de fichas deixadas sobre a mesa, o mágico poderá determinar a ordem dos objetos escolhidos pelos três voluntári- os. Uma regra de memorização que pode ser aplicada, embora seja um pouco desajeitada, é descrita na tabela abaixo. A regra determina, ordenadamente, os dois primeiros objetos (escolhidos por A e B), em função do total de fichas dei- xadas sobre a mesa. 29 fichas deixadas na mesa 1a associação mental 2a associação mental conclusão (duas 1as cores) 0 formato da terra: O mar azul amarelo-azul 1 UMA azUl-aMArelo azul-amarelo 2 A.R. (abreviação postal, com duas letras) AmaRelo-Rosa amarelo-rosa 4 ROMA (palavra de quatro letras) ROsa-aMArelo rosa-amarelo 5 ZURRO (palavra de cinco letras) aZUl-ROsa azul-rosa 6 a última possibilidade uma rosa azul ! rosa-azul 17. O dia da semana em que você nasceu Para pessoas nascidas no século 20 (os adultos e adolescentes dos nossos dias), o procedimento de cálculo do dia da semana do nascimento é o seguinte. O ano em que a pessoa nasceu tem a forma 19xy, sendo x o dígito das deze- nas e y o dígito das unidades. Suponhamos que a pessoa nasceu no dia d do mês m, do ano 19xy (a data tem a forma d / m / 19xy). Vamos representar por xy, o número correspondente às dezenas e unidades do ano em questão, ou seja xy quer dizer 10x + y, ou ainda, 19xy − 1900. Para calcular o dia da semana da data informada, o mágico calcula mentalmente o número s = [xy / 4] + xy + d + m*, descartando todos os múltiplos de sete contidos no número. Ou seja, ele cal- cula o resto da divisão de [xy / 4] + xy + d + m* por 7. O significado de m* será explicado adiante. Neste cálculo, [xy / 4] significa o quociente da divisão de xy por 4, ou seja, a parte inteira da fração xy / 4. O número m* é obtido de m por uma tabela de conversões, dada abaixo. Nos anos bissextos, e somente nestes, para o mês de janeiro devemos tomar m* = 0, e para o mês de fevereiro, m* = 3. São anos bissextos os anos em que xy é múltiplo de 4. Mas não são bissextos os anos múltiplos de 100, exceto os que são também múltiplos de 400. Por exemplo, 1984 e 1996 são bissextos, 1900 não é, mas 2000 é. Por exemplo, se a pessoa nasceu em 14 de abril de 1982, o mágico calcula [82 / 4] = 80 / 4 = 20, e então 20 + 82 + 14 + 0 (0 é a chave do mês de abril), o cálculo podendo ser feito menosprezando os múltiplos de 7. Passo a passo, tomando-se inicialmente 20, "setes fora", obtemos 6. Considerando agora 82, 30 "setes fora" obtemos 5. Já 14, "setes fora", torna-se 0. Ficamos então com 6 + 5 = 11, e "setes fora" obtemos 4. Conclusão: o dia da semana é uma quarta-feira. A conversão do resultado final é simples: 1 = "primeira-feira" = domin- go, 2 = segunda-feira, 3 = terça=feira,4 = quarta-feira, 5 = quinta-feira, 6 = sexta-feira, 7 ("setes fora" = 0) é sábado. Para datas de 2000 em diante, ainda subtraímos 1 ao final. Para datas nos anos 18xy, somamos 2 ao final. Um procedimento de memorização pode ser criado para a tabela das chaves dos meses. Uma procedimento usado pelos autores é o se- guinte. Janeiro é o mês número 1. Fevereiro tem 4 dias de carnaval. Em março temos o fecha- mento de 1/4 do ano. Em abril temos o dia da mentira, que merece nota 0. No mês de maio te- mos o dia das mães no 2o domingo. Em junho temos a festa de São Pedro (Pedro tem 5 letras). Em julho zeramos o calendário escolar. Três coi- sas a evitar: sexta-feira, 13, de agosto. No dia 6 de setembro já começamos a espreguiçar (e é o aniversário de casamento de um dos autores). Em outubro, quando há 1o turno de eleições, é no dia 1. Em 4 de novembro, é feriado em São Car- los (aniversário da cidade). Invente uma para o mês de dezembro. A aritmética deste truque é fundamentada no fato de que ao passar de um ano ao seguinte, em relação aos dias da semana, o dia 1o de janeiro move- se para frente em um dia, exceto ao passar por um ano bissexto, quando mo- ver-se para frente dois dias. Anos comuns tem 52 sema s- sextos tem 52 semanas e 2 dias. mês m m* janeiro 1 1 fevereiro 2 4 março 3 4 abril 4 0 maio 5 2 junho 6 5 julho 7 0 agosto 8 3 setembro 9 6 outubro 10 1 novembro 11 4 dezembro 12 6 nas e 1 dia. Anos bi 31 1. O truque da fita métrica Para fazer este truque precisamos de uma fita métrica (utilizada por alfaiates e costureiras) e 5 clips. Você solicita a uma pessoa que ela escolha um certo número de clips, de 1 até 5 e lhe diga quantos escolheu. A seguir a pessoa coloca os clips escolhidos em lugares da fita, segundo sua própria vontade. Peça então que ela some todos os números marcados em ambas as faces da fita. Antes que ela comece a fazer a soma você já dirá o resultado que será obtido. Após terminar de fazer a conta, a pessoa confirmará que você tinha razão. Importância matemática do truque: este truque muito simples pode ser des- coberto pela pessoa fazendo-se várias tentativas; isto estimulará a habilidade da descoberta e a desenvoltura em realizar operações aritméticas simples, o que é muito desejável no trabalho com alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental. Deixe-os curiosos e verá que eles mesmos desvendarão o misté- rio. Desmascarando o feiticeiro: Basta notar que a soma de dois números mar- cados de ambos os lados de uma fita métrica é sempre constante, na verdade é 151 na maioria das fitas, mas existem algumas cuja soma é 150 ou 152. As- sim, se por exemplo 3 clips foram colocados, a soma dos 6 números marcados será 151 + 151+ 151 = 3 x 151 = 453. 2. As faces ocultas dos dados Vamos precisar de três dados comuns. Peça a alguém da platéia que embaralhe os dados e os empilhe enquanto você estiver de costas. Vire e diga em alto e bom som que você irá adivinhar a soma dos valores das 5 faces ocultas dos dados. Você poderá imediatamente dizer qual é o valor da soma, apenas observando a face superior do dado mais alto. Importância matemática do truque: este truque também é muito simples e o espectador poderá, com paciência e organização, descobrir a farsa toda. Basta repetir o experimento diversas vezes. Mais uma vez, acreditamos que com isso seja despertado o interesse pela busca de padrões matemáticos e desenvolvidas algumas importantes habilidades aritméticas elementares. . Desmascarando o feiticeiro: A soma de dois números marcados em lados opostos de um dado comum é sempre 7. Assim, os dois dados inferiores têm lados opostos ocultos que somados resultam 14 e, se você olhar a face superi- 2. MÁGICAS COM MATERIAIS PREPARADOS 32 or do dado de cima (digamos que seja 5), saberá quanto é a face oposta a ele (no caso 7 - 5 = 2 ). Basta então somar este número a 14 (no caso 14 + 2 = 16). Você pode também fazer a conta 21 – 5 = 16. Simples, não? Uma variação da mágica: Virando de costas, peça a alguém da platéia que lance três dados sobre a mesa e que some os resultados obtidos (digamos que as faces à mostra sejam a, b e c; assim a 1a. soma será a + b + c). Peça en- tão que o espectador escolha um dos três dados e some ao resultado anterior a face deste dado que está em contato com a mesa (se o dado escolhido foi aquele de resultado a ele irá obter a 2a soma que será a + b + c + (7 – a) = b + c + 7). Finalmente, peça que o dado escolhido seja jogado novamente (diga- mos que o resultado agora seja d) e que novamente o resultado seja somado ao anterior (será obtida a 3a soma: b + c + 7 + d). Agora você se vira, olha a mesa, e imediatamente diz qual foi o resultado obtido (isto é a 3a. soma). Basta somar 7 ao resultado exibido pelos três dados. 3. Os ladrões de ovelhas Coloque 7 palitos de fósforo sobre a mesa segundo a seguinte disposi- ção: Inicie mostrando que suas mão estão vazias e que você irá contar uma história sobre roubo de ovelhas. Com sua mão direita pegue o palito marcado com “Ladrão 1” e diga que daqui para frente ele será um ladrão e sua mão fechada será seu esconderijo. Com a mão esquerda tome o palito marcado com “Ladrão 2” e diga que este será outro ladrão que ficará escondido em um outro esconderijo. Os cinco palitos su- periores serão ovelhas que os ladrões almejam roubar. Mantenha agora suas mãos sempre fechadas. Os ladrões observam que o guardador de rebanhos está longe e o la- drão 1 (mão direita) sorrateiramente rouba uma das ovelhas (pegue um dos 5 palitos com a mão direita). A seguir o ladrão 2, vendo que foi fácil, rouba uma segunda ovelha (pegue um segundo palito com a mão esquerda). Novamente o ladrão 1 rouba mais uma ovelha e é seguido pelo ladrão 2 que também rouba Ladrão 1Ladrão 2 33 mais uma. Deste modo resta na mesa somente um palito a qual o ladrão 1 também o rouba. (Note que agora sua mão direita possui 4 palitos e sua mão esquerda apenas 3). Para continuar a história, anuncie que o guardador de rebanhos perce- beu algum movimento suspeito e começou a se aproximar do local onde esta- vam as ovelhas. Os ladrões, com medo, resolveram devolver as ovelhas pró- ximo de onde elas estavam (quando fizer a devolução inicie pela mão esquer- da, depois direita, depois esquerda, novamente direita e finalmente esquerda – as cinco ovelhas ficarão sobre a mesa, no entanto sua mão direita ficará com 2 palitos enquanto que a esquerda ficará vazia – por isso é muito importante co- meçar a devolução com a mão esquerda). O guardador de rebanhos vendo suas 5 ovelhas pastando, embora ainda desconfiado de algo, se acalma e se dirige a um vilarejo próximo do campo de pastagem. Os ladrões percebem que ele foi embora e retomam seu plano ma- léfico. Novamente o ladrão 1 rouba uma primeira ovelha (pegue um palito com a mão direita) e alternadamente, esquerda e direita, refazem o roubo (quando isto terminar você terá 5 palitos na mão esquerda e somente 2 na direita). Neste meio tempo, o pastor, ainda desconfiado, volta da cidade acom- panhado de um grupo de pessoas dispostas a capturar os ladrões pois eles estavam agindo na região há um certo tempo. Eles percebem o movimento e agora não têm mais tempo de devolver as ovelhas. Pensam um pouco e a úni- ca saída encontrada seria colocar 5 ovelhas em um dos esconderijos e os dois ladrões fingirem estar dormindo no outro esconderijo. Anuncie a todos que os ladrões acharam um meio de se safar: abra sua mão direita mostrando 5 ove- lhas neste esconderijo e, a seguir, sua mão esquerda, mostrando os dois la- drões dormindo tranqüilamente. Importância matemática do truque: Embora o truque utilize apenas conta- gens elementares, parece que nossa vista (ou melhor, nosso cérebro) não percebe mudanças quando fazemos a passagem de direita para esquerda, tentando conservar um padrão original. Algo muito parecido parece confundir os estudantes, quando têm de combinar várias vezes os sinais de + e de – em operações algébricas. Desmascarando o feiticeiro: As explicações sobre o funcionamento damági- ca estão descritas acima, junto com o desenvolvimento do truque. 34 4. Uma transformação topológica não intuitiva Sem fazer rompimentos, você poderia transformar a primeira figura na segun- da? Acredite, é possível. Importância matemática da mágica: aqui não temos exatamente uma mági- ca, mas um fato misterioso só desvendado pela Topologia. As operações to- pológicas permitidas são contínuas: elas permitem inflar sem estourar, murchar sem colapsar e esticar sem romper. Esta atividade tem o objetivo de mostrar ao estudante o poder dos métodos topológicos na realização de fatos absolu- tamente não intuitivos. Desmascarando o feiticeiro: 5. Cinto da “quarta dimensão” Tome uma retângulo de material flexível com as seguintes dimensões: 4 cm x 20 cm. As folhas plásticas usadas na encadernação de xerox servem muito bem a esta atividade. Faça dois cortes internos com estilete como na figura: É possível transformar esta fita em um cinto de “quarta dimensão”. 35 Importância matemática da mágica: Novamente a Topologia nos ajuda a obter resultados não intuitivos, mas perfeitamente realizáveis. O que poderia parecer impossível de se realizar no espaço tridimensional, exigindo uma di- mensão a mais, na verdade é um mero truque de enlaçamento. Desmascarando o feiticeiro:: Basta fazer a trança e passar por dentro dela mesma. Você verá que é necessário um segundo movimento de passagem por dentro dela mesma para se obter o cinto da “quarta dimensão”. 6. Faixas de Moebius inusitadas Experimento 1: Tome uma fita de papel (25 cm x 4 cm é a ideal) 36 Com uma meia volta, junte A com A’ e B com B’. Cole as extremidades. Você obterá assim a faixa de Möebius: a) Corte a faixa de Möebius ao meio, no sentido do comprimento. O que você obteve? b) Corte novamente ao meio. O que aconteceu? c) Faça uma outra faixa de Möebius, ao invés de cortá-la ao meio, corte-a mais próxima de um “lado” do que do outro. O que aconteceu? Experimento 2: Tome uma fita de papel Com uma volta completa, junte A com B’ e B com A’. Cole as extremidades. Você obterá assim a faixa duplamente torcida. Ela não é a faixa de Möebius. a) Corte a faixa obtida ao meio no sentido do comprimento. O que você obteve? b) Corte cada parte novamente ao meio. O que aconteceu? c) Faça novamente uma faixa com uma torção completa e, ao invés de cortá-la ao meio, corte-a em três partes no sentido do comprimento. O que aconteceu? A A’B B’ A A’B B’ 37 7. Cintos para artistas de circo Alguns artistas de circo notaram que não tinham cinto justamente na hora de entrar no picadeiro. O mágico tirou de sua cartola um cinto mágico e dividiu-o em dois. Mas isto não deu certo. Acontece que um dos cintos era para a mulher mais gorda do mundo; o mágico não teve dúvidas: cortou um dos cintos ao meio e o entregou à mulher que agradeceu pois o cinto agora tinha lhe servido perfeitamente. O outro cinto deveria servir nas irmãs siamesas. O mágico novamente não vacilou: cortou o segundo cinto ao meio e ele se ade- quou perfeitamente às irmãs. Como ele fez isto? Você pode responder com base nos experimentos 1 e 2 descritos acima. Importância matemática dos experimentos: as atividades acima trabalham os conceitos de orientação e enlaçamentos: permitem fazer conjecturas que são confirmadas ou não com os cortes realizados. Têm interesse grande no estudo de superfícies comumente trabalhadas em topologia e áreas afins. Desmascarando o feiticeiro: Prepare o cinto mágico antecipadamente de acordo com a figura abaixo e depois faça os cortes conforme a ordem indicada. 8. Passando você pelo buraco do papel Neste truque, o mágico chama um voluntário, toma uma folha de papel (tama- nho A4 ou menor), e diz que fará um buraco no papel, através do qual a pes- soa passará. Procede então a recortar o papel e conclui a brincadeira com su- cesso. Desmascarando o feiticeiro: O papel usado pode ser de uma folha sulfite ou um pouco menor. Para recortar o buraco, o mágico inicialmente dobra a folha ao meio. Primeiro corte Segundo corte Terceiro corte 38 Em seguida, a partir de aproximadamente 1cm da borda direita, faz um recorte bem rente à dobra do papel, até quase ao final da borda esquerda, dei- xando também 1cm de margem sem recortar. fazendo no centro do papel sul- fite uma abertura longa e estreita, de fora a fora. Em seguida, o mágico procede a fazer recortes na folha dobrada, com a tesoura, em linhas retas, conforme indicado na sequência de duas ilustrações abaixo. Depois é só abrir a folha cuidadosamente e um grande buraco surgirá. dobra 39 COMO ENROLAR UM ALUNO EM UMA AULA DE MATEMÁTICA Existem muitas atividades que podem ser feitas com o uso de um pequeno pedaço de barbante. Algumas atividades são apenas lúdicas, outras são ideais para promover a sociabilidade e outras ainda servem para desafiar nossa ima- ginação, apresentado aspectos geométricos curiosos ou aparentemente im- possíveis. Iniciaremos este capítulo com uma brincadeira familiar a muitas pessoas; muitas crianças a brincam, aprendendo coordenação motora, destreza manual e cooperação. Veja as fotos: 3. MÁGICAS COM BARBANTES 40 41 A partir da configuração inicial, forma-se um ciclo de período 3 que se re- pete ad infinitum, ora sendo realizado por participante, ora por outro. Os pa- drões geométricos são simples e bonitos. Você sabia que é possível realizar todos os movimentos deste jogo sozinho? Tente e veja se você consegue uma estratégia para isto. 42 O manuseio de barbantes pode ser transformado em uma arte. Existem em muitas culturas certas configurações feitas com barbante que se assemelham a animais e servem para contar histórias folclóricas enquanto o contador vai realizando seus movimentos manuais de acordo com o que narra. Para ilustrar esta técnica, vamos construir um “pé de galinha”. Veja as fotos 43 Existem certas habilidades que devem ser treinadas e produzem efeitos mágicos. Vamos apresentar algumas: 1. Como dar um nó no ar com apenas uma das mãos 2. Como dar laçadas aéreas para enlaçar um dedo 44 3. Como quebrar os elos de uma “corrente” Coloque o indicador de uma mão em contato com o indicador da outra e vice-versa (giro de 180o), abra os dedos e pronto!, o elo se desprenderá. 45 4. O truque da passagem do barbante pelo pescoço É necessário um barbante de aproximadamente 1,80 m. Amarre as duas pontas do barbante deixando-o com a forma circular. O espectador vê o mágico passar o barbante atrás de seu pescoço segurando-o em frente ao seu rosto com as duas mãos. Com um passe de mágica, o mágico bate palmas e faz o barbante passar através de seu pescoço. O efeito é surpreendente. Desmascarando o feiticeiro: o truque está na colocação do barbante nos de- dos corretos da mãos. Veja a foto inicial e note que o barbante passa pelo indi- cador da mão direita e pelo polegar da mão esquerda. Por mais que se repita este truque a audiência não observa este fato. Quando bater palmas, enfie o dedão direito entre o enlaçamento do dedão esquerdo, puxe, afastando as mãos e soltando o barbante do indicador direito. Veja a seguir como fazer isto: INÍCIO FIM 46 5. Botão da camisa ou passador de cinto Peça a alguém que esteja vestindo uma camisa com botão ou uma calça com passador de cinto para participar da mágica. Pegue um barbante comprido (6 m é o suficiente), dobre-o ao meio e enlace o passador da calça como na foto: Amarre as pontas soltas em um lugar imóvel. Solicite a pessoa que es- cape da armadilha sem arrebentar o barbante. É um truque fácil, mas que sem método pode causar enorme confusão. Desmascarando o feiticeiro: Para se safar, basta passar o laço (a parte do barbante que você dobrou ao meio em primeiro lugar) pelo próprio corpo. 6. Reverter a camiseta Precisaremos de uma camiseta larga e de um metro de barbante. Peça que alguém da platéia o ajude. Peça que a pessoa vista a camiseta. A seguir amarre com o barbante os seus punhos, como se fosse uma algema (foto). Agora, solicite que a pessoa tire a camisetae a inverta, sem desamarrar seus pulsos. Se precisar da ajuda de mais alguém da platéia, deixe que isto aconte- ça. A confusão vai ser maior ainda. INÍCIO FIM - Camiseta no avesso 47 Desmascarando o feiticeiro: Para reverter a camiseta, tire-a do corpo e com ela pendurada no barbante, enfie a mão por uma das mangas, dentro da cami- seta e pegue a outra manga. Puxe-a, invertendo a camiseta. Vista-a nova- mente. Ela estará virada. Não é incrível? 48 7. Desenlaçar o colete Precisaremos de um colete e de um metro de barbante. Amarre as pontas do barbante obtendo um formato circular. Peça a colaboração de alguém da platéia. A pessoa deve vestir o colete , colocar uma mão no bolso do colete, enlaçando o barbante como na foto. Solicite que ela se livre do barbante, sem arrebentá-lo. Caso precise, outros membros da platéia poderão colaborar. Desmascarando o feiticeiro: Tudo é uma questão de paciência e de seguir o caminho certo. O barbante deve ser enfiado por entre o colete e o corpo da pessoa, desviando do corpo, como nas fotos: 49 8. Dar um nó segurando as pontas É possível dar um nó cego segurando as duas pontas de um barbante. Tente. Desmascarando o feiticeiro: basta cruzar os braços antes de pegar as pontas do barbante. 9. Enlaçamento com material flexível e barbante O aparato ao lado é feito com material flexível (capa plástica de encadernar xerox ou couro, por exemplo). Utiliza-se também dois botões amarrados com barbante, como na figura. Os botões não passam pelo buraco. Você é desafiado a retirar o barbante com os botões sem fazer qualquer tipo de rompimento. Tente. Desmascarando o feiticeiro: O truque consiste em passar a parte central do material flexível pelo buraco e não o barbante ou os botões. Por isto o material deve ser flexível. Simples, não? 10. Enlaçamento com palito, anel e barbante Fure um palito de sorvete em três lugares e monte o seguinte aparato: 50 É possível transferir o anel da esquerda para a direita, sem fazer rompimentos. O anel não passa pelos buracos do palito.Tente. Desmascarando o feiticeiro: Para fazer a transferência imagine que o anel é bem pequeno de modo que, em imaginação, ele possa passar pelo buraco central. Siga o caminho do barbante concentrando-se para seguir sempre da esquerda para a direita, nunca voltando para trás. Caso perceba que o movi- mento está se tornando impossível, passe o barbante pelo furo do meio, lace- ando um pouco o mesmo. Não há segredo aqui, é só ir seguindo para frente com o anel, sem nunca retornar. 11. Enlaçando uma dupla Precisaremos de dois pedaços de barbante de aproximadamente 2m cada um deles. Escolha uma dupla da platéia e amarre os pulsos de um deles com o barbante, como se fosse uma algema. Por dentro desta algema passe o se- gundo barbante e amarre nos pulsos do segundo participante da dupla. Eles ficarão atados. É possível que eles se soltem, sem romper os barbantes. Veja as fotos: Desmascarando o feiticeiro: Para soltar um dos participantes, deve-se obser- var que há um pequeno espaço entre o barbante amarrado e o pulso. Pegue um dos barbantes ao meio e passe-o pela folga entre o pulso e o barbante do outro participante, no sentido do braço para a mão. Passe a mão por dentro do laço formado e novamente passe o barbante pela folga entre o braço e o bar- INÍCIO FIM 51 bante do mesmo indivíduo, mas agora no sentido da mão para o braço. Magi- camente os barbantes se desenlaçarão. 52 12. Dar um nó com as mãos amarradas Com um metro de barbante amarre seus pulsos, como se fosse uma al- gema. É possível dar um nó cego no meio do barbante, sem desamarrar os pulsos. Tente. Desmascarando o feiticeiro: Este é um truque fácil, depois de o último truque: basta tomar o meio do barbante (faça com ele um laço parecido com a letra alfa), passá-lo no vão entre a mão e o barbante amarrado em um dos pulsos no sentido do braço para a mão, desenlaçar a mão e tornar a passar o barbante pelo mesmo vão, mas agora no sentido da mão para o braço. Afaste os braços e o barbante aparecerá com um nó no centro. 13. Caixa de fósforos Precisaremos da parte externa de uma caixa de fósforos (desprezaremos a gavetinha) e de um metro de barbante. Passe o barbante em volta da caixa de fósforos e dê um nó. Passe a seguir uma das pontas por dentro da caixa e deslize o nó para fora da caixa, escondendo-o dentro da caixa. Diga as palavras mágicas e puxe as pontas do barbante. O nó desaparecerá. Desmascarando feiticeiro: Na verdade o nó que foi criado fora da caixa de fósforos é desmanchado quando passamos a ponta do barbante dentro da cai- xa que assim fica desfeito. Deslize o nó no sentindo da seta e ele desaparece- rá. 53 14. Desmanchando três nós consecutivos Faça três nós consecutivos em um pedaço de 1 metro de barbante. Mostre-os para a audiência. Coloque cuidadosamente um nó sobre o outro. Secretamente passe um das pontas do barbante por dentro dos três laços. Dê um sopro mágico e estique as pontas do barbante. Os nós misteriosamente desaparecerão. Desmascarando feiticeiro: Os nós que foram criados são desmanchados quando passamos a ponta do barbante por dentro dos três nós. Veja as fotos: 54 15. Clips enlaçados Este é um velho truque, mas tem seu encantamento. Coloque dois clips numa nota de dinheiro, como na figura: Puxe o dinheiro pelas pontas. Os clips se enlaçarão. Desmascarando feiticeiro: A nota de dinheiro, quando puxada abre os clips fazendo com que um deles entre dentro do outro, deixando livre a nota. 16. A Incrível Mágica do Anel Precisaremos de um anel e de 1 metro e meio de barbante. Amarre as pontas do barbante, dando a ele uma forma circular. Enlace o anel no barban- te, como na primeira foto. Desafie a audiência dizendo que você irá soltar o anel, sem desenlaçar o barbante de suas mãos. Com o barbante, arme a seguinte configuração: 55 Diga alguma palavras mágicas, solte o barbante de alguns dedos e esti- que-o com os outros. Num passe de mágica o anel se desprenderá! Desmascarando o feiticeiro: Basta soltar o barbante dos dedos na ordem correta: primeiro os dois mindinhos, depois o dedo médio da mão direita e finalmente o dedão esquerdo. Afaste as mãos: o anel estará solto! 17. O jogo do enlaçamento Este é um jogo de “cartas marcadas”. Você coloca sobre uma mesa um barbante que engloba dois pequenos “buracos” (marcados com X). A pessoa deve escolher e colocar um dedo dentro de um dos buracos, mantendo-o em contato com a mesa. Você puxa o barbante: se o dedo ficar enlaçado, a pessoa ganha e se ele não ficar a pessoa perde. Veja as ilustrações: 50% de chance de você ganhar. 56 Quando você quiser que o dedo da pessoa não se enlace de forma alguma, dê, no início. uma pequena vira-volta no barbante, como na figura: 100% de chance de você ganhar. O dedo não enlaça nunca. 57 1. A mágica dos envelopes e o Princípio de Indução Finita Esta mágica tem um efeito fantástico, pois irá utilizar seus dons para ler palavras dentro de envelopes lacrados. Para ilustrar, vamos adivinhar o nome da avó de cada um dos participantes da mágica. Como realizar tal façanha? Este truque só pode ser realizado com a combinação prévia com alguém da platéia. Antes da apresentação se iniciar, pergunte a esta pessoa qual é o nome de sua avó predileta e diga que, durante a realização da mágica, você vai dizer o nome da avó e perguntar à platéia se alguém tem uma avó com este nome, fato que deve ser efusivamente confirmado pela pessoa ajudante. Di- gamos que o nome da avó do ajudante seja Josefa. Iniciado o número de mágica, distribua envelopes e pequenos pedaços de papel aos participantes. Solicite que cada um escreva o nome de sua avó preferida no papel, dobre-o e coloque-o dentro do envelope. Feito isto, recolha os envelopes e coloque o envelope da pessoa previamente combinada por úl- timo. Agora você usa seus poderes mágicos e diz: “Dentro do primeiro enve- lope está escrito o nome Josefa”, e, ao perguntar se alguém escreveu este nome, é claro que o ajudante dirá que esteé o nome de sua avó. Você abre o envelope diz “Confirma! O nome escrito é Josefa!”. Como o envelope com este nome está por último, você acabou de ler o nome de uma outra avó, digamos que seja “Maria”. Tome o segundo envelope e, sem abri-lo, diga: “Dentro deste envelope está escrito: Maria. Alguém tem a avó com este nome?” Alguém dirá que sim. Abra o envelope e diga : “Confere!”. Assim você aproveita e lê um novo nome e falará que ele está escrito dentro do próximo envelope. Continu- ando assim, sucessivamente, você adivinhará misteriosamente os nomes es- critos dentro de todos os envelopes. A importância matemática do truque: Uma das mais utilizadas técnicas de demonstração é a prova por indução. De certa maneira ela nos permite trabalhar com o infinito, de certo modo atingindo-o. A demonstração por indução lembra muito uma fileira de dominós como na figura ao lado. Para que todas as peças caiam é necessário derrubar e primeira peça e ter certeza de que sempre que uma peça cair ela deve provocar a queda da peça seguin- te. Esta técnica pode ser formalizada da seguinte maneira: 4. MÁGICAS E DEDUÇÃO 58 Princípio da Indução Finita: Seja A um subconjunto de números naturais e su- ponha que: a) n = 0 é um elemento do conjunto A b) Sempre que um elemento n pertencer ao conjunto A, é possível provar que seu sucessor n + 1 também pertence ao conjunto A. Então A coincide com o conjunto de todos os números naturais. Desmascarando o feiticeiro: quando o nome da primeira avó (Josefa) foi re- velado e confirmado pelo ajudante do mágico, podemos pensar que o estágio inicial n = 0 foi atingido. Ao abrir o primeiro envelope o mágico sabe qual será o nome que ele deve dizer para o envelope seguinte e assim a informação é transmitida de um estágio para o próximo. Mas isto é repetido sucessivas ve- zes e portanto a conclusão deve ser verdadeira sempre, pelo Princípio de Indu- ção Finita. Não importa o número de envelopes, pelo processo acima, os no- mes dentro de todos eles serão adivinhados pelo mágico. 2. O que há de errado? mullyan: Numa co ta vez tudantes de lógica trei ao lopes fechados e deles escrita. Eis a Expliq que envelop a pessoa pre A esta Um do seguinte exp verdadeira p do Envelope contradição. não é verda ser verdadei se do Envelo “O rac oria acenou se eu ao alu Então abriu o Diz Ray S para um grupo es grupo dois enve continha uma nota de 1 dólar e o ou branco dobrada. A idéia era dete continha a nota. Na face de cada s frases: uei que, caso algum dos espectadores e a nota estava, ele ou ela poderia fica cisava provar que o envelope continha altura, você é capaz de determinar em s estudantes presentes à minha confe licação: “A frase do primeiro envelope orque se fosse as duas frases seriam 1), donde a própria frase do Envelope Portanto a frase do Envelope 1 é falsa de que as duas são falsas, donde a fr ra, e assim a nota só pode estar no En pe 2. E isto prova que a nota está no p iocínio parece impecável, não é?” perg com a cabeça, concordado. “Então, po no que respondera. Ele abriu o envel segundo e, evidentemente, lá se enco As frases dos dois envelopes são falsas nferência que fiz cer , fiz o seguinte: mos expliquei que um tro, uma folha de papel em rminar qual dos envelopes envelope havia uma frase conseguisse determinar em r com o dinheiro: no entanto a nota, antes de abri-lo. que envelope está a nota? rência disse que era e deu a (Envelope 1) não pode ser falsas (como afirma a frase 1 seria falsa, o que é uma . Já que esta é falsa, então ase do Envelope 2 só pode velope 1, como afirma a fra- rimeiro envelope”. untei aos presentes. A mai- de abrir os envelopes”, dis- ope e a nota não estava lá! ntrava a nota de 1 dólar. A nota está no outro envelope 59 Os presentes não conseguiram descobrir o que havia de errado na ar- gumentação do estudante que me respondera. Eu, com certeza, não disse nada de falso, tudo o que eu dissera é que a nota de 1 dólar estava num dos envelopes, e de fato estava. Assim, eu não disse nada de falso. O que então havia de ocorrido de errado no raciocínio do estudante? Qual é a explicação? Importância matemática da mágica: Situações como a descrita na mágica acima estimulam o gosto dos alunos pelo raciocínio lógico-dedutivo e introdu- zem, de maneira intuitiva, resultados de lógica matemática acerca da indecidi- bilidade de alguns sistemas lógicos, nos remetendo aos famosos trabalhos do lógico Kurt Gödel, realizados na década de 30 do século passado. Existe uma vasta literatura sobre o assunto (ver Carnielli e Rathjen, por exemplo). Desmascarando o feiticeiro: O erro está na suposição de que a frase do En- velope 1 fosse verdadeira ou falsa! Nem toda frase é ou verdadeira ou falsa – como, por exemplo, a conhecida frase paradoxal: “Esta frase é falsa”. Esta fra- se não pode ser verdadeira e nem falsa, porquê? O mesmo ocorre com a frase do Envelope 1. Se ela fosse verdadeira então teríamos uma óbvia contradição lógica, enquanto que única maneira dela ser falsa seria a nota de 1 dólar se encontrar no Envelope 1, onde não estava. Portanto a frase também não podia ser falsa (a frase do Envelope 2 é ou verdadeira ou falsa; no caso é falsa!). 3. Captando o seu pensamento Neste truque, o mágico toma emprestado três objetos comuns (por exemplo, um relógio, uma caneta, e uma calculadora), e os coloca sobre a mesa em po- sições numeradas 1, 2 e 3 (as posições podem ser demarcadas com cartões numerados). Chama então um voluntário e diz a ele que sua tarefa será trocar os objetos de lugar, através de permutações, trocan- do dois objetos de lugar de cada vez. O mágico fica de costas para a mesa e o vo- luntário começa a trocar os objetos de lugar, sempre mencionando as posições que estão sendo permuta- das em cada passo. Por exemplo, se inicialmente o voluntário troca de lugar os objetos nas posições 1 e 3, ele diz "um e três". Suponhamos que, no segundo movimento, ele troca de lugar os objetos nas posições 2 e 3. Ele então diz "dois e três". O voluntário deverá fazer 8, 9 ou 10 permutações desse tipo (o número de movimentos é irrelevante), sempre mencionando as posições de objetos permutados em cada passo. Concluída essa etapa, o mágico pede que o voluntário escolha, secre- tamente, um dos objetos sobre a mesa, e que o memorize. Pede então que o voluntário troque de lugar, sem mencionar suas posições, os outros dois obje- tos. Isto é, escolhido um dos objetos, o voluntário fará então a troca de lugar, dos outros dois objetos, em silêncio. O mágico pede então que o voluntário faça mais algumas permuta- ções, como anteriormente, isto é, "cantando" as posições dos pares de objetos que estão sendo permutados. 60 Terminada esta segunda etapa de permutações, o mágico volta-se para os objetos sobre a mesa e indica, ao voluntário, o objeto escolhido por ele. Desmascarando o feiticeiro: O mágico nota a posição inicial de um dos ob- jetos, digamos a caneta. Suponhamos que inicialmente a caneta encontra-se na posição de número 1. Quando o voluntário começa a trocar os objetos de lugar, dois de cada vez, o mágico começa a trilhar as várias posições ocupadas pela caneta, usan- do seu polegar direito e os dedos indicador, médio e anular da mão direita. Ini- cialmente o mágico coloca seu polegar tocando o dedo indicador (posição 1). Se por exemplo o voluntário começa dizendo "1 e 3", o mágico passa seu pole- gar para a posição 3, tocando agora o dedo anular. Com o movimento "1 e 3", a caneta saiu da posição 1 e foi para a posição 3. Se em seguida, o voluntário diz "2 e 3", a caneta passa da posição 3 para a posição 2. O mágico, ao ouvir "2 e 3", move seu polegar da posição 3 (dedo anular) para a posição 2 (dedo médio). Agora, se o mágico tem seu polegar tocando o dedo médio (posição 2) e ouve "1 e 3", ele não move seu polegar, visto que o objeto da posição 2 per- maneceu fixo em seu lugar. Assim procedendo, o mágico rastreia a posição da caneta (inicialmente na posição 1), até que o voluntário pare de trocar objetos de lugar. Terminada
Compartilhar