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0 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2 2 AS TECNOLOGIAS ................................................................................................. 5 3 TECNOLOGIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR .................................. 6 4 O COMPUTADOR COMO ESTIMULO NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA ...... 9 5 O EDUCADOR COMO MEDIADOR NA TECNOLOGIA NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO .................................................................... 11 6 RECEIO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS ................................................................... 13 7 O PAPEL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS Error! Bookmark not defined. 8 A TECNOLOGIA DO PROCESSAMENTO DE PALAVRAS PODE BENEFICIAR OS ALUNOS COM DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM ..... Error! Bookmark not defined. 9 A TECNOLOGIA DE APOIO INFLUENCIA NA VIDA DOS DEFICIENTES FISICOS E NECESSIDADES ESPECIAIS DE SAÚDE ........................................................... 18 10 A BIÔNICA E A ROBÓTICA INFLUENCIAM A VIDA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS .......................................................................................... 21 11 A IMPORTÂNCIA DO COMPUTADOR NA ESCOLA COMO FERRAMENTA DO PROFESSOR EM SEU PROCESSO MEDIADOR NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO .......................... Error! Bookmark not defined. 12 A IMPORTÂNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR ................................................................................................................. 23 13 FORMAÇÃO DO PROFESSOR, EDUCAÇÃO INCLUISVA E A CULTURA TECNOLÓGICA ........................................................................................................ 25 14 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 28 2 3 1 INTRODUÇÃO O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS DA DISCIPLINA Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), mais precisamente no capítulo V, o atendimento dos alunos com deficiência está priorizado no ensino regular. Nesse sentido, busca-se reforçar a importância de um modelo de educação inclusiva, seja por meio de métodos, técnicas, recursos educativos ou organização do espaço e do tempo escolar, de modo que a escola atenda às necessidades dos alunos com situação diferenciada de aprendizagem. É nesse contexto que o uso de novas tecnologias pode ampliar e facilitar a atuação do docente e a criação de uma escola autenticamente inclusiva. A LDBEN 9394/96 considera o professor, na atuação docente, como um sujeito que detém o poder de facilitar o estabelecimento de compromissos sociais em espaços cada vez mais amplos. Com isso, as diretrizes dimensionam o papel social do professor em uma perspectiva ampliada, considerando que seu trabalho pode conformar dimensões fundamentais da vida e da experiência ‘existencial’ e formativa de seus alunos. Entretanto, a atuação do docente somente poderá ser realmente facilitada se ele souber fazer o uso adequado das novas tecnologias aplicáveis à educação e se houver um projeto social, político e coletivo que vise a efetivação de uma pedagogia da inclusão em todos os aspectos possíveis e necessários. Nesse contexto, faz-se importante refletirmos que, quanto ao uso da Tecnologia Assistiva (TA). Compreendendo, por exemplo, que para o professor, o importante não é apenas o manuseio e a disponibilização de recursos, equipamentos e produtos, mas, sim, uma noção diversificada científica do papel da tecnologia no campo da educação. Essa compreensão é a que pode incidir sobre uso consciente, efetivo e eficiente de diversos produtos, metodologias, estratégias e serviços de tecnologia ligados à inclusão no âmbito da educação. Dessa maneira, pensar na amplitude de uso de TA depende que o docente se aproprie de informações e conhecimentos específicos, pressupondo a necessidade de formação e prática docente que contemple o aprendizado e o desenvolvimento do aluno com deficiência, pois a ele se destinam esses recursos (REIS, 2014). A concepção de TA não é, assim, como veremos no decorrer da exposição, a simples presença ou construção de um artefato, ou ferramenta, mas o conhecimento e um conjunto de práticas produzidos em um contexto social, histórico e cultural. O 5 Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) concebe a TA como uma vasta rede de recursos, serviços, estratégias, produtos e metodologias destinados a possibilitar que uma pessoa com necessidades especiais de aprendizagem um espaço que possa contribuir para o seu desenvolvimento efetivo. Tendo em vista esse contexto, a presente disciplina expõe e problematiza vários aspectos do uso das tecnologias da informática e da robótica em ambiente pedagógico, buscando descrever os benefícios da utilização da TA e também mostrando que existe a necessidade de um uso orientado e com objetivos bem definidos da tecnologia. Assim, trataremos de temas como o impacto das tecnologias na sociedade e na vida das pessoas, frisando exatamente as correlações entre esses impactos e o mundo da educação, considerando a importância da família, do professor e da sociedade em sua totalidade na formulação de práticas que possam tornar a tecnologia um instrumento de inclusão educacional. 6 2 AS TECNOLOGIAS Fonte: respostas.sebrae.com.br Atualmente, os computadores são comuns em instituições, escolas e em casa. Em 1999, houve uma extensão da capacidade dos computadores e uma redução dos preços, promovendo o acesso à tecnologia disponível para setores mais amplos das sociedades, incluindo também alunos em vários ambientes escolares. Os benefícios oriundos da tecnologia para os alunos com deficiência são muitos; e as possibilidades criadas pela tecnologia continuam a ser descobertas, impactando de maneira decisiva os ambientes educacionais e os processos de aprendizagem. Alguns professores estão sugerindo que a tecnologia seja considerada como uma “prótese cognitiva” para alunos com necessidades especiais de aprendizagem. Esses rápidos avanços têm também mudado o modo como os professores planejam o ensino e compreendem seu trabalho. Considerando esses avanços, vejamos como eles beneficiam os alunos com necessidades especiais de aprendizagem. Dentre as contribuições das podemos destacar: aumento do potencial do indivíduo; compensação do efeito da deficiência; fornece modelos alternativos de desempenho em tarefas; 7 De uma forma mais objetiva, a tecnologia, muitas vezes, auxilia os indivíduos com necessidades de aprendizagem a se tornarem aprendizes mais eficazes (BRYANT; BRYANT, 2003). 3 TECNOLOGIA NO PROCESSO DE INCLUSÃOESCOLAR Fonte: escolasdisruptivas.com.br Os desafios para busca de melhorias na educação brasileira, principalmente no âmbito da aprendizagem, são muitos e heterogêneos. O uso de tecnologias e, especialmente, da informática é um importante recurso nesse sentido; contribuindo não apenas na educação especial, mas na totalidade do processo escolar e educacional, permitindo, assim, impactos positivos em suas mais diversas dimensões. A tecnologia do processamento de palavras, por exemplo, pode oferecer a ajuda que muitos alunos com distúrbios de aprendizagem necessitam para desenvolver suas habilidades de escrita e de leitura. O computador se revela, nesse contexto, naturalmente vinculado ao processo de expressão pelas palavras. Para alguns alunos, essas tecnologias tornam o processo fisicamente menos cansativo; para outros, a leitura na tela do computador possibilita melhor visualização do que o papel impresso. Em muitos casos, os recursos tecnológicos oferecidos às crianças com paralisia cerebral são fundamentais, não só para as questões da aprendizagem 8 escolar, mas também para o seu desenvolvimento global. Nos casos relatados por Heidrich et al (2016), os recursos de TIC são fundamentais. Eles auxiliam na comunicação, na apropriação do processo da escrita e na alfabetização. Além disso, trazem a possibilidade para o deficiente de paralisia cerebral participar de todas as atividades em sala de aula, integrando-se com seus colegas. Nesse contexto, para aluno que não possui os meios para desenvolver as habilidades da escrita de modo tradicional, o computador se torna um veículo de comunicação e também o caderno onde ele registra e desenvolve seu aprendizado, o que torna seu contato computador fundamental para o seu desenvolvimento. Os sistemas de tecnologia assistiva possibilita, portanto, uma interação diferenciada que não se restringe ao ‘mouse tradicional’, e sim por meio de um sistema de escaneamento (varredura) que requer um controle mínimo de movimentos físicos. Assim, o funcionamento desses sistemas envolve respostas voluntárias consistentes, como bater a mão, o pé, piscar os olhos, balançar a cabeça, soprar, emitir som ou qualquer outro movimento do corpo ou segmento corporal. Essas respostas podem ser associadas com acionadores (chaves) colocados em qualquer parte do corpo. Dessa forma, o usuário consegue ter algum controle ativo do movimento que precisa aprender a ativar, mantendo e soltando voluntariamente o acionador. Esses acionadores podem ser confeccionados artesanalmente, mas precisam estar adequados às características e às necessidades funcionais dos indivíduos que deles necessitam (OLIVEIRA; GAROTTI; SÁ, 2008). Todavia, devemos ter em mente que, além da estrutura de informática e da construção de um espaço físico acolhedor, existe a necessidade do investimento em capital humano e em processos que possam levar a compreensão pela comunidade escolar da forma de ser específica e singular que é a existência de uma pessoa portadora de uma necessidade especial e que ela tem o direito de ser acolhida e respeitada socialmente conforme suas necessidades. Por isso, além da tecnologia, a escola e a família exercem papel fundamental. O espaço escolar deve ser estruturado para oferecer os recursos, serviços e estratégias adequados à inclusão, o que incluí estratégias de formação e impacto interpessoal. Para isso, é fundamental, como indicam Rocha e Delibirato (2012), que a escola conheça o usuário destes recursos, sua história, identificando suas necessidades, desejos, limitações físicas e emocionais; tornando necessário também 9 um contato profundo com a família do estudante, buscando entender e identificar dificuldades oriundas do seu ambiente familiar e a maneira como pais e parentes se relacionam com o aluno com necessidades especiais. Sem dúvida, é a família quem melhor conhece a criança, e sua participação no contexto escolar será fator determinante no avanço do aluno. É importante considerar que situações passadas de preconceito e de discriminação podem deixar os pais receosos de um convívio com outras crianças. É importante, nesse sentido, que sejam criados instrumentos que possam desconstruir traumas anteriores e apontar para formas de convivência baseadas no respeito a diversidade, entendendo, por exemplo, que a dimensão do aprender e do desejo do aprender não está ausente na criança com necessidades especiais. Nas diferentes pesquisas realizadas (ROCHA; DELIBERATO, 2012), foi possível perceber que, apesar das dificuldades motoras, perceptivas e comunicativas, os alunos com paralisia cerebral possuem o desejo de participar e aprender. Assim, de forma a propiciar a aceitação e o respeito, a escola deve proporcionar a convivência com a diversidade desde cedo. Devem ser traçados objetivos e desenhados processos diferentes que considerem as especificidades dos alunos e que incentivem a aprendizagem conjunta sem um olhar de estranheza. Portanto, é necessário encaminhar esforços sociais, científicos e pedagógicos para realizar mudanças paradigmáticas na sociedade, tornando possível uma sociedade autenticamente inclusiva em que todos possam se expressar. O professor, figura central no contexto escolar, precisa, nesse sentido, dar o suporte para que o aluno desenvolva o seu potencial criativo e interaja com seus colegas. Ele precisa criar estratégias a fim de viabilizar a participação da criança com deficiência nas atividades escolares, por isso a importância do investimento de qualificação do professor para o conhecimento das novas tecnologias e das suas possíveis funções no ambiente de aprendizagem, dando-lhe os instrumentos teóricos e materiais para que ele possa se aproximar do aluno, da família do aluno e criar estratégias para que o aluno com necessidades especiais possam realmente se inserir em sala de aula. A falta de capacitação do professor pode favorecer o uso inadequado de recursos tecnológicos e também a dificuldade em criar estratégias de inclusão na sala de aula. Para que o aluno possa se beneficiar dos recursos da tecnologia, é 10 necessário que o professor saiba utilizá-los da maneira correta e também possa aprender cientificamente a lidar com a experiência da diversidade (ROCHA; DELIBERATO, 2012). 4 O COMPUTADOR COMO ESTÍMULO NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA Já que a utilização do computador tem estimulado mudanças profundas na educação contemporânea, torna-se fundamental que o docente considere a necessidade de aprimorar-se em relação ao uso da tecnologia da informática e da robótica, se interessando-se pelos seus aspectos gerais e pela sua aplicação em ambiente de aprendizagem. Assim, enquanto profissional, ele tem o direito e o dever ao aprimoramento, o que está na base da possibilidade de sua inserção real nas necessidades pedagógicas e formativas colocadas pelo mundo contemporâneo e sua efetiva ação como sujeito para fomentação de práticas de inclusão na escola. Camargo e Bellini (1995, p. 10) apontam que: “O computador não melhora o ensino apenas por estar ali. A informatização de uma escola só dará bons resultados se conduzida por educadores que saibam exatamente o que querem”. É necessário, portanto, compreender a tecnologia educacional para além dos suportes materiais. O docente deve conhecer e dominar os procedimentos da tecnologia que deseja colocar em ação, mas ele deve colocar em seu horizonte o uso crítico e otimizado destas tecnologias, aproximando-se das disciplinas da informação e das tecnologias que atualmente assentam a organização do conhecimento construído pela sociedade. Encontramos em Santos (2007), a seguinte afirmação sobre este aspecto: A consciência do educador está condicionada, primeiramente ao domínio do conteúdo e do método, além do conhecimento sobre a possibilidade facilitadorapara a sua prática, permitindo assim operar as tecnologias e operar sobre as tecnologias, superando a passividade pela atividade criativa. (SANTOS, 2007, p. 6). Atualmente, a tecnologia da informação oferece oportunidades para o desenvolvimento da aprendizagem, pois pode ser programada para atividades 11 educacionais cada vez mais complexas. Há uma abundância de pesquisas na área de informática, e isso faz com que surjam novos programas todos os dias. Portanto, é necessário compreender que apesar de toda a tecnologia de comunicação e da informação, a ação humana responsável e criativa faz-se necessária; é um professor que tenha em vista o desenvolvimento holístico de seus alunos que conseguirá selecionar quais instrumentos e tecnologias deverão ser utilizadas em ambiente de aprendizado. É o professor também que poderá avaliar o alcance de tais tecnologias e, em parceria com outros membros da comunidade escolar, abrir espaço para sua utilização otimizada em ambiente pedagógico. O computador deve ser utilizado estrategicamente para poder cumprir o papel necessário ao desenvolvimento do indivíduo. Seu uso deve oferecer alternativas para que caminhos sejam escolhidos, tendo em vista um desdobramento profundo das potencialidades do educando e a possibilidade do aprendizado. No que tange, a tal contexto, algumas formas de tecnologia que precisam ser consideradas e podem ser muito úteis são as seguintes: Simulações: Eles estão entre as aplicações mais interessantes da tecnologia da informação na educação. Estes sistemas softwares permitem analisar conteúdos difíceis de demonstrar com giz e palavras, como reações em bioquímicas. As simulações ampliam o universo do aluno. Eles permitem o tratamento de conceitos abstratos complexos. Apoio: Existem softwares (programas) que, embora não sejam destinados à educação, podem ser úteis. São editores de texto (que transformam computadores em máquinas de escrever muito mais versáteis) e planilhas (para criar tabelas e cálculos, o que pode ser fundamental para que os alunos desenvolvam de forma orientada e criativa habilidades textuais e matemáticas, por exemplo. Jogos: O jogo está intimamente relacionado ao lazer e descontração. Mas eles podem ser muito instrutivos na sala de aula. Alguns jogos incentivam atividades multidisciplinares e permitem a prática paralela, pois contêm material de apoio para o trabalho em sala de aula, seus benefícios: São muito motivadores e servem para quebrar a resistência às novas tecnologias. Logo: Projetado especificamente para a sala de aula, o Logo é uma linguagem matemática muito simples assentada nas bases teóricas do construtivismo. Com essa linguagem, os alunos aprendem a desenvolver seus próprios programas. Trabalhar 12 com a Logo exige treinamento constante dos educadores. Muitas instituições o abandonaram por outros softwares. Telemática: Na informática um dos usos mais promissores. Os sinais elétricos do computador são convertidos em sinais digitais e enviados à distância como uma chamada telefônica. É como se os alunos pudessem vivenciar o protótipo de um laboratório da NASA sem sair da escola. Vantagens: troca de acesso a informações remotas, experiências. Enciclopédias: A tecnologia da informação mudou as enciclopédias. Especialmente aqueles gravados em CD-ROM. Nele você pode ver algumas imagens que contêm movimento ou comparar versões sonoras sobre o mesmo tema, por exemplo. Ouvir um soneto de Shakespeare recitado por vários atores. Prós: Informações mais completas e atrativas que as enciclopédias impressas. Enfim, temos a internet, essa realização revolucionária dos seres humanos para os seres humanos. Uma ferramenta que efetiva uma interconexão planetária, apresentando novas formas espaciais e temporais para organização de informação e conhecimento; atualizando e disseminando as informações práticas rapidamente; o que desperta o interesse os alunos. Pelo seu papel fundamental na vida contemporânea, a internet deve ser considerada com muita atenção pelo educador. 5 O EDUCADOR COMO MEDIADOR DO PAPEL DA INTERNET NA CONSTRUÇÂO DO CONHECIMENTO Fonte: educacao.estadao.com.br 13 O computador, quando usado corretamente, torna-se uma ferramenta que estimula a reflexão dos alunos e permite que eles se envolvam ativamente com aspectos específicos de uma disciplina ou conjunto de disciplinas, pois permite o acesso à informação nos horários mais convenientes para o usuário. Através da rede os alunos podem se comunicar a partir de diferentes locais. Além disso, um site educacional pode ser utilizado por vários usuários simultaneamente e cada um analisa e vivência os conteúdos de acordo com suas expectativas individuais e necessidades intelectuais, o que pode permitir também a partilha de impressões, interpretações e considerações sobre conteúdos encontrados na rede. Para Heide e Stilborne, (2003), as tecnologias da internet auxiliam na produção e construção de conhecimento dos educandos, possibilitando a exploração de ambientes, o surgimento de novas questões e ampliando a possibilidade de colaboração de grupos de educandos e professores para produção ativa de conhecimento. As tecnologias de informação permitem comparar realidades vividas em diferentes lugares e épocas. Para otimização deste recurso, o professor deve orientar as atividades, ajudar a organizar, contextualizar e refletir sobre as informações para ampliar o conhecimento do aluno e sua capacidade crítica de lê-las. A internet, em sala de aula, pode, assim, possibilitar muitas vantagens, tais como aulas mais dinâmicas e atraentes; estímulo ao autodidatismo; facilitação das atividades e Universalização do acesso à informação. Dentre as vantagens, no entanto, há também os prejuízos. Podemos indicar os seguintes: a infidelidade de algumas informações, ou a distração da essência do tema proposto devido à quantidade de informações, ou ainda um “achatamento” da capacidade intelectual diante de tanta informação, que pode resultar em efeitos como fadiga mental e/ou visual e exaustão física. Por isso, ainda que a internet ajude a estimular o pensamento crítico e a curiosidade dos alunos, ela pode afastar os estudantes da capacidade em organizar conhecimentos para além da forma esquemática e superficial que caracteriza o mundo das redes, pois muitas vezes se substituí a qualidade por uma falsa quantidade de informações. Contudo, por um trabalho orientado, as vantagens tendem a se sobrepor às desvantagens 14 Para evitar ou mitigar as desvantagens e prejuízos, o professor pode estabelecer critérios como a indicação de links e sites específicos. Para avaliar essa tecnologia, são necessárias informações, pois existem oportunidades valiosas, além de formas desnecessárias e prejudiciais. É de muita importância a interação entre a tecnologia e os indivíduos para que se produza uma aprendizagem ativa e eficaz, mas como dissemos, esse trabalho deve ser feito de modo consciente e sistemático, tendo em vista objetivos claros e precisos, mas que possam também envolver os alunos de modo satisfatório. Tendo em vista as limitações da máquina informatizada, já que ela não foi concebida especificamente para uso educacional, deve-se compreender que a Internet no meio educativo é mais uma ferramenta de aprendizagem. Compreende-se, assim, que ela não deve substituir os instrumentos mais tradicionais de informação, como o livro de papel, por exemplo. Este deve ser colocado no horizonte dos estudantes, alinhado aos suportes que assume atualmente, como os livros digitais, os audiolivros e a literatura interativa, em que um texto clássico pode ser lido junto às formas de expressão sensorial próprias ao mundo da internet. As escolas vistas como elemento da sociedade devem proporcionar experiências e construção de conhecimento diversificadas,preparando os alunos para essa nova realidade onde as habilidades de interpretação e organização crítica da informação é cada vez mais necessária. 6 RECEIO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS Fonte: findup.com.br 15 Atualmente, as tecnologias estão penetrando em todas as áreas da vida humana, levando as pessoas a pensarem sobre sua própria situação humana e profissional. Há professores que temem as tecnologias de informação e comunicação (TIC) e se sentem despreparados para usar o computador, mas precisam estar cientes que é um recurso poderoso no processo educacional. Os indivíduos não devem ser forçados a trabalhar com computadores, mas, em geral, os alunos são atraídos pelos recursos da tecnologia da informação. Embora, as novas gerações estejam expostas à tecnologia no cerne de sua vida cotidiana, há sempre um convite aberto para novos contatos com a realidade e com o conhecimento através da tecnologia. Os alunos são receptivos e começam a buscar novas alternativas que os computadores possam lhes oferecer, já que o virtual, o tecnológico, a internet, são dimensões da vida humana tal como ela se organiza nas sociedades contemporâneas. Ambientes de aprendizagem baseados em tecnologias de informação e comunicação, envolvendo o uso da informática, computadores, internet, ferramentas de ensino à distância e outros recursos e linguagens digitais, proporcionam atividades para fins educacionais interessantes, desafiadoras e favorecem a construção do conhecimento em que o aluno busca, explora, questiona; torna-se curioso, tomado de espanto, questiona, pergunta, formula problemas e propõe soluções. As tecnologias de informação e comunicação levam os indivíduos a desenvolver a imaginação, a observação, a criatividade, o julgamento, a pesquisa, a classificação, a leitura, a análise de imagens, o pensamento experimental e hipotético. A promoção de uma aprendizagem contextualizada, significativa e atrativa é uma necessidade para o projeto de uma escola inclusiva, capaz de se colocar e se comunicar com os alunos no mundo em que eles se encontram e no qual atuam, o que também pode ser ampliado pelo uso das tecnologias. A informática está disponível em muitas áreas e pode contribuir para a eficácia da aprendizagem escolar e da vida prática. Através dela, estruturas podem ser criadas, oferecendo efeitos de simulação que levam o ser humano a experiências virtuais que não são viáveis no mundo real e permitem a verificação dos resultados. As novas tecnologias têm transformado, inclusive, nossa relação com o tempo e o espaço. Com ela, se torna possível até editar o passado, o presente e o futuro, organizando nossas estruturas cognitivas de apreensão do mundo de outra maneira. 16 Dessa maneira, é preciso compreender sua relevância para o nosso tempo e como elas estão estruturando nossa existência, incluindo aí o ambiente da educação, para um futuro inimaginável. 7 OS IMPACTOS DAS NOVAS DA TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA Fonte: encenasaudemental.com No contexto educacional, o uso da tecnologia como recurso para busca de conhecimento vem aumentando diariamente, apresentando diferentes objetivos e de diferentes formas. As reflexões que temos a fazer, nesse contexto, dizem respeito à perspectiva a partir da qual as escolas do ensino básico vão integrar esta tecnologia, colocando a questão da formação de professores/educadores. O mundo de hoje depende da tecnologia que está direta ou indiretamente presente em nossas vidas, seja na forma de uso ou de serviços. Cabe às escolas romper com o óbvio, integrar a tecnologia com um propósito educacional. A educação deve, assim, buscar se aproximar das pesquisas mais inovadoras. Um dos aspectos que podemos frisar nesse sentido é a possibilidade do uso das tecnologias para o desenvolvimento da aprendizagem por alunos com necessidades especiais, seja em no âmbito de deficiências físicas ou mentais. Nesses casos, o ensino/aprendizagem com mediação do professor, usando as tecnologias da informação, com o apoio da neurociência e da psicopedagogia pode 17 atuar holisticamente, ou seja, dar conta de várias dimensões, conectando vários aspectos formativos simultaneamente, mostrando que se aprende melhor quando o cérebro é ativado por mais de um dos órgãos sensoriais e quando um corpo é colocado em um contexto em que ele seja solicitado a responder pela forma como se assume no mundo, pelos limites de sua situação corporal e por forças que motivem o desenvolvimento de suas potencialidades. Segundo Valente, A criança com deficiência física ou mental crescem com interação limitada com o meio ambiente e a realidade ao seu redor devido as suas condições motoras especiais. Se não forem devidamente estimuladas, muitas vezes assumem posições passivas diante da realidade na resolução de seus próprios problemas do dia-a-dia. Está condicionada a fazer com que os outros resolvam seus problemas e até pensem por elas. Valente; as crianças com deficiência (física, auditiva, visual ou mental) têm dificuldades que limitam sua capacidade de interagir com o mundo. Esta dificuldade pode impedir que estas crianças desenvolvam habilidades que formam a base do seu processo de aprendizagem (VALENTE, 1991, p.1). Deste modo, entende-se, que através da tecnologia da informação, é possível descrever e analisar o prazer em saber próprio às crianças, abrindo espaços para a aprendizagem, possibilitando a criação de novos sistemas integrados de informações, gerando, assim, novos conhecimentos. Isso porque “os computadores possibilitam representar e testar ideias ou hipóteses, que levam à criação de um mundo abstrato e simbólico, ao mesmo tempo que introduzem diferentes formas de atuação e de interação entre pessoas (BRASIL, 2001, p. 12). Em termos de pedagógicos, encontrar o sucesso na aprendizagem do aluno deve ser a meta da educação O profissional que atua na educação especial deve, nesse sentido, considerar o progresso individual de seu aluno, abrir suas potencialidades, fazendo nascer, desenvolver-se; respeitar e permitir a liberdade de pensamento, aprendizagem e desenvolvimento, o que pode ser otimizado pelo uso das novas tecnologias em ambiente educacional. Segundo A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, (2004, p. 30) “A educação é também onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não as expulsar […] arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós.” A informática na educação especial deve ser usada com esse objetivo. Através dela podemos ampliar o conceito de pluralidade e aumentar as trocas de saberes e experiências entre os mais diferentes profissionais, 18 interessados no maior desenvolvimento do ensino/aprendizagem e, assim, abrir um amplo campo de observação e intervenção para os mais diversos desafios no mundo educacional. A construção do conhecimento e da sabedoria deve ser vista através de lentes macro e microscópicas, incentivando a aprendizagem e despertando o desejo de encontrar caminhos que levem ao conhecimento, através da conscientização e organização em uma sala de aula inclusiva, onde existe oportunidades para novas opiniões e para a busca de novas soluções. Olhando para os aspectos analisados, pensamos que esse aluno, exposto a tão nova cultura pedagógica, pode desenvolver seu pensamento crítico, sua capacidade de ler o mundo e as informações que lhe são transmitidas. Isso acontecerá na medida em que tais tecnologias ofereçam a possibilidade de o educador desenvolver pesquisas junto a seus alunos sobre como se constituem os sentidos, os discursos, enfim, que as práticas e ideias que circulam na cultura ou como se processa a informação. Entendemos, assim, com otimismo que, longe de contribuir necessariamente para o pensamento hegemônico, as novas tecnologias abrem espaço para a inserçãoda crítica e da transformação, para o pluralismo de vozes que compõem o ideal de uma sociedade democrática e inclusiva. Para realizar esses objetivos, a educação deve, como frisamos, tentar aproximar-se das pesquisas mais inovadoras, buscando em aliança com elas, trabalhar a experiência do educando em sua totalidade, considerando que ele tem uma dimensão interna (suas estruturas mentais) e externa ou corporal, na qual deve ser observado as especificidades físicas e emocionais de cada aluno. Segundo Litwin (1997, p. 9) “Na hora de pensar inovações, é importante reconhecer a necessidade de cria- lá nos contextos educacionais específico, a fim de que a sua implantação seja significativa.” O autor entende ainda, que para alcançar uma aprendizagem eficaz, os comportamentos perceptivos devem ser desenvolvidos por meio de caminhos para o mundo exterior, o que pode ser facilitado pelo uso de certas tecnologias, já que o mecanismo mais complexo existente no universo é o cérebro e ele responde de modo visceral ao mundo tecnológica. Para Stencel (2003, p. 3) “milhares de vezes mais potente que o maior e mais desenvolvido computador do mundo. Desse modo, é fundamental que se valorize em ambiente educacional 19 pesquisas que ponham em relevo as relações entre desenvolvimento cerebral, processos de cognição e tecnologia da informação (TI) Para Morin (2000, p. 52) “Mente humana é uma criação que emerge e se afirma na relação cérebro cultura.” Em nosso contexto, o cérebro e a tecnologia – relação que se fundamenta tendo como suporte os programas, acessórios e recursos da informática. Parece possível, portanto, pensar que os recursos da informática se intercambiam com as funções básicas da cognição humana e geram desenvolvimento e aprendizado, permitindo mudança, crescimento e expansão do comportamento diante da vida, pois estimulam a curiosidade pela descoberta e o desenvolvimento do pensamento. Despertando prazer no conhecimento, as novas tecnologias abrem espaços de aprendizagem, possibilitam a criação de novos sistemas integrados de informação e geram novos conhecimentos. Elas fornecem subsídios para amparar a vontade de iniciar, desenvolver e concluir uma atividade, construindo saber e transformando o indivíduo e a própria sociedade. 8 A TECNOLOGIA DE APOIO INFLUENCIA NA VIDA DOS DEFICIENTES FISICOS E COM NECESSIDADES ESPECIAIS DE SAÚDE Fonte:techtudo.com.br 20 A tecnologia assistiva engloba uma ampla gama de dispositivos e ferramentas que permitem aos indivíduos com necessidades especiais interagirem com os outros, beneficiando-se de espaços sociais, tais como a escola por exemplo, e possam, assim, aumentar sua participação na corrente social (BRYANT; BRYANT 2003). Com a ratificação do Índice de Assistência ao Desenvolvimento Educação (IDEA) em 1990 foi esclarecido o papel da tecnologia assistiva nas escolas: trata-se, segundo o documento, de um serviço oferecido aos alunos com deficiência que podem ser colocados em escolas regulares e, assim, serem atendidos segundo as especificidades de sua condição. As adaptações que a tecnologia promove para as pessoas com deficiências físicas e psíquicas incluem não apenas dispositivos de alta tecnologia, como computadores que controlam o ambiente como aqueles que estão presentes nos aviões, mas também dispositivos de baixa tecnologia que auxiliam indivíduo com deficiência em tarefas cotidianas, como um adaptador, por exemplo, que acolhe sua condição ou também como um ‘quadro de comunicação’ que abre sua experiência ao outro. Nem todas as tecnologias são de alto preço ou mesmo perfeitas. No que tange à educação, em muitos casos, a grande questão é avaliar a função que uma tecnologia pode ter em um determinado ambiente escolar. Considerando, com criatividade e responsabilidade, as condições especificas do público a que ela vai servir (BRYANT; BRYANT, 2003). É difícil decidir o que deve ser considerado enquanto tecnologia. A cadeira de rodas tradicional, por exemplo, ela se inclui na tecnologia? E as cadeiras com desenhos especiais para corrida ou para o campo? E aquela cadeira de rodas informatizada ou motorizada, ela é mais tecnológica que a tradicional? E se a cadeira tivesse um botão que permitisse que os indivíduos com controles parciais da cabeça, pescoço, dedos dos pés ou pés se movessem independentemente? Os avanços médicos devem ser considerados tecnologia? E a tecnologia de reabilitação que trouxe os benefícios da ciência e da tecnologia para apoia problemas de movimento, sentar e andar, como os causados pela paralisia cerebral? Na verdade, toda tecnologia é uma mudança na forma como pensamos e agimos, configurando-se como ocasião para novas práticas. No que tange ao mundo da educação, é pela tecnologia que podemos falar de uma nova categoria da 21 educação especial: crianças dependentes de tecnologia (estudantes que usam ventiladores ou outro dispositivo médico para sobreviver). Assim, os computadores podem ser usados para o desenvolvimento de muitas habilidades, incluindo a comunicação, a escrita em papel, a aritmética e a criação de “salas inteligentes”, onde o termostato, as luzes, a música e as portas podem ser controladas a partir de um painel central de computador. Existem, ainda, muitas adaptações para computadores, que permitem as pessoas com deficiências físicas graves utilizá-los (Departamento do interior dos EUA, 2002), o que facilita intervenções pedagógicas. Por exemplo, os computadores podem ser ativados pela fala, por piscada de olho, por movimento da boca, um sopro de ar, um único dedo (o polegar), parte da cabeça ou outro meio criativo, métodos que adapta as habilidades da pessoa. Existem teclados especiais que podem ajudar pessoas com destreza manual limitada, enquanto outros são sem fio para poderem ser usados remotamente a partir do computador. Os teclados podem aparecer na tela, eles também podem ser tocados com uma caneta especial. Os Softwares de reconhecimento de fala como o Dragon Naturally Speaking Professionals, ajudam a pessoa que não pode usar suas mãos para trabalhar no computador. Jesse Leaman, um pesquisador com necessidades especiais, utilizou este sistema e afirmou que sem ele, seu estágio na NASA seria impossível (WEISS, 1997, 1998). Jesse espera que em breve os sistemas ativados estejam disponíveis para quase todos os aspectos da vida, fortalecendo sua independência, tornado mais fácil e produtiva a existência das pessoas com deficiência. 22 9 A BIÔNICA E A ROBÓTICA INFLUENCIAM A VIDA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS Fonte: vakinha.com.br A mobilidade é uma área onde as vantagens da tecnologia são óbvias: liberdade de movimento, mais privacidade e independência pessoal são algumas das consequências positivas. Hoje, os indivíduos podem selecionar membros artificiais que são biônicos e semelhantes aos humanos. Membros mioelétricos (biônicos) são operados por bateria e esteticamente agradáveis. Eles são ocos, mas contêm um sensor que capta sinais elétricos transmitidos através do membro pelo cérebro da pessoa. Embora ainda não sejam como os corpos artificiais biônicos popularizados nos filmes da TV (O Homem Biônico e A Mulher Biônica), eles permitem que o indivíduo controle o movimento e a função. Através da tecnologia, uma criança que nasceu sem braços pode se tornar capaz de abraçar sua mãe com seus novos braços biônicos, tornando-se, assim, aberta a uma experiência afetiva que sem a tecnologia seria impossível. A robótica, portanto, é uma área promissora para o futuro de pessoas com dificuldade física. A robótica é o uso de dispositivos sofisticados para alcançar as habilidades motoras desejadas. Por exemplo, braços robóticos podem manipular objetos em pelo menos três movimentos direcionais: estender/retrair, subir/girare elevar/descer. 23 Outros avanços nessa área incluem robôs ativados por voz, que estão em estágio de desenvolvimento, mas prometem apoiar a independência da rotina de adultos e crianças com necessidades especiais Robôs manipuladores são usados com sucesso para auxiliar crianças em suas atividades cotidianas, como discar um número de telefone, virar as páginas de um livro e tomar o líquido de um copo. Custos, mobilidade, reparos e o treinamento são atualmente obstáculos para a disseminação desse tipo de tecnologia. No entanto, a demanda geral por robôs capazes de realizar tarefas domésticas provavelmente aumentará no futuro, o que poderia tornar a tecnologia robótica mais acessível e também em termos financeiros. Membros mioelétricos, partes artificiais do corpo especialmente planejadas para várias atividades, também estão, disponíveis e populares. Os humanos usam um design especial de membros para correr, um para caminhar, outro para jogar futebol, etc. Michael Rinehart nasceu sem os pés, mas isso não o impediu de jogar futebol, com suas pernas especialmente projetadas para o time do ensino médio (BUCKLEY; BIRD; SACKS, 2002). Na verdade, ele tira suas pernas para nadar e usa outras para correr e pedalar bicicleta. Ele detém o recorde americano de atletas de meia maratona com deficiência, correndo 1.600 metros em 6 minutos e 48 segundos e detém o recorde americano dos 200 metros de nado peito. Ele espera fazer parte da equipe para próximos jogos Paralímpicos dos Estados Unidos. 24 10 A IMPORTÂNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR E A ALIANÇA ENTRE AS DISCIPLINAS Fonte: https:playtable.com.br Como vimos até agora, as tecnologias da informática são um riquíssimo recurso aliado à construção do saber. Sabe-se que a educação é um amplo e rico campo em experiências de desenvolvimento e aprendizagem, sendo a Informática uma área do conhecimento humano que pode contribuir de maneira positiva para a educação especial. A cada dia nossa sociedade identifica um número maior de seres humanos que precisam de uma organização familiar e educacional orientada para lidar com situações especificas, ou seja, formada por pessoas que saibam reconhecer a pluralidade que caracteriza as formas de existência humana. Pesquisas realizadas atualmente, tem mostrado como número de crianças com dificuldade de aprendizagem tem crescido nas escolas. Essa situação coloca pelo menos duas questões: compreender a dificuldade como diversidade; e entender como e porque tantas dificuldades de aprendizado são produzidas no mundo contemporâneo. Essas duas questões levantam a possibilidade de utilização de recursos de tecnológicos da informática como auxílio direto ou indireto às atividades da sala de recursos, bem como nas demais modalidades de educação especial. A questão é que 25 maneira se apropriar da Informática como mais um recurso disponível para o desejado e, assim, ter sucesso na aprendizagem. Como já relatado anteriormente, a instituição educacional deve ter base bem estruturada e para isso, é necessário que os profissionais sejam especializados em educação, como também habilitados em demais campos e, que cada profissional colabore com o seu melhor conhecimento, conectando-se com o mundo a sua volta. Os desafios são muitos em busca da melhoria da aprendizagem na educação brasileira. Sabe-se que a educação busca trocas com outras áreas do conhecimento, o que não pode ser diferente no âmbito da educação especial e no uso das tecnologias em ambiente educacional. Nesse caso, é importante, que se busque alianças com as mais diversas áreas do conhecimento. Tais como: Medicina, Engenharia, Arte, Informática, Psicopedagogia, Fonoaudiologia, Terapia Educacional, Fisioterapia, dentre outras áreas do conhecimento. As tecnologias de informação e comunicação têm gerado novos conceitos por meio de interações e reflexões profundas sobre a participação de cada indivíduo na formação da história contemporânea. A sociedade mundial tende a ser informatizada, o que exige o estudo e a compreensão de sua linguagem tecnológica digital na educação. A educação deve ter uma conexão com a realidade, tanto a registrada historicamente quanto presente. Dessa maneira, é necessário considerar como foram constituídas historicamente, nas mais diversas sociedades, as ferramentas e os instrumentos que foram importantes para o desenvolvimento do indivíduo, auxiliando-o a conhecer e a dominar o meio no qual está inserido, de maneira semiótica ou material, numa ocasião ou em um espaço determinado, pois as habilidades básicas que produzem e se desenvolvem através tecnologias contemporâneas são as mesmas que deram origem a todo percurso que tornou possível nossa civilização, tal como ela se desenvolveu a partir de: Observações, Pesquisa, Habilidades, 26 Criatividade, Consciência e necessidades humanas. Cada ambiente, artefato, meio tecnológico desenvolvido por determinada sociedade ocasiona vantagens e limites sobre outras tecnologias conhecidas. Avaliar o papel da tecnologia no esforço de criação de um ambiente educacional inclusivo depende também de conhecer essa história. 11 FORMAÇÃO DO PROFESSOR, EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A CULTURA TECNOLÓGICA Fonte: https:braganca.sp.gov.br No contexto educacional, o uso da tecnologia como recurso para busca de conhecimento vem aumentando a cada dia, com diferentes objetivos e de diferentes formas. As reflexões que temos a fazer dizem respeito à perspectiva em que as escolas do ensino básico vão integrar esta tecnologia, colocando o debate sobre a formação de professores/educadores. A questão não é tornar esse profissional um tecnólogo, mas usar essa ferramenta de forma crítica e sensata para desenvolver atividades educativas, seja qual for o tipo ou grau de deficiência, pois assim todos os alunos se beneficiam. Para isso, a escola deve ser um lugar de permanente discussão e de formação contínua de especialistas. 27 Diante do uso da tecnologia nas instituições de ensino, encontramos também quem a defenda, considerando-a um evento mágico a ser devorado pelos educadores. Então, estamos vivendo uma espécie de antropofagismo pedagógico. Por outro lado, há aqueles que criticam sem considerar os aspectos positivos ou mesmo sem considerar o contexto social em que a escola está inserida. Isso porque o professor/educador não reflete criticamente, portanto, sua busca é motivada unicamente por uma situação de mercado, sem abarcar as verdadeiras possibilidades e limitações da tecnologia. Um certo senso comum se diz: “A escola é velha, a tecnologia é nova, os educadores estão desatualizados, os métodos tecnológicos são inovadores, os alunos estão desmotivados, a tecnologia dos botões e das telas faz com que os jovens queiram saber, conhecer alguma coisa”. Desse pensamento, então, emerge uma ideia preconcebida, simplista, que esquece que o determinante da eficácia do ensino e da aprendizagem é a presença de um plano de ação escolar adequado, rico e coerente como motivador crítico e inovador. Como já dito, a tecnologia por si só não formará o ser humano, integrado, incluído e participativo que sonhamos, ou seja, a forma como é utilizada fará essa diferença. Propomos uma reflexão sobre o papel da escola como instituição social a partir da seguinte citação: As tecnologias da comunicação são os utensílios com os quais o homem constrói realmente a representação, que mais tarde será incorporada mentalmente, se interiorizará. Dessa forma, nosso sistema de pensamento seriam fruto da interiorização de processos de mediação desenvolvidos por e em nossa cultura. (VYGOSTSKY, 1989, p. 87). Cabe às escolas romper com o senso comum, integrar a tecnologia com um propósito educacional, como já dito anteriormente,mas isso só é possível se orientado pela compreensão de que todo processo tecnológico é produto da experiência humana, que seus usos eficazes em qualquer situação, dependem de como se planeja e objetiva tal uso. Para não cair no uso da máquina pela máquina, algumas questões preliminares precisam, portanto, ser elucidadas: o “por que”, o “como” e o “para quê” e não apenas sua aplicação desorientada do aparato tecnológico. Ao fazê- lo, damos um sentido didático-pedagógico e criamos um referencial metodológico que 28 considera as representações simbólicas e explora crítica, ética, social e politicamente o manuseio desses instrumentos. Para realização de tais situações pedagógicas, também é necessário que o Estado assuma seu papel e facilite de modo programático a exposição dos alunos (todos) às novas tecnologias, para que os estudantes possam usá-las para o avanço de seu próprio aprendizado e, assim, redimensionar a comunicação e a expressão humana em um nível qualitativo. No entanto, o ensino e a aprendizagem continuam sendo questões complexas, principalmente na educação inclusiva, levando-nos a considerar a tecnologia como uma importante aliada dentro de uma proposta pedagógica séria, mas que muitas vezes encontrada todo tipo de obstáculo material e cultural para sua efetiva realização. Verificamos, portanto, que há necessidade de mudar a perspectiva do “professor/educador” sobre o uso das novas tecnologias na educação, em que a participação de todos é fator essencial para a inovação, interação e inclusão. Por outro lado, não podemos esquecer que o projeto para uma educação autenticamente inclusiva não depende apenas do professor, mas de esforços coletivos que ultrapassam ambiente escolar. 29 12 BIBLIOGRAFIA AMARAL.; LEITE, J. M. R. S.; PRADO, G. F. do. Paralisia cerebral: aspectos fisioterapêuticos e clínicos. Neurociências, v. 12, n. 1, mar. 2004. AMARAL, P. P.; MAZZITELLI, C. Alterações ortopédicas em crianças com paralisia cerebral da clínica-escola de fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo (Unesp). Revista Neurociências, v. 11, n. 1, 2003. ARAÚJO, Júlio César (org.) Internet & ensino: novos gêneros, outros desafios. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. 228 p. BARBOSA, Laura Monte Serrat. A psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba: Expoente, 2001. BARTOSZECK, Amauri Betini. Relevância de Neurociência na Educação: implicações da pesquisa sobre o cérebro para o ensino. Curitiba: UFPR. Fev. 2007. BERSCH, R. Introdução à tecnologia assistiva. 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Rio de Janeiro: DPA&A, 1997. 33 1 INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS DA DISCIPLINA 2 AS TECNOLOGIAS 3 TECNOLOGIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR 4 O COMPUTADOR COMO ESTÍMULO NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA 5 O EDUCADOR COMO MEDIADOR DO PAPEL DA INTERNET NA CONSTRUÇÂO DO CONHECIMENTO 6 RECEIO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS 7 OS IMPACTOS DAS NOVAS DA TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 8 A TECNOLOGIA DE APOIO INFLUENCIA NA VIDA DOS DEFICIENTES FISICOS E com NECESSIDADES ESPECIAIS DE SAÚDE 9 A BIÔNICA E A ROBÓTICA INFLUENCIAM A VIDA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS 10 A IMPORTÂNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR E A ALIANÇA ENTRE AS DISCIPLINAS 11 FORMAÇÃO DO PROFESSOR, EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A CULTURA TECNOLÓGICA 12 BIBLIOGRAFIA