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ISSN 2358-5148
www.vetsciencemagazine.com
Número 10, 2016
uma revista do Grupo TECSA
MEDICINA LABORATORIAL 
DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS
Referência mundial em diagnóstico veterinário.
Excelência em Medicina Laboratorial de Silvestres.
EDITORIAL
2016: Ano das Conquistas!
O ano começou com diversos desafios, temos com isto, mais que nunca, de nos unir para buscarmos juntos soluções que gerem 
valor agregado nos serviços e garantir uma vitoria sobre a crise.Muitos centros veterinários têm uma infraestrutura de diagnóstico 
clínico comparável ao de grandes hospitais humanos e este é o resultado de um muito investimento em recursos, instalações e 
treinamento de pessoal. Porém muitas vezes deixamos de lado a questão comercial, pois é a parte da profissão que menos gostamos, 
no entanto,é a que vai permitir que o nosso centro subsista, cresça e prospere como empresa, porque gostemos ou não, nossas 
clínicas são empresas (pequenas, médias ou grandes) e, como tal, devem contribuir, pagar impostos e ter lucro. Em muitos centros 
que visitamos descobrimos que a maioria dos funcionários trabalha muito o ano todo, no entanto, não há um sistema de avaliação 
que permita diferenciar quais funcionários dão maiores benefícios nas vendas e, é claro, não há estímulo salarial ou moral. Isso 
produz um resultado desfavorável. Então é bom pensar que: Infra-estrutura adequada + Excelentes clínicos veterinários + Falta 
de formação Comercial e Sem incentivos motivacionais e controles = Perdas para a Clínica. 
Geralmente, os veterinários clínicos e seus centros se saem relativamente bem, enquanto a pressão da concorrência não aumenta e 
o prestígio ou fama adquirida os leve a vender produtos ou serviços. Mas os tempos mudaram muito e o meio ambiente também. 
Neste clima econômico atual a renda média per capita diminuiu, a vida tornou-se mais cara e o número de centros veterinários 
têm aumentado exponencialmente. Temos de agir e ser parte da solução em nossa clínica e aprender a vender melhor. Não se 
trata de vender produtos e serviços de forma indiscriminada, porque temos uma responsabilidade social e ética a cumprir; se trata 
de transmitir aos proprietários as necessidades de seu animal de estimação e quais são os meios para resolvê-las. Como indicado 
acima, se solucionássemos essas duas variáveis (falta de treinamento profissional e a criação de um sistema de controle, incentivos e 
pagamentos adequados) muitos desses problemas seriam resolvidos ou, pelo menos, os efeitos colaterais causados em nossa gestão 
diminuiriam consideravelmente. Nós não vendemos produtos ou serviços e sim vendemos soluções abrangentes. “Os clientes 
precisam de soluções e não jargão médico ou tecnologia. Treine sua equipe para ir além, pensar sempre em propor medidas 
preventivas de saúde para os pacientes, sair da posição de apenas curar doenças e adotar uma postura de prevenção e cuidados pré-
saúde. Isto com certeza encantará seus clientes! Mas seja sempre um especialista e nunca um vendedor - Os clientes sempre vão 
chegar a um centro veterinário porque eles são especialistas, veterinários (e pessoal de apoio) não comerciantes, são especialistas 
que aconselham um proprietário para resolver um problema e que é por isso que propomos as melhores soluções disponíveis. Faça 
sua equipe conhecer, por exemplo, quais os exames complementares estão disponíveis para o diagnóstico de cada patologia e assim 
otimizar o atendimento – a solução do problema e também aumentar o rendimento da Clínica.
Na crise basta trabalhar com seriedade, profissionalismo sem perder o foco na qualidade dos serviços, agindo assim as Vitorias 
sobre todos os desafios será garantida. Nossa equipe de médicos veterinários está aqui para auxiliá-lo sempre!
Afonso PerezLuiz Ristow
Ao longo destes 21 anos no mercado, sempre tivemos uma 
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UMA ESPECIALIDADE TECSA
ÍNDICE
Editores/Publishers: 
Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . ristow@tecsa.com.br
Dr. Afonso Alvarez Perez Jr. . afonsoperez@tecsa.com.br
Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br
Diagramação: Sê Comunicação . se@secomunicacao.com.br
Contatos e Publicidade: 
comunicacao@tecsa.com.br
Av. do Contorno , nº 6226 , B. Funcionários, Belo Horizonte - MG – CEP 30.110-042
PABX-(31) 3281-0500
Tiragem: 5000 revistas . Publicação Bimestral
Na Internet: 
www.vetsciencemagazine.com
CIRCULAÇÃO DIRIGIDA
A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA dirigida somente 
aos médicos veterinários, como parte do Projeto JORNADA DO CONHECIMENTO, 
criado pelo mesmo. Este projeto visa a universalização do conhecimento em Medicina 
Laboratorial Veterinária. A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa 
clínica e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, artigos 
de opinião, comunicações, imagens e cartas ao editor.
Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem a prévia 
autorização do TECSA.
Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da 
revista VetScience magazine.
Grupo TECSA – 21 anos de precisão, tecnologia e agilidade.
EXPEDIENTE
ISSN: 2358-1018
ÍNDICE
23. ESPOROTRICOSE FELINA
25. COMPLEXO GRANULOMA 
EOSINOFÍLICO EM FELINOS 
DOMÉSTICOS
27. ANEMIA INFECCIOSA FELINA
23. MED. LAB. DE FELINOS
22. FUNÇÃO TIROIDIANA: 
PROVA DE ESTIMULAÇÃO COM TSH
22. ENDOCRINOLOGIA
29.VANTAGENS DO PCR REAL 
TIME PARA O DIAGNÓSTICO 
E MONITORAMENTO DE 
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
29. BIOLOGIA MOLECULAR
32. SÍNDROME PARANEOPLÁSICA
34. INSTRUÇÔES TÉCNICAS PARA 
EXAME CITOLÓGICO POR PUNÇÃO 
ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF)
32. ANATOMIA PATOLÓGICA
36. INTERPRETANDO O RDW (RED 
CELL DISTRIBUTIONWIDTH) EM 
MEDICINA VETERINÁRIA
38. ALGORITMO PARA AVALIAÇÃO DE 
HIPERGLICEMIA E GLICOSÚRIA
36. PATOLOGIA CLÍNICA
39. COMO O VERÃO E AS CHUVAS 
AUMENTAM OS CASOS DE CÃES 
E GATOS COM DIARREIA
40. LEPTOSPIROSE CANINA
39. MICROBIOLOGIA
06. BLASTOCITOSE EM AVES SILVESTRES
08. MYCOPLASMA GALLISEPTICUM NA CRIAÇÃO DE AVES ORNAMENTAIS
10. BRONQUITE INFECCIOSA AVIÁRIA
11. SARNA KNEMIDOCÓPTICA EM PSITACÍDEOS
13. CONTROLE DE ROEDORES EM CLÍNICAS PET
16. AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO DE DERMATITE ATÓPICA DE FELÍDEOS
18. CRIPTOCOCOSE EM FELÍDEOS
19. ANIMAIS SILVESTRES E A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO LABORATORIAL
06. MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
Colaboraram neste número:
Membros da Equipe de Médicos Veterinários 
do TECSA Laboratórios:
Dr. Bruno Péricles Gomes de Oliveira
Dr. Flávio Herberg de Alonso
Dr. Frederico Miranda Pereira
Dr. Guilherme Stancioli
Dra. Isabela de Oliveira Avelar
Dr. João Paulo Fernandes Ferreira
Dr. João Paulo Franco
Dra. Luciana Fachini da Costa
Dr. Luiz Eduardo Ristow
Dr. Matheus Moreira
BLASTOCITOSE EM AVES SILVESTRES
Introdução 
As doenças parasitárias estão se 
tornando cada vez mais comuns 
em aves silvestres, podendo levar a 
diferentes quadros que variam entre 
infecções subclínicas e óbito. Essas 
alterações acometem tanto animais de 
vida livre quanto de cativeiro, sendo 
os últimos mais afetados devido a 
condições inadequadas de higiene, 
estresse, alta densidade populacional 
e espaços restritos.O Blastocystis sp. 
é um protozoário muito comum do 
trato gastrointestinal capaz de infectar 
várias espécies, como aves, suínos, cães, 
gatos, répteis, roedores e humanos. 
Possui notável potencial zoonótico e 
alta prevalência em amostras fecais 
humanas, podendo ser encontrado em 
30 a 60% da população de países em 
desenvolvimento.
Morfologia
Em esfregaços fecais é possível 
encontrar seis formas biológicas 
de Blastocystis sp.: cística, granular, 
amebóide, avacuolar, multivacuolar e 
a vacuolar que, por sua vez, é a mais 
comumente encontrada. A figura 1 
ilustra algumas formas de apresentação 
do parasita.
Figura 1: Formas biológicas de Blastocystis sp. 
Fonte: Adaptado de www.wikipedia.com, acesso 
em 2015.
Transmissão
O mecanismo de transmissão do 
Blastocystis sp. ainda não é totalmente 
esclarecido, entretanto acredita-se 
que a principal via é a fecal-oral, a 
qual pode ocorrer através do contato 
entre animais da mesma espécie ou de 
espécies diferentes. Dessa forma, o ciclo 
biológico do Blastocystis sp. se inicia a 
partir da ingestão de água ou alimentos 
contaminados por fezes contendo a 
forma cística. Após a contaminação, o 
parasita chega ao intestino na forma de 
cisto e irá evoluir para a forma vacuolar, 
capaz de se reproduzir. Algumas formas 
vacuolares se encistam e são eliminadas 
nas fezes dos hospedeiros, o que 
possibilita a infecção fecal-oral de outro 
animal ou ser humano susceptível.
Reprodução
A reprodução do Blastocystis sp. 
pode ocorrer através de divisão binária, 
brotamento, endodiogenia, plasmatomia 
e esquizogonia. A divisão binária 
(figura 2) é a forma mais utilizada pelo 
microrganismo, se caracterizando pela 
divisão do citoplasma da célula mãe, 
gerando duas células filhas de igual 
forma e tamanho.
Figura 2: Reprodução por divisão binária. 
Fonte: CRUZ, 2008.
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
6
A reprodução pela endodiogenia se 
assemelha à fissão binária, porém ocorre 
no interior da célula, onde o vacúolo 
central da célula mãe se divide dando 
origem a duas células novas. Por sua vez, 
no brotamento a célula mãe aumenta 
em um dos lados, gerando uma, duas ou 
até três novas células, que sempre são de 
tamanhos menores. A forma reprodutiva 
plasmatomia é considerada a mais rara, 
e se caracteriza pelo prolongamento da 
membrana do citoplasma e da superfície 
da célula, dando origem à uma nova 
célula. Já a esquizogonia costuma ocorrer 
em células maiores, de forma vacuolar, 
aonde são observadas várias células 
menores com estruturas semelhantes à 
núcleos e inclusões citoplasmáticas.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos mais comumente 
encontrados em animais infectados são a 
letargia, falta de apetite, fadiga e diarreia 
com fezes pastosas, podendo conter 
muco e aspecto sanguinolento. Em aves 
de cativeiro a parasitose pode interferir 
no comportamento e desenvolvimento 
reprodutivo e, quando associada ao 
estresse e nutrição inadequada, pode 
desencadear infecções secundárias, 
agravando o quadro clínico.
Diagnóstico
O diagnóstico consiste na pesquisa 
direta do cisto de Blastocystis sp. em fezes 
coletadas de animais suspeitos, por meio 
de exame citológico. O material deve ser 
identificado, resfriado e encaminhado 
para o laboratório o mais rápido possível.
Conclusão
A blastocitose é uma doença de 
ampla transmissão entres as espécies 
e apresenta alto potencial zoonótico. 
Seu diagnóstico laboratorial através 
da identificação microscópica do 
Blastocystis sp. é fundamental para o 
estabelecimento de medidas de controle 
do parasita e assim contribuir para a 
preservação da saúde animal e humana. 
O TECSA Laboratórios conta com 
toda a infraestrutura e profissionais 
capacitados para a realização dos exames 
necessários para o diagnóstico desta 
enfermidade com rapidez, precisão e 
segurança. Se é TECSA, pode confiar. 
Referências Bibliográficas
CRUZ C. W. Ocorrência e caracterização morfológica de 
Blastocystis sp. em três espécies de aves comercializadas em 
mercados municipais do Rio de Janeiro. 2008. UFRRJ. Instituto 
de Veterinária, Curso de Pós-Graduação. 
MUNDIM, M.J.S.; MUNDIM, A.V.; SANTOS, A.L.Q.; et 
al. Helmintos e protozoários em fezes de javalis (Sus scrofascrofa) 
criados em cativeiro. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária 
Zootecnia, v.56, n.6, p.792-795, 2004. 
GONÇALVES, G. A. M.; MARTINS, T. F.; LIMA, E. T. 
Prevalência de endoparasitas em amostras fecais de aves silvestres 
e exóticas examinadas no laboratório de ornitopatologia e no 
laboratório de enfermidades Parasitárias da FMVZ-UNESP/
Botucatu, SP. Ciência Animal Brasileira, v. 10, n. 1, p. 349-354, 
2009.
SANTOS, M. C.; CINTRA, R. A.; NSACIMENTO, G. 
A. N.; et al. Occurrenceofblastocystis spp. in Uberaba, Minas 
Gerais, Brazil. Revista Do Instituto De Medicina Tropical de 
São Paulo.v.57, n.3, 2015.
MELO, L. F.; Doenças de aves silvestres e domésticas 
diagnosticadas na Paraíba. 2013. Universidade Federal de 
Campina Grande. Centro de saúde e tecnologia rural. Curso de 
medicina veterinária. Campus Patos/PB.
NEVES, R. Protozoários. 2015. Disponível em: http://
educacao.globo.com/biologia/assunto/microbiologia/
protozoarios.html. Acesso em: 08 Nov. 2015.
WIKIPEDIA. Blastocystosis. 2015. Disponível em: https://
en.wikipedia.org/wiki/Blastocystosis. Acesso em: 08 Nov. 2015. 
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
3
1
5
87 - CITOLOGIA PET
812 - PERFIL CHECK UP SILVESTRES
446 - PACOTE DIAGNOSTICO 
POS-MORTEM - AVES SILVESTRES
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
7
MYCOPLASMA GALLISEPTICUM NA 
CRIAÇÃO DE AVES ORNAMENTAIS
Introdução 
Micoplasmose é a infecção causada 
por uma bactéria do gênero Mycoplasma, 
pertencente ao filo Tenericutes. Essa 
bactéria é responsável por causar 
doenças respiratórias crônicas, gerando 
grandes prejuízos a criatórios de aves 
ornamentais. Existem diversas espécies 
descritas em aves, sendo o Mycoplasma 
synoviae (MS), Mycoplasma gallisepicum 
(MG) e o Mycoplasma meleagridis os 
mais preocupantes para os criatórios 
comerciais, fazendo parte do Programa 
Nacional de Sanitária Avícola (PNSA). 
Em poedeiras comerciais, o MG 
é responsável por causar prejuízos 
consideráveis na produção, sendo 
relatado no Brasil e em outros países. 
Essa infecção pode ser transmitida 
via horizontal e vertical, por isso as 
empresas são obrigadas a manter os 
plantéis sob vigilância e fornecer apenas 
animais livres de MG e MS.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos mais importantes 
gerados pelo MG em aves comerciais 
são: diminuição da produção de 
ovos, comprometimento da casca 
dos ovos, doença respiratória crônica 
(apresentando estertores respiratórios), 
tosse, espirros, descarga ocular, retardo no 
crescimento e aumento da mortalidade 
no lote. O MG é caracterizado por ser 
o agente primário, responsável por abrir 
portas para os demais agentes, como a 
Escherichia coli, responsável por causar 
infecções secundárias graves (figura 1). 
A intensidade dos casos clínicos pode 
ser variável dependendo da condição 
ambiental, qualidade do manejo, 
presença de idades múltiplas, variação 
no calendário vacinal, dentre outros 
fatores.
Figura 1: Ave infectada por MG e com infecção 
secundária por E. Coli.
Fonte: http://www.vetbiblios.pt/AVICULTURA.
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
8
Diagnóstico
Nos criatórios, o PNSA (aplicável 
à avicultura industrial) define que 
as monitorias de MG, MS e MM 
sejam feitas visando a erradicação 
do Mycoplasma no plantel, porém, 
em criatórios comerciais não existe a 
necessiade de se fazer a monitoria oficial. 
A metodologia oficial recomendada é a 
soroaglutinação rápida em placas (SAR), 
também é usado a hemagluinação (HI), 
ELISA e PCR. O exame de SAR é um 
método muito sensível porém pouco 
específico, desta forma, as aves reagentes 
na SAR devem ser retestadas pelo exame 
de inibição da hemoaglutinação (IH) 
ou pelo ELISA. Atualmente, técnicas 
de biologia molecular (como a PCR 
quantitativa) estão cada vez mais sendo 
usadas comométodos diagnósticos, por 
apresentarem inúmeras vantagens frente 
à testes sorológicos.
Vacinação
A vacinação das aves pode gerar 
resultados falsos positivos nos exames 
sorológicos durante as monitorias . 
Entretanto, em criatórios comerciais, 
pode se utilizadar vacinas por não 
existir a necessidade do controle 
oficial de Mycoplasma. As vacinas 
vivas são recomendadas objetivando 
reduzir as perdas produtivas e previnir 
a transmissão da infecção. Quando se 
usa vacinas vivas contra Mycoplasma 
Gallisepticum, o resultado esperado 
é uma resposta imune fraca, porém, 
resultados de sorologia com títulos 
muito elevados são indicativos de 
desafio com virus de campo, tendo que 
se associar sinais clínicos para fechar o 
diagnóstico. 
Conclusão
Levando em consideração os 
danos que a micoplasmose pode gerar 
em plantéis, a monitoria periódica, 
biosseguridade e os programas 
de vacinação são de fundamental 
importância para o adequado 
diagnóstico e controle do Mycoplasma, 
minimizando assim os prejuízos e 
mantendo o sistema de produção de 
aves ornamentais viável.
Referências Bibliográficas
A.L.S.P. CARDOSO, E.N.C. TESSARI, A.G.M. 
DE CASTRO, A.M.I. KANASHIRO, G.F.Z. STOPPA. 
Monitoria sorológica da micoplasmose em plantéis de aves 
reprodutoras no brasil através do teste de soroaglutinação rápida. 
Instituto Biológico, Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica 
do Agronegócio Avícola. Arquivo Instituto Biolóico, São Paulo, 
v.73, n.1, p.23-26, jan./mar.2006
BRASIL. Instrução Normativa DAS/n.44 de 23 de agosto 
de 2001. Aprovada sobre as normas técnicas para o controle 
e a certificação de núcleos e estabelecimento avícola para 
micoplasmose aviária, em conformidade com anexos a essa 
Isstrução Normativa. 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 
Distrito Federal. 23/08/2001. 
MACHADO, L. S.; NASCIMENTO, E. R.; PEREIRA, 
V. L. A.; ALMEIDA, D. O.; SILVA R. C.F. SILVA; LÍDIA 
M.M. SANTOS. Mycoplasma gallisepticum como fator de 
risco no peso de lotes de frangos de corte com condenação por 
aerossaculite na Inspeção Sanitária Federal. Departamento de 
Saúde Coletiva Veterinária e Saúde Pública. Mar./2012.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
15
15
4
2
4
10
10
3
2
15
RAT12 - ISOLAMENTO DE 
MYCOPLASMA SP 
A24 - ISOLAMENTO MYCOPLASMA 
GALLISEPTICUM E MYCOPLASMA SYNOVIAE
A38/MG - MYCOPLASMA 
GALLISEPTICUM - ELISA 
RAT05/MG - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM 
SORO AGLUTINAÇÃO RÁPIDA 
RAT28 - MYCOPLASMA 
GALLISEPTICUM (MG) - METODO HI
PCR311 - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM 
DETERMINAÇÃO PCR-RT ATÉ 3 AMOSTRAS 
MESMO LOTE 
PCR312 - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM 
DETERMINAÇAO PCR-RT ACIMA DE 3 ADI-
CIONAL CADA AMOSTRA DO MESMO LOTE 
A02 - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM SORO 
AGLUTINAÇÃO RÁPIDA - S.A.R - MG 
RAT06/MS - MYCOPLASMA SYNOVIAE 
SORO AGLUTINAÇÃO RÁPIDA 
A39/MS - MYCOPLASMA SYNOVIAE - ELISA 
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
9
BRONQUITE INFECCIOSA AVIÁRIA
Introdução 
A Bronquite Infecciosa Aviária é uma 
doença aguda e altamente infecciosa 
causada por um vírus da família 
Coronaviridae. Essa doença afeta aves 
de ambos os sexos e em diferentes faixas 
etárias, acometendo a parte respiratória 
e geniturinária, causando assim um 
grande impacto tanto na cadeia de carnes 
quanto de ovos. Os microrganismos da 
família Coronaviridade causam também 
enfermidades em perus (enterite), 
camundongos (hepatite viral), suínos, 
cães, potros (gastroenterites), bezerros 
(diarreia neonatal) e ratos (pneumonias). 
Transmissão
A transmissão da Bronquite Infecciosa 
Aviária ocorre principalmente pela 
via horizontal nas granjas e criatórios, 
através de aerossóis respiratórios e pelas 
fezes. O vírus tem predileção para se 
replicar no tecido epitelial do trato 
respiratório superior independente 
da cepa viral. A ave infectada tem a 
capacidade de transmitir o vírus por 
até duas semanas, e após a cura, ainda 
tem a possibilidade da mesma ave se 
infectar por uma cepa viral diferente. 
Por isso, a desinfecção e os processos 
de biosseguridade e vazio sanitário 
adequado são muito importantes no 
controle da doença.
Sinais Clínicos
A mortalidade na Bronquite 
Infecciosa Aviária ocorre quando as 
aves são afetadas nos primeiros dias 
de vida, quando a cepa do vírus possui 
tropismo pelo sistema renal ou quando 
se instala infecções secundárias. Fora 
essas situações, quando a infecção 
ocorre sem maiores complicações, 
dificilmente ocorre mortalidade, sendo 
que os sintomas desaparecem em torno 
de 15 dias. 
A sintomatologia clínica observada 
são: estertores respiratórios, tosse, 
dispnéia, insuficiência respiratória, 
diarréia, desidratação, má absorção de 
nutrientes, asfixia e morte, apresentando 
traquéia com muito muco, congesta 
e hemorrágica. Quando está presente 
alguma cepa com tropismo pelo 
sistema renal, a ave apresenta perda da 
estrutura e função renal, acumulando 
uratos, aumento de volume dos rins 
e elevação da mortalidade (figura 1). 
Aves reprodutoras e poedeiras podem 
apresentar deformidade na casca dos 
ovos (figura 2) devido a lesões geradas 
no magno e no útero. A albumina 
irá se apresentar aquosa e com baixa 
viscosidade, e dependendo da infecção 
e do estado da ave, a lesão reprodutiva 
pode se tornar permanente.
Figura 1: Lesão renal.
Fonte:http://nelsonferreiralucio.blogspot.com.
br/2011/10/bronquite-infecciosa-das-galinhas.
html.
Figura 2: Ovos com alteração na casta.
Fonte: http://mimvet.blogspot.com.br/2015.
Diagnóstico
O diagnóstico da Bronquite 
Infecciosa Aviária se baseia em suspeita 
clínica do lote, da região, achados de 
necropsia, programa vacinal e exames 
laboratoriais. As doenças que devem ser 
consideradas no diagnóstico diferencial 
são Mycoplasma gallisepticum, M. 
synoviae, pneumovirose, laringotraqueite 
infecciosa, doença de Newcastle, coriza 
infecciosa e infecções por Escherichia coli. 
Os exames mais usados para detecção 
da Bronquite Infecciosa Aviária são 
ELISA, inibição da hemoaglutinação 
(HI) e PCR-RT. 
Conclusão
Para o controle da infecção por 
Bronquite Infecciosa Aviária, a granja 
precisa estar alinhada as normas 
de biossegurança, realizar vistorias 
periódicas dos planteis pelos médicos 
veterinários e adequação do programa 
vacinal. Pela sua capacidade de 
mutações constantes e a existência de 
diversos sorotipos existentes, a doença 
não é facilmente controlada, desta 
forma, o médico veterinário de campo e 
o laboratório tem que andar juntos para 
a detecção e controle desta patologia, 
que representa um grande desafio para 
a avicultura mundial.
Referências Bibliográficas
Fábio, J. D.; Rossini L. I. Bronquite Infecciosa das Galinhas. 
14º Curso de Sanidade Avícola Fort Dodge, Campinas – SP.
Anais, 23º Congresso Brasileiro de Avicultura. Bronquite 
Infecciosa das Galinhas Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, 
SC. p 22-28. 
L.J. Pena, B.M. dos Santos, R.P. Roberti, S.Y. Marin. 
Bronquite Infecciosa das Galinhas. Arquivos de Instituto 
Biológico São Paulo, v.72, n.3, p.397-404, jul./set., 2005
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
10
10
10
10
10
10
4
PCR231 - BRONQUITE (IBV) 
DETECÇÃO PCR-RT 
ATÉ 3 AMOSTRAS DE UM MESMO LOTE 
PCR232 - BRONQUITE (IBV) 
DETECÇÃO PCR-RT
ACIMA DE 3 EXAMES - ADICIONAL P/ 
CADA AMOSTRA DE UM MESMO LOTE 
PCR23 - BRONQUITE (IBV) 
DETECÇAO PCR-RT ISOLADO EM OVO 
EMBRIONADO/VACINA 
PCR241 - BRONQUITE (IBV) 
TIPAGEM PCR-RT 
ATÉ 10 AMOSTRAS DE UM MESMO LOTE 
PCR242 - BRONQUITE (IBV
TIPAGEM PCR-RT ACIMA DE 10, ADICIONAL 
P/ CADA AMOSTRA DO MESMO LOTE
PCR24 - BRONQUITE (IBV) 
TIPAGEM PCR-RT ISOLADO 
EM OVO EMBRIONADO/VACINA 
A34 - BRONQUITE ELISA (IBV ) 
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
10
SARNA KNEMIDOCÓPTICA EM PSITACÍDEOS
Introdução 
Os ácaros do gênero Knemidokoptes 
- também conhecidos como “sarnas 
dos pés” – são importantes parasitas de 
pele de aves, e podem causar doenças 
como dermatites e a hiperqueratose nos 
bicose membros inferiores. Dentre as 
várias espécies causadoras de doenças, 
a mais comum é o Knemidokoptes pilae. 
Os agentes completam todo seu ciclo 
biológico em um único hospedeiro, 
onde penetram na epiderme e com isso 
estimulam uma grande produção de 
camada córnea (BAUMGARTNER, 
1998). 
Figura 1: Arara-vermelha - Família: Psittacidae. 
Fonte: http://criarpsitacideos.blogspot.com.
br/2014/08/compre-psitacideos-legalizados.html.
Sinais Clínicos
De forma geral, os sinais clínicos se 
manifestam de forma tardia, sendo 
as áreas desprovidas de penas (bico, 
carúncula, narinas, regiões perioculares) 
comumente afetadas. Em psitacídeos, 
os quadros costumam ser mais severas, 
ocorrendo lesões esfoliativas, hiperplasia 
de pele e crescimento anormal do bico, o 
que leva a uma dificuldade de apreensão 
dos alimentos e consequentemente a 
problemas nutricionais. Por sua vez, nos 
passeriformes os membros posteriores 
(pernas e patas) são acometidos, levando 
a formação de crostas, escamas friáveis e 
crescimento de unhas. Todos esses casos 
se caracterizam como uma porta de 
entrada para infecções secundárias, que 
podem levar a edemas maciços e necrose 
dos dedos e patas (ZOOVET, 2013). 
As manifestações clínicas raramente 
são observadas em aves de vida 
livre, uma vez que o aparecimento 
da sintomatologia está diretamente 
ligado ao estresse, que leva a uma 
diminuição da resistência imunológica 
(normalmente causada por condições 
de cativeiro e manejo inadequados). 
Segundo GREINER (1994), as aves 
mais comumente acometidas pelos 
ácaros são os periquitos australianos 
(Melopsittacus undulatus), seguido 
de outras espécies de Psitaciformes e 
Passeriformes. Além disso, em alguns 
casos as dermatites causadas pela sarna 
podem ser comparadas a dermatites 
em mamíferos, porém, nos casos do 
Knemidokoptes, as aves não apresentam 
prurido.
Figura 2: Periquitos ondulados. 
Fonte: http://www.infoexoticos.com/inicio/wp-
content/uploads/sarnosos-3.jpg.
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
11
Transmissão
A transmissão destes ácaros 
geralmente ocorre pelo contato direto 
entre uma ave infectada e outra 
saudável. A transmissão por contato 
indireto também pode ocorrer (contato 
com poleiro, ração, etc), entretanto, estas 
são bem menos comuns.
Figura 3: Ácaros do gênero Knemidokoptes. Fonte: 
http://www.webpticeprom.ru/ru/
handbooks-veterinardiseases.
Diagnóstico
Para um diagnóstico preciso, é 
fundamental associar a sintomatologia 
apresentada pelas aves à exames 
laboratoriais de rotina. O raspado de 
pele tem se demonstrado como uma 
excelente opção na triagem do ácaro, 
uma vez que possibilita sua visualização 
direta e identificação de forma simples 
e rápida. Em casos onde são necessárias 
informações adicionais, o veterinário 
pode também coletar tecidos de 
necropsia ou amostras de biópsias e 
encaminhar para a realização de exames 
histopatológicos. 
O TECSA Laboratórios oferece 
toda a infraestrutura para a realização 
de exames para o diagnóstico correto 
da sarna Knemidocóptica, descritos na 
tabela a seguir.
Referências Bibliográficas
BAUMGARTNER, R.; ISENBÜGEL, E. 
Parasitenwellensittche.In: GABRISCH K.; ZWART, P. 
Krankheiten der heimtiere.Hannover: SchliiterscheVerlag, 
1998. 1000p. Cap.15, p.429-486.
BOWMAN, D.D.  Artrópodes.  In:  parasitologiaGeorgis 
‘paraosveterinários.  6th ed.  Filadélfia, Pa: WB Saunders Co, 
1995; 66-67. 
GREINER, E.C.; RITCHIE, B.W. Parasites. In: RITCHIE, 
B.W. et al. Avian medicine: principles and application.Florida: 
Wingers, 1994. 1384p. Cap.36, p.1007-1029.
MORISHITA TY, JOHNSON G, JOHNSON G, ET 
AL.  Ácaro infestação Scaly-perna associada à necrose dígitos 
em frangos anã (Gallusdomesticus) J MedAvianSurg 2005; 19:. 
230-233.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
4
1
86 – HISTOPATOLOGICO 
COM COLORACAO DE ROTINA – HE
406 – PESQUISA DE SARNA
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
12
CONTROLE DE ROEDORES EM CLÍNICAS PET
Introdução 
Os ratos apresentam hábitos 
noturnos. É possível, embora raro, vê-
los durante o dia, quando sua população 
aumenta tanto que a concorrência 
por comida faz com que mudem seus 
hábitos para evitar a competição entre 
eles. Podem sair durante o dia também 
quando estão feridos ou quando suas 
tocas são invadidas pelas enchentes.
Vivem em sociedade, com indivíduos 
dominantes (machos e fêmeas mais 
fortes) e os dominados. Os machos 
dominantes escolhem os melhores 
locais do ambiente da colônia e 
se alimentam quando querem. Os 
dominados ocupam áreas marginais e 
se alimentam somente quando não há 
ratos dominantes por perto. Entretanto, 
se houver a presença de um alimento 
novo no território da colônia (isca 
raticida ou uma ratoeira, por exemplo), 
o dominante espera que algum rato 
dominado se aproxime e se alimente. 
Se nada lhe acontecer, o dominante o 
expulsa e ingere o alimento ou a isca. 
Mas se houver a morte logo após a 
ingestão do alimento, os ratos farão uma 
associação entre a morte do dominado e 
o consumo daquele alimento (ou isca), e 
não mais consumirão os mesmos, sendo 
um comportamento seguido pelos 
outros integrantes da colônia. Na falta 
de alimentos na colônia, pode ocorrer o 
canibalismo, sendo devorados os mais 
fracos e doentes, ou ainda os filhotes de 
uma ninhada pertencentes a um outro 
grupo.
Ratos e camundongos tem sido 
um problema em pet shops onde os 
alimentos e locais de nidificação são 
abundantes. Estes animais consomem 
e contaminam os alimentos destinados 
aos cães, gatos e outros animais, assim 
como seres humanos. 
Por que controlar roedores?
Os danos podem ocorrer de várias 
formas:
Danos às construções: 
Roedores danificam máquinas, 
equipamentos, tubulações, madeira 
e fiações elétricas, o que pode causar 
riscos de incêndio.
Consumo de alimentos: 
Uma colônia de 100 ratos irá consumir 
mais de uma tonelada de alimentos por 
ano.
Contaminação de alimentos:
Um roedor pode contaminar dez 
vezes a quantidade de alimento que 
consome com suas fezes, urina e pelos.
Biossegurança:
Roedores são portadores de 
aproximadamente 45 doenças, 
incluindo salmoneloses, pasteureloses, 
leptospiroses, triquinose, toxoplasmose 
e raiva. Camundongos e ratos podem 
transportar organismos causadores de 
doenças em seus pés, aumentando a 
disseminação de doenças.
Como controlar roedores?
Para realizar um controle da 
população de roedores em um local, 
é necessário antes de qualquer coisa 
identificar qual ou quais espécies estão 
convivendo no imóvel. Essa informação 
é de fundamental importância, pois 
será a partir dela que serão discutidas 
as estratégias de controle, baseados nos 
hábitos comportamentais da espécie em 
questão.
Ratazana (Rattus norvegicus): 
É a maior das espécies, sendo forte 
e agressiva. Habitam tocas e galerias 
no solo próximo de córregos, lixões e 
interior de edificações. É hábil nadador 
e escavador. Seu raio de ação é de 
cerca de 50 metros em volta das tocas, 
onde deixam trilhas com manchas de 
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
13
gordura, fezes e pêlos. São onívoros, 
mas preferem grãos, carnes e frutas. 
Apresentam desconfiança à mudança 
no ambiente, preferindo locais pouco 
movimentados.
Figura 1: Ratazana (Rattus novergicus). 
Fonte: www.desipest.com.pt
Rato do Telhado (Rattus rattus): 
Habita forros, sótãos, beirais, podendo 
ainda viver em árvores. É comum no 
interior de domicílios. É hábil escalador 
e raramente escava tocas. Seu raio 
de ação é em torno de 60 metros. Por 
onde costuma passar, deixa manchas 
de gordura, pêlos e fezes. Prefere como 
alimentação legumes, frutas e grãos 
e, como a ratazana, apresenta grande 
desconfiança a mudanças no ambiente.
Figura 2: Rato de telhado (Rattus rattus). 
Fonte: www.desipest.com.pt
Camundongo (Mus musculus): 
Dentre as 3 espécies, é a menor. 
Geralmente é um animal com alto 
metabolismo, sendo agitado e constrói 
seus ninhos no interior das residências, 
como móveis, gabinetes, gavetas, 
armários, caixas sem uso constante, etc.É 
hábil escalador, podendo cavar tocas, seu 
raio de ação é em torno de 3 a 5 metros. 
É onívoro, preferindo grãos e sementes. 
Diferente das outras duas espécies, o 
camundongo é extremamente curioso, 
possuindo hábitos exploratórios.
Figura 3: Camundongo (Mus musculus) 
Fonte: www.desipest.com.pt
Existem alguns sinais que denunciam 
a presença de roedores em um imóvel:
a) Sons: É possível escutar à noite 
barulhos de corridas rápidas, ou de 
roeduras, nos forros de gesso ou madeira 
ou também em locais mais tranquilos do 
imóvel. 
b) Fezes: As fezes dos camundongos 
têm aproximadamente 0,5 cm de 
comprimento e são afiladas nas pontas. 
As fezes de ratos de telhado têm o mesmo 
aspecto, porém com o comprimento 
maior (aproximadamente 1 cm). No 
caso das ratazanas, as fezes têm o 
comprimento de aproximadamente 1,5 
cm e não tem as pontas afiladas. 
c) Urina: Quando exposta à luz 
ultravioleta, a urina dos ratos emite 
fluorescência, mesmo depois de seca. 
d) Trilhas: As trilhas usadas como 
comunicação das tocas ao alimento, 
quando feitas em um jardim, são 
facilmente reconhecidas, pois a 
vegetação se torna rala ou inexistente 
nesses locais. 
e) Marcas de gordura: Quando 
os ratos caminham por um local, 
geralmente o fazem roçando seus corpos 
nas paredes enquanto se deslocam. 
Utilizando-se do mesmo caminho, as 
paredes ficam marcadas com a gordura 
dos pelos do corpo. 
f ) Roeduras: Marcas de dentes 
embaixo das portas, em portas 
de armários, portas de gabinetes, 
denunciam a presença dos roedores. 
g) Excitação de cães a gatos: Esses 
animais têm um olfato muito apurado 
e ficam especialmente agitados quando 
percebem a invasão do seu ambiente por 
roedores.
Controle Integrado de Roedores
Inspeção: Inspeção da área a ser 
controlada com levantamento e anotação 
da situação encontrada (localização e nº 
de tocas, trilhas, acesso a alimentos, etc). 
Estas informações são fundamentais 
para orientar medidas de controle.
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
14
GRANULADO PÓ DE CONTATO BLOCO PARAFINADO
Identificação da espécie: A 
identificação da(s) espécie(s) de 
roedores a ser controlada é fundamental, 
pois as diferenças biológicas e de 
comportamento determinarão as 
estratégias de controle.
Antiratização: São medidas que 
visam dificultar ou mesmo impedir 
o acesso, instalação e proliferação de 
ratos em uma determinada área. Estas 
medidas consistem basicamente em 
eliminar as fontes de alimento, abrigo e 
água para os ratos.
Desratização: São medidas aplicadas 
para eliminação física dos roedores. 
Podem ser utilizados métodos 
mecânicos, biológicos ou químicos. 
Devido à maior segurança e eficácia, 
o método de desratização mais usado 
é o químico. Para que o processo de 
desratização seja eficiente, deve sempre 
ser acompanhado das medidas de 
antiratização.
Técnicas de aplicação da isca e 
medidas antiratização
a) Contra ratos de telhado, coloque o 
conteúdo dos saquinhos em anteparos 
fixados firmemente às estruturas de 
sustentação dos telhados, por onde os 
ratos estejam transitando. Rompa o 
invólucro para aumentar a atração e fixe 
no interior de tubos de PVC.
b) Em áreas de risco, onde outros 
animais podem ter acesso, use porta-
iscas.
c) O raticida em bloco é ideal para 
áreas úmidas. Deve ser aplicado com 
arame através de seu orifício central. 
Esse arame deve ser preso nos locais de 
passagem dos roedores.
d) Mantenha os sacos de ração em 
estrados elevados do chão e afastados 
das paredes. Sacos abertos devem ser 
bem protegidos.
e) Proteja a caixa d’água com tampa, 
desta forma elimina-se a fonte de água 
para os ratos e evita-se a contaminação 
por fezes e urina.
f ) Mantenha limpa e sem entulhos as 
áreas em volta do canil e da clínica.
g) Vede brechas e rachaduras nos 
muros e pisos, além das soleiras das 
portas. Chumbe ralos.
Referências Bibliográficas
Andera, Milos. Homepage > Mammals > Rodents. Nature 
Photo CZ. [Online] 2014. [Citado em: 03 de Setembro de 
2014.]
http://www.naturephoto-cz.com.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
7
2
2
5
15
785 - LEPTOSPIROSE
PCR REAL TIME QUALITATIVO
81- LEPTOSPIROSE CANINA 
OU EQUINA – MICROAGLUTINAÇÃO (IGM)
526- PERFIL DIAGNOSTICO 
COMPLETO DE LEPTOSPIROSE CANINA
287- ISOLAMENTO DE SALMONELLA SP
304 - PACOTE TOXICOLOGICO 
COMPLETO - 11 ITENS
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
15
AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO DE 
DERMATITE ATÓPICA DE FELÍDEOS
Introdução 
A dermatite atópica felina (DAF) 
é uma doença alérgica cutânea, 
inflamatória e pruriginosa, de 
predisposição genética e manifestações 
clínicas características associadas a 
produção de anticorpos IgE contra 
alérgenos ambientais. A DAF tem sido 
descrita na literatura desde a década 
de 1980. Existem outras formas de 
alergia cutânea que, frequentemente, 
representam diagnósticos diferenciais 
para DAF. Dentre elas, é possível 
citar a dermatite alérgica por picada 
de ectoparasitas ou por alimentos, 
dermatofitoses e a sarna otodécica. Não 
há relatos de predisposição por raça ou 
sexo, entretanto, a doença geralmente 
se manifesta em felídeos de 6 meses a 2 
anos de idade.
Patogênese
Os anticorpos IgE contribuem para 
a inflamação devido a uma série de 
mecanismos complexos. De forma geral, 
quando ocorre o comprometimento da 
função de barreira da pele, a absorção 
percutânea do alérgeno é possibilitada 
e, assim, ocorre o desencadeamento 
de uma resposta imune envolvendo 
produção de IgE. Esta reposta imune 
ocorre principalmente no linfonodo 
local. Desta forma, inicia-se a liberação 
de mediadores pré-formados e 
recentemente gerados, o que promove 
o influxo de células inflamatórias, que 
por sua vez, leva à liberção de outros 
mediadores pró-inflamatórios. Na 
fase crônica, ocorre uma resposta Th1 
concomitante com IFN-y e infecções 
secundárias podem agravar o quadro, 
levando a respostas Th1 adicionais. 
Em felídeos, alérgenos ambientais e 
alimentares desempenham um papel 
importante no desenvolvimento da 
alergia.
Sinais Clínicos
O prurido recorrente é o sinal clínico 
característico da alergia felina, podendo 
se manifestar em face, pescoço e ouvido 
externo. Outros padrões cutâneos que 
podem se apresentar são lesões do 
complexo eosinofílico felino, dermatite 
miliar e alopecia autoinduzida. Esses 
padrões podem apresentar-se de forma 
isolada ou conjunta. 
Lesões pruriginosas: Cerca de 56% 
dos felinos diagnosticados com DAF 
apresentam o padrão pruriginoso, 
podendo levar a lesões inflamatórias 
graves incluindo erosões, úlceras e 
crostas (figura 1).
Lesões do complexo eosinofílico 
felino: Nesse tipo de lesão estão 
presentes principalmente as placas 
eosinofílicas, que são acompanhadas 
de prurido intenso e comumente se 
localizam na região ventral do abdômen, 
perianal e coxas (figura 2).
Dermatite miliar: São caracterizadas 
por pequenas pápulas crostosas erosivas 
ou ulceradas que geralmente estão 
situadas ao longo do pescoço, dorso, 
abdômen ou de maneira generalizada 
(figura 3). 
Alopecia autoinduzida: Padrão 
caracterizado por surgimento de áreas 
alopécicas secundárias a comportamento 
de lambedura e prurido excessivos, sem 
evidência de processo inflamatório no 
local (figura 4).
Figura 1: 
Lesão inflamatória grave em face de felino.
Fonte:https://repositorio.utad.pt/
bitstream/10348/2998/1/msc_rmcsousa.pdf
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
16
Figura 2: Lesão eosinofílica em pele de felino.
Fonte:http:/dermatopet.com.br/pt/
images/doencas/placa-eosinofilica
Figura 3: Pápulas cutâneas em pele de felino.
Fonte: http: //dermatopet.com.br/images
Figura 4: 
Alopecia autoinduzida em flanco e dorso de felino.
Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_fQf23eliZzA/
SyqiapO
Diagnóstico
Para diagnosticar a DAF e diferenciá-
la de outras doenças, é importante a 
realização de alguns exames. Alguns 
exemplos destes teste incluem o 
tricograma, pesquisa de sarna e fungo em 
raspado de pele superficial e profundo, 
teste da lâmpada de Wood, cultura 
fúngica, bacteriana, antibiogramae 
antifungigrama, citologia, histopatologia 
de fragmentos de pele, fator antinuclear 
(FAN) e anticorpo antinuclear (ANA), 
teste sorológico alérgico e pesquisa de 
doenças concomitantes incluindo FIV, 
FeLV, PIF, diabetes, dentre outras. 
Dentre os diagnósticos diferenciais 
causadores de dermatite pruriginosa 
em felídeos, devemos considerar as 
infestações parasitárias incluindo 
a sarna otodécica e notoédrica, as 
dermatofitoses, as erupções por drogas, 
doenças autoimunes, mastocitoma 
e linfossarcoma, que pode ter 
apresentações clínicas relacionadas com 
prurido e alopecia. 
Conclusão
As dermatites que acometem felinos 
possuem diversas origens etiológicas 
distintas que devem ser criteriosamente 
pesquisadas. Quando a investigação 
não é realizada de forma adequada e os 
exames corretos não são solicitados, a 
causa primária pode não ser encontrada. 
Isto traz prejuízos tanto para o animal 
quanto para o proprietário, evidenciando 
a importância de um diagnóstico preciso.
Referências Bibliográficas
FOIL, C.S. Advances in diagnosis and treatment of allergic 
dermatoses in cats. In: II CONGRESSO INTERNACIONAL 
DE MEDICINA FELINA, 2001, Rio de Janeiro. Anais... Rio 
de Janeiro, 2001. p.3-5.
SOUSA, R.M.C. Dermatite atópica felina. 2011. Dissertação 
(Mestrado Integrado em Medicina Veterinária) – Universidade 
de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real. 
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
3
1
1
30
3
4
4
4
7
1
736 - TRICOGRAMA
602 - COLETA DE RASPADOS DE PELE 
576 - CULTURA (ANAEROBIOS + 
AEROBIOS) + ANTIBIOGRAMA
759 - CULTURA DE FUNGOS 
COM ANTIFUNGIGRAMA
87 - CITOLOGIAS PET
86 - HISTOPATOLOGIA 
COM COLORAÇÃO DE ROTINA 
272 - FAN
(FATOR ANTI - NUCLEAR VETERINARIO)
253 - ANA (ANTICORPO ANTI NUCLEAR)
686 - TESTE ALERGICO PAINEL
24 ALERGENOS
271 - FIV E FELV
LEUCEMIA E IMUNODEFICIENCIA FELINA 
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
17
CRIPTOCOCOSE EM FELÍDEOS
Introdução 
A criptococose é uma doença 
infecciosa causada pelo fungo da espécie 
Cryptococcus neoformans, diagnosticada 
em todo mundo. Acomete diferentes 
espécies animais, inclusive o homem e 
é causada por uma levedura saprófita. 
É a micose sistêmica mais comum em 
felídeos e apresenta diversas formas, 
dentre elas a respiratória, tegumentar e 
nervosa, o que faz derivar inúmeros sinais 
clínicos. As lesões mais características 
desta doença nos gatos são lesões 
granulomatosas localizadas na cavidade 
nasal. C. neoformans são encontrados 
no ambiente associados principalmente 
a excrementos de pombos, material 
vegetal em decomposição e tocos 
de árvores, fazendo interação com 
microorganismos do solo, como amebas 
e nematóides, onde pode permanecer 
viável por mais de dois anos. Entre os 
animais acometidos estão os cães, furões, 
psitacídeos e principalmente os felídeos, 
especialmente os de vida livre. Nestes, 
geralmente ocorre associação com 
doenças que causam comprometimento 
imunológico como FIV e FeLV.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da criptococose 
são divididos em quatro síndromes 
principais, que podem ocorrer isoladas 
ou associadas em um mesmo animal, são 
elas: síndrome respiratória, neurológica, 
ocular e cutânea. A síndrome respiratória 
afeta mais comumente a cavidade nasal 
dos felídeos, provocando corrimento 
muco-purulento ou sanguinolento uni 
ou bilateral, crostas ou úlceras, assim 
como espirros e dispnéia respiratória. 
Nota-se o envolvimento do sistema 
nervoso central em aproximadamente 
25% dos felídeos afetados e 
comumente resultam de disseminação 
hematógena. Podem levar a lesões no 
cérebro e medula espinhal causando 
meningoencefalomielite, convulsões, 
cegueira e alterações comportamentais.
Na síndrome ocular, as principais 
regiões afetadas são a retina e o nervo 
óptico. Podem ser diagnosticadas 
também uveíte anterior, hemorragia de 
retina, edema papilar, neurite óptica, 
fotofobia, cegueira entre outros. Já os 
sinais cutâneos são comuns e levam 
a lesões principalmente na região 
da cabeça e pescoço e consistem de 
nódulos múltiplos, firmes, indolores, de 
crescimento rápido que tendem a ulcerar 
e drenar exsudato serosanguinolento 
(Figura 1).
Figura 1: Felino apresentando lesões cutâneas 
nodulares e ulceradas. Fonte: Valdés, 2007.
Diagnóstico
Na clínica veterinária, além da 
anamnese e os achados do exame físico, 
são necessários exames complementares 
a fim de auxiliar no diagnóstico 
definitivo da afecção. A partir de 
amostras de exsudatos, aspirados de 
linfonodos, fluido de lavado bronco-
alveolar, líquor ou urina, pode ser 
realizada a cultura fúngica juntamente 
com antifungigrama. Utilizando as 
mesmas amostras também poderá ser 
feita a citologia, que é uma técnica que 
possui como vantagem a fácil execução, 
a rapidez e permite fechar o diagnóstico 
(figura 2), uma vez que é possível ver 
na lâmina os microorganismos. Caso 
haja dúvida nos resultados de citologia, 
pode ser realizada biópsia de amostras 
teciduais onde se encontram as lesões 
para realização de histopatologia (fig. 3). 
Figura 3: Coleta de fragmento de material para 
histopatologia. Fonte: www.anwresidency.com
Como ferramentas de auxílio de 
diagnóstico complementar e instituição 
de um protocolo terapêutico efetivo, o 
TECSA Laboratórios oferece a seus 
clientes os seguintes exames:
Referências Bibliográficas
Monografia (Especialização em Clínica Médica de pequenos 
animais) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Karine 
Gonçalves Cezar - Mossoró, 2012.
Figura 2: Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) - Fonte: Site Saúde Animal
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
12
30
1
1
4
3
255 - CULTURA PARA FUNGOS
759 - CULTURA PARA FUNGOS + 
ANTIFUNGIGRAMA
55 - MICOLÓGICO DIRETO 
(PESQUISA DIRETA PARA FUNGOS)
355 - PESQUISA DE SARNA E FUNGOS
86 - ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA
87 - CITOLOGIAS PET
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
18
ANIMAIS SILVESTRES E A 
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO LABORATORIAL
Introdução 
A realização de exames laboratoriais 
em espécies silvestres (aves, répteis, 
anfíbios e mamíferos) tem atuado 
como importante ferramenta no apoio 
diagnóstico de várias enfermidades 
para estas espécies. As técnicas de 
análises laboratoriais para estes grupos 
de animais estão bem desenvolvidas, 
permitindo o estabelecimento de uma 
rotina de exames prática e precisa. Até 
mesmo em animais clinicamente sadios 
de criadouros, instituições ou animais 
domiciliados, uma rotina clínico-
laboratorial profilática periódica deve 
ser adotada e neste aspecto, exames 
laboratoriais devem ser obrigatórios 
para uma correta e completa avaliação 
do status fisiológico daquele indivíduo 
ou grupo.
Além de sua utilização para fins 
de pesquisa, a realização de exames 
laboratoriais em animais silvestres 
representa uma importante ferramenta 
no diagnóstico de várias enfermidades, 
de modo a instituir a terapêutica 
adequada e específica em tempo 
hábil para salvar vidas e, em especial, 
espécies em extinção. Na maior 
parte das situações, o diagnóstico 
clínico precoce de muitas doenças é 
dificultado ou mesmo impossibilitado 
devido a particularidades e fatores 
fisiológicos, ambientais e instintivos/
comportamentais desse grupo tão 
heterogêneo de espécimes. Tais animais 
“escondem” os sintomas quando estão 
doentes, visando aumentar as chances de 
sobrevivência na natureza e, diante disso, 
recursos diagnósticos complementares, 
são ferramentas precisas que refletem 
diretamente o status fisiológico 
ou patológico desses indivíduos, 
permitindo uma rápida e direcionada 
intervenção médica. Dessa maneira, 
evita-se que as evidências clínicas se 
tornem acentuadas, o que em geral é 
conseqüente de um processo patológico 
em estágio avançado e muitas vezes com 
prognóstico de reservado à desfavorável. 
Portanto os recursos diagnósticos 
complementares, como os exames 
laboratoriais, são o grande auxílio dos 
profissionais especialistas em medicina 
de animais silvestres e exóticos para 
se instituir as medidasde tratamento, 
controle, profilaxia, acompanhamento e 
manejo de seus pacientes. Sendo assim, 
enfatiza-se mais uma vez o quanto é 
importante também a realização de 
check ups periódicos, garantindo assim 
a manutenção da saúde e bem estar dos 
animais.
Patologia Clínica em 
Animais Silvestres
Um hemograma completo, análises 
bioquímicas e coprológicas, por 
exemplo, podem apontar anormalidades 
patológicas muito antes das alterações 
clínicas serem detectadas. Os vários 
componentes de um hemograma podem 
fornecer valiosas informações sobre 
as condições internas de um paciente, 
como bacteremias, viremias ou mesmo 
parasitemias. Da mesma maneira, 
a análise/dosagem de metabólitos 
nos fluidos corporais pode servir de 
indicativos de doença em curso.
Microbiologia
Esta área diagnóstica engloba as 
análises que permitem o isolamento e 
identificação de algum agente etiológico 
como fungos e bactérias. Estes exames 
propiciam a elucidação e estabelecimento 
de protocolos terapêuticos de acordo 
com a sensibilidade a antimicrobianos 
e também auxiliam na determinação 
de medidas de manejo em cativeiros, 
abrangendo tanto o aspecto individual 
quanto o populacional. 
Imunologia
Diversos agentes etiológicos como 
bactérias e protozoários possuem 
hospedeiros específicos ou errantes 
silvestres em seu ciclo, sendo eles de vida 
livre ou cativeiro. Desta forma, várias 
enfermidades podem ser diagnosticadas 
através de provas sorológicas, como 
por exemplo, microaglutinação para 
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
19
Leptospirose e soroaglutinação para 
Micoplasmoses.
Anatomia Patológica
A anatomia patológica é um recurso 
diagnóstico indispensável. Pode ser 
realizado em amostras de biópsia 
ou necropsia através de análises 
macro e microscópicas de diversas 
lesões, avaliando seus componentes 
morfológicos, alterações e agentes 
etiológicos quando presentes. Além 
disso, é possível fazer uso de recursos 
como colorações especiais e técnicas 
imuno-histoquímicas para obter 
diagnósticos e prognósticos mais 
precisos.
Endocrinologia
O setor de endocrinologia do TECSA 
Laboratórios possui uma grande 
variedade de dosagens hormonais, 
disponibilizadas pelas técnicas mais 
atuais e de padrão ouro em medicina 
veterinária: Radioimunoensaio e 
Quimioluminescência. 
Abrange principalmente a dosagem de 
hormônios sexuais, avaliação adrenal e 
tireoidiana.
Animais silvestres criados 
como Pets
Atualmente, a criação de animais 
silvestres em domicílios tornou-se 
um hábito muito comum. Ferrets, 
tartarugas, jabutis, aves (psitacídeos 
e columbiformes), iguanas e algumas 
serpentes como jibóia, são animais hoje 
em dia adotados como Pets, apresentando 
distribuição e porcentagens variadas nos 
grandes centros urbanos. Porém, para se 
ter um bom manejo e acompanhamento 
clínico desses animais, é indispensável 
a atuação do médico veterinário 
juntamente com apoio laboratorial 
especializado e de referência para dar 
suporte necessário ao clínico no seu dia 
a dia.
Animais sentinelas 
e avaliação dos ecossistemas
Vale ressaltar que as análises 
laboratoriais permitem também realizar 
estudos comparativos de doenças que 
acometem animais silvestres que são 
mantidos em cativeiro e/ou vida livre, 
de forma a fornecer dados relevantes 
a respeito da variação biológica dos 
parâmetros hematológicos e séricos de 
diversas espécies. Tais dados funcionam 
como indicadores de níveis de qualidade, 
de alterações ambientais ou mesmo 
doenças infecciosas. Algumas espécies 
animais em muitos projetos, chamadas 
espécies sentinelas, podem atuar como 
indicadores de saúde de ecossistemas, 
refletindo as perturbações do meio 
ambiente. Esses projetos auxiliam no 
levantamento rápido sobre o impacto 
ambiental e monitoramento em longo 
prazo que objetiva o acompanhamento e 
avaliação da preservação ou degradação 
ambiental.
Curiosidades sobre animais
silvestres e principais parasitos
No sangue de animais selvagens, 
silvestres ou exóticos, podem ser 
encontradas várias espécies de 
parasitas. Entretanto, deve-se atentar 
para a relação parasita-hospedeiro, o 
estresse, entre outros fatores antes de 
considerar a patogenicidade desses 
agentes. Em biomas preservados, 
parasitas estabelecem relações com seus 
hospedeiros, no entanto, a interferência 
humana prejudica o equilíbrio dos 
ecossistemas e consequentemente 
os animais. Devido à destruição/
modificação dos diferentes habitats 
naturais, doenças parasitárias emergem 
e reincidem. Os principais parasitos de 
animais silvestres são:
- Haemogregarina sp.;
- Karyolysus sp.;
- Hepatozoon sp.;
- Disseria sp.;
- Hemolivia sp.;
- Cyrilia sp.;
- Haemoproteus sp.;
- Plasmodium sp.;
- Leucocytozoon.;
- Trypanossoma sp.;
- Dipetalonema sp.;
- Wuchereria sp.;
- Brugia sp.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
4
7
3
1
1
1
1
86 – HISTOPATOLOGICO 
COM COLORACAO DE ROTINA – HE
650 - HISTOPATOLOGIA 
COM COLORAÇÃO ESPECIAL 
87 - CITOLOGIA PET
10 / 442 / 143 / 511 / 512 / 469 
HEMOGRAMA COMPLETO
570 - PERFIL CHECK 
UP GLOBAL DE FUNÇÕES
147 - T4 TOTAL - RADIOIMUNOENSAIO 
621 - CORTISOL PÓS SUPRESSÃO 
DEXAMETASONA - 3 DOSAGENS
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES
20
O TECSA Laboratórios é representante exclusivo da 
Alvedia - empresa francesa, líder mundial em testes 
de tipagem sanguínea. Seus kits são reconhecidos 
pela praticidade, eficiência e baixo custo.
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FUNÇÃO TIROIDIANA: 
PROVA DE ESTIMULAÇÃO COM TSH
Indicações
Para o diagnóstico do hipertireoidismo 
e hipotireoidismo. Recomenda-se 
iniciar esta prova entre 8 a 9 horas da 
manhã, em jejum de oito horas.
Protocolo 
1ª Coleta: 
Colher amostra de sangue, em tubo 
de tampa vermelha (soro), para T4 total 
basal. Marcar no tubo 1ª coleta.
Aplicação de TSH: 
Aplicar em via intravenosa, a dose 
de 0,1 UI/ kg de peso corpóreo. (dose 
mínima de 1 unidade por cão ou por 
gato)
2ª Coleta: 
Colher amostra de sangue, em tubo 
de tampa vermelha (soro), para T4 
total após 6 horas da aplicação de TSH. 
Marcar no tubo 2ª coleta.
Interpretação:
A interpretação é realizada conforme 
a tabela seguinte:
Comentários:
Em animais com função tireóide 
normal, o valor de T4 TOTAL se 
duplica.
Se os valores pós TSH são inferiores 
a 1,5 μg/ dL, há indicação de 
hipotireodismo.
Para auxílio no diagnóstico o TECSA 
Laboratórios disponibiliza as seguintes 
análises:
Referências Bibliográficas
SODIKOFF, C.H. Pruebas Diagnosticas y de Laboratório 
em las enfermidades de pequenos animales, 2ª.ed.1996.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
1
1
2
71 - TSH
HORMONIO ESTIMULANTE DA TIREOIDE
147 - T4 TOTAL (RADIOIMUNOENSAIO)
695 - PERFIL TIREOIDEANO 
(RADIOIMUNOENSAIO)
ENDOCRINOLOGIA
22
ESPOROTRICOSE FELINA
Introdução 
A esporotricose é uma zoonose 
de distribuição mundial causada 
pelo fungo Sporothrixs chenckii. 
Este microrganismo geralmente é 
encontrado no solo, preferencialmente 
em ambientes quentes e úmidos, onde 
cresce em diversos substratos como 
plantas, cascas de árvores e materiais em 
decomposição. A infecção comumente 
provoca graves lesões de pele e acomete 
vários animais domésticos, sendo os 
felinos considerados as fontes mais 
notáveis de transmissão para os seres 
humanos. Atualmente a esporotricose 
vem aumentando sua prevalência em 
cidades do Rio de Janeiro, desta forma, 
a vigilância sanitária tem emitido 
alertas para a população a respeito da 
doença. Frente aos riscos, é de extrema 
importância o diagnóstico correto para 
que a condução do tratamento seja 
adequada.
Transmissão/Patogenia
A transmissão ocorre de formadireta, sendo vulnerável qualquer 
animal ou ser humano que entre em 
contato com o agente. O fungo possui 
alta capacidade de replicação, o que 
potencializa a capacidade infectante 
das lesões. Devido aos seus hábitos 
peculiares, como enterrar fezes e urina e 
arranhar madeiras e caule de árvores, os 
felinos são naturalmente mais expostos 
ao fungo, representando a principal 
forma de disseminação da doença. Estes 
animais também podem se contaminar 
em acidentes envolvendo arranhaduras 
e mordeduras, bem como pelo contato 
da pele ou mucosas com secreções de 
lesões de animais infectados. Além 
disso, os gatos podem disseminar o 
microrganismo para áreas distantes da 
lesão principal (através da lambedura), 
como a face, orelhas e as extremidades, 
sítios que se tornam assim novas fontes 
de contágio. A transmissão também 
pode ocorrer através da inalação do 
microrganismo, porém, esta via é rara. 
O período de incubação varia de três 
dias a seis meses, tendo em média três 
semanas. 
Sinais Clínicos
A esporotricose tem caráter subagudo 
ou crônico, e pode se manifestar de 
três formas clinicas: cutânea, cutânea-
linfática e disseminada. A forma cutânea 
é a mais comum em felinos, que podem 
apresentar lesões no dorso, cabeça e face 
(figura 1). Essas lesões se caracterizam 
por formações circulares, elevadas, com 
áreas de alopecia e crostas, além de 
comumente ulcerarem e eliminarem 
exsudato serosanguinolento. No caso de 
disseminação da doença, os gatos podem 
desenvolver anormalidades oculares, 
neurológicas e linfáticas. Destaca-se 
que o mesmo animal pode apresentar 
múltiplas apresentações clínicas da 
doença, e em casos mais graves, pode 
haver comprometimento generalizado 
do organismo, com a manifestação de 
sinais clínicos como apatia, perda de 
apetite, febre e perda de peso.
Figura 1: Felinos acometidos pela esporotricose. 
Fonte: PIMENTEL, et al. 2011; CRUZ, 2013.
Diagnóstico 
O diagnóstico da esporotricose 
baseia-se no histórico apresentado 
pelo proprietário, no exame físico e 
dermatológico realizado pelo médico 
veterinário e em exames laboratoriais 
confirmatórios. Em animais, a 
esporotricose pode ser diagnosticada 
através de diferentes tipos de análises.
Visualização direta: o material 
deve ser coletado através da técnica de 
“imprinting” (método de aposição com 
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
23
lâmina) sobre a periferia da lesão e/ou 
exsudatos. A visualização é realizada 
à fresco (com lâmina e lamínula) ou 
mesmo em esfregaço corado com 
método de coloração específico.
Exame histopatológico: permite a 
tanto a evidenciação do agente quanto 
a classificação da lesão. Deve-se coletar 
o material por meio de biópsia e 
acondicioná-lo em formol à 10% para 
fixação e posterior confecção de lâminas, 
que são coradas por PAS ou GMS.
Citologia: para o exame citológico, 
o material pode ser coletado através da 
técnica de “imprinting” e/ou punção 
aspirativa por agulha fina. Para esta 
punção, o veterinário responsável pode 
utilizar seringa de 5, 10 ou 20 mL, e inserir 
a agulha diretamente no local. Após a 
aspiração de material representativo, 
deve-se depositar o mesmo sobre uma 
lâmina e deslizá-la sobre outra. Fixar 
as lâminas ao ar e enviar ao laboratório 
em frasco porta-lâminas com histórico 
detalhado (figura 2). No caso de envio 
de líquidos, acondicionar o material em 
frasco/tubo estéril, sem conservantes ou 
anticoagulantes, manter sob refrigeração 
(2e 8ºC) e processar em até 24 horas 
após a coleta. 
Na observação microscópica do 
fungo em análises citológicas ou 
lâminas histopatológicas, o Sporothrix sp 
apresenta-se como leveduras ovaladas, 
livres ou no interior de macrófagos 
(figura 3). 
Figura 3: Sporothrixs sp. em forma de 
levedura, livres (a) e no interior do citoplasma 
de macrófagos (b). Fonte: CRUZ, 2013.
Cultura fúngica: diversos materiais 
podem ser encaminhados, como pêlos, 
raspados de pele, unhas, crostas e swab 
de secreções diversas. Como as espécies 
que compõem o complexo Sporothrix 
schenckii são dimórficas, o material 
coletado é semeado em meios de cultura 
diferentes. Nestes meios seletivos, o 
fungo pode apresentar-se tanto na 
forma leveduriforme (semelhante à 
observada em tecidos animais) quanto 
micelial (que corresponde à sua forma 
de parasitismo em tecidos vegetais).
Ressalta-se que outras doenças 
que também causam lesões cutâneas 
como infecções bacterianas profundas, 
micobacteriose atípica, criptococose, 
histoplasmose, neoplasias, leishmaniose 
tegumentar e infecções parasitárias 
(sarnas), devem ser incluídas no 
diagnóstico diferencial.
Atenção
Pelo fato da esporotricose ser uma 
zoonose extremamente contagiosa, 
é fundamental a adoção de medidas 
profiláticas. O uso de luvas na 
manipulação de animais com lesões 
suspeitas e a desinfecção das instalações 
com solução de hipoclorito de sódio 
são fundamentais para proteger os seres 
humanos e animais que porventura 
mantenham contato com gatos 
infectados.
Para auxílio no diagnóstico o TECSA 
Laboratórios disponibiliza as seguintes 
análises:
Referências Bibliográficas
CRUZ, L.C.H, Complexo Sporothrix schenckii. Revisão 
de parte da literatura e considerações sobre o diagnóstico e a 
epidemiologia. Veterinária e Zootecnia, v.20, p.08-28, 2013.
NELSON, R. W.; COUTO, C.G. Medicina interna de 
pequenos animais. 4ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2010.
PAULA, R.B. Esporotricose canina e felina - Revisão de 
literatura. 2008. 48f. Monografia (Especialização Lato Sensu em 
Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, Universidade 
Castelo Branco. Rio de janeiro/RJ.
PIMENTEL, M.C; ET AL Esporotricose felina - 
Relato de Caso. 2011. Acesso em: 08 jan. 2016. Disponível 
em: <http://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/saude/
ESPOROTRICOSE%20FELINA%20%E2%80%93%20
RELATO%20DE%20CASO.pdf>.
Figura 2: Passo a passo para a realização de coleta de material para citologia. Fonte: TECSA Laboratórios.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
2
3
30
4
451 - PESQUISA DE 
SPOROTHRIX SCHENKII 
87 - CITOLOGIA 
759 - CULTURA DE FUNGOS 
COM ANTIFUNGIGRAMA
86 - HISTOPATOLOGICO 
COM COLORACAO DE ROTINA - HE
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
24
COMPLEXO GRANULOMA 
EOSINOFÍLICO EM FELINOS DOMÉSTICOS
Introdução 
O complexo granuloma eosinofílico 
(CGE) compreende um grupo 
de dermatoses comuns em gatos 
domésticos. Esta alteração pode 
apresentar-se de três formas clínicas 
(placa eosinofílica, úlcera indolente 
e o granuloma eosinofílico), com 
graus variáveis de prurido e/ou dor, 
podendo ainda evoluir para formas 
crônicas e recorrentes. Diversos fatores 
etiológicos têm sido propostos, mas a 
maioria dos autores reconhece o CGE 
como uma manifestação de doença 
alérgica felina, sendo as causas mais 
comuns a hipersensibilidade à picada 
de pulgas, hipersensibilidade alimentar 
e dermatite atópica. Os achados 
histopatológicos típicos representam 
infiltrado predominantemente 
eosinofílico e um variado número de 
mastócitos, histiócitos e linfócitos. 
O diagnóstico definitivo do CGE é 
baseado no histórico, exame clínico, 
citologia e histopatologia, porém outros 
métodos podem e devem ser aplicados 
para diagnosticar a causa primária 
do CGE. Lesões associadas com 
CGE geralmente respondem bem ao 
tratamento a base de glicocorticoides 
sistêmicos, entretanto, algumas 
lesões podem ser refratárias. Nesses 
casos, outros tratamentos propostos 
envolvem o uso de imunomoduladores 
e hidrocortisona de uso tópico.
Placa Eosinofílica
A placa eosinofílica é caracterizada por 
lesões elvadas na pele, bem demarcadas, 
eritematosas e achatadas. Geralmente 
são erosivas, ulceradas, intensamente 
alopécicas e altamente pruriginosas 
(figura 1). Podem apresentar-se como 
lesões únicas ou múltiplas, variando de 
tamanho. Gatos de 2 a 6 anos tem maior 
predisposição. As lesões podem ser 
encontradas em qualquer localização do 
corpo, porém, é mais comum na região 
perianal, ventral do abdômen e face 
medial dos membros pélvicos.Outras 
regiões comuns incluem as extremidades 
pélvicas, os espaços interdigitais, 
região axilar, tronco dorsal e superfície 
articular dos cotovelos. O diagnóstico 
diferencial deve excluir neoplasia 
(carcinoma de células escamosas, 
linfoma, mastocitoma, adenocarcinoma 
metastático mamário), dermatofitose, 
doenças virais cutâneas, infecção por 
Mycobacterium spp. e infecção fúngica 
profunda. O diagnóstico deve ser 
realizado com base em anamnese, 
exames clínicos e laboratoriais, como 
a histopatologia, raspados cutâneos, 
isolamento bacteriano ou fúngico e 
testes alérgicos. 
Figura 1: Placa eosinofílica em abdômen e região 
inguinal de um gato. Fonte: LERNER, 2013.
Úlcera Indolente
A úlcera indolente, que também pode 
ser chamada de úlcera eosinofílica, 
apresenta superfície bem delimitada e 
é coberta por granulações de coloração 
rosa. Ocorrem principalmente em 
junções muco-cutâneas, lábios, regiões 
próximas aos dentes e esporadicamente 
em outras regiões, podendo gerar 
complicações infecciosas secundárias. 
Em lesões crônicas, a biópsia deve ser 
realizada para descartar neoplasia. O 
diagnóstico é feito através da anamnese, 
avaliações clinicas e exames laboratoriais, 
que incluem histopatologia, citologia 
e exames alérgicos. O diagnóstico 
diferencial deve excluir doenças 
infecciosas ulcerativas e proliferativas, 
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
25
como a criptococose e a esporotricose.
Figura 2: Úlcera indolente em felino. Fonte: 
http://portalmedicinafelina.com.br.
Granuloma Eosinofílico
Os granulomas eosinofílicos 
apresentam-se sob a forma de ulcerações 
e exsudações, podendo se apresentar em 
qualquer região, incluído a cavidade oral. 
Esse tipo de lesão não apresenta prurido, 
exceto quando há infecção bacteriana 
secundária. Quando localizado na 
região de cavidade oral, comumente 
apresenta-se na forma de nódulos em 
faringe, laringe, palato duro e abaixo da 
língua. Quando aparecem ao longo do 
corpo, estão em forma de placas lineares 
ou papilomatosas (figura 3). As lesões 
podem ser agrupadas ou singulares, 
nodulares, lineares ou papilomatosas, 
nas quais ulcerações e exsudações 
são frequentes e é possível observar 
pequenas coleções de material branco-
amarelado no centro correspondentes 
a foco de degranulação eosinofílica. O 
diagnóstico é feito através da anamnese, 
exames clínicos e laboratoriais, que 
incluem histopatologia, citologia 
e testes alérgicos. Os diagnósticos 
diferenciais devem excluir neoplasias, 
dermatofitoses, infecções por 
Mycobacterium, abscessos, furunculose, 
infecções fúngicas e corpos estranhos. 
Figura 3: Granuloma eosinofílico em queixo 
e coxim podal em um mesmo felino.
Fonte: LERNER, 2013.
Conclusão
Em quadros de lesões envolvendo 
doenças do complexo eosinofílico, é de 
extrema importância que o diagnóstico 
seja correto e ágil, objetivando o 
tratamento correto do animal para 
impedir formas recorrentes e crônicas. 
Apesar de conhecido, o complexo 
granuloma eosínofílico em felinos é 
pouco compreendido, necessitando de 
maiores estudos para a obtenção de um 
maior entendimento da sua etiologia. O 
TECSA Laboratórios possui todas as 
ferramentas necessárias para auxiliar no 
diagnóstico. Entre em contato conosco 
para maiores informações, teremos 
enorme prazer em poder ajudá-lo.
Referências Bibliográficas
FOIL, C.S. Feline eosinophilic skin diseases. In: II 
CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA 
FELINA, 2001, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2001. 
p.10-11.
LERNER, D. D. Complexo granuloma eosinofílico em 
felinos domésticos. 2013. 52f. Monografia (Graduação em 
Medicina Veterinária) – Faculdade de Veterinária, Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
3
1
5
30
3
4
4
4
7
1
736 - TRICOGRAMA
602 - COLETA DE RASPADOS DE PELE 
576 - CULTURA (ANAEROBIOS + 
AEROBIOS)+ ANTIBIOGRAMA
759 - CULTURA DE FUNGOS 
COM ANTIFUNGIGRAMA 
87 - CITOLOGIA PET
86 - HISTOPATOLOGIA COM 
COLORAÇÃO DE ROTINA
272 - FAN
(FATOR ANTI-NUCLEAR VETERINÁRIO)
253 - ANA (ANTICORPO ANTI-NUCLEAR) 
686 - TESTE ALERGICO PAINEL
24 ALERGENOS
271 - FIV/FELV
LEUCEMIA E IMUNODEFICIENCIA FELINA 
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
26
ANEMIA INFECCIOSA FELINA
Introdução 
 A cada ano que se passa o número 
de atendimento em felinos nas clínicas 
veterinárias de todo o mundo vem 
aumentando cada vez mais, devido 
ao maior interesse da população em 
tê-los como animal de estimação. 
Esse aumento se deve por algumas 
características particulares dos felinos, 
como a praticidade em seus cuidados, sua 
independência, pouco espaço necessário 
e sua fácil adaptação aos diferentes 
ambientes. Para se adequar ao aumento 
da demanda, os médicos veterinários 
precisam estar informados dos mais 
diversos temas da clínica de felinos, 
através de artigos, cursos e palestras, 
a fim de ampliar seus conhecimentos 
e serem capazes de satisfazer aos 
clientes e pacientes. Dentre vários 
temas interessantes, existe a anemia 
infecciosa felina, que é uma importante 
doença hemoparasitária causada pelo 
Mycoplasma haemofelis (antigamente 
conhecido como Haemobartonella 
felis).O M. haemofelis é uma bactéria 
gram negativa, não possui parede celular 
e se apresenta em forma cocoide. Mesmo 
sendo relatada em diversas publicações 
internacionais e algumas nacionais, 
essa hemoparasitose ainda não é muito 
conhecida pela maioria dos veterinários.
Sinais Clínicos
O M. heamofelis tem a capacidade de 
invadir as células vermelhas do sangue 
(figura 1) e causar sua destruição, 
gerando anemia hemolítica, perda de 
peso, anorexia, depressão, fraqueza, 
febre, hipotermia, dores articulares, 
esplenomegalia (em alguns casos) e 
mucosa ictérica (figura 2) nos casos 
graves. A anemia é comumente 
classificada como regenerativa, 
com anisocitose, macrocitose e 
policromasia. Em uma pequena parte 
dos casos, animais infectados se tornam 
assintomáticos e apresentam anemia 
discreta. Outro quadro possível de 
ocorrer, é a manifestação dos sintomas 
clínicos somente após uma queda da 
atividade do sistema imune (doenças, 
cirurgias), quando o parasitismo por M. 
haemofelis se torna clinicamente visível. 
Tendo em vista esse aspecto, é muito 
comum animais positivos para FeLV 
(Vírus da Leucemia Felina) darem início 
à parasitose após a imunossupressão 
causada pelo vírus. A esplenomegalia 
geralmente está associada à hiperplasia 
linfóide e reticulo endotelial ou pela 
hematopoiese extra medular. Além 
disso, estudos apontam que animais 
esplenectomizados são mais suscetíveis 
à infecção. Em grande parte dos casos, 
animais que conseguem se recuperar de 
infecções agudas se tornam portadores 
assintomáticos, e assim não podem ser 
doadores de sangue. 
As formas de transmissões desse 
agente ainda não são totalmente 
esclarecidas pela literatura, sendo 
importante a realização de maiores 
estudos. Entretanto, levando em 
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
27
consideração alguns achados em exames 
laboratoriais, alguns pesquisadores 
sugerem que os principais vetores 
seriam as pulgas (Ctenocephalidesfelis) e 
os carrapatos, devido às suas atividades 
hematófagas e facilidades de propagação 
entre os felinos. Por sua vez, a presença 
de hemoparasitas em vetores artrópodes 
é pouco conhecida, não havendo 
consenso sobre esse fato. Outros estudos 
também indicam como possíveis formas 
de transmissão a transfusão sanguínea 
em animais susceptíveis, a transmissão 
horizontal através de mordidas e 
arranhões e a transmissão vertical pela 
gestação.
Figura 1: Animal apresentando mucosas ictéricas.
Fonte: Reservoir Vet Clinic, 2015.
Figura 2: Presença do M. haemofelis 
firmemente aderida a membrana do 
eritrócito. Fonte: Casvet, 2012.
Diagnóstico
Existem vários métodos de 
diagnóstico para o M. haemofelis, cada 
qual com suas vantagens e desvantagens. 
Uma das alternativas é o esfregaço de 
sangue corado, que tem como objetivo a 
observação direta do parasita naamostra, 
sendo um método simples, rápido e 
barato. Apesar dessas vantagens, essa 
técnica apresenta baixa sensibilidade, 
devido ao fato de que o parasita possui 
caráter cíclico. Assim, dependendo da 
fase e da intensidade da infecção, o 
resultado pode ser falso-negativo. Outro 
ponto importante é que o resultado 
depende diretamente da experiência 
do observador, que deverá identificar 
e distinguir o parasita de possíveis 
artefatos, debris celulares e corpúsculos 
de Howell-Jolly, que comumente estão 
presentes em esfregaços sanguíneos. 
Além disso, com este exame não há 
como diferenciar as três espécies 
descritas em felinos (M. haemofelis, M 
haemominutum e M. turicensis). Existe 
também a possibilidade do parasita se 
desprender da superfície dos eritrócitos 
quando em contato com EDTA por 
longos períodos, podendo mais uma 
vez gerar resultados falso-negativos. 
Como em muitas outras patologias, 
o PCR-RT (Real-Time) é o melhor 
método de escolha para diagnosticaro 
M. haemofelis. A partir de uma amostra 
oriunda do animal suspeito, é realizada 
a busca do material genético específico 
do patógeno, havendo assim uma 
sensibilidade e especificidade muito 
superior quando comparada a outros 
métodos, como PCR convencional 
e pesquisa direta. Com o PCR-RT 
também é possível diferenciar espécies, o 
que se constitui em mais uma vantagem. 
De forma complementar ao diagnóstico, 
é importante que animais suspeitos da 
doença sejam testados para as doenças 
imunossupressoras (como a FeLV), pois 
são responsáveis por abrirem portas para 
a infecção pelo M. haemofelis. 
Conclusão
A anemia infecciosa felina é uma 
doença causada pelo M. haemofelis 
responsável por causar sintomas 
graves aos felinos. Por isso, esta 
enfermidade necessita um diagnóstico 
rápido e específico, o que melhora 
consideravelmente o prognóstico do 
animal. É importante também salientar 
que os exames diagnósticos realizados 
devem ser correlacionados com a 
clínica, anamnese, hemograma e perfis 
bioquímicos do animal suspeito.
Referências Bibliográficas
CASVET.Micoplasmose felina. 2012. Disponível em: 
https://casvethospitalveterinario.wordpress.com/boletins-
informativos/micoplasmose-felina-a-infeccao-do-momento-
em-gatos/mycoplasma-hemof/. Acesso em: 24 ago. 2015.
FIRMINO, F.P. Estudo da infecção pórhemoplasmas em 
felinos domésticos do Distrito Federal. 2008. 56f. Dissertação 
(Mestrado em Saúde Animal). Universidade de Brasília, 
Brasília/DF.
MARTINS, T.S.O. Detecção de Ehrlichia spp./
Anaplasma spp., Rickettsiaspp., Mycoplasmahaemofelis e 
Leishmaniainfantum em felinos errantes e sua relação com a 
presença de retrovírus e com a sintomatologia manifestada. 
2011. 121f.Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina 
Veterinária). Faculdade de Medicina Veterinária - Universidade 
Técnica de Lisboa, Lisboa.
PAULA, J.; et al. Ocorrência de Mycoplasmahaemofelis 
em felinos domésticos de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. 
ArchivesofVeterinary Science, v.17, n.S1, p268-270. 2012.
RESERVOIR VET CLINIC.Patient stories.2015. 
Disponível em: http://reservoirvet.com.au/about/patients/are-
we-imagining-it-or-has-smokey-turned-yellow. Acesso em 24 
ago. 2015.
SANTOS, A.P. Infecção por hemoplasmas em felinos 
domésticos na região de Porto Alegre, RS, Brasil. 2008. 164f. 
Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias). Faculdade de 
Veterinária – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto 
Alegre/RS.
TANENO, J.C.; SACCO, S.R. Micoplasmose felina: relato 
de caso. Revista científica eletrônica de medicina veterinária, ano 
VII, n12. 2009
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
7
7
2
1
1
547 - MYCOPLASMA HAEMOFELIS 
(HAEMOBARTONELLA FELIS)
METODO PCR REAL-TIME QUALITATIVO 
774 - MYCOPLASMA HAEMOFELIS
METODO PCR REAL-TIME QUANTITATIVO 
409 - PESQUISA DE MYCOPLASMA 
HAEMOFELIS 
(ANTIGA HAEMOBARTONELLA) 
44 - HEMOGRAMA COMPLETO - FELINO 
324 - PERFIL BIOQUIMICO 
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
28
VANTAGENS DO PCR REAL TIME PARA O 
DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DE 
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
Introdução 
 A Leishmaniose Visceral Canina 
(LVC) é uma doença infecciosa 
sistêmica grave causada por 
protozoários do gênero Leishmania. Os 
canídeos domésticos e silvestres são os 
principais reservatórios do agente, que 
pode ser transmitido a animais e seres 
humanos através da picada do inseto 
vetor (Lutzomyia longipalpis). A LVC 
é considerada um grande problema de 
saúde pública a nível mundial, uma 
vez que já foi relatada em mais de 65 
países. Assim como Bangladesh, Índia, 
Nepal, Sudão e Etiópia, o Brasil é uma 
importante região endêmica. 
Métodos Diagnósticos
O diagnóstico da LVC é considerado 
extremamente difícil, pois os animais 
infectados podem não apresentar 
sintomas ou manifestar sintomatologia 
inespecífica, uma vez que os sinais 
clínicos são similares a várias doenças. 
Segundo Gontijo e Melo (2004), até 
a década de 1930 o diagnóstico da 
LVC era realizado através de métodos 
diretos (visualização da amastigota) 
em punções de fígado, baço e raspados 
de pele. Apesar destes métodos 
apresentarem alta especificidade, sua 
sensibilidade é baixa, podendo gerar 
resultados falso-negativos. Atualmente 
existem outros métodos, como o ensaio 
imunoenzimático (ELISA), a reação 
de imunofluorescência indireta (RIFI), 
histoquímica (HE), imunoistoquímica 
(IMIQ) e a Reação em Cadeia 
da Polimerase (PCR). Apesar de 
amplamente utilizadas, as provas 
laboratoriais sorológicas apresentam 
deficiências em relação à sensibilidade 
e especificidade, o que muitas vezes 
compromete a precisão e rapidez do 
diagnóstico. Assim, a PCR tem se 
apresentado como uma importante 
ferramenta de auxílio ao médico 
veterinário.
PCR
Na rotina prática da clínica, são 
extremamente comuns casos de 
diagnósticos inconclusivos para a LVC. 
São inúmeros relatos de utilização 
de testes tradicionais (associados à 
clínica do animal) com apresentação de 
resultados contraditórios, que dificultam 
a confirmação da suspeita. Nesses e em 
outros casos, a PCR se estabelece como 
uma ferramenta valiosa, uma vez que o 
método se destaca em sensibilidade e 
especificidade quando comparado aos 
demais exames diagnósticos. A PCR é 
baseada na amplificação e detecção do 
material genético específico do parasita, 
permitindo assim a sua identificação 
BIOLOGIA MOLECULAR
29
em diferentes amostras analisadas. A 
análise não depende da resposta imune, 
além disso, pode ser realizada da forma 
convencional (qualitativa) ou em Real 
Time – RT (quantitativa).
Vantagens da PCR Real Time 
 sobre a convencional
Apesar de específica, a PCR 
convencional possui uma menor 
capacidade de detectar o agente 
em comparação à PCR -RT. A 
moderna técnica de PCR-RT requer 
concentrações muito menores de 
material genético; possibilita a 
quantificação; o risco de contaminação 
é menor, o que eleva a especificidade do 
teste; o tempo de reação é reduzido; há 
maior reprodutibilidade, sensibilidade e 
precisão e há a possibilidade de detecção 
de mais de um patógeno por vez.
Quantificação
Um dos maiores diferenciais da 
PCR-RT é a quantificação do material 
genético, que permite conhecer a 
quantidade de material genético 
contido na amostra. Essa informação 
auxilia em muito no descobrimento 
do grau de infecção em um primeiro 
momento, na estimativa do prognóstico 
e no monitoramento ao longo do 
tempo para observação de alterações 
no grau de infecção. Em países que 
permitem o tratamento da LVC, a 
abordagem quantitativa é fundamental 
para avaliação da carga parasitária antes, 
durante e após o tratamento do animal.
Sensibilidade
A PCR-RT possibilita a identificação 
de quantidades mínimas de DNA 
(como 10-2 a 10-3 DNA do parasita 
por mL), o que corresponde a menos 
de um parasita por mL de amostra. Em 
um estudo realizado por Reis (2013), 
foi demonstrado comparativamente 
o potencial de diagnóstico da LVC 
pelos métodos da PCR convencional e 
PCR-RT. Foram analisados 60 animais 
soropositivos utilizando-seamostras de 
pele e baço. Para as amostras de pele, a 
PCR-RT detectou 56 animais positivos 
(93,3%) e a PCR convencional detectou 
44 animais positivos (73,3%). Já com as 
BIOLOGIA MOLECULAR
30
amostras de baço, a PCR-RT consegui 
detectar 100% dos 60 animais positivos 
e a PCR convencional detectou 44 
animais positivos (73,3%). Outra 
evidência que demonstra a superioridade 
e grande sensibilidade da PCR-RT na 
detecção da LVC, foi obtida por meio 
de um estudo elaborado por Cardinot 
(2013), onde utilizando-se aspirado de 
medula óssea de cães, 100% dos animais 
infectados foram identificados por 
PCR-RT, 74% por meio de cultura e 
33% em exame direto por microscopia. 
Desta forma, os resultados demonstram 
a superioridade e aplicabilidade da 
PCR-RT.
Conclusão
Atualmente, a LVC constitui um grave 
problema de saúde pública e representa 
um grande desafio para os profissionais 
da saúde. Por se tratar de uma doença 
complexa, é fundamental a utilização 
de análises sensíveis e específicas para o 
diagnóstico. A PCR-RT é uma técnica 
não só qualitativa como quantitativa, 
sendo de grande importância para 
agregar valores ao médico veterinário 
em sua rotina juntamente com as 
demais técnicas, para auxiliar em um 
diagnóstico mais preciso e confiável. 
O TECSA Laboratórios possui 
equipamentos modernos e certificados, 
além de uma equipe técnica altamente 
especializada. Caso tenha dúvidas, 
entre em contato conosco, estamos à 
disposição para atendê-lo. Se é TECSA, 
pode confiar.
Referências Bibliográficas
ASSIS, J.; QUEIROZ, N.M.G.P.; SILVEIRA, R.C.V.; et al. 
Estudo comparativo dos métodos diagnósticos para leishmaniose 
visceral em cães oriundos de Ilha Solteira, SP. Revista Brasileira 
de Parasitologia Veterinária, v.19, n.1, p.17-25, 2010.
CARDINOT, C.B. Identificação de DNA de Leishmania 
sp. no encéfalo de cães com leishmaniose visceral. 2013. 59f. 
Dissertação – Mestrado em Ciência Animal. Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Araçatuba/SP.
CAVALCANTI, M.P. desenvolvimento e avaliação de um 
sistema baseado em pcr em tempo real para o diagnóstico da 
infecção por Leishmania (Leishmania) infantum em cães. 2008. 
139f. Tese – Doutorado em Saúde Pública, Fundação Oswaldo 
Cruz. Recife/PE.
FARIA, A.R. Diagnóstico da leishmaniose visceral canina: 
grandes avanços tecnológicos e baixa aplicação prática. Revista 
Pan-Amazônica de Saúde, v.3, n.2, p.47-57, 2012.
MOURA, T.M. PCR em tempo real – PCR quantitativa 
(qPCR). 2015. Disponível em: http://www.ufrgs.br/labvir/
material/CBS6008/PCR_em_tempo_real.pdf. Acesso em: 22 
jan. 2015.
REIS, L.E.S. Detecção de Leishmania por PCR e suas 
variações (seminested PCR e PCR em tempo real), em 
fragmentos de pele e de baço de cães com leishmaniose visceral. 
2013. 85f. Dissertação – Mestrado em Ciências Farmacêuticas, 
Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto/MG.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
5
7
3
2
6
4
1
1
483 - LEISHMANIA CHAGASI
METODO PCR REAL TIME QUALITATIVO
680 - LEISHMANIA CHAGASI
METODO PCR REAL TIME QUANTITATIVO
447 - LEISHMANIOSE CANINA DILUIÇÃO 
TOTAL – SOROLOGIA (ELISA +RIFI)
83 - LEISHMANIOSE CANINA
SOROLOGIA (ELISA + RIFI)
456 - LEISHMANIOSE
METODO IMUNOHISTOQUIMICA
408 - PESQUISA DE LEISHMANIA 
039 - HEMOGRAMA COMPLETO CANINO
570 - PERFIL CHECK UP GLOBAL 
DE FUNÇÔES
BIOLOGIA MOLECULAR
31
ANATOMIA PATOLÓGICA
32
SÍNDROME PARANEOPLÁSICA
Introdução 
 Tal como no homem, um animal 
com doença neoplásica não sofre 
apenas com o tumor e as consequências 
localizadas de seu crescimento, 
mas também com várias desordens 
sistêmicas adjacentes. Tanto na lesão 
primária quanto em sítios metastáticos 
distantes, a expansão neoplásica pode 
comprimir o tecido normal adjacente 
ou bloquear seu suprimento sanguíneo, 
resultando em áreas de atrofia e 
necrose teciduais. Em adição, tumores 
podem causar uma variedade de sinais 
clínicos de maneira indireta incluindo 
lesões musculoesqueléticas, cutâneas, 
endocrinológicas, neurológicas, 
metabólicas ou hematológicas. Em 
conjunto esses efeitos são denominados 
como síndrome paraneoplásica. 
O reconhecimento da síndrome 
paraneoplásica é de grande importância 
em medicina veterinária pelas seguintes 
razões:
1- Podem aparecer precocemente com 
o início do desenvolvimento tumoral e 
estar associadas a tipos específicos de 
neoplasias;
2- O tratamento das anormalidades 
metabólicas associadas com a síndrome 
paraneoplásica pode ser necessário para 
que a estabilidade fisiológica do animal 
seja obtida;
3- Monitoramento das anormalidades 
metabólicas pode ser útil na 
determinação da resposta do tumor à 
terapia e identificação de rescidivas ou 
metástases.
Principais
Síndromes Paraneoplásicas
Caquexia:
Muitos animais com neoplasia 
demonstram notável debilidade e perda 
de peso. Na caquexia cancerígena, 
os tecidos musculares e adiposos são 
consumidos em decorrência da não 
diminuição compensatória dos índices 
basais metabólicos. Dentre os principais 
fatores contribuintes estão: anorexia, 
digestão comprometida, demanda 
nutricional pelo tumor aumentada, 
perda de nutrientes por efusões e 
exsudações decorrentes da neoplasia, 
e o desenvolvimento secundários de 
distúrbios metabólicos e endócrinos 
(Figura 1).
Figura 1: Cão apresentando caquexia.
Fonte: http://blogprotetoresindependentes.
blogspot.com
Endocrinopatias:
Neoplasias funcionais de tecidos 
produtores de hormônios podem ter sua 
secreção aumentada. O aumento dos 
níveis séricos hormonais pode ocorrer 
devido ao aumento de células tumorais 
produtoras, aumento da produção 
hormonal por cada célula tumoral, 
ou por ambos. Glândulas endócrinas 
com mais de um tipo celular como 
as ilhotas pancreáticas, a pituitária 
anterior, tireióde e adrenal, geralmente, 
apresentam apenas um tipo de célula 
com transformação neoplásica. Por outro 
lado, neoplasias não-endócrinas também 
podem produzir substâncias hormonais 
ativas que não são encontradas no tecido 
de origem tumoral. Este hormônio pode 
ser idêntico a um hormônio verdadeiro, 
pode ser uma forma modificada do 
hormônio ou ainda ser uma proteína 
relacionada ao hormônio. As duas 
desordens metabólicas mais observadas, 
como resultado de anormalidades 
endócrinas relacionadas às neoplasias, 
são a hipercalcemia da malignidade e a 
hipoglicemia. Em cães, a hipercalcemia 
está relacionada, frequentemente, 
com adenocarcinomas de saco anal, 
linfomas e mielomas múltiplos. Já em 
gatos, a hipercalcemia da malignidade 
é relativamente rara. Ela se manisfesta 
através de fraqueza muscular, arritmia 
ANATOMIA PATOLÓGICA
33
cardíaca, anorexia, vômito e falha 
renal. Já a hipoglicemia ocorre, 
principalmente, em insulinomas, mas 
também está presente nas diferentes 
neoplasias malignas devido ao aumento 
da demanda nutricional pelo tumor.
Alterações hematológicas 
e vasculares: 
Neoplasias não-hematopoiéticas 
podem resultar, principalmente, em uma 
variedade de síndromes hematológicas 
e vasculares, incluindo leucocitose 
eosinofílica e neutrofílica. A etiologia é 
incerta, mas citocinas circulantes podem 
estar envolvidas. A anemia é vista com 
frequência nos animais com doença 
oncológica maligna devido à presença 
de doença crônica, pela invasão da 
medula óssea ou pela perda crônica de 
sangue. Outras alterações relacionadas 
às neoplasias malignas são a policitemia, 
coagulação intravascular disseminada 
e a hiperviscosidade sanguínea. Os 
mastocitomas, por exemplo, produzem 
uma variedade de mediadores biológicos, 
incluindo histamina, heparina, fatores 
ativadores de plaquetas, TNF-a, 
prostaglandinas e proteases. A histamina 
pode ser responsável por manifestações 
paraneoplásicas como úlceras gastro-
intestinais e hemorragias. 
Alterações neurológicas:
A doença neurológica paraneoplásica 
está geralmente relacionada à 
hipercalcemia, hipoglicemia e à 
hiperviscosidade sanguínea. Os animais 
acometidos podem apresentar sinais 
de apatia, descoordenação motora 
e perda de consciência.Quando há 
acometimento de nervos periféricos, 
sinais de arreflexia, redução do tônus 
muscular e paralisia podem ser 
observados.
Alterações musculoesqueléticas:
A osteopatia hipertrófica 
(diagnosticada por raio-X) ocorre 
com uma variedade de tipos tumorais, 
com forte associação com lesões, tanto 
neoplásicas quanto não neoplásicas, 
que ocupam o espaço intra-torácico. A 
causa desta condição é desconhecida, 
mas anormalidades relacionadas ao 
hormônio do crescimento podem estar 
envolvidas. 
Conclusão
É importante ressaltar que a 
constatação de síndrome paraneoplásica 
é fator agravante do prognóstico e 
que seu controle depende do controle 
do tumor juntamente com a terapia 
de suporte. Sendo assim, diante da 
complexidade das manifestações 
clínicas do câncer, faz-se necessário que 
o processo diagnóstico seja conduzido 
de forma ordenada e abrangente tendo-
se o cuidado de se investigar a presença 
de lesões multissistêmicas. Desta forma, 
além do tratamento cirúrgico e/ou 
quimioterápico, a terapia oncológica 
deve objetivar a manutenção da 
qualidade de vida dos animais através 
do reconhecimento das alterações e uso 
de tratamentos paliativos.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
4
7
3
14
1
1
1
86 - HISTOPATOLÓGICO COM 
COLORAÇÃO DE ROTINA 
650 - HISTOPATOLOGIA COM 
COLORAÇÃO ESPECIAL
87 - CITOLOGIA PET
649 - IMUNOHISTOQUIMICA DE 
NEOPLASIA - 1 MARCADOR 
788 - CHECK UP GLOBAL DE 
FUNCOES COM HEMOGRAMA 
147 - T4 TOTAL - RADIOIMUNOENSAIO 
621 - CORTISOL POS SUPRESSAO 
DEXAMETASONA - 3 DOSAGENS 
INSTRUÇÔES TÉCNICAS 
PARA EXAME CITOLÓGICO POR
PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF)
Introdução 
Neste método há remoção das células 
da lesão pela avulsão promovida através 
da utilização de uma agulha fina (30 
mm x 0,7 mm ou 22G, usualmente com 
canhão na cor preta). Com esta técnica 
podemos obter células de vários planos 
do tecido. A citologia aspirativa por 
agulha fina é considerada um método de 
coleta mais adequado para a maioria dos 
exames citológicos (Ex: Suspeita clínica 
de TVT recomenda-se coleta por 
imprint), pois possibilita o recolhimento 
de um material mais representativo 
de lesões profundas. Devemos seguir 
algumas regras básicas para obtenção de 
bons resultados através da citologia:
Histórico Detalhado
Estas informações são muito 
importantes, pois indica o tempo de 
instalação do processo, como foi o início 
da lesão, etc. Estes dados são muitas 
vezes fundamentais para a determinação 
de diagnósticos diferenciais ou para 
comentários relativos aos possíveis 
diagnósticos. Informar: Antepassado 
mórbido, suspeita clínica, tratamentos 
anteriores, etc. 
Descrição 
Macroscópica da Lesão
Informar: 
Localização anatômica (Ex: “Região 
cervical dorsal”, “região dorso-
proximal do membro pélvico direito”, 
etc.), tamanho da lesão (Ex: “1 cm de 
diâmetro”, “2,5 x 4,0cm”, etc.), formato 
da lesão (Ex: “arredondada”, “formato 
de pólipo”, “irregular”, etc.), aderido 
ou não, ulcerado ou não, alopécico ou 
não, tempo de evolução (Ex: “2 dias”. 
“4 meses”, “7 anos”, etc.), dolorido 
ou não, etc. Na maioria dos casos, a 
ausência de uma ou mais informações 
macroscópicas da lesão impossibilita o 
diagnóstico citológico.
Técnica de Colheita
Este é um dos passos mais importantes 
para realização da citologia diagnóstica 
e frequentemente desconhecida. Uma 
técnica de colheita inadequada pode 
impedir a conclusão do caso, pois a 
amostra colhida deve necessariamente 
possuir células características da lesão 
em questão.
Extensões 
(Esfregaços) Adequadas
No exame citológico as extensões 
devem ser feitas seguindo-se os 
seguintes cuidados:
a) Não comprima o material – 
especialmente no caso de suspeitas de 
tumores, pois as células neoplásicas são 
frágeis;
b) Produza extensões delgadas, evitando 
sobreposição de várias camadas de 
células, pois a sobreposição impossibilita 
a coloração e visualização adequada 
do material. Para tanto, aplique uma 
quantidade pequena (um pouco maior 
que a cabeça de um alfinete) de amostra 
sobre a lâmina;
c) Sempre utilize a técnica de squash 
para a confecção das extensões;
d) No caso de extensões que serão 
coradas por corantes hematológicos, 
desidrate o material, por movimentação 
ao ar (abane), o mais rápido possível. 
Não guarde as lâminas úmidas, pois isto 
causa degeneração celular inviabilizando 
o resultado;
e) Sempre confeccione e envie para o 
TECSA no mínimo 3 lâminas (Ideal de 
3 a 5 lâminas).
Técnica de obtenção de 
material por citologia 
aspirativa com agulha fina
Material necessário:
a) Anti-séptico;
b) Seringa plástica descartável de 10 e 
20 ml com agulha 22G (canhão preto);
c) Lâminas para microscopia 
desengorduradas com álcool 
(de preferência com extremidade 
fosca para identificação com lápis);
d) Porta lâminas;
e) Ficha de solicitação de exames.
Preparo do Paciente
Tratando-se de lesões palpáveis, não 
há necessidade de preparos especiais 
para o paciente, sendo a antissepsia 
o único procedimento necessário. 
Lembre-se que assepsia é um 
procedimento requerido na citologia 
aspirativa e deve ser ponderado na 
citologia por esfoliação, pós se deseja 
avaliar o predomínio celular ou agente 
infeccioso, estes poderão ser removidos 
durante a limpeza do local. Em 
muitos casos de suspeita de neoplasia 
ou processos inflamatórios crônicos 
não há necessidade de sedação, uma 
vez que os pacientes frequentemente 
não demonstram qualquer incômodo 
durante ou após o procedimento. A dor 
pode ocorrer nos processos inflamatórios 
agudos, onde os anestésicos locais não 
surtem efeitos. E como a técnica para 
obtenção do material é relativamente 
rápida, geralmente uma contenção física 
eficaz traz ótimos resultados.
Obtenção do material
a) Realize a contenção física do paciente 
de maneira adequada e promova a 
antissepsia;
b) Acople a agulha à seringa;
c) Fixe a lesão com os dedos indicador 
e médio;
d) Mantenha o êmbolo da seringa na 
posição zero;
e) Introduza a agulha na lesão;
f ) Promova uma forte pressão negativa 
no interior da seringa e mantenha-a;
ANATOMIA PATOLÓGICA
34
g) Promova com a agulha movimentos 
de “vai e vem” na lesão e em planos 
diferentes, mantendo a pressão negativa.
Cuidado: Se por acaso, a agulha 
sair da lesão, descarte esta agulha e 
recomece o procedimento escolhendo 
outro ponto para punção.
Atenção: Sangue no canhão da 
agulha ou na seringa não deve ser 
encarado como sinônimo de boa 
colheita, pois elementos sanguíneos 
podem diluir as células que 
representam o processo.
h) Solte o êmbolo da seringa desfazendo 
a pressão negativa;
i) Retire a seringa e agulha da lesão;
j) Desacople a agulha da seringa (o 
material estará contido no canhão da 
agulha);
k) Preencha a seringa de ar e acople 
novamente a agulha;
l) Com o orifício do bisel da agulha 
voltado para lâmina de microscopia, 
empurre o êmbulo depositando o 
conteúdo contido na agulha contra a 
lâmina. Faça isto na porção central ou 
em um dos quartos da lâmina;
Atenção: O material contido na 
agulha é suficiente para o diagnóstico. 
A presença de sangue no material 
causa diluição da amostra, muitas 
vezes tornando o exame inconclusivo.
m) Promova a extensão encostando 
paralelamente uma segunda lâmina, 
sem pressionar uma lâmina contra a 
outra (evitando lise celular) e faça um 
movimento de deslize de uma lâmina 
sobre a outra a fim de espalhar o 
material sobre a lâmina que será enviada 
para análise;
n) Não estenda o material até o final da 
lâmina.;
o) Após a extensão, abanar a lâmina a 
fim de que ocorra a “secagem ao ar livre” 
da mesma.
p) Identifique a lâmina com nome do 
animal e/ou região anatômica (caso 
esteja enviando amostras provenientes 
de mais de um sítio anatômico);
q) Repita em 3 a 5 lâminas e acondicione 
no porta-lâminas.
Segue abaixo (figura 1) o método 
ilustrativo da coleta de material por 
punção aspirativa por agulha fina. 
Obs.: esta técnica pode ser utilizada 
para a colheita de material em linfonodo, 
medula óssea ou baço destinadoao 
exame parasitológico da leishmaniose 
canina (Pesquisa de Leishmania sp. 
Cod. 408). Neste caso prefira puncionar 
um Linfonodo que esteja aumentado 
de tamanho e bem palpável. A 
sensibilidade deste teste varia de 33% a 
80% dependendo da técnica de coleta. 
Já a especificidade é de 100%.
Para auxílio no diagnóstico o TECSA 
Laboratórios disponibiliza as seguintes 
análises:
1º) FIRME BEM A TUMORAÇÃO PARA A PUNÇÃO
3º) UMA VEZ COLHIDO O MATERIAL PREPARE O ESFREGAÇO
2º) MOVIMENTE A AGULHA E EXERÇA VÁCUO COM A SERINGA
4º) LEITURA DA LÂMINA
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
3
4
87 - CITOLOGIA 
408 – PESQUISA DE LEISHMANIA SP
ANATOMIA PATOLÓGICA
35
PATOLOGIA CLÍNICA
36
INTERPRETANDO O RDW 
(RED CELL DISTRIBUTIONWIDTH)
EM MEDICINA VETERINÁRIA
Introdução 
A anemia pode ser definida como a 
diminuição da concentração sanguínea 
de hemácias, hemoglobina e/ou volume 
globular(VG) de um animal. Entretanto, 
apenas constatar a existência da anemia 
representa uma avaliação superficial da 
condição fisiopatológica do paciente. 
A análise de parâmetros como o 
volume corpuscular médio (VCM), 
a concentração de hemoglobina 
corpuscular média (CHCM), a 
concentração de reticulócitos, 
características hematoscópicas e o 
RDW permitem classificar o processo 
anêmico e auxiliar na determinação da 
sua causa, prognóstico e alternativas 
terapêuticas. A literatura relacionada 
com hematologia veterinária relata 
amplamente a existência de três tipos de 
classificações básicas para as anemias. 
As anemias podem classificadas de 
acordo com as alterações apresentadas 
por seus índices eritrocitários em 
macrocíticas, normocíticas, microcíticas, 
hipocrômicas e normocrômicas. 
Também podemos classificar as 
anemias de acordo com os mecanismos 
patofisiológicos de formação da 
anemia. Desta forma as anemias 
podem ser hemolíticas, hemorrágicas 
ou hipoproliferativas. Por último, 
classificamos as anemias de acordo 
com a existência de resposta medular 
em regenerativas ou arregenerativas. A 
utilização do RDW juntamente com 
outros parâmetros hematológicos para 
analisar o eritrograma de um animal 
representa uma maneira eficiente de 
enquadrar a anemia dentro destas 
classificações.
VCM
O VCM é um índice eritrocitário 
responsável por informar o volume 
médio de cada eritrócito. Conforme 
a anemia vai se instaurando, a medula 
óssea começa a receber o estímulo 
da eritropoietina secretada em maior 
quantidade pelo rim para produzir 
e liberar mais células eritróides na 
corrente sanguínea na tentativa de 
reestabelecer a concentração sanguínea 
de hemácias dentro do intervalo de 
referência. Durante este processo 
ocorre a liberação de células eritróides 
mais jovens, ou imaturas, na corrente 
sanguínea, chamadas de reticulócitos. Os 
reticulócitos apresentam volume celular 
maior comparado a uma hemácia adulta 
e, por este motivo, quando começam a 
atingir uma concentração significativa 
na corrente sanguínea, ocorre um 
consequente aumento no VCM. 
Quando o VCM assume valores acima 
do intervalo de referência definido para 
a espécie nós definimos esta anemia 
como macrocítica. A reticulocitose 
não é a única causa de macrocitose, 
porém quando observada em um 
animal anêmico sugere a existência 
de um processo regenerativo medular 
eritróide ativo ou prévio. Entretanto 
a reticulocitose é considerada o 
achado confirmatório de existência de 
resposta medular e pode ser aferida 
precisamente através da mensuração de 
sua concentração sérica ou altamente 
sugerida através da observação de 
policromasia na hematoscopia. Além 
da macrocitose, outros parâmetros 
que podem sugerir a existência de 
resposta medular são presença de 
corpúsculos de howelljolly, hipocromia, 
metarrubricitose e RDW aumentado. O 
VCM também pode alterar-se para baixo 
quando uma população eritrocitária 
é formada predominantemente por 
células eritróides microcíticas ou 
com volume celular reduzido. As 
anemias microcíticas costumam ser 
causadas pelo desenvolvimento de uma 
deficiência de ferro que, em cães e gatos 
adultos, normalmente é causada por 
hemorragias crônicas. 
Anisocitose
A anisocitose (Figura 1) é uma 
alteração morfológica celular observada 
através da microscopia óptica em 
esfregaço sanguíneo, ou hematoscopia. 
É caracterizada pela diferença de 
diâmetro celular e pode ser quantificada 
em discreta, moderada e intensa ou 
em cruzes (1+, 2+ e 3+). É esperado 
que quando hemácias de diferentes 
tamanhos comecem a compor a 
população eritróide em concentrações 
mais expressivas seja possível observar a 
presença de anisocitose na hematoscopia. 
Quanto maior a concentração destas 
células com volume alterado na 
concentração sanguínea, maior será o 
grau de anisocitose observado.
Figura 1: Anisocitose moderada em um esfregaço 
de sangue de cão. Fonte: http://www.koofers.com
RDW
O RDW é a sigla para a expressão em 
inglês “Red Cell DistributionWidth” 
que, em tradução direta para o português, 
significa amplitude de distribuição 
eritrocitária. É um parâmetro que 
visa quantificar a heterogeneidade do 
volume celular eritrocitário presente em 
uma amostra, ou traduzir em números 
contínuos o grau de anisocitose 
eritrocitária presente em uma amostra 
de sangue animal. Esta ferramenta 
diagnóstica representa o coeficiente 
de variação da curva de histograma do 
volume eritrocitário e é calculada através 
da razão entre o desvio padrão desta 
curva pelo VCM (ou média exibida 
pela curva) da amostra, conforme fica 
demonstrado pela figura 2.
Desta forma, quando o RDW 
apresenta valores acima do intervalo de 
referência podemos imaginar que exista 
um número aumentado de hemácias 
de diferentes volumes, ou tamanhos na 
circulação. Estas hemácias de tamanho 
alterado podem ser microcíticas, 
macrocíticas ou um conjunto dos dois 
tipos de hemácias, dependendo do 
tipo de processo formador da anemia a 
que o animal está submetido. Também 
podemos esperar que, possivelmente 
este número de hemácias com volume 
alterado ainda não seja suficiente para 
deslocar o valor do VCM para cima ou 
para baixo do intervalo de referência e, 
por este motivo, o RDW é considerado 
um parâmetro mais sensível ou precoce 
para detectar as variações de volume 
celular existentes em uma amostra de 
sangue decorrentes de reticulocitose 
ou deficiência de ferro. Caso o tipo de 
hemácia predominante seja o macrocítico 
podemos suspeitar da existência de um 
processo regenerativo medular frente à 
anemia e caso seja microcítico podemos 
suspeitar de deficiência de ferro. 
Entretanto, para que possamos realizar 
este tipo de interpretação devemos 
associar a avaliação do RDW com a 
avaliação de outros parâmetros como o 
VCM. Presença de anemia associado a 
RDW dentro do intervalo de referência 
sugere anemia arregenerativa. Para que 
a melhor interpretação diagnóstica seja 
obtida, a avaliação do RDW nunca deve 
ser feita de maneira isolada à avaliação 
dos outros parâmetros hematológicos.
Referências Bibliográficas
CAPORAL, F. A., COMAR, S. R. Evaluationof RDW-
-CV, RDW-SD, and MATH-1SD for thedetectiono-
ferythrocyteanisocytosisobservedbyopticalmicroscopy. 
J BrasPatolMed Lab, v. 49, n. 5, p. 324-331, 2013.
HODGES, J., CHRISTOPHER, M. M. Diagnosticac-
curacyofusingerythrocyteindicesandpolychromasiatoiden-
tifyregenerative anemia in dogs. Journalofthe American 
Veterinary Medical Association. v.238, p. 1452-1458, 2011.
LASSEN, E. D., WEISER, G. Tecnologia Laboratorial 
em Medicina Veterinária. In: Hematologia e Bioquímica 
Clínica Veterinária, 1ª ed., Roca, São Paulo, 2007. p. 7-30.
JAIN, N. C. Essentials ofVeterinaryHemato-
logy. Lea &Febiger, Philadelphia, 1993.
MEYER, D. J., HARVEY, J. W. VeterinaryLa-
boratory Medicine: InterpretationandDiagnosis. 
3rd ed. Saunders, St. Louis, 2004. p. 52-80.
RIZZI, T. E., MEINKOTH, J. H., CLINKENBEARD, K. 
D. Normal Hematologyofthe Dog. In: Schalm’sVeterinaryHe-
matology, 6th ed., Wiley-Blackwell, Iowa, 2010. p. 799-809.
STOCKHAM, S. L., SCOTT, M. A.Fundamen-
tals ofVeterinaryClinicalPathology. 2ª ed. Blackwell-
Publishing, Iowa, 2008. p. 151-153/158-172.
TVEDTEN, H. LaboratoryandClinicalDiagnosi-
sof Anemia. In: Schalm’sVeterinaryHematology, 6th 
ed., Wiley-Blackwell, Iowa, 2010. p. 152-160.
WEISS, D. J. Normal Hematologyofthe Dog. In: 
Schalm’sVeterinaryHematology, 6th ed., Wiley-
-Blackwell, Iowa, 2010. p. 167-170.
Figura 2: Histograma da distribuição dos diferentes volumes eritrocitários presentes na amostra de sangue 
analisada. O RDW é proporcional à largura da curva destacada na figura. Fonte: Adaptado de Thrall (2007).
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
1
1
2
4
39 - HEMOGRAMA COMPLETO CANINO 
44 - HEMOGRAMA COMPLETO FELINO
146 - HEMOGRAMA COMPLETO EQUINO
245 - CONTAGEM DE 
RETICULOCITOS - PET 
717- CONTAGEM DIFERENCIAL 
DE RETICULOCITOS FELINO
132 - MIELOGRAMA 
PATOLOGIA CLÍNICA
37
ALGORITMO PARA AVALIAÇÃO DE
HIPERGLICEMIA E GLICOSÚRIA
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
1
1
2
1
1
1
105 - GLICEMIA (GLICOSE)
124 - CURVA GLICEMICA
277 - GLICOHEMOGLOBINA
HEMOGLOBINA GLICOSILADA 
581 - PERFIL GLICEMICO
103 - FRUTOSAMINA
234 - URINA ROTINA
PATOLOGIA CLÍNICA
38
*A mensuração de lipase e amilase 
pelos métodos de rotina apresentam 
sensibilidade e especificidade 
relativamente baixas em cães e não 
costumam estar elevadas em gatos. 
A dosagem da lipase imunorreativa 
canina ou felina representa uma 
alternativa analítica para o diagnóstico 
de pancreatite com sensibilidade e 
especificidade significativamente 
maiores.
Referências Bibliográficas
MEYER, D. J.;
HARVEY J. W. VeterinaryLaboratory Medicine: 
InterpretationandDiagnosis.Saunders: St. Louis,
2004.
COMO O VERÃO E AS CHUVAS AUMENTAM OS 
CASOS DE CÃES E GATOS COM DIARREIA
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
7
5
3
7
7
3
4
4
7
1
1
1
2
1
1
1
7
1
3
IN 15 - CLOSTRIDIUM PERFRINGENS
287 - SALMONELLA SPP.
356 - CRYPTOSPORIDIUM SPP.
539 - GIARDIA SPP
784 - GIARDIA SPP PCR_RT QUANTITATIVO
584 - CAMPYLOBACTER SPP
307 - TOXOPLASMA GONDII - CANINO
82 - TOXOPLASMA GONDII - FELINO
783 - TOXOPLASMA GONDII
PCR–RT QUANTITATIVO
361 - CORONAVÍRUS FELINO (PIF)
671 - CORONAVÍRUS CANINO + PARVOVIRUS
782 - CORONAVÍRUS – PCR-RT QUANTITATIVO
310 - PARVOVIROSE CANINA
538 - PARVOVIROSE CANINA
PESQUISA DO ANTÍGENO VIRAL
239 - PARVOVIROSE CANINA + 
CINOMOSE IGM
670 - PARVOVIROSE CANINA + 
CINOMOSE IGG
781 - PARVOVIROSE CANINA 
PCR-RT QUANTITATIVO
672 - PANLEUCOPENIA FELINA
359 - ROTAVÍRUS
MICROBIOLOGIA
39
LEPTOSPIROSE CANINA
Introdução 
A leptospirose acomete animais e 
humanos, constitui-se uma potencial 
zoonose com maior frequência nos 
meses chuvosos em áreas alagadas e/
ou deficientes em saneamento básico. 
A Leptospira sp. é um microrganismo 
aeróbio ou microaerófilo, pertencente 
à ordem das espiroquetas. Esta 
enfermidade foi relatada pela primeira 
vez em 1880 e sua ocorrência pode 
incluir áreas urbanas e rurais. Os 
reservatórios destes agentes são 
frequentemente animais domésticos e 
selvagens, sendo o de maior importância 
os roedores sinantrópicos comensais, 
principalmente o Rattus norvegicus, 
considerado o principal reservatório 
natural da doença. A bactéria é incapaz 
de se multiplicar fora do hospedeiro e 
sua sobrevivência é determinada pelas 
condições do meio ambiente, podendo 
encontrar-se viável até 180 dias em 
solo úmido ou em coleções de água. 
A leptospira é classificada de acordo 
com suas características genéticas 
em 7 genoespécies, 28 sorogrupos 
e vários sorovares e genótipos. Os 
cães são os hospedeiros primários do 
sorovar canicola e bataviae, geralmente 
associados aos sintomas clínicos mais 
graves. Apesar de menos frequente, 
o cão pode também se tornar um 
hospedeiro acidental de outras espécies, 
como L. grippotyphosa, L. pomona, L. 
bratislava e a L. icterohaemorrhagiae que 
é o principal sorovar encontrado nos 
roedores. 
Patogênia
A transmissão da leptospirose pode 
ocorrer de forma direta ou indireta, sendo 
que a forma direta, geralmente ocorre 
pelo contato com sangue e/ou urina 
de animais doentes, por transmissão 
venérea e através da placenta. Segundo 
os aspectos patogênicos da leptospira 
sp. o agente multiplica-se ativamente 
nos diferentes órgãos parenquimatosos: 
sangue, linfa e líquor, entre o 4° ao 
11° dia de infecção, caracterizando o 
quadro agudo da doença denominado 
leptospiremia. No início desta fase 
as alterações clínico-laboratoriais 
abrangem hipertermia, aumento 
na produção de células brancas, e 
albuminúria. Em animais susceptíveis, a 
bactéria invade os órgãos pelos quais ela 
tem maior tropismo, ou seja, fígado, rins, 
baço, sistema nervoso central e olhos, 
podendo originar o quadro septicêmico. 
Ao término da leptospiremia, período 
correspondente de 11° a 13° dia após a 
infecção, geralmente há diminuição da 
hipertermia e a leptospira sp. é eliminada 
da circulação sanguínea por ação de 
imunoglobulinas (anticorpos), porem 
o agente pode permanecer nos túbulos 
renais, sendo eliminado pela urina, de 
forma intermitente (leptospirúria) por 
semanas a meses. 
Sinais Clínicos
Nos cães, a doença é caracterizada 
por lesões renais e/ou hepáticas, e às 
vezes podendo desencadear um quadro 
septicêmico. Nos casos crônicos são 
observadas sequelas como doença 
renal crônica. A infecção pode variar 
desde uma forma assintomática a 
quadros clínicos graves. A forma mais 
grave é a hemorrágica, que se instala 
repentinamente com febre por 3 a 4 
dias, seguida por rigidez, mialgias nos 
membros posteriores, hemorragia na 
cavidade bucal com tendência a necrose 
e faringite. Os sinais clínicos mais 
comuns na infecção aguda são: letargia, 
depressão, anorexia, vômito, febre, 
poliúria, polidipsia, dor abdominal e/
ou lombar, diarreia, mialgia, halitose, 
úlceras bucais, icterícia, petéquias em 
mucosas e conjuntivas. Esse quadro pode 
evoluir rapidamente para a morte sem 
que haja tempo para o desenvolvimento 
de doença renal ou hepática evidente.
Figura 1: Rattus norvegicus o principal 
reservatório natural da doença. 
Fonte: Retirado do site e.medicine
Figura 2: Mucosa ictérica de um cão, 
provavelmente originada devido à intensa 
hemólise, como nas infecções por Leptospira. 
Fonte: Retirado do site da universidade de Cornell
MICROBIOLOGIA
40
Diagnóstico
Os sinais clínicos da Leptospirose 
canina muitas vezes são confundidos 
com a sintomatologia clinica de 
outras enfermidades, o que dificulta 
o diagnóstico precoce da doença. O 
diagnóstico da leptospirose é baseado 
na combinação do histórico, sinais 
clínicos, achados laboratoriais e testes 
confirmatórios. Os exames laboratoriais 
como o hemograma, dosagem dos valores 
séricos de uréia, creatinina e urinálise, 
podem ser utilizados como exames 
complementares, pois contribuem 
para a avaliação clínica do animal. 
Já os testes confirmatórios incluem 
microscopia por campo escuro, teste de 
soroaglutinação microscópica (SAM), 
isolamento em cultura de urina ou 
sangue, reação em cadeia de polimerase 
(PCR), entre outros. Comumente, as 
alterações hematológicas envolvem 
trombocitopenias, leucocitose 
com desvio à esquerda e aumento 
de fibrinogênio plasmático. Nas 
trombocitopenias das doenças 
infecciosas como a Leptospirose, ocorre 
lesão vascular e consumo aumentado de 
plaquetas nas hemorragias. O processo é 
regenerativo com aumento do número 
de megacariócitos na medula óssea e 
liberação de plaquetas mais jovens na 
circulação. Essas plaquetas apresentam 
tamanho avantajado e são chamadas 
plaquetas gigantes ou megatrombócitos. 
A microscopia por campo escuro (figura 
2) consiste na visualização da leptospira 
sp. sem preparação prévia. Para o 
diagnóstico da Leptospirose canina, a 
microscopia por campo escuro de rotina 
deve ser limitada à urina, principalmente 
em amostra de urina que apresente a 
fase de leptospiúria. Outros líquidos 
corporais contêm artefatos similares a 
leptospiras.Figura 3: Observação de leptospira em microscopia 
por campo escuro. Fonte: Retirado do site emedicine
O exame bacteriológico é considerado 
definitivo para o diagnóstico da 
Leptospirose canina. No entanto, 
para o isolamento das leptospiras são 
necessários tempo e técnicas apropriadas, 
devido às exigências para o crescimento 
do agente e a susceptibilidade do mesmo 
a mudanças ambientais. As amostras de 
sangue e/ou urina devem ser colhidas 
de animais clinicamente suspeitos ou 
doentes. Já a reação de soroaglutinação 
microscópica é o teste sorológico 
recomendado pela organização mundial 
de saúde (OMS) e amplamente utilizado 
como prova-padrão no diagnóstico da 
leptospirose humana e animal. Esta 
reação utiliza como antígenos, cultivos 
vivos e recentes de leptospiras. Os 
anticorpos podem ser revelados pela 
aglutinação com soro coletado entre 
o oitavo e décimo dia após o início do 
estado de leptospiremia. Normalmente 
um titulo alto (maior ou igual a 1:800) 
é o suficiente para diagnosticar a 
leptospirose. É importante lembrar 
que os títulos de Ac´s são baixos nas 
primeiras semanas da infecção. O teste 
de Elisa pode distinguir entre anticorpos 
IgM e IgG anti-Leptospira. Estes testes 
podem ser de grande ajuda quando 
os testes de aglutinação microscópica 
produzem resultados confusos. Os 
cães desenvolvem título elevado de 
IgM maior que 1:320 na fase aguda da 
Leptospirose. A proporção de anticorpos 
IgM e IgG na fase convalescente após 
a imunoestimulação varia dependendo 
do sorovar. O PCR vem sendo 
utilizado de forma crescente para o 
diagnóstico precoce da leptospirose 
em diversas espécies animais, por ser 
um meio eficaz de diagnóstico antes 
do desenvolvimento de títulos de 
anticorpo ou quando os títulos estão 
baixos e o curso clínico confuso. A 
técnica apresenta alta sensibilidade e 
especificidade, permitindo amplificar 
quantidades mínimas do DNA do 
microorganismo em diversos tipos de 
amostras biológicas tais como: humor 
aquoso, soro sanguíneo, líquor, urina 
e tecidos. Devido à possibilidade 
de leptóspirúria poder ocorrer nos 
primeiros dias da infecção, antes mesmo 
dos anticorpos serem detectados no 
soro, o PCR torna-se um método de 
diagnóstico precoce para leptospirose. 
Algumas enfermidades como anemia 
hemolítica auto-imune, hepatite viral 
canina, brucelose canina e herpesvírus 
(abortos), devem ser consideradas 
como diagnóstico diferencial para 
leptospirose.
Para auxílio no diagnóstico o TECSA 
Laboratórios disponibiliza as seguintes 
análises:
Referências Bibliográficas
ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de 
Medicina Interna Veterinária: Doenças do Cão e Gato. Vol1 
5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 1038 p.
NELSO, R. W. ; COUTO, C.G. Medicina interna de pe-
quenos animais.4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2010.
HAGIWARA, M. K. Leptospirose Canina. Bo-
letim Técnico. Disponível em: http://www.pfizersau-
deanimal.com.br Acesso em: 26 setembro 2015.
CÓD - EXAME
EXAMES REALIZADOS PELO 
TECSA LABORATÓRIOS
PRAZO/DIAS
1
1
1
2
2
7
7
39 - HEMOGRAMA COMPLETO - CANINO
801 - CHECK UP GLOBAL PLUS
234 - URINA ROTINA
376 - PESQUISA DELEPTOSPIROSE - 
POR CAMPO ESCURO 
81 - LEPTOSPIROSE CANINA OU EQUINA 
- MICROAGLUTINACAO (IGM) 
789 - LEPTOSPIROSE - 
PCR REAL TIME QUANTITATIVO
785 - LEPTOSPIROSE - 
PCR REAL TIME QUALITATIVO
MICROBIOLOGIA
41
PCR
Tecnologia e inovação ao seu alcance.
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detecção e quanti�cação de DNA, sejam realizados em uma única etapa. 
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ISSN 2358-1018
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Número 11, 2016
uma revista do Grupo TECSA
NEFROLOGIA VETERINÁRIA
SOLUÇÕES E INOVAÇÕES

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