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Resumo de História

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Resumo de História
Correntes historiográficas do Século XIX
· Positivismo (Escola Metódica): Defende que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento. Só consideram uma teoria correta se ela foi testada por métodos científicos. - Auguste Comte;
· Marxismo: acreditava no materialismo histórico, que dividia a história de acordo com características econômicas. A luta de classes seria o “motor” da história;
· A Escola dos Annales: Defendiam a “história total”, ou seja, toda a parte social, política, econômica etc. Também diziam que a história era um conhecimento “cientificamente conduzido”, portanto o fato histórico seria alterado de acordo com o historiador e sua formação cultural. Movimento dos Annales x positivistas.
Tempo Histórico e suas periodizações
· Até 4000 a.C.: Pré-história;
· 4000 a.C até 476 d.C.: século V (Queda do Império Romano) Antiguidade;
· 476 d.C. até 1453 (conquista de Constantinopla pelos Turcos) -> Idade Média;
· 1453 até 1789 (Revolução Francesa) -> Idade Moderna;
· 1789 até atualmente -> Idade Contemporânea.
Pré-História
· Idade da Pedra (subdividida em Pedra Lascada/Paleolítico e Pedra Polida/Neolítico);
· Idade do Bronze;
· Idade do Ferro.
Paleolítico (Pedra Lascada)
· 4 milhões a.C. até 12000 a.C;
· Instrumentos rudimentares de madeira, pedra e osso;
· Nomadismo;
· Caça, coleta e pesca;
· Divisão natural do trabalho (mulher cuida das crias e homens caçam);
· Pintura rupestre;
· Magia simpática;
· Sociedade comunal e matricial.
 O vodu é um vestígio de magia simpática, já que os indivíduos que o praticam ainda não diferem o símbolo (boneco) do real (pessoa representada).
Neolítico (Pedra Polida) / Revolução da Agricultura
· 12000 a.C. a 6000 a.C.;
· Revolução da agricultura;
· Economia produtora;
· Mesmos materiais, porém mais elaborados e sofisticados;
· Agricultura era a principal fonte de subsistência, levando ao sedentarismo, o qual, por sua vez, levou às primeiras tentativas de domesticação de animais;
· Cerâmica;
· Aumento populacional derivado do sedentarismo;
· Primeiras divisões sociais de trabalho e especialização de funções.
 Uma das possibilidades para o surgimento do machismo foi o fato de os homens serem caçadores e as primeiras propriedades serem rebanhos. Dessa forma, as mulheres acabavam ficando sob o domínio dos homens para ter acesso aos animais e seus derivados.
 O excedente econômico gerado pela revolução agrícola fez com que os indivíduos tivessem mais tempo e, por conseguinte, se especializassem em determinadas coisas, as quais, por sua vez, tornam-se cada vez mais necessárias para o processo de crescimento das aldeias e isso torna-se um ciclo. Com essa especialização, surgiram as primeiras diferenças sociais e, mais tarde, as classes. Os que não adquiriram nenhum tipo de conhecimento, faziam o trabalho braçal e, com isso, foram ficando pra trás e tornando-se massa de manobra dos que possuíam alguma habilidade. 
Idade dos Metais (Cobre e ferro)
· +/- 4000 a.C.;
· Domínio de técnicas de manipulação do cobre e do bronze;
· Surgimento das primeiras cidades (revolução urbana);
· Advento da escrita (encerra o período pré-histórico).
 Com a revolução urbana, foram delineando-se os Estados e a religião.
Cultura
· Subdividida em: popular, erudita e de massa;
· Sentido ligado à transmissão de técnicas, valores simbólicos e práticas para as gerações futuras;
· Etnocentrismo: quando se afirma que a própria cultura é superior às outras.
Civilizações da Antiguidade Oriental (Estados teocráticos)
Primeiras Civilizações
 Começaram com a revolução agrícola. Devido ao início da agricultura, deu-se a sedentarização e, portanto, as mulheres começaram a gerar mais filhos, pois tinham mais tempo. Além disso, houveram excedentes de grãos, o que os levou a começar a fazer trocas com outros povos. Por outro lado, quando as colheitas eram fartas e enchiam os celeiros, ocorriam muitos roubos, o que fez com que a população passasse a construir muros e fortificações.
 Invenções como a roda e a vela para embarcações aceleram o processo de criação de centros urbanos, nascendo também a maior desigualdade social. 
 A criação dos primeiros Estados deu-se pela necessidade de coordenar um grande contingente populacional na construção de obras públicas, de uso coletivo. Assim, os “governantes” passaram a arrecadar impostos, criarem leis e, com isso, esses grupos passaram a exercer poder sobre os outros. Dessa forma, a ascensão da nobreza se deu porque precisavam organizar as obras e quem tinha conhecimento tomou o privilégio e foi tornando-se necessário. Tal conhecimento passava hereditariamente, então o povo sempre precisava da mesma família e assim criou-se a nobreza.
 As primeiras civilizações surgiram entre 4000 e 2000 a.C. em diferentes locais. 
Modo de Produção Asiático
· Economia: agricultura irrigada;
· Alguns locais tinham forte comercio;
· Sociedade formada por castas e sem mobilidade;
· Dirigismo econômico: Estado era dono de tudo e comandava tudo;
· Corveia: a apropriação do excedente se dava em troca de trabalho ou produtos;
· Separação entre trabalho braçal e intelectual (funções administrativas, religião, escribas);
· Propriedade privada;
· Despotismo teocrático (governo fortemente centralizado).
Egito Antigo
· O faraó era visto como uma divindade encarnada;
· Economia: Agricultura irrigada (baseada nas cheias do Nilo);
· Menés unificou os nomos (comunidades) do baixo e alto Egito; 
· Teocracia;
· Modo de produção asiático;
· Amenofis IV tentou uma reforma monoteísta para tentar centralizar o poder em si mesmo, retirando o que os sacerdotes tinham, porém falhou;
· Em grande parte, as construções tinham poucos escravos trabalhando, mais era a população mesmo. Os escravos só eram usados quando se fazia necessário aumentar o ritmo de construção;
· As mulheres tinham direito a posse de bens, herança e a administrar negócios. 
 A necessidade de mumificar os corpos era porque os egípcios acreditavam que caso Osíris considerasse a alma boa e correta, ela poderia retornar ao corpo.
 A arte era destinada à glorificação do faraó e à representação da vida além-túmulo. O tamanho das figuras era diretamente relacionado à posição social da pessoa.
Mesopotâmia
· Atual território do Iraque;
· Teocracia;
· Sumérios: Se organizavam em cidades-estado/templos e desenvolveram a escrita cuneiforme. Ficavam no sul;
· Acádios: 1° reino centralizado. Ocupavam a região central até unificar suas cidades com as do sul da mesopotâmia;
· Amoritas: 1° império babilônico (código de Hamurabi);
· Assírios: belicosidade. Conquistaram a mesopotâmia após a morte de Hamurabi;
· Caldeus: 2°império babilônico com o imperador Nabucodonosor construção dos jardins suspensos;
· Modo de produção asiático.
 O casamento era a base da unidade familiar, portanto o adultério era extremamente condenado. A mulher era a mais prejudicada, pois ela podia ter filhos do amante, enquanto o homem não. Contudo, o amante tinha exatamente a mesma punição da mulher casada, então caso seu marido quisesse deixa-la viver, o amante também viveria. Normalmente, caso fosse comprovado o adultério, a esposa e o amante eram mortos.
 Apenas no sul da Mesopotâmia a mulher podia pedir divórcio, no resto, ela era morta caso tentasse. Entretanto, assim como o marido, ela deve pagar uma indenização ao cônjuge como forma de compensação pelo divórcio.
 De modo geral, os deuses eram relacionados às cidades, como se cada deus cuidasse de uma só cidade. Diferentemente, dos egípcios, eles não acreditavam que a alma retornaria nem que haveria recompensas por bons atos.
Fenícia
· Atual Líbano;
· Economia: comercio marítimo;
· Talassocracia – domínio sobre os mares;
· Se organizavam em cidades-estados governadas por um rei ou por magistrados, com autonomia política, econômica, religiosa e administrativa;
· Criaram o alfabeto.
Hebreus
· Atual Palestina (chamavam de Canaã);
· Monoteístas;
· Foram para o Egito por necessidade de comida, mas foram escravizados;
· Êxodo foi a saída do povo hebreu do Egito, guiadopor Moisés;
· Após a morte de Salomão, se dividiram em Israel (assírios) e Judá (caldeus);
· Foram expulsos da Palestina pelos romanos, se espalhando pelo mundo – Diáspora.
 Eles deram origem aos judeus. 
Persas
· Atual planalto do Irã;
· Ápice foi no governo de Dario I;
· Tiveram um sistema de correio e estradas que garantiam uma boa administração;
· Dividido em províncias (satrapias), governadas por sátrapas;
· Não tinha capital, podendo o rei estabelecer-se em qualquer cidade;
· Religião Dualista (bem e mal).
Civilização Grega
Características Físicas e Povoamento da Grécia
 A Grécia ficava no sudeste da Europa e se dividia em três áreas: algumas ilhas do mar egeu, uma parte na Península Balcânica e outra dentro do continente europeu. Por conta dessa grande separação, o comércio marítimo tornou-se uma atividade importante, junto com a colonização de outras terras.
Origens
· Povos indo-europeus chegam ao território grego;
· Aqueus + civilização cretense formaram a civilização creto-micênica;
· Em Creta, a mulher possuía liberdade para muitas coisas, inclusive participar de eventos de luta;
· A base da economia cretense era o comercio visto que eram talassocráticos;
· A Primeira Diáspora Grega ocorreu com a chegada dos Dórios. Eles usaram de violência, fazendo o povo fugir e colonizar outros locais. Além disso, os dórios fundaram Esparta;
· Outros povos também foram ocupar a região, incluindo os jônios, os quais fundaram Atenas.
Período Homérico (Século XII – VIII a.C.)
· Ilíada (Guerra de Troia) e Odisseia (Aventuras de Ulisses);
· Sociedade comunal/gentílica (formada de genos = clãs);
· Em cada geno, uma família produzia e dividia igualmente as riquezas. Os genos foram criados por conta das invasões dórias às cidades, fazendo com que as pessoas fugissem para a zona rural e produzissem uma economia de subsistência.
 As invasões dos dórios obrigaram os gregos a se dispersarem e, com isso, acabaram colonizando novas áreas e regredindo a comunidades agropastoris (genos).
Período Arcaico (Século VIII – VI a.C.)
· Desagregação da sociedade gentílica – entrou em colapso por conta das limitações tecnológicas para a agricultura e pelo crescimento populacional acelerado;
· “Criação” da propriedade privada;
· Surgimento das classes sociais;
· Expansão da colonização (2ª Diáspora grega);
· Surgimento das Pólis.
 A introdução do ferro facilitou o manejo da terra, com novas ferramentas que tornavam mais prático o cultivo de grãos. Devido a isso, já não era mais necessário viver em genos, pois era possível trabalhar apenas para si mesmo e não para a comunidade toda. Assim, foi decidido que deveriam fazer a partilha da terra. 
 A terra não é algo homogêneo, então quando foi decidido fazer a divisão do território dos genos entre as famílias, algumas foram beneficiadas por adquiriram terras férteis, perto de rios etc. No entanto, outras famílias ficaram com partes inférteis, com solo arenoso ou com outros problemas. Dessa forma, alguns prosperaram enquanto outros tiveram dificuldades e, por conta disso, os segundos passaram a trabalhar para os primeiros em busca de seu sustento, surgindo, nesse contexto, as primeiras divisões sociais na civilização grega.
Atenas
· Mercantil;
· Democrática;
· Progressista;
· Grande desenvolvimento cultural.
 Inicialmente, Atenas era uma monarquia na qual o rei (basileu) era auxiliado pela nobreza. Posteriormente, a nobreza assumiu o comando, entrando na fase aristocrática.
 Com o grande comércio marítimo, muitos comerciantes começaram a enriquecer e a exigir que fizessem parte da política da Pólis, que era controlada apenas pelos aristocratas. Por outro lado, a porção pobre da população era cada vez mais escravizada por conta das dívidas.
 Para evitar um confronto ou uma revolta, os nobres nomearam legisladores para amenizar as tensões sociais por volta de 622a.C. O primeiro legislador, Drácon, elaborou leis escritas muito severas, incluindo até mesmo pena de morte, objetivando fortalecer o Estado e eliminar as disputas pelo poder entre clãs aristocráticos. 
 Outro legislador, e mais importante, foi Sólon, que atuou de 594 a.C. a 591 a.C. Ele fez:
· Divisão censitária da população, possibilitando a participação de outros cidadãos na vida política de Atenas;
· Proibiu a escravidão por dívidas;
· Permitiu a participação dos pobres na Assembleia Popular.
 Contudo, as disputas pelo poder continuaram e, em 545 a.C. os nobres tomaram o poder à força, iniciando o período dos tiranos. Esse governo buscava apoio popular por meio de obras públicas, festivais religiosos e empréstimos para camponeses. Entretanto, não foi o suficiente e esse sistema foi derrubado.
 Nesse contexto, em 508 a.C. surge Clístenes, o qual promoveu uma série de reformas políticas, como:
· Todo homem adulto ateniense e filho de pais atenienses seria considerado cidadão e teria direito a participar da política, independentemente de sua renda;
· Ostracismo: exílio de pessoas consideradas uma ameaça à democracia;
· Divisão dos cidadãos em demos (distritos), misturando várias classes em unidades políticas comuns;
· Democracia direta (os próprios cidadãos votavam as leis) na ágora.
Sociedade Ateniense
· Os Eupátridas eram os nobres. Cidadãos atenienses que podiam ser aristocratas, comerciantes, agricultores, etc;
· Os metecos eram os estrangeiros. Não tinham direitos políticos mas eram livres. Geralmente eram comerciantes ou artesãos. Eram sujeitos à pagamentos de impostos e ao serviço militar;
· Demiurgos: trabalhadores urbanos;
· Tetes: grupo marginalizado e sem terras;
· Geomores: agricultores
· Os escravos eram prisioneiros de guerras ou filhos de pais escravos. Eram a maioria da população;
· As mulheres eram consideradas, por Aristóteles, como homens imperfeitos. Sua função era de esposa e dona de casa. Se casavam por volta dos 13 anos com homens mais velhos indicados pelos pais. Eram confinadas a uma parte da casa, chamada gineceu e só saíam em situações especiais. Prostitutas e damas de honra, porém, tinham mais liberdade de circulação;
· Berço da democracia;
· Traços elitistas;
· Isonomia, isogoria e isocracia;
· Massa popular composta por marinheiros, artesãos e camponeses;
· Eclésia: Assembleia dos cidadãos, possuía o poder de vetar as leis. Composta por todos os cidadãos.
· Bulé: responsável pela elaboração das leis. Formada por 500 cidadãos indicados pela Eclésia.
· Heliéia: formada por doze tribunais, responsáveis pela aplicação da justiça.
· Estrategos: Poder Executivo composto pelos estrategos, eleitos pela Eclésia. Mandato anual. 
 O trabalho braçal era visto como algo ruim, vergonhoso. O trabalho intelectual e o ócio eram extremamente valorizados em Atenas. 
Evolução Política de Esparta
· Agrária;
· Aristocrática (oligarquia);
· Conservadora (não mudava sua política, sua cultura etc);
· Militarista;
· Teve início com a chegada dos dórios (povo muito bélico);
· Cultivavam o laconismo = falar apenas o necessário;
· Eram xenofóbicos, pois tinham aversão a estrangeiros;
· Era uma oligarquia, controlada pelas famílias mais poderosas;
· Diarquia (existiam 2 reis) responsáveis pela religião e guerra;
· Todos os cidadãos a partir dos 30 anos podiam participar da Ápela (Assembleia que aprovava as decisões da Gerúsia);
· Gerúsia: um conselho com 28 anciões, responsáveis pela legislação e escolha dos Éforos e dos reis, sendo o cargo vitalício;
· Poder Executivo ficava a cargo dos Éforos: 5 magistrados indicados pela gerúsia e aprovados pela Ápela;
· Esparciatas/espartanos > periecos > hilotas.
 O Estado fornecia terras e servos para os espartanos, assim eles só se preocupavam com a guerra, esquecendo o resto, pois tinham quem fizesse para eles. Os guerreiros eram proibidos de exercer qualquer outra profissão, sendo sustentados pelo Estado. Por outro lado, os cidadãos (homens a partir de 30 anos) deveriam se dedicar apenas à política.
 A educação dos jovens iniciava-se aos sete anos, sendo retirados da mãe e tornando-se propriedade do Estado. Os jovens experimentavam privações alimentares, combates e castigosfísicos para terem resistência e disciplina.
 O passo final para tornar-se um guerreiro espartano era matar pelo menos um hilota na matança periódica de hilotas, a qual servia, sobretudo, como controle demográfico dos hilotas.
A Sociedade Espartana
· Espartanos/Esparciatas: cidadãos homens com mais de 30 anos de idade e descendentes dos dórios;
· Periecos: estrangeiros livres, mas sem direitos políticos;
· Os hilotas eram os servos do Estado. Podiam ficar com os excedentes de suas produções mas eram como escravos dos guerreiros.
 Os casamentos em Esparta eram arranjados pelos Éforos, tendo em vista o processo de eugenia, com objetivo de manter a raça espartana pura. Nesse sentido, a mulher possuía grande liberdade sexual, pois quanto mais filhos elas gerassem, mais guerreiros o Estado teria, o que conferia prestígio à figura feminina e lhe garantia mais direitos do que em Atenas, inclusive possuir negócios próprios, como um comércio.
 A homossexualidade era extremamente incentivada, pois quando os guerreiros envolviam-se entre si, eles defendiam uns aos outros e até mesmo morriam para isso, tornando o exército mais unido e forte.
Período Clássico (séc. V – IV a.C)
· Apogeu do mundo grego;
· Atenas: século de Péricles;
· Progresso econômico e desenvolvimento cultural;
· Modo de produção escravista;
· Expansionismo persa Guerras Médicas + Confederação de Delos;
· Imperialismo ateniense Guerra do Peloponeso e decadência do mundo grego.
 Com a ameaça do Império Persa, os gregos formaram a Liga de Delos para combater os persas no que foi denominado Guerras médicas. Atenas adquiriu a liderança, passando a impor sua hegemonia depois do fim da guerra e mantendo uma postura imperialista. As contribuições se tornaram impostos para as outras pólis. Esparta não curtiu e começou a Guerra do Peloponeso, de onde saiu vitoriosa passando ela a exercer domínio sobre as outras pólis. Isso levou a um conflito com Tebas, a qual saiu vitoriosa
Depois de muitas guerras internas, as pólis estavam enfraquecidas e foram conquistadas pelo reino Macedônico, com o rei Felipe II, perdendo sua liberdade política.
Período Helenístico (séc. III – II a.C)
 Com a morte de Felipe II, assumiu seu filho, Alexandre Magno – o grande – o qual iniciou a conquista da Ásia Menor, Egito e subjugou até o império persa, dando origem ao Império Macedônico.
 Alexandre foi educado por Aristóteles e procurou difundir pelos territórios conquistados a cultura grega, a qual considerava superior, estimulando o comercio e a miscigenação com os povos orientais. Com isso, os gregos acabaram por adquirir conhecimentos orientais também. Dessa forma, originou-se a cultura helenística, que era uma mistura da cultura grega com a oriental.
· Cidades tornaram-se centros administrativos e não mais cidades-estado;
· Surgimento da noção de cosmopolitismo: pessoas que sentem-se parte de um todo apesar das fronteiras geográficas;
· Após a morte de Alexandre, o império foi fragmentado por seus generais.
Guerra de Troia
 Atual território da Turquia.
 Segundo a versão mitológica, Páris, príncipe de Troia se apaixona por Helena, a esposa do rei de Esparta e a rapta. O cerco à Troia durou 10 anos e, quando terminou, a cidade foi massacrada pelos espartanos.
 Do ponto de vista histórico, os espartanos queriam o controle do Estreito de Dardanelos, que ligava o Mar Egeu ao Mar Negro, baita rota comercial. Ainda não há, porém, nenhuma evidência inquestionável de que a guerra realmente aconteceu.
Origem de Roma
 As pesquisas históricas sugerem que Roma foi fruto da união de povos italiotas (samnitas, sabinos, latinos etc).
 Monarquia (753 – 509 a.C / Século VIII - VI)
· Um rei governa com o auxílio do Conselho dos Anciãos, formado pela nobreza. A aproximação dos últimos reis com a população fez com os aristocratas se preocupassem e dessem um golpe neles, banindo a monarquia;
· Economia de subsistência;
· Sociedade gentílica -> início da desagregação.
República (509 – 27 a.C)
· Poder Executivo: magistrados responsáveis pela defesa militar, economia e administração, além de questões religiosas e política externa. Eram eleitos pelos cidadãos por assembleias populares e exerciam mandatos. Os mais importantes eram os cônsules;
· Aristocracia/oligarquia;
· Senado = órgão vitalício composto só por aristocratas que controlavam as finanças públicas e faziam leis. Passou a ter mais influência que as assembleias públicas e os magistrados;
· Lutas sociais: patrícios x plebeus (tribuna da plebe, lei das 12 tábuas, fim da escravidão por dívidas e acesso a magistraturas);
· Expansão militar e econômica;
Principais Magistrados
· Cônsules: Propunham leis e presidiam as Assembleias e o Senado (Poder executivo);
· Pretores: responsáveis pela execução das justiça;
· Censores: vigiavam a conduta moral do cidadão;
· Questores: administravam o dinheiro público;
· Edis: encarregados da conservação pública, do abastecimento e policiamento da cidade;
· Tribunos da Plebe: Podiam vetar leis que consideravam lesivas à plebe.
Expansão Territorial
 Quando Roma estava em ascensão, precisava dominar a região do Mediterrâneo para poder seguir adiante com a conquista “do mundo”. Porém, no norte da África, existia a cidade de Cartago, que entrou em um embate com Roma pelo domínio do mar mediterrâneo, no qual praticava o seu comércio e do qual tinha controle, caracterizando as chamadas Guerras Púnicas (3 guerras no total, todas vencidas por Roma). A primeira guerra púnica ocorreu devido à tentativa romana de assumir o controle sobre a Sicília.
Após a segunda vitória de Roma, que atacou, mesmo estando com um pequeno exército, Cartago enquanto seu general estava na Península Ibérica, obrigando-o a voltar a sua terra natal para defende-la. Depois disso, Roma exigiu várias coisas, dentre elas a destruição da frota de navios cartagineses e entrega de todas as armas. Mesmo após a “rendição”, os romanos ainda sentiam-se ameaçados, e após uns 55 anos exigiram que os cartagineses destruíssem sua cidade e mudassem-se para uma região a 15km de distância da costa marítima. Contudo, Cartago não aceitou essa exigência e teve início a terceira guerra púnica. 
 Quando a população percebeu que seria derrotada, ateou fogo à própria cidade. Os sobreviventes foram vendidos como escravos e Cartago reduzida à província.
Consequências da Expansão
 As décadas de guerra forçaram a ausência de homens adultos, gerando problemas financeiros para suas respectivas famílias, as quais, muitas vezes, tinham de vender seus lotes de terra por conta do endividamento. Enquanto os plebeus tinham pouca produção agrícola, que eram poucos, os nobres patrícios possuíam grandes latifúndios, originados na conquista de novos locais pelo Estado, com muitos escravos para trabalharem para eles de graça. Com isso, os plebeus, então empobrecidos, migravam para as cidades. 
 A situação de miséria da plebe foi o motivo pelo qual os tribunos dela, Tibério e Caio Graco, tentaram executar reformas agrárias no período de 133 a.C. a 122 a.C. Contudo, o Senado opôs-se fortemente e, no fim, os irmãos foram mortos.
 Com o surgimento da classe dos cavaleiros (plebeus enriquecidos com o abastecimento dos exércitos e o comércio), houve o aumento das tensões sociais e uma crise da república. Houve a divisão das elites em optimates, que defendiam os privilégios do senado e da aristocracia patrícia, e em partido popular, composto por cavaleiros que queriam ascender ao poder político. Os dois queriam se aproximar da plebe, a qual estava numa situação cada vez mais perto de tornar-se proletarii, ou seja, miseráveis que não possuíam nada além de sua prole.
 Nesse cenário, houve a ascensão de chefes militares, os quais contavam com o apoio de seus soldados e a simpatia da plebe, por meio da força, gerando guerras civis. O primeiro foi Mário (plebeu), o segundo Sila (patrício). Na sequência, houve o primeiro triunvirato, também composto por militares (Júlio César, Pompeu e Crasso), em 60 a.C. No fim, Júlio César matou Pompeu (Crasso já havia morridoem uma batalha contra persas) e assumiu o poder como ditador romano.
 Júlio César foi morto pelos senadores, em 44 a.C., e substituído por um novo triunvirato, composto Otávio Augusto, Marco Antônio e Lépido. Em 31 a.C., Otávio derrotou seus companheiros e instaurou o Império Romano.
· Concentração da riqueza (patrícios e seus latifúndios);
· Difusão do trabalho escravo;
· Ruína dos pequenos proprietários;
· Marginalização da plebe;
· Lutas civis: Revolução dos escravos = Spartacus;
· Triunviratos: crise da república e transição para o império. Eram chefes militares que chegaram ao poder pela força e eram apoiados pela plebe;
· Primeiro Triunvirato: Júlio César, Pompeu e Crasso;
· Segundo triunvirato, composto por Otávio Augusto, Marco Antônio e Lépido.
Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.)
 Otávio toma diversas medidas para conter as crises sociais e políticas em Roma, conseguindo fazer várias reformas de cunho social e econômico. Ganhou o respeito do senado, que passou a conceder-lhe títulos e poderes, como Prínceps (primeiro cidadão da república), Imperator (comandante supremo de todos os exércitos), Augustus (divino) e Pontificatus Maximus (líder religioso supremo). Com isso, ele pode ser considerado o primeiro imperador romano.
 Após sua morte, em 14 d.C., Roma viveu a Pax Romana por aproximadamente 200 anos.
· Principado (séc I e II): Apogeu do Império = século I e II;
· Pax Romana = período de 200 anos sem guerra;
· Culto ao imperador (visto como divindade após a morte);
· Crise do século III: o cargo de imperador torna-se uma monarquia despótica e militarista. Esse período ficou conhecido como Dominato;
· Política do pão e circo;
· Latifundiários + escravos + comércio;
· A mulher tinha liberdade para ter propriedades e vida social ativa.
O general Mário, que foi eleito cônsul por 6 anos seguidos, profissionalizou o exército: serviço de 20 anos e no fim recebia terras ou dinheiro. Inicialmente, o pagamento era feito com os despojos de guerra, indenizações e impostos sobre os povos dominados e aliados. Posteriormente, houve muitas brigas por parte dos aliados, aos quais, então, Roma concedeu a cidadania romana, ou seja, todos os homens livres na Itália agora eram cidadãos romanos.
 Contudo, isso não impediu que a crise econômica do século III atingisse as tropas. Dessa forma, o contingente diminuiu e o império ficou com suas fronteiras pouco protegidas dos bárbaros.
Escravos na Grécia x em Roma
 Em ambos locais, era comum a escravidão por dívidas. Contudo, em Roma, as leis previam o direito do cativo de comprar sua liberdade, o que era bem possível para os que eram escravos nas cidades, pois eles trabalhavam de forma remunerada em “bicos”. Na Grécia, era rara a libertação de um escravo e, quando ocorria, ele não possuía direitos e seus filhos seriam escravos.
 Em Roma, os escravos libertados passavam a fazer parte da família à qual antes servia, recebendo até mesmo o sobrenome dela.
Principais Classes Sociais
· Patrícios: cidadãos romanos com poderes políticos e desempenhavam funções públicas;
· Clientes: Homens livres que se aliavam aos patrícios para receber ajuda e proteção. Eram a base da dominação política e militar dos patrícios;
· Plebeus: Homens livres que se ocupavam de agricultura, arte e comercio e pagavam impostos. Não tinham direitos políticos plenos e não podiam casar-se com patrícios. Podiam virar escravos por dívidas;
· Escravos: Podiam conseguir alforria, sendo chamados de libertos, e poderiam obter a cidadania romana. Os libertos passavam a ser considerados parentes do antigo dono, herdando o nome da família também.
Luta por direitos dos Plebeus
· Os plebeus passaram a fazer greves para conseguirem seus direitos. Eles se retiravam da cidade, deixando-a vulnerável a ataques e assim, foi criado o cargo de tribuno da plebe, que podiam vetar qualquer lei que contrariasse os interesses da população;
· Lei das 12 tábuas: primeiras leis escritas de Roma. Evitavam manipulações dos patrícios contra os plebeus;
· Casamento entre plebeus e patrícios foi liberado;
· Fim da escravidão por dívidas.
Cristianismo em Roma
· O cristianismo ia contra a religião oficial de Roma, ou seja, contra os cultos pagãos e contra o culto ao imperador;
· Durante o governo do imperador Nero, os cristãos foram perseguidos e mortos;
· Criticava as guerras e a escravidão, que eram comuns em Roma;
· Imperador Constantino converte-se e torna o império laico e proíbe as perseguições aos cristãos;
· Imperador Teodósio I decretou o catolicismo como religião oficial do império.
Divisão do Império e Tetrarquia
 Crise econômica por redução da arrecadação de impostos, devido, principalmente, ao fim das guerras. Com isso, foi reduzido o número de funcionários do Estado e tornou-se mais difícil a administração. 
 Diocleciano (governou de 284 a 305) divide o império em Ocidente, com capital em Roma, e Oriente, com capital em Bizâncio. Sempre tinha um imperador chamado Augusto e um governante para as regiões mais longes, chamado César. Dessa forma, eram, na verdade, 4 governantes.
 Posteriormente, o imperador Constantino (governou de 306 a 337) reunifica o império e transfere a capital para Bizâncio por ser mais protegida e rica, enquanto Roma sofria enorme risco de invasão. Ali, ele ergueu uma cidade para servir de sede ao governo, dando o nome de Constantinopla a ela.
 Contudo, o imperador Teodósio, em 395, divide de novo o Império em Ocidente (Roma) e Oriente, com capital em Constantinopla (Império Bizantino).
Crise e Colapso do Império
 Dificuldade na arrecadação de impostos e consequente aumento da inflação. Inclusive, já não era mais possível pagar os militares, que cada vez diminuíam mais. Dessa forma, as fronteiras ficavam desprotegidas contra ataques dos germânicos. 
 A dificuldade financeira motivou grandes contingentes populacionais a abandonarem as cidades (Êxodo urbano) e a viverem como colonos fixos à terra (colonato), desenvolvimento uma agricultura de subsistência. 
 Os latifúndios romanos, conhecidos como “villas”, portanto, tornaram-se mais seguros do que as cidades. Por conta disso, a elite estabeleceu o patrocinium, medida que protegia pequenos proprietários e suas terras de ameaças externas e os retirava da influência da esfera do Estado.
· Anarquia Militar: generais romanos e seus exércitos passaram a disputar o cargo de imperador por meio de guerra e assassinatos;
· Bárbaros Federados: estrangeiros que invadiram Roma, mas fizeram um trato para proteger as fronteiras de outros invasores;
· Patrocinium: elite protegia pequenos proprietários e suas terras.
Cultura Romana
 A maior contribuição cultural deixada por Roma foi o Direito Romano, o qual foi incorporado por diversos países e transformado em alicerce jurídico até os dias atuais. 
· Dividia-se em direito aplicado aos cidadãos romanos (jus civile) e direito aplicado aos povos dominados (jus gentium);
· Legalizava a escravidão;
· Homem = existência física do indivíduo; Pessoa = personificação dentro da sociedade (soldado, magistrado, etc);
· No que tange a punições (direito penal), era muito comum a aplicação de multas e execuções, sendo a crucificação a modalidade aplicada a escravos e a estrangeiros.
 Na arquitetura, foi combinado solidez e funcionalidade, demonstrados e obras cujos traços principais eram os arcos e as abóbodas.
 O latim originou o português, o espanhol, o francês, o italiano e o romeno.
Idade Média
Considerada época de declínio cultural e atraso da civilização. Foi por muito tempo chamada de “Idade das Trevas”, até os Românticos passarem a idealizá-la como fonte das culturas nacionais e populares. Teve início com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476d.C. e fim com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453 d.C., ou seja, com a queda do Império Romano do Oriente.
 Divide-se em:
· Alta Idade Média (século V até X): ruralização9 da economia, diminuição da vida urbana e fragmentação do poder político;
· Baixa Idade Média (século XI até XV): expansão agrícola com retomada do comércio e da vida urbana,com a formação de monarquias centralizadas.
Alta Idade Média
· No ocidente: reinos bárbaros, reino franco (império carolíngio) e formação do feudalismo;
· No oriente: império romano do oriente (Civilização Bizantina) e expansão Árabe (Civilização muçulmana).
Povos Bárbaros: Germânicos
 Incluíam vários povos, tais como visigodos, francos, ostrogodos, lombardos, vândalos etc.
 Desenvolviam atividades agropastoris e eram voltados às guerras de pilhagem e saques como complemento para a sua economia. A guerra era fundamental, pois eles desconheciam a noção de cidadania e sua organização política era baseada na fidelidade entre guerreiros e seus chefes (origem do comitatus). 
 Não possuíam escrita e as leis eram baseados no costume (direito consuetudinário), de modo que em julgamentos, eram necessárias provas físicas.
 Sua religião era baseada em vários deuses, com destaque para Thor e Odin.
 Com a queda do Império Romano do Ocidente, vários bárbaros ocuparam o setor ocidental da região do antigo império e desenvolveram reinos marcados pela instabilidade interna. Somente o reino dos francos sobreviveu e, posteriormente, cristianizou-se e tornou-se o Império Carolíngio, liderado por Carlos Magno (assumiu em 768). Ele criou leis escritas e estimulou artes e ensino da cultura clássica (grega).
 Eram 250 províncias, administradas por clérigos e nobres que, de acordo com o comitatus, juravam fidelidade direta ao imperador. A igreja católica via nele a possibilidade da continuação do Império Romano e, devido a isso, em 814, coroou-o imperador do Sacro Império Romano.
 Contudo, seus netos fragmentaram o império em 3 partes, o que o tornou alvo fácil para invasões. Dessa forma, houve grande redução da vida urbana, levando os camponeses a buscarem a proteção de nobres e dando início ao feudalismo.
Bizantinos
· Preservou o legado da cultura greco-romana;
· Capital em Constantinopla;
· Economia urbana e dinâmica;
· Centralização política;
· Doação de terras nas fronteiras para os soldados;
· Corpus Juris Civilis;
· Religião cristã mas idioma e cultura gregos;
· Surgimento da Igreja Ortodoxa pelo rompimento entre o cristianismo e a igreja bizantina;
· Acabou com a dominação pelos turcos-otomanos no século XV (1453).
Arte Bizantina
 A arte bizantina manifesta-se de várias formas, mas há destaque para a arte paleocristã, na qual há a pintura de sepulturas e catacumbas, em especial.
 Em decorrência do seu período histórico, ela é muito marcada pelo caráter religioso, de modo que quase todas manifestações tinham caráter sacro. Como o rei era visto como uma figura a serviço de deus, ele era sempre muito retratado em pinturas junto a Jesus e coisas do tipo.
· Caráter majestoso para demonstrar riqueza e poder;
· Ligação direta com a igreja católica;
· Demonstração do poder do imperador ao considera-lo sagrado;
· Representação de figuras frontais e rígidas;
· Uso de mosaicos.
Árabes
 Surgiram na Península Arábica, juntamente com o islamismo. 
· Divisão política fragmentada em tribos;
· Antes do islamismo, o culto politeísta era praticado em Meca, onde Maomé foi hostilizado e teve de fugir para Medina – evento conhecido como Hégira, que marca o início do calendário islâmico;
· Maomé conquistou Meca e instituiu que todos deveriam se submeter à vontade de Alá, o único deus;
· A religião islâmica deu unidade política ao povo árabe e os que cultuavam Alá passaram a ser chamados de muçulmanos;
· O islamismo tem tradição judaica;
· O Alcorão foi a base para a formulação da Lei Islâmica (Sharia), que proíbe o consumo de carne de porco e bebida alcoólica, mas permite a poligamia. A Sharia foi desenvolvida centenas de anos após a morte de Maomé;
· O homem tem dever de proteger a mulher, mas ela não tem vida social ativa;
· O império se expandiu para partes da Pérsia, da Índia, norte da África e chegou até a península Ibérica. Essa expansão se deu pela necessidade de terras férteis, pois a poligamia fazia crescer muito o número populacional;
· O islã passou a difundir o conceito de guerra santa (jihad) – os muçulmanos eram conclamados para uma guerra espiritual e física contra os “infiéis” (todos que não eram muçulmanos). Inicialmente, a ideia da jihad era o esforço para manter-se no caminho de Alá e somente depois foi convertida no esforço contra os inimigos da fé islâmica;
· A economia era bem diversa e a vida urbana e comercial ganhava destaque nos grandes centros populosos, como Cairo, Córdoba, Bagdá e Damasco, onde era praticada a escravidão;
 Foram grandes estudiosos de Aristóteles e eram muito tolerantes com as populações dos locais conquistados, permitindo que cultuassem suas religiões. Contudo, os que se convertessem ao islamismo eram isentos de uma taxa/ um imposto.
 Foi apenas com os turcos que a posição de tolerância do mundo muçulmano começou a ruir e começaram as guerras santas realmente, além das perseguições a outras religiões. 
 A sucessão de Maomé na política deu-se através de guerras entre os grupos sunita e xiita. O primeiro acreditava que o chefe do islã deveria ser um homem virtuoso e crente que deveria seguir o Alcorão e outras escritas sagradas. Os xiitas acreditavam que apenas um parente de Maomé poderia governar, e venceram.
 Violentas disputas levaram ao poder a Dinastia Omíada (661 – 750) e a família dos Abássidas (750 – 1258).
Na atualidade, os principais países muçulmanos são: Afeganisão, Argélia, Egito, Indonésia, Irã, Iraque, Jordânia, Paquistão, Arábia Saudita, Turquia, Emirados Árabes, Iêmen e Tunísia.
O Feudalismo na Europa Ocidental
Alta Idade Média (Século V – X) 
O que restou do império Romano no oriente tornou-se a civilização bizantina e a muçulmana, enquanto no ocidente formou-se o reino franco (império Carolíngio).
 Já perto do século X, houve a Guerra da Reconquista, que visava à expulsão dos muçulmanos (mouros) da Península Ibérica, onde formaram-se os reinos de Aragão (posteriormente, Espanha) e Portugal.
 A formação do Feudalismo
 Esse modo de produção iniciou em meio à crise do Império Romano, a partir da junção de elementos socioeconômicos dos invasores germânicos e dos próprios romanos. 
 Durante a crise do império, os nobres romanos passaram a receber plebeus, escravos e até pequenos proprietários em suas possessões, chamadas de villas, submetendo essas pessoas à sua autoridade e a uma forma de trabalho conhecida como colonato, que daria origem à servidão feudal.
 As práticas como o comitatus (ver página 21) e o beneficium (doação e terras como recompensa pelas guerras) foram adquiridas dos germânicos.
 Contudo, tal processo se completaria apenas após o colapso do Império Carolíngio, quando a combinação de fragmentação territorial e de invasões dos normandos (vikings), árabes e magiares reforçou a ruralização da sociedade e o consequente poder dos nobres em suas terras.
 Portanto, o feudalismo foi uma junção das culturas romana, germânica e do cristianismo.
 Os reis bárbaros aliaram-se à igreja católica para que ela justificasse seus reinados, enquanto eles adotavam o cristianismo com religião oficial para seus reinos.
Características do Feudalismo
Sociedade
 A relação entre vassalos e senhores era de lealdade, não submissão. Os vassalos eram guerreiros que se dispunham a prestar seus serviços (inclusive guerras) a um senhor, o qual, em troca, fornecia a ele um feudo. Os feudos eram quaisquer coisas que pudessem fornecer um rendimento, tais como terras, uma ponte na qual poderiam cobrar “pedágio”, um moinho etc.
 Cada indivíduo poderia ser vassalo de mais de um suserano, assim como o suserano possuía vários vassalos. Todas essas relações eram baseadas no direito consuetudinário (tradições e costumes).
 Era uma sociedade estamental, organizada pelo critério de nascimento e praticamente sem mobilidade, embora ainda fosse diferente das sociedades de castas. A nobreza detinha as terras e a autoridade sobre as leis, moedas e impostos dentro de suas terras, chamadas de senhorios, as quais eram divididas em três áreas: a reserva senhorial (usufruto exclusivo do senhor feudal), o mansoservil (terras arrendadas aos camponeses) e as terras comunais (uso coletivo). 
 Os nobres tinham a função social de defesa e participação nas guerras, lembrando que nessa época já existiam os cavaleiros (ver página 16). O título de cavaleiro passou a ser controlado pela nobreza e requeira treinamento especializado e uma boa situação econômica. 
 A igreja Católica tentava controlar o ímpeto dos cavaleiros por meio da imposição de um novo código de ética baseado nos valores cristãos, mas incitava os guerreiros a combaterem os muçulmanos. Além disso, ela legitimava a estrutura social vigente, alegando que era a vontade divina.
 Cerca de 80% da população era composta por camponeses, pequenos artesãos e comerciantes. Os camponeses compunham a massa trabalhadora que sustentava os clérigos e a nobreza.
· “Trégua de Deus” e “Paz de Deus” eram proibições de conflitos em certos períodos do ano;
· Clérigos tinham posição social de destaque, administrando terras e controlando a moral da sociedade, além de prestar ajuda social aos pobres;
· A maioria dos camponeses era presa à terra, portanto não eram livres, sendo submetidos a exploração e ainda pagavam impostos;
· Terras alodiais eram locais que pertenciam a camponeses, que em tempo de guerra davam essas terras aos nobres em troca de proteção, tornando-se vilões, os quais pagavam impostos, mas eram livres e não eram servos.
 Os vassalos eram pessoas nobres que firmavam pactos com a realeza (suseranos) para defender suas riquezas, enquanto ganhava um feudo em troca. Eles também podiam tornar-se suseranos de outros vassalos menores. 
 Os servos eram os trabalhadores dos feudos, ou seja, os camponeses que trocava sua mão-de-obra e produtos pela proteção que os feudos proviam.
 Alto clero
 Senhores Alta nobreza
 
 Cavaleiros + baixo clero 
 Vilões
 Camponeses Servos
Política
 Embora os reis fossem os maiores suseranos, seus poderes eram limitados pela nobreza, uma vez que, na prática, condes e nobres exerciam seu domínio de modo autônomo em seus senhorios. Dessa forma, o rei era um suserano e não um soberano. 
· Descentralização/fragmentação do poder pelas monarquias feudais (cada suserano tinha comando total sobre suas terras);
· Poder de fato era dos senhores feudais, os quais podiam ter outros senhores feudais como vassalos;
· Rei tinha poder simbólico;
· Direito de ban: costume germânico em que chefes guerreiros possuíam autoridade para impor leis e justiça em suas terras;
· Na Península Ibérica o rei tinha um pouco mais de poder, de modo que foi onde primeiro ocorreram os reinos centralizados, uma vez que foi nesse período que eles precisaram ter mais unidade para poder lutar as Guerras de Reconquista contra o avanço muçulmano na região e reestabelecer o cristianismo;
· Relação suserano – vassalo – servos.
Religião
· Dizia que a estrutura social que tinham era vontade divina e que cada um dos grupos tinha sua função: o clero era levar as almas à salvação, a nobreza defendia e protegia e os camponeses trabalhavam para alimentar o resto todo;
· Poder econômico;
· Inflação política.
Cultura
· Teocentrismo;
· Igreja tinha o monopólio da vida cultural;
· Clero parcela instruída da população;
· Arte, filosofia vinculadas à religião;
· Na arte, as representações eram sempre de seriedade, pois o riso era condenado, já que a igreja pregava que a vida era uma penitência que servia para o pagamento de pecados a fim de retornar ao paraíso.
Economia
· Agrária e de subsistência, com produção voltada ao consumo;
· Autossuficiente, mas com baixa produtividade;
· Fechada - Estática – Natural;
· Quase sem comercio, circulação de moedas e especialização;
Impostos feudais
· Corveia: Trabalho gratuito nas terras do senhor feudal em troca da proteção;
· Talha: imposto sobre a produção;
· Banalidades: impostos sobre o uso de equipamentos como forno e moinho;
· Mão-morta: pago por filhos de homens mortos para poderem herdar as obrigações do pai;
· Dízimo: 10% da produção para a igreja.
A Igreja Católica Medieval
 O bispo de Roma passou a ser chamado de Papa e centralizou seu poder sobre as demais igrejas cristãs, surgindo a Igreja Católica. Ela tinha uma sólida organização sob a liderança do papa:
· Províncias sob controle de arcebispos;
· Dioceses sob domínio de bispos;
· Paróquias sob domínio de padres.
 O clero era dividido em secular, que eram os clérigos que conviviam com as pessoas abertamente, e regular, composto por monges que viviam em mosteiros. 
 Os mosteiros tiveram papel cultural importante, pois foram responsáveis pela manutenção das poucas escolas existentes, realização de experimentos agrícolas visando ao aumento da produtividade, desenvolvimento de estilos arquitetônico românico e gótico, além de copiarem manuscritos importantes.
 A cristianização da maioria dos povos germânicos foi superficial e, por conta disso, a igreja passou a exigir respeito ao clero e aos dogmas, além da realização de penitências. A criação do purgatório serviu para controlar as pessoas, vendendo objetos relacionados a Deus ou a santos, pois assim elas acreditavam que ficariam menos tempo no purgatório e iriam mais rápido ao céu, gerando, assim, uma “economia da salvação”.
 As reuniões de bispos eram chamadas de Concílios, onde eles decidiam coisas importantes sobre a igreja. O conjunto de dogmas e doutrinas aceitos pela igreja formava a Ortodoxia e quem não concordasse com ela ou tivesse outra crença, era considerado herege. Uma das heresias mais comuns era a ariana, a qual acreditava que Cristo e Deus não eram a mesma pessoa. 
 O Tribunal da Inquisição foi a principal arma da igreja para combater as heresias e sufocar movimentos revolucionários contra ela. Tinha sua base em denúncias anônimas e fazia uso de torturas físicas. Morte por estrangulamento ou queima em fogueiras eram só para heresias mais graves. 
Baixa Idade Média
Expansão - Séculos XI – XIII
 O início do século XI foi marcado pelo aumento demográfico e queda no índice de mortalidade. 
 Foi o incremento de novas técnicas como arado de ferro, uso do cavalo, moinho hidráulico e sistema de rotação de culturas que fez aumentar muito a produção, gerando inclusive excedentes. 
 Esse processo todo de inovações técnicas e aumento da produtividade foram denominados renascimento agrícola.
 Por conta desses novos excedentes, recomeçaram as trocas comerciais, que eclodiu em um processo chamado de renascimento comercial.
 Rotas comerciais terrestres e marítimas passaram a existir novamente e houve expansão no uso das moedas, dos empréstimos a juros, feiras medievais e desenvolvimento de cidade. As feiras originaram novos núcleos urbanos ou restauraram outros que estavam em decadência. 
Renascimento Urbano
 Foi marcado pelo surgimento de novas cidade e crescimento de centros urbanos já existentes. As cidades eram cercadas por muralhas, as casas eram feitas de madeira e as ruas eram estreitas e tomadas por lixo. Em algumas cidades, donos de porcos eram contratados para usarem seus animais para limpar as ruas. Dessa forma, não é de se admirar que várias epidemias e doenças se alastrassem com rapidez nas cidades, visto que as condições de higiene eram péssimas.
 Burgos - Cidades
 A maioria dos moradores dedicava-se ao comercio, artesanato ou atividades bancárias, e eram chamados de burgueses. Eles sofriam preconceito por terem origem camponesa.
 Muitos servos abandonavam os feudos e migravam para as cidades, nas quais as condições de vida não eram muito melhores, mas eles eram homens livres. Assim, houve grande enfraquecimento da nobreza.
 As cidades tinham como autoridade um conde ou bispo e somente através de uma carta de franquia é que conseguiam autonomia política. Muitos conseguiram ela por meio de guerra, doação real ou compra e esse processo de emancipaçãoficou conhecido como movimento comunal. 
 A produção artesanal era controlada por corporações de ofício que uniam trabalhadores de alguma atividade para treinar novos artesãos, evitar concorrência e controlar a qualidade dos produtos. 
 Muitos burgueses se organizavam em guildas para defender seus interesses, enquanto as cidades formavam associações mercantis chamadas hansas, pra estimular o comercio. 
 O ambiente urbano era menos hierarquizado que os feudos, porém para fazer parte desses locais, era necessário que soubessem ler, fazer cálculos, etc. Isso fez surgir os valores do Renascimento Cultural.
 
Igreja e Ascensão do Dinheiro
 O lucro ia de encontro aos preceitos católicos, portanto ela o condenava. A usura, que seriam cobranças de juros ilícitos e excessivos nos empréstimos também era julgada e gerava muitas condenações eclesiásticas. 
 Por fim, a igreja passou a declarar que os ricos poderiam se salvar, mas teriam de restituir o dinheiro que ganharam aos pobres ou o empregassem em esmolas ou obras de caridade. Com isso, a igreja passou a receber muitas arrecadações, além de vender relíquias religiosas, missas e perdão de pecados. Isso ficou conhecido como mercantilização da salvação. 
Cruzadas e o Oriente Islâmico
 As cruzadas foram expedições militares de inspiração religiosa, pelas quais os europeus queriam libertar a Terra Santa dos muçulmanos. Após séculos da guerra santa, os muçulmanos continuaram no poder da cidade. 
 No fim do século XI, o papa Urbano II fez um comício na França para instigar os cristãos a expulsarem os muçulmanos de Jerusalém, iniciando as Cruzadas (também chamada de Guerra Santa). O papa prometeu que quem lutasse teria perdão de todos seus pecadas e lugar garantido no paraíso. Com isso, a cruz cristã passou a representar a Europa, passando a chamaram-se “soldados de Cristo” ou “cruzados”. Até mesmo mulheres, velhos e crianças foram à luta. A mentalidade profundamente religiosa da população europeia e a garantia de perdão de pecados para quem participasse das cruzadas deram a essas expedições uma aura de guerra santa. 
 Para muitos nobres não primogênitos e, portanto, excluídos de heranças, as cruzadas eram a chance de obtenção de terras no Oriente. As cruzadas foram, portanto, um movimento de expansão feudal.
 O contato prolongado com o Oriente fez aumentar o comércio de produtos de luxo e especiarias importadas de lá. A Itália mantinha um monopólio do comercio terrestre e marítimo desses produtos, enriquecendo muito. Além disso, os europeus passaram a exercer uma intolerância religiosa e multiplicaram-se atos de violência contra judeus, que eram acusados por tudo que dava errado no continente europeu. 
 As cruzadas reforçaram a figura do rei e impulsionaram o comércio com o Oriente, além de reforçarem a identidade cristão no ocidente e apresentarem os costumes orientais aos ocidentais, paradoxalmente. 
 A primeira cruzada foi chamada de cruzada dos mendigos, ocorreu em 1096 sem qualquer apoio oficial, organizada por Pedro, o eremita, e eles foram massacrados.
 A primeira cruzada oficial ocorreu no mesmo ano, chamada de cruzada dos nobres (1096 – 1099), manifestava um interesse claramente econômico e político. Foi nessa cruzada que surgiram os templários (ricos burgueses) e os hospitalários (proteção dos cristãos).
 A segunda, quinta, sétima e oitava cruzadas não lograram lucro algum.
 Em 1212, houve a Cruzada das crianças, baseada na crença de que apenas almas puras e sem pecado poderiam entrar em Jerusalém. Seus participantes foram capturados e vendidos como escravos. 
 A Terceira Cruzada, chamada de Cruzada dos Reis (1189 – 1192) ocorreu após a captura de Jerusalém pelo sultão Saladino. Depois da conquista de Jerusalém, o sultão Saladino (que unificou os muçulmanos) preparou-se para a guerra e conseguiu de volta o controle da cidade. A partir daí, a Europa passou a acumular derrotas e vexames, onde a pior foi o saque à cidade cristã Constantinopla, gerando separação entre a Igreja do Ocidente e do Oriente. 
 No século XIII, a Quarta Cruzada foi direcionada para Constantinopla, onde os cristãos saquearam e massacraram a população bizantina. 
 Por conta do tempo prolongado de guerra, a nobreza enfraqueceu-se e abriu espaço para aumentar o poder do rei.
 No fim do século XV, aumentaram as perseguições aos judeus e eles foram expulsos da Espanha, além de, os que residiam em Portugal, serem obrigados a converterem-se ao cristianismo.
 Na Espanha e Portugal, ocorreram as Guerras de Reconquista, as quais tinham o objetivo de expulsar os muçulmanos da península ibérica, o que facilitou a centralização de poder dos reis. As terras reconquistadas foram doadas ao clero ou incorporadas pela nobreza e exploradas segundo o sistema feudal. Dessas guerras, resultou a formação das monarquias nacionais de Portugal e Espanha.
Consequências das Cruzadas
 O comércio que já estava em expansão, foi muito beneficiado pelas cruzadas, principalmente as cidades portuárias italianas, as quais tornaram-se grandes centros comerciais.
 As rotas comerciais e as feiras foram os grandes agentes impulsionadores do comércio europeu. As feiras passaram a atrair uma grande população que era fixa nos locais onde elas ocorriam, assim começou o processo de expansão urbana.
Crise do Século XIV e Formação das Monarquias Nacionais
 No século XIV, fortes chuvas acabaram com as plantações e a Europa entrou em um colapso de fome e doença, pois as técnicas ainda rudimentares não permitiam que houvesse um excedente suficientemente grande para alimentar toda a população, que praticamente dobrou, durante o período de “desastres ambientais”. Paralelamente à fome, foi trazida do Oriente, nos navios italianos, a peste negra. Portanto, quem resistia à fome, morria de peste. A peste dizimou 1/3 da população de toda a Europa, cerca de 15 milhões de pessoas. Como ela atacou também camponeses, ocorreu uma queda maior ainda na produtividade e o aumento dos preços, além do desabastecimento das cidades.
 Nesse contexto, nas pinturas predominavam as “danças macabras”, onde uma caveira, representando a morte, chamava pobres e nobres para sua última dança. 
 Como muitos morreram de fome e peste, a mão de obra servil diminuiu muito, então os senhores feudais passaram a superexplorar os camponeses ainda vivos, para tentar produzir a mesma quantidade de antes da crise. Esses servos reagiram por meio de revoltas, como as jacqueries na França e as revoltas de John Ball e Wat Tyler na Inglaterra.
 Paralelamente, iniciaram-se muitas guerras entre nobres feudais para conquistar terras e riquezas. Dentre elas, a mais importante foi a Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453), onde o rei inglês, Eduardo III, reivindicou o trono francês por não ter nenhum herdeiro direto à Coroa e por ele ser neto do penúltimo rei francês, visto que era filho da filha dele. O conflito também envolvia interesse comercial na região de Flandres, que era muito próspera no comércio de manufaturas. O confronto consolidou os tributos reais cobrados de camponeses e o fortalecimento de um sentimento nacionalista, sobretudo francês, após a liderança decisiva de Joana d’Arc, garantindo a vitória à França. 
 Nem mesmo o papa saiu ileso. O Cisma do Ocidente (1378 -1417) foi marcado pela existência de dois papas, um em Roma e outro em Avignon, na França, uma vez que o rei francês sequestrou o papa e o obrigou a viver lá. Assim, a figura real mostrava-se a solução para o caos social, centralizando o poder, acabando com as revoltas e unificando pesos e medidas. Contudo, outros fatores também auxiliaram nessa centralização política, como a própria sobrevivência da nobreza, a qual dependia de um poder forte para conter as manifestações camponesas, a ascensão da burguesia e para garantir sua hegemonia e riquezas. Por outro lado, a burguesia também tinha interesse na centralização para poder acabar com a diversidade de pesos e medidas, o que facilitaria as trocas comerciais, além de padronizar a tributação, terminando com os inúmeros pedágios internos que oneravam as mercadoriasnos diversos feudos.
 Por fim, é importante citar que a grande beneficiária foi a nobreza, pois ela permitiu a ascensão real, mas em troca foi exonerada de impostos, ganhou cargos administrativos e militares, pensões e até aposentadorias. 
Cultura Medieval e Universidades
 A igreja queria obter o controle da sexualidade, então estabeleceu o modelo da virgindade e castidade como ideais para o cristão e, ao mesmo tempo, combateu a homossexualidade e o incesto. Nesse mesmo período, instituiu o celibato para os clérigos.
 Sexo só era permitido entre marido e mulher e apenas para fins reprodutivos. 
 As universidades começaram por causa da necessidade de educação formal nas cidades, para fins de comercio e negócios.
 Apenas no século XIII, as universidades passaram a ter mais autonomia, dando origem a três cursos: Medicina, Direito e Teologia. Mesmo na medicina, não era permitido mexer nos corpos das pessoas.
 Essas faculdades surgiram a partir de colégios locais, por migração de alunos de outras universidades ou por criação do Estado ou da igreja. 
 A maioria dos estudantes era pobre e não conseguia se sustentar, sendo comum a desistência das universidades. Porém, assim deu-se o surgimento dos intelectuais. 
Filosofia Medieval
Patrística (séculos I – IV d.C)
 Consideravam a filosofia grega como anteciparadora de verdades cristãos, tornando possível harmonizar filosofia grega e religião. Seu maior representante foi Santo Agostinho, que fazia um esforço de conciliação entre a filosofia platônica e as verdades do cristianismo. Pregava que o mal era produto do livre-arbítrio humano.
Árabes e Aristóteles
 A expansão do Império Árabe pelo Mediterrâneo colocou-os em contato com obras de Aristóteles, cujas ideias acabaram sendo profundamente estudadas por filósofos muçulmanos. 
Escolástica (séculos XI – XIV)
 Defendiam a harmonização entre a fé a razão, ressaltando que a fé é o princípio para o aprimoramento da compreensão racional. Portanto, a filosofia seria uma serva ou auxiliar da Teologia. 
 O maior representante foi o Santo Tomás de Aquino, que criticava as atividades mercantis e bancárias, condenava a cobrança de juros e a busca do lucro. 
Renascimento Cultural
 Foi um movimento artístico, científico e cultural marcado pela crítica dos valores tradicionais ligados a nobreza e ao teocentrismo católico. 
 Representava um novo valor laico, inspirado na cultura greco-romana, o que por consequência marcou o Classicismo como uma marca central do movimento. Apoiavam:
· Antropocentrismo, ou seja, o ser humano é o centro de tudo;
· Humanismo, renovação dos estudos pra enfatizar a retórica, história, filosofia e poesia, em detrimento do saber escolástico e direito canônico;
· Racionalismo;
· Individualismo passou a ser enaltecido;
· Empirismo como fonte de conhecimento;
· Estética Naturalista, valorização da própria natureza humana e da nudez como algo belo e aceitável;
· Hedonismo: culto ao belo à busca pelos prazeres físicos e espirituais;
· Consumo de produtos de luxo e especiarias;
· O ser humano e tudo relativo a ele era o principal tema das obras de arte;
· Uso de perspectiva, ilusão de profundidade e tridimensionalidade, escuro x claro para dar um ar mais realista às obras;
· Até os humanistas eram religiosos e defendiam a renovação da Igreja Católica;
· Misticismo e neoplatonismo defendiam a busca por Deus mediante a combinação de ciência e arte;
· Vanitates: obras de arte cujo tema principal era a morte e a banalidade da vida terrena. Eram usados crânios ou caveiras, ampulhetas, naturezas mortas, velas e bolhas de sabão como metáfora da passagem do tempo. Apareceu durante a crise do século XIV. “Memento Mori” -> “Lembra-te de que irás morrer”.
Pioneirismo Italiano
 A Península Itálica não havia formado um Estado nacional unificado ainda e foi onde o movimento começou. 
 O desenvolvimento da vida urbana e do comércio durante a Baixa Idade Média aumentou a quantidade de ambientes urbanos, os quais eram propícios para o desenvolvimento de uma nova mentalidade, mais individualista, racional e hedônica. Desde as Cruzadas, as cidades italianas tiveram um grande papel no comércio das especiarias, desenvolvendo um capitalismo precoce, o que melhorou o ambiente social e intelectual, favorecendo a ascensão do renascentismo.
 Existiam muitos mecenas, isto é, pessoas que patrocinavam os artistas para fazerem esculturas, pinturas e edifícios. Dentre eles, estavam incluídos comerciantes e a própria igreja. 
 Outro ponto importante foi a invasão de Constantinopla, que fez vários sábios irem refugiar-se na Itália, aumentando os saberes sobre a cultura grega.
 O maior esplendor foi em Florença, mas o renascimento espalhou-se para outros locais como a região de Flandres e na Alemanha. De modo geral, eram locais onde o comercio cresceu muito e fez surgir uma burguesia rica e disposta a financiar a produção artística e intelectual da época. 
 Os Médici eram a família mais rica de Florença e foram eles que financiaram a fundação de uma academia destinada aos estudos da filosofia de Platão, além de serem responsáveis pelo sustento de artistas. 
Fé e Razão
 Na Alta Idade Média (século V ao X) vigoraram na arte os estilos romanesco e gótico, de caráter muito religioso. Mas a Igreja Católica passou a financiar os artistas a produzirem pinturas e obras que influenciassem as pessoas a afastarem-se de seus interesses na terra. 
Segunda Fase do Renascimento
 O século XV foi marcado por um maior desenvolvimento das artes em geral e do comércio. 
 A arquitetura, literatura e as artes plásticas se irradiaram da Itália para outros países europeus. Ao norte, em Flandres, destacaram-se pintores que retrataram o cotidiano da alta burguesia. Como melhor exemplo, têm-se o quadro que mostra o casal Arnolfini, de autoria de Jan Van Eyck, um dos primeiros a usar óleo em suas pinturas. 
Expansão do Movimento
 Na Itália, destaca-se Leonardo da Vinci (1452 – 1519) e Galileu Galilei (1564 – 1642), um dos principais responsáveis pela arte e pelo desenvolvimento científico do período, respectivamente. 
 Nas artes plásticas, ainda destaca-se Michelangelo Buonarroti, que pintou a Capela Sistina e esculpiu Davi, Moisés e outras. 
 Nesse período, também difundiu-se nomes como Maquiavel, que destacou-se na literatura, política e filosofia, além de ter escrito O príncipe. 
Declínio do Período Renascentista
 Em fins do século XVI, parte da igreja, acomodando-se ao modo de vida capitalista, rompeu com o retrógrado clero romano, promovendo reformas religiosas que originaram novas igrejas cristãs. A partir daí, a Europa dividida entre católicos e protestantes tornou-se um continente em crise, onde predominavam o obscurantismo, o fanatismo, as guerras religiosas e as fogueiras da Santa Inquisição.
Papel da Imprensa e da Igreja Católica
 A Igreja Católica teve papel ambíguo já que no início apoiou o desenvolvimento da arte renascentista, tendo até um papa mecenas. Depois, adotou uma postura mais intolerante e severa, perseguindo artistas e condenando várias obras literárias. O Classicismo “pagão” foi combatido pelo clero, principalmente por meio da arte barroca. 
 A invenção da imprensa pelo alemão Gutenberg difundiu doutrinas e conhecimentos mediante livros e folhetos impressos, incentivando o desenvolvimento da alfabetização no continente.
Gutenberg
 A imprensa moderna criada por Gutenberg, em meados de 1450, nunca foi um invento pacífico. O livro saído de um prelo, e não da tinta de um monge escriba, tornou-se uma força capaz de abalar a fé e de reduzir a autoridade da Igreja. 
Reforma Protestante e Contrarreforma Católica
 Os movimentos protestantes não podem ser dissociados do Renascimento Cultural, o qual possibilitou que nossas visões fossem valorizadas e tivessem vez no cenário geral. Além disso, dentro da própria igreja católica existiam setores que lutavam pra alterar quesitos considerados inapropriados de diversas formas. 
 Desde a Baixa Idade Média, o comportamento do clero sofria críticas, pois pregava algo e fazia diferente. A exemplo disso,tem-se o fato da igreja pregar o desapego aos bens materiais, enquanto acumulava enormes riquezas e muitos clérigos viviam de forma luxuosa. Nesse contexto, era comum a prática de simonia pela igreja, ou seja, venda de coisas sagradas, cargos de bispo, relíquias etc.
 O fato de ela ser a maior possuidora de terras da Europa, assim como a instituição política mais poderosa, era interessante para ela fazer a manutenção da estrutura feudal. Assim, a postura oficial da Igreja Católica em relação aos assuntos econômicos era ligada ao feudalismo, encarando o crescimento do comércio com desconfiança e condenando as práticas burguesas de busca pelo lucro, especialmente a usura (juros em empréstimos). De certa forma, os comerciantes precisavam de uma nova ética que justificasse as práticas burguesas, e algumas correntes protestantes fizeram o papel. Pelo lado da nobreza, também havia interesse econômico, pois com a ruptura com a igreja, suas terras seriam confiscadas e dadas aos nobres, pois desde o século XIII a igreja adotou o celibato clerical, então não havia herdeiros legítimos para as terras de bispos ou cardeais, verdadeiros feudos.
 Romper com a igreja também era interesse dos reis, uma vez que o papa era visto como uma figura espiritual supranacional e inquestionável, o que impedia a concepção de Estados absolutistas. Rompendo com a igreja, os fiéis são desobrigados a dividir fidelidades entre o monarca e o papa e, além disso, serviria para fortalecer as finanças públicas com o confisco de propriedades eclesiásticas.
Fatores causadores da Reforma Protestante
· Dupla moralidade do clero: pregava o que não praticava;
· Elevado número de catástrofes, como guerras, revoltas e epidemias, agravando as angústias religiosas e a necessidade de um auxílio espiritual que a igreja não fornecia mais;
· Clero corrupto, ausente e despreparado;
· Doutrina oficial escolástica confusa dizia que a fé e boas obras levavam à salvação, mas uma corrente inspirada em Santo Agostinho afirmava que Deus predestinava os eleitos ao céu;
· Cargos de bispos eram comprados;
· Humanistas defendendo uma reforma que eliminasse os excessos e salvasse a Igreja da degeneração;
· Condenação das práticas capitalistas por parte da Igreja: comerciantes precisavam de uma religião que os apoiasse;
· Nobreza tinha interesses econômicos e, com o fim da Igreja Católica, poderia confiscar suas propriedades e bens;
· Os reis queriam retirar o poder dos clérigos para focá-lo apenas em si mesmo;
· Ascensão de uma mentalidade mais crítica e racional, que iniciou uma contestação dos valores católicos;
· Imprensa auxiliava na divulgação das novas ideias.
Lutero e o início da Reforma na Alemanha
 Voltaire referiu-se à Reforma com desdém, classificando-a como uma “briga de monges na Saxônia”. Todo o processo reformista foi desencadeado por Martinho Lutero, um professor universitário formado em Teologia Agostiniana.
 Em 1517, um monge dominicano apareceu na cidade vendendo indulgências (perdão de pecados, redução do tempo de purgatório etc) com autorização papel. Lutero, que acreditava que as obras humanas não serviam sozinhas para levar a alma aos céus, ficou indignado e fixou na porta do castelo local 95 teses, por meio das quais criticava, de forma enfática, várias práticas católicas e a própria autoridade papal.
 Nos anos seguintes, a polêmica apenas se acirrou cada vez mais, com audiências, debates e tentativas frustradas de se obter de Lutero uma retratação. O gesto de Lutero em negar suas convicções por pressão do papa exemplifica a valorização da consciência individual que imperava na época.
 Muitos príncipes e governantes dos Estados do Sacro Império Romano-Germânico, do qual a Alemanha fazia parte, viram a rebeldia de Lutero como uma chance de contestar a autoridade do imperador Carlos V, um fervoroso católico. Assim, o reformador ganhou aliados de peso político e econômico que o protegeriam de perseguições. Durante três anos, Lutero ficou recluso em um castelo da Baviera, no qual traduziu a bíblia para o alemão como forma de tornar o conhecimento mais difundido entre a população.
 Vendo a dimensão que tomava, o imperador tornou o catolicismo a igreja oficial do império, evento que foi bravamente contestado pelos príncipes, os quais protestaram contra (dai o nome protestantismo), dando início a diversas guerras de religião do sacro império.
 Liderados por Thomas Münzer, os camponeses, a partir de 1524, passaram a organizar uma série de revoltas contra sacerdotes ricos e nobres alemães, donos de grandes propriedades (movimento anabatista). Eles lutavam violentamente pela posse de terras, pela igualdade social e pelo fim da exploração. Como Lutero tinha apoio da nobreza, ele foi contra tais revoltas e incentivava o ódio aos manifestantes.
Doutrinas Luteranas
 Para Lutero, a salvação era fruto da graça divina e não da ação humana e poderia ser obtida exclusivamente por meio do arrependimento e da fé (não por boas obras). A fonte de autoridade e de orientação para a vida do cristão seria somente a bíblia, a qual deveria ser acessível para a leitura na língua dos fiéis, não as tradições e os dogmas católicos.
 Dos sacramentos católicos, Lutero reconhecia só o batismo e a eucaristia. Ele também condenava o celibato clerical, a crença no purgatório e o culto à Maria e aos santos, bem como a transubstanciação (vinho era o sangue e corpo de cristo bla bla).
 Em 1555, a Dieta de Augsburgo permitiu que cada príncipe escolhesse sua religião, que passaria a ser também a dos seus súditos (cujus régio ejus religio), evento que ficou conhecido como paz de Augsburgo.
Expansão do Luteranismo
 A maioria das terras alemãs pertencia à Igreja Católica, então a nobreza local cobiçava seu domínio. Com fome de poder e riqueza, as classes elevadas (nobres e alta burguesia) estavam descontentes com a Igreja e o comando do imperador da dinastia Habsburgo do Sacro império Romano-Germânico. Por outro lado, o povão culpava a Igreja pela situação de miséria. 
Calvino e a Reforma na Suíça
 Diferentemente da reforma luterana, a qual teve – ao lado da questão religiosa – um forte componente político, a Reforma Calvinista tem raízes nas transformações sociais e de pensamento advindas da superação do mundo feudal e do desenvolvimento de uma nova sociedade urbana e fortemente vinculada às práticas mercantis.
 A Suíça ficava bem no centro de diversas rotas comerciais, além de ser cercada por montanhas, que dificultavam invasões, questões que facilitavam o acúmulo de capitais na região. As ideias de Lutero penetraram no país por meio de um discípulo dele, sendo muito bem acolhidas pelos burgueses locais. Isso gerou um grave conflito entre reformistas e católicos entre 1529 e 1531, o qual teve fim com a assinatura da Paz de Kappel, que dava autonomia religiosa aos vários cantões suíços. Com isso, vários reformistas que eram perseguidos na Europa migraram para a Suíça, entre eles João Calvino, o qual fugiu da França e refugiou-se em Genebra.
 A teologia de Calvino estava centrada na doutrina da predestinação, na qual Deus escolhe alguns para a salvação e outros para a perdição eterna. Os seres humanos eram totalmente pecadores e sem nenhuma virtude que justificasse a escolha divina, assim a salvação seria totalmente graça divina. Os eleitos de Deus deveriam viver e trabalhar em nome de Sua obra, adotando um estilo de vida simples e moderado e uma vida dedicada à família, ao trabalho e à Igreja. Por conta disso, eram chamados de puritanos na Inglaterra e EUA, enquanto na França eram conhecidos como huguenotes e na Escócia, como presbiterianos.
 Seu culto foi muito simplificado em comparação ao católico, resumindo-se a comentários bíblicos feitos por sacerdotes, a igrejas simples e sem imagens. Assim como no luteranismo, apenas o batismo e a eucaristia foram conservados
 A nova igreja dividiu-se em pastores, fiéis e um conselho, o Consistório, que possuía amplos poderes para regular cada aspecto do comportamento do cidadão, incluindo sua indumentária e as práticas sociais.
Calvinismoe Capitalismo
 Max Weber afirma que a expansão do calvinismo foi um fator que contribuiu para o desenvolvimento do capitalismo, ao asseverar que os fiéis puritanos tendiam a cultivar uma vida disciplinada e voltada pra o trabalho, a poupança e o enriquecimento. Além disso, os calvinistas tendiam a vincular o esforço no trabalho e o enriquecimento como sinais de predestinação ao céu. Segundo Calvino, Deus dava a todos uma qualidade que deveria ser trabalhada. Dessa forma, as pessoas que enriqueciam e tinham sucesso financeiro eram as que trabalhavam melhor suas qualidades dadas por Deus. Assim, geralmente, quem era rico (burgueses) estavam fazendo o trabalho de Deus e, portanto, estavam destinadas ao céu.
 Ao contrário de Lutero, Calvino não condenava as atividades comerciais e até justificava o empréstimo a juros. Cada um deveria ser um profissional exemplar tendo em vista a glória de Deus. Por isso, estudiosos relacionam o quanto países cujas populações eram calvinistas, como Inglaterra, Holanda e EUA, tornaram-se potências capitalistas.
A Reforma Anglicana na Inglaterra
 Em meio à crise provocada pelo Sacro Império com o luteranismo, Henrique VIII (1491 – 1547) rompeu com a Igreja Católica e inaugurou a Igreja Protestante Anglicana. Essa reforma foi causada por interesses políticos e econômicos ligados aos esforços da dinastia Tudor em aumentar a autoridade real, facilitados pela a ruptura com a Igreja. Casado com Catarina de Aragão (nobre espanhola), com a qual teve apenas uma filha, Mary, Henrique pediu o divórcio ao papado, pois sua esposa não podia mais ter filhos e eles não haviam conseguido ter um herdeiro homem para o trono, o que ameaçava a monarquia inglesa, já que o trono poderia ser passado para o rei espanhol e imperador do Sacro Império (Carlos V, sobrinho de Catarina) pela falta de um filho homem dele. Ao ter seu pedido de divórcio em relação a Catarina de Aragão negado, pois o papa era aliado do imperador na luta
 contra o luteranismo, o rei decretou o Ato de Supremacia (1534), mediante o qual passaria a ser o chefe da Igreja na Inglaterra e por meio do qual anulou o próprio casamento, desposando Ana Bolena logo em seguida. A decisão fortaleceu sua autoridade política, colocando as terras da Igreja Católica à disposição do Estado, além de cancelar o pagamento de dízimos à Roma. Os bens da igreja foram distribuídos principalmente entre os gentry, pequenos e médios proprietários rurais, o que lhe assegurou uma sólida base de apoio.
 A Igreja Anglicana combinava rituais católicos com teologia protestante, sendo considerada um “catolicismo sem papa”, de forma que era calvinista no conteúdo, mas católica na forma.
 A reforma anglicana foi completada apenas no reinado de Elizabeth I, de 1558 a 1603.
Guerras de Religião
 Católicos perseguiam feiticeiras, protestantes e demais hereges, enquanto os protestantes retribuíam a violência contra católicos e até contra grupos protestantes dissidentes, como os anabatistas. A religião também estaria presente na Guerra dos Trinta Anos (1618 – 1648).
Contrarreforma ou Reforma Católica
 Apenas Portugal, Espanha e Itália mantiveram-se majoritariamente católicos. Era preciso reorganizar a Igreja, então foi organizado o movimento da Contrarreforma Católica, que teve, no Concílio de Trento (1545 – 1563), o momento-chave da reação católica.
 A igreja procurou realizar uma espécie de purificação moral, coibindo abusos do clero e estabelecendo normais rígidas para a preparação e formação teológica de padres (deu origem aos seminários). Nessa ofensiva, foi criada uma lista de livros heréticos e proibidos aos católicos (Index) e reativação do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição).
 Também foi criada a Companhia de Jesus, ordem religiosa de jesuítas, os quais ficaram conhecidos como “soldados de Cristo” pois tinham treinamento militar, forte erudição e obediência total ao papa. A companhia tinha objetivo de converter povos não cristãos por meio do ensino e, especialmente, da catequização dos povos indígenas na Ásia e na América recém conquistada pelos europeus na época.
A Inquisição
 Em termos práticos, o Santo Ofício foi um tribunal da Igreja Católica Apostólica Romana, investido do Direito Canônico e encarregado de tomar decisões sobre os casos de comportamento contrário aos dogmas religiosos. 
 Durante os séculos XII e XIII, seu objetivo foi preservar a disciplina eclesiástica, em seguida, a Igreja passou a se servir de repressão na luta contra as heresias, mas de uma maneira diferente daquela que costumamos imaginar. 
 Os castigos aplicados eram reproduções das punições já instituídos pelo poder temporal. Em uma sociedade na qual imperava a fé, é de supor que os poderes civis se apropriassem, na tentativa de combater a desordem social ou os inimigos públicos, das prerrogativas religiosas. 
 Um notário transcrevia todos os debates, os acusados não ficavam presos durante todo o inquérito, podendo recusar determinado juiz ou apelar para Roma contra alguma decisão do tribunal. Os que confessavam seus erros recebiam uma penitência religiosa.
 O recurso da tortura, muito comum nos tribunais seculares, não foi uma constante na Inquisição: a instituição recorreu muito raramente a esse procedimento. 
Massacre da Noite de São Bartolomeu na França
 Em 1572, foi cometido contra protestantes reunidos para o casamento de seu líder, Henrique de Navarra, com Margarida Valois. As matanças, organizadas pela casa real francesa, duraram vários meses e se espalharam por outras cidades, resultando na morte de até 100 mil protestantes franceses. 
 Dois dias antes, a tentativa de assassinato de Gaspard de Coligny, líder huguenote, provavelmente organizado pelos Guise – poderosa família católica- havia gerado um perigoso clima de tensão. 
 O massacre veio dois anos depois do tratado de paz, pelo qual a rainha Catarina de Médici havia oferecido trégua aos protestantes. 
 Por trás do atentado de Coligny estavam os Guise e Catarina. Os católicos espalharam o boato de que os huguenotes estavam planejando uma rebelião para vigar-se do atentado, então Coligny foi assassinado com requintes de crueldade na Noite de São Bartolomeu. Com ele, outras milhares de pessoas que professavam a mesma fé. 
Formação das Monarquias Absolutistas e Organização dos Estados Nacionais
 O absolutismo foi um sistema político e uma forma de governo predominante na Europa durante a Idade Moderna, tendo seu apogeu na França durante o século XVII na dinastia Bourbon, com Luis XIV (Rei sol). Nele, havia a concentração de poderes nas mãos do rei.
Fatores que Contribuíram para a Centralização Política no Rei
· Apoio da burguesia (devido à unificação de moedas, medidas etc);
· Peste negra: revoltas camponesas e urbanas que precisavam ser contidas;
· Enfraquecimento da nobreza por conta da guerra dos Cem anos, a qual quase dizimou a nobreza;
· Reforma protestante;
· Renascimento e surgimento das línguas nacionais; 
· Jacqueries (revoltas camponesas);
· Mercantilismo: requeria uma centralização muito grande para funcionar.
Mecanismos de Centralização
 As monarquias feudais desenvolveram mecanismos que ajudaram na centralização o poder político em detrimento da nobreza feudal. O primeiro desses mecanismos foi o aprimoramento da tributação sobre setores maiores da população e de forma mais sistemática. Os reis conseguiram estruturar um sistema tributário que foi usado para expandir seu poder militar e administrativo, ou seja, para o pagamento do exército e de burocratas e para a realização de obras públicas. 
 A criação de um exército capaz de impor a coerção e o monopólio da violência sobre os opositores do rei e do Estado foi fundamental. 
 As monarquias feudais tornavam-se monarquias nacionais, e seus reis deixavam de ser suseranos para tornarem-se soberanos. 
Características dos Estados Nacionais
· Território definido;
· Unificação de moeda, leis, pesos e medidas;
· Exército permanente;
· Formação de um corpo burocrático e diplomático;
· Governo soberano;
· Idioma comum da população;
· Fixação

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