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Revolução Francesa Revolução francesa: é o marco inicial do Período Contemporâneo e o fim da Idade Moderna; é muito mais burguesa que popular. Fases da Revolução: Assembleia Nacional (1789-91) → Monarquia Constitucional (1791-92) → Convenção Nacional (1792-94) → Diretório (1794-99). Antes da Revolução: sociedade estamental (baseada no nascimento) (Primeiro (clero), Segundo (nobreza → burgueses são “novos nobres”) e Terceiro (burguesia, camponeses → impostos, sustentação econômica) Estados; monarquia absolutista, desemprego, fome e baixos salários; apenas clero e nobreza podiam exercer cargos públicos; burguesia enriquecia pelo comércio e indústria; feudalismo (privilégios dos Primeiro e Segundo Estado garantido pela taxação do Terceiro → isonomia tributária); críticas ao Antigo Regime; guerras dos Sete Anos e de Industrialização dos EUA → grandes gastos e ideais revolucionários. Sans-culottes: grandes grupos de pobres marginalizados. Obs.: maior parte do baixo clero aderiu às ideias da Revolução e atuou em conjunto com os membros do Terceiro Estado. Reclamações do Terceiro Estado: ausência de direitos políticos, não reconhecimento da cidadania → reivindicavam assumir um papel na ordem política que fosse equivalente ao que já desempenhavam na ordem econômica → agravamento do descontentamento com o crescimento da dívida pública do país (e da inflação) graças ao envolvimento nas guerras dos Sete Anos e de Independência dos EUA. Solução dos ministros franceses das Finanças (Turgot e Necker): a nobreza e o clero teriam de abdicar da maior parte de seus privilégios e ajudar a financiar o Estado. Assembleia dos Estados Gerais: convocada, em 1788, diante da inviabilidade de soluções para as reclamações camponesas, ela reunia representantes dos três Estados com o objetivo de discutir a situação da economia nacional e selar um amplo acordo que resolvesse os problemas financeiros e sociais do país → burgueses reivindicavam que a bancada do Terceiro Estado tivesse o maior número de membros (Terceiro Estado sempre perdia para a união dos Primeiro e Segundo) e queriam fazer uma constituição que garantisse a igualdade → rei Luís XVI fecha a sala de sessões para impedir as reuniões da Assembleia Nacional → representantes do Terceiro Estado se transferem para um salão de jogos (Sala do Jogo da Péla) e juraram que permaneceriam juntos até que a França tivesse uma Constituição → resistência de Luís XVI leva à organização pelo Terceiro Estado de uma milícia na capital → proclamação da Assembleia Nacional como Constituinte, em 9 de julho de 1789, limitando os poderes do rei → ameaça da nobreza de “possível massacre” de representantes do Terceiro Estado → Queda da Bastilha (tomada do Terceiro Estado dela) marca o início da revolução nas ruas → rei reconhece a Assembleia e iniciam-se movimentos populares por todo o país → período do “Grande Medo”. Bastilha: prisão real que simbolizava os arbítrios da Coroa francesa e expressava as circunstâncias do absolutismo francês e do temor que a população sofria. 4 de agosto: Assembleia abole todos os privilégios feudais → camponeses não mais submetidos a obrigações tributárias. 26 de agosto: Assembleia aprova a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Obs.: parte da nobreza atemorizada resolveu emigrar para Holanda, Inglaterra e Áustria. O que a Assembleia estabeleceu: extinção de privilégios, aprovação da declaração dos direitos do homem e do cidadão, fim do absolutismo, instituição da sociedade liberal burguesa (fundação do direito à cidadania na propriedade); Estado não deveria privilegiar ninguém na conquista dos bens materiais, ao mesmo tempo que todos os proprietários deveriam ter o direito de participação política assegurado; igualdade e liberdade no momento do nascimento (mesmas condições de se tornarem proprietários); reforma administrativa e judiciária: unificação administrativa e descentralização dos poderes + agentes públicos não seriam mais nomeados pelo poder central, mas eleitos pela população local, assim como os membros dos júris + justiça passaria a ser gratuita + tortura foi abolida; subordinação da Igreja ao Estado: confisco dos bens do clero e a transformação dos clérigos em funcionários do Estado, com a Constituição Civil do clero, devendo os religiosos jurar fidelidade ao Estado e ser eleitos pelo povo, e não nomeados pelo papa + os bens da Igreja foram dados como garantia para os bônus, tendo estes sido emitidos com o objetivo de arrecadar fundos e superar a crise financeira, os famosos assignats + prisão de qualquer membro da Igreja que se manifestasse politicamente; nova estrutura política: rei tinha seus poderes limitados pela Constituição + poder legislativo passou a ser exercido pela Assembleia Legislativa, a ser eleita pelo voto censitário, ou seja, apenas os proprietários poderiam votar (cidadãos passivos não) - todas as mulheres estavam excluídas do processo eleitoral; princípios liberais: defesa da liberdade de opinião e religiosa + igualdade dos cidadãos perante a lei. Queda da Monarquia: nobres passaram a sair da França e ir para monarquias absolutistas vizinhas, pois lá continuariam com seus privilégios; o rei mantinha secretamente contato com os nobres emigrados e com as monarquias absolutistas da Áustria e da Prússia, conspirando contra o governo revolucionário e planejando restaurar o absolutismo → Luís XVI tentou fugir mas foi detido na fronteira → perdoado pela Assembleia. Jacobinos: porta-vozes dos sans-culottes parisienses; embora tivessem apoiado a estrutura de Monarquia Constitucional no início, desde a tentativa de fuga do rei passaram a defender a instauração de um regime republicano que permitisse a maior participação política dos setores populares, ou seja, a extensão do direito à cidadania a todos aqueles que não eram proprietários. Girondinos: representantes de setores burgueses mais enriquecidos e defensores da Monarquia Constitucional e do sufrágio censitário. Fuga de Luís XVI: a Assembleia declarou guerra à Áustria e à Prússia, depois que se recusaram a garantir um estado de não beligerância → junto a Maria Antonieta, o rei passa a fornecer aos inimigos informações estratégicas sobre os exércitos franceses para espiões com a intenção de retornar ao poder → plano denunciado pelo deputado jacobino Robespierre → alto militar prussiano ameaçou de morte os membros da Assembleia, se a família real francesa fosse molestada → enraivecidos, o povo e os sans-culottes invadiram, em 10 de agosto de 1792, o palácio das Tulherias, onde se encontravam o rei e a família real, que foram presos. Robespierre: principal liderança dos jacobinos; incorruptível; defensor do sufrágio universal; partidário de um sistema educacional público; isolado entre os jacobinos por mandar para a guilhotina centenas de antigos aliados. Batalha de Valmy: iniciada pelos contrarrevolucionários, nela, os revolucionários conseguiram afastar as tropas a favor do rei que estavam tentando invadir a França → resultado: proclamação da República e ascensão da burguesia ao poder, sendo a nova república governada pela Convenção Nacional. República: proclamada sob pressão popular em 22 de setembro de 1792 pela Assembleia, que passou a ser chamada de Convenção, a reunir os poderes executivo e legislativo fundidos e a ser eleita por sufrágio universal masculino; Luís e Maria Antonieta foram levados a julgamento por trair a nação; morte do rei deu muito poder à burguesia; países vizinhos temiam a ação dos revolucionários; os trabalhadores urbanos continuavam a reivindicar medidas para garantir sua sobrevivência, pois a escassez de alimentos e os preços elevados continuavam, agravados pelas especulações feitas pelos comerciantes girondinos a partir da situação de conflito externo; os sans-culottes exigiam reformas mais profundas e um rígido controle do preço dos alimento; ameaça estrangeira aos girondinos da Inglaterra Comitê de Salvação Pública: formado pelos jacobinos com a finalidade de controlar os preços e denunciar os abusos por parte de negociantes. TribunalRevolucionário: usado pelos jacobinos para punir os traidores da revolução. Obs.: Rousseau defendia o direito de rebelião. Convenção Jacobina: jacobinos tomaram o poder graças aos sans-culottes; jacobinos eram republicanos e faziam políticas voltadas para o povo; proclamação de uma nova Declaração de Direitos foi proclamada → além do sufrágio universal, foi assegurado o direito ao trabalho e à instrução, com a defesa da educação pública e gratuita → essa Declaração é síntese do Iluminismo e destinada apenas à burguesia; reforma agrária → distribuição de pequenas propriedades por toda a França (terras nobres passaram a ser dos burgueses e não do povo); fim da escravidão nas colônias. Lei do Máximo: adotada visando ao combate à inflação e à crise provocada pelos aumentos de preço da alimentação, ela fixava o maior preço a ser corado pela mercadorias comercializadas → preços dos produtos estavam altos, pois os servos foram para a revolução e pararam de trabalhar. Governo jacobino (início em 1792): formação do Comitê de Salvação Pública, proclamação de uma nova Declaração dos Direitos Humanos, renomeação da Assembleia. suspensão das garantias individuais diante da grande oposição que os jacobinos passaram a enfrentar. Ação dos girondinos: contrários à centralização administrativa e política jacobina e ao forte controle o Estado sobre a economia e apoiados por setores do campesinato, passaram a articular meios para a retirada do poder das mãos de Robespierre e seu grupo. Política do Terror: meio pelo qual a Convenção Jacobina passou a governar → qualquer pessoa suspeita de oposição poderia ser presa e julgada por tribunais revolucionários → essa política auxiliou na preservação do objeto revolucionário, foi uma forma de satisfazer desejos de vingança de setores mais radicais e, sobretudo, foi uma demonstração do ideal revolucionário jacobino, que sonhava estabelecer uma nova sociedade e, para tanto, deveria silenciar aqueles que se opunham a esse ideal. Marat: líder radical jacobino defensor de ideias mais populares (de agrado aos sans-culottes), morto na banheira devido à disputa entre girondinos e jacobinos. 27 de julho de 1794: ao iniciar-se mais uma reunião da Convenção, a burguesia do Partido da Planície decretou a prisão de Robespierre, que criticava a radicalização das execuções públicas do governo dos jacobinos. Guilhotina: execuções públicas continuaram a servir para reforçar o poder político instituído; “rápida, prática e exibicionista”. Reação termidoriana (governo girondino): iniciada com o golpe contra Robespierre, desfechado no dia 9 Termidor; os membros do novo governo eram quase todos ligados à alta burguesia, banqueiros e grandes financistas em geral - a alta cúpula dos girondinos voltava, portanto, ao poder; o governo termidoriano tratou de restabelecer pontos que lhe interessavam, como a restauração da escravidão nas colônias e o fim da Lei do Máximo, liberando os preços dos alimentos e de outros produtos; adotou medidas para eliminar a presença de jacobinos no exército; uma nova Constituição foi adotada em 1795 e nela foi restabelecido o princípio do sufrágio censitário; instituição de uma nova forma de governo, o Diretório. Terror Branco: setores conservadores revidavam perseguindo jacobinos. Governo do Diretório (1795-1799): consolidação dos interesses da burguesia; tomou medidas para ficar distante tanto dos movimentos restauradores monárquicos, que o atacavam externamente, quanto dos remanescentes do movimento revolucionário; reprimiu a Conspiração dos Iguais, movimento liderado por Graco Babeuf, que pregava a volta da Constituição jacobina e da igualdade social, e a divisão de terras entre os camponeses, além de reformas inspiradas em Rousseau, com os princípios que, mais tarde, seriam classificados como socialistas → em maio de 1796, Babeuf e seus companheiros foram presos e executados na guilhotina. Golpe do 18 Brumário: diante das ameaças e dos riscos externos e internos, a população manifestava o desejo de que um governo capaz de ser reconhecido como legítimo pelos diversos grupos sociais se estruturasse, garantindo as principais conquistas da Revolução. As condições econômicas e sociais se agravavam com as derrotas do exército francês ante os ingleses e austríacos, que haviam retomado a luta contra a França. Além disso, os membros do Diretório passaram a enfrentar sérias denúncias de corrupção. Prestigiado no Exército, popular entre massas parisienses por sua imagem de "justiceiro" e franco combatente à corrupção, confiável para a maior parte dos setores burgueses por suas ideias relativas à ordem social e à propriedade, Napoleão Bonaparte surgiu como comandante ideal para um golpe político que levasse à organização de um governo novo e estável, após anos de turbulências internas e externas. De 9 para 10 de novembro de 1799, Napoleão, em acordo com dois membros do Diretório e com as lideranças mais representativas do Conselho de Quinhentos, dissolveu o órgão do governo e instituiu o Consulado. Com Napoleão no poder iniciou-se outra etapa muito importante da história francesa: o período napoleônico. Obs.: a ideia de esquerda se iniciou com a Revolução com os jacobinos.
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