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Conceito e casos 1. O crime impossível é também chamado de quase crime, tentativa inidônea ou inadequada. 2. Tem disciplina jurídica contida no art. 17 do CP: Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 3. Em determinados casos, após a prática do fato, verifica-se que o agente nunca poderia consumar o crime, quer pela ineficácia absoluta do meio empregado, quer pela absoluta impropriedade do objeto material (pessoa ou coisa sobre que recai a conduta). Assim, há dois casos de crime impossível: · delito impossível por ineficácia absoluta do meio. Ex.: quando se aciona gatilho de revólver, mas a arma está descarregada. · delito impossível por impropriedade absoluta do objeto. Ex.: A, pensando que seu desafeto está a dormir, desfere punhaladas, vindo a provar-se que já estava morto. 4. Nos dois casos não há tentativa por ausência de tipicidade. Teorias 1. Teoria sintomática: o critério decisivo é a periculosidade do agente. É preciso que a conduta seja indício de sua temibilidade criminal. 2. Teoria subjetiva: o fator que decide a questão é a intenção do delinquente. Assim, o autor de um crime impossível deve sofrer a mesma pena cominada à tentativa. 3. Teoria objetiva: ensina que a imputação de um fato possui elementos objetivo e subjetivo, e sem a concorrência do primeiro não há falar em tentativa. O elemento objetivo é o perigo para os bens penalmente tutelados. Esta teoria se divide em duas: · Teoria objetiva pura: não há tentativa em qualquer caso, seja a inidoneidade absoluta, seja relativa. · Teoria objetiva temperada: exige que sejam absolutamente inidôneos o meio empregado pelo agente e o objeto sobre o qual a conduta recai. Em caso de inidoneidade relativa, há tentativa. É a teoria abraçada pelo legislador penal brasileiro. Referências: JESUS, Damásio de. Parte geral – arts. 1 ao 120 do CP. Vol 1. Atualizador: André Estefam. 37 ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
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