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Complexo de Electra

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CETEP – CENTRO DE ESTUDOS DE TERAPIAS E PSICANÁLISE 
Polo Indaiatuba
Avaliação do Módulo 10: Complexo de Electra
Prof. Fernando Toledo
 
�”Aqui fica uma grande incógnita que não consegui descobrir, mesmo após 30 anos de estudos sobre a alma feminina: o que quer a mulher?”
 Sigmund Freud
O complexo de Electra é um termo psicanalítico usado para descrever o senso de competição de uma menina com sua mãe pelos afetos de seu pai. Denominado por Freud como Complexo de Édipo feminino, se compara à esse durante o desenvolvimento psicossexual feminino, quando a menina, durante a fase fálica de seu desenvolvimento, descobre que não tem um pênis e se apega a seu pai, ressentindo-se contra sua mãe, que ela culpa por sua castração. Como resultado, Freud acreditava que a menina então começa a se identificar e a imitar sua mãe por medo de perder seu amor. 
Freud descreveu o complexo de Édipo feminino como o anseio da filha pelo pai e a competição com a mãe. A filha possui um desejo inconsciente de substituir a mãe como parceira sexual do pai, levando assim a uma rivalidade entre filha e mãe.	
Um dos casos mais conhecidos relatado por Freud é o caso da paciente de pseudônimo Anna O, uma jovem analisada inicialmente por Breuer e, posteriormente, por Freud, que possibilitou à ele estudar muitas de suas teorias, como o Complexo de Édipo, identificação, transferência e contra-transferência, compulsão, repetição.
Anna O, considerada histérica, apresentava sintomas de saúde como estrabismo, paralisia de membros do corpo, dificuldade de locomoção, anorexia e alucinações, que num primeiro momento foram investigados como de ordem neurológica. Entretanto Breuer identificou que seus sintomas eram de ordem emocional, surgindo a terapia pela fala, onde era possível relacionar os sintomas que apareciam à traumas de infância vividos por Anna O, assim como seus delírios poderiam ser relacionados à fantasias que criava acerca dos acontecimentos que lhe eram traumáticos.
Anna O viu na figura de Breuer seu objeto de amor, transferindo à ele o amor – e o desejo – que a menina vivencia na infância (complexo de Electra). Essa transferência causou uma relação de dependência da paciente para o terapeuta, sendo que por vezes ela só enxergava Breuer e não outros psicanalistas, ela só comia se ele oferecesse comida, só ficava feliz em sua presença.
O caso de Anna O foi o primeiro relato sobre o tratamento de uma histérica. Buscando trazer para esse trabalho um relato atual de como questões sobre o Complexo de Electra aparecerão comumente em nosso consultório, busquei casos clínicos sobre o assunto e explanarei sobre um caso apresentado para defesa de título de pós-graduação em Psicanálise, que coloco em minha referência bibliográfica. 
	No trabalho, a pós-graduanda apresenta o caso de Adriana, uma jovem de 27 anos que procura atendimento por se considerar tímida; nunca namorou nem teve relações sexuais. Sofre com a separação de seus pais, que ocorreu quando ela tinha 11 anos. Em análise, Adriana refere várias vezes que a mãe afirma que ela sempre foi a preferida do pai, à quem era muito apegada. Relata momentos felizes de passeios e convivência com esse pai, e não “se conforma” que ele a abandonou, para viver sua vida com outra família. Relata que não tem bom relacionamento com a mãe, pois, a mãe e seu irmão, 5 anos mais velho, se protegem, não tendo espaço para ela nessa relação, na família. Refere que em muitos momentos odiava sua mãe e desejava ter apenas ao pai e que eles tinham um “filho” juntos, referindo-se a um cachorrinho ela e o pai adotaram.
	Teve relacionamentos breves, com homens e mulheres, mas que preferem mulheres, que são mais delicadas e sutis que os homens, apesar de ter mais facilidade para lidar com homens. Os relacionamentos são cheios de insegurança com relação à aceitação do outro, e com muito medo de ser traída. A brevidade desses relacionamentos fez com que ela nunca tivesse relações sexuais, por questões morais. Devido essa confusão de preferência afetiva, Adriana se questiona se ela “é homem ou mulher”.
	Os relatos sobre esse caso clínico é bem extenso, e acredito que o que relatei acima já evidencia as questões ligadas ao complexo de Édipo, permitindo que eu explicite agora as reflexões feitas pela analisada, no decorrer do processo analítico.
	Adriana, com o auxílio de sua analista, teve a percepção que ela busca nas mulheres e acolhimento, amor e compreensão, que ela desejava receber de sua mãe, e que sente que não recebeu, pois esta sempre teve maior afinidade com seu irmão. Nos homens, ela encontra/busca o bom relacionamento que ela tinha com o pai, por isso que ela considera “mais fácil” lidar com homens.
	Essa percepção acerca dos fatos, dos sentimentos e atitudes que Adriana tem hoje como reflexo de vivências da infância, permitirá decisões e reflexões mais conscientes sobre suas atitudes como, por exemplo, quando ela suspeitar de uma traição, poderá refletir se ela de fato tem motivos para desconfiar, ou é a “Adriana criança” se não acredita mais em ninguém? Ou quando ela ficar muito triste com uma atitude de alguém para com ela, refletir se a pessoa de fato foi hostil ou se foi a “Adriana criança” que falou mais alto e precisa da aceitação integral das pessoas?
	Enfim, acredito que tudo o que foi explanado evidenciou o quanto as questões relacionadas à boa ou má superação do Complexo de Electra afeta nosso comportamento na vida adulta, e entender tais padrões permite ao psicanalista auxiliar seus pacientes a superar tais barreiras.
1. BRITON, RONALD, Anna O, primeiro caso revisitado e revisado, disponível para consulta no site www.passeidireto.com.br
2. PACHECO, C.A., O complexo de Édipo e sua importância no diagnóstico e tratamento, Rio de Janeiro, 2009, disponível no endereço eletrônico https://www.passeidireto.com/arquivo/68128266/o-complexo-de-edipo-e-sua-importancia-no-diagnostico
Trabalho de avaliação do módulo 10 do curso de Psicanálise e terapia familiar, elaborado pela aluna Sabrina Guilger Romanezi

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