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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E PLANEJAMENTO AMBIENTAL EM BACIAS HIDROGRÁFICAS __________________________________________________________________________ BIOMONITORAMENTO DO RIBEIRÃO BOA VISTA ATRAVÉS DO MACROINVERTEBRADO BENTÔNICO Corydalus cornutus (Lineaus, 1758), PIRAJU, SP. Anderson Mateus Piacenço Furlan Orientadora: Prof.ª Dr.ª Renata Ribeiro de Araújo Ourinhos-SP 2012 BIOMONITORAMENTO DO RIBEIRÃO BOA VISTA ATRAVÉS DO MACROINVERTEBRADO BENTÔNICO Corydalus cornutus (Lineaus, 1758), PIRAJU, SP. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas pela UNESP – Campus de Ourinhos. Ourinhos-SP 2012 Banca Examinadora Prof.ª Dr.ª Renata Ribeiro de Araújo (Orientadora) ______________________________________________ Prof.º Dr.__________________________________ _________________________________________ Prof.º Dr.__________________________________ _________________________________________ Ourinhos,______ de novembro de 2012 Ourinhos-SP 2012 Dedico Aos meus pais, Veneide e Niuton que sempre estiveram comigo, em todos os momentos da minha vida, me incentivando e dando forças nas horas mais difíceis. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por iluminar cada passo da minha caminhada em busca da realização dos meus sonhos. A minha orientadora Prof.ª Renata Ribeiro de Araújo pelo incentivo e auxílio durante a realização deste estudo. À minha namorada Giovana, pelo carinho, amor, compreensão, atenção e cumplicidade, durante a realização deste trabalho e por todos os dias de minha vida. A todos que direta ou indiretamente colaboraram na realização do presente trabalho, o meu muito obrigado. EPÍGRAFE “A terra não pertence ao homem; o homem pertence a terra.... O que ocorrer sobre a terra recairá sobre os filhos da terra”. Chefe Seatle. FURLAN, Anderson Mateus Piacenço. Biomonitoramento do Ribeirão Boa Vista Através do Macroinvertebrado Bentônico Corydalus cornutus (Lineaus, 1758), Piraju, SP. 2012. Monografia (Especialização em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Campus Experimental de Ourinhos, Ourinhos (SP) 2012. RESUMO O presente trabalho teve como objetivo realizar o biomonitoramento do Ribeirão Boa Vista, Piraju (SP), utilizando quantitativamente a espécie Corydalus cornutus como bioindicador, relacionando-o com características físico-químicas da água. Foram realizadas coletas mensais no segundo semestre dos anos de 2010 e 2011. O estudo foi realizado na região média (Seção 2) do Ribeirão Boa Vista e em três seções de um córrego tributário sem proximidade com a população do município. Para coleta das larvas foi utilizado uma tela de cerca de 1 mm, as larvas foram contadas no local e devolvidas ao córrego. Foram monitoradas as variáveis pH, temperatura, cloro, oxigênio dissolvido, nitrito, amônia total e amônia tóxica in situ. Quando comparados os resultados, percebeu-se pouca variação das características físico-químicas da água, com exceção das concentrações de oxigênio dissolvido. Os dados coletados no estudo comprovam que existe uma grande pressão antrópica sobre a fauna do ribeirão Boa Vista, refletindo no reduzido número de indivíduos na comunidade destes insetos no determinado local. As atividades antrópicas alteraram as condições físicas e ecológicas da área onde foi realizado o estudo, como resultado observou-se a mudança no número de indivíduos dessa comunidade. Palavras-chave: Recursos hídricos, bioindicadores, macroinvertebrados bentônicos, Ribeirão Boa Vista. FURLAN, Anderson Mateus Piacenço. Biomonitoring of Ribeirão Boa Vista Through Macroinvertebrado benthic Corydalus cornutus (Lineaus, 1758), Piraju, SP. 2012. Monograph (Specialization in Water Resources Management and Environmental Planning in Watershed) - University Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Experimental Ourinhos Campus, Ourinhos (SP) 2012. ABSTRACT The present study aimed to conduct a biomonitoring of Boa Vista creek, Piraju (SP), quantitatively using the specie as bioindicator Corydalus cornutus, relating it to physical and chemical characteristics of water. Monthly collections were made in the second half of the years 2010 and 2011. The study was conducted in the middle region (Section 2) of Ribeirão Boa Vista and three sections of a tributary stream without proximity to the local population. To collect the larvae was used a screen of about 1 mm to not leak at collection. The pH, temperature, chlorine, dissolved oxygen, nitrite, total ammonia and toxic ammonia in situ were recorded. When the results were compared, the physical-chemical characteristics of water were the same both in the control group and the studied group, unless the rate of dissolved oxygen. The data collected in this study show that there is a great human pressure on the fauna of the river Boa Vista, reflecting the small number of individuals in the community these insects in a certain place. Human activities altered the physical and ecological conditions of the area where the study was conducted as a result there was a change in the number of individuals in this community. Key words: Water resources, biological indicators, benthic macroinvertebrates, Creek Boa Vista. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Morfologia de larvas de Megaloptera (Corydalus sp.), dorsal e ventral...... 19 Figura 2. Localização da Bacia Hidrográfica e das seções de estudo. ...................... 23 Figura 3. Imagem mostrando duas larvas de Corydalus cornutus no momento da coleta. ........................................................................................................................ 26 Figura 4. Aspecto geral da Seção 1 (Grupo Controle). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’19.87” S, 49°23’3.21” O. .............................................................. 28 Figura 5. Aspecto geral do Seção 2 A (Grupo Controle). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’24.43” S, 49°23’8.89” O. ................................................ 28 Figura 6. Aspecto geral do Seção 3 (Grupo Controle). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’29.69” S, 49°23’11.84” O. ............................................................ 28 Figura 7. Aspecto geral do Seção 2 B (Grupo Estudado). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’05.31” S, 49°23’10.65” O. .............................................. 29 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Incidência de larvas nas três seções de amostragem do Grupo Controle. .................................................................................................................................. 31 Gráfico 2. Comparações entre o Grupo Controle e do Grupo Estudado em relação ao número de larvas encontradas nas Seções 2 A/B . ................................................... 32 Gráfico 3. Número de larvas encontradas conciliandoo pH. .................................... 34 Gráfico 4. Número de larvas encontradas relacionando temperatura da água e o mês nas seções 2 A/B. ..................................................................................................... 36 Gráfico 5. Número de larvas relacionando-as ao O.D. na água e ao mês em que foram encontradas. ................................................................................................... 38 Gráfico 6. Concentração de Amônia Total (ppm) e Amônia Tóxica (ppm). ............... 40 Gráfico 7. Frequência das larvas encontradas segundo os grupos. .......................... 43 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Hierarquia de classificação científica da espécie Corydalus cornutus segundo a classificação de Linnaeus (1758)............................................................. 17 Tabela 2. Indica as médias de medições realizadas no Grupo Controle e no Grupo Estudado: .................................................................................................................. 27 Tabela 3. Indica o número de larvas encontradas por Seções (1, 2 A/B e 3) no Grupo Controle e no Grupo Estudado: ................................................................................. 30 Tabela 4. Indica a presença de cloro nos locais estudados: ..................................... 37 Tabela 5. Mostra a concentração de amônia total e amônia tóxica: .......................... 41 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 14 2.1 BIOINDICADORES ................................................................................................... 14 2.2 MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS ..................................................................... 15 2.3 ORDEM MEGALÓPTERA E O CORYDALUS CORNUTUS ................................................. 16 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 21 3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 21 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 21 4 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................. 22 4.1 CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS, CLIMA E VEGETAÇÃO ............................................. 23 5 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 25 5.1 MONITORAMENTO .................................................................................................. 25 5.2 SEÇÕES DE MONITORAMENTO ................................................................................. 26 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 30 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 44 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 45 12 1 INTRODUÇÃO Durante os séculos, a complexidade dos vários usos da água pelo homem aumentou e produziu um grande conjunto de poluição e degradação, também contribuindo para excessivas retiradas permanentes para diversas finalidades o que consequentemente tem diminuído consideravelmente a disponibilidade de água e produzindo muitos problemas de escassez em diversos países e regiões (TUNDISI, 2005). Os fatores responsáveis pelas alterações na qualidade da água podem ser decorrentes de contaminações por substâncias químicas orgânicas e inorgânicas provenientes de várias fontes artificiais e antrópicas, que podem ser de origem pontual, como lançamentos de esgotos urbanos e industriais, ou difusa como deposição de resíduos sólidos, uso de pesticidas na agricultura e queima de combustíveis fósseis (TOMAZELLI, 2003). O desenvolvimento econômico e social e a melhoria nos padrões de vida da população levam ao aumento na utilização de novos materiais. Consequentemente, produtos químicos desempenham vital função em diversos setores, contribuindo para a melhoria do padrão de vida em todo mundo; entretanto, sua utilização está associada à contínua liberação de substâncias em forma de metais pesados, compostos orgânicos voláteis e solúveis contaminando consideravelmente os corpos d’água (ROCHA. ROSA; CARDOSO, 2004). As análises de bioindicadores funcionam como uma ferramenta de avaliação do efeito tóxico de substâncias poluentes em ecossistemas aquáticos, que através da aplicação de técnicas de exposição em três níveis de complexidade (individual, celular e molecular) torna possível a elucidação da relação causa/efeito e dose/efeito na avaliação de risco à saúde e no monitoramento aquático. (JESUS; CARVALHO, 2008). Os principais organismos utilizados na averiguação da qualidade ambiental de um corpo hídrico são os macroinvertebrados bentônicos, peixes e comunidade perifítica. Dentre estes grupos, as comunidades bentônicas têm sido utilizadas amplamente para se medir a qualidade ambiental de um ecossistema aquático 13 (GOULART; CALLISTO, 2003). Macroinvertebrados bentônicos são considerados bons indicadores do nível de degradação, são sensíveis a diversas perturbações no ambiente e apresentam grande diversidade de espécies e colonização de diversos ecossistemas, além de sua importância nos processos biológicos dos ambientes naturais (THOMANZINI; THOMANZINI, 2002). Este trabalho avaliará a qualidade ambiental das águas do Ribeirão Boa Vista, no município de Piraju – SP, utilizando o macroinvertebrado bentônico Corydalus cornutus como bioindicador e análises físico-químicas da água. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam oferecer auxílio para o aperfeiçoamento de medidas de controle ambiental para cursos d’água impactados. 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 BIOINDICADORES Bioindicadores são definidos como qualquer resposta a um contaminante ambiental ao nível individual, medidos no organismo biológico, indicando uma alteração do status normal que não pode ser detectado no organismo ileso (LIVINGSTONE apud ARIAS et al., 2007). Em geral a alteração da abundância, diversidade e composição do organismo em um determinado ecossistema define a perturbação do ambiente (BROWN, 1997). Organismos indicadores da qualidade de corpos hídricos vêm sendo utilizados desde meados de 1930, onde o ponto inicial é a escolha de uma ou mais espécies sensíveis aos possíveis contaminantes ambientais (DAMATO apud RODRIGUES, 2006). Os insetos são considerados bons indicadores de níveis de degradação do ambiente, devido a sua grandediversidade de espécies e colonização de diversos ecossistemas, além de sua importância nos processos biológicos dos ambientes naturais (THOMANZINI; THOMANZINI, 2002). O biomonitoramento de comunidades de insetos, com ênfase em insetos aquáticos tem uma longa tradição em países do primeiro mundo e distribuído em diferentes métodos na utilização em vários países e regiões do mundo (CALLISTO; MORENO, 2006). 15 2.2 MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS Os principais organismos utilizados na averiguação da qualidade ambiental de um corpo hídrico são os macroinvertebrados bentônicos, peixes e comunidades perifítica. Dentre estes grupos, as comunidades bentônicas têm sido utilizadas amplamente para se medir a qualidade ambiental de um ecossistema aquático (BARBOUR apud GOULART; CALLISTO, 2003). Macroinvertebrados bentônicos são organismos com tamanho superior a 0,5 mm (CUMMINS, 1975). Contudo Oliveira et al. (2004) diverge das ideias de Cummins (1975) ao afirmar que os macroinvertebrados bentônicos são organismos com tamanho superior a 0,25 mm. No presente estudo os macroinvertebrados bentônicos encontrados ficaram entre 0,30 mm a 0,70 mm no Grupo Controle e de 0,20 mm a 0,40 mm no Grupo Estudado, esta variação no tamanho das larvas pode estar ligado ao fato da baixa qualidade ambiental apresentado no Grupo Estudado. Estes organismos habitam os sedimentos dos ambientes aquáticos continentais colonizando estes ambientes durante parte ou por todo seu ciclo de vida (OLIVEIRA et al., 2004). Boa parte de macroinvertebrados alimentam-se de matéria orgânica produzida na coluna d’água ou daquela proveniente da vegetação marginal do leito do rio (CALLISTO; GONÇALVES; MORENO, 2008). Todos os macroinvertebrados bentônicos são de primordial importância aos componentes de rios e lagos, essencial para a dinâmica de nutrientes, ao fluxo de energia e a transformação da matéria, constituindo uma das principais fontes de alimento para diversos tipos de insetos aquáticos, peixes e outros organismos (RODRIGUES, 2006). O conhecimento taxonômico da fauna aquática está intimamente ligado ao acesso aos ambientes aquáticos. Para Silveira (2004) quando os invertebrados de uma região geográfica forem razoavelmente bem conhecidos, a maioria dos habitats já terão sido alterados. A análise da água através destes insetos tem vantagens sobre as análises físico-químicas, pois permitem a detecção e avaliação de casos de poluição da 16 água, mais frequentes, devido à contaminação química de substâncias de natureza desconhecida ou cujas concentrações são pequenas demais para ser detectada por métodos convencionais de físico-químicas. Além disso, esses índices podem detectar possíveis efeitos sinérgicos de diferentes substâncias, e alterações dos efeitos tóxicos de alguns contaminantes, devido às características intrínsecas de cada corpo de água (LÓPEZ, 1998). 2.3 ORDEM MEGALÓPTERA E O Corydalus cornutus Os estágios imaturos dos organismos da ordem megalóptera são aquáticos e vivem sob rochas e detritos de ambientes lóticos. Praticamente em todos continentes existem organismos da ordem megalóptera ou megalópteros. Mas a sua preferência por condições ambientais muito bem definidas, principalmente em relação à qualidade da água, faz com que nas zonas mais quentes do globo a diversidade de espécies seja muito menor (RIUS, 2006). A ordem Megaloptera é composta por 34 gêneros, cerca de 300 espécies espalhadas pelo mundo, 16 espécies no Brasil e 6 espécies no estado de São Paulo (TUNDISI et. al, 1997). Segundo Azevedo; Hamada (2008) no Brasil foram registrados até o momento, dois gêneros Corydalidae: Corydalus e Chloronia. Na região Neotropical ocorrem as famílias Corydalidae e Sialidae. A família Corydalidae divide-se em duas subfamílias: Corydalinae e Chauliodinae. A subfamília Corydalinae contêm aproximadamente cerca de 50 espécies em três gêneros, a subfamília Chauliodinae tem 5 gêneros, destes, 4 são encontrados na região Neotropical. A hierarquia de classificação científica da espécie Corydalus cornutus segundo a classificação de Linnaeus (1758) está descrita segundo a Tabela 1. 17 Tabela 1 – Hierarquia de classificação científica da espécie Corydalus cornutus segundo a classificação de Linnaeus (1758). Taxon Reino Animalia Filo Arthropoda Classe Insecta Ordem Megalóptera Família Corydalidae Subfamília Corydalinae Gênero Corydalus Espécie Corydalus cornutus Os Corydalus cornutus são insetos holometábolos, ou seja, são animais que passam por transformações muito significativas durante seus estágios de desenvolvimento, possuem tamanho médio a grande (TUNDISI et al., 1997). Para Azevedo; Hamada (2008) animais da família Corydalidae podem chegar a um tamanho corpóreo até 25 mm. São animais considerados primitivos tendo registros fósseis a partir do Paleozóico. Em sua fase larvária possui comportamento aquático, cor acastanhada, brânquias ao longo dos dois lados de seu abdome, três pares de patas na secção média (BIS; KOSMALA, 2005). Possuem mandíbulas muito fortes e na parte terminal do abdome possui dois pares de ganchos terminais (TUNDISI et al., 1997). Seu habitat restringe em fundo de rios limpos de água doce e de corrente lenta, com preferência ao substrato ou embaixo de pedras (BIS; KOSMALA, 2005). As larvas são predadores vorazes, que deambulam pelo fundo de rios e lagos à procura de invertebrados aquáticos dos quais se alimentam, suas mandíbulas 18 poderosas e sua rapidez permitem capturar as larvas de efemérides, as de mosquitos e as de algumas espécies de tricópteros (RIUS, 2006). Segundo Azevedo; Hamada (2008) as larvas ainda se alimentam de outros invertebrados aquáticos como anelídeos, crustáceos e moluscos, praticam ainda o canibalismo e a necrofagia e também acabam servindo de alimento para diversos organismos aquáticos como peixes e outros insetos predadores, representando um importante componente da cadeia ecológica aquática. Quando em seu último estágio larvário constroem câmeras pupais em ambientes terrestre, normalmente sobre troncos caídos, pedras, bancos de areia ou cascalho, geralmente, às margens dos cursos d’água onde vivem (RIEK apud AZEVEDO; HAMADA, 2008). Em seu estado larvário são muito sensíveis a baixos níveis de oxigênio na água, com preferência a água frias saturadas de oxigênio (BIS; KOSMALA, 2005). Rius (2006) corrobora com as ideias de Bis e Kosmala (2005) afirmando que em trechos de rios e lagos onde estes animais são encontrados, seja suficiente para identificar a boa qualidade da água do local. 19 Figura 1. Morfologia de larvas de Megaloptera (Corydalus sp.), dorsal e ventral. FONTE: Adaptado de AZEVEDO; HAMADA, 2008. 20Em sua fase adulta apresentam corpo mole, provido de dois pares de asas membranosas com muitas nervuras, possui aparelho bucal mastigador, mas alguns machos apresentam mandíbulas longas (TUNDISI et al., 1997). Suas asas são bem mais compridas que o abdome, o corpo dos adultos e das larvas é muito parecido, com a diferença fundamental que as larvas não têm asas (RIUS, 2006). Habitam o ambiente terrestre, podendo ter hábitos noturnos, crepusculares e diurnos, são encontrados com maior frequência em lugares próximos aos cursos d’água, embaixo de troncos de árvores ou locais sombreados, possuem um curto período de vida variando de três a treze dias de vida, alimentam-se de sucos de frutas e substâncias liquidas açucaradas (AZEVEDO; HAMADA, 2008). Contudo Rius (2006) afirma que em muitos casos os adultos sequer se alimentam nesta última fase de vida todos os esforços estão voltados à reprodução. No cortejo à comunicação ocorre entre fêmeas e machos de duas maneiras, em primeiro lugar através de sinais químicos (feromônios) que são liberados por glândulas localizadas no abdome dos machos, a segunda é realizada através de vibrações do abdome e das asas, estes movimentos abdominais são correspondidos pela fêmea, que desta forma indica a predisposição para a copulação, durante esta fase é comum observar que vários machos se aproximem desta fêmea, havendo disputas entre eles (RIUS, 2006). Após o cortejo ocorre o acasalamento que se desenvolve em fases diferentes, o macho persegue a fêmea e coloca a cabeça embaixo do abdome feminino, nesta posição o macho estende as asas e curva seu abdome para depositar um espermatóforo simples sobre a placa genital feminina, que é mantido por um curto período de tempo, depois de alguns instantes quando o esperma é liberado no seu trato genital, a fêmea curva seu corpo e come o espermatóforo agora vazio (CONTRERAS-RAMOS, 2007). Logo após este período sentindo-se segura a fêmea põem seus ovos sobre rochas, troncos, folhas de árvores e arbustos ou pontes, em locais sombreados às margens ou sobre os cursos de água (RIEK apud AZEVEDO; HAMADA, 2008). O desenvolvimento embrionário pode durar de cinco dias a cinco semanas para eclodir dependendo das condições climáticas, depois da eclosão as larvas caem na água onde viveram de dois a cinco anos nessa fase (RIUS, 2006). 21 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Avaliar a qualidade ambiental do Ribeirão Boa Vista, Piraju (SP), monitorando a espécie Corydalus cornutus como bioindicador e variáveis físico- químicas da água. 3.2 Objetivos Específicos Monitorar quantitativamente a espécie Corydalus cornutus no Ribeirão Boa Vista e no Córrego Paraíso, município de Piraju (SP); Monitorar variáveis físicas e químicas da água no Ribeirão Boa Vista e no Córrego Paraíso, município de Piraju (SP); Identificar os principais fatores que afetam a comunidade destes insetos; 22 4 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A região hidrográfica da vertente paulista do Rio Paranapanema pertence à região Hidrográfica da Bacia do Paraná, respeitando a divisão hidrográfica do Brasil adotado pelo IBGE e pela ANA, o rio Paranapanema constitui um divisor de águas natural dos estados do Paraná e São Paulo, sendo, portanto um rio de domínio da União. O Rio Paranapanema se estende por aproximadamente 929 km, percorrendo o sentido leste-oeste, desde sua nascente na Serra Agudos Grandes (Capão Bonito- SP), a 900 m de altitude, até sua foz no Rio Paraná, à altitude de 239 m (SÃO PAULO, 2009). A área da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema no estado de São Paulo corresponde a 51.751 km2, no estado do Paraná sua área é de 55.057 km2, juntas correspondem a 106.808 km2 (BRASIL, 2005). O presente estudo foi realizado no Ribeirão Boa Vista e no seu tributário, no município de Piraju (SP), o ribeirão possui aproximadamente 2380 m de extensão, o curso do rio corta o município e está localizado na Bacia do Rio Paranapanema. Segundo dados do IBGE (2010), o município de Piraju situa-se na região sudoeste do estado de São Paulo, possui 506,4 km² de extensão geográfica, e está a 330 km da capital São Paulo. No ano de 2010 apresentava a estimativa populacional de 28.489 habitantes. 23 Figura 2. Localização da Bacia Hidrográfica e das seções de estudo FONTE: Adaptado de Carta Topográfica de Piraju 4.1 CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS, CLIMA E VEGETAÇÃO O Rio Paranapanema no aspecto geológico encontra-se na Bacia sedimentar do Paraná. Essa Bacia foi formada a partir do Siluriano Inferior adequam em terrenos pré-cambrianos, envolvendo litologias sedimentares acumuladas até o Triássico, rochas efusivas que cobriram as formações sedimentares a partir do Jurássico Superior, e ainda rochas sedimentares do Cretáceo e do Cenozóico (KAUL apud DIAS, 2003). Quanto à geomorfologia a Bacia sedimentar do Paraná drena uma grande área de planalto, com relevo brando caracterizado com vales pouco encaixados de formação basáltica da Serra Geral (BARTORELLI apud DIAS, 2003). 24 No local de estudo predominam-se os solos do tipo Latossolo vermelho- escuro e Podzólico vermelho-escuro (BRASIL, 2005). A precipitação média anual é cerca de aproximadamente 1468 mm, segundo o sistema de classificação climático de Köeppen-Geiger a variação climática Cfa predomina na região de estudo. O regime de ventos dominantes é o característico da região (SE) e sua velocidade média é de 3,1 m/s. Durante o Outono-inverno é uma região muito sujeita a nevoeiros e alta umidade relativa do ar. A umidade relativa é de 76,9% (SÃO PAULO, 2009). Em relação à Bacia do Paranapanema a cobertura vegetal natural ocupa aproximadamente 524.000 ha (SÃO PAULO, 2009), e engloba vários tipos fisionômicos de vegetação, tais como Mata de Capoeira, Campo Cerrado, Cerradão e remanescentes de Mata Atlântica. Nos corpos d’água de estudo há vegetação circundante, folhas, galhos, troncos e raízes. No Córrego Paraíso a mata ciliar é abundante havendo pouca incidência de raios solares sobre a água, já no Ribeirão Boa Vista a mata ciliar é inexistente. 25 5 MATERIAIS E MÉTODOS No presente estudo foi realizado o monitoramento da espécie Corydalus cornutus e de variáveis limnológicas no Ribeirão Boa Vista e no Córrego Paraíso. O monitoramento ocorreu nos meses de julho, agosto, setembro, outubro, novembro, e dezembro dos anos de 2010 e 2011, totalizando doze amostragens. 5.1 MONITORAMENTO As variáveis limnológicas monitoradas foram pH, temperatura, oxigênio dissolvido, cloro, nitrito, amônia total e amônia tóxica. Para a medição do pH foram utilizados azul de bromotimol, hidróxido de sódio e água destilada, de acordo com a metodologia descrita pelo teste colorimétrico Alfa Kit. Para a medição da temperatura da água (°C) foi utilizado um termômetro digital.Para a medição do oxigênio dissolvido (ppm) foi utilizado sulfato manganoso, água destilada, hidróxido de sódio, iodeto de potássio e ácido sulfúrico de acordo com a metodologia descrita pelo teste colorimétrico Alfa Kit. Para a medição de cloro (ppm) foi utilizado o- toluidina, água destilada e ácido clorídrico de acordo com a metodologia descrita pelo teste colorimétrico Alfa Kit. Para as medições de amônia total (ppm) e amônia tóxica (ppm) foi utilizado nitruprussiato de sódio, álcool isopropílico, água destilada, hidróxido de sódio, hipoclorito de sódio de acordo com a metodologia descrita pelo teste colorimétrico Alfa Kit. Para a medição de nitrito (ppm) foi utilizado Ácido sulfanílico, ácido acético, água destilada, alfa-naftilamina e álcool etílico (teste de nitrito) de acordo com a metodologia descrita pelo teste colorimétrico Alfa Kit. Para o biomonitoramento foi utilizado o macroinvertebrado Corydalus cornutus, justificado pela longa etapa de vida que estes animais permanecem na etapa larvária e também devido ao fato destes animais serem muito sensíveis a baixos níveis de oxigênio na água, com preferência a águas frias saturadas de oxigênio (BIS; KOSMALA, 2005). Para Rius (2006) os trechos de rios e lagos onde 26 estes animais são encontrados já são suficientes para identificar a boa qualidade da água do local. Para coleta das larvas foi utilizado uma rede entomológica de malha de 1 mm. A tela foi armada e o fundo do corpo d’água agitado, levantando as pedras e o substrato de forma geral, as larvas foram contadas no local e devolvidas aos corpos d’água amostrados. Figura 3. Imagem mostrando duas larvas de Corydalus cornutus no momento da coleta. 5.2 SEÇÕES DE MONITORAMENTO O estudo foi realizado em uma seção (região média do córrego) do Ribeirão Boa Vista e em três seções (cabeceira, médio e foz) do Córrego Paraíso. O Córrego Paraíso é tributário do Ribeirão Boa Vista, sua extensão reduzida e de fácil monitoramento possibilitou identificar quais fatores seriam primordiais a sobrevivência desta espécie, já que existem diferentes taxas de produção ao longo do rio, além de possíveis alterações físicas, químicas e biológicas. Com a utilização de um aparelho GPS foi obtido à posição geográfica das seções. 27 No presente trabalho o Ribeirão Boa Vista foi nomeado como Grupo Estudado, já o córrego tributário, Grupo Controle. Para realização do estudo fez-se necessário à utilização de um Grupo Controle, pois na literatura não há relatos semelhantes que dessem apoio ao trabalho realizado. Para o Grupo Controle foi escolhido um córrego com características físicas semelhantes ao Grupo Estudado, entretanto em equilíbrio, com poucas alterações antrópicas. Tabela 2. Indica as médias de medições realizadas no Grupo Controle e no Grupo Estudado: Grupo Controle Grupo Controle Grupo Controle Grupo Estudado Medições Seção 1 Seção 2 A Seção 3 Seção 2 B Comprimento 30 m 30 m 30 m 30 m Largura 0,90 m 1,05 m 1,23 m 1,19 m Profundidade 6 cm 10 cm 13 cm 14 cm Como se observa na Tabela 2 foi traçado uma seção (seção 2 B) no córrego estudado em sua região média, com cerca de 30 metros de comprimento, onde foram realizadas as coletas. No Grupo Controle o estudo foi realizado em três locais: cabeceira, médio e foz em um total de 405 m de extensão; a distância entre as seções 1 (seção 1) e 2 (seção 2 A) ficou compreendida em 215 m e da seção 2 (seção 2 A) a seção 3 (seção 3) cerca de 190 m. No Grupo Estudado a coleta foi realizada a 1190m de sua cabeceira. 28 Figura 4. Aspecto geral da Seção 1 (Grupo Controle). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’19.87” S, 49°23’3.21” O. Figura 5. Aspecto geral da Seção 2 A (Grupo Controle). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’24.43” S, 49°23’8.89” O. Figura 6. Aspecto geral da Seção 3 (Grupo Controle). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’29.69” S, 49°23’11.84” O. 29 Figura 7. Aspecto geral da Seção 2 B (Grupo Estudado). Coordenadas junto à margem do córrego: 23°12’16.01” S, 49°23’04.83” O. 30 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos durante o monitoramento do Grupo de Estudo e Grupo Controle estão dispostos na Tabela 3. A Tabela 3 indica o número de larvas encontradas por Seções (1, 2 A e 3) no Grupo Controle e na Seção 2 B do Grupo Estudado nos anos de 2010 e 2011 respectivamente: Grupo Controle 2010 Grupo Controle 2011 Grupo Controle 2010 Grupo Controle 2011 Grupo Controle 2010 Grupo Controle 2011 Grupo Estudado 2010 Grupo Estudado 2011 Seção 1 Seção 1 Seção 2 A Seção 2 A Seção 3 Seção 3 Seção 2 B Seção 2 B Julho 11 9 10 15 11 14 3 2 Agosto 8 8 9 12 10 9 2 1 Setembro 11 7 10 12 10 9 2 0 Outubro 12 10 12 14 13 12 4 2 Novembro 13 10 11 16 14 14 3 2 Dezembro 13 12 15 15 14 13 3 3 Como pode ser observado através dos resultados não houve grande variação no número de larvas encontradas nas três Seções do Grupo Controle nos anos de 2010 e 2011. Quando comparados as Seções 2 A e 2 B do grupo controle e do grupo estudado percebe-se uma alta variação nos resultados. Nos resultados percebe-se um número menor de indivíduos do Grupo Estudado quando comparado ao Grupo Controle. Provavelmente, este resultado está relacionado ao fato de que no ponto onde foram realizadas as coletas no Grupo Estudado não havia mata ciliar. Para Azevedo; Hamada (2008) as fêmeas destes animais depositam seus ovos em locais sombreados às margens ou sobre os cursos d’água. Este fato pode estar ligado à baixa incidência destes animais neste curso d’água. 31 O Gráfico 1 demonstra o número de larvas nas três seções de amostragem do Grupo Controle. Gráfico 1. Número de larvas encontradas segundo a seção. Como se observa no Gráfico 1 não há alterações significativas no número de larvas encontrados nas três Seções do Grupo Controle, ainda observa-se uma tendência temporal nas três seções de amostragem, onde os meses de menor incidência foram os de julho e agosto, enquanto os de maior foram os meses de novembro e dezembro. Na seção 1 no ano de 2010 foram encontrados um total de 68 larvas enquanto no ano de 2011 esse número diminuiu para 56, na seção 2 o número encontrado no ano de 2010 foi de 69 indivíduos enquanto que no ano de 2011 esse número teve um aumento para 77, já na seção 3 foram encontrados 72 indivíduos em 2010 e 69 no ano de 2011. Para Storer; Usinger, (1971) essas alterações são relativamente normais já que estes animais tem metamorfose completa podendo haver transformaçõesdestes insetos em formas maduras ao longo dos meses, para as três seções os resultados dos testes físico-químicos foram semelhantes, o pH mostrou-se de neutro (7) nos meses de dezembro e novembro (2010) na seção 3 a alcalino (7.4) na seção 2 nos meses de julho (2010/2011), a temperatura máxima da água foi alcançada pela seção 3 com 24 ºC no mês de 11 8 11 12 13 13 9 8 7 10 10 12 10 9 10 12 13 15 12 10 12 14 14 15 11 10 10 13 14 14 12 9 9 12 14 13 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 Número de larvas encontradas por pontos de coleta no Grupo Controle Seção 1 Seção 2 Seção 3 32 dezembro, enquanto a mínima foi observada na seção 1 no mês de julho com 19,3 ºC, o oxigênio dissolvido ficou entre 10 e 11 ppm, as análises de cloro, amônia total e amônia tóxica foram negativas. As comparações entre o Grupo Controle e o Grupo Estudado em relação ao número de larvas encontradas nas seções 2A e 2B podem ser observadas no Gráfico 2: Gráfico 2. Análise comparativa por grupo estudado seção 2. O Gráfico 2 mostra que foram encontradas um total de 146 larvas de Coridálidos (Corydalus cornutus) na seção 2 A do córrego que foi utilizado como Grupo Controle e um total de 31 larvas na mesma seção (2 B) no córrego estudado nos anos de 2010 e 2011 somando um total de 177 larvas capturadas e soltas, sendo que, apesar da alta variação quando comparados os dois grupos observa-se que o mês em que ocorreu maior incidência foi dezembro, com 15 (8,4%) larvas no grupo controle no ano de 2010 e no ano de 2011 representando 16,8% e 4 (2,2%) larvas no grupo estudado em 2010 e 5 (2,8%) em 2011 de um total de 177 larvas capturadas ao longo dos meses. Pela análise do gráfico constata-se um aumento no 10 9 10 12 13 15 12 10 12 14 14 15 3 2 2 3 3 4 2 1 2 2 2 5 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 Número de larvas encontradas por grupo estudado Grupo controle Grupo estudado 33 número de indivíduos tanto no grupo no Grupo Controle quanto no Grupo Estudado a partir do mês de setembro nos anos; corroborando com as ideias de Storer; Usinger, (1971) este aumento no número de indivíduos pode estar ligado ao fato que a partir do mês de setembro, após o término do inverno e o início da primavera aconteça o acasalamento e a postura de ovos da maioria das espécies de insetos inclusive aos insetos da Ordem Megalóptera. Em novembro no ano de 2010, no grupo controle foram encontradas 13 (7,3%) larvas, seguido por outubro 12 (6,8%), setembro e julho 10 (5,6%), agosto 9 (5%). No ano de 2011 em outubro e novembro foram encontradas 14 larvas (7,9%), seguidos por: setembro e julho com 12 (6,8%) e agosto com 10 (5,6%) larvas. Quando comparado ao grupo estudado vemos uma grande alteração no número de indivíduos, em outubro, novembro e julho de 2010 foram capturadas 3 (1,7%) larvas, agosto e setembro 2 (1,1%), em 2011 foram encontradas 2 (1,1%) larvas nos meses de julho, setembro, outubro e novembro, no mês de agosto apenas uma larvas foi encontrada (0,5%). Resultados semelhantes foram encontrados no trabalho de Munguia (2007), onde o número de insetos da família corydalidae encontrados em córregos da região central do México foi baixa. 34 Para as três seções do Grupo Controle os resultados do pH apresentaram- se estáveis. O Gráfico 3 apresenta os valores de pH da água dos córregos monitorados. Gráfico 3. pH da água dos córregos Seções 2A e 2B. O Gráfico 3 aponta que no Grupo Controle e no Grupo Estudado no decorrer dos meses não houve grande variação no valor do pH da água dos córregos, no Grupo Controle o mês que teve o pH mais alcalino foi o mês de julho de 2010 (7,3) e julho de 2011 (7,4), seguidos por outubro e dezembro do ano de 2010, (7,2), agosto, setembro e outubro 7,1. No córrego controle a mata ciliar é abundante protegendo as águas da incidência dos raios solares. No grupo estudado também não foi observado uma variação significativa, porém todos os valores obtidos foram abaixo de 7, demostrando a acidez da água, no mês de agosto foi encontrado o valor de pH em torno de 6,9, nos meses seguintes como demonstra o gráfico, há uma baixa gradativa até atingir o pH de 6,5 no mês de dezembro, neste córrego onde foi realizado o estudo não há nenhuma cobertura vegetal, é uma área de pastagem de bovinos com alta incidência de raios solares durante todo dia. Segundo Feltre (2004) a incidência solar faz com que a 0 2 4 6 8 10 12 14 16 R$40,300.00 R$40,400.00 R$40,500.00 R$40,600.00 R$40,700.00 R$40,800.00 R$40,900.00 R$41,000.00 6 6.2 6.4 6.6 6.8 7 7.2 7.4 7.6 pH Grupo Controle pH Grupo Estudado Grupo controle Grupo estudado 35 temperatura da água aumente e o pH diminua, devido a auto ionização da água (H2O↔H ++OH-), onde há um aumento dos íons H+, diminuindo o pH. Para Deberdt (1997) as águas superficiais naturalmente possuem um pH entre 4 a 9. Estes resultados refletem o tipo de solo por onde a água percorre, em solos com grande quantidade de carbonatos e bicarbonatos a água tende a ser mais alcalina, diferentemente de águas com muita matéria orgânica onde é liberada uma grande concentração de dióxido de carbono (CO2) pela decomposição da mesma; o dióxido de carbono (CO2) reage com a água (H2O) formando o ácido carbônico (H2CO3), representado pela equação: H2O+CO2→ H2CO3, diminuindo o pH da água (FELTRE, 2004), no entanto; Silveira (2004) considera que os valores de pH adequados à manutenção da vida aquática devem estar entre 6 e 9 unidades e ainda afirma que o pH quando baixo interfere no tipo de comunidade de insetos bentônicos, Mortimer; Machado (2012) corroboram com as ideias de Silveira (2004) ao afirmar que os valores de pH quando abaixo de 5,8 unidades acondicionam desequilíbrio e morte de insetos aquáticos. Na seção 2 do Grupo Controle observa- se uma relação entre o aumento de pH e o aumento do número de indivíduos, resultados compatíveis com as observações de Almada; Würdig (2000), no entanto Em ambos ambientes os valores encontrados estão dentro dos padrões recomendados pela Resolução CONAMA 357/05 (BRASIL, 2005) para águas continentais (pH entre 6,0 e 9,0 para águas de Classes I, II, III e IV). 36 O Gráfico 4 aponta o número de larvas encontradas relacionando a temperatura da água e o mês: Gráfico 4. Número de larvas encontradas conciliando a temperatura e o mês. O Gráfico 4 mostra que o mês que obteve menor temperatura no Grupo Controle foi julho (20 ⁰C) no ano de 2011 e no mesmo mês do ano de 2010 (20,3 ºC) e o que obteve a maior temperatura foi o mês de dezembro (23,7 C⁰) de 2011 e novembro deste mesmo ano (23,5 ºC), nos demais meses a temperatura oscilou entre 22,4⁰C a 19,3 ⁰C. No Grupo Estudado o mês com a maior temperatura foi dezembro (26, 7 ºC) de 2010 e com a menor temperatura setembro (20,1 ⁰C) de 2011. O aumento gradativo da temperatura no grupo estudado pode ser explicado através da baixa vegetação na margem do córrego, e também pelo término do inverno no mês de setembro. Para Nascimento (2009) aumentos significativos de temperatura nos corpos d’água são geralmente decorrentes de despejos de origem industrial, esgotos domésticos e descargas de usinas termoelétricas. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 Grupo controle Grupo estudado Temperatura 1 Temperatura 2 37 A temperatura da água exerce uma grande influência nos processos físicos, químicos e biológicos na água, e também na solubilidade dos gases dissolvidos. Uma elevada temperatura faz diminuir a solubilidade dos gases, como o oxigênio dissolvido, aumentando a taxa de permuta dos gases, podendo haver mau cheiro, isso ocorre com a liberação de gases com odores desagradáveis (Gomes, 2009). Segundo Gomes (2009) vários tipos de organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica inferior e superior, temperaturas ótimas para crescimento, desova e incubação dos ovos. As variações da temperatura são partes do regime climático e também devido ao fato dos corpos d'água naturais apresentar variações ao passar por determinadas épocas do ano. Friberg e seus colaboradores (2001) afirmam que o principal fator para a ecologia e evolução dos insetos aquáticos tem relação intrínseca com a temperatura da água em regiões onde a temperatura e as durações dos períodos de congelamento estipulam um papel primordial na estrutura e composição de comunidades de insetos aquáticos. Observa-se com o auxílio da Tabela 4 que não houve presença de cloro em nenhuma das amostras coletadas no Grupo Controle e no Grupo Estudado ao longo do período de amostragem. Tabela 4. Indica a presença de cloro nos locais estudados: Seção 1 Seção 2 Seção 3 Grupo Controle Não detectado Não detectado Não detectado Grupo Estudado *** Não detectado *** Para Silveira (2010) o cloro é tóxico para todos os organismos aquáticos, age destruindo o epitélio das brânquias e provocando a morte por asfixia. 38 O Gráfico 5 apresenta o número de larvas relacionando-as ao oxigênio dissolvido na água e ao mês em que foram encontradas: Gráfico 5. Número de larvas encontradas compondo, oxigênio dissolvido e mês. Como observado no Gráfico 5 há uma grande relação entre oxigênio dissolvido e números de indivíduos encontrados. No Grupo Controle onde o oxigênio dissolvido varia entre 10ppm a 11ppm notamos um número elevados de larvas, já no Grupo Estudado onde a oxigenação da água é baixa, oscilando entre 3,5ppm a 6ppm percebemos que o número de insetos é muito baixa. Nos meses de dezembro de 2010 e 2011 a oxigenação da água ficou em 11ppm nestes meses foi encontrada a maior quantidade de larvas no Grupo Controle com 15 em cada mês (10,1%) de um total de 146 larvas capturadas neste grupo. No córrego estudado o mês que teve a menor quantidade de oxigênio é agosto de 2011 com 3,5ppm, com um número de 1 (9,6%) larva encontrada. Para Contreras-Ramos (2007) todas as espécies da família corydalidae necessitam de oxigenação abundante nas águas em que vivem. Bis; Komala (2005) corroboram com as ideias de Contreras-Ramos (2007) afirmando que as larvas destes animais são muito sensíveis a baixos níveis de oxigênio na água, com preferência a água frias saturadas de oxigênio. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 R$40,300.00 R$40,400.00 R$40,500.00 R$40,600.00 R$40,700.00 R$40,800.00 R$40,900.00 R$41,000.00 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 O.D. Grupo Controle O.D. Grupo Estudado Grupo Controle Seção 2 Grupo Estudado Seção 2 39 A concentração de oxigênio dissolvido (OD) na água depende de dois fatores principais: a temperatura da água e a pressão atmosférica. Quanto menor a temperatura e maior a pressão, maior a oxigenação da água. As principais fontes de perda de OD são o consumo pela decomposição de matéria orgânica, perdas para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos, como o ferro e o manganês (Esteves 1998). Segundo Silveira (2010) concentrações entre 1,0ppm à 4,0ppm de oxigênio dissolvido na água se torna estressante a todos organismos aquáticos, condições de acima de 5,0ppm fornecem uma condição adequada a vida destes organismos. A Resolução CONAMA 357/05 sugere que o limite mínimo para o oxigênio dissolvido seja: 6ppm para águas de Classe I, 5ppm para águas de Classe II, 4ppm para águas de Classe III e superior a 2ppm e inferior a 4ppm para águas de Classe IV, no mês de agosto (3,5ppm) a água do Grupo Estudado se enquadrou na Classe IV, onde a concentração do oxigênio dissolvido (O.D.) é superior a 2ppm e inferior a 4ppm. A presença de oxigênio é essencial para diversos organismos aquáticos nos processos metabólicos de bactérias aeróbias e outros micro-organismos responsáveis pela degradação de poluentes nos sistemas aquáticos, os quais utilizam oxigênio como aceptor de elétrons. Ele entra na água via difusão na superfície, bem como via processos fotossintéticos, os quais ocorrem devido às algas e plantas submersas (Rocha; Rosa; Cardoso, 2004). 40 O Gráfico 6 refere-se concentração de Nitrito NO2 (ppm) encontrada nas amostras coletadas: Gráfico 6. Concentração de Nitrito NO2 (ppm). O Gráfico 6 mostra a concentração de nitrito NO2 (ppm) nos meses de julho a dezembro nos grupos Estudado e Controle. Segundo os resultados obtidos, apenas no grupo Estudado foi observadas concentrações de nitrito nas águas, ficando o grupo Controle isento dessa substância no decorrer dos meses. O mês que obteve maior concentração foi setembro, outubro e dezembro de 2010 e novembro de 2011 com 0,5ppm, os demais meses tiveram o resultado de 0,25ppm. Para Silveira (2010) a concentração de 0,25ppm é aceitável para os organismos aquáticos, enquanto 0,5ppm já demonstra uma condição estressante à vida aquática. Para a Resolução CONAMA 357/05 as concentrações de nitrito em água doce não deve ultrapassar 1ppm, os resultados obtidos não excederam este valor (BRASIL, 2005). As atividades humanas vêm aumentando dramaticamente a quantidade de nitrogênio inorgânico liberado nos ecossistemas, seja através da aplicação de fertilizantes na agricultura, da descarga de dejetos humanos e de seus rebanhos, ou 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 Grupo Controle Grupo Estudado Nitrito (Seção 2 A) Nitrito (Seção 2 B) 41 da queima de combustíveis fósseis. Os excessos de nitrogênio são eventualmentetransportados para corpos d´água, onde podem, na forma de nitrato, nitrito e amônio, podem atingir concentrações tóxicas para os organismos aquáticos (JIQUIRIÇA, 2010). Ainda, quando encontrado em elevadas concentrações, pode conduzir a um processo de produção exagerada de algas, o que causa o processo de eutrofização das águas (PIEDRAS et al., 2006). Para a concentração de Amônia Total e Amônia Tóxica das amostras coletadas, observa-se na Tabela 5: Meses de Análise Grupo Controle Amônia Total Grupo Controle Amônia Tóxica Grupo Estudado Amônia Total Grupo Estudado Amônia Tóxica Seção 2 Seção 2 Seção 2 Seção 2 Jul/2010 0 0 0.25 0.001 Ago/2010 0 0 0.5 0.002 Set/2010 0 0 0.5 0.001 Out/2010 0 0 0.5 0.001 Nov/2010 0 0 0.25 0.001 Dez/2010 0 0 0.5 0.002 Jul/2011 0 0 0.5 0.002 Ago/2011 0 0 0.25 0.001 Set/2011 0 0 0.5 0.002 Out/2011 0 0 0.5 0.002 Nov/2011 0 0 0.25 0.001 Dez/2011 0 0 0.25 0.001 A Tabela 5 aponta a concentração de amônia total (NH3) e amônia tóxica dissolvida na água, como observado, no Grupo Controle não houve alteração, permanecendo em 0ppm tanto para amônia total quanto para amônia tóxica no decorrer dos meses monitorados; no grupo estudado foi encontrado uma pequena quantidade de amônia total e também amônia tóxica, ficando com uma concentração 42 de 0,5ppm nos meses de agosto, setembro, outubro, dezembro de 2010 e julho, setembro, outubro de 2011, e 0,25ppm nos meses de julho, novembro de 2010 e agosto, novembro, dezembro de 2011. Para amônia tóxica foi encontrado nos meses de agosto, setembro, outubro, dezembro de 2010 e julho, setembro, outubro de 2011 um valor de 0,002ppm, em julho e novembro de 2010 e em agosto, novembro, dezembro de 2011 a amônia tóxica ficou em 0,001ppm. A concentração de amônia tóxica foi calculada, como percentual da amônia total, considerando-se a temperatura e o pH. Para Piedras et al., (2006) os compostos derivados do nitrogênio dissolvidos na água indicam a presença de poluição orgânica devido a ação de processos biológicos ativos, podendo em altas concentrações causar vários danos fisiológicos aos organismos aquáticos podendo leva-los a morte. Segundo Silveira (2010) as condições estressantes aos organismos aquáticos referentes à amônia total é acima de 0,1ppm e para amônia tóxica é acima de 0,02ppm, portanto tanto no Grupo Controle quanto no Grupo Estudado as amostras se encontram adequadas a vida aquática. 43 O Gráfico 7 registra a frequência total das larvas encontradas segundo os grupos: Gráfico 7. Frequência das larvas encontradas segundo os grupos. Como observado o Gráfico 7 mostra o número de larvas encontradas nos Grupos Controle e Estudado. O monitoramento foi realizado durante o segundo semestre dos anos de 2010 e 2011. No Grupo Controle foram encontradas um total de 146 larvas, no grupo controle 31. Como demostra os resultados houve uma grande variação quando comparados os dois grupos, o trabalho foi realizado em função de dados quantitativos em decorrência do número de larvas encontradas, esses resultados mostram a importância de se manter a qualidade do ambiente, principalmente os ambientes aquáticos, já que estes são de primordial importância à vida do homem. Grupo Controle 82% Grupo Estudado 18% Total de Larvas Encontradas 44 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Quando comparados os cursos d´agua monitorados, percebem-se poucas variações das características físico-químicas da água, contudo as variações do oxigênio dissolvido se mostrou importante. A quantidade de larvas encontradas de forma geral, portanto reflete a sensibilidade das mesmas na falta de O.D. na água. Os dados coletados no estudo comprovam que existe uma grande pressão antrópica sobre a fauna do ribeirão Boa Vista, refletindo no reduzido número de indivíduos na comunidade destes insetos no determinado local. A alteração observada na comunidade de coridálidos (Corydalus cornutus) na Seção 2 B do ribeirão Boa Vista indica sua suscetibilidade às mudanças em suas características. Essa seção apresentou atividades antrópicas que alteraram visualmente as condições físicas e ecológicas da área onde foi realizado o estudo, como resultado observou-se a mudança no número de indivíduos dessa comunidade, quando comparado ao Grupo Controle. Os resultados disto foram a baixa incidência de insetos no ponto de coleta no Grupo Estudado, contrariando quantitativamente uma fauna mais abundante no Grupo Controle onde não foi observado indícios de impacto ambientais causados pelo homem. Estes resultados são de primordial importância para se avaliar a real qualidade da água. O monitoramento dessa comunidade ao longo de um maior período poderá fornecer informações adequadas para monitorar futuras mudanças no Ribeirão Boa Vista e em outros rios e córregos da região sudoeste do estado de São Paulo. A baixa incidência destes animais neste curso d’água alteram as relações ecológicas podendo favorecer outras espécies, principalmente a população de dípteros dos quais estes animais se alimentam, ocasionando riscos a população do município. 45 Bibliografia ALMADA, C. M. W.; WÜRDIG, N. L., Avaliação da Fauna Bentônica em Ambiente Aquático. In: Centro de Ecologia/UFRGS. Carvão e Meio Ambiente. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFGRS, 2000. p.784-791. ARIAS, Ana Rosa Linde et al. Utilização de bioindicadores na avaliação de impacto e no monitoramento da contaminação de rios e córregos por agrotóxicos. Ciência & Saúde Coletiva, 12(1):61-72, 2007. AZEVÊDO, Carlos Augusto Silva de; HAMADA Neusa, 2008. Ordem Megaloptera Latreille, 1802 (Arthropoda: Insecta), In: Guia on-line: Identificação de larvas de Insetos Aquáticos do Estado de São Paulo. Froehlich, C.G. (org.). Disponível em: <http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/guiaonline> Acesso: 20 mar. 2011 BIS, Barbara; KOSMALA, Grażyna. 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