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Karine-Alves-Proposta-de-Criterios-para-Escolha-de-Sistemas-Estruturais-Atraves-de-uma-Analise-de-Custo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
KARINE ALVES DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE SISTEMAS ESTRUTURAIS 
ATRAVÉS DE UMA ANÁLISE DE CUSTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
ii 
 
KARINE ALVES DOS SANTOS 
 
 
 
PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE SISTEMAS ESTRUTURAIS 
ATRAVÉS DE UMA ANÁLISE DE CUSTO 
 
 
 
 
Monografia submetida à Coordenação 
do Curso de Engenharia Civil da 
Universidade Federal do Ceará, como 
requisito parcial para obtenção do grau 
de Engenheiro Civil. 
 
Orientador: Prof. Augusto Teixeira de 
Albuquerque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
iii 
 
KARINE ALVES DOS SANTOS 
 
 
PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE SISTEMAS ESTRUTURAIS 
ATRAVÉS DE UMA ANÁLISE DE CUSTO 
 
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil, da Universidade 
Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. 
 
Aprovada em ____/____/_____ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
___________________________________________ 
Prof. Dr. Augusto Teixeira de Albuquerque (Orientador) 
Universidade Federal do Ceará – UFC 
 
 
_____________________________________________ 
Profª. Dra. Magnólia Maria Campêlo Mota 
Universidade Federal do Ceará – UFC 
 
 
_______________________________________________ 
Prof. Msc. Carlos Alexandre M. Mourão 
Gerente Técnico C.Rolim Engenharia 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais 
v 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente a Deus que me deu o dom da vida e da inteligência, que me 
deu forças para concluir mais esta etapa da minha vida e que me ajuda a seguir minha 
caminhada. 
Aos meus pais, Vanlúzia Alves dos Santos e Aluízio Moreira dos Santos, 
pelo amor incondicional, apoio, compreensão e por mim proporcionarem a oportunidade 
de chegar até aqui. Amo vocês. 
A minha irmã e melhor amiga Karoline Alves dos Santos pelo apoio e 
exemplo de força e perseverança. Minha maior torcedora. Te amo irmã. 
Ao meu noivo Antonio David Nascimento de Oliveira que esteve ao meu 
lado durante toda esta caminhada me dando apoio. Muito obrigada pela sua dedicação e 
acima de tudo compreensão e companheirismo durante esta jornada. Te amo Amor. 
Aos amigos Kelvia, Daniele, Letícia, Gesislane, Ranara, Mayara, Daniel, 
Leandro, Paulinho, Vicente, Welington, Darwin, Leonardo pelo incentivo e força. 
Aos meus parentes, avós, tios, tias e primos pelo incentivo. 
A C.Rolim Engenharia e em especial ao engenheiro Felipe Loiola pela 
oportunidade de aprendizado nestes últimos quatro anos e pela compreensão. 
Ao professor Augusto Teixeira de Albuquerque pela paciência e dedicação. 
As empresas Hepta Estrutural e Rolim Machado por terem fornecido 
informações para este trabalho. 
E a todos que de alguma forma contribuíram para esta monografia. 
 
 
 
 
vi 
 
RESUMO 
 
Com a crescente expansão imobiliária, muitas construtoras atropelam a fase de 
desenvolvimento dos projetos, isto é, muitas vezes iniciam a obra sem a conclusão dos projetos 
executivos, fato que em muito onera os custos da construção. Evidencia-se assim o impacto do 
item projeto no custo final, além de evidenciar a importância para o planejamento. A estrutura é 
apenas um item do orçamento da obra, em torno de 20 a 25% do custo total, mas que através de 
uma escolha mais adequada pode levar a uma economia no custo total, considerando que a 
estrutura pode influenciar na redução dos custos dos sistemas de serviços e de arquitetura. O 
presente trabalho define e analisa critérios e parâmetros de estruturas de concreto e como estes 
parâmetros podem influenciar os custos dos demais sistemas que compõem as fases de 
construção. Por meio desta análise foi possível a criação de critérios para escolha de sistemas 
estruturais. Estes critérios são de fundamental importância e são um bom indicativo para escolha 
de sistemas estruturais. Ao se chegar ao custo total de cada sistema estrutural, isto é, a soma dos 
custos diretos e indiretos, pode-se concluir que a escolha de um sistema estrutural deve ir além 
de comparativos de consumos devendo levar em consideração também todos os impactos no 
processo construtivo gerados por cada sistema. 
 
 
Palavra-Chave: Qualidade, Projetos, Estrutura 
 
 
vii 
 
ABSTRACT 
 
With the growing housing boom, many builders trample the development 
phase of projects, that is, often begin the work without the completion of executive 
projects, a fact which greatly burdens the cost of construction. We thus project the 
impact of the item in the final cost, and also highlights the importance for planning. The 
structure is just a budget item of the work, around 20 to 25% of the total cost, but using 
a more appropriate choice may lead to a saving in total cost, considering that the 
structure can influence the reduction of costs services and systems architecture. This 
paper defines and discusses criteria and parameters for concrete structures and how 
these parameters can influence the cost of other systems that make up the phases of 
construction. Through this analysis it was possible to establish criteria for the selection 
of structural systems. These criteria are of fundamental importance and are a good 
indication for the choice of structural systems. When you arrive at the total cost of the 
structural system, ie, the sum of direct and indirect costs, it can be concluded that the 
choice of a structural system must go beyond comparative consumption should take into 
account all the impacts in the construction process generated by each system. 
 
Keywords: Quality, Design, Struct 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1.1- Origem dos problemas Patológicos ............................................................... 1 
Figura 1.2 - Lei de evolução de custos ............................................................................. 2 
Figura 2.1 - Estrutura convencional com lajes maciças ................................................... 6 
Figura 2.2 – Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas altas ......................... 9 
Figura 2.3 - Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas altas ........................ 10 
Figura 2.4 - Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas faixas ..................... 11 
Figura 3.1- Edifício HC Plaza – Vigas + Lajes nervuradas............................................ 18 
Figura 3.2- Edifício HC Plaza – Vigas faixas + Lajes nervuradas ................................. 19 
Figura 3.3- Edifício HC Plaza – Vigas altas + Lajes maciças ........................................ 20 
Figura 3.4- Edifício Mustique – Vigas + Lajes nervuradas ............................................ 21 
Figura 3.5- Edifício Mustique – Vigas faixas + Lajes nervuradas ................................. 22 
Figura 3.6- Edifício Mustique – Vigas altas + Lajes maciças ........................................ 23 
Figura 3.7- Edifício Vancouver – Vigas faixas + Lajes nervuradas ............................... 24 
Figura 3.8- Condomínio Gran Residence – Vigas faixas + Lajes nervuradas ................ 25 
ix 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 2.1 – Nº de espessuras por pavimento para lajes ................................................ 14 
Tabela 2.2 – Nº de seções por pavimento para vigas ..................................................... 14 
Tabela 4.1- Consumo para cada sistema estrutural por edifício ..................................... 27 
Tabela 4.2 – Taxas dos custos indiretos ......................................................................... 31 
Tabela 5.1- Custo unitário para cada de sistema estrutural para cada edifício ............... 33 
Tabela 5.2- Custo unitário para cada de sistema estrutural ............................................34 
Tabela 5.3- Custo unitário dos serviços indiretos .......................................................... 34 
Tabela 5.4 – Custo total das diversas opções ................................................................. 35 
Tabela 6.1 – Diferenças percentuais entre as alternativas .............................................. 37 
Tabela 6.2- Diferenças entre custos diretos e indiretos .................................................. 40 
 
x 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 4.1- Consumo de fôrma por metro quadrado de estrutura ................................. 28 
Gráfico 4.2 – Consumo de concreto por metro quadrado de estrutura ........................... 28 
Gráfico 4.3 – Consumo de aço CA por metro quadrado de estrutura ........................... 28 
Gráfico 6.1 – Comparação entre sistemas estruturais .................................................... 36 
Gráfico 6.2 – Consumo de fôrma por metro quadrado de estrutura (m²/m²) .................. 37 
Gráfico 6.3 – Consumo de concreto por metro quadrado de estrutura (m³/m²) ............. 37 
Gráfico 6.4 – Consumo de aço CA por metro quadrado de estrutura (kg/m²) ............... 38 
Gráfico 6.5 – Porcentagem dos insumos no custo total da alternativa 1 ........................ 38 
Gráfico 6.6 – Porcentagem dos insumos no custo total da alternativa 2 ........................ 39 
Gráfico 6.7 – Porcentagem dos insumos no custo total da alternativa 3 ........................ 39 
 
xi 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 
1.1 Objetivos ............................................................................................................ 2 
1.2 Metodologia ....................................................................................................... 3 
1.3 Síntese dos Capítulos ......................................................................................... 4 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 5 
2.1 Custos diretos e indiretos da estrutura ............................................................... 5 
2.2 Sistemas estruturais ............................................................................................ 5 
2.2.1 Estrutura convencional com lajes maciças ................................................. 6 
2.2.2 Estrutura convencional com lajes nervuradas ............................................ 7 
2.3 Concepção estrutural e estruturação ................................................................ 12 
2.3.1 Lajes ......................................................................................................... 14 
2.3.2 Vigas ......................................................................................................... 14 
2.3.3 Pilares ....................................................................................................... 14 
2.4 Qualidade da solução adotada .......................................................................... 15 
3 APRESENTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS – INFORMAÇÕES PRELIMINARES .... 17 
4 VERIFICAÇÃO DOS CONSUMOS ..................................................................... 26 
4.1 Consumos referentes aos custos diretos ........................................................... 26 
4.1.1 Espessura média ....................................................................................... 26 
4.1.2 Taxa de aço ............................................................................................... 26 
4.1.3 Taxa de aço II ........................................................................................... 26 
4.1.4 Taxa de forma ........................................................................................... 26 
4.2 Consumos referentes aos custos indiretos ....................................................... 29 
4.2.1 Taxa de revestimentos externos ................................................................ 29 
4.2.2 Taxa de divisórias internas ....................................................................... 29 
4.2.3 Taxa de alvenaria de vedação ................................................................... 29 
4.2.4 Taxa de fiação ........................................................................................... 29 
4.2.5 Taxa de eletroduto .................................................................................... 30 
4.2.6 Taxa de forro ............................................................................................ 30 
5 ESTUDO DA VIABILIDADE ECONOMICA E ANÁLSE DOS CUSTOS ........ 32 
6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................... 36 
7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ...................... 41 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 42 
ANEXO A ...................................................................................................................... 43 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
Com a crescente expansão imobiliária, muitas construtoras atropelam a fase 
de desenvolvimento dos projetos, isto é, muitas vezes iniciam a obra sem a conclusão 
dos projetos executivos, fato que em muito onera os custos da construção. 
Evidenciando-se assim o impacto do item projetos no custo final do empreendimento, 
além de evidenciar a importância do planejamento na indústria da construção civil. A 
estrutura é apenas um item do orçamento da obra, em torno de 20 a 25% do custo total, 
mas que através de uma escolha mais adequada pode levar a uma economia no custo 
global, considerando que a estrutura pode influenciar na redução dos custos nos 
sistemas de serviços e de arquitetura. 
Estudos mostram que as patologias encontradas nas estruturas em concreto 
armado são provenientes em torno de 40% da fase de projeto do empreendimento. Dos 
problemas devidos aos projetos estruturais mais de 50% deve-se ao detalhamento 
insuficiente como mostra a Figura 1.1. 
 
Figura 1.1- Origem dos problemas Patológicos (GRUNAU, 1981 apud HELENE, 1992, p. 22) 
Fonte: http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/introducao.htm 
A "lei de Sitter" mostra que os custos crescem segundo uma progressão 
geométrica. Dividindo as etapas construtivas e de uso em quatro períodos 
correspondentes ao projeto, à execução, à manutenção preventiva efetuada antes dos 
primeiros três anos e à manutenção corretiva efetuada após o surgimento dos problemas, 
a cada uma corresponderá um custo que segue uma progressão geométrica de razão 
cinco, conforme indicado na Figura 1.2. 
 
 
2 
 
 
Figura 1.2 - Lei de evolução de custos (SITTER, 1984 CEB-RILEM apud HELENE, 1992, p. 24) 
Toda medida extra projeto, tomada durante a execução implica num custo 5 
(cinco) vezes superior ao custo que teria sido acarretado se esta medida tivesse sido 
tomada na fase de projeto, para se obter o mesmo "grau" de proteção e durabilidade da 
estrutura. 
Com base no exposto acima fica evidenciado a grande importância da 
qualidade e do planejamento integrados dos projetos como um todo a fim de minimizar 
os custos finais e facilitar o entendimento e a execução dos mesmos. 
Diante disso, neste trabalho pretende-se propor critérios econômicos para 
tomada de decisão sobre sistemas estruturais a serem adotados dando ênfase aos custos 
diretos e indiretos da estrutura de concreto para servir de referência no processo de 
aceitação destes projetos. 
1.1 Objetivos 
Esse trabalho tem como objetivo principal propor critérios para tomada de 
decisão sobre os sistemas estruturais a serem escolhidos tendo como referência uma 
visão sistêmica do custo total da edificação. Para tal, é necessário atingir alguns 
objetivos específicos listados abaixo: 
 Sistematizar particularidades sobre sistemas estruturais; 
 Estabelecer relações entre o consumo de concreto, aço e forma e oscustos das várias opções. Nos custos são levados em consideração: consumo 
3 
 
de materiais, recursos necessários para execução, tempo de execução, mão-
de-obra e dificuldade de execução; 
 Elaborar planilhas de custos para cada tipo de sistema estrutural através 
de valores consistentes e atuais de mercado para o período de agosto de 
2011; 
 Propor uma equação com as variáveis dos custos diretos e indiretos para 
que se possa fazer uma comparação realista da melhor solução estrutural; 
1.2 Metodologia 
Para atingir os objetivos a que esse trabalho se propõe, é elaborada uma 
metodologia que consiste em quatro etapas: definição do estudo de caso, levantamento 
dos sistemas estruturais, análise das características dos sistemas estruturais bem como 
seus impactos em outros sistemas, análise dos custos. 
Inicialmente são analisados e quantificados os projetos de edifícios 
exemplos para os estudos de caso. Como este trabalho não tem como objetivo fazer a 
análise da estrutura, os projetos já foram fornecidos com a estrutura já lançada, cabendo 
ao estudo somente calcular os consumos para que seja possível fazer a análise de custos 
posteriormente. Foram utilizados estudos da Hepta Estrutural, empresa de elaboração de 
projetos estruturais. 
Em seguida à definição dos edifícios que comporão o estudo de caso, são 
calculados os consumos da estrutura que representam os custos diretos, estes são 
espessura média, taxa de aço e taxa de forma. Posteriormente são analisados todos os 
impactos da estrutura nos demais sistemas para que seja possível serem levantados os 
custos indiretos. 
A etapa seguinte do trabalho consisti-se na análise dos sistemas estruturais 
descrevendo o processo construtivo e as vantagens e desvantagens de cada sistema. 
Em seguida, no período de agosto de 2011, foi feito o levantamento dos 
preços unitários de mercado praticados para os diversos sistemas através de dados 
obtidos em três empresas ramo na cidade de Fortaleza denominadas nesse estudo de 
“Empresa A”, “Empresa B” e “Empresa C”. 
Por fim, são elaborados gráficos comparativos entre os custos para cada tipo 
de estrutura. Dessa forma, é possível distinguir, para os edifícios exemplos, qual é o tipo 
de estrutura mais economicamente viável e qual exigi maiores investimentos. 
4 
 
1.3 Síntese dos Capítulos 
Esse texto foi estruturado em sete capítulos os quais estão na respectiva 
seqüência: Introdução, Revisão Bibliográfica, Apresentação dos Edifícios Exemplos - 
Informações Preliminares, Verificação dos consumos, Estudo de Viabilidade 
Econômica dos Diversos Sistemas, Apresentação e Análise dos Resultados, e, por 
último, Conclusões e Sugestões para pesquisas futuras. 
No primeiro capítulo são apresentados os objetivos e a metodologia do 
trabalho, assim como contextualização e importância do tema. 
O segundo capítulo consiste em sistematizar os conceitos e teorias 
necessários ao estudo dos projetos estruturais. 
A apresentação dos edifícios exemplos é exposta no terceiro capítulo. 
No quarto capítulo foi discorrido sobre a verificação dos consumos 
explicando como se calculam as taxas diretas e indiretas. 
O estudo da viabilidade economica de cada sistema estrutural foi abordada 
no quinto capítulo iniciando-se a partir das comparações entre os custos e consumos. 
No sexto capítulo visou-se fazer uma síntese dos dados obtidos, comparando 
os resultados entre os sistemas estruturais. Através da análise dos gráficos foi possível 
se chegar a uma consideração sobre as estruturas mais viáveis economicamente. 
Por fim, no sétimo capítulo são apresentadas as conclusões e sugestões para 
pesquisas futuras. 
 
 
 
 
 
5 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Custos diretos e indiretos da estrutura 
Ao se avaliar a viabilidade econômica de um projeto estrutural não se deve 
levar em consideração somente os consumos de materiais e mão de obra, mas sim todos 
os sistemas de serviços que são influenciados pela escolha das diversas opções 
estruturais, além das características executivas e equipamentos necessários. Como 
exemplo, pode- se citar a escolha de uma estrutura com o pé direito (distância de piso a 
piso) mais baixo provocará uma economia, nos revestimentos externos e internos em 
cada pavimento, porém o pé direito mais alto nos apartamentos residenciais agrega 
grande valor para os compradores e arquitetos, então qual será a melhor opção para a 
incorporadora, economizar na estrutura reduzindo o pé direito ou aumentar o valor de 
venda do empreendimento? Nem sempre a opção mais econômica satisfaz o cliente, 
muitas vezes a rapidez do retorno financeiro leva o incorporador a escolher por opções 
mais rápidas de execução e, no entanto, mais caras. 
Para uma avaliação mais completa, deve-se fazer, também, uma análise das 
implicações que cada alternativa acarreta nas instalações, nas alvenarias, tipos de forro e 
nos demais sistemas. 
Pode-se definir como custo direto da estrutura os materiais e a mão de obra 
como: formas, escoras, cimbramento, concreto, bombeamento, aço de armadura passiva 
e ativa, carpinteiros, pedreiros, serventes. Já os custos indiretos são os impactos que a 
solução condiciona aos demais sistemas como revestimentos, forro, pintura, instalações 
elétricas e hidráulicas, elementos de fachada, tempo e dificuldade de execução. 
2.2 Sistemas estruturais 
Para análise da estrutura foram utilizadas 3 opções de sistemas estruturais 
para que seja possível fazer uma análise comparativa, quantitativa e qualitativa em 
relação a cada opção. 
6 
 
2.2.1 Estrutura convencional com lajes maciças 
Estrutura convencional é aquela em que as lajes se apóiam nas vigas, que 
por sua vez se apóiam em pilares (tipo laje-viga-pilar). A laje maciça, em geral, não 
vence grandes vãos, devido ao seu elevado peso próprio, reduzido braço de alavanca e 
baixa inércia. De acordo com alguns projetistas de estruturas é pratica adotar-se como 
vão médio econômico das lajes maciças um valor entre 3,5m e 5m. 
LAJE
CONTRAPISO
FORRO
LAJEVIGA ALTA
 
Figura 2.1 - Estrutura convencional com lajes maciças 
De acordo com a NBR 6118:2003, item 13.2.4.1, as lajes maciças devem 
respeitar os seguintes limites mínimos para a espessura: 
a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço (valor que praticamente não é 
utilizado); 
b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço (tem se como prática adotar uma 
altura mínima de 8 cm); 
c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN; 
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN. 
e) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, 
42
l
para lajes de piso biapoiadas 
e 
50
l
 para lajes de piso contínuas; 
f) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo. 
7 
 
Segundo Albuquerque (1999), as principais desvantagens são: 
 Devido ao limite dos vãos, apresenta uma grande quantidade de vigas, 
fato esse que deixa a forma do pavimento muito recortada, diminuindo a 
produtividade da construção; 
 Os recortes diminuem o reaproveitamento das formas; 
 Apresenta grande consumo de concreto, aço e formas. 
E as principais vantagens são: 
 A existência de muitas vigas formam muitos pórticos, que garantem uma 
boa rigidez à estrutura de contraventamento; 
 Há uma grande contribuição das mesas na deformação das vigas; 
 Foi durante anos o sistema estrutural mais utilizado nas construções de 
concreto, por isso a mão-de-obra já é bastante treinada. 
2.2.2 Estrutura convencional com lajes nervuradas 
“As lajes nervuradas são por definição um conjunto de nervuras 
solidarizadas por uma mesa de concreto. O fato de as armaduras serem responsáveis 
pelos esforços resistentes de tração permite que a zona tracionada seja discretizada em 
forma de nervuras, não comprometendo a zona comprimida, que será resistida pela 
mesa de concreto.” (ALBUQUERQUE, 1999, p. 24) 
Segundo a NBR 6118:2003, item14.7.7, “são as lajes moldadas no local ou 
com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é constituída por nervuras entre as 
quais pode ser colocado material inerte.” 
A NBR 6118:2003, no item 13.2.4.2, descreve limites a serem respeitados 
nas lajes nervuradas. Estes limites estão listados a seguir. 
“A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais 
embutidas, deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre as nervuras e não menor 
que 3 cm. 
8 
 
O valor mínimo absoluto deve ser 4 cm, quando existirem tubulações 
embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm. 
A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm. 
Nervuras com espessura menor que 8 cm não devem conter armadura de 
compressão. 
Para o projeto de lajes nervuradas devem ser obedecidas as seguintes 
condições: 
a) Para lajes com espaçamento entre eixos de nervura menor ou igual a 65 
cm, pode ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a 
verificação do cisalhamento da região das nervuras, permite-se a 
consideração dos critérios de laje; 
b) Para lajes com espaçamento entre eixos de nervura entre 65 cm e 110 cm, 
exigi-se a verificação da flexão da mesa e as nervuras devem ser verificadas 
ao cisalhamento como vigas; permite-se essa verificação como laje se o 
espaçamento entre eixos de nervuras for até 90 cm e a largura média das 
nervuras for maior de 12 cm; 
c) Para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maiores 
que 110 cm, a mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha 
de vigas, respeitando-se os seus limites mínimos de espessura.” 
A vantagem principal desta utilização é a redução do peso próprio da 
estrutura, já que o volume de concreto diminui, e ainda há um aumento na inércia, já 
que a laje tem sua altura aumentada. Essa solução (estrutura convencional com lajes 
nervuradas) vem sendo utilizada em todas as regiões do país, com um grande número de 
fornecedores de colméias (formas para laje nervurada). É de fácil execução e pode ser 
lançada com grandes vãos. É comum a utilização de lajes maciças em alguns trechos, 
como as lajes em balanço e as lajes próximas ao elevador e escada. 
Várias vantagens são apresentadas: 
9 
 
 Devido à sua capacidade de vencer grandes vãos, o pavimento possui 
pouco número de lajes; 
 A forma possui poucas vigas, ou seja, é pouco recortada, facilitando a 
execução principalmente das formas; 
 O fato de ter poucas vigas faz com que a estrutura não interfira muito na 
arquitetura; 
 O consumo da laje nervurada é muito baixo. 
Para o estudo em questão serão analisadas duas estruturas a partir da laje 
nervura que estão descritas abaixo. 
2.2.2.1 Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas altas 
Como já mencionado anteriormente, a laje é nervurada e as vigas são vigas 
altas, isto é, vigas convencionais. 
Este sistema requer uma maior distância piso a piso para que seja possível a 
passagens de tubulações elétricas e hidrossanitárias como se pode observar na Figura 
2.2. 
LAJE
CONTRAPISO
FORRO
LAJEVIGA ALTA
 
Figura 2.2 – Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas altas 
Outra opção para a passagem das tubulações é deixar durante a concretagem 
tubos nas vigas para que seja possível fazer a passagem das instalações por dentro da 
viga, porém este sistema possui diversas desvantagens; umas das desvantagens é o 
10 
 
comprometimento do layout da arquitetura, pois será necessário executar as paredes 
abaixo das vigas além da alvenaria ter que ser da mesma espessura da viga ou a viga 
ficará aparente como pode-se observar na Figura 2.3. 
LAJE
CONTRAPISO
FORRO
LAJEVIGA ALTA
 
Figura 2.3 - Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas altas 
2.2.2.2 Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas faixas 
Neste sistema as lajes são nervuradas e as vigas são vigas faixas 
protendidas. 
Segundo a NBR-6118:2003, concreto protendido sem aderência é aquele em 
que, o pré alongamento da armadura ativa é realizado após o endurecimento do 
concreto, sendo utilizados, como apoios, partes do próprio elemento estrutural, mas não 
sendo criada aderência com o concreto, ficando a armadura ligada ao concreto apenas 
em pontos localizados. Apresenta-se como uma ótima alternativa para aplicações em 
lajes e vigas de edifícios, que requerem uma protensão “leve” além de proporcionar uma 
maior flexibilidade no layout do apartamento. 
11 
 
LAJE
CONTRAPISO
FORRO
LAJEVIGA FAIXA
PROTENDIDA
 
Figura 2.4 - Estrutura convencional com lajes nervuradas + vigas faixas 
A monocordoalha é envolvida por uma graxa especial, que funciona como 
protetora e inibidora da corrosão. A graxa fornece ainda excelente lubrificação entre a 
cordoalha e a bainha, reduzindo o atrito. As bainhas são de plástico, feitas de polietileno 
de alta densidade com espessura mínima 58 de 1mm, e oferecem excelente resistência 
ao manuseio e ao arraste por entre as ferragens frouxas existentes. Além da praticidade 
do manuseio, elimina-se a constante preocupação com a integridade da bainha metálica, 
durante seu posicionamento nas formas, para se evitarem amassamentos ou entrada de 
nata de cimento que possa prender a cordoalha. 
Pelo fato de serem monocordoalhas, terão ancoragens individuais. Devido 
ao baixo atrito, cada cordoalha leva uma ancoragem préencunhada (ancoragem passiva) 
e uma ancoragem que será protendida após a concretagem (ancoragem ativa). As 
monocordoalhas minimizam ainda o problema de concentração de tensões e 
fendilhamento. 
A protensão é feita rapidamente por um macaco hidráulico portátil. A força 
de protensão é transmitida ao concreto através de suas ancoragens, cuja durabilidade é 
fundamental para o bom desempenho desse sistema ao longo da vida útil. 
Várias vantagens podem ser listadas na protensão sem aderência: 
 Maior facilidade e rapidez no posicionamento das cordoalhas nas formas; 
 Maior excentricidade possível (importante nas lajes finas); 
 O aço já chega ao canteiro protegido pela graxa e pela capa plástica; 
12 
 
 Menor perda por atrito; 
 Ausência de operação de injeção de pasta de cimento; 
 Cordoalha danificada, ao longo da sua vida útil, pode ser substituída; 
 O aço de protensão ficou bastante competitivo, pois o aço CA teve vários 
aumentos que não foram seguidos pelo CP. 
Algumas desvantagens são verificadas: 
 A norma brasileira prevê a solução, mas dificulta porque exige protensão 
completa, obrigando a adoção de normas internacionais; 
 Não se pode cortar a monocordoalha; 
Segundo MOTA apud ALBUQUERQUE (1999), o traçado da cablagem 
engraxada é obtido normalmente pela técnica do balanceamento de cargas (load 
balancing method) proposto no início dos anos 60 por T.Y.Lin. Este procedimento é 
bastante eficiente no caso de cabos em lajes e vigas de edifícios, onde os traçados são 
obtidos pela concordância de parábolas suaves do segundo grau. 
2.3 Concepção estrutural e estruturação 
“O problema tem como característica fundamental a complexidade, por 
causa do número de variáveis presentes e da multiplicidade de soluções possíveis” 
(CORRÊA, 1991 apud ALBUQUERQUE, 1999, p. 9). 
A concepção estrutural ou lançamento da estrutura consiste em escolher um 
sistema estrutural que constitua a parte resistente do edifício. 
A escolha dos elementos a serem utilizados e a definição da posição destes 
elementos da estrutura são de fundamental importância, pois estes devem ser capazes de 
absorver os esforços provenientes das ações atuantes e transmiti-los ao solo. 
Na concepção da estrutura deve-se levar em consideração que o projeto 
estrutural deve estar em harmonia com os demais projetos necessários para a construção 
do edifício, tais como: projetos de instalações elétricas, hidrossanitária, de ar 
condicionado, arquitetura, paisagismo entre outros. 
13 
 
A solução estrutural adotada no projeto deve atender aos requisitos de 
qualidade estabelecidos nas normastécnicas, relativos à capacidade resistente, ao 
desempenho em serviço e à durabilidade da estrutura. 
A escolha do sistema estrutural depende de fatores técnicos e econômicos, 
dentre eles: capacidade do meio técnico para desenvolver o projeto e para executar a 
obra, e disponibilidade de materiais, mão-de-obra e equipamentos necessários para a 
execução. 
Segundo Albuquerque (1999, p. 2), “O conceito de estrutura econômica 
também evoluiu ao longo dos anos. Em um primeiro instante, havia uma preocupação 
de se trabalhar com as seções mais esbeltas possíveis; hoje em dia a atenção está voltada 
para a padronização das formas, que facilita a produtividade da mão-de-obra e o 
reaproveitamento, e para os processos construtivos que serão usados.” 
“A padronização dos materiais é, sem dúvida, pré-requisito importantíssimo 
para a otimização dos processos construtivos. No contexto internacional, ela 
é condição básica para o alcance de menores custos, alta produtividade e 
melhor qualidade. Além disso, é através dela que atingiremos alto grau de 
industrialização nas obras, transformando-as, como ocorre em outros setores 
da economia, em uma linha de montagem, obtendo-se a partir daí ganho de 
escala, melhor produtividade da mão-de-obra e mais competitividade. 
Especificamente nas estruturas de concreto armado, a padronização de 
elementos traz benefícios intrínsecos que propiciam grandes ganhos, não só 
na execução da estrutura, mas também para o contexto global da obra. Isso 
ocorre porque com a estrutura padronizada, todos os outros elementos que 
serão construídos sobre ela seguem automaticamente o padrão pré-
estabelecido no projeto estrutural.” (ABECE, 1998 apud ALBUQUERQUE, 
1999, p. 2). 
O custo de uma estrutura não se resume ao do concreto e do aço, tendo de 
ser levados em consideração também a forma (representa em média 30% do custo da 
estrutura), o tempo de execução (retorno financeiro), outros materiais necessários e 
ainda a mão-de-obra empregada. A economia é alcançada através de repetições, 
simplicidade dos detalhes, formas razoáveis e facilidade de instalação. 
A padronização leva a uma maior disciplina na execução de atividades, com 
a eliminação das improvisações e uma conseqüente redução da variabilidade em relação 
ao projeto, resultando em uma obra com maior nível de precisão e menor nível de 
desperdícios. 
14 
 
Koskela (1992) enfatiza que a forma mais utilizada de redução de 
variabilidade, tanto de atividades de conversão como das atividades de fluxo, é a 
padronização de procedimentos e seu controle estatístico. 
Alguns critérios têm sido adotados por grande parte dos projetistas e 
algumas construtoras têm elaborado normas internas, no que diz respeito às dimensões 
das peças. 
2.3.1 Lajes 
Duas espessuras diferentes por pavimento seria um ótimo número. 
A construtora ENCOL adotava como parâmetro os seguintes números de 
espessuras de lajes por pavimento: 
Tabela 2.1 – Nº de espessuras por pavimento para lajes 
1 ótimo
2 bom
>2 desaconselhado
Nº de espessuras por pavimento
 
2.3.2 Vigas 
A construtora ENCOL recomendava que as dimensões das vigas devem ser 
uniformizadas por pavimento segundo tabela abaixo: 
Tabela 2.2 – Nº de seções por pavimento para vigas 
2 ótimo
3 bom
>3 desaconselhado
Nº de seções por pavimento
 
2.3.3 Pilares 
Considera-se que cinco seções por pavimento tipo é um número razoável. A 
Construtora ENCOL recomendava que se utilizem pilares com seções retangulares ou 
15 
 
quadradas, evitando-se a utilização de seções L, U ou T, que têm uma forma de difícil 
execução. 
2.4 Qualidade da solução adotada 
Laranjeiras (1995) elaborou para a construtora Suarez normas internas sobre 
condições a serem observadas na execução de projetos de estruturas de concreto armado 
de edifícios. Um dos itens dessa norma interna é sobre a qualidade da solução adotada, 
que será apresentado a seguir: 
“A solução estrutural adotada deve atender às exigências de qualidade 
impostas pelas seguintes condições: 
a) segurança e durabilidade; 
b) arquitetônicas; 
c) funcionais; 
d) construtivas; 
e) estruturais; 
f) integração com os demais projetos; 
g) econômicas. 
 
As condições de segurança e durabilidade referem-se à necessidade da 
estrutura de: 
 Resistir a todas as ações e outras influências ambientais passíveis de acontecer 
durante as fases de construção e de utilização; 
 Comportar-se adequadamente sob as condições previstas de uso, durante 
determinado tempo de sua existência. 
16 
 
A segurança e a durabilidade dependem ambas da qualidade dos detalhes da 
armadura (emendas, dobramentos, ancoragens, ligações entre elementos, furos, etc.), 
com vistas a evitar rupturas localizadas e a favorecer boas condições de adensamento do 
concreto. 
As condições arquitetônicas impostas ao projeto estrutural são, obviamente, 
as constantes do projeto arquitetônico. 
As condições funcionais referem-se às finalidades e ao uso previsto para a 
estrutura, e implicam a compatibilização das ações a adotar; dos vãos; da rigidez ou da 
deformabilidade das peças; da estanqueidade, etc. 
As condições construtivas implicam a compatibilização do projeto estrutural 
com os métodos, procedimentos e etapas construtivas previstas. 
As condições estruturais referem-se basicamente à adequação das soluções 
estruturais adotadas, caracterizada pela escolha apropriada das características dos 
materiais; do sistema estrutural para resistir às ações verticais e às ações horizontais; do 
tipo de fundação; da estrutura de laje com ou sem vigas, nervuradas, pré-fabricadas; dos 
apoios, articulações, ligações entre os elementos estruturais, etc. 
As condições de integração com os demais projetos elétrico, hidráulico-
sanitário, ar condicionado, etc., referem-se à necessidade de prever rebaixos, furos, 
shafts ou dispor as peças estruturais de modo a viabilizar e compatibilizar a coexistência 
da estrutura com os demais sistemas. 
As condições econômicas referem-se à necessidade de otimizar os custos de 
investimento (construção), associados ao de manutenção da estrutura em uso, e de 
compatibilizar esses custos com os prazos desejados.” 
 
 
 
17 
 
3 APRESENTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS – INFORMAÇÕES PRELIMINARES 
Os três projetos a serem estudados foram cedidos pela empresa de cálculo 
estrutural Hepta Engenharia. 
Para o estudo foram considerados hipoteticamente que os edifícios possuem 
todos os pavimentos iguais ao tipo. 
Não foram considerados a existência de outros pavimentos como: coberta, 
mezanino, pilotis e subsolo, embora tenham importância considerável para a concepção 
estrutural. 
O primeiro trata-se do HC Plaza da construtora Delphi, ambos localizados 
na cidade de Natal. É um edifício empresarial, composto de duas torres de nove andares 
de salas e mais 3 andares de estacionamento no subsolo. 
O segundo empreendimento é o edifício Mustique, também pertencente à 
construtora Delphi. Localizado na cidade de Natal, possui dezesseis andares tipos com 
um apartamento por andar mais subsolos. 
O terceiro trata-se do edifício Vancouver de propriedade da construtora 
Canopus. O edifício está localizado na cidade de São Luís. Constituído por subsolo, 
pavimento térreo, pavimento garagem, pavimento de lazer e doze pavimentos tipo com 
três apartamentos. 
Por último o Condomínio Gran Residence. 
A seguir, na Figura 3.1, Figura 3.2, Figura 3.3, Figura 3.4, Figura 3.5, 
Figura 3.6, Figura 3.7 e Figura 3.8 estão os projetos dos edifícios com as diversas 
opções a serem estudadas. 
 
 
 
 
18 
 
 
Figura 3.1- Edifício HC Plaza – Vigas + Lajes nervuradas 
 
19 
 
 
Figura 3.2- Edifício HC Plaza – Vigas faixas + Lajes nervuradas 
 
20 
 
 
 
Figura 3.3- Edifício HC Plaza – Vigas altas + Lajes maciças 
 
21 
 
 
Figura 3.4- Edifício Mustique – Vigas + Lajes nervuradas 
 
 
22 
 
 
 
Figura 3.5- Edifício Mustique – Vigas faixas+ Lajes nervuradas 
23 
 
 
Figura 3.6- Edifício Mustique – Vigas altas + Lajes maciças 
24 
 
 
Figura 3.7- Edifício Vancouver – Vigas faixas + Lajes nervuradas 
25 
 
 
Figura 3.8- Condomínio Gran Residence – Vigas faixas + Lajes nervuradas 
26 
 
4 VERIFICAÇÃO DOS CONSUMOS 
4.1 Consumos referentes aos custos diretos 
Para se fazer a avaliação da estrutura foi necessário, além dos quantitativos 
de volume de concreto, massa de aço e área de forma, calcular a espessura média da 
laje, e as taxas de aço I, aço II e forma que serão definidos adiante. 
4.1.1 Espessura média 
É a relação entre o consumo total de concreto e a área estrutural (somatório 
das áreas das plantas de forma) do edifício. 
)A(m
)V(m
médiaEspessura_
2
3
 (4.1) 
A= (área estrutural) 
4.1.2 Taxa de aço 
É a relação entre o consumo total de aço e o consumo total de concreto. 
)V(m
P(Kg)
oTaxa_de_aç
3
 (4.2) 
4.1.3 Taxa de aço II 
É a relação entre o consumo total de aço e a área estrutural do edifício. 
)A(m
P(Kg)
o_IITaxa_de_aç
2
 (4.3) 
4.1.4 Taxa de forma 
É a relação entre o consumo total de forma e a área estrutural do edifício. 
)A(m
)F(m
rmaTaxa_de_fo
2
2
 (4.4) 
Para cada um do três emprendimentos foram calculados os consumos para 
cada uma das três opções estruturais. Os resultados dos cálculos são apresentados na 
Tabela 4.1. 
27 
 
Tabela 4.1- Consumo para cada sistema estrutural por edifício 
FÔRMA CONCRETO AÇO CA AÇO CP
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 1,68 m²/m² 0,162 m³/m² 16,00 Kg/m²
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS 
+ LAJE NERVURADA
1,56 m²/m² 0,161 m³/m² 12,00 Kg/m² 2,00 Kg/m²
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 2,08 m²/m² 0,210 m³/m² 17,17 Kg/m²
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 1,85 m²/m² 0,193 m³/m² 20,00 Kg/m²
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS 
+ LAJE NERVURADA
1,80 m²/m² 0,195 m³/m² 17,00 Kg/m² 1,50 Kg/m²
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 2,37 m²/m² 0,242 m³/m² 22,17 Kg/m²
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 1,90 m²/m² 0,192 m³/m² 18,25 Kg/m²
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS 
+ LAJE NERVURADA
1,80 m²/m² 0,195 m³/m² 14,50 Kg/m² 2,50 Kg/m²
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 2,32 m²/m² 0,244 m³/m² 19,67 Kg/m²
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 1,97 m²/m² 0,185 m³/m² 18,50 Kg/m²
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 1,85 m²/m² 0,18 m³/m² 18,19 Kg/m²
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS 
+ LAJE NERVURADA
1,72 m²/m² 0,18 m³/m² 14,50 Kg/m² 2,00 Kg/m²
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 2,26 m²/m² 0,23 m³/m² 19,67 Kg/m²
MÉDIA
OPÇÕES
CONSUMO
HC PLAZA
ED. MUSTIQUE
VANCOUVER
CONDOMÍNIO GRAN RESIDENCE
 
Para facilitar a visualização dos comparativos foram elaborados gráficos 
comparativos baseados na média dos três edifícios para cada sistema estrutural para que 
as taxas possam representar melhor a realidade. 
Ao observar o Gráfico 4.1, Gráfico 4.2 e Gráfico 4.3 é possível verificar que 
a estrutura convencional com lajes maciças apresenta um alto consumo de concreto, aço 
e forma com relação aos demais sistemas, além de possuir uma forma muito recortada, 
isto é, muitas vigas, o que diminui bastante produtividade da obra. 
A estrutura convencional com lajes nervuradas e vigas altas tem o consumo 
de forma, aço e concreto mais baixo que a com lajes maciças porém bem maior que a 
com vigas protendidas. 
A alternativa protendida apresenta um baixo consumo de concreto, baixo 
consumo de aço e forma além de possuir uma forma sem recortes, vigas só no contorno 
do pavimento. 
 
28 
 
 
Gráfico 4.1- Consumo de fôrma por metro quadrado de estrutura 
 
Gráfico 4.2 – Consumo de concreto por metro quadrado de estrutura 
 
Gráfico 4.3 – Consumo de aço CA por metro quadrado de estrutura 
 
29 
 
Para aferir a viabilidade econômica de cada alternativa, deve-se fazer um 
orçamento criterioso, levando-se em consideração: consumo de materiais, equipamentos 
necessários, tempo de construção e mão-de-obra além dos custos indiretos que serão 
descritos em seguida. 
4.2 Consumos referentes aos custos indiretos 
Através de uma análise criteriosa com foco nos impactos provocados pela 
escolha de cada sistema estrutural, foi possível concluir que a altura do pé direito é um 
dos fatores mais impactantes no custo global. Dependendo da solução estrutural adotada 
o pé direito necessita ser mais alto em decorrência da altura das vigas. Com isso há 
diversos fatores que irão onerar o custo global do empreendimento causados pelo 
acrescimo da altura, o que não é considerado no custo da estrutura. Para qualquer 
acréscimo na altura do pavimento há também um Δ de cada fator a ser considerado. 
Estes fatores estão descritos abaixo. 
4.2.1 Taxa de revestimentos externos 
É a relação entre o perímetro externo e a área da estrutura. 
)A(m
)(m
_externovestimentoTaxa_de_re
2
3
.extP (4.5) 
4.2.2 Taxa de divisórias internas 
É a relação entre o perímetro das divisórias internas e a área da estrutura. 
)A(m
)(m
nternasvisórias_iTaxa_de_di
2
3
..intP
 
(4.6) 
4.2.3 Taxa de alvenaria de vedação 
É a relação entre o perímetro das alvenarias de vedação e a área da estrutura. 
)A(m
)(m
venariaTaxa_de_al
2
3
.alvP (4.7) 
4.2.4 Taxa de fiação 
É a relação entre a quantidade linear de fios e a área da estrutura. 
)A(m
)(m
açãoTaxa_de_fi
2
3
fL
 (4.8) 
30 
 
4.2.5 Taxa de eletroduto 
É a relação entre a quantidade linear de eletrodutos e a área da estrutura. 
)A(m
)(m
etrodutoTaxa_de_el
2
3
eL 
(4.9) 
O tipo de laje escolhida também irá influenciar na necessidade ou não de 
execução de forro de gesso. Se a escolha for laje nervuada o forro de gesso será 
indispensável para que seja possível “esconder” a passagem das instalações elétricas e 
hidrossanitárias. 
Se a laje for maciça as instalações elétricas e hidrossanitárias ficarão 
embutidas na laje. Esta segunda opção obriga a iniciar os serviços de instalações 
precocemente na obra, pois ainda na fase de concretagem é necessário ter mão de obra 
de eletricistas e bombeiros para fazer a passagem das tubulações no pavimento gerando 
para a obra acréscimo na folha de pagamento, leis sociais, almoço, fardamento, entre 
outros. É necessário também um aumento na fiscalização (serviço que não agrega valor 
ao produto final), já que após a concretagem não é mais possível fazer nenhuma 
modificação nas instalações. 
Segundo uma empresa de Fortaleza denominada para o estudo como 
“Empresa de Instalações” especializada em serviços de instalações elétricas e 
hidrossanitárias é cobrado um valor de serviço mais alto se o sistema estrutural for laje 
maciça devido à dificuldade de execução e o aumento de mão de obra para fiscalização. 
Diante do exposto, abaixo está descrita a taxa de forro. 
4.2.6 Taxa de forro 
É a relação entre a área de forro e a área da estrutura. 
)A(m
)(m
etrodutoTaxa_de_el
2
3
fA
 
(4.10) 
As taxas dos custos indiretos são valores médios calculados a partir de 
levantamentos feitos com 3 edifícios da Construtora C.Rolim Engenharia, são estes 
Paço do Bem com torres Stella e Patrícia e o edifício Bossa Nova. Segue abaixo o 
quadro com as taxas dos custos indiretos. 
 
31 
 
Tabela 4.2 – Taxas dos custos indiretos 
Taxa de revestimentos externos 0,235 m/m²
Taxa de divisórias internas 0,233 m/m²
Taxa de forro de gesso 0,800 m²/m²
Taxa de alvenaria de vedação 0,188 m/m²
Taxa de fiação 8,782 m/m²
Taxa de eletroduto 1,174 m/m²32 
 
5 ESTUDO DA VIABILIDADE ECONOMICA E ANÁLSE DOS CUSTOS 
 
Para a composição dos custos diretos, contou-se com a ajuda de três 
empresas de execução de estruturas de concreto armado. As três empresas construíram 
vários edifícios, tendo assim uma vasta experiência em todas as alternativas 
apresentadas neste trabalho. 
Foram feitas entrevistas com os responsáveis técnicos das três empresas, 
e,com base em um banco de dados de estruturas já executadas, foi possível calcular o 
preço unitário diferenciado para cada tipo de solução estrutural. Este custo unitário é 
diferenciado por que se considerou implicitamente características como: mão-de-obra 
com encargos sociais, tempo de execução, dificuldade, equipamentos necessários e 
materiais consumidos. 
De acordo com os dados obtidos, o serviço de concretagem apresenta 
diferenças significativas de preço entre os diversos sistemas estruturais. Esta variação é 
devido o grau de dificuldade de execução implícito no valor unitário além do maior ou 
menor consumo de concreto e conseqüentemente a necessidade de mais ou menos 
operários para execução dos serviços. 
O serviço de armação (dobramento de barras e colocação nas formas) não 
varia muito entre os elementos estruturais e nem entre os sistemas estruturais. 
Já o item formas caracteriza bem a diferença existente entre os sistemas 
estruturais, variando seu preço unitário em função da facilidade ou dificuldade de 
execução de cada sistema. 
Na alternativa em que as vigas faixas são protendidas, no custo de protensão 
já estão inclusos os preços de: 
 monocordoalhas engraxadas, ancoragens passivas e ativas; 
 Colocação dos cabos na forma e posicionamento das armaduras de 
protensão; 
 Colocação e fixação das ancoragens ativas nas formas; 
 Corte das pontas excedentes dos cabos nos nichos das ancoragens; 
 Pré-blocagem das ancoragens passivas; 
 Protensão propriamente dita, com controle do alongamento dos cabos. 
 
33 
 
Para se chegar ao custo unitário da estrutura multiplicou-se cada consumo 
pelo valor unitário de cada empresa. Apresentam-se a seguir os custos diretos relativos 
às diversas opções para cada empresa e para cada empreendimento. 
Tabela 5.1- Custo unitário para cada de sistema estrutural para cada edifício 
EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C MÉDIA
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 171,75R$ 171,12R$ 164,74R$ 169,20R$ 
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS 
+ LAJE NERVURADA
166,98R$ 168,82R$ 167,37R$ 167,72R$ 
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 198,36R$ 210,58R$ 146,36R$ 185,10R$ 
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 204,17R$ 203,47R$ 196,84R$ 201,50R$ 
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS 
+ LAJE NERVURADA
200,65R$ 202,71R$ 200,70R$ 201,35R$ 
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 237,69R$ 251,63R$ 235,31R$ 241,54R$ 
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 198,05R$ 197,34R$ 190,03R$ 195,14R$ 
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS 
+ LAJE NERVURADA
200,52R$ 202,59R$ 201,26R$ 201,46R$ 
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 226,91R$ 240,62R$ 223,94R$ 230,49R$ 
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 198,52R$ 197,80R$ 190,31R$ 195,54R$ 
ED. MUSTIQUE
VANCOUVER
CONDOMÍNIO GRAN RESIDENCE
OPÇÕES
HC PLAZA
 
Para a melhor visualização dos resultados, elaborou-se uma planilha com as 
médias dos edifícios para que se possa chegar a um valor mais realista. Os valores são 
expostos na Tabela 5.2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Tabela 5.2- Custo unitário para cada de sistema estrutural 
INSUMOS
VIGAS + LAJES 
NERVURADAS
VIGAS FAIXAS 
PROTENDIDAS+ 
LAJE NERVURADA
VIGA ALTAS + 
LAJE MACIÇA
EMPRESA A
FÔRMA 52,36R$ 43,00R$ 56,42R$ 
CONCRETO 66,20R$ 66,39R$ 83,93R$ 
AÇO CA 74,57R$ 59,45R$ 80,65R$ 
AÇO CP - 20,54R$ -
TOTAL: 193,12R$ 189,38R$ 220,99R$ 
EMPRESA B
FÔRMA 51,80R$ 46,10R$ 67,79R$ 
CONCRETO 66,06R$ 65,29R$ 85,84R$ 
AÇO CA 74,57R$ 59,45R$ 80,65R$ 
AÇO CP - 20,54R$ -
TOTAL: 192,43R$ 191,37R$ 234,28R$ 
EMPRESA C
FÔRMA 42,86R$ 39,85R$ 52,29R$ 
CONCRETO 63,32R$ 63,50R$ 80,27R$ 
AÇO CA 79,30R$ 63,22R$ 85,76R$ 
AÇO CP - 23,20R$ -
TOTAL: 185,48R$ 189,77R$ 218,32R$ 
MÉDIA
FÔRMA 49,01R$ 42,98R$ 58,83R$ 
CONCRETO 65,19R$ 65,06R$ 83,35R$ 
AÇO CA 76,15R$ 60,71R$ 82,35R$ 
AÇO CP 21,43R$ 
TOTAL: 190,35R$ 190,18R$ 224,53R$ 
Já para a composição dos custos indiretos, contou-se com ajuda de duas 
empresas, uma de execução de instalações elétricas e hidrossanitária e outra de 
construção civil. Para calcular os custos unitários de cada serviço multiplicou-se as 
taxas pelo valor unitário fornecidos pelas empresas. Os valores encontram-se na 
Tabela 5.3 
Tabela 5.3- Custo unitário dos serviços indiretos 
REVESTIMENTOS EXTERNOS 4,82R$ /m²
DIVISÓRIAS INTERNAS 2,26R$ /m²
FORRO DE GESSO 19,20R$ /m²
ALVENARIA DE VEDAÇÃO 1,83R$ /m²
FIAÇÃO 9,70R$ /m²
ELETRODUTO 1,70R$ /m²
DESCRIÇÃO SERVIÇOS CUSTO UNITÁRIO
 
Para se chegar ao custo real de cada sistema estrutural deve somar os custos 
indiretos acarretados pelas diversas escolhas. 
35 
 
As opções vigas + lajes nervuradas e vigas altas + laje maciças necessitam 
de um pé direito mais alto do que a opção por vigas faixas + lajes nervuradas, por isso 
deve-se somar a estas duas opções os diferenciais dos custos indiretos referentes a altura 
como definido no capítulo 4 que são revestimentos externos, divisórias internas, 
alvenaria de vedação, fiação e eletroduto. Fazendo-se esta soma chegou-se aos valores 
mostrados na Tabela 5.4. 
Tabela 5.4 – Custo total das diversas opções 
DESCRIÇÃO
VIGAS + LAJES 
NERVURADAS
VIGAS FAIXAS + 
LAJE NERVURADA
VIGA ALTAS + 
LAJE MACIÇA
CUSTOS DIRETOS 190,35R$ 190,18R$ 224,53R$ 
REVESTIMENTOS EXTERNOS 4,82R$ -R$ 4,82R$ 
DIVISÓRIAS INTERNAS 2,26R$ -R$ 2,26R$ 
FORRO DE GESSO 19,20R$ 19,20R$ -R$ 
ALVENARIA DE VEDAÇÃO 1,83R$ -R$ 1,83R$ 
FIAÇÃO 9,70R$ -R$ 9,70R$ 
ELETRODUTO 1,70R$ -R$ 1,70R$ 
TOTAL 229,87R$ 209,38R$ 244,85R$ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
Para simplificar a análise dos resultados será utilizada a seguinte 
nomenclatura para os sistemas estruturais. 
 ALTERNATIVA 1 - Vigas Altas + Lajes Nervuradas 
 ALTERNATIVA 2 – Vigas Faixas Protendidas + LajesNervuradas 
 ALTERNATIVA 3 - Vigas Altas + Lajes Maciças 
O levantamento de custos, dos sistemas estruturais, apresentado neste 
trabalho contemplou todos os insumos e a mão de obra das atividades, além dos custos 
indiretos demandados por cada sistema estrutural especificamente. Possibilita-se assim 
uma comparação de custos mais realista, abordando o problema de uma maneira 
sistêmica, e, não apenas de maneira superficial através de análise de custos do item 
estrutura, ou pior ainda, apenas do volume de concreto consumido. 
Inicialmente pode-se observar no Gráfico 6.1 a diferença entre as 
alternativas com relação aos custos diretos. É possível perceber que, entre as 
alternativas 1 e 2, a diferença é desprezível. Já ao se compararem as alternativas 1 e 2 
com a alternativa 3, percebe-se que há uma diferença em torno de 17% nos custos 
diretos devido aos consumos mais elevados desta alternativa, em função da menor 
inércia e do menor braço de alavanca das lajes maciças (Gráfico 6.2, no Gráfico 6.3 e no 
Gráfico 6.4). 
 
Gráfico 6.1 – Comparação entre sistemas estruturais 
37 
 
Essa diferença fica bem ilustrada ao serem analisados os resultados 
individuais apresentados na Tabela 6.1. 
Tabela 6.1 – Diferenças percentuais entre as alternativas 
ALTERNATIVA 1 (1)
ALTERNATIVA 2 -0,088%
ALTERNATIVA 3 17,959% 
 
Algumas empresas, com maior grau de especialização e acuidade no seus 
orçamentos estruturais, diferenciam o custo unitário dos serviços em função do tipo de 
sistema estrutural (ANEXO A), pois conseguem captar que a execução de forma para 
um sistema com muitas vigas, por exemplo, é mais oneroso do que um sistema sem 
vigas, que tem menos recortes, é mais rápido e tem um maior aproveitamento. A partir 
do mesmo raciocínio diferenciam também o custo unitário do concreto. 
 
Gráfico 6.2 – Consumo de fôrma por metro quadrado de estrutura (m²/m²) 
 
 Gráfico 6.3 – Consumo de concreto por metro quadrado de estrutura (m³/m²) 
 
38 
 
 
Gráfico 6.4 – Consumo de aço CA por metro quadrado de estrutura (kg/m²) 
Os percentuais dos insumos com relação ao custo total de cada alternativa 
estão mostrados abaixo. É possível perceber que nas alternativas 1 e 2 os custos do 
concreto são bastante semelhantes, já na alternativa 3 este custo é bastante alto 
representado 37% do custo total da alternativa. 
Os percentuais de fôrma são bastante semelhantes nas três alternativas. A 
alternativa que mais consome aço é a alternativa 2, isso se justifica devido ao fato de 
que as vigas, por serem faixas, têm uma geometria desfavorável do ponto de vista do 
braço de alavanca, que demanda uma maior área de aço. 
 
Gráfico 6.5 – Porcentagem dos insumos no custo total da alternativa 1 
39 
 
 
Gráfico 6.6 – Porcentagem dos insumos no custo total da alternativa 2 
 
Gráfico 6.7 – Porcentagem dos insumos no custo total da alternativa 3 
 
Com a inclusão dos custos indiretos às alternativas, pode-se observar que as 
diferenças entre os sistemas 1 e 2 ficaram mais visíveis e evidenciou ainda mais o alto 
custo da alternativa 3. 
 
40 
 
A alternativa que mais modificou seu custo foi a alternativa 1 pois a este 
sistema foi necessário somar todos os insumos indiretos, isto é, esta alternativa acarreta 
mais custos indiretos do que as demais. Já a alternativa 2 aumentou em apenas 10% e 
ainda continua sendo a alternativa mais economicamente viável. A alternativa 3 
aumentou em apenas 9%, mas ainda continua sendo a alternativa mais cara. 
Tabela 6.2- Diferenças entre custos diretos e indiretos 
ALTERNATIVA 1 ALTERNATIVA 2 ALTERNATIVA 3
CUSTOS DIRETOS 190,35R$ 190,18R$ 224,53R$ 
CUSTOS INDIRETOS 229,87R$ 209,38R$ 244,85R$ 
DIFERENÇA 20,76% 10,10% 9,05% 
 
 
41 
 
7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS 
Com base no exposto no capítulo 6, pode-se concluir que ao se avaliarem os 
custos de uma alternativa estrutural, não se deve levar em consideração somente os 
consumos de materiais e mão de obra, e, sim todos os impactos no processo construtivo 
gerados por cada sistema. 
Pode-se dizer, portanto, que os objetivos foram alcançados, pois se chegou 
ao custo global de cada sistema estrutural considerando os custos diretos e indiretos, e, 
ao se calcular as diferenças percentuais, pode-se chegar aos parâmetros para escolha dos 
diversos sistemas. 
Os percentuais de diferenças das diversas alternativas entre os custos diretos 
e indiretos são um bom indicativo, ressalta-se porém que os resultados aqui 
apresentados não são válidos para todos os casos, mas sim são indicativos que a 
comparação econômica entre os sistemas deve ser feita de forma criteriosa e global. 
Além de que os aumentos localizados, em algum dos insumos, podem reverter 
resultados previamente encontrados. Cita-se como exemplo o caso do aço CA50, que 
apresentou um grande aumento de preço nos últimos anos, e, o aço protendido que 
aumentou muito pouco, tornando assim as alternativas protendidas bastante 
competitivas. 
Para que estes indicativos se tornem parâmetros mais reais e temporais as 
planilhas de custos, das empresas, devem ser atualizadas, a cada variação de preço dos 
serviços e materiais utilizados neste trabalho, tanto nos custos diretos e indiretos. 
Para trabalhos futuros, sugere-se que, sejam feitos os comparativos com 
mais alternativas estruturais como laje lisa, sem a presença de vigas, com ou sem 
protensão. 
 
 
42 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALBUQUERQUE, A. T. (1999). Análise de alternativas estruturais para Edifícios em 
concreto armado. São Carlos. Dissertação (Mestrado) - USP. 
 
HELENE, P. R. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto. 
2. ED. São Paulo, 1992. Cap. 1, p. 18-26. 
 
LARANJEIRAS, A.C.R. (1995). Execução de projetos de estruturas de concreto 
armado, de edifícios. Norma interna da Construtora Suarez. 
 
LIMA, J. M. & PACHA, J. R. S. Patologias das estruturas de concreto armado com 
ênfase a execução. Patologia Estrutura, Belém, out. 2000. Disponível em: 
<http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/introducao.htm>. Acesso em: 25 mai. 
2011. 
 
PINHEIRO, L. M. & BRANDÃO, A. M. S. Concepção estrutural e lajes maciças. 
1998. 
 
PRELORENTZOU, P. A. & GIORGI, R. C. Critérios e parâmetros de projetos 
estruturais de edificações (1994). Norma da Construtora Encol. 
 
PRELORENTZOU, P. A. & GIORGI, R. C. Diretrizes para projetos em lajes planas 
nervuradas (1994). Norma da Construtora Encol. 
 
KOSKELA, L. Application of the new production philosophy to construction. 
Technical Report. Finlândia.CIFE, 1992. 
 
 
 
 
 
43 
 
ANEXO A 
 
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 28,30R$ /m² 361,75R$ /m³ 4,10R$ /Kg
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS + 
LAJE NERVURADA
25,00R$ /m² 361,75R$ /m³ 4,10R$ /Kg 10,27R$ /Kg
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 25,00R$ /m² 361,75R$ /m³ 4,10R$ /Kg
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 28,00R$ /m² 361,00R$ /m³ 4,10R$ /Kg
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS + 
LAJE NERVURADA
26,80R$ /m² 355,72R$ /m³ 4,10R$ /Kg 10,27R$ /Kg
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 30,04R$ /m² 370,00R$ /m³ 4,10R$ /Kg
1. VIGAS + LAJES NERVURADAS 23,17R$ /m² 346,00R$ /m³ 4,36R$ /Kg
2.
VIGAS FAIXAS PROTENDIDAS + 
LAJE NERVURADA
23,17R$ /m² 346,00R$ /m³ 4,36R$ /Kg 11,60R$ /Kg
3. VIGA ALTAS + LAJE MACIÇA 23,17R$ /m² 346,00R$ /m³ 4,36R$ /Kg
OPÇÕES
VALORES UNITÁRIOS EMPRESA B
VALORES UNITÁRIOS EMPRESA C
FÔRMA CONCRETO AÇO CA AÇO CP
VALORES UNITÁRIOS EMPRESA A

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