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GE - Artes, Educação e Música_01

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GUIA DE ESTUDO
UNIDADE I
Artes, Educação e Música
2
ARTES, EDUCAÇÃO E MÚSICA
UNIDADE I
pARA INíCIO DE CONvERSA
Olá, Caro (a) estudante do curso de pós-graduação, é com muita satisfação que estamos proporcionando 
esse momento de aprendizagem no curso. 
Desde já quero manifestar o nosso interesse em favorecer conteúdo atualizado, dialogando com as 
orientações referentes ao Ensino de Arte. É bem sabido que até hoje percebe-se um déficit na maioria das 
instituições educacionais quanto as abordagens em Artes. Muitos dos educadores e educadoras sentem-
se inseguros em desbravar novos caminhos nesta área do saber, pelo fato de carecerem de formação e 
informações sobre o que fazer, como fazer e porque fazer, frente ao ensino das artes visuais, do teatro, 
da dança e da música.
 
ORIENTAÇõES DA DISCIplINA
Na Pós-graduação à distância, bem como nos nossos cursos presenciais, o grupo SER EDUCACIONAL, 
traz como estratégia a possibilidade de sensibilizar o/a estudante nas 4 linguagens supracitadas. No 
caso desta disciplina intitulada “Artes, Educação e Música” faremos um afunilamento de aspectos 
importantíssimos de alguns assuntos. Para que isso ocorra de modo harmônico os conteúdos foram 
divididos em 4 unidades, sendo a primeira delas relacionada a uma das primeiras manifestações humanas 
no que concerne as artes visuais, a saber o desenho. 
Isso mesmo! Nas laudas a seguir compreenderemos que a arte educa, ensina, estimula a construção 
de conhecimentos que instrumentalizarão aprendentes na ampliação da sua visão de mundo, na 
construção da sua identidade como cidadão/cidadã tendo em vista a necessidade de um protagonismo 
social imediato. Qualquer um de nós certamente terá uma lista mental de pessoas que obtiveram forte 
conhecimento acadêmico nas áreas das ciências exatas, humanas e da saúde, mas falta um quê de 
humanização. Esse “quê” é condição fundamental para atender aos novos paradigmas. O conhecimento 
técnico é importante, mas sem uma visão humanizada sobre esses saberes, tenderemos a construir novas 
gerações de profissionais insensíveis, tecnocratas. Enfim, desumanos.
 
3
pAlAvRAS DO pROfESSOR
Num dia chuvoso da década de 1880 um italiano chamado Corrado Ricci correu 
procurando um abrigo em um beco sem saída, coberto. Enquanto aguardava a chuva 
diminuir, começou a prestar atenção em uns rabiscos na parede. Percebeu que alguns 
desenhos eram encantadores e outros mais desajeitados, ao ponto de qualquer pessoa 
associar a um traçado infantil. Até aí nada de incomum. Porém esse transeunte, seria 
um dos primeiros a realizar estudos sobre a arte infantil e materializá-los em um libreto 
intitulado A arte das crianças pequenas. A publicação desta obra ocorreu em 1887, 
deflagrando desde então o interesse de pesquisadores, educadores, e por que não pais, 
pelo desenho infantil.
Quantos desenhos de crianças você já viu sendo guardado de maneira organizada visando um estudo 
analítico deles? Quantas mães/pais você já observou ao final do ano, na faxina de Réveillon, enchendo 
sacos de lixo com desenhos dos seus filhos/as? Por quantas vezes seus olhos já presenciaram o descarte 
desses desenhos na escola, sem a devida observância?
Pois é, caro (a) aluno (a), espero que você esteja preparado para começarmos os nossos estudos e espero 
que você aproveite este momento para tirar alguma dúvida com seu tutor se for preciso. Vamos lá!
A IMpORTÂNCIA DO DESENHO 
Um dos conceitos mais próximos de desenho, constituídos a partir das nossas reflexões consiste em 
afirmar que é uma arte, técnica ou produto artístico construído a partir de pontos, linhas e planos sobre 
uma superfície física ou virtual, visando a representação gráfica figurativa ou abstrata do mundo visível e/
ou imaginário. A palavra deriva do verbete italiano disegno, surgido por volta de 1400 d.C. dando origem 
aos variados vocábulos usados em outras línguas tais como: diseño, em espanhol; dessein, em francês, 
design, em inglês; e desenho no português.
Para a humanidade o desenho tem uma função ímpar, inclusive no que concerne ao desenvolvimento 
tecnológico. Antes de produzir algo Da Vinci desenhou, Niemeyer desenhou e numa breve reforma em 
nossas residências, também rabiscamos pequenos projetos ou ideias. 
Henry Wallon (in: BARBOSA, 2009. p 97), psicólogo francês, acredita que existem diferentes manifestações 
entre o gesto e seu traço, que são baseados na cinestesia, na percepção visual e na motricidade. O mesmo 
afirma que a origem do desenho está no gesto, mesmo se o traço tenha começado de modo casual. 
 
4
GUARDE ESSA IDEIA!
Tanto Wallon, quanto o já citado Vygotsky são representantes de uma corrente da 
psicologia denominada de interacionista. Esta corrente de pensamento acredita que o 
crescimento do ser humano, incluindo a construção do pensamento e da subjetividade, 
se aperfeiçoa pela ação e o intercâmbio com o meio circundante e com as outras 
pessoas. Essas proposições precisam ser conhecidas por você, pois são fundamentais 
para compreender-se como se dá o conhecimento da arte pela criança, principalmente 
pela ênfase no significado da representação e interação social.
pAlAvRAS DO pROfESSOR
Meu caro (a), o desenho inicialmente expressa gestos, gestos esses movidos por sensações, emoções 
e fluxos de pensamento. Uma criança que consegue estabelecer comunicação expressiva com os seus 
pares e com o meio terá grande possibilidade de se adequar socialmente, visto que é a partir do que 
expressamos que podemos ser ou não entendidos.
Do mesmo modo a comunicação gráfica, seja a partir da escrita ou do desenho de imagens será também 
importantíssima para um melhor conviver social. O desenho ajuda a criança a aprender a escrever, 
acompanha os saltos quantitativos e qualitativos, bem como favorece formas de mostrar ao mundo o 
nosso olhar.
 
vEjA O víDEO!
Perceba, portanto a grandiosidade contida no ato do desenho: das garatujas às obras 
mais bem elaboradas da engenharia espacial ou da nanotecnologia. Para saber mais, 
assista ao vídeo com exatos 8 minutos, contido no link abaixo. É rapidinho e rico. 
fASES DO DESENHO SEGUNDO pIAGET 
Precisamos retomar a curiosidade de “Seu” Ricci, instrumentalizando nossos olhares acadêmicos a partir 
de autores como o do biólogo que revolucionou o pensamento pedagógico, o pesquisador Jean Piaget. 
É isso mesmo, Jean Piaget não tinha inicialmente nada a ver com Pedagogia, mas começou a estudar a 
maturação cerebral, a partir da pesquisa com várias crianças seguindo por recortes etários (chamadas de 
fases). 
https://www.youtube.com/watch?v=k0nxsM78IQc
5
Jean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade 
do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método 
Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget 
foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de 
conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança. 
Piaget começou a perceber que dentro das faixas etárias são perceptíveis desenhos típicos em cada uma 
delas, trazendo similaridades, mesmo em crianças de culturas diferenciadas. 
 
DICA
É importante salientar que Piaget é um dos pesquisadores mais importantes no estudo 
do desenvolvimento/fases do desenho infantil. Os outros são o russo Lev Semenovich 
Vygotsky e o francês Georges-Henri Luquet.
Vamos lá, buscando apresentar de modo didático estas fases do desenho, Piaget, dividiu-as em cinco, a 
saber: 
•	 Garatuja
•	 Pré-esquematismo
•	 Esquematismo
•	 Realismo 
•	 Pseudo Naturalismo
 
pAlAvRAS DO pROfESSOR
Caro (a) estudante, apresentaremos todas elas com suas características basilares. O 
que antes era visto genericamente como rabiscos, tem importância definida e colabora 
para a compreensão das etapas do desenvolvimento infantil, bem como para sinalizar 
indícios de distúrbios no desenvolvimento psico-cognitivo desses pequerruchos.
Falandode distúrbio, um adendo: entre a década de 80 e 90 houve um boom da interpretação dos desenhos 
das crianças, numa visão psicologizadora. Era muito comum ver professoras, tendo formação apenas em 
cursos de magistério, sussurrando sobre desenhos dos pequenos, fazendo conjecturas sobre o mesmo 
ser esquizofrênico, autista ou apresentar “retardo mental”. No campo da psicologia crescia a prática do 
teste do desenho da árvore, da casa e da família e não foram poucos os que se arvoraram a estigmatizar 
6
estudantes a partir das suas “interpretoses” (interpretações psicológicas equivocadas, baseadas em 
estudos superficiais, por pessoas sem a devida formação). 
 
lEITURA COMplEMENTAR
Para lhe auxiliar em seus estudos, você pode ver mais sobre esse conteúdo no link
 
GUARDE ESSA IDEIA!
Caro (a) estudante, o nosso objetivo aqui é entender os desenhos a partir da maturação 
psíquica proposta por Piaget. Ok! Então vamos lá! Jean William Fritz Piaget além de 
biólogo, foi um epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores 
do século XX. Epistemologia (do grego ἐπιστήμη [episteme], também chamada de 
Teoria do Conhecimento ou Gnosiologia é o ramo da filosofia que se debruça sobre a 
natureza, as etapas e limites do conhecimento humano. Como cita Marcos Ferrari em 
artigo para a Revista Nova Escola: Piaget foi o biólogo que colocou a aprendizagem no 
microscópio, revolucionando o modo de encarar a educação de crianças ao mostrar que 
elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado.
Vamos lá, baseados na professora Thereza Bordoni, em seu artigo intitulado Descoberta de um universo: 
a evolução do desenho infantil, teremos como primeira fase a garatuja. Atribui-se a Viktor Lowenfeld 
esse termo em negrito que é sinônimo de rabiscos infantis. Nessa primeira fase que ocupa o início da 
sensório motora (0 a 2 anos) e parte pré-operacional (2 a 7 anos) os pequenos estudantes demonstram 
muito prazer em produzir estes rabiscos, dos quais não farão referências diretas à figura humana. A cor 
tem uma importância secundária, sendo notado o interesse pelo contraste (cores claras com escuras, 
quentes e frias, etc.). 
 
vOCê SAbIA?
Você sabia que a fase da garatuja pode ser subdividia em: Desordenada e Ordenada? 
Pois é, na primeira teremos movimentos expansivos e sem uma ordem definida. Parece 
uma grande bagunça abstrata. 
???
http://colorirdesenhos.com/artigos/como-interpretar-desenhos-criancas
7
Já na segunda fase, chamada de ordenada, os movimentos geralmente ocorrem ao longo do papel ou 
superfície do desenho, seja no sentido de cima para baixo ou de baixo para cima. Além desse movimento 
longitudinal (não confundir com latitudinal que seria na horizontal, geralmente transitando entre o lado 
direito e esquerdo do papel ou superfície), será observado também uma movimentação circular. 
A criança começa a apresentar habilidades viso-motoras. Certamente você já 
conhece as habilidades viso-motoras, mas para reforço das nossas certezas, usarei 
um conceito trabalhado pela terapeuta ocupacional infantil Johanna Cordeiro Melo 
Franco em seu blog , quando afirma que as habilidades viso-motora relacionam-se à 
capacidade de coordenar a visão com os movimentos do corpo. 
Então, no caso das pessoas ditas normais, a visão está envolvida em todos os movimentos, sejam eles 
relacionados a coordenação motora grossa/ampla ou motora fina. A visão é um componente importante 
para os movimentos coordenados entre os olhos e as mãos para executar tarefas variadas. 
Isto refere-se principalmente ao ato de escrever ou desenhar. No caso da criança com deficiência visual 
teremos uma outra abordagem que será apresentada paulatinamente na 3ª e 4ª unidade. Mas desde já 
podemos adiantar que estudantes cegos conseguem enxergar (no sentido de perceber o mundo) a partir 
do cruzamento de outras percepções (tácteis, olfativas e auditivas).
pAlAvRAS DO pROfESSOR
Compreendeu, sim? A criança na segunda fase da garatuja, chamada de ordenada, começa a olhar mais 
para o papel e seus limites, interagindo de maneira mais organizada com as suas representações gráficas. 
Porém, ainda não existirá relação fixa entre o objeto e sua representação. A gente percebe com facilidade 
essa fase quando pergunta a criança o que significa certo traçado no começo do desenho e ao final dele. 
No começo ela pode dizer que uma linha reta é um poste e a antes mesma de chegar ao final, afirmar que 
a mesma linha é um avião, ou um coelho, etc.
Agora que já falamos sobre a fase das garatujas, é hora de trabalhar o Pré-esquematismo, também 
chamado de fase pré-operatória. É bem provável que você esteja fazendo relações com a psicogênese da 
escrita. Isso é ótimo! Afinal de contas a escrita é um desenho que tem som. Quem escreve, desenha. Veja 
a letra grega alfa ou mesmo a ômega, para quem não as conhece, a representação gráfica será apenas 
um desenho, mas foi criada para ter som e comunicar dentro de um código de escrita.
http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br/2010/07/habilidades-viso-motora.html
8
Na fase Pré-operatória (Pré-esquematismo), dos 2 aos 7 anos, a criança começa a fazer uma relação 
maior entre desenho, pensamento e realidade. Não se impressione ou angustie se os elementos se 
apresentarem dispersos e não vinculados ao um mesmo contexto. O que seria uma xícara de café amarelo 
pode ser desenhada ao lado de um traçado que será nominado como um metrô pintado de rosa com um 
elefante vermelho logo abaixo. O fato das cores não serem condizentes com a realidade factível, sequer 
deve ser visto com preocupação, pois estudantes nessa fase usam os lápis da cor “x” em determinado 
desenho dependendo do interesse emocional. Por muitas vezes, educadores/as preocupam-se um pouco 
mais com as crianças que usam com frequência cores como o preto, o marrom e o roxo, visto que em 
nossa cultura são cores que remetem a aspectos trevosos e negativos. De todo modo, como já dissemos 
anteriormente, não adianta trabalhar a partir da “interpretose”. Se o uso de cores está circunscrito, pode-
se avaliar, porém de modo multidisciplinar, sem alarde ou demonstração de constrangimento, irritação 
ou frustração aos estudantes que assim fizerem. Também é nessa fase que surge os desenhos humanos 
similares aos girinos. 
No Esquematismo, a criança geralmente entre 7 e 10 anos chega a fase das operações concretas. 
As representações gráficas, na maioria das vezes relacionadas ao exercício do alfa letramento, são 
exercitadas em letras estereotipadas. É a ave desenhada em cima do V, é a serpente desenhada no 
livro por cima da letra S... Em suma, a criança vai aumentando o seu repertório de imagens, buscando 
representar o mundo ao seu redor. O mundo que tem chão, ou seja, é nessa fase que as crianças começam 
a desenhar a chamada linha base, na qual os outros elementos do desenho serão posicionados. Porém no 
esquematismo tudo ainda é recente quanto à busca pela realidade figurativa, por isso o termo esquema 
(do latim schema, que significa forma ou figura). 
DICAS
Mesmo as crianças já tendo um certo conhecimento sobre a figura humana nessa 
fase, educadores não devem se desesperar ao perceber ainda desvios do esquema no 
desenho infantil, como: exagero (aumentar ou diminuir partes da figura. Ex: Fazer uma 
cabeça enorme para um corpo bem pequeno), negligência (mesmo tendo consciência 
do lugar certo de algo, terminar esquecendo de representar corretamente), omissão 
(supressão de um elemento) ou mudança de símbolo (algo que deveria ser algo significa 
outra coisa). Além disso observa-se fenômenos como o rebatimento (ou espelhamento 
da imagem) e a transparência (o desenho que está por detrás aparece no desenho da 
frente) 
9
As operações concretas se findam na fase chamada de Realismo. Após os 04 anos de idade a criança 
começa a entender, entronizar e cobrar regras. Desse período em diante estas regras, convenções e/
ou padrões vão sendo sedimentados até culminarem no Realismo, que trará uma consciênciamaior das 
questões de gênero vinculados ao sexo biológico (meninos usam azul, tem cabelo curto e jogam bola; 
meninas usam rosa, tem cabelos compridos e brincam de boneca), além de uma autocrítica pronunciada. 
Estudante, nesse período precisamos ter muito cuidado. É nessa fase que as crianças começam a dizer com 
veemência que não sabem desenhar. A criticidade quanto ao fazer pessoal, repleta de rigidez e formalismo, 
precisa ser trabalhada em conjunto com a Ludicidade, atenuando ansiedades, descontentamentos e 
frustrações desnecessárias quanto ao fato de não conseguir desenhar de maneira mais virtuosa. 
 
fIqUE ATENTO!
Fique atento, nas unidades 3 e 4 falaremos sobre essa postura agregadora do Ensino 
de Arte, que agrega as diferentes expressões artísticas, respeita limitações e valoriza 
as representações, resignificando-as e ampliando as possibilidades, seja da relação do 
próprio estudante com a sua obra, seja no diálogo entre o seu grafismo e a percepção 
do outro (professor, coleguinha, pais, etc.) sobre o que ele/ela fez).
Continuando nosso raciocínio, veremos que dos 10 anos em diante, teremos o período chamado de 
Pseudo-naturalismo, relacionado a fase das operações abstratas. A palavra “pseudo” significa no primeiro 
momento “falso” e a palavra “naturalismo ” nos remete ao movimento artístico-cultural que influenciou 
as artes (visuais, literatura e teatro) em meados do século XIX, considerado uma ramificação radical do 
Realismo, pois também tem o objetivo de retratar a realidade assim como ela é. Entendamos, portanto 
pseudo não como falso, mas sim, no caso do desenho como uma tentativa não tão bem sucedida de 
representar graficamente a natureza do modo que a percebemos.
É a partir dessa idade que a criança se distancia da arte vista como atividade espontânea e despretensiosa 
quanto a necessidade de representar o mundo. Agora tem que ficar parecido mesmo! Concomitantemente 
a criança inicia uma investigação da sua personalidade. 
Em detrimento a riqueza dessa fase, a mesma foi dividida em dois tipos de tendência:
A primeira delas é a visual, na qual as representações trazem o realismo e a objetividade. O intuito é ser 
entendido por quem lê a imagem. Isso! Imagens também são lidas! 
A segunda dela é a tendência háptica. Nesta a expressão e a subjetividade. Existe mesmo que velada, 
a necessidade de o desenho ser uma forma de comunicação, uma expressão do pensamento que 
necessariamente precisa ser inteligível (dar condições para que seja entendido). O uso de cores e formas 
reforça o sentido das produções, enfatizando tristeza, alegria, medo, amor, ódio, etc. No espaço da 
http://www.significados.com.br/naturalismo/
10
imagem, além da preocupação com as experiências emocionais (espaço subjetivo), nota-se a questão da 
profundidade do desenho, ou seja, existem elementos em vários planos, um mais próximo e outros mais 
distantes do olhar do observador.
A definição quanto as características sexuais são bem exageradas, sendo ao nosso ver reflexo da cultura 
ocidental que define seres humanos, conforme o binômio macho e fêmea, não tendo espaço para novas 
formas de apresentação e representação dos gêneros, a não ser que tenha uma proposta pejorativa, 
voltada para a depreciação e bullying.
Quanto a morfologia corporal, começa-se a apresentar as articulações, ou seja, angulações entre braço e 
antebraço e diferenciação entre coxa e perna, por exemplo, além da busca pelas proporções mais exatas 
das coisas e seres na imagem.
Do mesmo modo que na tendência háptica as cores vão reforçar o sentido da subjetividade, na tendência 
visual perceberemos que estas cores e tonalidades buscarão representar o colorido real observado por 
quem desenha. O importante para a criança nessa fase é que o desenho seja uma forma de comunicação 
qualificada, de modo que o que a criança desenha seja entendido sem maiores percalços.
 
fIqUE ATENTO!
Na unidade 3 apresentaremos formas de entender esses percalços e modos de como 
evitar a cristalização da representação dos grafismos infantis, bem como a desistência 
quanto ao ato de desenhar.
 pRÁTICAS NA EDUCAÇÃO
Caro (a) estudante, devido à falta de instrumentalização e pressão do cotidiano escolar (cronograma 
rígido de aulas, preparação para as avaliações e ensaios para as datas comemorativas), por muitas vezes 
deixamos passar situações fomentadoras de momentos artísticos e educativos baseados no primordial do 
ensino de arte, a saber: a capacidade de contextualizar a arte, de produzir a arte (e não apenas reproduzir) 
e de refletir a arte. Por quantas vezes você já se deparou com a situação na qual estudantes “fizeram por 
fazer”, “dançaram por dançar”, “encenaram por encenar”, com foco apenas na culminância do “dia disso” 
ou “dia daquilo”. 
Pois é, isso não é arte. É apenas uma mecanização, visando uma espetacularização do nosso fazer como 
docentes. As crianças muitas vezes sem consciência plena do que estão apresentando e os professores 
e professoras exauridos (as) por virar a noite pensando e construindo um processo, que para ter a devida 
validade precisaria ser desenvolvido em consonância com toda a comunidade escolar.
11
Porém, na maioria das vezes, existe uma distância significativa entre o real e o ideal, gerando mais 
frustração nos/nas educadores que obtém conhecimento sobre formas mais sensatas de se abordar o 
ensino de arte na educação. Nosso intuito é proporcionar estratégias dentro da realidade atual para que, 
usando da autonomia docente, possamos a partir do diálogo com as nossas coordenações e direções, 
sugerir novas formas de pensar as dinâmicas, estabelecendo pressupostos inspirados nas práxis marxistas, 
na qual o fazer é acompanhado de uma reflexão contínua, que é acompanhada de uma alteração para 
melhor realização.
No quesito arte na escola, temos consciência de que, na maioria das instituições a mesma ainda recebe 
um cunho apenas lúdico, de entretenimento sem maiores pretensões ou mesmo de um momento de 
relaxação, geralmente ocorrendo nas sextas-feiras, quando regentes descansam um pouco a voz e 
estudantes não precisam se submeter a conteúdos vistos como mais complexos e até mesmo chatos. 
Geralmente nessas aulas, educadores/as usam vídeos infantis, músicas, pintura e muito, mas muita 
prática em desenho. Lembrando que, independente da faixa etária, adequando os conteúdos à linguagem 
dos/as estudantes podemos estimular a aprendizagem a partir das três ações, citadas acima que compõe 
a Abordagem Triangular da Professora Ana Mae Barbosa.
 
pAlAvRAS DO pROfESSOR
Meu caro (a), se realmente queremos trabalhar baseados no Ensino de arte, em 
conformidade com a Lei de Diretrizes e bases e os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN´s) de Artes é necessário sair do chamado “Laissez faire”. A expressão completa 
“Laissez faire, laissez passer” vem do idioma francês, que traduzida para a nossa língua 
significa “deixe fazer, deixe passar”. 
Caso você tenha estudado alguma disciplina vinculada a metodologia do ensino de arte na sua graduação, 
certamente obteve conhecimento das três grandes abordagens metodológicas desta disciplina no Brasil: 
a primeira, chamada de pré-moderna esteve vinculada à técnica e reprodução de obras já conhecidas 
(Pedagogia Tradicional); a segunda fase chamada de moderna, deu ênfase a livre expressão (Pedagogia 
Nova); enquanto a terceira vinculou o ensino da arte ao conhecimento.
 
lEITURA COMplEMENTAR
Exatamente isso que você está pensando! As escolas, sejam públicas ou privadas, até 
o 5º ano do ensino fundamental trazem em suas práticas um ranço de uma perspectiva 
mal interpretada a mais de meio século, conforme cita Silva Júnior (2009, p .03). Sugiro 
que você leia o artigo contido no link.
http:/http://www.webartigos.com/artigos/o-ensino-de-arte-no-brasil/14770/#ixzz3oDvCtWsV
12
 
DICA
O fato de estimular a espontaneidade e a livre expressão do aluno, não deveria significar 
o Laissez-faire, mas como muitas tendências e autores/as, muito se fala sobre arte, 
maspouco se entende com profundidade. E daí que vem essa proposta do “deixar as 
crianças se expressarem”. Expressar e só? Sem mediação? Sem construção sistemática 
e reflexiva dos saberes? Esse é um grande nó que até hoje tarda em ser desatado.
Uma das modalidades artísticas mais utilizadas, desde o começo da história do ensino da arte no Brasil 
foi (e é), no caso da educação infantil até os anos iniciais do ensino fundamental, o desenho. Os motivos 
são vários e geralmente estão vinculados às facilidades: se pode desenhar dentro da sala de aula mesmo 
sob as carteiras escolares, pois não precisa a priori de um espaço específico; o material usado é de baixo 
custo (lápis, borracha e papel); não é necessária preparação prévia nesse tipo de intervenção docente e 
os produtos finais podem ser guardados em uma pasta ou mesmo deixados nos cadernos dos estudantes, 
afinal de contas, para o senso comum são rabiscos ou desenhos de crianças.
 
GUARDE ESSA IDEIA!
Se algumas das características citadas acima se assemelha a sua prática cotidiana, 
relaxe! Não adianta se culpabilizar, ficar com vergonha ou mesmo revoltado/a. 
certamente, como bom/boa profissional, seu propósito é dar o melhor de si e seu 
interesse em melhorar está mais que comprovado. É tanto que escolheu um excelente 
curso de pós-graduação Lato Sensu! 
Aqui começa a ressignificação do nosso fazer. Durante muitos séculos o Ocidente entendeu que desenhos 
feitos no início da vida não tinham o mínimo de significância. Eram rabiscos, linhas desordenadas, sem o 
mínimo de lógica ou coerência. Seriam “acidentes gráficos” gerados pela imaturidade de quem o fazia. 
Mas essa perspectiva mudou após um dia chuvoso.
Segundo Maureen Cox (2010. p.2), na sua obra intitulada “O Desenho da Criança”, se começou a estudar 
os desenhos infantis há mais de um século. Tudo a partir de um insight numa situação desconfortável. 
Portanto antes de ler a história, sugiro que repense por quantas vezes as situações difíceis te possibilitaram 
descobrir algo novo, superar limites, enfim ser melhor do que você era antes.
 
13
ESCRITA COMO SISTEMA DE REpRESENTAÇÃO 
 
vOCê SAbIA?
Você sabia que segundo Kátia Lomba Bräkling, citada pelo site Educarede Brasil , 
existem duas formas de se compreender a escrita? Pois é, uma delas é como código de 
transcrição. A outra é como sistema de representação da língua. Para cada uma dessas 
duas formas existem implicações metodológicas para a prática educativa.
Vamos voltar um pouco no passado. A humanidade não surgiu falando, muito menos escrevendo. Porém 
é bem sabido que a fala antecede a escrita. As falas estão diretamente ligadas a uma língua/idioma. 
A língua seria, portanto, um código produzido a partir de um sistema de representação dos sons desse 
idioma.
No processo de aprendizagem da escrita, temos como referência a fala. Perceber e discriminar visualmente 
e auditivamente é condição fundamental para estabelecer correspondências entre as marcas gráficas e 
os sons emitidos.
A escrita é, portanto, um sistema de representação sem uma referência anterior. Daí a necessidade de 
os docentes conhecerem as ideias que geralmente as crianças formam quanto ao ato de escrever. Muitos 
professores têm dificuldade de fazer com que estudantes acompanhem o conteúdo, por não respeitarem 
a diversidade de entendimentos contidos numa turma.
 
DICA
Se o estudante ainda não compreendeu que a escrita representa a fala, não vai adiantar 
se o professor trabalhar atividades como a cópia das famílias silábicas. É de extrema 
importância que educadores fortaleçam anteriormente a ideia de que tudo que se fala 
pode ser materializado na escrita.
Talvez você ainda esteja se perguntando qual a relação da escrita com o desenho. Vamos para as 
cavernas! Nas pinturas rupestres de Lascoux (França), Altamira (Espanha) ou mesmo na Serra da Capivara 
(Brasil), perceberemos que muito antes da escrita a humanidade já expressava ideias e pensamentos pelo 
desenho.
???
14
Meu caro (a) ensinar a escrever é como remontar a história. É necessário que a criança desenhe e se 
expresse o máximo a partir do seu traçado. Impedir o desenho infantil é diminuir as possibilidades de uma 
aprendizagem mais qualificada.
Ferraz e Fusari (2009, p. 97) acreditam que mesmo que no início a criança fique rabiscando pelo prazer 
da “rabiscação”, com o tempo vai tendo mais destreza quanto ao gesto, percebendo visualmente que 
entre os gestos e as marcas que constrói existe uma relação, fazendo com que os seus traços sejam mais 
propositados. Ou seja, passará a existir uma intenção entre o gesto e o traço. Você tem alguma dúvida 
que essa consciência influencia diretamente na escrita?
IMpORTÂNCIA DO DESENHO INfANTIl NA AlfAbETIZAÇÃO
 
pAlAvRAS DO pROfESSOR
Caro (a) estudante, existe um cuidado muito grande por parte dos professores e estudiosos relacionados 
ao Ensino de Arte, quanto ao uso desta nas suas variadas linguagens (Artes Visuais, Dança, Teatro e 
Música) como “bengala” de outras disciplinas. A arte não pode, nem deve ser vista como um acessório 
de outras disciplinas. 
Porém o que vemos é o teatro para ensinar história, música para memorizar o abecedário, dança para 
entender as partes do corpo e artes visuais para compreender o mundo sem fazer barulho, nem ocupar 
espaço e tempo de ensaios. A arte tem seus próprios conteúdos que precisam ser estudados conforme os 
processos que citamos e citaremos durante as próximas três unidades. 
Pensar a prática do desenho apenas como impulsionador da apreensão do sistema de leitura e escrita é 
um ato perigoso e negligente. Existem várias formas de se trabalhar o desenho de modo contextualizado, 
praticado e refletido a cada dinâmica. 
Os responsáveis pelos nossos estudantes têm uma dificuldade histórica em compreender a necessidade 
da arte no cotidiano escolar, bem como da ludicidade na formação holística do indivíduo aprendente. 
Expressões como “estou pagando para meus filhos aprenderem a ler e escrever, não para brincar e 
desenhar... Isso eles fazem em casa”, serão bastante ouvidas. Daí o papel formativo da escola. A partir de 
reuniões é importantíssimo levar estudos e estudiosos para explicar que do mesmo modo que o brincar/
jogar/recrear impulsiona os processos cognitivos responsáveis pela apreensão da leitura/escrita, o 
desenho também a arte, no caso dessa unidade, o desenho, assim o é.
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Emília Ferreiro e Ana Teberosky, reforçam, baseadas nos estudos de Piaget, a importância do desenho no 
desenvolvimento da escrita, afirmando o que já citamos no corpo deste texto: o simbolismo da criança está 
associado a fases ou estágios do desenvolvimento cognitivo, sendo esses contribuintes para a construção 
da psicomotricidade e oralidade infantil. 
 
lEITURA COMplEMENTAR
Existe um texto excelente no link, que fará com que repensemos as relações entre o 
desenvolvimento do desenho e da escrita. Seria bom você fazer esta leitura ela pode 
lhe auxiliar em seus estudos.
 
pARA RESUMIR
Para deixar um gostinho de “quero mais”, trabalharemos na segunda unidade, aspectos da música na sala 
de aula, na observância das diferenças entre ensino de música e musicalização; na terceira unidade ve
rsaremos sobre as produções artísticas e como as mesmas devem ser significadas e ressignificadas no 
contexto escolar. 
A finalização (ou recomeço) da disciplina se dará na quarta unidade a partir da reflexão sobre o trabalho 
docente, inferindo sobre a importância do estar instrumentalizado quanto ao ensino de arte, seja no 
intuito de oferecer o melhor para os estudantes, seja para se projetar no mercado de trabalho, ávido por 
melhores desempenhos e performances profissionais.
 
pAlAvRAS DO pROfESSOR
É bem certo que esses guias de estudos que estão sendo fornecidos não são suficientes para abarcar todo 
o conhecimento necessário para essa disciplina. Para manter o foco na construção de um conhecimento 
que tenha o devido diferencial, estamos propondo desde já uma observância maior quanto às referênciasbibliográficas e links que serão citados e fornecidos no decorrer desta jornada do conhecimento que 
estimula a compreensão da arte como um processo educativo, bem como da educação como um processo 
artístico.
Agora que você finalizou a leitura desse guia de estudo é importantíssimo que revise os conteúdos 
abordados a partir do livro-texto.
Participe dos fóruns! Estude os links! E em caso de dúvidas, busque o seu tutor ou tutora!
Até a próxima unidade!
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542010000200003

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