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Alexandre Alves História 2022/2 Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio Alexandre Alves 01 – Aspectos Legais do Refúgio Como o deslocamento forçado de pessoas normalmente extrapola as fronteiras de um Estado, geralmente esse tema é debatido à luz de tratados e convenções internacionais. Nesse sentido, é preciso destacar que, no Brasil, mesmo depois de o Presidente da República assinar o documento, o mesmo não gera efeitos internos. Sendo este, pois, apenas um ato inicial. Depois desse evento cabe ao legislativo aprovar ou não o documento. Nesse sentido, a internalização da Convenção das Nações Unidas Relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951) e do Protocolo de Nova Iorque (1967) se configura na Lei 9.474 de 19971. A Lei 9.474 de 22 de julho de 1997, define os mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providências. Com base nesse dispositivo legal, é possível perceber que o legislador brasileiro internalizou a definição mais ampla do conceito de refugiado, conforme Tratado de Cartagena: Lê-se no Art. 1º da referida lei: “Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em 1 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/L9474.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%209.474%2C%20DE%20 22,1951%2C%20e%20determina%20outras%20provid%C3%AAncias. 2. Aspectos Legais Aplicáveis ao Refúgio http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/L9474.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%209.474%2C%20DE%2022,1951%2C%20e%20determina%20outras%20provid%C3%AAncias http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/L9474.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%209.474%2C%20DE%2022,1951%2C%20e%20determina%20outras%20provid%C3%AAncias Alexandre Alves História 2022/2 Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. (BRASIL, 1997) O Brasil, nesse sentido, adotou uma postura mais progressista em relação a acolhida, essa posição fica evidente pelo conceito ampliado adotado no Art. 1º e também no artigo 2º quando estende os direitos de refugiado aos cônjuges, ascendentes e descendentes. Por outro lado, a mesma lei considera alguns fatores de exclusão dos direitos de refugiados. Essa exclusão só ocorre nos casos descritos no Art. 3º, quando o solicitante, por exemplo, tenha “cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participado de atos terroristas ou tráfico de drogas”. Para fins de permanência, o Art. 5º destaca que “O refugiado gozará de direitos e estará sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil”. A mesma lei, no seu artigo 11, determinou a criação do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), órgão de deliberação coletiva vinculado ao Ministério da Justiça. Como tratado adiante, o órgão é responsável por uma importante etapa do processo de reconhecimento do status de refugiado. A Lei 9.474 também determina as causas que levam a perda da condição de refugiado em solo brasileiro e os requisitos que determinam a cessação da condição de refugiado, quando as causas originárias da condição não mais existem e os deslocados podem voltar aos seus países de origem. É consenso que a maioria das pessoas refugiadas desejam voltar aos seus países de origem, contudo, infelizmente, o número de deslocados que voltam aos seus Estados ainda é muito pequeno. Em termos legais, também é válido destacar que a posição do Brasil frente aos refugiados encontra, em parte, amparo na própria Constituição Federal de 1988 (CF 88). Em especial, o Art. 4º destaca os princípios que regem a postura do Brasil nas suas relações internacionais. Destaque, nesse sentido, para o inciso II “prevalência dos direitos humanos” e X “concessão de asilo político”. Tratado da internalização da Convenção de 1951, vale destacar que esse documento trouxe uma série de deveres e recomendações que um país acolhedor deve observar na concessão de refúgio. Segundo a referida convenção, no seu Capítulo I, cabe ao país anfitrião conceder, observando o princípio da não-discriminação, condições para exercício de prática religiosa e continuidade de residência. No seu Capítulo II, condição de propriedade móvel, imóvel, intelectual e industrial e direito de associação. No seu Capítulo III, direito a empregos remunerados. No seu Capítulo IV, alojamento, educação pública, assistência pública e condições para exercício de funções remuneradas. No seu capítulo V, assistência administrativa, liberdade de movimento e documentos de identificação, bem como, condições facilitadas de naturalização, caso seja de interesse e desejo do refugiado. De modo geral o ACNUR recomenda que os refugiados tenham, no mínimo, o mesmo tratamento dispendido aos estrangeiros legalmente residentes no país. Contudo, vale destacar que a Convenção destaca os aspectos mínimos, sendo uma referência. Dada a circunstância dos refugiados e suas características, cabe ampliar ainda mais esse leque de possibilidades e recomendações aos países anfitriões. Sempre partindo do princípio do não-retrocesso, considerando ser impossível qualquer redução no tratamento dispendido aos deslocados de maneira forçada. Alexandre Alves História 2022/2 Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio Conforme Salienta a Prof. Gabriela Cunha Ferraz, apesar de existir um amplo leque de direitos às pessoas refugiadas, ainda é necessário avançar muito em termos de políticas públicas destinadas a essas pessoas. Isso porque, ainda existe uma dificuldade de integração dos deslocados à sociedade. Uma das maneiras mais eficientes de se fazer isso, é via trabalho e remuneração. Contudo, ainda existe um certo preconceito do empresariado brasileiro e da população para com essas pessoas. Conforme pesquisas realizadas, ainda se tem a ideia de que o refugiado é uma pessoa sem muita capacitação. Outro preconceito recorrente é da figura do refugiado enquanto terrorista. Dessa forma, é essencial a criação de mais políticas públicas destinadas às pessoas em situação de refúgio e a melhora da imagem dos refugiados frente à sociedade (informação verbal). 2 02 – Reconhecimento da Condição de Refugiado no Brasil O reconhecimento da condição de refugiado, no Brasil, é regulamentado pela Lei 9.474 de 1997, mais especificamente pelo Título IV “Do Processo de Refúgio”. Em termos práticos, o refugiado precisa se deslocar de alguma forma dentro de seu território de origem e fugir para um país anfitrião ou embaixada desses países3. Isso pode acontecer de diversas formas, via navio, escondido junto a carga ou através de grandes caravanas que percorrem de maneira pedonal para uma país limítrofe. Quando chega nesse país, o deslocado deve comunicar a autoridade competente o seu desejo de solicitar a condição de refugiado. No Brasil, esta autoridade é a polícia federal. Mesmo que os meios que o estrangeiro tenha utilizado para entrar no país sejam ilegais, o deslocado não poderá ser punido ou sofrer qualquer prejuízo em razão deste meio. Conforme artigos 7, 8, 9 e 10 da Lei 9.474, o meio ilegal de ingresso não impede ou prejudica a solicitação de refúgio, bem como não gera qualquer processo penal em território brasileiro. (BRASIL, 1997) Em termos legais, o que marca o início do processo é o ato da autoridade competente em comunicar ao solicitante os procedimentos legaisno Brasil para obtenção desta condição. Conforme Art. 18 “A autoridade competente notificará o solicitante para prestar declarações, ato que marcará a data de abertura dos procedimentos” (BRASIL, 1997) Com ajuda de um intérprete, cuja responsabilidade é do país anfitrião, o solicitante deverá preencher uma solicitação para condição de refugiado, documento que solicita dados como nome, profissão, qualificação e causas que justificam a condição. Além disso, deverá comunicar a existência de pessoas de seu grupo familiar que possam adquirir o mesmo status. Conforme a lei 9.474, o solicitante tem direito de estender a sua família e dependentes os benefícios adquiridos no território brasileiro. Esse momento inicial, comumente acontece em Organizações da Sociedade Civil, como a Cáritas Arquidiocesanas, ligada à Igreja Católica. 2 Informação fornecida pela Prof. Gabriela Cunha Ferraz na série de palestras realizadas pela professora e advogada ao Canal Saber Direito vinculado do Ministério da Justiça, no ano de 2016. 3 Cabe uma observação, apenas a concessão do visto humanitário pode ser realizada em território consular do Brasil em país estrangeiro. A esse respeito, cabe consultar a Lei de Migração, nº 13.445, de 24 de maio de 2017 que regulamenta essa diferenciação. Alexandre Alves História 2022/2 Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio Neste momento, o deslocado ainda não possui o status de refugiado, mas já é aplicável uma série de direitos (incluindo o exercício de atividade remunerada) enquanto aguarda o decorrer do processo, que geralmente é lento. Conforme o Artigo 21: “Recebida a solicitação de refúgio, o Departamento de Polícia Federal emitirá protocolo em favor do solicitante e de seu grupo familiar que se encontre no território nacional, o qual autorizará a estada até a decisão final do processo” (BRASIL, 1997) Sendo assim, o solicitante já possui os mesmos direitos que um estrangeiro legalmente em solo nacional. Nesse sentido, pode obter uma carteira de trabalho, seus filhos podem ter acesso as escolas e universidades.4 O relatório elaborado pelas Organizações da Sociedade Civil é encaminhado ao CONARE que irá avaliar a pertinência e poderá convocar o solicitante a uma nova entrevista, respeitando o princípio da confidencialidade. Decorrido o processo, o órgão encaminha um parecer relativo à solicitação. Conforme o Artigo 28, sendo a decisão positiva “o refugiado será registrado junto ao Departamento de Polícia Federal, devendo assinar termo de responsabilidade e solicitar cédula de identidade pertinente. (BRASIL, 1997) No entanto, sendo esta negativa, o solicitante tem direito de recorrer, cabendo ao Ministro da Justiça do Brasil decidir em última instância, cuja decisão é irrecorrível. Conforme Fernandes (2021)5, não há um prazo específico para realização de cada um dos procedimentos, o que torna o processo lento e muito problemático. Em 2019, por exemplo, foram feitas 82.552 solicitações de refúgio no Brasil, sendo que o CONARE só conseguiu apreciar 33.453, apenas 40% das solicitações. Nos últimos 09 anos, foram 239.706 solicitações, sendo que apenas 54.900 foram apreciadas, ou seja, 22,9%. “Não há um prazo específico para a realização de cada um desses procedimentos. A análise varia de acordo com a nacionalidade dos solicitantes, com a atualização cadastral desses solicitantes (possibilitando contatá-los quando necessário), com a história específica de cada solicitante, com a complexidade do caso, bem como com as informações disponíveis do país de origem. Em média, as solicitações são analisadas em 3 anos, período de tempo que pode variar para mais ou para menos, dependendo das variáveis elencadas” (Ministério da Justiça, s/d, s/p apud FERNANDES 2021, p. 522-523).” Neste sentido, é possível concluir que a lentidão do processo é danosa para os solicitantes de refúgio que, mesmo possuindo uma série de direitos iniciais, vive uma angústia em relação a sua condição, uma vez que, sendo a decisão negativa, o solicitante e sua família devem deixar o território nacional, sendo que muitas vezes, não há qualquer condição para esse deslocamento. 4 A respeito dos direitos e deveres dos refugiados em solo brasileiro, é relevante a leitura do material de mesmo título elaborado pelo ACNUR. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/wp- content/uploads/2018/02/Direitos-e-deveres-dos-solicitantes-de-refúgio-no-Brasil_ACNUR-2010.pdf 5 Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6733/1/5707-Texto%20do%20Artigo-20459- 1-10-20210930.pdf https://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2018/02/Direitos-e-deveres-dos-solicitantes-de-refúgio-no-Brasil_ACNUR-2010.pdf https://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2018/02/Direitos-e-deveres-dos-solicitantes-de-refúgio-no-Brasil_ACNUR-2010.pdf https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6733/1/5707-Texto%20do%20Artigo-20459-1-10-20210930.pdf https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/6733/1/5707-Texto%20do%20Artigo-20459-1-10-20210930.pdf Alexandre Alves História 2022/2 Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 03 – Referências Bibliográficas ACNUR. Acnur Brasil, 2022. Agência da ONU para Refugiados (Brasil). Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/ Acesso em agosto/setembro de 2022. ACNUR. Migrações, Refúgio e Apátridas – Manual para Comunicadores. ACNUR Brasil. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/wp- content/uploads/2019/05/Migracoes-FICAS-color_FINAL.pdf Acesso em 16 de fevereiro de 2023. ACNUR. Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados. 28 de julho de 1951. Disponível em: https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao _Estatuto_dos_Refugiados.pdf Acesso em 12 de setembro de 2022. ACNUR. Declaração de Cartagena. 22 de novembro de 1984. Disponível em: https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Inter nacionais/Declaracao_de_Cartagena.pdf Acesso em 01 de setembro de 2022. ACNUR. Protocolo de Nova Iorque Relativo ao Estatuto dos Refugiados. 04 de outubro de 1967. Disponível em: https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Inter nacionais/Protocolo_de_1967.pdf Acesso em 27 de agosto de 2022. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL. Lei 9.474/1997. Define mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providências. Brasília: Governo Federal (1997). BRASIL. Lei 13.445/2017. Institui a Lei de Migração. Brasília: Governo Federal (2017). COSTA, Márcio José da Silva. Problemas que ninguém quer: Arquitetura e Urbanismo na solução da problemática dos refugiados. 2016. 216f. Dissertação (mestrado em arquitetura) Faculdade de Arquitetura. Universidade de Lisboa, Lisboa, 2016. FERNANDES, J. D. M. Coordenação e desafios do processo administrativo de refúgio no Brasil. Revista do Serviço Público (RSP), Varginha – Minas Gerais, v. 72, n. 3, p. 505-528, jul./2021. GOVERNO FEDERAL. Ministério da Justiça e Segurança Pública: CONARE. Comitê para Refugiados. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/seus- direitos/refugio/institucional Acesso em agosto/setembro de 2022. SOUSA, Suzyanne Valeska Maciel de. O Conceito de Refugiado: Historicidade e Institucionalização. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 30, 2019, Recife. Anais do 30º Simpósio Nacional de História da ANPUH. Recife: ANPUH, 2019. SOUZA, Warley. "Emigrar, imigrar e migrar"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/emigrar-ou-imigrar.htm. 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A respeito dos mecanismos, termos e condições nela previstos, assinale a afirmativa correta. A. Para que possa solicitar refúgio, o indivíduo deve ter ingressado no Brasil de maneira regular. B. Compete ao Ministério da Justiça declarar o reconhecimento, em primeira instância, da condição de refugiado. C. O refugiado poderá exercer atividade remunerada no Brasil, ainda que pendente o processo de refúgio. D. Na hipótese de decisão negativa no curso do processo de refúgio, é cabível a interposição de recurso pelo refugiado perante o Supremo Tribunal Federal. Resposta: C Conforme Art. 21 da Lei 9.474: “Recebida a solicitação de refúgio, o Departamento de Polícia Federal emitirá protocolo em favor do solicitante e de seu grupo familiar que se encontre no território nacional, o qual autorizará a estada até a decisão final do processo. – § 1º O protocolo permitirá ao Ministério do Trabalho expedir carteira de trabalho provisória, para o exercício de atividade remunerada no País.” Portanto, o refugiado já pode exercer atividade remunerada mesmo que o processo de solicitação ainda não tenha sido concluído. Letra “A” está errada, pois o ingresso irregular não prejudica em nada o processo de solicitação de refúgio. A assertiva “B” também está incorreta, pois o Ministério da Justiça só atua em última instância no caso de recurso após decisão negativa da solicitação. Por fim, “D” é falsa, uma vez que a interposição de recurso não ocorre no STF, mas sim no Ministério da Justiça, cabendo ao próprio ministro decidir em última instância.
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