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Estética_na_filosofia

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Ete porto digital - Filosofia 2 anos 
 Profa. Bernadete de Souza 
 Tema: arte e esté�ca na filosofia 
 Vídeo aula: h�ps://youtu.be/kKPXqXsFMGw 
 O que é Esté�ca na Filosofia? 
 A Estética, também chamada de Filosofia da Arte, 
 é uma das áreas de conhecimento da filosofia. Tem 
 sua origem na palavra grega aisthesis , que 
 significa "apreensão pelos sentidos", "percepção". 
 É uma forma de conhecer (apreender) o mundo 
 através dos cinco sentidos (visão, audição, paladar, 
 olfato e tato). 
 Importante saber que o estudo da estética, tal como é 
 concebido hoje, tem sua origem na Grécia antiga. 
 Entretanto, desde sua origem, os seres humanos 
 mostram possuir um cuidado estético em suas 
 produções. 
 Das pinturas rupestres, e os primeiros registros de 
 atividade humana, ao design ou à arte 
 contemporânea, a capacidade de avaliar as coisas 
 esteticamente parece ser uma constante. 
 Mas, foi por volta de 1750, que o filósofo Alexander 
 Baumgarten (1714-1762) utilizou e definiu o termo 
 "estética" como sendo uma área do conhecimento 
 obtida através dos sentidos (conhecimento sensível). 
 A estética passou a ser entendida, ao lado da lógica, 
 como uma forma de conhecer pela sensibilidade . 
 Desde então, a estética se desenvolveu como área de 
 conhecimento. Hoje, é compreendida como o estudo 
 das formas de arte, dos processos de criação de 
 obras (de arte) e em suas relações sociais, éticas e 
 políticas. 
 A Beleza entre os Gregos 
 A filosofia grega, a partir de seu período antropológico, 
 buscou perceber os motivos pelos quais as atividades 
 humanas possuem um comprometimento com um 
 valor estético: a beleza. 
 Desde o início dos tempos, a ideia de beleza e de bem 
 fazer estão interligadas à produção e transformação 
 da natureza. 
 Com isso, o filósofo grego Platão (427-347) buscou 
 relacionar a utilidade com a ideia da beleza. Ele 
 afirmou a existência do "belo em si", uma essência, 
 presente no "mundo das ideias", responsável por tudo 
 o que é belo. 
 Muitos dos diálogos platônicos têm como discussão o 
 belo, sobretudo O Banquete . Nele, Platão se refere ao 
 belo como uma meta a ser alcançada por todo o tipo 
 de produção. 
 Entretanto, o filósofo une o belo à sua utilidade e 
 ataca a poesia e o teatro grego. No pensamento 
 platônico, esse tipo de atividade não possuía utilidade 
 e gerava confusão acerca dos deuses e dos objetivos 
 das ações humanas. 
 Detalhe de um vaso grego. Na Grécia antiga, beleza e 
 utilidade estavam relacionadas 
 Em seu livro A República , Platão deixa claro que na 
 formulação de sua cidade ideal, a poesia grega seria 
 afastada da formação dos homens por desvirtuar os 
 indivíduos. 
 Em Aristóteles, há a compreensão de arte como 
 técnica destinada à produção. O filósofo busca definir 
 os termos gregos: práxis (ação), poiesis (criação) 
 e techné (regras e procedimentos para se produzir 
 algo). 
 Sendo assim, passa a ser entendido como arte, tudo o 
 que passa por essas três dimensões, todo o tipo de 
 trabalho e tudo aquilo que produz algo novo. 
 Entretanto, há uma forte hierarquia entre as artes 
 gregas. As artes da razão, que trabalham com o 
 intelecto, são entendidas como superiores às artes 
 mecânicas, que trabalham com as mãos. 
 O trabalho com as mãos é compreendido como um 
 trabalho menor, desvalorizado, destinado aos 
 escravos. Cabia ao bom cidadão grego as atividades 
 do intelecto como a matemática e a filosofia. 
 A Beleza ao Longo da História da Filosofia 
 A beleza era entendida pelos gregos em sua 
 objetividade. Essa concepção foi mantida durante toda 
 a Idade Média e estendida em sua relação com a 
 religião. A ideia de perfeição e beleza estiveram 
 relacionadas à manifestação da inspiração divina. 
 Durante o período, a arte foi utilizada como um 
 instrumento a serviço da fé. Seu principal objetivo era 
 revelar o poder da Igreja e expandir a religião cristã. A 
 beleza em si mesma passou a ser relacionada ao 
 pecado. 
 Com o fim da Idade Média, o Renascimento buscará 
 separar-se da visão religiosa da beleza. A ideia da 
 beleza passa a se relacionar com a reprodução mais 
 fiel possível da realidade. O artista passa a assumir o 
 protagonismo, sua qualidade técnica passa a ser 
 valorizada. 
 A beleza, entendida em sua objetividade, vai estar 
 relacionada com as proporções, formas e harmonia 
 das representações da natureza. Essas características 
https://youtu.be/kKPXqXsFMGw
https://www.todamateria.com.br/republica-platao/
 tornam-se expressões matematicamente presentes 
 nas obras de arte. 
 O Homem Vitruviano (c.1490). A produção de 
 Leonardo da Vinci mostra a estreita relação entre arte 
 e matemática no período. Na imagem, observam-se 
 diversas invenções e ao centro, um corpo humano 
 inscrito em figuras geométricas 
 Definiu-se, então, um campo relativo às sete artes 
 (pintura, escultura, arquitetura, música, dança, teatro e 
 poesia) ou, belas artes. Essa concepção de arte se 
 mantém até os dias atuais, apesar de terem surgido 
 novas formas de expressão artística (fotografia, 
 cinema, design, etc.). 
 Baumgarten e a Origem da Estética 
 O filósofo alemão Alexander Baumgarten inaugurou a 
 estética como área de conhecimento da filosofia. 
 Buscou compreender os modos de reprodução da 
 beleza pela arte. 
 Em boa parte, isso se deu pelo fato da arte ter se 
 estabelecido como um ato de produção que pode 
 estar associada a um valor econômico. 
 Para atribuir um valor a uma obra é necessária uma 
 compreensão da arte que vai além do simples gosto. 
 Baumgarten buscou estabelecer regras capazes de 
 julgar o valor estético da natureza e da produção 
 artística. 
 As bases definidas pelo filósofo propiciaram que ao 
 longo do tempo a arte fosse concebida para além de 
 sua relação com a beleza. A arte passa a se 
 relacionar com outros sentimentos e emoções, que 
 influenciam a identificação do que é belo e de seu 
 valor. 
 Kant e o Juízo de Gosto 
 O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) propôs uma 
 importante mudança no que diz respeito à 
 compreensão da arte. O filósofo tomou três aspectos 
 indissociáveis que possibilitam a arte como um todo. 
 É a partir do pensamento do filósofo que a arte 
 assume o seu papel como instrumento de 
 comunicação. Para ele, a existência da arte depende 
 de: 
 ● o artista, como gênio criador; 
 ● a obra de arte com sua beleza; 
 ● o público, que recebe e julga a obra. 
 Kant desenvolve uma ideia de que o gosto não é tão 
 subjetivo como se imaginava. Para haver gosto, é 
 necessário que haja educação e a formação desse 
 gosto. 
 O artista, por sua vez, é compreendido como gênio 
 criador, responsável por reinterpretar o mundo e 
 alcançar a beleza através da obra de arte. 
 Seguindo a tradição iluminista, que busca o 
 conhecimento racional como forma de autonomia, o 
 filósofo retira a ideia do gosto como algo indiscutível. 
 Ele vai contra a ideia de que cada pessoa possui o 
 seu próprio gosto. 
 Para Kant, apesar da subjetividade do gosto, há a 
 necessidade de universalizar o juízo de gosto a partir 
 da adesão de outros sujeitos a um mesmo julgamento. 
 O filósofo buscou resolver essa questão através da 
 ideia de que para alguma coisa ser considerada bela, 
 é necessário antes, compreender o que ela realmente 
 é. Sendo assim, a educação seria responsável pela 
 compreensão da arte e, a partir daí, a formação do 
 gosto. 
 A Liberdade Guiando o Povo (1830), Eugène 
 Delacroix. O quadro remonta o espírito da Revolução 
 Francesa, inspirado pelo Iluminismo e que influenciou 
 as artes, a política e a filosofia 
 O juízo de gosto une a universalidade da apreciação 
 da beleza às singularidades e particularidades do 
 artista, da obra e do público. 
 Escola de Frankfurt 
 Um importante ponto de mudança no estudo da 
 estética foi introduzido por uma série de pensadores 
 da Universidade de Frankfurt, na Alemanha. 
 Dentre esses pensadores destacam-se Walter 
 Benjamin, TheodorAdorno e Max Horkheimer, que 
 influenciados pelo pensamento de Karl Marx, tecem 
 duras crítica ao capitalismo e seu modo de produção. 
 A partir desse pensamento, Walter 
 Benjamin (1892-1940) publica uma importante obra 
 chamada A Obra de Arte na Era de Sua 
 Reprodutibilidade Técnica (1936). 
 Nela, o filósofo afirma que a possibilidade de 
 reproduzir obras de arte faria com que ela perdesse 
https://www.todamateria.com.br/immanuel-kant/
https://www.todamateria.com.br/walter-benjamin/
https://www.todamateria.com.br/walter-benjamin/
 sua "aura" de originalidade, unicidade e de 
 exclusividade das aristocracias. 
 Essa mudança poderia permitir o acesso à obra de 
 arte pela classe trabalhadora, que antes estaria 
 completamente excluída. 
 Por outro lado, dentro do sistema capitalista, a 
 reprodução técnica da arte centraria seus esforços no 
 lucro gerado pela distribuição massiva de 
 reproduções. O valor da obra é transportado para sua 
 capacidade de ser reproduzida e consumida. 
 Benjamin chama a atenção para o apelo à exposição 
 e fala sobre uma nova forma de cultura que busca 
 reproduzir a estética da arte. A política e a guerra, por 
 exemplo, passam a suscitar emoções, e paixões, que 
 antes eram próprias da arte, através da propaganda e 
 dos espetáculos de massa. 
 Esse tipo de força estética pode ser observado na 
 propaganda, nas paradas militares e nos discursos 
 que continham uma multidão de pessoas presentes 
 realizados pelo partido nazista. 
 Folheto de propaganda da Exposição “ Arte 
 degenerada ” em 1938. Nela, nazistas ridicularizavam 
 a arte moderna e expunham concepções estéticas 
 proibidas 
 Com o fim da segunda guerra mundial, o nazismo foi 
 derrotado, mas sua forma de propaganda e a 
 massificação de elementos estéticos permaneceu e 
 desenvolveu-se na chamada indústria cultural. 
 A Estética nos dias de Hoje 
 A estética, desde sua relação com o belo entre os 
 gregos, sua definição como área do conhecimento por 
 Baumgarten, até os dias de hoje, vem se 
 transformando e buscando compreender os principais 
 fatores que levam os indivíduos a possuírem um 
 "pensamento estético". 
 A filosofia e a arte encontram-se na estética. Muitos 
 são os pensadores que, ao longo do tempo, fizeram 
 essa união como modo de compreender uma das 
 principais áreas de conhecimento e atividade humana. 
 Hoje em dia, boa parte das teorias estéticas são 
 produzidas, também, por artistas que visam unir a 
 prática e a teoria na produção do conhecimento. 
 É o caso de Ariano Suassuna (1927-2014), 
 dramaturgo, poeta e teórico da estética. No vídeo 
 abaixo, ele fala do valor da arte popular e sua relação 
 com a dominação cultural. 
 h�ps://youtu.be/ew5XpfZMwnQ 
 Revisão 
 1 - “A solução da antinomia do gosto encontra 
 aqui sua explicação e seu significado. 
 Contrariamente ao que afirma o racionalismo 
 clássico, o juízo de gosto não se fundamenta em 
 conceitos (regras) determinados: portanto, 
 torna-se impossível ‘disputar’ acerca dele como se 
 tratasse de um juízo de conhecimento científico. 
 No entanto, ele não se limita a remeter à pura 
 subjetividade empírica do sentimento, porque se 
 baseia na presença de um objeto, que se é belo 
 (...), desperta uma ideia necessária da razão que é, 
 enquanto tal, comum à humanidade. Portanto, é 
 em referência a essa ideia determinada (..) que é 
 possível ‘discutir’ o gosto e ampliar a esfera da 
 subjetividade pura para visar uma partilha não 
 dogmática da experiência estética com outrem 
 enquanto outro homem” 
 (LUC FERRY: Homo aestheticus: a invenção do gosto 
 na era democrática). 
 A partir da leitura do texto acima, é correto afirmar 
 que: 
 a) o dito “questão de gosto não se discute” tem 
 sentido, uma vez que o gosto não é objeto 
 científico. 
 b) os juízos de gosto concorrem para a constituição da 
 cultura e da socialidade. 
 c) se pode e se deve discutir e formular juízos de 
 gosto, embora sirvam apenas como exercícios 
 teóricos. 
 d) o discutir sobre o gosto é condição suficiente para o 
 entendimento entre as subjetividades. 
 e) o autor aponta um outro critério científico, além dos 
 métodos científicos conhecidos. 
 2 - A concepção de arte tem mudado ao longo dos 
 séculos. A arte como imitação da natureza e a arte 
 como expressão e construção são, 
 respectivamente, concepções dos seguintes 
 períodos: 
 a) antigo e contemporâneo. 
 b) antigo e medieval. 
 c) medieval e moderno. 
 d) antigo e moderno. 
 e) moderno e contemporâneo. 
 3 - “[...] não é ofício do poeta narrar o que 
 aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia 
 acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a 
 verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não 
 diferem o historiador e o poeta por escreverem 
 verso ou prosa [...] diferem, sim, em que diz um as 
 coisas que sucederam, e outro as que poderiam 
 suceder. Por isso a poesia é algo de mais 
 filosófico e mais sério do que a história, pois 
 refere aquela principalmente o universal, e esta o 
 particular”. 
 (ARISTÓTELES. Poética. Trad. de Eudoro de Souza. São Paulo: 
 Nova Cultural, 1987. p. 209.) 
 Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
 estética em Aristóteles, é correto afirmar: 
 a) A poesia é uma cópia imperfeita, realizada no 
 mundo sensível, sob a inspiração das musas e 
 distante da verdade. 
 b) Os poetas, de acordo com a sua índole, 
 representam pessoas de caráter elevado, como 
 ocorre na tragédia, ou homens inferiores, como na 
 comédia. 
 c) A poesia deve ser fiel aos acontecimentos históricos 
 e considerar os fatos em sua particularidade. 
 d) A poesia deve a sua origem à história e a 
 compreensão daquela supõe o entendimento da 
 própria natureza do ser humano. 
 e) A imitação, que ocorre na tragédia, representa uma 
 ação completa e de caráter elevado, de uma forma 
 narrativa e não dramática. 
 4 - ) “A rua era das mais animadas da cidade; por 
 todo o dia estivera cheia de gente. Mas agora, ao 
 anoitecer, a multidão crescia de um minuto para 
 outro; e quando se acenderam os lampiões de gás, 
 duas densas, compactas correntes de transeuntes 
 cruzavam diante do café. Jamais me sentira num 
 estado de ânimo como o daquela tarde; e saboreei 
 a nova emoção que de mim se apossara ante o 
 oceano daquelas cabeças em movimento. Pouco a 
 pouco perdi de vista o que acontecia no ambiente 
 em que me encontrava e abandonei-me 
 completamente à contemplação da cena externa.” 
 (Walter Benjamin – Sobre alguns temas em 
 Baudelaire) 
 O texto nos leva a uma compreensão de estética 
 como: 
 a) uma concepção de que o belo não está em uma 
 forma definida, mas na plasticidade do cotidiano. 
 b) um estudo do caos humano representado pela 
 multidão e suas relações econômicas. 
 c) estabelecimento de um padrão de beleza para a 
 obra de arte. 
 d) técnica de reprodução da obra de arte em massa. 
 e) imitação do mundo sensível. 
 5 - A estética corresponde ao ramo da filosofia 
 que se ocupa das manifestações artísticas, 
 buscando apontar, por exemplo, os diferentes 
 critérios e modos como em diferentes momentos 
 ou culturas se percebe e classifica algo como 
 belo, sublime ou agradável. Trata-se, assim, de 
 uma forma de conhecimento que não nega a razão, 
 ao certo, mas que coloca em relevo a forma como 
 ela se relaciona com a imaginação e com a 
 sensibilidade. 
 A partir do exposto acima, é correto afirmar: 
 a) Juntamente com a razão,a imaginação e a 
 sensibilidade são fatores indispensáveis para a 
 nossa apreensão do mundo e das coisas. 
 b) A estética é o campo da filosofia que se ocupa da 
 relação entre o pensamento e a religião. 
 c) Na estética, a razão predomina sobre a 
 sensibilidade e a imaginação. 
 d) O sublime e o agradável devem ser apreendidos de 
 forma objetiva pelo raciocínio lógico. 
 e) Na estética não há lugar para a razão, visto que ela 
 se baseia na sensibilidade e na imaginação. 
 6 - Leia os textos a seguir. 
 A arte de imitar está bem longe da verdade, e se 
 executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir 
 apenas uma pequena porção de cada coisa, que 
 não passa de uma aparição. 
 Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de 
 Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste 
 Gulbenkian, 1993. p.457. 
 O imitar é congênito no homem e os homens se 
 comprazem no imitado. 
 Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de 
 Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os 
 Pensadores”. 
 Com base nos textos, nos conhecimentos sobre 
 estética e a questão da mímesis em Platão e 
 Aristóteles, assinale a alternativa correta. 
 a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas 
 fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, 
 algo inadequado e inferior, tanto em relação aos 
 objetos representados quanto às ideias universais 
 que os pressupõem. 
 b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, 
 pintores e escultores representam perfeitamente a 
 verdade e a essência do plano inteligível, sendo a 
 atividade do artista um fazer nobre, imprescindível 
 para o engrandecimento da pólis e da filosofia. 
 c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe 
 à reprodução de objetos existentes, o que veda o 
 poder do artista de invenção do real e impossibilita 
 a função caricatural que a arte poderia assumir ao 
 apresentar os modelos de maneira distorcida. 
 d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma 
 atividade que reproduz passivamente a aparência 
 das coisas, o que impede ao artista a possibilidade 
 de recriação das coisas segundo uma nova 
 dimensão. 
 e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é 
 imitação e entende que a música, o teatro e a 
 poesia são incapazes de provocar um efeito 
 benéfico e purificador no espectador. 
 7 - Na República, Platão faz a seguinte 
 consideração sobre os poetas: 
 [...] devemos começar por vigiar os autores de 
 fábulas, e selecionar as que forem boas, e 
 proscrever as más. 
 [...] Das que agora se contam, a maioria deve 
 rejeitar-se. [...] As que nos contaram Hesíodo e 
 Homero – esses dois e os restantes poetas. 
 Efectivamente, são esses que fizeram para os 
 homens essas fábulas falsas que contaram e 
 continuam a contar. 
 Por seu turno, na Poética, Aristóteles diz o 
 seguinte a respeito dos poetas: 
 [...] quando no poeta se repreende uma falta contra 
 a verdade, há talvez que responder como 
 Sófocles: que representava ele os homens tais 
 como devem ser, e Eurípides, tais como são. E 
 depois caberia ainda responder: os poetas 
 representam a opinião comum, como nas histórias 
 que contam acerca dos deuses: essas histórias 
 talvez não sejam verdadeiras, nem melhores; [...] 
 no entanto, assim as contam os homens. 
 (ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de 
 Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 468. Os 
 Pensadores IV.) 
 Com base nos textos acima e nos conhecimentos 
 sobre o pensamento estético de Platão e de 
 Aristóteles, assinale a alternativa correta. 
 a) Para Platão e Aristóteles, apesar da importância de 
 poetas como Homero, na educação tradicional 
 grega, as fábulas que compuseram são perigosas 
 para a formação da juventude. 
 b) Platão critica os poetas por dizerem o falso e 
 apresentarem deuses e heróis de maneira 
 desonrosa, enquanto Aristóteles os elogia por 
 falarem o verdadeiro. 
 c) Platão e Aristóteles concordam com o fato de o 
 poeta falar o falso, só que para Platão suas fábulas 
 são indignas para a juventude, enquanto que, para 
 Aristóteles, a poesia por ser mímesis não precisa 
 dizer a verdade. 
 d) O problema para Platão é que Homero e os outros 
 poetas falam sobre o mundo sensível e não sobre 
 a verdade; já Aristóteles acredita que eles devem 
 ser repreendidos por isso. 
 e) Falar o falso para Platão é problemático porque o 
 falso pode passar pelo verdadeiro; para Aristóteles, 
 o poeta apresenta a verdadeira realidade. 
 8 - “Em suma, o que é a aura? É uma figura 
 singular, composta de elementos espaciais e 
 temporais: a aparição única de uma coisa distante, 
 por mais perto que ela esteja. Observar, em 
 repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de 
 montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta 
 sua sombra sobre nós, significa respirar a aura 
 dessas montanhas, 	desse	 	galho.	 	Graças	 	a	 	essa	
	de�inição,	 	é	 	fácil	 	identi�icar	 	os	 	fatores	
	sociais	 	especí�icos	 	que	 	condicionam	 	o	
	declínio	 	atual	 da aura. Ele deriva de duas 
 circunstâncias, estreitamente ligadas à crescente 
 difusão e intensidade dos movimentos de massas. 
 Fazer as coisas ‘ficarem mais próximas’ é uma 
 preocupação tão apaixonada das massas 
 modernas como sua tendência a superar o caráter 
 único de todos os fatos através da sua 
 reprodutibilidade”. 
 Fonte: BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua 
 reprodutibilidade técnica”. In: Magia e Técnica, Arte e 
 Política. Obras Escolhidas. Tradução de Sérgio Paulo 
 Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 170. 
 Com base no texto e nos conhecimentos sobre 
 Benjamin, assinale a alternativa correta: 
 a) Ao passar do campo religioso ao estético, a obra de 
 arte perdeu sua aura. 
 b) Ao se tornarem autônomas, as obras de arte 
 perderam sua qualidade aurática. 
 c) O declínio da aura decorre do desejo de diminuir a 
 distância e a transcendência dos objetos artísticos. 
 d) O valor de culto de uma obra de arte suscita a 
 reprodutibilidade técnica. 
 e) O declínio da aura não tem relação com as 
 transformações contemporâneas.

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