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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Curso de Psicologia
ANA MARIA CARMO SILVA – G197FC7
FLÁVIA EMANUELE MARTINS FRANÇA – D9832-G9
PALOMA POSTIGLIONI SAKAMA - F228657
REFLEXÕES SOBRE A TEORIA PSICANALÍTICA
São José do Rio Preto
Março/2023
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Curso de Psicologia
ANA MARIA CARMO SILVA- G197FC7
FLÁVIA EMANUELE MARTINS FRANÇA – D9832-G9
PALOMA POSTIGLIONI SAKAMA - F228657
REFLEXÕES SOBRE A TEORIA PSICANALÍTICA
Trabalho apresentado em cumprimento
de avaliação parcial da disciplina Teoria
Psicanalítica, ministrada pela Profa. Dra.
Daniela Giorgenon.
São José do Rio Preto
Março/2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 03
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................ 04
3. CONCLUSÃO......................................................................................... 06
2
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 07
 
1. INTRODUÇÃO
Em “Observações sobre um caso de neurose obsessiva” (1909-1910), Freud descreve seu caso clínico que ficou conhecido como “o homem dos ratos”, pseudônimo que o psicanalista criou para seu paciente, um jovem advogado que possuía neurose obsessiva. No presente trabalho iremos fazer uma reflexão do filme que leva o mesmo nome do caso e associando-o ao conteúdo estudado. 
Neurose obsessiva se trata de um distúrbio que a pessoa sofre por afetos, geralmente reprimidos anteriormente para o inconsciente, que se deslocam para ideias substitutivas – um ódio reprimido do pai que se torna pensamentos compulsivos, por exemplo - sendo assim uma doença do pensamento, ao contrário da histeria que traz no corpo o adoecimento. 
Constantemente, os neuróticos obsessivos temem que algo pode vir a acontecer e por ser um pensamento pode ser entendido como desejo de que isso possa acontecer e julgam como errado o que o pensam, assim despertando a angústia característica destes – um real sofrimento psíquico causado por auto recriminação. 
A pessoa passar a ser dominada pelas suas compulsões e sendo incapaz de trabalhar, viver e até mesmo de amar normalmente, consequência desses pensamentos obsessivos que formam cadeias sem fim. Freud utilizou a associação de que os neuróticos seguiam sua própria religião e seu sistema de crenças que é somente deles e se violavam algo desta, seriam punidos.
Freud exemplifica a transferência com este caso também, um fenômeno essencial para o processo de cura psicanalítico em que o paciente transfere inconscientemente figuras do seu passado para o presente por meio de seu terapeuta, podendo existir sentimentos afetuosos ou hostis. Por meio desta, surgem padrões que antes não estavam conscientes e fazem com que mude a forma como vê a si mesmo e no relacionamento com outras pessoas. 
2. DESENVOLVIMENTO
Relatos clínicos para a Psicanálise é um método de investigação, é uma construção entre escrita científica e linguagem literária; o caso Homens dos ratos se inicia em 1907 e se estende por 11 meses. O homem é um cara culto e de uma educação esplêndida, porém supersticioso. Já em seu primeiro encontro, o homem interrompe repentinamente a fala de Freud e comenta sobre sua vida sexual. Interrompido por Freud, que perguntou o que o trouxe a este tópico, ele respondeu que tinha a ver com o conhecimento adquirido da teoria psicanalítica. Mais tarde, Freud descobriu que havia sido exposto ao seu livro de 1901 "Sobre a psicopatologia da vida cotidiana"
 Relatou que sua primeira experiência sexual ocorreu quando tinha 4 ou 5 anos de idade. Eles incluem uma troca de carícias com duas governantas. Essas experiências despertaram nele uma curiosidade de ver o queimar e atormentar o corpo feminino” (Freud, 1909/2002, p. 14). Mais atrás, ele disse se lembrar de ter tido uma ereção repentina aos 6 anos de idade, acompanhada do hábito de se masturbar. Acreditava que esses fenômenos estavam relacionados à curiosidade sexual, e seu pai não lhe deu advertências como: "Se você fizer isso, você vai morrer" (Freud, 1909/2002, p. 93). Floyd acrescentou que o pai de pode ter ameaçado cortar seu pênis. Esses primeiros atos sexuais foram experimentados com intenso prazer, e isso nos dá nossa primeira incursão na etiologia freudiana das neuroses.
Como demonstrado no filme, o paciente possuía os sentimentos de amor e ódio para com o seu pai ao mesmo tempo – ódio que suprimiu quando tinha 6 anos por ter levado uma surra do mesmo por ter mordido alguém, algo que associou a desejos sexuais. E também por causa que o pai queria obriga-lo a casar com uma moça rica, de quem não gostava e chegou até desejar que este morresse porque queria estar junto de outra mulher. 
O conflito interno que resultou na raiz de sua doença era uma luta entre os desejos de seu pai e o que ele realmente queria em relação as suas inclinações amorosas, a relação deles era boa e viviam até como amigos, mas em relação a sexualidade era como se o pai fosse uma oposição a sua vida erótica. 
E por ouvir uma história de tortura asiática em que se colocava um pote com ratos dentro e esquentavam para estes penetrassem o ânus da vítima, o homem dos ratos imaginou como seria se fizessem essa tortura com sua namorada ou com seu falecido pai e repudiou esse pensamento como algo absurdo e horrível. Temia tanto que alguém torturasse seu falecido pai ou sua amada, que desenvolveu pensamentos compulsivos a fim de que nada acontecesse com eles – pagar alguém por seus óculos senão seriam torturados, por exemplo.
No entanto, Freud interpretou que inconscientemente ele desejava feri-los – a namorada por ter constantes dúvidas se ela o amava e ao pai a quem tinha sentimentos ambivalentes por desejar sua herança e se considerar sujo por isso.
Com a transferência que ocorre do paciente para com o terapeuta – transmitiu suas emoções da figura passada de seu progenitor - foi sendo possível observar comportamentos que este não possuía antes (tratar Freud como se fosse o seu pai, dizendo coisas que nunca disse a ele por ter reprimido essa raiva desde pequeno) e descobrir a causa inicial de seus sintomas.
Mesmo vendo suas neuroses como absurdas racionalmente, o homem não conseguia se livrar delas acreditando fielmente – onde é possível ver a ordem patológica de seu caso – como sendo verdades absolutas que deviam ser cumpridas. 
O analista constatou que desde a infância, já se tratava de um neurótico obsessivo, pelo fato de que o mesmo já apresentava um medo obsessivo relacionado com instinto sexual que resultou em uma ideia “se tenho desejo de ver uma mulher despida, meu pai deverá fatalmente morrer”; e para acabar com sua angustia, começou a criar ideias contrárias (proibições) aos seus impulsos.
3. CONCLUSÃO
Podemos concluir com base nesse paciente de Freud uma patologia na qual pacientes têm uma auto recriminação devido ao fato de que houve um evento que proporcionou prazer mas ao mesmo tempo, nao há um aproveitamento deste pois cria-se culpa intensa, na qual tem dificuldade em se relacionar normalmente devido ao pensamento do que pode vir a acontecer. E com a associação livre foi possível chegar a uma solução para seus problemas, não como uma cura total, mas sim transformar um padrão de comportamentos que somente faziam mal ao homem. 
Além disso, foi possível observar como a mente de uma pessoa com neurose obsessiva funciona, e com uma causa inicial pode gerar cada vez mais pensamentos prejudiciais durante a vida, como se fosse uma árvore com ramificações profundas enraizadas dentro da mente humana, e como experiências precoces na infância influenciam no futuro destas ocultas em nosso inconsciente.
REFERÊNCIAS 
FREUD, S. O Homem dos Ratos (1909).
O HOMEM dos Ratos. [S. l.: s. n.], 1873. Disponível em: Youtube.Acesso em: 12 mar. 2023.