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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
CAMPUS DE BOTUCATU 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS QUANTI-QUALITATIVAS DA SILAGEM DE MILHO NO 
SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA 
 
 
 
 
NELSON DE ARAUJO ULIAN 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa 
de Pós-graduação em Zootecnia como 
parte das exigências para obtenção do 
título de Mestre. 
 
 
 
 
 
 
BOTUCATU-SP 
Agosto – 2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
CAMPUS DE BOTUCATU 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS QUANTI-QUALITATIVAS DA SILAGEM DE MILHO NO 
SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA 
 
 
 
NELSON DE ARAUJO ULIAN 
Zootecnista 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Ciniro Costa 
Coorientadores: Prof. Dr. Marcelo Andreotti 
 Prof. Dr. Paulo Roberto de Lima Meirelles 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa 
de Pós-graduação em Zootecnia como 
parte das exigências para obtenção do 
título de Mestre. 
 
 
 
 
BOTUCATU-SP 
 
Agosto – 2013 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ofereço a 
Deus por iluminar meus passos e estar constantemente em minha vida. 
 
Dedico 
Primeiramente a minha família, por ser sempre meu porto seguro. 
 
Aos meus pais, Ednelson Palomares Ulian (in memoriam) pelos ensinamentos, 
companheirismo e amor dedicado durante toda sua vida. A minha mãe, Heliete 
Heloisa de Araujo, eterna guerreira, a qual nunca mediu esforços para meu sucesso, 
pelos momentos de amor, de conselhos, carinho e apoio, sem dúvida meu exemplo de 
vida. 
 
A minha irmã Melina de Araujo Ulian, que sempre me apoiou, deu forças nos 
momentos de fraqueza, broncas nos momentos em que estive errado, enfim, minha 
grande amiga, confidente. 
 
A minha avó Joana, minha luz, que sempre me passou o significado da família, 
respeito, educação, obrigado por todas as orações e por estar sempre ao meu lado 
desde os meus primeiros passos. 
 
A minha namorada Letícia, por me apoiar e ajudar nos momentos difíceis, com quem 
sempre pude contar com uma palavra sábia e um momento de conforto. 
 
Ao meu tio Manoel Garcia Neto, famoso tio Mané, por desde novo ser o exemplo a ser 
seguido em minha profissão e por em momento nenhum me negar ajuda no 
entendimento e compreensão das análises deste experimento. Muito Obrigado. 
 
A todos meus familiares, Avós, Tios, Primos, dentre outros, por acreditarem em meu 
sucesso. 
"Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, 
mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei" 
 
 Caio Fernando de Abreu 
 
“Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.” 
 
Jean Cocteno 
 
v 
 
Agradecimentos 
 
Ao Prof. Dr. Ciniro Costa, orientador e amigo, pelos ensinamentos transmitidos, 
respeito, apoio, confiança em mim depositada, oportunidades e liberdade de ação 
durante a realização do curso. 
 
Aos co-orientadores Prof. Dr. Marcelo Andreotti e Paulo Roberto de Lima Meirelles 
pelo apoio, conselhos e amizade durante o curso. 
 
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela 
concessão da bolsa de estudo. 
 
Ao Prof. Dr. João Paulo Franco da Silveira, pelos inúmeros conselhos, ensinamentos e 
companheirismo durante toda minha Pós-graduação, demonstrando que é possível 
ainda crer em amigos verdadeiros. Muito Obrigado. 
 
A todos os discentes, e funcionários da FMVZ, sem os quais seria impossível a 
realização deste trabalho. 
 
A equipe de Qualidade e Conservação de Forragens (QCF) do Departamento de 
Zootecnia da ESALQ/USP, pelo apoio durante a realização das análises laboratoriais, 
em especial ao meu amigo desde os tempos de graduação, Álvaro Wosniak Bispo, 
pela ajuda durante as análises, compreensão e companheirismo. 
 
A Coordenadora do Programa de Pós-graduação Professora Dra Margarida Maria 
Barros e aos funcionários da Seção de Pós-graduação - Posto de Serviço/Lageado 
Seila Cristina Cassineli Vieira e Carlos Pazini Junior, pela amizade e ajuda nos 
momentos difíceis. 
 
Aos amigos do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia: João Paulo Franco da 
Silveira, Vivian Lo Tierzo, Cauê Augusto Surge, Maria Caroline, Carolina Bresne, 
Francielli Aparecida Cavasano, Marco Aurélio Factori, Luis Carlos Vieira, Marina 
Gabriela Berchiol da Silva, Guilherme Mendes Machado Franco de Arruda, Cristiano 
Magalhães Pariz pela amizade, compreensão e ajuda durante o curso. 
 
vi 
 
Aos meus amigos, Rafael Pieroni Catojo, Jonas Teixeira Granuzzo, Eric Rossi, Felipe 
Parise, Rafael Pessin, Alex Ferreira e José Eduardo B. Junior, pelas muitas risadas, 
companheirismo e amizade na república. Valeu galera!!! 
 
Aos meus amigos de longa data, desde a graduação, Bruno Abbra, Paulo Godoy de 
Barros, e Rafael Castro, que sempre pude contar e demonstrando realmente serem 
meus grandes amigos. 
 
Enfim, a todos aqueles que de alguma forma tenham contribuído para o sucesso do 
curso. 
 
“Meu muito obrigado”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
Sumário 
 
 
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 8 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................... 9 
Cultura do milho destinado à ensilagem ..................................................................10 
Estádio de colheita do milho para ensilagem ...........................................................10 
Altura de colheita do milho para ensilagem ..............................................................11 
Processamento da massa de forragem do milho antes da ensilagem ......................13 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................14 
CAPÍTULO 2 ...............................................................................................................18 
CARACTERÍSTICAS QUANTI-QUALITATIVAS DA SILAGEM DE MILHO NO 
SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA .............................................19 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................21 
MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................22 
RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................26 
CONCLUSÕES .......................................................................................................34 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................35 
CAPÍTULO 3 ...............................................................................................................39 
IMPLICAÇÕES ........................................................................................................40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Nos últimos anos, têm-se buscado a sustentabilidade tanto da produção de 
grãos como também da atividade pecuária. Práticas de manejo que sustentam esta 
teoria estão ganhando espaço no atual panorama mundial de produção vegetal e 
animal. O Brasil possui elementos tecnológicos para implantar a terceira revolução 
verde, sendo desta vez de forma sustentável, podendo tornar-se o celeiro do mundo 
no século XXI. Mas a adequação a essa nova realidade requer investimentos em 
infraestrutura, armazenamento, dentre outros (KLUTHCOUSKI, 2005). 
Em diversas regiões do mundo, a recuperação de áreas degradadas, a redução 
dos custos de produção e o uso intensivo da área durante todo o ano, estão sendo 
viabilizados pelo sistema de integração lavoura-pecuária (SILP) sob sistema plantio 
direto (SPD), envolvendo o cultivo deculturas graníferas e a pecuária, gerando 
resultados sócio-econômicos e ambientais positivos (TRACY & ZHANG, 2008; 
RUFINO et al., 2009; PARIZ et al., 2009; CARVALHO et al., 2010). 
O SILP é uma prática que tem contribuído para a viabilização econômica das 
propriedades rurais e da semeadura direta, podendo ser definida como um sistema 
que integra duas atividades com os objetivos de maximizar racionalmente o uso da 
terra, das infraestruturas e da mão de obra, diversificar e verticalizar a produção, 
minimizar custos, diluir os riscos e agregar valor aos produtos agropecuários, por meio 
dos recursos e benefícios que uma atividade proporciona à outra (MELLO et al., 2004). 
De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), no ano 
agrícola de 2010/11, a área do território brasileiro cultivada com grãos foi de 
aproximadamente 50,4 milhões de hectares e a área cultivada sob sistema plantio 
direto (SPD) por volta de 35 milhões de hectares. Segundo dados da Federação 
Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), a área que utiliza a tecnologia de 
SPD gira em torno de 53,6% das áreas cultivadas com cereais (TRECENTI, 2012). 
A importância da cultura do milho em áreas de integração lavoura-pecuária é 
destacada por Trogello et al. (2012), demonstrando as inúmeras formas de utilização 
deste cereal, seja na alimentação animal, na forma de grãos ou de forragem verde ou 
conservada (silagem), quer seja na alimentação humana ou na geração de receita, 
mediante a comercialização da produção excedente. 
Assim sendo, dentre as espécies mais utilizadas em consórcio na ILP destaca-
se a cultura do milho, sendo o cereal mais produzido no Brasil, com área cultivada na 
safra 2011/12 de aproximadamente 7,5 bilhões de hectares, obtendo produtividade 
média de grãos de 4.481 kg ha-1 (CONAB, 2012). 
10 
 
Cultura do milho destinado à ensilagem 
 
A fim de suprir a baixa oferta de forragem no período de estacionalidade das 
gramíneas, a prática da ensilagem é usualmente utilizada e difundida por todo território 
nacional. Tal prática visa contornar as adversidades climáticas e proporcionar aos 
animais um alimento de boa qualidade, auxiliando na manutenção da produção animal 
em período crítico do ano. 
De acordo com Pimentel et al. (1998), para produzir silagem, faz se necessário a 
utilização de espécies forrageiras com elevada produção de massa e alta qualidade; 
assim, Alves Filho et al. (2000) apontam o milho como uma cultura muito consagrada 
na confecção de silagem, por apresentar elevada produtividade de massa verde com 
excelente qualidade de fermentação no ponto ótimo de corte. 
O elevado valor energético, o baixo teor de fibra, a alta produção de massa seca 
por unidade de área, facilidade de colheita e os bons padrões de fermentação da 
silagem, sem a necessidade de utilização de aditivos ou pré secagem, são 
características que fazem da planta de milho uma das forragens mais utilizadas em 
silagens para ruminantes (PEREIRA et al., 2004). 
Os nutricionistas brasileiros, responsáveis por aproximadamente 3.163.750 
animais confinados, quando pesquisados, apontaram a silagem como fonte primária 
de volumosos para animais confinados (67,7%), sendo a silagem de milho a mais 
utilizada, representando 38,1% deste total (MILLEN et al., 2009). 
 
Estádio de colheita do milho para ensilagem 
 
O estádio de colheita ideal é algo discutível, preconiza-se que o ponto de 
colheita do milho para ensilagem fique por volta de 30 a 35% de matéria seca (MS), 
condições em que a planta reúne características desejáveis para uma boa confecção 
da silagem, tais como baixo poder tampão, mínimo de 3% de carboidratos solúveis e 
alto valor energético, porém, pesquisadores vêem aferindo pontos de colheitas mais 
tardios, como na maturação fisiológica do grão, onde ocorre maior acúmulo de amido 
nos grãos e também maior participação da espiga na massa ensilada. 
A percentagem de matéria seca e grãos estão diretamente correlacionados com 
o estádio de colheita escolhido para a confecção da silagem. De acordo com Silveira 
(2009), teores de umidade acima de 70% favorecem o desenvolvimento de bactérias 
11 
 
do gênero Clostridium, produtoras do ácido butírico, além de ter correlação negativa 
com a queda de pH, sendo essas características indesejáveis para uma boa silagem. 
Em estudos conduzidos por Neumann et al. (2006), verificou-se valores 
heterogêneos de porcentagem de matéria seca (MS) das frações e de composição 
morfológica da planta e concluíram que não é possível definir um momento padrão de 
corte mais adequado para silagem. Neste sentido, Giardini et al. (1976), obtiveram a 
máxima produção de massa seca de silagens de milho por área quando a parte 
vegetativa das plantas de milho estavam com 40% de MS e os grãos com 60 a 62% 
de MS. 
A fração fibrosa da planta, constituída de colmo, folhas e brácteas, pode 
representar mais de 50% da MS da planta, portanto, influencia a produção de massa 
seca e o valor nutritivo da planta inteira (WOLF et al., 1993). Segundo Fahl et al. 
(1994), o posicionamento da linha do leite demonstrou ser característica facilmente 
visível para o acompanhamento do processo de maturação e avaliação da umidade do 
grão. Em conformidade a isso Lauer (1999), citado por Silveira (2009), destacou ainda 
que a evolução da linha do leite no grão é o principal indicador do teor de MS da 
planta inteira. 
Assim, Fairey & Daynard (1978), citados por Almeida (2000), destacaram que 
plantas bem nutridas após o enchimento dos grãos e o acúmulo de massa seca 
indicado pela secagem das brácteas, sugere o término da translocação dos nutrientes 
para espiga e fechamento dos grãos. 
Beleze et al. (2003), avaliando cinco híbridos de milho para silagem também, 
constataram que com o avanço da maturidade, a proporção de espiga em relação á 
planta inteira foi maior, devido à compensação dos processos de formação e 
translocação de substâncias orgânicas para o grão. A importância da maior 
participação da espiga na melhoria do valor nutritivo da forragem foi realçada por 
Ferreira (1990). Portanto, a maior participação da espiga é desejável como 
característica que pode elevar o teor de MS da planta e influenciar na melhoria da 
qualidade da forragem e durante o processo de conservação. 
 
Altura de colheita do milho para ensilagem 
 
De acordo com Neumann et al. (2007a), na cultura do milho vários aspectos 
causam alterações na qualidade da silagem, como a escolha do híbrido, o estádio de 
maturação da planta, além de aspectos agronômicos como tipo de solo e clima. Na 
12 
 
produção das silagens, aspectos relacionados ao tamanho de partículas e à altura de 
colheita de plantas afetam o grau de compactação, pois, conforme descrito por Senger 
et al. (2005), quanto menor a partícula e maior a altura de colheita, melhor a 
compactação e, consequentemente, melhor condição de anaerobiose, que é decisiva 
no processo de conservação. 
Para Nussio et al. (2001), silagens de milho colhida em altura mais elevada 
devem contribuir não somente para aumentar a reciclagem da matéria orgânica no 
solo, mas também para retornar grandes quantidades de potássio (K) que se 
encontram nos internódios inferiores da planta. Resultados de Jaremtchuk et al. (2006) 
demonstraram que a elevação na altura de corte da planta de milho para silagem de 
20 para 40 cm reduziu em média 19,1% a extração de K. Assim, a ciclagem deste 
nutriente é positiva para o estabelecimento de um programa duradouro a longo prazo 
de exploração de áreas para produção de silagem, e merecem avaliação econômica, 
levando em consideração a produtividade ao longo dos anos para justificar a 
recomendação. 
Em estudos avaliando o efeito do tamanho de partícula e da altura de corte de 
plantas de milho, Neumann et al. (2007 b) verificaram que silagens de milho colhido à 
altura de 30 cm e com partículas pequenas apresentaram maioresteores de matéria 
seca (28,7%) em comparação à de milho colhido com altura de corte alta e partícula 
grande (26,2%), porém não observaram efeito da interação altura de colheita das 
plantas x tamanho de partícula sobre as perdas de MS, proteína bruta (PB) e fibra em 
detergente neutro (FDN). 
Adicionalmente, ao elevar a altura de corte das plantas, melhora o valor nutritivo 
da silagem de milho, por concentrar grãos e reduzir a participação de colmos e folhas 
velhas na forragem (NEYLON e KUNG JUNIOR, 2003). 
Em revisão sobre 11 estudos envolvendo altura de colheita (de 15 para 45 cm), 
Wu e Roth (2005), encontraram aumento nos teores de MS, PB e amido, e redução 
nos teores de FDN e fibra em detergente ácido (FDA), com melhorias de 4,7 e 5% na 
digestibilidade da MS e FDN, respectivamente. Esses dados confirmam estudos por 
Kung Junior et al. (2008), onde encontraram aumento na concentração de alguns 
nutrientes (PB, amido e energia), porém, sem que houvesse alteração na 
digestibilidade da FDN quando ocorreu a elevação da altura de colheita de 15 para 50 
cm. 
 
13 
 
Processamento da massa de forragem do milho antes da ensilagem 
 
O processamento da forragem a ser ensilada visa melhorar a qualidade 
do material por meio do tratamento mecânico do grão e da porção vegetativa. 
O tratamento mecânico pode ser realizado principalmente pelo esmagamento 
dos grãos ou cortes visando diminuir a fração vegetativa da planta (FACTORI, 
2008). Este tipo de processamento visa auxiliar na redução do tamanho de partícula, 
que de acordo com Passini et al. (2004) pode influenciar os padrões de fermentação 
ruminal, produção microbiana e utilização do amido e outros nutrientes no rúmen. 
A principal fonte de amido na dieta de ruminantes é oriunda dos grãos de milho. 
No entanto, seu aproveitamento depende dos métodos de processamento a que é 
submetido (THEURER, 1986). O processamento do milho serve para expor os 
grânulos de amido à digestão (BEAUCHEMIN et al., 1994), formando fissuras, 
quebrando, ou expandindo o amido, por meio da eliminação da película externa do 
grão, o pericarpo, que constitui uma barreira física que dificulta o ataque microbiano e 
a ação das enzimas digestivas do animal (KOTARSKI et al., 1992). 
Ao colher plantas em estádios de maturação mais avançados, como no ponto de 
camada negra, o processamento físico torna-se uma estratégia importante. O 
benefício do processamento dos grãos da planta de milho com teor de matéria 
seca inferior a 35% não se faz necessário. O ganho em maior 
digestibilidade do amido não é tão pronunciado nestes teores de MS, devido à maior 
porção leitosa do grão (BAL e SHAVER, 1997). 
Ao analisar o processamento mecânico (partículas de 1 mm), 
Dhiman et al. (2000) verificaram que este foi mais efetivo em estádios mais avançados 
(40% MS) na produção de leite por vacas holandesas. O processamento expõe os 
grãos aos ataques de microrganismos ruminais, implicando no maior aporte de 
carboidratos. Os mesmos autores encontraram valores inferiores para a digestibilidade 
da MS e PB em estádios de ¼ e ¾ da linha do leito do grão, por volta de 30% de MS. 
Johnson et al. (1999) também verificaram que o processamento aumentou a 
degradação ruminal do milho quando processado em avançado estádio de maturação. 
Em levantamento sobre as práticas de produção de silagem, Bernardes (2012) 
relatou que os principais entraves relacionados à produção de silagem processada, 
deve-se a falta de equipamentos e planejamento para as etapas de colheita, 
transporte e compactação da forragem, além da manutenção inadequada dos 
equipamentos. O mesmo autor destaca que apenas 9% dos produtores utilizam de 
maquinários capazes de processar os grãos. 
14 
 
Com base no exposto o Capítulo 2, intitulado: “Características quanti-qualitativas 
da silagem de milho no sistema de integração lavoura-pecuária”, redigido de acordo 
com as normas da Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira - PAB, teve como 
objetivo avaliar a silagem de milho proveniente do consórcio com capim-marandu 
(Urochloa brizantha cv. Marandu) em SPD, com duas alturas de corte em relação à 
superfície do solo (20 e 45 cm), em dois estádios de colheita (1/4 do grão leitoso e 
maturidade fisiológica), submetidos a duas formas de processamento (esmagado e 
não esmagado), além da silagem exclusiva de milho (testemunha) que serviu como 
controle, sobre o índice de participação do capim-marandu na massa a ser ensilada, a 
composição bromatológica e características qualitativas das silagens. 
 
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http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=25967&secao=Colunas%20Assinadas
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
CARACTERÍSTICAS QUANTI-QUALITATIVAS DA SILAGEM DE MILHO NO 
SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA 
 
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do estádios de 
colheita, altura de corte e processamento da silagem de milho cultivada em sistema de 
integração lavoura-pecuária. O delineamento experimental foi o de blocos 
casualizados, com quatro repetições, em esquema fatorial 2x2x2+1, sendo os 
tratamentos para a silagem de milho oriunda do cultivo solteiro e em consórcio com o 
capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu), constituídos de duas alturas de 
corte (20 e 45 cm em relação à superfície do solo), dois estádios de colheita (1/4 do 
grão leitoso e maturidade fisiológica) e duas formas de processamento da massa 
antes da ensilagem (esmagado e não esmagado). De maneira geral a produtividade 
em média de 13.500 kg MS ha-1. Houve interação para o tamanho de partícula entre 
altura e processamento, verificando que o processamento é necessário quando é 
realizada a colheita a 20 cm de altura. Os teores de ácido butírico foram em média de 
0,15% da matéria seca (MS), pH de 3,8 e níveis de N-NH3/NT abaixo de 10% na MS, 
caracterizando uma boa silagem. No sistema de integração lavoura-pecuária, a 
produtividade da cultura do milho não foi afetada pelo cultivo simultâneo do capim. A 
inclusão do capim na massa ensilada pode variar de acordo com o estádio de colheita 
adotado. De maneira geral a composição bromatológica não é afetada quando a 
massa ensilada foi colhida em um ponto de maturação mais avançado. Na ocorrência 
de veranico, a determinação do momento ideal de colheita com base na “linha de leite 
no grão” não deve ser adotado como referência para determinar a colheita do milho 
para ensilagem. 
 
Palavras chave: Brachiaria, conservação de forragem, esmagamento, estádio 
de colheita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
CHARACTERISTICS QUANTI-QUALITY OF CORN SILAGE IN SYSTEM 
INTEGRATION CROP-LIVESTOCK 
 
 
ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the effect of harvest 
time, cutting height and processing of corn silage grown on integrated crop-livestock. 
The experimental design was a randomized complete block design with four 
replications in a 2x2x2 factorial +1, and thetreatments for corn silage coming from the 
consortium with Marandu grass (Brachiaria cv. Marandu), consisting of two heights 
cutting silage (20 and 45 cm relative to the soil surface), two harvest points (3/4 of the 
milk line grain and physiologic maturity corn) and two forms of processing (crushed and 
not crushed), and treatment consisting only silage corn. Generally the yield on average 
of 13500 kg DM ha-1. There interaction for the particle size between height and 
processing, checking processing is required when harvesting is performed at 20 cm 
height. The butyric acid levels were on average 0.15% of DM, pH 3.8 and N-NH3/NT 
levels below 10% DM, featuring a good silage. In the integrated crop-livestock 
productivity of maize crop was not affected by the simultaneous cultivation of grass. 
The inclusion of grass the ensiled mass can vary in according to the harvesting stage 
adopted. In general, the chemical composition is not affected when the the ensiled 
mass was harvested at a more advanced point of maturation. In dry periods, the 
determination of the optimum time of harvest based on the "milk line in the grain" 
should not be adopted as a reference to determine the harvest of corn for silage. 
 
Key Words: brachiaria, forage conservation, crushed, harvest stage. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
INTRODUÇÃO 
 
Uma das alternativas mais utilizadas pelos pecuaristas para suprir a 
necessidade de forragens na época seca do ano, tem sido a silagem de milho ou 
sorgo. No sistema convencional, o solo tem sido arado e gradeado para semeadura do 
milho. Após a colheita para silagem, o solo fica desprotegido, por causa da remoção 
da parte aérea das plantas, e ainda tem suas características físicas alteradas, em 
consequência do intenso trânsito de máquinas na colheita e no transporte de milho 
durante a ensilagem (FREITAS et al., 2005). 
Na consorciação de forrageiras com o milho para produção de silagem, no SPD, 
a compactação do solo é menor em razão deste não ter suas estruturas alteradas pela 
aração e gradagem, ter maior cobertura no momento da ensilagem do milho e, ainda, 
contar com a ação do sistema radicular do capim, que é bastante profundo. Além 
dessas vantagens, esse consórcio oferece boa pastagem no período seco do ano 
(AGNES et al., 2004). 
De acordo com Neumann et al. (2007a), na cultura do milho vários aspectos 
causam alterações na qualidade da silagem, como a escolha do híbrido, o estádio de 
maturação da planta, além de aspectos agronômicos como tipo de solo e clima. Na 
produção das silagens, aspectos relacionados ao tamanho de partículas e à altura de 
colheita de plantas afetam o grau de compactação, pois, conforme descrito por Senger 
et al. (2005), quanto menor a partícula e maior a altura de colheita, melhor a 
compactação e, consequentemente, a condição de anaerobiose, que é decisiva no 
processo de conservação. Além disso, a elevação da altura de colheita das plantas 
aumenta o valor nutritivo da silagem de milho, pela maior concentração de grãos pela 
menor participação de colmos e folhas velhas na foragem (NEYLON e KUNG JUNIOR, 
2003). 
Em estudos avaliando a produtividade e valor nutricional da silagem de milho em 
diferentes alturas, Oliveira et al. (2011) concluíram que o aumento da altura de colheita 
de 15 para 55 cm foi possível melhorar a qualidade e o valor nutritivo da silagem, com 
aumentos na eficiência alimentar (kg leite /T forragem) e produtividade (kg leite /ha), 
encontrando valores por volta de 1550 e 22000, respectivamente, para o híbrido DKB-
747. 
Pesquisas recentes vêm sendo desenvolvidas quanto à colheita mais tardia da 
planta de milho para ensilagem, a fim de obter o maior acúmulo de amido nos grãos e 
maior participação na massa ensilada. Porém, devem-se levar em conta os valores de 
fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) do volumoso a ser 
22 
 
ofertado, segundo Van Soest (1994) o teor de FDN é o fator mais limitante no 
consumo de volumosos por animais, sendo que teores superiores a 55-60% na massa 
seca correlacionam-se de forma negativa com o consumo de forragem. Sendo assim, 
a concentração de FDN é o componente da forragem mais consistente associado ao 
consumo, enquanto que o FDA tem importância na digestibilidade. Segundo Nussio et 
al. (1998), forragens com valores de FDA em torno de 40% ou mais, apresentam 
menor digestibilidade. 
Tais informações estão de acordo com dados encontrados por Villela et al. 
(2003), que avaliando o valor nutritivo da silagem de milho oriundas de nove cultivares, 
obtiveram valores médios de FDN e FDA de 45,7% e 27%, respectivamente, colhidos 
no ponto de maturidade fisiológica. 
Uma estratégia viável para a melhora da qualidade em silagens colhidas em 
pontos mais tardios é adoção de alguma forma de processamento mecânico da 
mesma, que tem por objetivo o esmagamento do grão e da porção vegetativa durante 
a colheita. Ainda, segundo Silveira (2009), o processamento permite a exploração de 
maior síntese líquida de biomassa pela planta e evita o impacto negativo acentuado da 
perda de energia digestível das frações grãos e vegetativa por promover maior 
digestibilidade das porções processadas. 
O processamento do milho serve para expor os grânulos de amido à digestão 
(BEAUCHEMIM et al., 1994), formando fissuras, quebrando ou expandindo o amido, 
por meio da eliminação da película externa do grão, o pericarpo, que constitui barreira 
física dificultando o ataque microbiano e a ação de enzimas digestivas do animal 
(KOTARSKI et al., 1992). 
Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar a silagem de milho proveniente do 
consórcio com capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu) em SPD, com duas 
alturas de corte em relação à superfície do solo (20 e 45 cm), em dois estádios de 
colheita (1/4 do grão leitoso e maturidade fisiológica), submetidos a duas formas de 
processamento (esmagado e não esmagado), em comparação a silagem exclusiva de 
milho sobre as características quantitativas e qualitativas das silagens. 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O estudo foi conduzido na Universidade Estadual Paulista – UNESP, Faculdade 
de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Setor de Forragicultura, Câmpus de 
Botucatu. Avaliou-se silagens de milho oriundas do consórcio com o capim-marandu, 
colhidos em duas alturas de corte do milho para silagem (20 e 45 cm), em dois 
23 
 
estádios fisiológicos no momento da colheita (1/4 do grão leitoso e maturidade 
fisiológica), submetidos ou não ao processamento de esmagamento. Assim, os 
tratamentos foram compostos em esquema fatorial 2x2x2 (altura de corte x estádio 
fisiológico x processamento) + 1 (grupo controle constituído exclusivamente por 
silagem de milho). O tratamento com milho solteiro serviu como testemunha 
(contraste), onde o mesmo foi colhido no primeiro ponto proposto, a 20 cm em relação 
à superfície do solo e não sofreu processamento, representando o que é feito 
usualmente na confecção da silagem de milho. 
Desta forma o delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, 
com quatro repetições, contendo tratamentos em esquema fatorial 2x2x2+1, como 
explicado acima. 
A semeadura ocorreu no dia 21 de Dezembro de 2011 por meio de semeadora-
adubadora para SPD, no espaçamento de 0,45 m, atingindo um estande final de 
78.000 plantas/ha. Utilizou-se o híbrido simples de milho 2B587 HX (precoce) 
recomendado para silagem de planta inteira. 
Apesar de não ter sido verificada compactação superficial do solo, utilizou-se o 
mecanismo para abertura de sulco do tipo haste escarificadora. O capim-marandu 
semeado na quantidade de 550 pontos de valor cultural (VC) porha, sendo utilizados 
aproximadamente 11 kg de sementes/ha, com VC = 51%. A semente foi misturada ao 
adubo no momento da semeadura e acondicionada no compartimento de fertilizantes 
do implemento e depositada na profundidade de 0,08 m, conformerecomendação de 
Kluthcouski et al. (2003). Na adubação mineral de semeadura aplicou-se 420 kg/ha do 
formulado 08-28-16; e na adubação mineral de cobertura, realizada em 31 de Janeiro 
de 2012, aplicando-se: 150 kg/ha de N (333 kg/ha de uréia) e 90 kg/ha de K2O (150 
kg/ha de cloreto de potássio) nas entrelinhas da cultura do milho, conforme 
recomendações de Cantarella et al. (1997), para a cultura do milho destinada a 
ensilagem. 
Devido a condições climáticas adversas (Fig. 1), a plena emergência da cultura 
do milho ocorreu 16 dias após a semeadura (06 de janeiro de 2012). Porém, o estande 
inicial de plantas foi satisfatório (média de 78.000 plantas/ha). No entanto, a 
emergência do capim ocorreu 18 dias após a semeadura (08 de janeiro de 2012). 
Essa diferença de apenas dois dias entre a emergência da cultura do milho e o capim 
proporcionou maior competição inicial entre as culturas. Com a elevada precipitação 
no mês de janeiro, a aplicação dos herbicidas à base de Nicosulfuron (16 g/ha do i.a.) 
e Atrazine (2.000 g/ha do i.a.) foi realizada apenas em 25 de janeiro de 2012. Assim, 
em função do atraso da emergência da cultura do milho e consequente competição 
24 
 
inicial do capim, além do atraso para aplicação dos herbicidas, optou-se por uma alta 
dosagem dos herbicidas. 
Entre os dias 11 e 13 de Abril, e 3 e 4 de maio de 2012, foram realizadas as 
avaliações produtivas das culturas do milho e capim nas duas épocas propostas. Para 
determinação da produtividade foram feitas amostragens das plantas em 3 metros 
lineares, sendo colhidas todas as plantas, nos pontos de colheitas e alturas pré-
determinados. Para mensuração da percentagem de grãos na silagem foram 
efetuadas a separação manual dos grãos, através do debulhamento da espiga. 
O tamanho médio de partícula foi aferido pelo método Penn State Forage 
Particle Separator de acordo com Knonoff et al (2003). 
 
 
 
 
 
Nos dias 16 de Abril e 8 de Maio de 2012, realizou-se a colheita manual do 
material a ser ensilado com 1/4 do grão leitoso e maturidade fisiológica, 
respectivamente, sendo mensurado o teor de matéria seca de cada tratamento antes 
da ensilagem (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Teores de Matéria Seca (%) dos tratamentos em função dos estádios de 
colheita e processamento. 
 
1/4 Leitoso Maturidade Fisiológica Controle 
Processado 
 
Não Processado 
 
Processado 
 
Não Processado 
 
20 
 
45 
 
20 
 
45 
 
20 
 
45 
 
20 
 
45 
 
45,56 
 
53,22 
 
44,27 
 
52,32 
 
63,18 
 
66,73 
 
62,49 
 
65,87 
 
46,95 
 
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
P
re
ci
p
it
a
çã
o
 p
lu
v
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l 
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)
T
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ºC
)
F
o
to
p
er
ío
d
o
 (
h
o
ra
s/
d
ia
)
Período (mês/ano)
Precipitação 
pluvial
Tº máxima
Tº mínima
Tº média
20122011
Figura 1: Dados climáticos levantados junto ao posto meteorológico da FCA (Faculdade 
de Ciência Agronômica) 
25 
 
Os altos teores de matéria seca dos tratamentos (Tabela 1) justificam-se pelo 
fato das adversidades climáticas ocorridas nos meses antecedentes à colheita da 
cultura. O período de estiagem fez com que a planta viesse a secar mais rapidamente 
do que os grãos, por isso, ao invés de se adotar o ponto de colheita em percentagem 
de MS, optou-se pela linha do leite como indicador visível do momento de colheita. 
Os valores de MS estão próximos aos encontrados por Silveira (2009), que 
obteve bons resultados bromatológico, apesar do elevado teor de matéria seca da 
silagem. De acordo com Wolf et al. (1993), a fração fibrosa da planta, constituída de 
colmo, folhas e brácteas, pode representar mais de 50% da matéria seca da planta, 
portanto influencia a produção de matéria seca e o valor nutritivo da planta inteira. 
Efetuou-se a picagem do material em picadeira estacionária e também o 
processamento de parte do material na ensiladora de grão úmido, onde por ação de 
dois rolos que giram em sentido contrário, obteve-se o esmagamento do material, e 
em seguida a ensilagem em silos experimentais. 
Como silos experimentais, foram utilizados canos de PVC compostos por um 
segmento de 40 cm de comprimento com 100 mm de diâmetro, contendo 400g de 
areia esterilizada no compartimento inferior para quantificar as perdas por efluentes 
geradas durante a ensilagem. A areia foi acondicionada em saquinhos feitos com 
tecido tnt, mantendo-se a massa ensilada separada da areia por meio de tela, para 
evitar a contaminação da silagem. Em cada silo experimental foi colocado cerca de 1,9 
kg de material de modo a atingir a densidade de 600 kg m-3, proporcionando boa 
compactação da massa ensilada, realizada por prensa hidráulica mantendo pressão 
por cinco minutos. Os silos foram vedados com tampas de PVC dotadas de válvulas 
tipo Bunsen para proporcionar a saída dos gases oriundos da fermentação. Após o 
fechamento do silo, todos foram pesados para se determinar a recuperação de massa 
seca e acondicionados no Setor de Digestibilidade e abertos 90 dias após a ensilagem 
da 2ª época. 
Após abertos, foi realizada a pré-secagem da silagem, utilizando-se amostras de 
300g, secas em estufa de ventilação forçada a 65ºC por 72 horas, moídas em moinho 
tipo Willey, com peneira de 1,0 mm de crivo e armazenados em potes de polietileno, 
devidamente identificados, para análises laboratoriais de matéria seca (MS), proteína 
bruta (PB), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN), 
descritos por Silva & Queiroz (2002), nutrientes digestíveis totais (NDT) estimados 
conforme a equação proposta por Weiss adotadas pelo NRC (2001), nitrogênio 
amoniacal em relação ao nitrogênio total (N-NH3/NT) e o pH extraído no suco da 
silagem (AOAC, 1995) 
26 
 
As comparações de médias foram feitas por meio do teste de Tukey através da 
análise estatística do programa SAS (1998) ao nível de significância de 5%. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A cultura do milho destinada a ensilagem deve apresentar boa produtividade, 
fator esse importante, pois dilui os custos de confecção da silagem. Na tabela 2, estão 
apresentados os dados referentes à produtividade de massa seca por hectare 
(MS/ha), as percentagens de grãos na massa ensilada e a participação do capim-
marandu na massa ensilada. 
Não houve diferença estatística para a produtividade de MS/ha para nenhum dos 
tratamentos avaliados, sendo a média de aproximadamente 13500 kg de MS/ha, 
valores esses próximo dos resultados obtidos por Henrique et al. (1994), que ao 
analisarem três cultivares de milho, obtiveram produtividades de 8500 a 14000 kg ha-1. 
Oliveira et al. (2011) ao trabalhar com uma altura de colheita de 55 cm 
encontraram produtividades médias de 12,6 t MSha-1. 
 Quanto as percentagens de grãos na massa seca, a variação foi de 42 a 54%, 
concordando com Sarti et al (2005), que registraram variações de 35 a 55%. Este 
grande intervalo de variação pode ser atribuído principalmente à maior altura de 
colheita, favorecendo maior participação da espiga na massa ensilada e, por 
consequência maior percentagem de grãos. 
 
 
 
 
 
 Estádio de Colheita 
 
1/4 L 1 
 
M F 2 
 
Controle 
 
CV (%) 
PMS ha-1 13.339 
 
12.822 
 
14.713 
 
19,0 
% Grãos 51,37 
 
50,83 
 
42,18 
 
11,5 
% Braquiaria 2,78 B 6,57 A 0 C 31,2 
 Altura de Colheita 
 
20 cm 
 
45 cm 
 
Controle 
 
CV (%) 
PMS ha-1 13.345 
 
12.815 
 
14.713 
 
19,0 
% Grãos 48,14 
 
54,05 
 
42,18 
 
11,5 
% Braquiaria 4,36 4,99 
 
0 31,2 
 
Médias seguidas por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). 
1 
1/4 Leitoso; 
2 
Maturidade Fisiológica 
 
Tabela 2. Produtividade de massa seca (PMS) (kg ha-1), percentagem de grãos na 
matéria seca (%) e participação do capim-marandu (%) na massa ensilada em função 
dos estádios e altura de colheita. 
27 
 
Em sistemas de ILP onde se realiza o cortedestinado a ensilagem, a 
participação do capim no material ensilado é inevitável, variando a sua inclusão de 
acordo com alguns fatores, como época de colheita, altura de colheita e tipo de 
gramínea utilizada no consórcio. 
No presente experimento, a participação do capim-marandu no material 
ensilado variou de 2 a 6% em relação a todo material ensilado por hectare. Esse nível 
de participação foi crescente à medida que a época de colheita foi mais tardia, devido 
à maturação das plantas de milho, maior espaço entre plantas e por consequência 
maior absorção de luz pelo capim, resultando em maior crescimento, logo, em maior 
produtividade na segunda época (Tabela 3). 
Os teores de carboidratos solúveis (CHOS) na maturidade fisiológica estão 
adequados para uma boa fermentação, que de acordo com McDonald (1991) devem 
ser de 8 a 10%. Ambos os valores de CHOS encontrados para o capim antes da 
ensilagem foram superiores aos encontrados por Bergamaschine et al. (2006), que 
estudando silagens de capim-marandu, encontraram valores médios de 2,64%, vale 
ressaltar que estes valores encontrados pelos autores foram observados na silagem. 
 
Tabela 3. Produtividade de massa seca capim-marandu (PMS)(kg ha-1) em consórcio 
com a cultura do milho e % de carboidratos solúveis (% CHOS) do capim em função 
dos estádios e altura de colheita. 
 
 Estádios de Colheita 
 
1/4 L 1 M F 2 CV (%) 
PMS ha-1 208.33 B 
 
523.15 A 
 
25,7 
% CHOS 4,5 B 7,1 A 16,5 
 
 
Altura de Colheita 
 
 
20 cm 
 
45 cm CV (%) 
PMS ha-1 370.37 
 
361.11 
 
25,7 
% CHOS 5,8 5,8 16,5 
 
Médias seguidas por letras distintas maiúsculas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). 
1 
1/4 Leitoso; 
2 
Maturidade Fisiológica 
 
 Com relação ao tamanho de partícula dos materiais ensilados houve interação 
entre altura e processamento, não havendo diferença significativa entre três 
tratamentos, demonstrando que se a opção for pelo ponto de colheita na maturidade 
fisiológica com altura de 45 cm, o processamento é dispensável. Porém, se a colheita 
for realizada na maturidade fisiológica com altura de 20 cm, o processamento é eficaz 
para a redução do tamanho médio de partícula (Tabela 4). 
28 
 
O tamanho médio de partícula (TMP) está acima do preconizado ideal para a 
prática da ensilagem, que é de 15 a 30 mm. Este fato foi devido às plantas estarem já 
muito secas, tanto no primeiro como segundo ponto de colheita, devido às condições 
climáticas adversas no momento da colheita do material. 
 
Tabela 4. Tamanho médio de partícula (TMP) em milímetros em função da época de 
colheita, processamento e altura. 
 
Médias seguidas por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). 
 
1
 - Processado; 
2 
 - Não Processado. 
 
Para um adequado TMP deve ser feito uso de colhedoras eficientes, com maior 
quantidade de facas, e bom ajuste entre elas, pois estas proporcionariam uma colheita 
mais eficiente do material. 
Verificou-se que para a variável colheita, o menor TMP foi encontrado para o 
ponto de maturidade fisiológica (36,24 mm) frente ao primeiro ponto de colheita (64,57 
mm); isto pode ter sido ocasionado em virtude de o material encontrar-se muito seco, 
e no momento de o mesmo ser passado pelo implemento para picagem, as brácteas 
mais secas voaram com o fluxo de ar proveniente do maquinário. 
Segundo Passini et al., (2004) o tamanho de partícula influencia os padrões de 
fermentação ruminal, produção microbiana e eficiência da utilização do amido e outros 
nutrientes no rúmen. 
Os processos de conservação de forragem convivem rotineiramente com perdas 
de nutrientes de diversas magnitudes e eventualmente essas perdas ocorrem ao longo 
do período de ensilagem, na forma de efluente, uma vez que sua presença no silo é 
indesejável e deve ser evitada para não ocasionar prejuízos no processo fermentativo, 
como o aumento da proteólise e o estabelecimento de bactérias do gênero Clostridium 
(ELFEINK et al., 2000). No presente experimento, foram observadas pequenas perdas 
em todas as silagens (Tabela 5). 
1/4 Leitoso 
P 1 
 
NP 2 CV (%) 
20 cm 
 
45 cm 
 
20 cm 
 
45 cm 
 46,25 B 48,95 BC 64,57 D 54,54 C 13,3 
 
 
Maturidade Fisiológica 
P 1 
 
NP 2 CV (%) 
20 cm 
 
45 cm 
 
20 cm 
 
45 cm 
 36,24 A 36,74 A 45,95 B 38,26 A 13,3 
29 
 
Avaliando as perdas por gases, foi observado que as menores perdas foram 
encontradas para a primeira época de colheita, colhido a 20 cm de altura juntamente 
com o processamento, e para a maturidade fisiológica, quando efetuado o 
processamento em ambas alturas. Quando comparado ao tratamento controle, os 
demais tratamentos acima citados não sofreram influência da época de colheita, 
indicando que a silagem sendo colhida a 20 cm e realizando o processamento 
mecânico são viáveis em ambas as épocas. 
 
Tabela 5. Valores de perdas por gases (% da Matéria Seca), produção de efluentes 
(kg/t de massa verde) em função do estádio de colheita. 
 
 1/4 Leitoso 
 
P 1 
 
NP 2 CV (%) 
 
20 cm 
 
45 cm 
 
20 cm 
 
45 cm 
 Gases 1,89 A 
 
5,80 AB 
 
4,55 AB 
 
7,32 B 
 
26,8 
 Efluentes 2,61 A 5,16 B 3,29 A 2,64 A 9,6 
 Maturidade Fisiológica 
 
 
P 1 
 
NP 2 CV (%) 
 
20 cm 
 
45 cm 
 
20 cm 
 
45 cm 
 Gases 2,26 A 
 
1,93 A 
 
4,00 AB 
 
3,97 AB 
 
26,8 
 Efluentes 2,57 A 5,11 B 3,27 A 2,60 A 9,6 
 
Médias seguidas por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). 
 1
 - Processado; 
2
 - Não Processado. 
 
Os valores observados para perdas por efluente estão abaixo dos valores 
descritos Oliveira et al. (2010), possivelmente pelo ponto de colheita avançado 
estudado no presente experimento, porém, as perdas por gases estão de acordo com 
os autores, que apresentaram valores variando de 2,2 a 7,4 % da MS para silagens de 
milho e sorgo forrageiro, respectivamente, em estudos com diversos tipos de culturas 
destinadas a ensilagem. De acordo com McDonald et al. (1991), aumento significativo 
na perdas por gases ocorre quando há produção de álcool (etanol ou mantinol) pelas 
fermentação por bactérias heterofermentativas, endobactérias, leveduras e bactérias 
do gênero Clostridium ssp. 
O processo fermentativo que ocorre no silo consiste na transformação de 
carboidratos solúveis em ácidos orgânicos por meio de microrganismos. No processo 
de ensilagem, é desejável que ocorra a fermentação anaeróbica por bactérias láticas 
ocasionando a rápida queda do pH, fermentação acética visando o controle de 
microrganismos indesejáveis tais como fungos e leveduras, e não ocorra fermentação 
30 
 
butírica, pois esta está associada ao alto teor de umidade, que ocasiona a diluição dos 
ácidos orgânicos, inibindo a queda do pH e prolongando o processo fermentativo 
dentro do silo. 
Os dados referentes à composição dos ácidos orgânicos das silagens estão 
descritos na Tabela 6. 
 
 Tabela 6. Valores das médias do ácido lático (% MS), pH das silagens proveniente do 
consórcio milho e capim-marandu e desdobramento da interação entre colheita e 
processamento para o ácido acético. 
 
Estádios de Colheita 
 
1/4 L1 
 
M F 2 
 
Controle 
 
CV (%) 
Ác. Lático 3,97 A 
 
3,14 B 
 
4,20 A 
 
8,7 
pH 3,79 A 
 
3,94 B 
 
3,80 A 
 
1,6 
 Altura de Colheita 
 
20 cm 
 
45 cm 
 
Controle 
 
CV (%) 
Ác. Lático 3,83 AB 
 
3,28 B 
 
4,20 A 
 
8,7 
pH 3,82 A 
 
3,91 B 
 
3,80 A 
 
1,6 
 Processamento 
 P 3 
 
NP 4 
 
Controle 
 
CV (%) 
Ác. Lático 3,72 A 
 
3,39 B 
 
4,20 A 
 
8,7 
pH 3,81 A 3,92 B 3,80 A 1,6 
 
Interação Ácido Acético 
 
1/4 L 1 M F 2 
 
P 3 
 
NP 4 
 
P 3 
 
NP 4 
 
 
 20 
 
45 
 
 20 
 
 45 
 
20 
 
 45 
 
 20 
 
 45 
 
 
2,63 A2,06 AB 
 
1,20 AB 
 
2,29 AB 
 
0,91 B 
 
1,79 AB 
 
1,73 AB 
 
1,48 AB 
 
 Médias seguidas por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). 
 
1 
1/4 Leitoso; 
2 
Maturidade Fisiológica; 
3 
Processado; 
4 
Não Processado. 
 Coeficiente de Variação: 33,8. Controle: 2,43 AB. 
 
Segundo Oliveira (2001), silagens de boa qualidade devem conter concentração 
de ácido butírico menor que 0,1% da MS. O valor médio encontrado no presente 
estudo foi de 0,15% da MS, estando de acordo com o referido autor. 
Foi observada a maior concentração de ácido lático para a variável colheita, 
apresentando os melhores valores para o controle e o 1/4 leitoso, onde ambos foram 
colhidos no mesmo ponto, este fato pode se justificar pela maior concentração de 
31 
 
carboidratos solúveis na planta, visto que esta apresentava menor teor de MS, e os 
grãos que funcionam como dreno. 
Segundo Setter & Flannigan (1986) e TA et al., citados por Demétrio (2008), 
existem evidências que o colmo das plantas de milho funcione alternativamente como 
órgão de importação e exportação de metabólitos durante o desenvolvimento da 
planta e que, dependendo das condições fotossintéticas, manejo e demanda pelos 
demais órgãos, boa parte dos fotoassimilados necessária para o desenvolvimento dos 
grãos em formação pode vir de colmo e não apenas da fotossíntese; tal afirmação 
justifica também a diferença significativa para a variável altura, onde ambas variáveis 
com melhor valor foram colhidas a 20 cm. Tal resultado pode ser explicado por meio 
do processo fotossintético, pois o armazenamento de açucares, no caso os 
carboidratos solúveis, localiza-se na raiz, caule e folhas, sendo assim a altura de 
colheita a 20 cm proporciona maior participação do caule na massa ensilada. 
De maneira geral, os valores de ácido lático encontrado para os diferentes 
tratamentos condizem com os valores descritos por Roth e Undersander (1995) 
citados por Almeida (2003), e também reportados por Filya (2003) que observou em 
silagens de milho concentrações de 2,4 a 5,1% desse ácido na matéria seca. Segundo 
Faria (1969) citado por Liziere (1989), o ácido acético, sempre presente nas silagens, 
deve estar em menor proporção em relação ao ácido lático. 
 As enterobactérias são produtoras de ácido acético sendo as primeiras a atuar, 
porém rapidamente são inibidas pelo aumento da temperatura e acidez do meio. 
A interação para o ácido acético na Tabela 5 teve como maior valor para esse 
ácido o tratamento colhido com ¼ Leitoso, processada e a 20 cm de altura, valor este 
dentro da faixa dos valores revisados por Zopollato (2009), este resultado pode se 
justificar devido ao tamanho de partícula intermediário encontrado para o mesmo, 
facilitando assim a expulsão do ar no momento da ensilagem, associado à maior 
concentração de ácido lático, dificultando assim a proliferação das enterobactérias. 
No interior do silo, as bactérias láticas multiplicam-se rapidamente, produzindo 
ácido lático e acético, provocando rápida queda no pH (Van Soest, 1994). 
Segundo Woolford (1984), o rápido abaixamento do pH é mais importante do 
que o próprio valor de pH obtido no final do processo fermentativo, pois ele está 
relacionado ao fato que a acidificação rápida reduz o crescimento e desenvolvimento 
de bactérias indesejáveis, que promoveriam fermentações secundárias e redução no 
valor nutritivo das silagens. 
Os valores de pH encontrados foram ligeiramente superiores aos reportados por 
Leonel et al. (2008) que ao trabalhar com silagens provenientes de consórcio, 
32 
 
produzidas 100 dias após o plantio encontraram o valor de 3,51. Entretanto, 
comparando-se com os dados observados por Neumann et al. (2007b), os valores são 
semelhantes, pois tal autores encontraram valores de pH de 3,8 trabalhando com 
silagens em silos experimentais de PVC. 
Segundo Ferreira (2001) e Muck & Shinners (2001), silagens com boa 
fermentação adequada apresentam pH de 3,8 a 4,2. Sendo assim, nenhuma das 
silagens estudadas apresentaram valores de pH superiores a 4,2 que as classificam 
como de boa qualidade 
A composição bromatológica das silagens estudadas estão apresentados na 
Tabela 7. 
 
Tabela 7. Composição bromatológica das silagens com base em % de MS, para os 
teores de Proteína Bruta (%PB), Fibra em Detergente Neutro (% FDN) e ácido (% 
FDA), Nutrientes Digestíveis Totais (% NDT), relação Nitrogênio Amoniacal e 
Nitrogênio Total (% N-NH3/NT). 
 
 Estádio de Colheita 
 
1/4 L 1 
 
M F 2 
 
Controle CV (%) 
PB 7,18 
 
 7,15 
 
 7,65 
 
7,74 
FDN 62,76 AB 
 
58,70 A 
 
65,60 B 
 
5,73 
FDA 27,88 AB 
 
24,86 A 
 
31,45 B 
 
6,08 
NDT 57,61 AB 
 
59,31 A 
 
56,43 B 
 
2,48 
N-NH3/NT 4,12 A 
 
 3,40 A 
 
 6,46 B 
 
11,36 
 Altura de Colheita 
 
20 cm 
 
45 cm 
 
Controle CV (%) 
PB 7,51 AB 
 
 6,82 B 
 
7,65 A 
 
7,74 
FDN 61,28 
 
 60,18 
 
 65,60 
 
5,73 
FDA 28,54 B 
 
 24,20 A 
 
 31,45 B 
 
6,08 
NDT 58,23 
 
 58,69 
 
 56,43 
 
2,48 
N-NH3/NT 3,75 
 
 3,78 
 
 6,46 
 
11,36 
 
 
Processamento 
 
P 3 
 
N P 4 
 
Controle CV (%) 
PB 7,19 
 
 7,14 
 
 7,65 
 
7,74 
FDN 57,63 A 
 
63,82 A B 
 
65,60 B 
 
5,73 
FDA 24,08 A 
 
28,66 B 
 
31,45 B 
 
6,08 
NDT 59,75 A 
 
57,17 A B 
 
56,43 B 
 
2,48 
N-NH3/NT 3,75 3,77 6,46 11,36 
 
Médias seguidas por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). 
1 
1/4 Leitoso; 
2 
Maturidade Fisiológica; 
3 
Processado; 
4 
Não Processado. 
33 
 
Houve diferença significativa da proteína bruta para a altura de colheita, entre a 
silagem controle e colhida a 45 cm, podendo ser justificado através da participação do 
capim marandu na silagem consorciada, o que poderia ocasionar a diluição dos teores 
de proteína desta silagem. 
Estes valores de Proteína Bruta (PB) estão abaixo dos valores encontrados por 
Oliveira et al. (2011), que ao trabalhar com diferentes alturas de corte, verificou valores 
médios de proteína bruta por volta de 8,4%, porém, superiores aos encontrados por 
Neumann et al. (2007) utilizando silos experimentais de PVC (6,5% PB) e estando de 
acordo com revisão feita por Zopollato et al. (2009), que relataram valores mínimos e 
máximos de 6,4 a 10,2%, respectivamente. 
O teor de FDN é o fator mais limitante no consumo de volumosos pelos animais, 
sendo que teores superiores a 55-60% na MS correlacionam-se de forma negativa 
com o consumo de forragem (VAN SOEST, 1994). Sendo assim, a concentração de 
FDN é o componente da forragem mais consistente associado ao consumo. Os 
valores encontrados estão acima dos preconizados pelo autor, possivelmente pelo alto 
teor de MS encontrado durante a colheita. 
Segundo Leonel (2008), os menores valores de FDN das silagens de milho 
produzidas em consórcio estão relacionados à presença de espigas das plantas de 
milho, explicando assim o menor valor de FDN para a maturidade fisiológica. Para a 
variável processamento, a diferença pode ser, devido ao fato deste manejo promover 
a fragmentação das fibras, expondo assim o conteúdo celular ao ataque microbiano, 
sendo válido esta justificativa também para os valores de FDA observados. Harrison et 
al. (1997) concluiram que o processamento de silagens em estádios de colheita mais 
avançados teriam maiores benefícios para a FDN, pois ela está mais presente e 
muitas vezes de difícil aproveitamento pelos animais. 
No caso da FDA tem importância na digestibilidade, os valores encontrados 
estão abaixo dos descritos por Nussio et al. (1998), que cita que forragens com 
valores de FDA em torno de 40% ou mais, apresentam baixo consumo e menor 
digestibilidade. Schmid et al. (1976) observaram que a elevaçãona participação das 
espigas reduz o teor de FDA e eleva o teor de MS digestível, reduzindo a participação 
do colmo e folhas e elevando o teor de MS e o ganho de peso diário, validando assim 
os resultados encontrados para a maturidade fisiológica. A diferença encontrada para 
a variável altura pode ser explicada devido ao fato de o corte mais elevado promover 
menor participação do caule na massa ensilada, o qual tem elevado teor fibroso e 
consequentemente menor valore de FDA. 
34 
 
Keplin (1992) ressaltou que uma silagem de boa qualidade, deve apresentar de 
7,1 a 8% de PB e 64 a 70% de NDT assim, os valores obtidos para os tratamentos 
estariam abaixo do preconizado por este autor. Entretanto, existe enorme variação 
entre cultivares, assim, Flaresso et al. (2000) ao estudarem diversos híbridos de milho 
para produção de silagem, observaram variações nos teores de PB (7,2 a 8,8%) e de 
NDT (50,4 a 61,8%), que também foi salientado por Leonel (2008) que estimou valores 
próximos aos 59,8% para silagens oriundas do consórcio entre milho e capim-
braquiária. 
Neumann et al. (2007b) frisaram que o N-amoniacal indica a quantidade de 
proteína degradada durante a fase de fermentação, demonstrando as perdas de 
proteína verdadeira que ocorrem ao longo da fermentação, que segundo Pigurina 
(1991) um dos parâmetros determinantes da qualidade da fermentação. 
Silagens com concentração de N-NH3/NT menor que 10% são classificadas 
como de muito boa qualidade. Essa concentração é considerada adequada quando 
varia de 10 a 15% da matéria seca; sendo aceitável quando no intervalo de 15 a 20% 
e insatisfatória quando é superior a 20% (Benacchio, 1965). 
Assim, adotando a maturidade fisiológica como ponto de colheita, a umidade 
presente no interior do silo será menor, inibindo a proliferação de bactérias do gênero 
Clostridium que realizam a transformação do nitrogênio em nitrogênio amoniacal. 
Todos os tratamentos tiveram níveis abaixo dos 10%, caracterizando uma silagem de 
boa qualidade, concordando com a afirmação de Kung Jr. e Shaver (2001), que 
sugerem que o valor ideal para silagens de milho com teor de matéria seca entre 30 e 
40% seja de, 5 a 7% de N-NH3/NT em percentagem da matéria seca. Reforçando 
ainda, a afirmação de Gonçalves et al. (1999), que observaram menores 
concentrações de nitrogênio amoniacal em silagens com maior conteúdo de MS. 
 
CONCLUSÕES 
 
No sistema de integração lavoura-pecuária, a produtividade da cultura do milho 
não foi afetada pelo cultivo simultâneo do capim. A inclusão do capim na massa 
ensilada pode variar de acordo com o estádio de colheita adotado, sendo observada 
uma maior inclusão quando optou-se pela maturidade fisiológica. Neste ponto, 
verificou-se também uma maior produtividade de massa seca e percentagem de 
carboidratos solúveis no capim marandu. 
De maneira geral a composição bromatológica não é afetada quando a massa 
ensilada foi colhida em um ponto de maturação mais avançado, mas é observado uma 
35 
 
melhor qualidade quando é realizado a colheita em uma altura mais elevada e também 
o processamento, principalmente para os teores de FDA, FDN e NDT. 
Na ocorrência de veranico, a determinação do momento ideal de colheita com 
base na “linha de leite no grão” não deve ser adotado como referência para determinar 
a colheita do milho para ensilagem. 
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CAPÍTULO 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
IMPLICAÇÕES 
 
Com base nos resultados obtidos neste estudo, sugerimos para futuras 
pesquisas com silagem de milho proveniente de sistemas de integração lavoura-
pecuária pontos de colheitas mais precoces, com menor teor de matéria seca, dando 
continuidade à utilização do processamento associado à alimentação animal, seja para 
rebanhos leiteiros ou bovinos de corte em confinamento. Também é recomendado 
realizar ensaios de digestibilidade e degradabilidade testando o valor alimentício 
destas silagens com alto teor de matéria seca, tendo em vista que os valores 
bromátológicos e qualitativos não foram afetados neste estudo. 
Na ocorrência de veranico, a determinação do momento ideal de colheita com 
base na “linha de leite no grão” não deve ser adotado como referência para determinar 
a colheita do milho para ensilagem. 
Necessário fazer o correto planejamento durante o período de colheita e 
confecção da silagem, analisar condições climáticas, observando a tendência a 
veranicos ou chuvas constantes, verificar a disponibilidade de mão de obra, 
implementos corretos a serem utilizados.

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