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alternativas tecnolgicas de milho ensilado para bovinos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA 
CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA 
 
 
 
 
RENATO DOS SANTOS CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS DE MILHO ENSILADO PARA BOVINOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA, RR 
2018 
RENATO DOS SANTOS CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS DE MILHO ENSILADO PARA BOVINOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA, RR 
2018 
Trabalho apresentado como pré-
requisito para a conclusão do curso 
de Bacharelado em Zootecnia, da 
Universidade Federal de Roraima. 
Orientador: Prof. Dr. Jalison Lopes 
RENATO DOS SANTOS CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS DE MILHO ENSILADO PARA BOVINOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Prof. Dr. Jalison Lopes 
Orientador/Curso de Zootecnia – UFRR 
 
 
___________________________________________ 
Prof. José Wilker Leal Castro 
Curso de Zootecnia – UFRR 
 
 
____________________________________________ 
Zootecnista Jouse Moreira Sanches 
 
Trabalho apresentado como pré-
requisito para a conclusão do curso 
de Bacharelado em Zootecnia, da 
Universidade Federal de Roraima. 
Defendido em 29 de janeiro de 
2018 e avaliado pela seguinte 
banca examinadora: 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Ao meu orientador Professor Jalison Lopes pela contribuição na realização 
deste sonho, por acreditar no meu potencial, além de ser um ótimo exemplo de 
profissional a ser seguido. 
Aos professores Rodrigo, Regina, Raimifranca, Denise e Gardênia que 
sempre estiveram dispostos a ajudar e contribuir para um melhor aprendizado. 
A minha namorada Bruna Fontenele por estar ao meu lado em todas as 
dificuldades. 
A minha amiga Jouse Moreira Sanches, pelo apoio e carinho desde o meu 
ingresso no curso de zootecnia. 
Aos meus amigos de graduação Carlon, Helena, Cristiane e Wadrillen pela 
parceria e companheirismo ao longo do curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Levando em consideração a distribuição estacional das chuvas no Brasil e a 
consequente produção sazonal, a forragem produzida na época da seca, não contém 
todos os nutrientes essenciais para atender as exigências dos animais. Faz-se 
necessário a produção de forragens com alto valor nutritivo no período chuvoso 
conservando-a para o período de escassez. A ensilagem trata-se de um método de 
conservação de forragens em estruturas adequadas denominada silos, apresentando 
determinado grau de umidade, de forma a preservar o conteúdo de matéria seca (MS) 
e o seu valor nutricional. O milho tem sido a principal fonte energética utilizada em 
dietas de confinamento, sendo utilizado por 79,3% dos nutricionistas brasileiros. A 
silagem de milho apresenta requisitos para confecção de uma boa silagem: teor de 
matéria seca entre 30% a 35%, no mínimo 3% de carboidratos solúveis na matéria 
original, baixo poder tampão, além de proporcionar boa fermentação microbiana. A 
cada ano, as empresas de sementes oferecem ampla variedade de materiais, para a 
escolha do produtor. Da mesma forma, existe ampla gama de equipamentos para 
colheita de forragem, inoculantes e outros produtos. Na intenção de minimizar ou até 
mesmo evitar perda de peso dos animais no período da seca em decorrência da baixa 
produtividade das forragens, o uso da silagem como volumoso suplementar é uma 
importante ferramenta devido ao seu bom valor nutritivo quando produzida 
adequadamente. O milho pode ser ensilado de diferentes formas, utilizando a planta 
inteira; somente a planta (sem espigas); grão úmido e milho reidratado. 
 
 
Palavras-chaves: Forragem conservada, Silagem, Zea mays. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
Taking into consideration the seasonal rain distribution in Brazil, and the consequent 
seasonal production, the fodder produced on dry season does not contain all the 
essential nutrients to meet the demands of the animals. It is necessary to produce 
forages with high nutritional value in the raining season, conserving it for the period of 
scarcity. The ensilage is a method of fodder conservation in suitable structures called 
silos, presenting a certain degree of humidity to preserve the dry matter content and 
its high nutritional value. Corn has been the main energy source used in feedlots diets, 
being used by 79,3% of Brazilian nutritionists. Corn silage is considered because it 
fulfills the requirements for good silage: dry matter between 30 and 35%, at least 3% 
of soluble carbohydrates in the original material, low buffer power in addition to 
providing good microbial fermentation. seed companies offer a wide variety of 
materials for the producer's choice. Likewise, there is a wide range of forage harvesting 
machinery, inoculants and other products. In order to minimize the weight loss of the 
animals during the dry season due to the low productivity of the forages, the use of 
silage as a bulky is an important tool capable of minimizing or even avoiding losses 
due to its nutritive value. Corn can be ensiled in different ways, using the whole plant; 
only the plant (without ears); wet grain and rehydrated corn. 
 
Key-words: Preserved forage, Silage, Zea mays. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Progressão da linha do leite.......................................................................19 
Figura 2 – Silo tipo superfície......................................................................................22 
Figura 3 – Silo tipo trincheira.......................................................................................22 
Figura 4 – Silo tipo bolsa (Bag)....................................................................................23 
Figura 5 – Moinho adaptado com canos para propiciar a hidratação do milho durante 
a moagem do grão maduro para ensilagem................................................................31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Características indicativas de uma silagem de milho e sorgo de boa 
qualidade....................................................................................................................17 
 
Tabela 2 - Valores de pH, matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente 
neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e digestibilidade "in vitro" das silagens 
de duas variedades de milho, ensiladas com e sem espigas....................................28 
 
Tabela 3 - Consumo e desempenho de vacas leiteiras alimentadas com silagens de 
milho e sorgo..............................................................................................................34 
 
Tabela 4 - Desempenho e características da carcaça de bovinos Nelore terminados 
em confinamento alimentados com milho grão seco moído (MSC), silagem de milho 
grão úmido (MU), silagem de milho grão úmido inoculado com L. buchneri (MUB; 
NCIMB 40788 na de 1 × 105 ufc/g), silagem de milho reidratado (MR), silagem de 
milho reidratado inoculado com L. buchneri (MRB; NCIMB 40788 na de 1 × 105 
ufc/g)...........................................................................................................................37 
 
Tabela 5 - Custos médios de produção de duas lavouras de milho para silagem com 
produtividades de 35 e 50 t/ha de massa verde (MV)................................................39 
 
Tabela 6 – Custo de produção de forrageiras de verão. Resumo safra 2016/2017.....40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
AOL Área de olho de lombo 
BAL Bactérias Produtoras de Ácido Lático 
CA Conversão Alimentar 
cm Centímetros 
CMSConsumo de Matéria Seca 
EA Eficiência Alimentar 
ELm Energia Líquida de Mantença 
ELg Energia Líquida de Ganho 
kg Quilograma 
kg/d Quilograma/dia 
L/d Litros/dia 
MS Matéria Seca 
MRE Milho reidratado 
NDT Nutrientes Digestíveis Totais 
FDN Fibra Detergente Neutro 
FDA Fibra Detergente Ácido 
PB Proteína Bruta 
pH Potencial hidrogeniônico 
GMD Ganho Médio Diário 
mm Milímetros 
MSC Milho Seco Moído 
MU Silagem de Milho Grão Úmido Sem Inoculante 
MUB Silagem de Milho Grão Úmido Com Inoculante L. buchneri 
MR Silagem de milho reidratado sem inoculante 
MRB Silagem de milho reidratado com inoculante L. buchneri 
MV Matéria Verde 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13 
2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 13 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13 
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 14 
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 15 
5 PROCESSO DE ENSILAGEM ............................................................................... 16 
5.1 PONTO DE COLHEITA ....................................................................................... 18 
5.2 TAMANHO DE PARTÍCULA ............................................................................... 19 
5.3 CARREGAMENTO E COMPACTAÇÃO ............................................................. 20 
5.4 TIPOS DE SILOS ................................................................................................ 21 
5.4.1 SILO TIPO SUPERFICIE ................................................................................. 21 
5.4.2 SILO TIPO TRINCHEIRA ................................................................................. 22 
5.4.3 SILO TIPO BOLSA “BAG” ................................................................................ 23 
6 SILAGEM DE MILHO............................................................................................. 23 
6.1 SILAGEM DE MILHO UTILIZANDO A PLANTA INTEIRA ................................... 25 
6.2 SILAGEM DE MILHO SEM ESPIGA ................................................................... 27 
6.3 SILAGEM DE GRÃO ÚMIDO DE MILHO ............................................................ 29 
6.4 SILAGEM DE MILHO REIDRATADO .................................................................. 30 
7 CONSUMO E DESEMPENHO ANIMAL ................................................................ 33 
8 VIABILIDADE ECONÔMICA ................................................................................. 38 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O diferencial da pecuária brasileira é que os principais produtos obtidos (Leite 
e Carne) são originados dos sistemas de produção que fazem o uso das pastagens 
como recurso principal na alimentação dos animais. A modernização da produção 
agropecuária tem gerado uma grande demanda tecnológica pelos produtores, que 
buscam produtividades cada vez mais elevadas e estáveis ao longo do ano. 
Inúmeras pesquisas são desenvolvidas para atender a demanda dos 
pecuaristas, principalmente abordando assuntos relacionados ao manejo e 
melhoramento animal, manejo de pastagens e plantas forrageiras (NICODEMO; 
GUSMÃO, 2012). 
Em decorrência da distribuição das chuvas no Brasil, a produção de forragem 
se torna sazonal, criando um obstáculo para os pecuaristas, por gerar perdas 
quantitativas e qualitativas da forragem (CARVALHO, 2015). 
A forragem que é produzida na época da seca, não contém todos os nutrientes 
essenciais para atender as exigências dos animais em pastejo. Se faz necessário a 
produção de forragens de alto valor nutritivo no período chuvoso no intuito de 
conservação para o período de escassez (REIS et al. 2001) 
Pereira et al. (2004) relatam que os animais tendem a apresentar maior perda 
de peso e consequentemente um prejuízo na produção devido à baixa qualidade do 
pasto nesse período. Assim sendo, a carência de alimentos volumoso durante o 
período da seca torna-se um fator limitante na produção (PIRES et al. 2013). 
De acordo com Araújo Pereira et al. (2008), a silagem é originada da 
fermentação da planta forrageira em meio anaeróbio, conservada em silos, mantendo 
a maior concentração possível de ácido láctico, o que reflete diretamente na qualidade 
final do produto conservado. 
O milho é classificado dentro do grupo das plantas C4, possui uma boa 
adaptabilidade ao clima tropical e com alta capacidade de produção de matéria seca 
(RAMOS et al., 2002). Por apresentar características desejáveis de uma planta para 
ensilagem, o milho é a mais popular cultura utilizada. 
12 
 
Nos sistemas de confinamento, a silagem de milho (Zea mays L.) é o principal 
alimento volumoso. Já nos demais sistemas de produção, pode ser usada durante o 
período de escassez de pastagens (PEREIRA et al., 2007). 
Santos et al. (2013) afirma que o nível de inclusão de grãos nas dietas 
utilizadas no Brasil é bem inferior às dietas norte-americanas. Entretanto há um 
crescimento no interesse do Brasil por dietas com menor inclusão de volumosos em 
sua composição. O que condiz com a ampliação da área plantada de milho nos últimos 
anos (CONAB, 2016). 
Diversos estudos são realizados na busca por novos parâmetros de avaliação 
qualitativa de forragem, a fim de conseguir incrementos na eficiência do processo de 
alimentação (FACTORI, 2012). O potencial máximo produtivo dos animais, depende 
diretamente da disponibilidade de forragens em quantidade e qualidade, que 
influencia diretamente em sua produtividade, potencial reprodutivo e sanitário 
(BARBOSA et al., 2007). 
Para Moraes (2009) além dos benefícios proporcionados pela planta do milho, 
a mesma pode ser aproveitada por completo. Após a comercialização das espigas, 
pode-se utilizar os restos da planta como forma de cobertura do solo visando o plantio 
direto, ou ainda, compor a silagem para a alimentação animal após ser triturada. 
O processo de ensilagem é usado para armazenar alimento a fim de suprir as 
necessidades dos animais no período da seca. Sendo uma atividade de custo 
elevado, no qual, o benefício está relacionado diretamente com o volume e qualidade 
da forragem produzida. A cultura do milho se apresenta como a principal a ser 
armazenada na forma de silagem para utilização ao longo do período de estiagem, 
em decorrência da possibilidade de boas produções com alto valor nutritivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2 OBJETIVOS 
 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Apresentar formas alternativas de utilização do milho ensilado para 
alimentação de bovinos. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
a) Demonstrar os pontos importantes a serem considerados na produção da silagem; 
b) Comparar os diferentes tipos de silagem em resposta ao desempenho animal; 
c) Apresentar valores de mercado relacionados ao custo de produção da silagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3 JUSTIFICATIVA 
 
 
Revisar o conhecimento atual, sobre as diferentes alternativas de 
fornecimento de milho ensilado para bovinos, favorecendo a elaboraçãode 
estratégias mais econômicas de uso dessa cultura para a nutrição animal, sobretudo 
em Roraima, onde, assim como no restante do país, ocorrem grandes oscilações na 
disponibilidade e nos preços do grão de milho ao longo do ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
4 METODOLOGIA 
 
 
Para elaboração da presente revisão foi realizado um estudo bibliográfico de 
trabalhos disponíveis relacionados ao tema alternativas tecnológicas de milho 
ensilado para bovinos, coletando informações de todo o processo de confecção da 
silagem, qualidade do produto final, desempenho animal e custos de produção 
envolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
5 PROCESSO DE ENSILAGEM 
 
 
A ensilagem trata-se de um método de conservação de forragens em 
determinado grau de umidade, de forma a preservar o conteúdo de matéria seca (MS) 
e o seu valor nutricional (SANTOS, 2013). Ou seja, é o processo de cortar a forragem, 
colocá-la no silo, compactá-la e protegê-la com a vedação do silo para que haja a 
fermentação. 
O princípio de conservação da forragem é a redução do pH (aumento da 
acidez) pela fermentação dos açúcares solúveis da planta. Assim as melhores 
forrageiras para serem ensiladas, são aquelas com elevados teores de açucares 
solúveis (CARDOSO, 1995). 
De acordo com McDonald (1981), os carboidratos são os principais substratos 
da fermentação na ensilagem, dividido em quatro fases: 1) Fase aeróbia, 2) Fase de 
fermentação ativa, 3) Fase estável e 4) Fase de descarga (retirada da silagem). 
A fase aeróbia ocorre durante o processo de preenchimento do silo, 
estendendo-se até poucas horas após o fechamento. Nesta fase, há redução do 
oxigênio presente na forragem ensilada devido à respiração de células da planta e de 
microrganismos aeróbicos, que terminará quando o oxigênio presente for exaurido. 
Após a exaustão do oxigênio, inicia a segunda fase, a fermentação ativa, o 
tempo de duração irá depender das propriedades da forrageira ensilada e das 
condições em que a mesma foi ensilada. Ocorre a quebra das células das plantas 
(plasmólise), liberando carboidratos solúveis e frações nitrogenadas. 
As bactérias anaeróbias produtoras de ácido acético (enterobactérias) e de 
outras bactérias produtoras de ácido lático (BAL) heterofermentativas normalmente 
prevalecem neste meio de 1 a 3 dias após o fechamento do silo. Estas bactérias 
produzem etanol, ácido acético, ácido lático e CO2, utilizando glicose, frutose, xilose 
e ribose como substratos. 
A produção desses ácidos reduz o pH e, quando este declinar abaixo de 5, 
essas bactérias decrescem e as BAL homofermentativas, ou seja, aquelas que 
produzem somente ácido lático dominam a fermentação (PEREIRA et al., 2004). 
Segundo Muck (1991) o crescimento ativo das BAL varia em torno de 1 a 4 
semanas, reduzindo o pH entre 3,8 a 5,0, influenciado pela umidade, poder tampão e 
açúcares solúveis presentes na planta. Quando a redução do pH for suficiente para 
17 
 
inibir o crescimento microbiano ou a total esgotamento dos substratos, as BAL tornam-
se inativas, e sua população decresce. Após o término da atividade microbiana, devido 
em decorrência do baixo pH ou ao esgotamento de substrato, inicia-se a fase estável 
do armazenamento. 
Silva (2001) afirma, que a conservação da forragem acontece devido 
fermentação lática e anaerobiose. A fermentação do açúcar da forragem e a produção 
de ácido lático são realizadas por bactérias presentes nas plantas ensiladas, e são 
responsáveis pela redução do pH impedindo a proliferação de microrganismos 
indesejáveis (coliformes e clostrídios) responsáveis pelo apodrecimento da silagem. 
As silagens de boa qualidade devem ser produzidas com forrageiras que 
apresentem entre 30 e 35% de matéria seca (PAIVA, 1976), o pH deve ser inferior a 
4,2 e a análise de ácidos orgânicos produzidos durante o processo de fermentação 
deve indicar valores de 6 a 8% de ácido lático na MS, ácido acético menor que 2% e 
butírico inferiores a 0,1% da MS (Tabela 1). Além disso, o nível de nitrogênio 
amoniacal de uma silagem adequada deve ser inferior a 11% do nitrogênio total 
(SILVA, 2001). 
 
Tabela 1 - Características indicativas de uma silagem de milho e sorgo de boa 
qualidade. 
Parâmetro Valor Adequado 
pH 3,8 a 4,2 
Ácido lático 6 a 8 % 
Ácido acético < 2 % 
Ácido propiônico 0 a 1 % 
Ácido butírico < 0,1 % 
N amoniacal (% de N total) < 10 % 
FONTE: Ferreira (2001) 
 
 
 
 
18 
 
5.1 PONTO DE COLHEITA 
 
O momento da colheita é um dos pontos importantes a serem considerados 
na produção de silagem. É recomendado que a planta de milho deva ser colhida entre 
30 a 35% de MS para confecção de silagens. Os teores de MS abaixo de 30% 
estariam relacionados com menor produtividade, perdas de matéria seca por 
lixiviação, baixa qualidade da silagem e redução no consumo por animais (LAUER, 
1998), por outro lado, teores de MS acima de 35% favorecem as perdas, podendo 
alterar significativamente os conteúdos de nitrogênio e de carboidratos solúveis 
(JOBIM et al.,2003). 
O teor de matéria seca pode ser avaliado de uma maneira prática, porém um 
pouco trabalhosa. Trata-se de picar um pouco do material, misturá-lo e apertá-lo com 
as mãos. Ao abrir a mão, se o bolo formado permanecer fechado é indicativo de alta 
umidade, ou seja, a matéria seca esta baixa; caso o bolo se abrir lentamente, está no 
ponto ideal; e se o bolo se desfizer rapidamente é indicativo de que o material está 
passado ou seja passou da hora de ser colhido (OLIVEIRA, 1998). 
Uma outra técnica utilizada é a avaliação da consistência do grão, no qual 
recomenda-se colhe-lo quando estiver no ponto de grão farináceo. Nesse estado ao 
serem espremidos entre os dedos, os grãos esfarinham-se, em vez de se 
transformarem em uma pasta aquosa. Entretanto, este método pode ser arriscado 
devido a dois fatores; a característica ‘’staygreen’’, onde o grão irá apresentar o estado 
farináceo, porém, o resto da planta encontra-se verde, resultando em uma matéria 
seca abaixo do ideal; e o tipo de grão, no qual, cultivos com grãos vítreos (duros) e 
com grão macio (dentados), mesmo estando em estádio farináceo, apresentar 
diferentes teores de MS na planta total. 
A observação da linha do leite ou ‘’Milk-line’’ (Figura 1), é um outro método, 
porem pouco utilizado no Brasil, indicado para definir o momento certo da colheita do 
milho. O período ideal para ensilar é quando essa linha desceu o suficiente para que 
50 a 75% do grão esteja parcialmente endurecido. 
 
 
 
 
 
19 
 
 Figura 1 – Progressão da linha do leite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em um estudo realizado por Nussio & Manzano (1999) foi relatado que teores 
de 30 a 35% de MS são obtidos nas plantas de milho no momento em que a 
consistência dos grãos estiver variando entre o estádio pastoso e o farináceo duro, o 
que corresponde à visualização da linha de leite entre 1/3 a 2/3. 
É de suma importância a observação das culturas com frequência e em 
diversos pontos da lavoura para se tomar a decisão sobre o momento ideal para a 
ensilagem. A rapidez na colheita da lavoura é uma dificuldade encontrada pelos 
produtores, por causa de limitações com equipamentos e mão de obra. É 
recomendado o escalonamento do plantio ou a contratação de pessoas ou 
maquinários com capacidade de ensilar toda a lavoura rapidamente. 
 
5.2 TAMANHO DE PARTÍCULA 
 
A silagem, quando compactada de forma correta acelera a fermentação 
anaeróbia no interior do silo (FACTORI, 2012). O tamanho de partícula da silagem 
varia muito, e está relacionado com os implementos utilizados, especialmente a 
FONTE:http://www.pioneersementes.com.br/blog/83/momento-de-
corte-da-lavoura-de-milho-para-silagem-de-planta-inteira 
 
http://www.pioneersementes.com.br/blog/83/momento-de-
20 
 
potência do tratore as condições da colhedora de forragem, junto a velocidade do 
trabalho empregado. 
A picagem facilita o acondicionamento e a compactação do material dentro do 
silo, além de expor os carboidratos solúveis e facilitar a ação dos microrganismos 
fermentadores. Existe uma relação entre o tamanho de partícula e a qualidade da 
silagem de milho, onde o tamanho médio não deve ultrapassar os 2 cm. Partículas 
menores, (0,2 a 0,6 cm) podem reduzir as perdas no processo de ensilagem e no 
fornecimento aos animais. 
Entretanto, o tamanho de partícula influencia o consumo e a taxa de 
passagem pelo trato digestivo dos animais. Partículas abaixo de 0,5 cm, prejudicam a 
ruminação, reduzem o consumo voluntário de silagens e a digestão das fibras. Além 
disso há uma influência direta com os padrões de fermentação ruminal, produção 
microbiana e eficiência da utilização do amido e de outros nutrientes no rúmen 
(PASSINI et al. 2002). 
O tamanho de partículas da silagem tem influência direta no controle do 
consumo e do desempenho animal. Para isso, é recomendado o ajuste de máquinas 
que façam a colheita adequada da forragem, pois o sucesso da ensilagem é 
dependente dessa etapa (FACTORI, 2012). 
 
5.3 CARREGAMENTO E COMPACTAÇÃO 
 
O silo deve ser carregado em um período de no máximo 72h a partir do início 
do corte, não devendo ser carregado e compactado no mesmo dia, pois ocorre 
assentamento natural da massa ensilada. A distribuição deve ser realizada por todo o 
silo, em camadas uniformes, em média 40 cm de espessura, compactadas em 
seguida. A cada nova camada de material colhido, deve-se repetir a compactação, 
geralmente com o uso de um trator (OLIVEIRA, 2014). 
A compactação deverá ser feita através de passagens consecutivas com o 
trator sobre a massa distribuída, para expulsar o ar contido na massa. A fermentação 
do material ensilado, deve ocorrer na ausência de ar, pois sua presença acarreta 
perda de energia do alimento, desenvolvimento de fungos (micotoxinas) 
A presença de água no interior do silo favorece a multiplicação de bactérias 
indesejáveis do gênero Clostridium, responsáveis pela diminuição do teor de proteínas 
do volumoso que será ensilado. Por essa razão, existe a necessidade de se ensilar 
21 
 
materiais com teores de umidade adequados e da expulsão do ar do interior do silo. 
Portanto a ensilagem de material com alta umidade e sem a expulsão (compactação) 
do ar compromete a conservação do material original, gerando perdas na estocagem. 
A vedação é feita através da cobertura do silo por uma lona, e posterior colocação de 
uma camada de terra (OLIVEIRA, 1998). 
 
5.4 TIPOS DE SILOS 
 
O silo nada mais é que uma estrutura de armazenamento utilizada na 
preservação de forragem como silagem. Cada forma de armazenamento apresenta 
vantagens e desvantagens, referentes a custo de construção, facilidade de 
carregamento e descarregamento e eficiência na conservação da silagem (OLIVEIRA; 
MARTINS, 2018). 
 
5.4.1 SILO TIPO SUPERFICIE 
 
O silo superfície é o mais barato de todos, pois não exige estruturas de 
alvenaria ou de revestimentos. Por ser feito de lona somente, oferece maior 
flexibilidade quanto ao local de implementação. Para realização desse silo, o material 
deve ser amontoado e compactado sobre o solo e coberto por lona plástica segura 
por terra. O silo de superfície pode apresentar maiores perdas quando comparado ao 
silo trincheira, sendo assim, apresenta maior dependência do filme plástico já que é 
mais susceptível a ataque de animais intempéries climáticas e também maior 
exposição da massa de silagem ao oxigênio atmosférico. Para evitar ou minimizar os 
riscos, deve-se cercar a área do silo e cobrir a superfície da lona com outro material, 
como uma camada de terra, para a proteger de possíveis furos provocados por 
pisoteio de animais (OLIVEIRA; MARTINS, 2018). 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 Figura 2 – Silo tipo superfície 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.4.2 SILO TIPO TRINCHEIRA 
 
O silo tipo trincheira é o mais comum, permite uma melhor compactação e 
maior densidade de material ensilado. A utilização de paredes laterais promove maior 
compactação da massa e menores perdas quando comparado ao silo tipo superfície. 
Entretanto, tem um elevado custo inicial caso seja de alvenaria, no entanto pode ser 
construído em contato direto com o solo. Uma vez confeccionado, não permite a 
estocagem de silagem acima da sua capacidade. Do mesmo modo, que o silo de 
superfície possui grande exposição da massa de silagem ao oxigênio atmosférico 
(área que está em contato com a lona) (FUNDAÇÃO ROGE, 2017). 
 
 Figura 3 – Silo tipo trincheira 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE:https://www.royalmaquinas.com.br/blog/silo-qual-o-tipo-ideal-para-sua-propriedade 
 
 
FONTE:https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/conservacao-de-
forragens/estruturas-para-armazenamento-de-silagens-parte-12-8187n.aspx 
https://www.royalmaquinas.com.br/blog/silo-qual-o-tipo-ideal-para-sua-propriedade
https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/conservacao-de-
23 
 
5.4.3 SILO TIPO BOLSA “BAG” 
 
Existe um método alternativo de armazenamento, conhecido como silo bolsa, 
também conhecido por Bag. Este tipo de silo elimina qualquer tipo de custo de uma 
estrutura permanente, oferecendo ainda flexibilidade de realocar o silo, caso haja 
necessidade. Custos anuais estão associados com o aluguel da ensacadora, a 
compra de bolsas e a eliminação do plástico após o uso (SCHROEDER et al., 2010). 
Para a estocagem da silagem nos silos bolsa é necessário o auxílio de 
maquinas ensacadoras. Possuem certa variedade de tamanhos (30, 60 e 90m de 
comprimento) e diâmetros (1,8 a 3,6m), sendo que a dimensão 1,8 por 60m é a mais 
comum no Brasil (SANTOS, 2013). 
 
 
 Figura 4 – Silo tipo bolsa (Bag) 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: http://bovitech.com.br/produtos/silo-bolsa 
 
 
6 SILAGEM DE MILHO 
 
 
Durante muito tempo o milho vem sendo a principal fonte energética utilizada 
no confinamento de bovinos no Brasil. Vários fatores justificam o uso do milho como 
a forrageira preferida para produção de silagem: sistema de produção já definido; 
facilidade de cultivo (mecanizado); produção adequada de matéria seca; facilidade de 
fermentação; alto valor energético e consumo voluntário elevado (EVANGELISTA, 
2002). 
http://bovitech.com.br/produtos/silo-bolsa
24 
 
A silagem é o armazenamento de grãos na ausência de oxigênio, tendo como 
objetivo o desenvolvimento de bactérias homofermentativas, para a produção de ácido 
lático e redução do pH da silagem. (SALVADOR et al., 2015). 
O cultivo do milho deve ser realizado no período chuvoso, podendo haver 
períodos sem ocorrência de chuvas gerando um déficit hídrico, conhecido como 
veranico (CARVALHO, 2015). Os produtores cada vez mais optam por utilizar o milho 
cultivado no período chuvoso, em razão de se tratar de uma cultura de ciclo curto e 
que pode ser cultivada nas diferentes regiões, mesmo aquelas com curtos períodos 
chuvosos, como o Nordeste brasileiro (SILVA et al., 2015). 
A cultura do milho tem uma demanda de 350 a 400 mm de água, sendo 
possível obter uma produção satisfatória sem a necessidade de irrigação. Nas 
condições de clima quente e seco, a cultura do milho raramente excede um consumo 
de 3 mm de água por dia, entre o período de iniciação floral à maturação, pode atingir 
de 5 a 7 mm por dia (SANTOS et al, 2014). As maiores produtividades têm ocorrido 
associadas a consumos de água entre 500 e 800 mm considerando todo o ciclo da 
cultura (EMBRAPA, 2012). 
Diversos autores ressaltam que, as oscilações nas safras demilho, das 
principais regiões produtoras do Brasil, estão associadas à disponibilidade de água. 
(BERGONCI et al., 2001; BERGAMASCHI et al., 2004). Matzenauer et al. (1983) citam 
que o consumo hídrico da cultura está relacionado ao tamanho da população da 
planta. Com 67 mil plantas/ha, um híbrido precoce de milho necessita de uma média 
de 650 mm de água em todo o ciclo. Já em uma população de 50 mil plantas/ha, a 
necessidade média é de 577 mm para todo o ciclo do milho. 
Segundo Barros (2014) o milho forrageiro necessita de aproximadamente 250 
a 350 mm. Enquanto a cultura destinada à produção de grão exige cerca de 500 a 600 
mm. Em condições brasileiras o ciclo do milho pode variar em função da variedade 
escolhida podendo ser um ciclo muito curto ou muito longo (110 a 180 dias) e do tipo 
de solo. 
Todos os anos, as empresas de sementes oferecem ampla variedade de 
materiais, para a escolha do produtor. Da mesma forma, existe ampla gama de 
maquinaria para colheita de forragem, inoculantes e outros produtos. Existem também 
alternativas tecnológicas de utilização do milho, para a produção de silagem 
(D’OLIVEIRA, 2014). 
 
25 
 
6.1 SILAGEM DE MILHO UTILIZANDO A PLANTA INTEIRA 
 
É a forma mais conhecida e usada pelos produtores, sendo utilizado a planta 
por completo no processo de ensilagem. A planta para ensilagem deve apresentar 
alta produtividade, teor de matéria seca em torno de 33 a 35%, alto teor de 
carboidratos solúveis, baixo poder tampão para facilitar o abaixamento do pH no 
interior do silo e excelente aceitabilidade e digestibilidade. 
Na cultura do milho, vários aspectos causam variações na qualidade da 
silagem, a escolha do híbrido, estádio de maturação durante colheita, além dos fatores 
solo e clima (NEUMANN et al., 2011). A escolha da cultivar, segundo Factori (2012) 
é responsável por 50% do rendimento final da lavoura atrelado ao potencial genético 
das sementes e das condições de plantio (solo, adubação e clima). 
Segundo Cruz et al. (2014) o conhecimento sobre tipo e ciclo da planta 
utilizada, época de semeadura, densidade utilizada no momento do plantio, textura do 
grão, resistência ao acamamento, altura da planta, nível tecnológico empregado e a 
adaptação da cultivar a região é fundamental para o sucesso da lavoura do milho 
destinado a produção de silagem. 
Ao escolher um híbrido objetivando a produção de silagem de milho Nussio et 
al. (2001) recomendam que o mesmo possua alta porcentagem de grãos. Além disso, 
o valor nutritivo da porção haste - folhas e a digestibilidade do material tem influência 
positiva na qualidade da silagem. Quanto a textura dos híbridos, as cultivares podem 
ser divididas de acordo com a textura dos grãos, classificadas em: dentado (dent), 
grão duro ou cristalino (flint) e grãos semiduros ou semidentados os quais apresentam 
características intermediárias (CRUZ et al. 2004). 
Ao escolher um híbrido de milho para o plantio destinado à ensilagem existem 
vários pontos agronômicos e nutritivos a serem considerados: Adaptação às 
condições edafoclimáticas de cada região e à época de plantio; Produtividade de 
matéria seca por hectare; Tolerância às pragas e doenças; Resistência ao 
acamamento; Grãos profundos longos (GRUPOAPOIAR, 2018). 
Durante muitos anos foi recomendado o plantio de milhos macios para 
silagem, pois estudos mostravam que grãos duros tinha menor digestibilidade do 
amido e por consequência um menor aproveitamento pelos animais. Atualmente isso 
é uma verdade apenas para os grãos secos e não se aplica ao milho ensilado. Isso 
ocorre devido a vitriosidade do grão não está formada durante o ponto de ensilagem 
26 
 
e devido ao processo de fermentação do material ensilado, onde, o amido se torna 
mais digestível quebrando a dureza do grão (GRUPOAPOIAR, 2018). 
Segundo Zopollato e Sarturi (2009) o alto valor nutritivo da planta de milho, se 
caracteriza pela alta digestibilidade e densidade energética o que qualifica a silagem 
desta forrageira como ótima opção aos sistemas de produção animal. 
Ao se produzir silagem utilizando a planta inteira, a parte vegetativa é 
removida, gerando extração de nutrientes e consequentemente causando problemas 
de fertilidade do solo. Estes problemas serão mais intensos e se manifestarão com 
maior frequência em relação às áreas de produção de grãos, devido ao uso das áreas 
durante anos consecutivos, sem nenhum tipo de manejo de solo e uma adubação de 
manutenção (MARTIN et al., 2011). 
Nutricionalmente falando os grãos possuem uma maior participação na 
silagem de milho. Correspondendo com 65% de energia, a fibra (FDN) 25% e os 
conteúdos celulares 10 % (MAHANNA, 2014). Então quanto maior a proporção de 
grãos, maior será o conteúdo de amido e, consequentemente, maior o valor nutricional 
da silagem. O valor nutritivo dos colmos e das folhas também são importantes, pois 
representam cerca de 60-65% da massa de silagem, ou seja, mais que os grãos que 
representam 35-40% (GRUPOAPOIAR, 2017). 
Uma boa silagem apresenta teores de FDN (Fibra Detergente Neutro) entre 
38 e 45%, enquanto que o grão tem FDN próximo de 10%. Com base nisso, quanto 
maior for a participação dos grãos na silagem menor será o teor de FDN e vice-versa. 
Caso o milho for colhido de forma tardia, o teor de FDN da planta aumenta (fica mais 
fibrosa) mas, em compensação, a participação de grãos é maior, por isso o teor de 
FDN na silagem pode variar pouco). A Fibra Detergente Acido (FDA) está contida no 
FDN, pois, representa as frações celulose e lignina. A lignina como sendo a fração 
não digestível da planta, dificulta a ação dos microrganismos do rumem e 
consequentemente a posterior absorção dos nutrientes. Com isso, quanto maior for o 
teor de FDA menor será a qualidade e digestibilidade da silagem (PIONEER, 2018). 
Skonieski et al. (2014) ao avaliarem o efeito do arranjo de plantas sobre a 
qualidade da silagem de milho cultivado em sistema de plantio direto em Santa Maria, 
RS, com a população de 65 mil plantas por hectare constaram que o arranjo de plantas 
no espaçamento de 80 cm obtive maior teor de proteína da forragem resultando em 
silagem de qualidade superior. A qualidade da ensilagem diminuiu com a redução do 
27 
 
espaçamento, especificamente os teores de fibra em detergente neutro, nutrientes 
digestíveis totais e compostos de lignina. 
Vieira (2013) usando um espaçamento de 50 cm e uma população de 70 mil 
plantas por hectare obteve uma maior produtividade da silagem de milho. Porem a 
melhor qualidade da silagem ocorreu no espaçamento de 1,00 m nas populações de 
60 e 70 mil plantas por hectare. 
 A silagem de milho é alimento volumoso nutricionalmente completo com alta 
densidade energética (maior que 64% de nutrientes digestíveis totais - NDT), com 
teores moderados de proteína bruta (6 a 9 % de PB) sem necessidade de 
incorporação de aditivos (FACTORI, 2008). 
É esperado que a silagem tenha alta qualidade, sem necessidade de aditivos, 
no intuito de estimular a fermentação, pois, no ponto da colheita correto, o teor de 
matéria seca em torno de 35% inibe as fermentações indesejáveis (SEMENTES 
AGROCERES, 2018). 
 
6.2 SILAGEM DE MILHO SEM ESPIGA 
 
A silagem de milho sem espiga pode ser utilizada como uso alternativo dos 
restos culturais das áreas destinadas a produção de milho verde. E seu produto é 
destinado à alimentação de ruminantes gerando renda complementar a propriedade, 
além do manejo sustentável de produção (MARQUES, 2010). Diferente do teor de 
matéria seca ideal para ensilagem ao utilizar grãos em estádio farináceo (teor médio 
de matéria seca entre 33 e 35%), o ponto do milho verde está em torno dos 23,5%. O 
teor de matéria seca inferior a 25% favorece o desenvolvimento de bactérias do 
gênero Clostridium produtoras de ácido butírico e também a perdas de princípios 
nutritivos por lixiviação e intensa degradação de proteínas (EVANGELISTA, 1986). 
Neste caso, torna-sefundamental investigar a qualidade das silagens de 
híbridos de milho ensilados após a colheita das espigas, além de estratégia para 
contornar o baixo teor de matéria seca das plantas no momento da ensilagem e a 
possível redução no valor nutritivo da silagem. 
Pereira Filho (2018) afirma que a utilização da planta deve ocorrer entre duas 
a três semanas após a colheita do milho verde. Durante este período o processo 
fotossintético ainda está ocorrendo, havendo o acúmulo de carboidratos no colmo. 
28 
 
Após esta fase o colmo passa a perder qualidade de forma acelerada, devido ao 
espessamento e lignificação da parede celular. 
De acordo com Silva et al. (1999) as percentagens de colmos e de grãos, para 
o milho, são as características agronômicas de maior relevância e consistentemente 
correlacionadas com medidas de qualidade das silagens, como digestibilidade da 
matéria seca e fibra em detergente ácido, assim como o ganho de peso médio e 
consumo diário de matéria seca apresentados por animais submetidos a esse 
alimento. 
Nekaghi (2007) realizou um experimento avaliando quantitativamente e 
qualitativamente a silagem de híbridos de milho sem espiga. Havendo diferença entre 
os híbridos avaliados, no qual o hibrido AG7000 apresentou maior produção de 
matéria verde. Com relação a qualidade da silagem, os híbridos apresentaram uma 
silagem de qualidade media a boa, sendo que o híbrido AG5020 foi o que apresentou 
o maior teor de proteína, mostrando que a quantidade de espiga influi na qualidade 
de Proteína Bruta. 
Em um estudo realizado por Lima et al. (2007), foi constatado que a silagem 
de plantas de milho, após a colheita das espigas, resulta em silagens com baixos 
teores de matéria seca, dessa forma recomenda-se que as plantas permaneçam no 
campo por mais algum tempo para que teores mais elevados sejam obtidos (Tabela 
2). 
Tabela 2 - Valores de pH, matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente 
neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e digestibilidade "in vitro" das silagens 
de duas variedades de milho, ensiladas com e sem espigas. 
 Silagem de milho pH MS (%) PB FDN FDA DIVMS 
% na MS 
Cati Verde, planta inteira com espigas 3,9 18,0 b 7,6 67,6 46,6 60,6 
Cati Verde, planta sem espigas 3,8 24,4ab 7,5 62,8 46,5 59,5 
Cati Verde, planta sem espigas + 5% de polpa citrica 3,9 25,4b 7,7 65,0 49,0 61,4 
AL Band., planta inteira com espigas 3,9 19,0 ab 8,0 62,4 48,4 61,4 
AL Band., planta inteira sem espigas 3,8 22,3a 7,4 66,5 49,7 57,4 
AL Band., planta sem espigas + 5% de polpa citrica 3,8 24,8b 7,9 64,7 49,7 57,4 
CV (%) 1,5 9,9 7,4 8,7 8,7 57,4 
Média Geral 3,8 21,8 7,7 65,1 47,0 60,0 
Médias com letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). 
CV = coeficiente de variação. 
FONTE: LIMA, J. A. et al. (2007) 
29 
 
6.3 SILAGEM DE GRÃO ÚMIDO DE MILHO 
 
A silagem de grão úmido, devido a sua praticidade e eficácia, tem sido cada 
vez mais utilizada no Brasil. Seu fácil manuseio permite que pequenos ou grandes 
produtores obtenham resultados eficazes (JOBIM et al., 2001). A silagem de grão 
úmido trata-se do armazenamento de grãos colhidos logo após o amadurecimento 
fisiológico com teor de umidade entre 25 a 35%, podendo haver variação no momento 
de ensilagem. A fase de amadurecimento fisiológico se caracteriza pelo máximo teor 
de amido apresentado pelos grãos (OLIVEIRA et. al., 2010). Do mesmo modo como 
na confecção da silagem de milho utilizando a planta inteira, os mesmos cuidados são 
necessários para o processamento da ensilagem apenas de grão, preservando a 
qualidade do grão úmido. 
A qualidade nutricional de silagens de grãos úmidos inicia com a escolha do 
híbrido de milho. A produtividade é uma característica indispensável, sendo 
encontrados híbridos com capacidade produtiva superior a 15.000 kg/ha, mas em 
especial devem apresentar resistência a micotoxinas e baixa porcentagem de grãos 
ardidos, deve-se observar a adaptação do híbrido a cada região do país e o ciclo da 
cultura (GOBETTI et. al., 2013). 
A colheita do grão de milho é uma etapa fundamental na qualidade da silagem, 
o teor de umidade do grão no momento da colheita deve permanecer entre 30 a 35%, 
considerado o ideal o mínimo de 26 e máximo de 40%, pois em umidade superior a 
40% a quantidade de água excessiva no grão, interfere na maturação fisiológica 
resultando em perda de matéria seca, fermentação excessiva e perda de energia 
durante a estocagem (LEH, 2001). 
Quando a matéria seca excede ao ideal, umidade inferior a 26% dificulta o 
processo de moagem além de interferir negativamente na ação das bactérias e fungos 
anaeróbios que irão fermentar a massa moída de milho, pois terá consistência 
endurecida, o que poderá acarretar maior perda na passagem pelo trato digestório, 
resultando no baixo aproveitamento do amido disponível para fermentação no rúmen 
(GOBETTI et al., 2013). 
A moagem dos grãos úmidos é um procedimento necessário, pois, além de 
facilitar a compactação, também melhora a absorção de nutrientes no trato digestório 
do animal. Tal prática pode ser realizada de acordo com a realidade e necessidade 
de cada propriedade, sendo recomendado o uso de desintegrador quando há mais de 
30 
 
100 sacas de milho/hora, a fim de evitar que o milho colhido seja acometido pela 
fermentação aeróbia e alterações abruptas na composição nutricional do grão devido 
ao tempo de espera na carreta (LUGÃO et al., 2011). 
Souza (2001) afirma que o grão úmido de milho não pode ser ensilado na 
forma de grão inteiro. O processo de moagem além de facilitar o consumo pelos 
animais, tem a finalidade de diminuir o espaço vazio entre as partículas, influenciando 
a ação das bactérias acidófilas, resultando em maior armazenamento dos grãos em 
um mesmo espaço em que se poderia armazenar a silagem de planta inteira. 
Para o fornecimento aos bovinos, é recomendado utilizar uma moagem mais 
grosseira, ou seja, quebra do grão em três ou quatro partes, através de peneira de 1,5 
mm. Para ruminantes a moagem mais fina do grão proporciona um aumento na taxa 
de passagem do alimento pelo trato digestivo, comprometendo assim a 
degradabilidade e digestibilidade, devido à diminuição do tempo de colonização 
através das bactérias ruminais, resultando em menos aproveitamentos de nutrientes, 
possível redução da gordura do leite e aumento da ocorrência de deslocamento de 
abomaso (LUGÃO et al., 2011). Em contrapartida, partículas muito grandes, maior que 
1000 micrômetros de diâmetro geométrico médio resultam em perda de grão pelas 
fezes, assim a importância da granulometria no processamento com desintegradores 
(SOUZA, 2001). Visto que o tamanho da partícula do grão interfere diretamente no 
processo de fermentação (LEH, 2001). 
Segundo as pesquisas realizadas por Berndt et al. (2002) e Reis et al. (2001), 
a silagem de grãos de milho é vantajosa em termos nutricionais, pois aumenta a 
eficiência de conversão alimentar. O uso da silagem de grãos úmidos de milho 
apresenta vantagens relacionadas à antecipação da colheita, à redução de perdas no 
campo e ao armazenamento, bem como à redução de custos pela eliminação de 
etapas relacionadas à limpeza e pré-secagem (JOBIM e REIS, 2001). 
 
6.4 SILAGEM DE MILHO REIDRATADO 
 
A silagem de milho reidratado consiste basicamente na hidratação do grão 
maduro moído, o que propicia sua fermentação e armazenamento como silagem. O 
grão maduro (10 a 14 % de umidade) é moído e reidratado para obter teor de umidade 
acima de 30% da matéria natural e depois ensilado (ANDRADE FILHO et al., 2010). 
31 
 
A reidratação consiste em devolver ao grão já seco a umidade adequada, para 
que o mesmo seja fermentado na ensilagem. Esta técnica é uma alternativa para 
diminuir os riscos no processo de ensilagem de grão úmido de milho, visto que a 
colheita é realizadaquando a planta apresenta teor de umidade entre 35 a 40%, 
podendo ser um problema. Pequenos intervalos durante o período de colheita, 
geralmente realizada no período chuvoso, aumenta a chance de insucesso no 
processo, devido a maturação excessiva e a consequente perda de umidade dos 
grãos. 
A reidratação pode ser utilizada em caso de atraso na colheita, situação em 
que o teor de matéria seca é superior ao desejado para o processo de grão úmido 
(BITENCOURT, 2012). Um detalhe importante neste tipo de confecção de silagem é 
a homogeneização de água ao grão, pois, caso sua incorporação ao milho ocorra por 
uma mistura não vigorosa, a hidratação não será perfeita, podendo resultar na perda 
do material ensilado devido ao crescimento de fungos (PEREIRA, 2018). 
O processo de reidratação pode ser simplificado através de uma adaptação 
de canos ao moinho para hidratação simultânea à moagem próxima ao silo (Figura 5), 
por mistura da água ao grão já triturado em um vagão misturador ou por adição de 
água a uma rosca sem-fim após a moagem. A adaptação do moinho consiste em 
passar canos perfurados imediatamente abaixo da peneira do equipamento. Com isto, 
o milho triturado é imediatamente misturado à água e cai no silo bem homogeneizado. 
 
Figura 5 - Moinho adaptado com canos para propiciar a hidratação do milho durante 
a moagem do grão maduro para ensilagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE:http://www.beefpoint.com.br/utilizacao-de-silagem-de-milho-reidratado-na-
alimentacao-de-bovinos/ 
http://www.beefpoint.com.br/utilizacao-de-silagem-de-milho-reidratado-na-
32 
 
Vale enfatizar a importância da hidratação do milho pois, diferentemente da 
prática de aspergir inoculantes em silagens com o intuito de atuar positivamente sobre 
o processo fermentativo no silo, a quantidade de água necessária para trazer o teor 
de umidade do grão maduro para valores adequados à ensilagem é bem maior 
(PEREIRA, 2013). A vantagem de se utilizar milho reidratado é de poder adquirir o 
milho sem precisar ser cultivado na propriedade, liberando área para plantio de outra 
cultura, além disso, pode ser adquirido durante a safra, quando o preço é mais 
acessível. 
Andrade Filho et al. (2010) com objetivo de determinar o melhor nível de 
reidratação de grão de milhos maduros e secos para confecção de silagem, avaliaram 
a incorporação de água ao milho maduro para obterem teores de umidade na silagem 
de 20, 30 ou 40%. O pH final das silagens foi reduzido de forma quadrática conforme 
o aumento do nível de reidratação. A redução do pH foi associada a inibição do 
crescimento bacteriano e da fermentação. Não havendo diferença no pH das silagens 
entre os níveis de reidratação 30 e 40%, sugerindo que teores de umidades acima de 
30% da matéria natural foram adequados. 
Em um estudo realizado por Ferranetto et al (2015), foi constatado o ganho 
em digestibilidade do amido após a hidratação do grão de milho. No experimento, o 
milho foi reidratado até 70% da MS e armazenado em sacos a vácuo por 30 dias. O 
pH do milho reduziu de 6,72 para 4,40 no silo (P < 0,01) mostrando que houve 
fermentação. O teor de proteína solúvel aumentou de 18,0 para 22,5% da PB (P < 
0,01), sugerindo a quebra da prolamina, que foi confirmada pelo aumento da 
disgestibilidade in vitro do amido de 52,6 para 64,9% do amido (P < 0,01). 
Existem fatores que afetam as características como digestibilidade da silagem 
de grão de milho, entre eles estão teor de umidade e granulometria da moagem. A 
adição de água ao milho tem como objetivo de promover um ambiente adequado para 
que a fermentação bacteriana ocorra e a produção de ácido lático controle o 
crescimento de micro-organismos indesejáveis, semelhante ao que acontece em 
silagem de planta inteira. O excesso de água leva a perda de nutrientes por lixiviação 
e retarda a redução do pH, pela diluição do ácido. Pelo contrário, a falta de umidade 
impede o crescimento de bactérias do ácido lático (LOPES, 2016). 
O tipo de endosperma do híbrido ensilado influencia diretamente na 
digestibilidade da silagem final. Um teor elevado de prolamina relacionado ao milho 
vítreo, mesmo após a ensilagem, reduz a degradabilidade in vitro do milho (HOFFMAN 
33 
 
et al., 2011). Em milhos com texturas diferentes de endosperma, macio (49,6 % 
vitreosidade) e duro (79,7 % vitreosidade), foram moídos por peneira de 5 mm, 
hidratados (30 % de umidade) e ensilados em silos experimentais. Relacionando à 
vitreosidade, o teor de proteína do milho, o híbrido duro apresentou maior PB 10,58 
vs. 9,75 % da MS para o milho macio (P < 0,01). 
 
 
7 CONSUMO E DESEMPENHO ANIMAL 
 
 
Na confecção de silagem é comum observar a planta do milho sendo colhida 
em diferentes estádios de maturidade fisiológica. Segundo O’Kiely e Maloney (1995) 
silagens que possuem baixo teor de amido resultam em menores taxas de ganho de 
peso em bovinos de corte. Ao mesmo tempo que silagens contendo elevado teor de 
amido resultam em desempenho superior em bovinos de leite (FITZGERALD et al., 
1998). 
O consumo animal está atrelado a eficiência do ruminante em processar e 
utilizar o alimento dentro do ambiente ruminal para produção de energia. Por sua vez, 
a digestibilidade depende diretamente do nível de consumo (NRC, 2001) e, 
consequentemente, das variáveis que o afetam. Como importante órgão de 
processamento do alimento no animal, o rúmen, fisicamente, é uma enorme câmara 
fermentativa onde ocorrem milhares de reações, gerando diversos produtos. As 
concentrações de amônia e pH no interior do rumem são ferramentas de auxílio ao 
conhecimento da utilização de forma efetiva dos alimentos, através do fornecimento 
de informações a respeito do processo fermentativo (NAGARAJA et al., 1997). 
Bovinos submetidos a dietas contendo silagem consomem menos MS quando 
comparado a alimentos com materiais verdes ou feno da mesma forrageira (RIBEIRO, 
2001). 
Mendes (2013) avaliando a substituição do milho seco moído por silagem de 
grão de milho moído reidratado na dieta de vacas em lactação sobre o consumo, 
observou que a substituição do milho seco e moído pela silagem de milho reidratado 
proporcionou uma redução no consumo de MS sem variação na digestibilidade 
aparente de amido e com maior produção de leite em relação ao consumo de matéria 
seca. 
34 
 
Segundo Cavalcante et al. (2004) em um estudo avaliando dietas com silagem 
de milho e feno de capim tifton-85, constatou que bovinos ao receberem dietas 
contendo apenas silagem de milho como volumoso, ingeriram 0,5 kg de FDN a menos, 
em relação àqueles que receberam feno. Tal comportamento pode ser explicado 
devido ao menor teor de FDN na dieta contendo silagem de milho. 
Em estudo com silagem de milho, Tomich et al. (2006) encontraram valores 
de 27,3% de MS, 7,2% de PB, 51,5% de FDN, 32,4% de FDA e 4,0% de lignina, e 
para silagem de sorgo, valores de 31,7% de MS, 6,8% de PB, 59,1% de FDN, 35,9% 
de FDA e 4,9% de lignina. Esses valores são semelhantes entre as forrageiras, com 
ligeira superioridade para a cultura do milho. 
Nussio (2003) quantificou o valor nutritivo de três silagens de milho quando 
oferecidas para novilhos de corte como forragem exclusiva ou em associação com 
silagem de milho. As forragens fornecidas foram silagem de milho (3 silagens) ou 
silagem de capim como único volumoso; ou uma mistura 50:50 (base de MS) de cada 
silagem de milho com a silagem de capim. Ao ser comparada a silagem de capim, a 
silagem de milho, oferecida como única forragem para novilhas, apresentaram maior 
consumo de MS e taxa de ganho de peso (carcaça) (NUSSIO, 2003). 
Silva et al. (1999) avaliando o desempenho de animais Pardo Suíço x Nelore 
inteiros F1 de 20 meses, recebendo silagem de milho, apresentaram um ganho de 
1,714 kg/dia, peso superior aos valores mencionadas por Feijó et al. (1996), utilizando 
novilhos da mesma raça, mesma idade e com dietas semelhantes (1,273 kg/dia). 
Ainda segundoSilva et al. (1999) o elevado ganho de peso foi atribuído a ocorrência 
do crescimento compensatório. Quanto mais alto for o plano nutricional durante o 
período de realimentação maior e mais rápida será a recuperação do peso. 
Nascimento et al. (2008), conduziram um experimento para avaliar o valor 
alimentício de silagens de sorgo (granífero e sacarino) e milho e sua influência no 
desempenho de vacas leiteiras. 
 
Tabela 3 - Consumo e desempenho de vacas leiteiras alimentadas com silagens de 
milho e sorgo. 
Item Silagem Milho Silagem Sorgo 
granifero 
Silagem Sorgo 
sacarino 
Consumo de matéria seca (kg/dia) 21,95b 22,98a 19,43c 
Produção de Leite (kg/dia) 28,81a 24,69b 24,14b 
35 
 
Gordura do leite (%) 4,39b 4,31b 4,56a 
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem pelo teste de Tukey 
(P<0,05). FONTE: Nascimento et al. (2008). 
 
De acordo com a Tabela 3 os animais alimentados com silagem de sorgo 
granífero apresentaram maior consumo de matéria seca em comparação àqueles 
alimentados com as silagens de milho e de sorgo sacarino. A produção de leite foi 
maior para as vacas que consumiram silagem de milho em comparação àquelas 
alimentadas com silagem de sorgo granífero e sacarino. Os autores concluíram que 
as silagens de sorgo apresentaram potencial de produção inferior ao do milho, 
entretanto, a rusticidade e a capacidade de adaptação a condições limitantes de 
crescimento, como temperaturas elevadas e escassez de água, continuam sendo os 
principais fatores que justificam a utilização dos sorgos. 
Citado por Gobetti (2013) Fancelli & Dourado Neto (2000), observaram que a 
silagem de grãos úmidos tem aumentado à produção de proteínas no leite e seu valor 
nutritivo é semelhante ou ligeiramente superior ao do milho seco finamente moído, 
quando fornecida em quantidades equivalentes de matéria seca. 
O emprego da silagem de grãos úmidos de milho ou sorgo na alimentação de 
ruminantes melhora a produtividade animal além de reduzir os custos de produção. 
As vantagens no uso dessa silagem estão relacionadas a forma de digestão do amido 
no rumem, pelo intenso grau de processamento físico dos grãos no processo de 
ensilagem e/ou químico-biológico na fermentação, onde os animais conseguem 
aproveitar melhor os nutrientes (GOBETTI, 2013). 
De acordo com Passini et al. (2002), silagem de grão úmido de milho pode ser 
adicionada em dietas de terminação em bovinos jovens confinados, visto que não 
prejudica o desempenho animal, melhora as características de rendimento da carcaça 
e qualidade da carne através do aumento do rendimento de carcaça e do teor de 
extrato etéreo da carne. Além disso a redução dos níveis de 14% de PB na fase inicial 
para 11% na fase de terminação não prejudicar a carcaça ou a qualidade da carne. 
Em um estudo realizado por Ladely et al. (1995), ao avaliar o efeito dos 
métodos de processamento sobre híbridos de milho observou um aumento da 
eficiência alimentar de 11,33% nos bovinos em terminação alimentados com silagem 
de milho com alta umidade (inclusão de 83% da MS) em comparação com o grão seco 
moído. 
36 
 
Segundo Costa (2002) avaliando o desempenho de bovinos superprecoses 
observou um maior GMD (p<0,05) nos animais (1,23 ± 0,28 kg) ao consumirem 
silagem de grão úmido de milho em relação aos grãos de milho seco quebrados (1,14 
± 0,30 kg), o que correspondeu a um aumento de 7%. Isso se deve ao processamento 
sofrido aos grãos de milho durante o processo de ensilagem apresentando uma maior 
degradação ruminal, gerando um aumento na eficiência energética e na produção da 
proteína microbiana no rúmem, melhorando o desempenho animal. 
Silva (2016) avaliou o desempenho e os parâmetros ruminais de bovinos 
Nelore confinados, alimentados com silagens de grão úmido de milho e silagens de 
milho reidratado com e sem o uso de inoculantes (L. buchneri) em comparação ao uso 
de milho seco moído (Tabela 4). Observaram que os animais apresentaram um menor 
CMS (P = 0,02) ao consumirem dietas com Milho úmido sem inoculantes e milho 
reidratado sem inoculantes (MU e MR) em comparação a MSC, devido ao aumento 
da digestão do amido em consequência da maior fermentação do amido no rúmen. O 
aumento da digestão das dietas com MU e MR levou a um incremento da energia 
liquida de mantença (ELm) na dieta de 17,6 e 21,2%, respectivamente, e na energia 
liquida de ganho (ELg) da dieta de 23,1 e 27,7%, em relação às dietas contendo MSC. 
Em decorrência do aumento da ELm e ELg das dietas com silagens os animais 
reduziram o CMS, uma vez que o menor CMS atingiu a saciedade química dos 
animais. A redução no CMS também pode ser explicada pelo aumento na produção 
de propionato das dietas com silagem. Houve melhora significativa da EA dos animais 
ao consumirem silagens em comparação ao MSC, em decorrência da redução do 
CMS ocasionado pelo maior ELm e ELg. Além disso o incremento da EA pode estar 
relacionado ao tempo prolongado de estocagem (270 dias para MU e MUB e 240 dias 
para MR e MRB), promovendo à quebra da matriz proteica que recobre os grânulos 
de amido, proporcionando um maior ganho de digestibilidade. Na composição de 
carcaça poucas diferenças foram observadas. No qual animais submetidos as dietas 
contendo MUB e MR apresentaram uma maior AOL, a dieta com MR apresentou maior 
AOL/100 kg e EGS foi maior com MU. Para o autor tais diferenças de CMS e energia 
das dietas com MSC e silagens não influenciaram a composição da carcaça dos 
animais. 
 
 
37 
 
Tabela 4 - Desempenho e características da carcaça de bovinos Nelore terminados 
em confinamento alimentados com milho grão seco moído (MSC), silagem de milho 
grão úmido (MU), silagem de milho grão úmido inoculado com L. buchneri (MUB; 
NCIMB 40788 na de 1 × 105 ufc/g), silagem de milho reidratado (MR), silagem de 
milho reidratado inoculado com L. buchneri (MRB; NCIMB 40788 na de 1 × 105 ufc/g) 
Variáveis MSC MU MUB MR MRB EMP P-valor 
CMS, kg/dia 9,81 a 7,88 b 7,89 b 7,34 c 7,32 c 0,24 <0,01 
PC inicial, kg 311 310 310 311 310 7,26 0,24 
PC final, kg 514 a 505 ab 510 a 505 ab 493 b 7,17 0,08 
PCQ, kg 290 a 282 ab 286 a 282 ab 275 b 6,49 0,06 
GMD, kg 1,73 a 1,66 ab 1,69 a 1,64 ab 1,55 b 0,05 0,09 
RC, % 56,3 55,9 56,2 56,0 55,9 0,31 0,84 
CA, kg 5,70 a 4,76 b 4,67 bc 4,48 c 4,72 bc 0,12 <0,01 
EA 0,176 c 0,211 b 0,215 ab 0,224 a 0,213 ab 0,005 <0,01 
AOL, cm2 76,0 b 75,5 b 78,0 a 79,6 a 75,3 b 2,60 <0,01 
AOL, cm2/100 kg PC 15,0 b 15,2 b 15,5 b 16,2 a 15,5 b 0,34 0,02 
RATIO 0,518 0,533 0,530 0,528 0,515 0,006 0,15 
Marmoreio 2,75 2,93 2,85 2,51 2,80 0,12 0.12 
EGS, mm 5,55 6,20 5,81 5,90 5,59 0,21 0,23 
EGS, mm/100 kg PC 1.09 b 1,24 a 1,16 b 1,20 ab 1,15 b 0,04 0,08 
EGP8, mm 7,99 7,70 7,77 7,64 7,71 0,31 0,94 
Rins, kg 0,827 0,764 0,797 0,778 0,767 0,032 0,57 
GRPI, kg 6,53 a 5,37 b 5,93 ab 5,62 b 5,22 b 0,32 0,06 
CMS = consumo de matéria seca; PC = peso corporal; PCQ = peso de carcaça quente; 
GMD = ganho médio diário; RC = rendimento de carcaça; CA = conversão alimentar; 
EA = eficiência alimentar; Elm = energia líquida de mantença; Elg = energia líquida de 
ganho; AOL = área de olho de lombo; RATIO = razão entre altura e largura da AOL; 
EGS = espessura de gordura subcutânea; EGSP8 = espessura de gordura na altura 
da picanha; GRPI = gordura renal pélvica e inguinal. Médias seguidas de mesma letra 
na linha não diferem entre si pelo teste t. FONTE: Silva (2016). 
 
38 
 
8 VIABILIDADE ECONÔMICA 
 
 
Devido ao alto valor energético e baixo custo por quilo de matéria seca, a 
silagem de milho pode ser empregada em quase todas as propriedades estando 
presente na dieta tanto de rebanhos leiteiros quanto de corte. A produção de forma 
eficiente da silagem começa por uma lavoura bem conduzida, seguida do corte, 
transporte, descarga, compactação e a vedação do silo. Todo o procedimento deve 
ser realizado de forma correta, permitindo a fermentação do milho picado e o 
armazenamentoda silagem por longo período (PEREIRA, 2015). 
Devido ao avanço das tecnologias voltadas ao agronegócio, novas cultivares 
de milho híbridos de maior potencial produtivo, são lançadas no mercado anualmente 
(CRUZ, 2004). 
Como em qualquer outra atividade agropecuária, é necessária uma avaliação 
econômica, assim como o levantamento de forma detalhada, do custo de produção e 
viabilidade econômica nos sistemas de produção (SILVA, 2011). Os custos de 
produção podem variar de região para região, dependendo da tecnologia adotada e, 
principalmente, da produtividade da lavoura. 
Barbosa et al. (2014) afirmam que o controle do custo de produção é 
fundamental, em decorrência da estreita margem de rentabilidade da maioria das 
culturas. Borges et al. (2013) citam que para à sobrevivência do pequeno produtor o 
aumento do controle de gasto é um fator primordial, pois os que não se reorganizarem 
ou não se adaptarem a este novo ambiente competitivo não obterão êxito. 
No planejamento da lavoura de milho destinada a silagem é comum o 
pecuarista fazer opção por alternativas que, na sua opinião, poderão reduzir os custos 
de produção como, escolha de híbridos de menor custo de semente e a redução na 
quantidade de fertilizantes aplicados (Tabela 5). Contudo, a lavoura de milho 
destinada à ensilagem deve ter alta produtividade, visando diluição dos custos de 
implantação, principalmente insumos; maior eficiência na colheita; e alta concentração 
energética (proveniente de grãos), reduzindo a demanda por alimentos concentrados. 
 
 
 
39 
 
Tabela 5 - Custos médios de produção de duas lavouras de milho para silagem com 
produtividades de 35 e 50 t/ha de massa verde (MV). 
Custo de produção de silagem de milho com diferentes produtividades 
 
Custo/hectare 
Produtividade de massa verde/ha 
35t 50t 
Sementes (1,3sc/ha) 455,00 580,00 
Fertilizantes 1 745,00 838,00 
Defensivos 310,00 310,00 
Plantio 2 (máquinas e mão de obra) 272,00 272,00 
Financeiro, remuneração de terra, 
assistência técnica 
926,00 934,00 
Custo de implantação 2.708,00 2.939,00 
Ensilagem R$/ha – (maquinas, mão de 
obra e transporte3) + (custo de 
estocagem dos silos) 
1.106,00 1.268,00 
Custo total da silagem 3.814,00 4.207,00 
Produtividade de massa verde kg/ha 35.000 50.000 
Produtividade de matéria seca kg/há 
(34% MS) 
11.900 17.000 
Custo/tonelada de massa verde (R$) 109,00 84,14 
(1) De acordo com a produtividade mais a extração de NPK decorrente da remoção da palhada; 
(2) Plantadeira, pulverizador, distribuição de calcário e fertilizantes; 
(3) Ensiladeira 2 linhas, caminhões e compactação 
FONTE: Pereira (2015). 
 
Pereira (2015), realizou algumas considerações relacionadas ao custo médio 
de produção das duas lavouras de milho demonstrada anteriormente na tabela 5: No 
qual a menor despesa com fertilizantes não é questão de redução de custo e sim da 
menor extração de nutrientes em decorrência da menor produtividade; assim como na 
escolha da semente, no qual, comparou-se um produto de custo bem inferior, mas 
certamente de menor capacidade produtiva; Quanto mais produtiva for a lavoura 
menor será o custo de produção por tonelada. A silagem da lavoura de 50 t/ha, na 
qual se investiu mais em insumos, custa quase 23% menos por tonelada que a do 
outro plantio, em que se gastou menos e se obteve menor produtividade; Além do 
menor custo, a lavoura de maior produtividade de MV/ha também produzirá mais 
grãos, que são a principal fonte de energia na silagem de milho, resultando na menor 
demanda por ração concentrada. 
40 
 
Para administrar com eficiência e eficácia uma unidade produtiva agrícola, é 
imprescindível, dentre outras variáveis, o domínio da tecnologia e do conhecimento 
dos resultados dos gastos com os insumos e serviços em cada fase produtiva da 
lavoura, que tem no custo um indicador importante das escolhas do produtor 
(COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2010). 
Em um estudo de caso realizado por Rabelo (2017) o custo total da produção 
de silagem foi de R$ 8.852,76; sendo R$ 96,22/ton e R$ 3.849,03/ha. Os insumos 
representaram mais da metade dos gastos com 68,36%, seguido pelos custos 
variáveis com 18,26% e custos fixos com 13,38%. 
A silagem de grão úmido proporciona uma certa economia ao produtor, devido 
a isenções no pagamento de taxas, impostos, descontos de umidade, impurezas, 
grãos ardidos e armazenamento, além de outros benefícios, bem como a certeza de 
um produto final de alta qualidade com baixos custos para a alimentação de seus 
animais ao longo do tempo (PIONEER, 2001). O custo de produção da silagem de 
grão úmido entre as safras 2016/2017 pode ser observado na tabela 6. 
 
Tabela 6 – Custo de produção de forrageiras de verão. Resumo safra 2016/2017. 
Descrição Silagem 
Milho 
Alto 
Invest. 
Silagem 
Milho 
Médio 
Invest. 
Grão 
Úmido 
Milho* 
Silagem 
Sorgo 
Safrinha 
Pastagem 
Milheto 
Pastagem 
Tifton 
Massa Seca (liquido) 
kg/há 
17.820 13.365 9.937 8.100 7.280 11.200 
Custo no campo R$/kg 4.548,62 3.716,05 4.031,67 1.466,84 2.722,97 3.001,17 
Custo no campo 
R$/kg MS 
0,26 0,28 0,41 0,18 0,37 0,27 
Ensilagem 1.003,44 984,15 661,61 814,48 - - 
Estocagem 693,39 549,76 348,30 319,28 - - 
Custo ensilado R$/ha 6.245,70 5.250,24 5.041,98 2.600,79 - - 
Custo ensilado R$/kg 
MS 
0,35 0,39 0,51 0,32 - - 
*Grão úmido a 13% de umidade. FONTE: Fundação ABC (2017). 
 
A silagem de grão reidratado vem sendo utilizada na pecuária leiteira, em 
substituição ao grão de milho seco moído, em decorrência do baixo custo para 
armazenagem e alta digestão do amido. Segundo o estudo realizado em função do 
41 
 
aumento do preço dos insumos, a possibilidade de produzir milho a um custo menor 
do que o preço para adquiri-lo no mercado e o melhor aproveitamento do amido, que 
reflete no aumento da produtividade animal, tem levado os produtores a adotarem 
esta tecnologia em suas propriedades (FERNANDES, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A silagem de milho é o principal volumoso utilizado para alimentar tanto 
rebanhos leiteiros quanto de corte. Por meio de medidas como a escolha do híbrido, 
plantio na época adequada, colheita com equipamento bem regulado e rapidez no 
carregamento e fechamento do silo, os produtores serão capazes de produzir silagem 
com alta qualidade e rendimento, possibilitando a diluição dos custos de produção. 
Devido ao alto custo do grão em Roraima, principalmente o milho, é 
recomendável que o produtor fique atento ao mercado, visando uma maior 
rentabilidade da produção. O produtor pode optar pela aquisição da saca do milho no 
período de safra, a um custo reduzido, estocá-lo na propriedade para o uso em épocas 
de baixa disponibilidade através do produto e do alto preço no mercado. 
O milho estocado pode ser utilizado na produção de silagem de milho 
reidratado e posteriormente oferecido aos animais promovendo ganho de peso, o que 
é fundamental durante o período de escassez de alimento. 
A utilização da silagem de grão úmido de milho além de proporcionar 
benefícios nutricionais, concede ao produtor a possibilidade de antecipar a colheita 
permitindo o adiantamento do plantio da próxima cultura, melhorando a eficiência de 
uso da área. O restante da cultura não utilizada, pode ser reaproveitada na produção 
da silagem de milho sem espiga utilizando apenas a planta. Esta prática pode ser 
realizada até mesmo por pequenos produtores obtendo um alimento de qualidade a 
disposição do rebanho. 
 De acordo com a finalidade da lavoura do milho dentro da realidade de cada 
propriedade, existem alternativas de se utilizar o milho para confecção de silagem, 
evitando um possível desperdício de componentes da planta, tornando a produção 
mais sustentável. 
Considerando a baixa produção de forragem no período da seca no Estado 
de Roraima, a produção de silagem é uma medida aser tomada, com intuito de 
minimizar a perda de peso do rebanho bovino devido à falta de alimento. 
 
 
 
43 
 
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