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Olá,
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE HISTÓRIA
TRABALHO
DE SEMINÁRIO DE PESQUISA
TÍTULO:
Alemanha: Totalitarismo, Nacionalismo e Sociedade.
Por
Bruno Kluwe Pacheco
Thiago Calixtro Lisboa
Rio de Janeiro
2014-1
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE HISTÓRIA
TRABALHO DE SEMINÁRIO DE PESQUISA
Título: Alemanha: Totalitarismo, Nacionalismo e
Sociedade. Trabalho acadêmico apresentado ao
Curso de História da UNISUAM, como parte dos
requisitos para obtenção do Título de Licenciatura
Plena em História.
Alemanha: Totalitarismo, Nacionalismo e Sociedade.
Por:
Bruno Kluwe Pacheco: 11100023
Thiago Calixtro Lisboa: 10202237
Professor-Orientador:
Adriana Patrícia Ronco
Rio de Janeiro
2014-1
EPÍGRAFE
“Nação não é uma questão de escolha, assim como pertencer a uma família, é fruto do
destino. O cosmopolitismo exagerado é um mal, destrói o sentimento mais puro de identificação nacional. A alma de toda nação é a sociedade, não o Estado.” Johann Gottfried
Von Herder.
“O conceito de nação exige que todos os seus membros devesse formar como se fossem
apenas um único indivíduo”
Friederich Schlegel
Alemanha: Nacionalismo, Totalitarismo e Sociedade.
RESUMO: O presente trabalho tem por finalidade elucidar, de modo lacônico, o
processo nacionalista alemão, abrangendo sua sociedade, cultura e política. Destrinchando o nascimento da Alemanha como nação, sua manutenção e sua projeção no cenário mundial. Abordamos as nuances de momentos alternados entre
totalitarismo e democracia, e o apoio e não apoio das massas para com seus governantes, mostrando como foi possível a população, que tinha incutido o conservadorismo em seu seio, apoiar o totalitarismo.
Palavra-Chave: Nacionalismo alemão, Totalitarismo, Nazismo, Alemanha,
Sociedade alemã, Cultura alemã, Política Alemã.
ABSTRACT: The present study aims to elucidate, in laconic mode, the German
nationalist process, covering their society, culture and politics. Verifying the birth of
Germany as a nation, the maintenance and the projection on the world stage, we
touch the nuances of moments alternated between totalitarianism and democracy,
and the support and not support of the masses towards their rulers, showing how it
was possible for people who had instilled conservatism in his breast, support the
totalitarianism.
Keyword: German Nationalism, Totalitarianism, Nazism, Germany, German
Society, German Culture, German Politics.
O texto que se segue não almeja ser um monumento em homenagem aos adeptos do movimento nazista. O norte desta pesquisa não se configurou como um
relato de grandes feitos; não é uma história de grandes conquistas. Aquele que
demanda certezas não as encontrará aqui.
Em uma primeira instância analisaremos o nacionalismo alemão e as suas origens, começando por entender o surgimento da consciência nacional e sua relação com o totalitarismo na Alemanha. Em um segundo momento será abordado
como pôde um grupo político, que até 1929, era marginal no cenário político Alemão se tornar, em três anos, o maior partido da Alemanha e consequentemente
chegar ao poder.
Alicerçados na literatura especializada em História Alemã, cultura e filosofia
Alemã e Nazi-fascismo, sintetizamos tudo aquilo que foi pesquisado e exposto em
outras ocasiões.
Infelizmente certos pontos históricos não poderão ser devidamente explorados,
devido aos entraves que limitam esta pesquisa, tendo em vista a complexidade
dos fatos ocorridos.
Embora o sentimento de nação seja rotineiramente associado à Revolução
Francesa, o mesmo constitui um dos sentimentos mais antigos da Humanidade. O
nacionalismo é algo poderoso, que consegue juntar características pré-existentes,
como raça, religião, território e mito de origem comum, este último sendo indispensável.
O conceito de nação e nacionalismo é trabalhado de diversas formas por inúmeros autores, o que se segue é apenas o intento de esclarecer e situar a relevância
do tema para o entendimento da pesquisa. Não é nossa intenção abordar exaustivamente o nacionalismo, apenas elucidá-lo.
Em minha pesquisa observei que durante o período da Reforma protestante,
a Alemanha se encontrava desunificada, composta por uma sociedade agrária e
feudal, cerca de 30% das terras eram pertencentes à igreja, havia excessos e
abusos por parte do clero, a população estava descontente.
De modo basilar, a Alemanha da época era composta por reinos governados por
príncipes e eclesiásticos, sua unificação só ocorrera outrora, no Séc. XIX.
A Reforma cristã pode ser considerada um marco para a identidade Alemã, pelo
fato de nesta época ter ocorrido à disseminação de uma linguagem e uma literatura em comum germânica.
Não podemos ignorar o choque entre Lutero e Müntzer, onde o primeiro legitimava o poder dos futuros príncipes do Particularismo Alemão (que será mais bem
abordado à frente) e o segundo que deu o tom da reforma camponesa de 15241525, Müntzer e seus seguidores ideológicos questionavam o poder dos senhores
e diziam que eram livres para a escolha dos líderes espirituais, exigindo a abolição
da servidão, a diminuição dos impostos sobre a terra e a liberdade para caçar nas
florestas pertencentes à nobreza
O fracasso da Revolução Camponesa jogou a Alemanha num feudalismo modernizado, um “absolutismo em miniatura”, onde os pequenos
príncipes vencedores encarregaram-se de estabilizar o desmembramento
do país (REGO,1996, p. 106).
A partir deste fragmento vemos uma atitude Totalitarista sim, porem não relacionada com a Nação, pois seus interesses estavam focados em seus domínios regionais, visto principalmente com o particularismo do fim do Sacro Império Romano
Germano (I Reich).
Podemos considerar que a consciência nacional Alemã se deu de forma abrupta,
não tendo ênfase antes de 1806, cerca de 10 anos depois, em 1815 atingiu sua
maturidade. Deveras que a identidade nacional Alemã germina na idade média, se
ligando ao Sacro Império Romano Germânico, onde foram tomadas medidas de
limitar a fronteira da Alemanha, sendo apenas geográficas, pois não existia uma
consciência do que era ser Alemão.
O Ser Alemão é algo que é profundamente discutido, e por muito tempo, inclusive na Áustria, já que Hitler em Mein Kampf mostra a dificuldade e a necessidade
de ligar-se ao Germanismo, este tema tem forte presença no Capitulo I, II e III (inicia a reflexão na mocidade, continuando até seu contato com o operariado em
1910).
O nacionalismo Alemão tem o seu esplendor na era napoleônica, antes disso
houve alguns movimentos de tentativa de unificação, porém não surtiram o efeito
desejado. Durante as invasões das tropas de Napoleão, ouve necessidade de unir
diferentes povos do Sacro Império Romano Germânico para o combate.
Em nossa analise, é errado afirmar que o totalitarismo Alemão é fruto de atos
da NSDAP¹, pesquisando foi possível perceber a facilidade em que as ideias do
conservadorismo e direita foram facilmente assimiladas pelo povo Alemão.
A Alemanha possui um complicado processo de unificação, sendo este visto
primeiro na existência do citado Sacro Império Romano Germano.
O inicio da problemática da unidade se dá quando os Hohenstaufen², a então
casa dominante, se mostra incapaz de impedir a ascensão e soberania dos príncipes territoriais respaldados nas ideias Luteranas, e a formação das cidades livres.
Com essa fragmentação do poder somado ao avançar dos anos temos um conflito
que seria presenciado por todas as casas dinásticas e acabaria resultando no fim
do I Reich.
Roderick Stackelberg cita uma frase de Voltaire que exemplifica a real situação
do I Reich.
O Santo Império Romano³, por mais esplêndido que fosse seu nome, era
unificado apenas nominalmente. Descrito por Voltaire como não sendo
santo, nem romano, nem um império, este atavismo histórico já estava
moribundo muito antes de sua dissolução final, na esteira das conquistas
de Napoleão em 1806 (STACKELBERG, 2002. p.44).
Quando o Titulo de Imperador estava sobre Ferdinando II, eclode a Guerra dos
trinta anos, uma série de guerras entre diversas nações Europeias que tinham vários motivos, mas especialmente um: rivalidadesreligiosas entre Católicos e Protestantes, onde os primeiros eram liderados pelo então Imperador e os segundos
estavam sobre a bandeira dos Estados Protestantes. Logo essas Nações estrangeiras estariam sobre o território Alemão, muitas das vezes, influenciando e/ou
controlando-os.
O fruto amargo das divisões politicas e religiosas da Alemanha foi a
Guerra dos Trinta Anos (1618-48), que deixou o Império como uma mera
sombra do que fora e confirmou a fragmentação e atraso Alemães.
(STACKELBERG, 2002. p.44).
Citamos este fragmento de Stackelberg, para exemplificar a ideia que perduraria
por séculos na memória coletiva do povo, concluímos que a desunião da Alemanha era a Fraqueza Nacional, e uma nação fraca é controlada por outras.
O I Reich se mostrou volúvel com o passar do tempo, já que a extensão territorial do império variou muito durante toda a sua história, possuindo assim diversas
formações geográfica, agravadas pela ausência de fronteiras naturais, proporcionando a possibilidade de entrada no território, principalmente na época da Guerra
dos trinta anos, isso possibilitava a temida intervenção estrangeira, inclusive na
região de Alsácia e Lorena, que foi amplamente explorada pelos Franceses, o que
levaria a uma cisma entre esses povos nos Séc. XIX e XX, que por parte dos Alemães traria o revanchismo histórico.
4
Com o final do Sacro Império Romano Germano (1806, durante as Guerras Napoleônicas), que tomamos a liberdade de chamar de período entre impérios, ocorre o choque entre algumas expressões de movimentos políticos, antes temos que
ter em mente a fragmentação dos Estados Alemães em diversos principados, destacou-se o Estado da Áustria e Prússia como sendo as potencias entre os estados
germânicos, possuindo uma instituição Estatal e monárquica forte.
Na Alemanha5 vemos o particularismo Alemão florescer, sendo este
 uma corrente onde cada estado governava em prol de interesses próprios, sem se preocupar
com os desejos populares, onde os lideres eram livres e não tinham a necessidade de se reportar a ninguém, com o simples desejo de manutenção de poder, evitando assim uma possível unificação, criando espécies de feudos 6, fortalecendo
os privilégios econômicos e sociais de uma casta aristocrática reduzida, degradando a situação dos camponeses e impedindo uma educação politica da classe
média.
Uma tímida corrente Liberal (tendo em vista que um movimento liberal expressivo nunca ter existido na Alemanha até 1945), também se emparelha ao movimento acima, esse ideário tinha profunda relação com a Revolução Francesa e a influencia que os Estados do Oeste sofreram pela invasão de Napoleão, exemplo de
uma tentativa liberal foi a da fracassada revolução de 1848, onde a cidade livre de
Frankfurt cria uma constituição para unificar a Alemanha sob a Prússia, porém
limitando os poderes e restringindo a soberania monárquica de Frederico Guilher-
me IV da Prússia, este negou se unificar e o então chefe prussiano envia tropas
para dispersar a assembleia constituinte e evitar que as ideias de um movimento
Liberal se propaguem pelos estados fragmentados.
A última corrente e não menos importante foi à conservadora, na Alemanha fragmentada esse sentimento conservador somado ao absolutismo, que estava enraizado na memória coletiva, claro, eles tiveram o exemplo do Sacro Império por
muitos anos, e agora eles tinham no poder uma espécie de monarquias regionais
dentro de cada principado ou uma aristocracia forte nas cidades livres, isso fazia
com que o povo ficasse a mercê do poder, e o fantasma do sentimento de fracasso devido à fragmentação, ainda estava presente no povo Alemão, já que tinham o
exemplo da citada guerra dos trinta anos impresso no consciente coletivo.
Infelizmente não podemos expandir na escrita nossos estudos, logo não apresentaremos essa pequena análise sobre a Áustria. Passaremos então para a
Prússia que teve incontestável maior participação no processo de unificação Alemão.
Já na Prússia, tivemos uma participação Liberal, onde havia um interesse na industrialização e no fortalecimento econômico, no parlamento essas ideias se chocariam com as ideias conservadoras que a monarquia e o recém-nomeado primeiro ministro promulgavam.
Os manejos políticos exercidos pelos lideres na Alemanha fragmentada sobre o
povo criavam uma tensão, onde de um lado estava os interesses pessoais e de
outro uma famigerada população, que já comungavam de um sentimento de união
cultural.
A proverbial subserviência Alemã diante da autoridade estava firmemente arraigada na tradição absolutista, que persistiu por mais tempo na
Alemanha do que na Europa Ocidental. (STACKELBERG, 2002. p.45).
Essa citação somada a um sentimento de inferioridade provava uma fragilidade
individual, que seria muito bem explorada pelos líderes Alemães do Séc. XIX e
XX, os mesmos exploraram a carência de um líder e a necessidade da união para
o bem da Alemanha, são essas as fraquezas e/ou feridas que ao serem tocadas
fazem o povo urgir em prol da Alemanha unida.
É inegável a necessidade de citar o que alguns Historiadores chamam de "ViaPrussiana", sendo Rego um deles.
[...], entendendo-a como o modo clássico de transição autoritária, não
democrática, para a sociedade moderna, ou seja, são arranjos políticos
realizados pelo alto excluindo as bandeiras democráticas [...] deste modo
os Estados nacionais que daí emergiram carregaram em suas entranhas
os embriões da tirania (REGO, 1996, p. 104-105)
Nos anos de 1862 a 1871, começa o período de unificação Alemão, sob a Prússia, em 1862, Otto Von Bismark é reconhecido como Chanceler Prussiano usando
três vitórias militares para “organizar” o império. Aliando-se ao Império Austríaco
derrotou a Dinamarca na Segunda Guerra do Schleswig, em 1864, adquirindo a
região de Schleswig-Holstein, depois se aliou ao Reino de Itália e provocou a
Guerra Austro-prussiana de 1866 contra o Império Austríaco, excluindo a Áustria
de qualquer assunto interno da confederação da Alemanha do Norte e provocou a
Guerra Franco-prussiana de 1870 a 1871 contra a França, após a qual a confederação foi transformada no império alemão e o rei Guilherme da Prússia foi proclamado Kaiser da Alemanha unificada, com o título de Guilherme I.
Las victorias militares sobre Austria y Francia habían modificado la situación Europeia en provecho de Prussia. La consecución de la unidad
Alemana acentuo este cambio en el equilíbrio de fuerzas. El nuevo Reich
se constituyó en el primer Estado del continente. Debia su posición dominante a su bloque territorial, a su potencia militar, al aumento de su población y a su expansión industrial. El desarrollo económico y demográfico favorecia las tradiciones militares Prussianas (GUILLEN, 1973. p.77).
A unificação tardia da Alemanha por Bismark teve o Efeito de reforçar os valores
e instituições autoritárias e antidemocráticas, forças particularistas (particularismo
Alemão) que permaneceram no pós-unificação (1871) podem ajudar a explicar o
radicalismo Nacional nos dois Reiches (II e III Reich)
Fica claro o posicionamento de Bismark a favor do totalitarismo, já que com sua
atitude conservadora ele rompe com os desejos do parlamento Prussiano, contrário a essa campanha, Bismark simplesmente ignora e aproveita a exclusividade do
governo imperial para levantar fundos, com o discurso de que as grandes decisões da época devem ser tomadas a “ferro e sangue” (Eisen und Blut) e não por
votos.
Com esses posicionamentos ele consegue o apoio dos Nacionalistas Liberais,
que percebem a possibilidade de um crescimento econômico a partir da unificação. Com sua liderança carismática e pela superioridade bélica perante os outros
Estados Alemães, Bismark convence-os a apoiá-lo, unindo assim as tentativas de
um nacionalismo de cunho econômico com o Totalitarismo, dando inicio ao “casamento” (Nacionalismo e Totalitarismo) que foi optimizado por Hitler.
A sociedade Alemã que está desamparada vê nesse estadista forte e presente,
uma imagem de alguém a seguir, o protetor da Nação, o que facilitou essa união.
Hitler utiliza essa retóricatotalitarista e militarista para galgar seu regime:
[...]os Alemães estavam todos possuídos do sentimento de que o Império não devia a sua existência ás trapaças dos parlamentos partidários,
mas, ao contrário, pela maneira sublime por que fora fundado, elevava-se
muito acima da média dos outros Estados. Ato festivo anunciou que os
Alemães, príncipes e povo, estavam resolvidos a, de futuro, fundar um
império e de novo alcançar a coroa imperial como símbolo das suas glórias, não foi comemorado através do cacarejo de uma arenga parlamentar, mas ao ribombar dos canhões no cerco de Paris. Não se verificou
nenhum assassinato, nem foram desertores nem embusteiros que fundaram o Estado de Bismark, mas sim os regimentos do front (HITLER,
1925. p.169).
O próprio Bismarck preparou o esboço da constituição da Confederação Alemã
do Norte, de 1866, que se tornaria a constituição do Império Alemão, com alguns
ajustes. A Alemanha recebeu algumas características democráticas, em especial o
Reichstag, que, diferentemente do parlamento do Reino da Prússia, era eleito por
sufrágio direto e equitativo (masculino). Opondo, o processo legislativo exigia a
concorrência do Bundesrat, o conselho federal de deputados dos estados federados, no qual a Prússia exercia grande influência.
Por trás de uma fachada constitucional, a Prússia era a influência predominante
em ambos os órgãos legislativos. Ademais, o poder executivo era atribuído ao
Kaiser, que nomeava o chanceler da Alemanha. O chanceler reportava-se e dependia exclusivamente do Kaiser e, oficialmente, constituía um "gabinete de um
homem só", responsável pela direção dos assuntos de Estado; na prática, os secretários de Estado atuavam de modo informal como ministros. O chanceler detinha a prerrogativa de propor as leis, que o Reichstag aprovava, emendava ou rejeitava.
Bismark había introducido el voto universal igualitario no por ansias de
democratización, sino porque veía en él un contrapeso unificador frente al
particularismo de los Estados en una asamblea elegida dentro de una
amplia base. Luego se arrepintió de esta decisión. Adversario decidido
del régimen parlamentario, concebía ante todo el Reichstag como una
cámara de registro Legislativo. (GUILLEN, 1973. p.10).
Bismark, baseado na constituição usava a política externa como “terreno reservado do imperador”, o norte do chanceler era utilizar a monarquia meramente figurativa, ou seja, Bismark mandava, sendo ele combatente ferrenho ao avanço da
democracia, liberalismo e socialismo. Com medo da criação de uma “liga dos vencidos” tratou de se aproximar politicamente da Áustria, evitando assim que ela que
ela fizesse uma aliança com a França. A Rússia via como ameaça a germanização da Europa, e moveu uma estratégia de pan-eslavismo sobre ela, a crise balcânica começa a se desenrolar, sendo este um dos antecedentes da primeira
guerra. Logo Áustria e Alemanha se unem politicamente para formar um bloco sólido editando um tratado defensivo O “zweibund”.
A crise financeira no final dos anos de 1870 criou uma pressão no governo para
que o império se expandisse, principalmente os antigos aliados de Bismark, agora
prejudicado por sua nova política conservadora e totalitarista. Os liberais utilizavam como retórica que se a França e o Reino Unido, inimigos do império, se lançavam ao colonialismo, porque o Reich ficaria de fora? Além dessa tese justificavam essa atitude para sanar outro problema do império que era a superpopulação.
Bismark, num primeiro momento, se mostrava páreo às políticas iniciais do primeiro reinado (Bismark-Guilherme I: concentrar-se no interior do Reich, não se expandir e fortalecer o interior do império.), mas com as crises, ele viu a possibilidade
 de utilizar os pioneiros comerciais do ultramar, não para fortalecer a economia,
já que para ele a colonização por essas empresas ainda era fraca e não traria tantos benefícios econômicos para o império, mas viu a oportunidade de confirmar a
vitalidade e a potência expansionista do Reich, fortalecendo o patriotismo, e a audácia dos pioneiros, seduzindo Guilherme I para que se iniciem os primórdios da
Weltpolitik7. Mesmo assim, diversas crises no cenário político abalaram o interior
do império, principalmente por sofrer influencia da crise Franco-alemã e AustroRussa. Duas frentes então se formavam, no ocidente a queda de Ferry e a chegada ao poder de Boulanger, incitou o nacionalismo francês, ameaçando o poder do
Reich na Europa. A estratégia foi renovar o tratado austro-alemão, aproximando a
Itália da Áustria.
Com a ascensão de Guilherme II ocorreu a grande mudança e o enfraquecimento do Reich, a priori Guilherme II tinha em sua mente, assim como Bismark, que a
força militar era o pilar do seu império, mas ao passar de alguns anos começou a
dar voz à oposição, declarando até que sonhava com a monarquia popular.
Guilherme II começou a se mostrar contrário ao posicionamento de Bismark,
revogando alguns de seus decretos, como o que impedia que os ministros conversassem com o soberano sem a sua presença. Por esse e diversos outros choques
entre o monarca e o chanceler e suas antigas legislações, o soberano exigiu a
demissão do Bismark, tornando o Imperador cada vez mais orgulhoso e zeloso de
sua posição de autoridade.
Algumas camadas da sociedade alemã começaram a olhar para esse novo monarca como fraco politicamente, porém ele tinha uma grande expressão e representatividade econômica, já que nos anos iniciais do período pós-Bismark houve
um grande desenvolvimento econômico, mas em 1892-1893 uma nova crise econômica cíclica se instalou no império, ameaçando os liberais e os colonizadores,
devido aos pesados custos da política colonialista, insatisfazendo ainda mais
aqueles que achavam fracas e errôneas as mudanças e a “democratização” propostas pelo novo imperador.
Las veleidades reformistas mostradas por Guillermo II apenas Bismark
abandonó el poder, se disiparon rapidamente. El emperador se vio cada
vez más influido por la aristocracia nobiliaria, la Iglesia Evangélica prussiana y los grandes empresarios. Los cancilleres Hohenlohe (1894 –
1900), gran señor bávaro de espíritu liberal, pero debilitado por la edad, y
Bülow (1900-1909), hábil diplomático, pero sin gran experiencia en política interior, dejaron que los conservadores terratenientes predominaran
en el Gobierno. Para reunir a la burguesía de negocios, a las clases medias y al campesinado, el ministro de finanzas, Miquel, invitó a las “fuerzas del orden” a que se unieran contra las amenazas de subversión social (Sammlungspolitik) (GUILLEN, 1973. p.199)
Essa volta ao conservadorismo era uma resposta às reformas e as destituições
de cargos que Guilherme II fazia e que estavam sendo interpretado como uma
depreciação da nação. O espírito alemão, totalitarista e nacionalista, tão enaltecido por Bismark, estava sendo trocado por um totalitarismo de interesses pessoais,
assimilando-se a época do particularismo alemão. Esse descontentamento geral
somado as causas trabalhistas que adentraram no império era visto pelos conservadores como culpa de um governo não centralizado e fraco, isso fez com que
muitos trabalhadores se filiassem aos sindicatos e seus grevistas. Guilherme II
não tinha apoio do partido socialista, tampouco dos conservadores e zentrum, que
o acusava de negligencia para com o povo alemão, diversas vezes o imperador
estudou formas de “pesar a mão” sobre os trabalhadores e grevistas. Tentando
aprovar leis como zuchthaus-vorlage, se tratando de impossibilitar por completo o
direito de associação ao sindicato. Os patrões e a liga central dos industriais aprovaram essa lei, porém os sindicatos e o partido socialista que crescia consideravelmente, nunca superando em números os conservadores e zentrum, marcaram
diversas greves e manifestações contrárias às atividades do império. Com relutância do imperador e as tentativas dos conservadores de evitar as medidas que favoreciam os trabalhistas, o governo teve que ceder as pressões concedendo vários benefícios de 1899 até 1907. Após as concessões houveuma crise política
complexa, causando uma falta de acordo entre socialistas e liberais, e entre conservadores e liberais.
Guillen cita uma corrente de historiadores, e nós nos encontramos nela, que
acredita que um dos motivos da entrada do império alemão na primeira guerra,
seria de solucionar os problemas internos, já que tinha a crise política, financeira,
a causa do operariado, e os problemas externos, além de poder solucionar o como
ser mais bem vistos por outras nações que não enxergavam mais o antigo poder
do império, Guilherme II queria então fortalecer os laços diplomáticos criados por
Bismark. Interpretamos que a entrada na primeira guerra uniria todos os Alemães
por um espírito da unidade nacional, concluindo assim as distensões internas,
sendo um meio mais fácil de evitar a crise imperial quase iminente.
A guerra trouxe alguns legados para o povo Alemão, reforçando a antiga retórica da tendência “prussiano-germânica”, onde considerava o exército como “a escola da nação”. Com exceção de alguns dissidentes da extrema esquerda do
SPD8, a guerra gerou um ímpeto de patriotismo em todos os segmentos da sociedade Alemã, que a viam como uma força unificadora. Nunca desde a época de
Bismark o governo conseguiu tanto apoio popular, Guilherme II chegou a declarar
a nação: “- Não conheço mais nenhum partido! Agora conheço apenas Alemães!”.
A união e o consenso patriótico que há décadas os conservadores tentavam
buscar foram trazidos com o desenrolar da guerra. Dado início ao plano Schlieffen,
que tratava a guerra em duas frentes, oriental (contra o atrasado império Russo) e
ocidental (França), fez com que o pacto da neutralidade Belga fosse desconsiderado, dando motivo para a Inglaterra entrar na guerra, atrapalhando os planos de
guerra rápida no ocidente, mesmo assim houve vitórias significativas na frente oriental, o que fez o general Paul Von Hindenburg e seu chefe de Estado maior Erich
Lundendorff assumir o comando de todo exército em 1916 até 1918(fim da primeira guerra). Apoiado nas legislações prussianas, de um cunho militar, eles controlaram a Alemanha como “ditadores”, trazendo descontentamento para o SPD. O
povo alemão via a necessidade da vitória para manter a paz e a união alemã, só
os despojos da vitória ofereciam um futuro para a perspectiva de paz social. O
SPD, sempre contrário à guerra, também foi contrário ao plano de expansão territorial, mas o governo tinha que manter diplomacia com este partido para se ter
apoio das massas na guerra, propôs um plano de domínio econômico na Bélgica,
as potências rivais foram contrárias a estes. Os planos expansionistas uniriam vários segmentos da sociedade alemã, vemos isso em Stalckeberg.
Os líderes alemães procuravam aquisições territoriais para garantir fronteiras mais seguras; os pangermânicos queriam incorporar todos os grupos étnicos alemães num império expandido para o leste; os industriais
alemães exigiam maior acesso a recursos naturais. Os partidários de um
império alemão em outros continentes tendiam a encarar os britânicos
como maior inimigo; os partidários de um imperialismo continental viam a
Rússia como o principal inimigo. As tendências expansionistas alemãs se
juntaram na visão amplamente partilhada da Mitteleuropa, uma federação
de estados centrais europeus, dominada pelo Reich alemão. (STALCKEBERG, 2002. P.86)
Com a divisão da SPD, criou-se uma facção contra a guerra e militante de oposição (USPD9). Se antes o partido era contra a guerra, mas mesmo assim apoiaram
os créditos para ela no Reichstag, a nova facção se punha em oposição extrema
as decisões governamentais, pressionando o povo e diminuindo a perspectiva da
vitória.
Com a derrota iminente a revolução ocorreu, como um golpe de cima para baixo,
que na ótica deles evitaria a revolução das bases. A USPD declarou uma república bávara em Munique, os pactos de subserviência foram feitos, a USPD e a SPD
concordaram com a necessidade da saída do Kaiser, conforme exigiam os estrangeiros, o príncipe e então chanceler Max Von Baden anunciou a abdicação do
monarca, para evitar que a insatisfação popular e as greves se espalhassem por
toda Alemanha, então os párias da política alemã, proscritos por Bismark, agora
assumiam o poder, o líder do SPD, se tornaria o primeiro presidente da república
de Weimar, e para piorar o cenário alemão temos a seguinte situação da juventude pós-guerra:
Desalojados do grupo de trabalho civil pelos veteranos de volta, os
homens dessa faixa de idade tornaram-se uma espécie de geração supérflua, nunca plenamente integrados na estrutura social. Muitos procuraram uma vazão para suas frustações nos movimentos políticos da extrema direita. A guerra glorificou o etos militar da camaradagem, união, heroísmo e sacrifício pessoal, que se tornaria fundamental para o sistema
fascista de valores. Teve também um efeito nivelador das classes sociais,
unindo homens das mais diversas origens e ocupações para partilharem
a provação comum das trincheiras. O colapso parcial das distinções de
classe na guerra demonstrou como o etos da camaradagem podia facilitar a integração dos trabalhadores descontentes na comunidade nacional
(STALCKEBERG, 2002. P.82-83)
No desenrolar da república de Weimar vemos uma crise econômica sem precedentes, que serviria de estopim para a volta do nacionalismo e totalitarismo alemão.
Posterior a Primeira Guerra Mundial, foi assinado o tratado de Versalhes (1919),
que impôs cláusulas desfavoráveis entre os vitoriosos e os perdedores (principalmente a Alemanha), uma dessas foi o “acordo” obrigando a Alemanha a pagar
valores
 imensos e indefinidos como “reparações” aos danos causados pela guerra, outra transformou a Alemanha como a única responsável por eles (chamada
cláusula da “culpa de guerra”), o que somado aos fatores anteriormente mencionados, começam a fomentar a revolta da nação, o que foi muito favorável ao reforço do nacionalismo alemão. É iniciado então um compromisso em que os EUA
propunham fixar os pagamentos conforme a capacidade de pagar do país, isso
geraria debates “intermináveis“, crises periódicas entre o EUA e seus aliados,
principalmente a França, que desejava para sua própria “segurança econômica”,
manter a Alemanha fraca e desestruturada, tendo um meio de pressiona-la. Em
1921 eles decidiram um acordo para o valor a ser pago pelo país perdedor, que
seria exorbitante e racionalmente impossível de ser pago, caberia então à Alemanha pagar um valor fixado em 132 bilhões de marcos ouro (algo em torno de 33
bilhões de dólares na época), o que gera desconforto entre os antigos aliados dos
americanos, já que eles queriam relacionar suas dívidas com as “reparações”, o
que também era absurdo já que compreendia meio por cento a mais do PIB alemão em 1929.
Sem que a economia alemã estivesse restaurada, seria impossível a Europa ter
novamente a estabilização de uma civilização e economias liberais. Como dito
anteriormente os franceses tinham uma política de “segurança” forçando a economia Alemã para baixo, impedindo seu crescimento, porém eles se encontravam
fracos demais para impor essa estratégia, mesmo quando ocupou o “coração industrial” da Alemanha ocidental em 1923, foram obrigados após 1924 a tolerar
uma politica de “realização” alemã, que fortaleceu a economia da Alemanha, o que
era interessante para os EUA e seus Aliados, já que suas propostas era a de injetar capital na economia Alemã para depois usufruir do crescimento e seus débitos
para com o mercado externo.
Pelo o que foi demonstrado isso fez com que não só Alemanha quanto a Europa
inteira ficassem extremamente sensíveis ao empréstimo de origem americano.
Após a crise em Wall Street (1929), desmoronou então aquela rede integrada de
“reparações”, culpa da Grande Depressão. Logo o fim dos pagamentos não teve
efeitos positivos em território alemão tampouco nas economias globais, o sistema
de economias integradas tinha sido destruído (temporariamente).
Como dito por Hobsbawm em a Era dos Extremos, o colapso econômico entre
guerras pode ser visto de dois modos, o primeiro quemostra o incrível desequilíbrio na economia internacional, tendo em vista a assimetria entre o desenvolvimento dos EUA e o resto do mundo, e o segundo ponto da Depressão seria a não
geração, pela economia mundial, de demanda suficiente para uma expansão duradoura (na década de 1920, as fundações da prosperidade eram fracas, a agricultura já se encontrava quase em depressão e os salários estagnaram-se nos
últimos anos do crescimento económico).
A Alemanha tenta acompanhar as fases do capitalismo rápido demais, porém
não consegue, o que acaba reforçando o apoio da direita radical, pelo menos no
pior período da Grande Depressão, pelos especulares reveses da esquerda revolucionaria. Indo contra o que esperava a internacional comunista (que fosse iniciado outra rodada de revoluções sociais), tendo em vista que além da União Soviética o movimento comunista foi reduzido a um estado de fraqueza quase que total.
Isso se deve graças à politica suicida do Komintern (do alemão Kommunistische
Internationale, literalmente seria Internacional Comunista, designando a Terceira
Internacional), que não apenas subestimou o poder do nacional-socialismo na
Alemanha, como seguiu uma linha de isolamento sectário que parece incrível em
retrospecto, decidindo que seu principal inimigo era o trabalhismo de massa organizado dos partidos socialdemocratas e trabalhistas.
Temos então na Alemanha uma recessão da economia e um nível de desemprego crescente no pior período da Depressão (1932-33). É visto uma redução da
força de trabalho na Alemanha de quase 50% (uma média de 44%), o que cria
cada vez mais revolta dentro deste país. O nível de desemprego só despencaria
com a ascensão nazista ao poder, que trouxe uma reformulação trabalhista e uma
reforma econômica ao país, o partido nazista beneficiou-se tanto das tradições
intelectuais do povo alemão, quanto de um governo implacável, decidido a livrarse do desemprego a qualquer custo, que assolava a Alemanha e deixava quase a
metade da mão de obra do país sem serviço, cuidaram da Grande Depressão de
uma forma mais rápida e bem sucedida que os outros países Europeus.
Regressando aos anos da crise temos um impacto central, que é o desemprego
em massa sobre a politica dos países industrializados, pois foi este o primeiro e
principal significado da Grande Depressão para a maioria dos habitantes dos países atingidos. Os preços caíram em todo o período entre guerras, principalmente o
dos alimentos, o desemprego seria visto como “uma ferida profunda e potencialmente mortal no corpo politico”, dado também confirmado devido a 85% dos componentes do Partido Comunista na Alemanha, (que cresceu tão rapidamente
quanto o nazista de Hitler, antes do ultimo subir no poder), estavam desempregados, foi então à ausência de soluções dentro da velha economia liberal, que fez
com que os tomadores de decisões econômicas frente ao desemprego em massa
e o colapso dos preços agrícolas, se viram em um impasse, e a grande Depressão
obrigou os governos ocidentais a dar às considerações sociais prioridades sobre
as econômicas em suas politicas de Estado. Os perigos implícitos em não se fazer
isso, acarretaram na radicalização da esquerda e, como na Alemanha, a ascensão
da extrema direita, ligado a um nacionalismo extremo.
Rego expõe que Lukács tenta compreender a transição da Republica de Weimar
para o Nazismo como uma forma de elucidar os desdobramentos totalitários da
sociedade Alemã. Procurando nas profundezas da História os eventos que seriam
decisivos para conduzir aquela sociedade ao desfecho trágico da solução Prussiana e que segundo Lukács, constituem o solo histórico do totalitarismo nazista
(REGO, 1996, p. 105-106).
Podemos observar, no final da república de Weimar, que grandes empresas
estavam cada vez mais desiludidas, as pessoas seguiam o mesmo caminho, todos que haviam perdido grandes fortunar procuravam agora alguém para culpar.
Foi nesse contexto que a imprensa marrom, apoiada pela extrema direita, se
aproveitou e lançou uma campanha acusando os socialdemocratas (SPD) , alegando que a corrupção judaica estava exercendo influência indevida sobre a república e causando ruína financeira para muitos alemães comuns de classe média. Uma série de conflitos políticos e econômicos começou a romper as bases da
república de Weimar, não sendo apenas impactante no âmbito político, afetando
assim as pessoas comuns, que eram muito comprometidas com a política, isso
fica bem claro em:
Indiferença política dificilmente foi uma característica da população
alemã nos anos que levaram ao Terceiro Reich. As pessoas possivelmente sofriam de um excesso de engajamento e comprometimento políticos.
Uma indicação disso pode ser encontrada nas taxas extremamente altas
de comparecimento às eleições – nada menos que 80% do eleitorado na
maioria dos pleitos. 108 As eleições não deparavam com nada de indiferença, que se alega ser o sinal de uma democracia madura. Pelo contrário, durante as campanhas eleitorais, em muitas partes da Alemanha cada centímetro disponível de paredes externas e colunas de publicidade
parecia coberto de pôsteres, em cada janela havia bandeiras penduradas, cada prédio era engrinaldado com as cores de um ou outro partido
político. Isso ia muito além do senso de dever que diziam ter movido os
eleitores rumo às urnas nos anos pré-guerra. Parecia não haver área da
sociedade ou da política imune à politização. (EVANS. 2010. p136)
Nos anos de 1927-28 o partido nazista começa a modificar a sua estrutura por
todo país, onde jovens ativistas começam a se destacar (Himmler está entre eles),
porém é válido ressaltar que mesmo os homens mais velhos envolvidos no movimento ainda eram jovens, diferentemente dos políticos dos partidos principais, em
1929, Hitler tinha apenas 40 anos, Goebbels 32, Hess 35. Neste contexto, Hitler
acreditava que os partidários mais envolvidos e mais dinâmicos sempre estariam
encabeçando o movimento, e então ganhariam posições elevadas, ajudando o
partido nazista a ficar sempre ativo e lutando. Já podemos ver em 1929 o partido
nazista com uma organização invejável, com funcionários leais, competentes e
sempre explorando muito bem a propaganda, era de fato um partido muito dependente do fanatismo de seus membros mais ativos.
O desemprego dilacerou a moral das pessoas, no começo da década de 1930,
era possível avistar homens nas ruas, com placas em volta do pescoço: “À procura de trabalho de qualquer tipo”. Desemprego o qual passou a ser uma rotina na
vida dos alemães, segundo Evans.
As crianças eram observadas fazendo brincadeiras de “contratação”, e,
quando algumas foram solicitadas por um pesquisador a escrever ensaios autobiográficos curtos em dezembro de 1932, o desemprego também
figurou em destaque: “Meu pai está desempregado há mais de três
anos”, escreveu uma estudante de 14 anos: Antes ainda acreditávamos
que o pai conseguiria um emprego de novo algum dia, mas, agora, até
nós acrianças perdemos toda a esperança. (Evans. 2010. P 237)
Com a Depressão chegando ao seu zênite, era possível ver grupos de homens e
gangues de rapazes fazendo ponto nas ruas, praças e parques das aldeias e cidades alemãs, vadiando por lá, sempre com um ar de violência e criminalidade.
Foi nesse contexto que muitos alemães viram como solução uma política conservadora e já não acreditavam tanto na democracia, então o nazismo começa a ganhar adeptos por toda a Alemanha, passando a conquistar amigos entre
 as elites
conservadoras e nacionalistas. Quanto mais a Alemanha se afundava na Depressão, cada vez mais cidadãos de classe média começaram a ver o partido nazista
como uma possível solução para sair dessa situação.
Foi nesse cenário político que Três forças se chocaram nas eleições de 1932, a
SPD que era a frente de esquerda, buscando um ideal “socialista”, mas acabou
por detonar o sindicalismo; a Frente de Weimar que tentava manter o poder; e a
NSDAP, que almejava o retorno da tão oprimida classe média, buscando apoio
nos sindicatos abandonados pela esquerda.
Com seus 84 anos, e a saúde precária, Hindenburgcandidatou-se a Presidente
para as eleições de 1932, já que era visto por muitos como sendo o único que podia derrotar Adolf Hitler. Embora ele fosse contrário às ideias de Hitler, a desestabilidade política da República de Weimar, permitiu a Hindenburg ter um papel importante na ascensão ao poder do Partido Nazista. Hindenburg dissolveu o parlamento, por duas vezes, em 1932, e nomeou Hitler Chanceler da Alemanha em
Janeiro de 1933. Em Fevereiro, emitiu o Decreto de Fogo do Reichstag que suspendia várias liberdades civis e, em Março, assinou a Lei de Concessão de Plenos
Poderes de 1933 na qual o parlamento dava à administração de Hitler poderes
legislativos. Hindenburg veio a falecer no ano seguinte, sendo assim Hitler declarou que o lugar de Presidente ficava vazio, e ele próprio tomou o lugar como Chefe de Estado. Sendo assim Hitler é o Füher.
O Totalitarismo é anterior à configuração do que é ser Alemão, ou Seja, o Totalitarismo é anterior ao Nacionalismo Alemão e com o passar dos anos é visto a
tentativa de convidar o povo a aceitá-lo a partir da união com o Nacionalismo.
Com a democratização da Alemanha pela Republica de Weimar, a ótica Alemã via
um sistema politico novo e suspeito, perspectiva confirmada, pois foi nesse período que i inicio da maior crise econômica Alemã ocorreu, criando assim um sentimento de falta de fé na democracia. Desconsiderando o fato da perda de rumo
desta forma politica no período da guerra, o período inicial da ideologia do NSDAP
salvou a Alemanha do patamar humilhante onde esse país se encontrava, sendo
assim, para o povo faltava um líder para clamar pelo ardor do Ser Alemão.
NOTAS:
NSDAP¹- sigla partidária para Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou Partido
Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães em Português
Hohestauffen²- A 7° casa Dinástica que esteve no comando do I Reich, em ordem: Carolíngia, Guideshi, de volta a Carolíngia, uma Família de povos Saxões germânicos, os Sália, os Von Süpplingerburg, os Von Hohenstaufen, os Guelfos, os Von Wittelsbach, e por
ultimo os Von Habsburg
Santo Império Romano³- note que houve um pequeno erro de tradução, os mesmos traduziram palavra por palavra de “Heiliges Römisches Reich” leia então: Sacro Império Romano Germano.
Extensão territorial4- no seu ápice englobou os territórios dos modernos Estados da
Alemanha, Áustria, Suíça, Liechtenstein, Luxemburgo, República Tcheca, Eslovênia, Bélgica, Países Baixos e grande parte da Polônia, França e norte da Itália. Na maior parte da
sua história, o império consistiu de centenas de pequenos reinos, principados, ducados,
condados, Cidades livres imperiais, e outros domínios.
Alemanha5- Quando mencionarmos Alemanha nesta fase entre impérios compreenda
que falamos dos Estados independentes, com o particularismo como Mote.
Feudos6- utilizamos esta palavra na falta de um termo melhor, entenda como os micros
feudos absolutista citado por Rêgo.
Weltpolitik7 - traduzindo é a Politica de Mundo, uma politica expansionista, no II Reich a
priori o avanço econômica (na ótica dos empresários) e posteriormente territorial, no III
Reich também é utilizado, mas com um caráter primordial militar e de expansão territorial.
SPD8 – sigla partidária para Sozialdemokratische Partei Deutschlands ou Partido SocialDemocrata da Alemanha em Português
USPD9 - Unabhängige Sozialdemokratische Partei Deutschlands ou Partido SocialDemocrata Independente da Alemanha em Português, uma facção de radicalismo da esquerda oriunda do Partido Social-Democrata da Alemanha.
BIBLIOGRAFIA:
STACKELBERG, Roderick. A Alemanha de Hitler: Origens, interpretações, legados / Roderick Stackelberg: Tradução de A.B. Pinheiro de Lemos. – Rio de janeiro: Imago Ed; 2002. 4122 pp.
HOBSBAWM, Eric J., 1917 – Nações e nacionalismo desde 1780 : Programa,
mito e realidade / E.J Hobsbawm ; (tradução Maria Celia Paoli, Anna Maria Quirino. – Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1990.
GUILLEN, Pierre. Alemania: EL IMPERIO ALEMAN (1871-1918): coleccion de
historia contemporanea – Barcelona – España: editorial Vices-vives; 1973.
EVANS, Richard J. - A chegada do Terceiro Reich / Richard J. Evans ; tradução
Lúcia Brito. – São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2010.
HOBSBAWN, Eric. - Era dos Impérios (1875 - 1914). 8° Edição. Rio de Janeiro,
Paz e Terra, 2003.
HOBSBAWN, Eric. - Era dos Extremos: o Breve Século XX (1914-1991). São
Paulo, Companhia das Letras, 2003.
FONTE EDITADA:
HITLER, Adolf, 1889-1945. Minha Luta = Mein Kampf / Adolf Hitler; tradutor Klaus
Von Puschen. – São Paulo: Centauro, 2001.
ARTIGO:
RÊGO, W. D. L. Artigos Lukács: Um Galileu no Século XX. São Paulo: Editora
Boitempo1996.
FONTES IMAGÉTICAS:
Description: Colonial Empires 1905
Source: Bibliothek allgemeinen und praktischen Wissens für Militäranwärter Band
I, 1905 / Deutsches Verlaghaus Bong & Co Berlin * Leipzig * Wien * Stuttgart
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