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Introdução à Apicultura

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V e t e r i n a r i a n D o c s 
www.veterinariandocs.com.br 
 
 
 
1 
www.veterinariandocs.com.br 
Apicultura 
 
Introdução 
 -Antigamente a coleta era de forma extrativista e predatória; 
 -A apicultura nasceu após o homem aprender a explorar racionalmente as 
colméias; 
-Histórico: 
 -Abelhas são descendentes das vespas, há 135 milhões de anos atrás, que 
deixaram de se alimentar de insetos e começaram a se alimentar de pólen; 
 -O homem promovia uma ‘caçada’ ao mel em troncos, fendas, etc; 
 -Aproximadamente a 2.500 a.C os egípicios passaram a acomodar abelhas em 
potes de barro; 
 -Não era mais concebível matar abelhas para a extração de mel. Então foram 
desenvolvidas técnicas; 
 -Em 1851, Lorenzo Lorraine Langstroth, verificou que as abelhas depositavam 
própolis em qualquer espaço inferior à 6mm e construíam favos em espaços superiores à 
9mm. A medida entre esses 2 espaços foi chamado de ‘espaço abelha’ que é o espaço 
livre existente no interior da colméia; 
 -Colméia Langstroth (mobilista); 
Produtos Apícolas 
 -Mel: 
 -Substância obtida a partir do néctar das flores, secreções presentes em 
plantas, que são processadas e armazenadas nos favos. 
 -Há dois processos para formação do mel: um físico e outro químico; 
 -Composição: 18% de água, 81% de açucares (principalmente glicose e 
frutose) e 1% de proteínas, vitaminas e sais minerais. 
 
2 
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 -O mel possui atividade bactericida, graças ao efeito osmótico produzido 
pelo seu elevado teor de açucares; 
 -Pólen: 
 -Fonte de proteínas para as abelhas; 
 -Fortificante natural recomendada para restabelecer o equilíbrio 
nutricional do organismo humano; 
 -O consumo de pólen pelas operárias é importante, uma vez que elas só 
produzem geléia real a partir da matéria liberada pela digestão do pólen e metabolizado 
pelas células das glândulas hipofaringeas; 
 -Composição: 12-20% de água, 7-36% de proteínas, 25-48% de açucares 
e 1-25% de lipídeos; 
 -Própolis: 
 -É uma substância resinosa obtida pelas abelhas através da coleta 
de resinas da flora (pasto apícola) da região, e alteradas pela ação das enzimas contidas 
em sua saliva. A cor, sabor e o aroma da própolis variam de acordo com sua origem 
botânica e vem do mel; 
 -Sua formação se dá pela adição de pólen, cera e enzimas; 
 -É utilizada pelas abelhas na construção e proteção da colméia e também 
como desinfetante; 
 -Geléia Real: 
 -Alimento produzido pelas abelhas nutrizes para alimentar larvas e 
rainhas; 
 -Substância branco-leitosa, com sabor e odor forte-ácido; 
 -Considerado um dos melhores estimulantes biológicos, ação energética, 
regenerados e fortalecedor do sistema imunológico; 
 -Correspondente á uma secreção leitosa que não possui açucares que 
provém das glândulas mandibulares, a uma secreção aquosa que possui açucares 
semelhantes ao mel e que provém da secreção hipofaríngea; 
 -Composição: 66% de água, 12% de proteínas, 13% de carboidratos, 5% 
de lipídeos e 4% de vitaminas e minerais. 
 -Cera: 
 -Produzida pelas glândulas cerígenas (localizadas no abdômen); 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abelha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Resina
 
3 
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 -Função: construção de favos; 
 -Cera alveolada: auxilia as abelhas na construção de novos favos. 
 -Apitoxina: 
 -Veneno da abelha. 
 -A exteriorização do veneno produzido pela glândula, se dá através do 
ferrão, que funciona como um órgão de injeção; 
 -Somente as fêmeas possuem aparelho picador e glândula de veneno (e as 
mais eficientes são as operárias); 
 -Quando as abelhas picam sobre superfícies elásticas, como por exemplo, 
a pele humana, elas perdem o ferrão juntamente com parte das vísceras e, em 
conseqüência, morrem; 
 -Terapeuticamente é recomendada para minimizar os casos de artrite, 
reumatismo, hipertensão e é tem ação anticoagulante; 
Gêneros, Espécies e Subespécies 
 1-Apis flórea e Apis andreniformis: 
-Características: 
 -Abelhas anãs; 
 -Eficientes polinizadoras; 
 -Não ficam confinadas; 
 -Comunicam-se através de danças, utilizando o sol como referencial; 
 2-Apis dorsata: 
-Características: 
 -Abelha gigante; 
 -Armazenam 10kg de mel por ano; 
 -Umidade do mel elevada (34%), fermenta facilmente; 
 -Grande capacidade de defesa; 
 3-Apis cerana: 
-Características: 
 -Semelhante à Apis mellifera; 
 
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 -Colméia de vários favos paralelos; 
 -Defendem-se melhor de vespas, mas enxameiam com freqüência; 
 -Produzem entre 7 e 20kg de mel por ano; 
 4-Apis laboriosa: 
-Características: 
 -Habitam o Himalaia (acima de 2.000m de altitude); 
 -90% do mel indiano provém destas abelhas; 
 5-Apis mellifera: 
-Características: 
 -Abelha mais conhecida e mais utilizada; 
 -Nidificam tanto em lugares fechados como abertos; 
 -Existe ampla diversidade e comportamento de acordo com as subespécies; 
 -Subespécies: 
 4.1-Apis mellifera mellifera: ‘Abelha Negra’ ou ‘Abelha Alemã’ 
 -Abelhas grandes e escuras, com poucas listras amarelas. 
 -Possuem língua curta o que dificulta o trabalho em flores profundas; 
 -Nervosas e irritadas, tornam-se agressivas com facilidade; 
 -Produtivas e prolíferas, adaptam-se com facilidade; 
 -Propolisam com abundância em regiões úmidas; 
 4.2-Apis mellifera ligustica: ‘Abelha Italiana’ 
 -Coloração amarelo intenso, produtiva e mansa; 
 -Bastante populares; 
 -Língua mais comprida que A. mellifera mellifera 
 -Possuem sentido de orientação fraco e entram em colméias erradas; 
 -Constroem favos rapidamente e são mais propensas ao saque do que 
outras abelhas (por não serem agressivas); 
 4.3-Apis mellifera caucasica: 
 
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 -Coloração cinza-escuro, com aspecto azulado e possuem língua 
comprida; 
 -Raça mansa e bastante produtiva; 
 -Enxameiam com facilidade e usam muita própolis; 
 -Sensíveis à Nosema apis (causa diarréia); 
 4.4-Apis mellifera carnica: 
 -Semelhante à Apis mellifera melliefera, com abdômen cinza ou marrom; 
 -Pouco propolisadoras, mansas e tolerante à doenças; 
 -Facilmente adaptativas; 
 -Enxameiam com facilidade; 
 4.5-Apis mellifera scutellata: ‘Abelha Africana’ 
 -Muito produtivas e muito agressivas; 
 -Suas operárias possuem um ciclo de desenvolvimento precoce (19 dias) 
em relação às européias (21 dias), o que lhe confere vantagem na produção e na 
tolerância ao ácaro do gênero Varroa. 
 -Possuem visão mais aguçada e resposta mais rápida e eficaz ao 
ferormônio de alarme; 
 -Convertem o alimento rapidamente em cria, aumentando a população e 
liberando grandes enxames reprodutivos; 
 -Migram facilmente se a competição for grande; 
 -Enxameiam muito mais e são mais resistentes a doenças do que as 
espécies européias; 
Introdução Apis mellifera no Brasil 
 -Em 1840, o Padre Antonio Carneiro introduziu no Brasil, espécies de Apis 
mellifera e Apis carnica; 
 -Em 1845, imigrantes alemães introduziram abelhas no sul do Brasil; 
 -Maioria eram colméias para consumo próprio; 
 -1950 ocorreram muitas doenças, dizimando 80% das colméias; 
 -1956 o professor Warwick Estevam foi à África para selecionar rainhas. Ele 
trouxe para o Brasil 49 rainhas e montou colméias. Destas, 26 enxamearam após 45 
dias; 
 
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 -País tentou erradicar estas abelhas; 
 -Solução: cruzamento entre rainhas italianas com zangões africanos, e o 
resultado foi as abelhas Africanizadas (produtivas e mais mansas); 
Abelha Africanizada 
-Características: 
 -Variabilidade genética alta 
 -Nordeste: mais africana; 
 -Sul: mais européia; 
 -Agressividade moderada; 
 -Alta produtividade; 
 -Grande tolerância à doenças; 
 -Grande adaptação climática 
Ciclo de Desenvolvimento 
 -Fases: ovo, larva, pupa e adulto (rainha, zangão e operária); 
 -Como é feito a postura: 
A Rainha deposita um ovo no fundo de cada alvéolo. O ovo é cilíndrico, branco 
e permanecena posição vertical dentro do alvéolo. Há uma pequena abertura chamada 
de micrópilo, por onde penetram os espermatozóides. Três dias após a postura, nasce a 
larva, apresentando cor branca, formato vermiforme e fica no fundo do alvéolo em 
forma de ‘C’. Para a formação de zangões, se põem ovos não fecundados em alvéolos 
maiores e para a formação de operárias se põem ovos fecundados. 
 Durante este estágio, a larva se alimenta, acumulando uma reserva energética no 
corpo. A larva passa por 5 estágios de crescimento, trocando de cutícula a cada estágio. 
No final da fase larval (5-6 dias), após a eclosão da larva, muda de posição, ficando 
ereta e imóvel. Nesta fase (pré-pupa), não se alimenta mais, tece o seu casulo. 
 Na fase de pupa ocorre a divisão do corpo, surge antenas, olhos compostos, 
patas, pêlos e aparelho bucal. Os olhos e corpo passam por mudanças de coloração. 
 A duração desta fase é diferente para cada caso: 
 
(segue tabela para Abelha Africanizada) 
 
 
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 Ovo Larva Pupa Total 
Rainha 3 5 7 15 
Operária 3 5 12 20 
Zangão 3 6,5 14,5 24 
 
 -Longevidade 
 Rainha: entre 1 e 2 anos; 
 Operária: entre 20 e 40 dias; 
 Zangão: entre 15 e 80 dias, se houver alimento. Na escassez de alimento 
as operárias os expulsam. 
Estrutura e Uso dos Favos 
 -São formados por alvéolos de formato hexagonal; 
 -Inclinação de 4º a 9º para cima; 
 -2 tamanhos: pequenos e grandes; 
 -Rainha se desenvolve na ‘realeira’; 
 -Região de cria: geralmente a prole é criada na região central, facilitando o 
controle de temperatura; 
 -Ao redor é estocado o alimento; 
Diferença entre Geléia Real e Geléia de Operária 
 -A geléia real possui qualidade superior, com maior quantidade de secreção 
mandibular e maior concentração de açucares. A geléia de operária se dá por grande 
secreção hipofaríngeana com baixa concentração de açucares. 
Organização Social 
 1-Rainha: 
 -Responsável pela perpetuação e ordem social; 
 -Mantém todas abelhas unidas por liberação de ferormônios; 
 -Faz vôo nupcial (ocorre de manhã, a 8-20m de altura) entre 9 e 12 dias 
de vida adulta e pode copular com 10-20 zangões; 
 -5 ou 6 dias após a cópula, faz a postura, cerca de 2.500 ovos por dia. 
 
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 -O sêmen é armazenado na espermateca e é usado pela vida toda da 
abelha; 
 -A rainha sempre está acompanhada de operárias; 
 2-Operárias: 
 -Fazem todo o trabalho relacionado à colméia; 
 -Idades e divisão do trabalho: 
 -0 a 5 dias (abelhas faxineiras): fazem a limpeza de alvéolos e 
rainhas que estão nascendo; 
 -5 a 10 dias (abelhas nutrizes): são produtoras de geléia real; 
 -11 a 20 dias: constroem favos e caso não haja necessidade de 
novos favos, produzem mel; 
 -20 e 21 dias (abelhas sentinelas): fazem a defesa da colméia, 
possuem alta concentração de veneno e também fazem a manutenção da temperatura 
interna da colméia (variando entre 34 e 35ºC); 
 -22 até a morte (abelhas campeiras): fazem atividades fora da 
colméia, como: coletar néctar, água e resinas. 
 3-Zangões: 
 -Não vive mais que duas horas sem alimento; 
 -Atinge maturidade sexual em 12 dias; 
 -Ocorre a morte depois da cópula pela protusão dos órgãos sexuais; 
Morfologia das Abelhas 
-Corpo dividido em 3 partes que são protegidas por um exoesqueleto duro 
formado por segmentos recobertos de pêlos. O exoesqueleto tem por função: 
sustentação, proteção contra predadores, contra perda de água e através de interligações 
com músculos e membranas possibilitam a livre movimentação; 
 1-Cabeça: 
 -Possui olhos compostos, ocelos, pêlos sensoriais, antenas e aparelho 
bucal (mandíbulas e probóscide) 
 1.1-Olhos Compostos: em número de 2, em posição laterofrontal. 
 -São formados por um conjunto de omatídeos; 
 -O número de facetas varia de acordo com a casta 
 
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 -Operária: 4.000 – 6.900 
 -Rainha: 3.000 – 4.000 
 -Zangões: 7.000 – 8.600 
 -Função: fotorreceptiva, concentram, focam, percebem luz, cores 
(ultravioleta, azul-violeta, verde, amarelo, laranja – não enxergam o vermelho) e 
movimentos; 
 1.2-Ocelos: olhos simples, em número de 3, arranjados em forma 
triangular, situados na região frontal mediana da cabeça; 
 -Não formam imagem. 
 -Detectam intensidade luminosa, regulando sua atividade durante 
o dia. 
 1.3-Pêlos sensoriais: percebem o fluxo de ar e protegem contra a poeira e 
ar. 
 1.4-Antenas: em número de 2, localizadas na região frontal mediana da 
cabeça. 
 -Possuem sensibilidade auditiva, olfativa e percebem a direção de 
um odor específico; 
 -Divisão: escarpo, pedicelo e flagelo. 
 -Os odores são percebidos por placas porosas localizadas no 
flagelo; 
 -Operária: 3.000 placas porosas 
 -Rainha: 1.600 placas porosas 
 -Zangão: 30.000 placas porosas 
 -Os sons são percebidos por finas membranas vibratórias 
localizadas no escarpo; 
 -Através das antenas as abelhas percebem: o dióxido de carbono, 
umidade e temperatura; 
 -Internamente ao pedicelo, estão presentes os órgãos de Johnston, 
que são células sensoriais que servem para medir a velocidade de vôo. 
 1.5-Mandíbulas: em número de 2, cortam e manipulam o pólen, cera e 
própolis; 
 
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 -Responsável também pela alimentação das crias, dissolução da 
cera, limpeza, retirada de abelhas mortas e defesa; 
 1.6-Probóscide: utilizada na coleta e ingestão de líquidos, coleta de 
pólen, desidratação do néctar, evaporação de água controlando a temperatura do ninho, 
troca de alimentos e dispersão de ferormônios da rainha; 
 2-Tórax: 
 -Contém: patas e asas 
 -Apresenta grande quantidade de pêlos, ao visitarem as flores, o pólen se 
fixa nos pêlos, realizando com eficiência a polinização. 
 2.1-Patas: em número de 6 (3 pares) 
 -Divisão: coxa, trocanter, fêmur, tíbia, tarso e prétarso 
 -As tíbias são adaptadas para o transporte de pólen, em estruturas 
chamadas de Corbículas. 
 -As corbículas são concavidades rodeadas de pêlos, com uma 
cerca central que ajuda a reter o pólen ou resinas; 
 2.2-Asas: em número de 4 (2 pares), ligados entre si por hámulos 
(ganchos); 
 -As asas também são utilizadas na comunicação, sons produzidos
 na base das asas e direcionados para trás, indicam as distâncias entre a colméia e 
a fonte de alimento; 
 3-Abdômen: formado por 7 segmentos nas fêmeas e 8 segmentos nos machos; 
 3.1-Ferrão: uma estrutura composta por quitina e músculo que serve para 
a introdução do ferrão e injeção de veneno. O ferrão é constituído de um estilete que no 
seu interior sustenta duas lancetas farpadas. As farpas prendem o ferrão na pele do 
indivíduo, no esforço da abelha para voar, acaba rompendo a musculatura, deixando o 
saco de veneno e levando a abelha à morte. O ferrão continua injetando veneno por 30-
60 segundos mesmo depois da saída da abelha. 
 3.2-Sistema Digestivo: 
 -O esôfago se inicia na boca, passando pelo tórax e chega ao 
abdômen. 
 -No abdômen o esôfago se dilata, recebendo o nome de papo. 
 -No final do papo, existe uma válvula, denominada ‘pró-
ventrículo’, que antecede o ventrículo (estômago funcional), intestino delgado e reto. 
 
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 -O papo possui grande capacidade de expansão, sendo 
responsável pelo transporte de água e néctar, auxiliando a formação de mel; 
 -O pró-ventrículo regula a passagem de água e alimento para o 
ventrículo (estômago); 
 -A maior parte da digestão e absorção do alimento ocorre no 
ventrículo, restos alimentares como cascas de pólen e células mortas atravessam o 
intestino até o reto para excreção; 
 -O reto tem a capacidade de expansão, abelhas saudáveis não 
defecam dentro da colméia e em dias de frio ou chuva acumulam restos alimentares por 
vários dias; 
 -Entre o ventrículo e o intestino delgado, estão presentes os 
Túbulos de Malpighi,que absorvem restos de líquidos nitrogenados do sangue, 
transferindo para o intestino para serem eliminados. 
 3.3-Sistema Circulatório: 
 -O sangue das abelhas (denominado de hemolinfa) é frio e claro; 
 -Possuem um coração de forma alongada, localizado no dorso da 
abelha; 
 -O coração impele o sangue até a cabeça e de volta para a 
cavidade corporal, é auxiliado por diafragmas dorsal e ventral; 
 -Apresentam uma aorta e dois vasos pequenos que percorrem as 
antenas e músculos; 
 -Função: transportar nutrientes, conduzir resíduos até os órgãos 
excretores, lubrificar os órgãos e defesa contra patógenos por meio de células 
sanguíneas que atacam os microorganismos invasores. 
 3.4-Sistema Respiratório: 
 -O oxigênio e o gás carbônico são transportados por um sistema 
de tubos ou traquéias que se unem ao exterior por orifícios na cutícula, denominados 
‘espiráculos’. 
 -A troca de gases de dá por difusão simples; 
 3.5-Sistema Nervoso: 
 -Consiste de um cérebro com 7 centros nervosos com várias 
junções através do corpo, controlando localmente algumas musculaturas; 
 
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 -As extremidades dos nervos sensoriais ou receptores recebem 
informações sobre as modificações ocorridas no meio ambiente e as transmitem por 
impulsos elétricos, coordenando as atividades dos insetos. 
 3.6-Sistema Glandular: 
 -Esta intimamente relacionada ao comportamento e as atividades 
das abelhas. 
 -Estão presentes na cabeça, tórax e abdômen. 
 -Cabeça: glândulas hipofaringeanas, mandibulares e salivares; 
 -Tórax: glândulas salivares; 
 -Abdômen: glândulas de cera, de cheiro e as associadas ao ferrão. 
 3.6.1-Glândulas de Cera (celíferas): 
 -A cera é produzida por meio de 4 pares de glândulas, localizadas entre o 4º e 7º 
segmentos ventrais do abdômen. 
 -Após ser secretada em forma de escama, solidifica rapidamente e são 
transportadas pelas operárias com a pata traseira; 
 -Para confecção de favos a cera é manipulada pelas mandíbulas e patas 
anteriores; 
 -A cera possui coloração branca com tonalidade amarela, resultante da presença 
de pigmentos carotenóides; 
 -A produção de cera depende de uma alimentação protéica na fase larval, 
desenvolvendo adequadamente as glândulas e corpo gorduroso; 
 -Necessita de um bom suprimento de mel, para produzir 1kg de cera as abelhas 
utilizam entre 6-7kg de mel. 
 3.6.2-Glândulas de Comunicação: 
 -Glândulas de Nasonov (de cheiro): 
 -Localizado no 7º segmento; 
 -Secreção que auxilia as abelhas no seu agrupamento, orientação do 
alvado, formação dos enxames, identificação de fontes de água e alimento; 
 -Através das contrações abdominais, expões a glândula de cheiro, 
simultaneamente batem as asas dispersando a secreção; 
 -Glândulas Mandibulares: 
 
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 -Operárias jovens: produzem o principal componente do alimento larval; 
 -Operárias velhas: produzem ferormônio de alarme usado para marcar 
um intruso após a ferroada; 
 -O cheiro estimula e direciona o ataque das outras operárias 
 -Glândulas do Ferrão: 
 -Localizadas na membrana da base do ferrão; 
 -Liberam durante a ferroada ferormônios relacionados ao sistema de 
alarme; 
 -Glândulas Tarsais Arnhat: 
 -Localizadas nas patas das abelhas; 
 -Função: possivelmente as secreções são deixadas nos locais onde não 
apresentam mais fontes de alimento; 
 3.6.3-Glândulas de Defesa: 
 -Glândula de Veneno ou Ácida: 
 -Produtora de veneno; 
 -Consiste em um tubo longo iniciado no saco de veneno e desembocando 
na base do ferrão; 
 -Glândula de Dufour ou Básica: 
 -Ligada ao aparelho do ferrão; 
 -Função: é possível que lubrifique o ferrão ou revista o ovo para proteção 
e fixação no fundo do alvéolo; 
 3.6.4-Glândulas Produtoras de Alimento: 
 -Glândulas Salivares: 
 -Localizadas na cabeça e no tórax; 
 -Tórax: secreção aquosa com função de dissolver o açúcar e amolecer o 
alimento; 
 -Cabeça: secreção oleosa e sua função é desconhecida; 
 -Glândulas Hipofaringeanas: 
 -Juntamente com a secreção das glândulas mandibulares, produzem a 
geléia real; 
 
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 -Em operárias velhas produzem a invertase: convertendo a sacarose do 
néctar em glicose e frutose, formando o mel. 
 3.6.5-Glândulas presentes nas Rainhas: 
 -Glândula Koschevnikov: está associada ao ferrão e tem como função produção 
de odores atrativos. 
 -Glândula Epidermais: distribuída por todo o corpo, principalmente no abdômen 
com a função atrativa e comunicação da presença da rainha na colméia. 
 -Glândulas Mandibulares: função na inibição de produção de realeiras, da 
enxameação e postura de ovos pelas operárias, além de atrair zangões e liberação do 
ferormônio da glândula Nasovov. 
 3.6.6-Glândulas presentes nos Zangões: 
 -Glândulas Mandibulares: atrai as rainhas e outros zangões para a zona de 
congregação de zangões; 
 3.6.7-Glândulas presentes nas Crias: 
 -Estimula a coleta de alimento e inibe o desenvolvimento dos ovários das 
operárias. Permite que as operárias reconheçam idade, casta e estado de sanidade das 
crias. 
 3.7-Sistema Reprodutivo: 
 -A rainha e os zangões estão envolvidos no processo de 
reprodução, já as operárias são responsáveis por todo o trabalho da colméia. 
 -Ao atingir a maturidade sexual a rainha parte para o vôo nupcial, 
que ocorre uma vez em sua vida; 
 -O órgão sexual masculino consiste: 2 testículos, 2 vesículas 
seminais que são ligadas aos testículos por canais deferentes. Existem ligadas as 
vesículas 2 glândulas produtoras de muco, que é liberado junto com sêmen. Na cópula 
os espermatozóides atravessam o ducto ejaculatório até o pênis ou endofalo; 
 -O órgão sexual feminino consiste: 2 ovários bem desenvolvidos, 
cada um tendo um oviduto que posteriormente se unem em um oviduto comum, tendo 
ligação com a espermateca, seguindo para a vagina. Após a cópula, os espermatozóides 
penetram pela vagina indo para espermateca. Uma espermateca conserva em torno de 
5,3 a 5,7 milhões de espermatozóides que serão utilizados na fecundação de ovos 
durante toda a vida da rainha. 
 -Os óvulos produzidos por seus ovários atravessam os ovidutos 
até a vagina, podendo ser fecundados ou não. 
 
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 -Os óvulos fecundados, diplóide (2n), darão origem as fêmeas e 
óvulos não fecundados, haplóide (n), darão origem aos zangões. 
 -Operárias possuem aparelho reprodutor e espermateca pouco 
desenvolvidos e não funcionais, mas na ausência da rainha poderão pôr ovos não 
fertilizados, originando zangões. 
Equipamentos Apícolas 
 1-Macacão: 
 -Deve ser de cor clara (cor escura pode irritar as abelhas); 
 -Confeccionado com tecido grosso (Brin) ou sintético (nylon, poliéster 
ou albene); 
 -Pode ser inteiriço ou em duas partes (calça e jaleco), com elásticos nos 
punhos e barras; 
 1.2-Máscara: 
 -Deve possuir armação que mantenha a tela longe do rosto; 
 -Se não possuir armação, usar chapéu; 
 -A parte frontal deve ser de tela escura, pois não reflete a luz; 
 1.3-Luvas: 
 -Pode ser confeccionada de couro, napa ou borracha; 
 1.4-Botas: 
 -Pode ser confeccionada de couro ou borracha de cano alto; 
 2-Formão: 
 -Utensílio de metal, com formato de espátula; 
 -Utilizado para abertura de caixas, remoção dos quadros, limpeza e 
raspagem de resíduos; 
 3-Sacador de Quadro: 
 -Estrutura de metal dotado de garras que prendem o quadro; 
 -Evita contaminação do mel e esmagamento de abelhas; 
 4-Vassoura ou Espanador: 
 -Pequena vassoura de mão, utilizada para remover abelhas dos favos, 
sem machucá-las; 
 
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 -Deve ser feito de material sintético; 
 5-Fumigador: 
 -Equipamento constituído de tampa, fole, fornalha, grelha e bico de pato; 
 -Função: produzir fumaça; 
 -Funções da fumaça: 
 -Disfarçar o cheiro do ferormônio de alarme; 
 -Simularincêndio nas proximidades para que as abelhas encham 
os papos com mel, assim não conseguem curvar o abdômen para ferroar; 
 -Material para queima: maravalha seca, algodão, sabugo de milho. Nunca 
usar madeira tratada. 
*Para o manejo sempre dispor de martelo, alicate e arames. 
 6-Limpador de Canaleta: 
 -Material metálico de extremidade curvada; 
 -Utilizado para raspar ceras velhas das canaletas, para posteriormente 
encaixar uma nova placa de cera alveolada; 
 7-Caneco Soldador: 
 -Utensílio de metal em formato de panela, para que se possa derreter a 
cera para posteriormente soldar as placas alveoladas; 
 -Põe-se lascas de cera no interior e deixa em banho-maria até derreter o 
conteúdo; 
 8-Carretilha: 
 -Utensílio utilizado para fixar a cera alveolada no arame; 
Colméias 
 -É a habitação das abelhas; 
 -Maioria são compostas de quadros móveis (colméias mobilistas); 
 -Em Santa Catarina são utilizados: Langstroth, Schenk, Schrimen e Ideal 
 1-Colméia Langstroth: 
 -Colméia padrão pela Confederação Brasileira de Apicultura; 
 -Espaço abelha: ideal 7-8mm 
 
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 -Vantagens: 
 -Facilita manejo; 
 -Fornece alta produção de mel; 
 -Possibilita a centrifugação dos favos e seu reaproveitamento; 
 -Possibilita a produção de mel de boa qualidade; 
 -Desvantagens: 
 -Em regiões frias e ventosas, necessita de maiores cuidados; 
*Como resolver: utilizando um redutor de alvado (reduz a entrada); 
 -Características: 
 -Possui quadros em posição perpendicular ao alvado (entrada); 
 -Considerada uma colméia fria, pois há maior circulação de ar 
internamente; 
 -Divisão: 
 -Tampa: fecha a colméia, protege-a contra frio e entrada de 
elementos prejudiciais. 
 -Melgueira: destinado ao armazenamento de mel e pólen; 
 -Tela Excluidora: exclui a rainha do zangão, apenas as operárias 
passam; 
 -Ninho: local utilizado para postura de ovos e cria de novos 
indivíduos; 
 -Fundo: é a base da colméia; 
 2-Colméia Schenk: 
 -Desenvolvida por Emílio Schenk; 
 -Possui quadros dispostos paralelamente ao alvado, reduzindo a 
circulação de ar dentro da colméia; 
 -Considerada uma colméia quente; 
 3-Colméia Schirmer: 
 -Desenvolvida por Bruno Schirmer; 
 -Quadros dispostos em paralelo ao alvado; 
 
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 -Considerada um colméia quente; 
 -Ninhos são 5cm mais altos que as colméias Langstroth; 
 4-Colméia Ideal: 
 -Desenvolvido por Roberto Pries (SC); 
 -Possui base quadrada, permitindo a reversão da posição dos quadros; 
 -Considerada colméia quente e fria; 
 -Ninhos e melgueiras possuem mesmas dimensões; 
5-Núcleos: 
 -São colméias com espaço interno reduzido e com número de quadros 
menor; 
 -São utilizados para fecundação de rainhas, formação de famílias, 
transporte e manutenção; 
 
Construção de Colméias 
 -A colméia deve ser construída respeitando o espaço abelha; 
 -Não utilizar madeiras tratadas, com cheiro forte ou que solte resinas; 
-Pintura: 
 -Somente na parte externa; 
 -Não utilizar tinta óleo,e sempre utilizar cores claras; 
 -Evitar a cor branca apenas na frente da colméia, pois confunde as abelhas; 
-Impermeabilização: 
 -Utilizar tambor de 200l; 
 -Adicionar 30l de querosene, 20kg de parafina, 500g de cera e 500g de breu; 
 -Aquecer a calda até o ponto de fervura; 
 -Mergulhar a colméia inteira e o tempo de imersão varia; 
Localização e Instalação de Apiários 
 -Existe 2 tipos de apiário: 
 -Fixo: permanente na área; 
 
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 -Migratório: permanece na área durante um determinado período; 
 -É necessário observar: 
 -Pasto apícola; 
 -Disponibilidade de água; 
 -Facilidade de acesso; 
 -Segurança (pessoas, animais, etc.) 
 -Sombreamento e ventos; 
 -Distância entre apiários; 
 -Nº de colméias por apiário; 
 1-Pasto Apícola: 
 -São os recursos naturais disponíveis para as abelhas; 
 -Qualidade e quantidade são os principais fatores limitantes; 
 -Uma planta é considerada apícola se for abundante, atrativa, produzir 
pólen, néctar, interessante em quantidade e qualidade, num período longo de florada; 
 -Quanto mais abundantes forem as floradas e quanto mais próximos as 
colméias estiveres delas, maior será a produção; 
 -Pastagem Apícola: 
 -Nativa ou primária: mescla de árvores produtivas ou nada 
produtivas (problema); 
 -Vegetação secundária ou terciária: vegetação que nasce após 
uma derrubada, exemplos: carqueja, bracatinga, vassouras. 
 -Áreas reflorestadas: depende da espécie cultivada, exemplo: 
eucalipto é uma boa planta apícola 
 -Áreas de cultura: ares de cultivo de maçã, pêra, pêssego, laranja, 
nabo, alfafa, girassol (muito bom), soja, trigo, etc. 
 -Plantas Mielíferas em SC: carqueja, vassouras, maria-mole, bracatinga, 
cambará, imbúia, etc. 
*Bracatinga: 
 -Florada e pseudo-mel (pela presença da cochonilha na casca, que liberam 
excretas que são em forma de líquido branco e adocicado que atraem as abelhas. 
Aparece nos meses de outono e inverno) 
 
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 -Pseudo mel: conhecido como extra-floral, não cristaliza, possui cor escura e 
sabor suave, no Brasil o valor é inferior ao mel floral e a produção ocorre de 2 em 2 
anos; 
 2-Água: 
 -Importante para o metabolismo das abelhas regulação térmica da 
colméia e manutenção da umidade do mel; 
 -Abelhas não armazenam água; 
 -Distância máxima da fonte deve ser de 500m; 
 3-Facilidade de Acesso: 
 -Importante ter acesso em qualquer época do ano; 
 -Aspectos importantes: topografia (levemente inclinado), escoamento de 
água e vegetação; 
 4-Segurança: 
 -Devem estar a 200-400m distantes de estradas, residências e animais; 
 -Em apiários fixos é possível plantar cercas vivas delimitando a área, 
evitando assim, a entrada de pessoas e animais nesta área; 
 5-Sombreamento e Ventos: 
 -A temperatura interna da colméia deve permanecer entre 34-35ºC; 
 -Em locais quentes, o ideal é fazer o sombreamento com árvores ou 
coberturas de palha ou telhas de barro; 
 -Em locais frios, o ideal é deixar a colméia exposta ao sol, para que a 
temperatura interna suba rapidamente no interior da manhã, fazendo com que saiam 
mais cedo. Por o alvado em direção do sol nascente; 
 6-Distância entre Apiários: 
 -Apiário Migratório: raio de 200m (possui 12,5ha disponíveis), se 
aumentar para 400m (50h disponíveis) e se aumentar para 500m de raio (78h 
disponíveis). 
 -Apiário Fixo: devem estar localizados entre 3-5km entre si, para evitar 
competições; 
 7-Número de Colméias por Apiário: 
 -Fatores que influenciam: quantidade e qualidade da florada apícola e 
tipo de apiário (fixo ou migratório); 
 
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 -Apiário Migratório: suporta entre 40 e 80 colméias; 
 -Apiário Fixo: suporta no máximo 30 colméias; 
 8-Distribuição das Colméias: 
 8.1-Fila única com o alvado voltado para o mesmo lado: distância de 2 
metros entre cada colméia. O apicultor deve manejar as colméias sempre do lado oposto 
do alvado. E distância do chão deve ser em torno de 1m. 
 
 
 
 
 8.2-Fila dupla com os alvados voltados para lados opostos: distância de 
2 metros entre as colméias e distância de 5 metros entre as filas. Alvados virados um 
para cada lado. 
 
 
 
 
 
 
 
8.3-Zigue-Zague: distância de 4 metros entre as colméias e 2 metros 
entre as filas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 8.4-Em forma de ‘U’: 
 
 
 
 
 
 
 
 8.5-Em forma de Semi-cículo: 
 
 
 
 
 8.6-Distribuição aleatória: pela vegetação. 
Tipos de Apiário 
 -Fixo: 
 -Permanente no local; 
 -Facilita o manejo; 
 -Limita a capacidade de produção; 
 -O desempenho está na dependência de floradas; 
 -Migratório: 
 -Acompanhas as floradas; 
 -Necessário para polinização; 
 -Alta produção; 
 -Dispensa alimentação artificial; 
 -Mantém a colméia populosa; 
 -Alto custoe manutenção; 
 
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 -Necessidade de técnicas; 
 -Rainha deve ser substituída mais freqüentemente; 
Transporte 
 -Fazer uso de telas; 
 -Fechar o alvado com espuma; 
 -Preferencialmente fazer o transporte de manha e no final da tarde; 
 -Água deve ser oferecida com algodão úmido colocado sobre a tela; 
 -Rainha deve ser colocada em gaiola de transporte, para evitar acidentes; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
CAMARGO, J.M.F. Manual de Apicultura. 1ed. São Paulo: Editora Agronômica 
Ceres, 1972. 
TED HOOPER. Guia do Apicultor. 3ed. São Paulo: Editora Gráfica Europam, 1976. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 V e t e r i n a r i a n D o c s 
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Apicultura 
 
 
Povoamento de Colméias: 
-Introdução: 
 -Povoar uma colméia significa obter enxames e situá-los em colméias racionais 
para a exploração de seus produtos. Aumentar o número de colméias ou fortificar 
enxames fracos. Diminuir concorrência pelo mesmo pasto apícola. 
-Como obter enxames: 
 1-Compra de Enxames: 
 -Vantagens: 
 -O apicultor pode escolher a qualidade do enxame; 
 -Controle da agressividade e da produtividade da colméia; 
 -Podem ser adquiridos em pacotes (são de 1 ou 2kg de abelhas 
acompanhados de 1 rainha fecundada) ou núcleos (são 3 ou 4 quadros cobertos de 
abelhas, favos contendo alimento, cria e uma rainha fecundada); 
 2-Caixas-Isca: 
 -Característica: 
 -Dois tipos: papelão ou madeira. Que contém 4 a 5 quadros com 
um pequeno pedaço de cera alveolada. 
 -Como colocar as caixas-isca: deve-se colocar a uma altura de 2m 
ligeiramente inclinada para frente e em locais onde a mata não seja muito fechada; 
 -Recomendações: observar as caixas-isca de 10 em 10 dias e 
recolher para o apiário aquelas já povoadas, transferindo-as para a colméia definitiva. Se 
 
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for um enxame pequeno, deve-se fazer a união com outro enxame fraco, originando 
uma família forte. 
 -Vantagens: 
 -Geralmente são as colméias que se desenvolvem mais 
rapidamente; 
 -Desvantagens: 
 -Não se tem controle sobre a qualidade genética do enxame; 
 3-Captura de Enxames: 
 -Cuidados na captura: 
 -Visitar o local onde se encontra o enxame, verificando as 
condições antes de capturá-lo. 
 -Vantagens: 
 -Baixo custo; 
 -Minimiza competição entre abelhas do apiário e da mata; 
 -Tipos de Enxames para Captura: 
 -Não nidificados ou transitórios (migratórios); 
 -Nidificados; 
3.1-Captura de Enxame Não-Nidificado: 
 -As abelhas se apresentam em cachos e estão de passagem, por isso devem ser 
capturados assim que localizados; 
 -As abelhas estão procurando ‘casa’, no entanto, o apicultor deve oferecer o 
melhor abrigo possível para que o enxame se estabeleça; 
 -Como fazer a Captura: deve-se retirar 4 a 5 quadros da colméia, aproximar a 
caixa por baixo do aglomerado de abelhas e com um golpe ‘seco’ fazer o enxame cair 
dentro da caixa e esperar as abelhas se acomodarem na caixa. Observar se há operárias 
batendo as asas sem voar e com o abdômen levantado sinalizando que a rainha já se 
acomodou dentro da colméia. Completa-se a colméia com os quadros retirados, sendo 
interessante colocar um quadro de outra colméia contendo mel e ovos de crias. Deve-se 
colocar a tela de transporte e fechar o alvado. Também deve-se colocar tela excluidora 
no alvado, evitando a saída da rainha. Transfere-se a colméia para o apiário, devendo-se 
ter maiores cuidados nos primeiros dias. 
3.2-Captura de Enxame Nidificado: 
 
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 -As abelhas apresentam-se alojadas em locais naturais com seus favos 
construídos; 
 -A captura é mais trabalhosa e exige maior habilidade do apicultor. 
 -Material Necessário para Captura: vestimentas, fumigador, colméia e quadros 
vazios, faca, barbante e gaiola de transporte para a rainha. 
 -Como fazer a Captura: primeiramente deve-se aplicar fumaça por 2 a 3 
minutos, depois abrir a cavidade onde se encontra o enxame, expondo os favos. Corta-
se os favos de cria, os encaixa nos caxilhos vazios e amarra-se com barbante. Caso 
encontrar a rainha deve-se prende-la em uma gaiola na colméia. Deve-se transferir o 
máximo possível de operárias e manter no mesmo local de captura por 2 a 3 dias. 
Manejo das Colméias: 
-Objetivos básicos: 
 -Obter o melhor desempenho produtivo; 
 -Assegurar as condições adequadas ao desenvolvimento e conforto das colméias; 
 -Inspecionar periodicamente as colônias, verificando as condições da cria, 
quantidade de alimentos estocados e a sanidade do enxame; 
-Recomendações para o Manejo da Colméia: 
 -O ideal é que haja 2 apicultores para maior segurança; 
 -O uso de indumentária completa; 
 -Os apicultores devem se posicionar lateralmente ou no fundo da colméia, ao 
realizar a revisão; 
 -Deve-se evitar movimentos bruscos, barulhos, perfumes, pois deixam as 
abelhas mais agressivas; 
 -Não realizar o manejo em dias de chuva e frio, sendo os horários mais 
recomendados das 8 as 11 horas e das 15 as 17 horas; 
 -As revisões devem ser breves; 
 -Deve-se trocar os quadros velhos preferencialmente nos períodos de grande 
florada; 
 -Apagar bem o material do fumigador após seu uso; 
-O que observar na revisão: 
 -Presença da rainha; 
 
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 -A qualidade da postura da rainha, que é observada pelo padrão de distribuição 
dos ovos nos favos; 
 -A condição de desenvolvimento do enxame, que é avaliada pelo número de 
quadros com cria e alimento; 
 -Presença de alimentos (mel e pólen); 
 -Espaço disponível na colméia, se há presença de quadros vazios ou não, deve 
estar adequada ao tamanho do enxame e a época do ano; 
 -A sanidade da colônia, deve-se verificar a presença de sinais clínicos de 
doenças e a presença de inimigos naturais. 
-Intervalo entre Revisões: 
 -Dependente da época do ano e das condições climáticas da região; 
 -De modo geral, recomenda-se os seguintes intervalos: 
 -Em período de floradas, as revisões devem ser feitas de 15 em 15 dias, 
para que haja um melhor controle do espaço disponível para as abelhas estocarem mel; 
 -Em período de escassez de alimento, as revisões devem ser feitas de 20 
a 30 dias, viabilizando condições necessárias para manutenção dos enxames; 
-Manejo de Manutenção das Colméias: 
 -Passado o período de grande florada, ocorre a diminuição de alimentos no 
campo, as colméias tem sua população reduzida e necessitam de maiores cuidados para 
se manterem vivas e em boas condições; 
 -Entende-se por manejo de manutenção todas as ações com objetivo de assegurar 
a permanência dos enxames nas colméias no período de escassez de alimentos; 
 -Alguns dos manejos de manutenção são: 
 -Alimentação de subsistência, o qual visa suprir as abelhas com alimento 
artificial para manter a postura da rainha e alimentação da cria. 
 -Fornecimento de água deve ser feito em locais onde é difícil a obtenção 
de água pelas abelhas, então o apicultor deve-se preocupar em disponibilizar 
bebedouros com água limpa próximos ao apiário, evitando o abandono das abelhas; 
 -Reduzir o alvado em regiões frias, pois o frio excessivo prejudica o 
desenvolvimento das colônias devido ao alto consumo de mel para manter a temperatura 
interna da colméia, esgotando rapidamente o estoque de alimento, favorecendo o 
abandono. A redução do alvado é uma medida que favorece a permanência do enxame 
na colméia nos longos períodos de frio. Pode-se usar pedaços de madeira ou espuma 
para reduzir o alvado. 
 
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 -Deve-se adequar o espaço da colméia ao enxame fazendo a retirada das 
melgueiras em períodos sem florada, isto adequará o espaço da colméia ao tamanho do 
enxame, favorecendo o controle da temperatura e o ataque detraças. 
 -Manejo de Produção: 
 -O apicultor visa aumentar a população das colméias antes do início da 
florada para uma maior eficiência produtiva. Para isso deve-se oferecer condições para 
o pleno desenvolvimento da colméia antes da florada. Sendo alguns pontos importantes 
a serem discutidos: 
 -Rainhas jovens e de boa qualidade genética garantem para uma 
colônia uma condição de crescimento rápido e de uma população trabalhadora. Rainhas 
velhas demoram mais para responder ao estímulo da florada, retardando o crescimento 
da colônia e prejudicando a produção de alimentos. Pode-se realizar a substituição de 
rainhas velhas por rainhas novas. 
 -É importante que o apicultor conheça bem as floradas da região, 
sincronizando o manejo das colméias com a época adequada a sua realização. Manejos 
realizados fora de época comprometem a produção e reduzem lucros para os produtores. 
 
 -Manejo das Condições do Apiário: 
 -O apiário deve ser mantido limpo durante todo o ano. No período que 
antecede e durante a florada, deve-se manter livre a linha de vôo, favorecendo a entrada 
das abelhas, a circulação de ar, a penetração de luz e reduzindo a presença de inimigos 
naturais. 
Manejo de Rainha: 
-Importância: 
 -Responsável pela metade da informação genética de suas filhas; 
 -Responsável por todas as informações genéticas de seus filhos; 
 -Influencia no comportamento e na fisiologia dos membros do enxame através 
dos ferormônios, atuando no desenvolvimento da colônia ao longo do ciclo anual; 
 -A rainha ocupa uma posição de destaque no manejo da colméia, tornando-se a 
peça chave para a melhoria do desempenho produtivo das colônias; 
-Problemas: 
 1-Rainha Velha: 
 -Rainhas velhas demoram mais para responder aos estímulos do início da 
florada; 
 
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 -Menor eficiência de postura; 
 -Colméia com rainha jovem possui taxa maior de postura, colônia mais 
forte e assim torna-se mais produtiva; 
 2-Perda da Rainha: 
 -Representa 40% da perda da produção de mel na temporada; 
 -Deve-se fazer a revisão da colméia constantemente e com cuidado; 
 -No caso da perda da rainha, deve-se acompanhar a criação da nova 
rainha até o inicio da postura; 
 3-Substituição Natural da Rainha: 
 -As operárias criam uma nova rainha para substituir a velha. Mas leva-se 
um tempo para que a substituição seja feita e caso ocorra na florada o apicultor pode 
perder cerca de 40% da produção; 
 -A rainha nova será filha da rainha velha e apresentará as mesmas 
características indesejáveis; 
 -Na substituição natural, mais de uma rainha é criada ao mesmo tempo, o 
que quase sempre leva a ocorrência da divisão da colméia (enxameação); 
 4-Enxameação: 
 -Colméias tendem a enxamear quando possuem rainhas com mais de 1 
ano de idade; 
-Ações Básicas do Manejo da Rainha: 
 1-Identificação das Colméias e da Rainha: 
 -Importante para distinguir as colméias boas das ruins assim como as 
rainhas; 
 -A identificação das colméias pode ser feita por numeração contínua; 
 -As rainhas são identificadas por um código de cores na parte superior do 
tórax, usando tinta de secagem rápida; 
 -Cores: 
Cor Terminação do Ano 
Branca 1 e 6 
Amarela 2 e 7 
 
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Vermelha 3 e 8 
Verde 4 e 9 
Azul 5 e 0 
 
 2-Coleta das Informações das Colméias: 
 -Deve-se fazer fichas individuais e devem ser mantidas atualizadas; 
 -Algumas das informações a serem coletadas: condição do enxame, 
reserva de pólen, reserva de mel, postura da rainha e espaço da colméia; 
 3-Avaliação da Rainha: 
 -As rainhas podem ser avaliadas pelas suas características: taxa de 
postura, idade e resistência. Ou também por características expressadas pelo conjunto de 
seus descendentes, que são medidas pelo desempenho produtivo da colméia: produção 
de mel, prolificidade e fertilidade, agressividade, baixa tendência enxameatória e 
resistência à doenças. 
 4-Troca das Piores Rainhas: 
 -Pode ocorrer de forma natural (não é o ideal); 
 -Quando o apicultor conduz a troca das rainhas, introduzindo material 
geneticamente superior, o ganho obtido é maior; 
 -Inicia-se pelas rainhas de piores desempenhos, para que no início da 
florada as rainhas de colméias improdutivas já estejam trocadas; 
 -Na troca das piores rainhas deve-se estar atento à época em que será 
realizada para que os objetivos desejados possam ser alcançados; 
 -Recomendam-se que as trocas aconteçam de 45 a 60 dias antes do pico 
da florada, para que no início da florada as operárias sejam filhas de novas rainhas; 
 -Na presença de rainhas jovens as colônias ganharão mais área de cria, 
estarão mais populosas, farão melhor aproveitamento da florada e diminuirá o risco de 
enxameação. 
-Procedimentos para a Substituição: 
 -Época para substituição: 45 a 60 dias antes da florada; 
 -Seleção das caixas para troca de rainhas: 
 -Através das informações coletadas, selecionar as piores caixas do 
apiário; 
 
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 -A eliminação da rainha da colméia deve ser realizada comente após o 
apicultor ter em mãos a nova rainha; 
 -Localização das rainhas: 
 -Localização rápida: deve-se aplicar pouca fumaça no alvado da colméia 
e logo que abrir a caixa, deve-se retirar 2 quadros centrais do ninho. Com cuidado, 
examinar os quadros a procura da rainha. Se a técnica não funcionar, segue então para a 
segunda opção. 
 -Uso abusivo de fumaça: aplica-se bastante fumaça no alvado. Com o 
excesso de fumaça, a rainha tenta fugir e procura se refugiar na parte de cima da 
colméia, na tampa. Após 2 minutos de aplicação de fumaça, abre-se a colméia e 
verifica-se a presença da rainha na tampa ou sobre parte superior dos quadros. 
 -Preparação da colônia para receber a nova rainha: 
 -Este processo também é chamado de Orfandade, pois para que a 
colméia aceite uma nova rainha, essa deve ser órfã; 
 -Deve-se retirar as rainhas de pouca qualidade 24 horas antes da 
introdução da nova rainha; 
 -Este período é o suficiente para as operárias perceberem a orfandade e 
iniciarão a construção de realeiras; 
 -As realeiras devem ser destruídas no momento em que a rainha estiver 
sendo introduzida; 
 -Para que a introdução seja bem sucedida, além do período de orfandade, 
o apicultor deve usar pouca fumaça, a colocação da rainha deve ser rápida e deve-se 
realizar em dias com boas condições climáticas. 
 -Introdução da Nova Rainha: 
 -Usando gaiola de arame: 
 -A rainha permanece sozinha em uma gaiola de arame presa ao 
favo em um local onde haja alimento; 
 -A rainha é mantida presa por um ou dois dias; 
 -Após este período, o apicultor verifica o comportamento das 
operárias; 
 -Se as operárias estiverem calmas, andando pacificamente sobre a 
gaiola e alimentando a rainha, é sinal que aceitaram a nova rainha; 
 
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 -Se as operárias tiverem nervosas sobre a gaiola, tentando agredir 
a rainha confinada é sinal de algo errado. Deve-se verificar a presença de realeiras ou 
nascimento de novas rainhas; 
 -Deve-se manter a rainha confinada por mais um dia para que o 
comportamento hostil cesse. 
Alimentação Artificial: 
-Introdução: 
 -A alimentação das abelhas na natureza depende da produção de néctar, pólen, 
água e do pseudomel; 
 -Em regiões sujeitas a longos períodos de seca ou frio e oferta de alimentos se 
torna escassa, as colônias necessitam receber alimentação artificial; 
-Tipos de Alimentação: 
 1-Alimentação de subsistência ou manutenção: 
 -É uma alimentação fornecida para abelhas no período de escassez de 
alimento no campo, visando garantir a permanência dos enxames nas colméias; 
 -Alimentos: 
 -60% açúcar cristal + 40% água; 
 -50% açúcar cristal + 50% água; 
 -6kg açúcar refinado + 3kg açúcar invertido + 1kg de farinha láctea; 
-6kg açúcar refinado + 3kg açúcar invertido + 1kg terneron; 
-Rapadura de cana-de-açúcar:tem maior dificuldade de fermentação, 
baixo custo e o fornecimento pode ser direto dentro do ninho sem necessidade de 
mistura. 
-Mel residual: aproveitamento do mel, sem valor comercial, retirado dos 
equipamentos. Utiliza-se 50% de mel com 50% de água. Tratamento para maior 
tempo de armazenagem: ferver 8 litros dessa mistura (mel e água) adicionando-
se 5g de ácido tartático ou cítrico deixando mais 3 minutos no fogo. 
*Estes alimentos devem ser consumido em um ou dois dias e se sobrar, deve-se 
descartar o alimento. 
 2-Alimentação Estimulante: 
 -O objetivo é estimular a postura da rainha 30 a 40 dias antes da florada, 
deve-se fazer o uso de alimentadores individuais. 
 
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 -Alimentos: 
 -Açúcar Invertido: alimento com maior capacidade de estimular a 
postura de ovos pela rainha, devido a boa palatabilidade e alto consumo. Deve ser 
oferecido a rainha 1 litro durante 30 dias, em dias alternados. 
 -5kg açúcar cristal + 1,7L de água: levar esta mistura ao fogo e 
quando sair vapor, adicionar 5g de ácido tartárico ou cítrico e manter em fogo baixo por 
3 minutos. 
 -8L de xarope de açúcar (50% açúcar e 50% água) com uma 
colher de chá de ácido tartárico ou cítrico. 
 3-Alimentação Protéica e Energética: 
 -Alimentos: 
 -7 partes de farelo de trigo + 3 partes de farelos de soja + 15 
partes de mel: deve-se misturar os ingredientes e deixar em repouso na refrigeração por 
uma semana e deve-se fornecer 200g/colméia/semana. 
-Tipos de Alimentadores: 
 -Coletivo: 
 -São geralmente recipientes em forma de cocho onde se fornece alimento 
a todas as colméias ao mesmo tempo. 
 -É recomendado para apicultores com grande número de colméias. 
 -Desvantagens: é compartilhado com enxames silvestres, apiários 
vizinhos, pássaros, mamíferos e formigas, incentiva o saque, facilita a transmissão de 
doenças e os enxames fracos são prejudicados pela concorrência dos mais fortes. 
 -Individual: 
 -São destinados ao fornecimento da alimentação às colônias; 
 -Permite a adequação da alimentação as necessidades específicas do 
enxame; 
 -Os alimentadores individuais mais comuns são os: Doolittle e Bordman; 
 -Alimentador Doolittle: 
 -É de uso interno, possui formato de cocho, e tem as mesmas 
dimensões de um quadro e é fechado nas laterais; 
 -Desvantagem: necessidade da abertura da colméia para abastecer 
o alimentador; 
 
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 -Alimentador de Boardmann: 
 -É um recipiente de vidro com tampa furada, embocado sobre um 
cepo de madeira com uma fenda que dá acesso ao alimento; 
 -Esse alimentador é introduzido parcialmente no alvado; 
 -A colméia deve estar bem nivelada para que o líquido se 
mantenha em equilíbrio; 
 -Alimentador de Cobertura: 
 -Conhecido também como ‘alimentador bandeja’. 
 -Consiste em uma peça colocada sobre a colméia, tendo no centro 
um sarrafo com fenda por onde as abelhas têm acesso ao alimento; 
 -As fendas devem ser calafetadas com cera derretida; 
Controle de Enxameação 
-Introdução: 
 -2 tipos de enxameação: 
 -Enxameação migratória ou abandono; 
 -Enxameação reprodutiva; 
 -As abelhas africanizadas possuem uma tendência maior de enxameação que as 
européias; 
1-Enxameação Migratória ou Abandono: 
 -Se caracteriza pela partida de todo o enxame, deixando para trás o ninho com os 
favos e em alguns casos com um pouco de cria e alimentos. Esta saída é geralmente 
motivada por alguma condição desfavorável do meio ambiente como: falta de alimento, 
temperatura elevada do ninho, falta de água e ataque de predadores. 
2-Enxameação Reprodutiva: 
 -É uma forma de multiplicação dos enxames na natureza, sendo essencial para 
dar continuidade à existência da espécie. Sem este processo reprodutivo seria 
impossível aumentar o número de colônias de abelhas na natureza ou repor enxames 
perdidos por doenças ou qualquer outra causa. Ocorre em períodos de grande fluxo de 
alimento, quando os enxames se encontram bastante populosos. 
 -Durante este processo várias rainhas são criadas ao mesmo tempo e quando 
uma delas está por emergir, a rainha antiga da colônia deixa o ninho com parte do 
enxame (enxame primário). Após o nascimento da primeira rainha, esta pode deixar a 
 
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colônia com parte do enxame ou então destruir as demais realeiras e permanecer na 
colméia. Caso a nova rainha deixe a colônia com parte das operárias se chamará 
‘enxame secundário’. 
 -Este enxame que saiu do ninho, procura por um novo abrigo para construírem 
seus ninhos, logo que encontram um local adequado para construírem os favos, 
reiniciam suas atividades normais. 
-Prejuízos da Enxameação: 
 -Reduz o número de caixas povoadas ou a população delas; 
 -Diminui o potencial produtivo da atividade; 
 -Compromete a produção e o lucro; 
 -Estima-se que 30-40% do peso do enxame, ao deixar a colméia, corresponde ao 
alimento levado pelas operárias; 
-Atividades das Abelhas que Antecedem a Enxameação: 
 -Redução da coleta de alimento e da área de cria; 
 -Perda de peso corporal da rainha e redução de sua postura; 
 -As abelhas retêm alimento no papo; 
 -Zumbido forte; 
 -Febre enxameatória (comportamento inquieto das operárias); 
 -Cachos de abelhas no alvado; 
-Como Controlar a Enxameação: 
 1-Enxameação Migratória ou Abandono: 
 -Assegurar às colônias defesas contras os inimigos naturais; 
 -Evitar exposição das colméias às condições inapropriadas, como muito 
sol, frio, vento ou falta de água; 
 -Garantir alimento nos períodos críticos; 
 2-Enxameação Reprodutiva: 
 -Aumentar o espaço das colônias: o tamanho da colméia deve ser 
proporcional ao do enxame, de forma que as abelhas tenham espaço suficiente para criar 
sua prole e armazenar mel e pólen. Durante a florada as revisões devem ocorrer em 
intervalos de tempo adequado, para evitar o problema de falta de espaço. Para adequar o 
espaço da colônia, pode-se acrescentar uma melgueira sobre a colméia ou retirar os 
 
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quadros laterais do ninho, que devem estar com mel, substituindo-os por quadros com 
favos com cera alveolada. 
 -Controlar a idade das rainhas: as rainhas velhas tendem a enxamear mais 
facilmente. Rainhas jovens além de enxamearem menos, possuem melhor taxa de 
postura e um melhor desempenho para estimular o crescimento do enxame. 
 -Selecionar rainhas pouco enxameadeiras: poucos apiários fazem isso. 
Geralmente trabalham com enxames capturados na natureza, desconhecendo sua 
qualidade genética, mantendo nos apiários colméias com instinto enxameatório. É 
necessário o acompanhamento do desenvolvimento dos enxames para identificar os 
mais produtivos e com menos tendência enxameatória. 
 -Destruição das realeiras construídas: durante a preparação da 
enxameação reprodutiva ocorre a criação de novas rainhas. O apicultor pode quebrar 
parcialmente o instinto enxameatório da colônia destruindo as realeiras. Deve-se 
verificar se a rainha ainda se encontra na colméia e se não está com nenhum outro 
problema. 
Divisão e União de Enxames: 
-Divisão de Enxames: 
 -Técnica utilizada para multiplicar as colméias de um apiário. Deve-se lembrar 
que, uma colméia forte requer menos atenção e oferece maior recompensa que quatro 
colméias fracas. 
 -Os princípios básicos são: divisão de operárias e do alimento, oferecer 
condições para que a colméia órfã crie uma nova rainha. 
1-Técnica 1: 
 -Possuir 4 colméias fortes e populosas; 
 -Em uma colméia vazia deve-se transferir 2 quadros de 3 colméias. Estes 
quadros devem estar sem abelhas e em equilíbrio quanto a quantidade de ovos, larvas, 
pupas e alimentos; 
 -Da quarta colméia, que deve ser a mais populosa do grupo, retiram somente as 
abelhas. Com auxílio de uma vassoura, as abelhas presente em 4 quadros (equivalente a 
10.000 abelhas) são varridas para a nova colméia; 
 -Após esse procedimento, introduz-seuma realeira ou uma rainha, completa-se 
os espaços vazios com quadros com uma placa de cera alveoladas e transporta-se a nova 
colméia a uma distância mínima de 2,5km do local de origem. 
2-Técnica 2: 
 -Possuir uma colméia bastante populosa e uma colméia vazia; 
 
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 -Colocar a colméia vazia ao lado da colméia a ser dividida e transferir todos os 
quadros contendo crias novas e 2 a 3 quadros com cria madura e metade da reserva de 
mel; 
 -A rainha deve permanecer na colméia mais populosa; 
 -O espaço vazio das duas colméias deve ser preenchido com quadros com cera 
alveolada; 
 -Transfere-se algumas operárias para a nova colméia; 
 -A nova colméia permanece no mesmo local e a colméia populosa é transferida 
para um local distante; 
-União de Enxames: 
 -Enxames fracos além de serem pouco rentáveis, requerem maior atenção e são 
mais sujeitos a ataques de inimigos; 
 -É preferível que se tenha poucas colméias muito produtivas do que ter muitas 
colméias que pouco ou nada produzem; 
 -Para prevenir e resolver este problema, pode-se usar técnica de união de 
enxames que tem algumas vantagens; 
 -Vantagens: 
 -Viabilização de colônias fortes, populosas e produtivas; 
 -Utilização de uma quantidade menor de mão-de-obra; 
 -Redução dos riscos de perda de enxames por ataque de inimigos 
naturais; 
1-Técnica 1 (método da pulverização): 
 -Material necessário: borrifador, colméia vazia, quadros com cera alveolada, 
vassoura e xarope de água com mel e ervas aromáticas (erva cidreira); 
 -Procedimentos: 
 -Selecionar dentre as duas famílias a serem unidas, qual a mais fraca e 
remover sua rainha; 
 -Colocar a colméia vazia entre as duas colméias povoadas; 
 -Borrifar o xarope sobre os favos e abelhas evitando encharcar em 
excesso a colméia, favos e abelhas; 
 -Aplicar fumaça sobre os enxames; 
 
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 -Transferir os quadros um a um, alternando os quadros de uma colméia e 
outra para a caixa a ser povoada; 
 -Com auxílio de uma vassoura, varrer as abelhas para a colméia nova, 
pulverizando em seguida com o xarope novamente; 
2-Técnica 2 (método do jornal): 
 -Material necessário: duas colméias fracas, duas folhas de jornal e mel; 
 -Procedimento: 
 -Selecionar dentre as duas colméias a serem unidas qual é a mais fraca e 
eliminar a rainha; 
 -Besuntar uma folha de jornal com mel e sobrepor uma outra folha de 
jornal; 
 -Substituir a tampa da colméia sem rainha pelo jornal besuntado com mel 
e retirar o assoalho da outra colméia e colocá-la sobre as folhas de jornal acima da 
primeira caixa; 
 -Deve-se remover o excesso de jornal nas laterais da colméia; 
 -Reunir as abelhas e os melhores favos em um único ninho após 3 a 5 
dias da colocação do jornal; 
 -As abelhas roerão o jornal e irão trocar os cheiros entre as famílias, 
fazendo com que no final do processo as duas famílias se organizem em uma só, 
otimizando o trabalho; 
Pragas e Doenças: 
1-Inimigos Naturais: 
 1.1-Formigas: 
 -Alguns tipos de formigas invadem as colméias, geralmente a noite, para 
alimentar-se do mel e das crias das abelhas, podendo matar inclusive abelhas adultas; 
 -Seu ataque pode ser prevenido com uso de cavaletes contendo graxa, 
óleo queimado ou garrafas pet em suas bases; 
 1.2-Sapos: 
 -Os sapos atacam geralmente as operárias campeiras, ao entrarem e 
saírem da colméia; 
 -Como prevenção, a colméia deve estar fora do alcance da língua do 
sapo, estando sobre cavaletes; 
 
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 1.3-Aranhas: 
 -As aranhas tecem suas teias próximas ao apiário, principalmente na 
linha de vôo das operárias campeiras; 
 -As teias são facilmente visíveis pela manhã, devendo ser retiradas e a 
aranha deve ser eliminada; 
 1.4-Tatu e Irara: 
 -Costumam derrubar as colméias para se alimentar dos favos, destruindo-
os; 
 1.5-Traças: 
 -Afeta geralmente o período entressafra, quando as melgueiras são 
armazenadas fora das colméias; 
 -Existem 2 tipos de traças: traça maior e traça menor; 
 -Ambas atacam os favos armazenados ou colméias, principalmente, as 
mais fracas; 
 -Os ataques das traças começam quando a fêmea da mariposa adulta faz 
postura dos ovos nos favos em ambientes mais escuros; 
 -As larvas resultantes, alimentam-se da cera, preferencialmente, da cera 
velha por conter restos de pólen e outros nutrientes; 
 -Para se alimentar, as traças cavam túneis e abrem galerias, que ficam 
forradas de fios sedosos; 
 -Em colméias ativas é possível observar vários opérculos de cria com 
cera parcialmente removida; 
 -Em alguns casos as crias de abelhas podem ficar presas no fundo do 
alvéolo pela ação da traça, não conseguem emergir a morrem após algum tempo; 
 -Os meios de defesa mais seguros são a vigilância e a precaução; 
 -Promover revisões quinzenalmente, detectando a presença de traças, 
realizando a eliminação; 
 -Na entressafra são necessários cuidados especiais: guardar apenas favos 
novos, devem estar distantes um dos outros e deve-se armazená-los em locais 
iluminados e ventilados; 
2-Doenças: 
 2.1-Doenças de Crias: 
 
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 2.1.1-Cria Pútrida ou Loque Americana (CPA): 
-Agente: Paenibacillus larvae subespécie larvae 
-Infecção: as larvas são infectadas quando comem alimento contaminado com esporos 
desta bactéria. Estes esporos são altamente resistentes às condições adversas. 
-Sinais Clínicos: 
 -Favos falhados com opérculos perfurados, escurecidos e afundados; 
 -Morte da cria ocorre na fase de pré-pupa ou pupa; 
 -Pré-pupas ou pupas apresentam mudança de cor em toda extensão do corpo, 
passando de branco pérola para amarelado, marrom escuro até ficar totalmente preto; 
 -Odor pútrido; 
 -As crias mortas apresentam consistência viscosa, principalmente quando tem 
coloração marrom escura. Para verificação, é inserido um palito no alvéolo, esmaga-se a 
cria puxa-se devagar verificando a formação de um filamento viscoso, normalmente 
com mais de 2cm; 
 -Quando a morte ocorre na fase de pupa, geralmente observa-se a língua da pupa 
para um dos lados; 
 -Presença de escamas ao longo da parede lateral do alvéolo, normalmente de 
difícil remoção; 
-Controle: 
 -Não utilizar antibióticos para o tratamento preventivo ou curativo, pois pode 
levar à resistência da bactéria e contaminar os produtos da colméia além de ser um gasto 
adicional para o apicultor; 
 -O tratamento preventivo pode ainda esconder os sinais clínicos da doença, 
prejudicando trabalhos de seleção resistência, o que é recomendado; 
 -Quando suspeitar da ocorrência de CPA, deve-se tomar as seguintes medidas: 
 -Marcas as colônias com sinais clínicos de CPA; 
 -Coletar uma amostra dos favos com crias e enviar para análise; 
 -Limpar bem os instrumentos que entraram em contato com os favos e 
não transferir favos suspeitos para outras colméias; 
 -A rainha deve ser substituída por outra mais resistente e produtiva; 
 2.1.2-Cria Pútrida Européia: 
 
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-Agente: Melissococus pluton 
-Infecção: as larvas são infectadas quando comem alimento contaminado (não forma 
esporos); 
-Sinais Clínicos: 
 -Favos com muitas falhas; 
 -A morte ocorre normalmente na fase de larva, antes que os alvéolos sejam 
operculados, ficando as crias doentes em forma de ‘C’ no fundo do alvéolo; 
 -Quando a morte ocorre em fase um pouco mais adiantada, as crias ficam em 
posição anormal, podendo ficar contorcidas nas paredes dos alvéolos; 
 -Mudança de cor das larvas que passam de branco perolado para amarelo e até 
marrom; 
 -Pode apresentar cheiro pútrido ou não; 
-Controle: 
 -Remoção dos quadros com crias doentes; 
 -Trocar a rainha suscetível por outra mais resistente; 
 -Evitar o uso de equipamentos contaminados; 
 -Os favos com crias doentes podem ser derretidos e reaproveitados; 
 2.1.3-Cria Ensacada: 
-Agente: no mundo é o vírus Sac Brood Vírus(SBV) e no Brasil é o pólen de 
Barbatimão (contém taninos que intoxicam as larvas); 
-Sinais Clínicos: 
 -Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados; 
 -A morte ocorre na fase de pré-pupa; 
 -Não há presença de cheiro pútrido; 
 -Coloração da cria geralmente toda clara, depois escurece a região encefálica que 
dará origem à cabeça; 
 -Ocorre formação de líquido entre a epiderme da larva e da pupa em formação, 
apresentando formato de saco com líquido acumulado; 
-Controle: 
 
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 -A única forma totalmente eficaz é evitar a instalação de apiários em locais com 
incidência da planta barbatimão; 
 -Dependendo da espécie podem florescer entre setembro e novembro e outras 
entre novembro e março; 
 -Utilizar substituto de pólen (farelo de soja + fubá + farinha de trigo) em 
alimentadores coletivos 15 dias antes e durante toda a florada; 
 2.2-Doença de Abelhas Adultas: 
 2.2.1-Nosemose: é raro encontrar no Brasil; 
-Agente: Nosema apis (protozoário que se multiplica nas células dos ventrículos das 
abelhas, região onde ocorre a digestão do pólen); 
-Sinais Clínicos: 
 -Operárias campeiras moribundas ou mortas na frente do alvado e pode-se 
encontrar fezes no alvado e nos favos; 
 2.2.2-Acariose: 
-Agente: Acarapis woodi (ácaro); 
-Sinais Clínicos: 
 -Abelhas se rastejando na frente da colméia e no alvado, com as asas disjuntas, 
impossibilitadas de voar; 
 2.2.3-Varroatose ou Varroase: 
-Agente: Varroa destructor (ácaro que vive na parte externa do corpo das abelhas); 
-Patogenia: nos adultos ficam aderidos na região torácica ou no abdômen. Alimentam-
se sugando a hemolinfa, podendo causar redução do peso e da longevidade das abelhas. 
Nas crias podem acarretar deformação nas asas e nas pernas. 
*Não se recomenda o uso de produtos químicos para seu controle. As colônias que 
apresentarem infestações freqüentes do ácaro devem ter suas rainhas substituídas por 
outras provenientes de colônias mais resistentes; 
Abelhas Poedeiras: 
 -Também conhecidas como colônias zanguaneiras; 
 -Quando há perda da rainha, as abelhas operárias podem tentar salvar a colônia 
sem saber o que estão condenando o enxame; 
 -Operárias iniciam postura desordenada e em grande número nos alvéolos, nas 
paredes e no fundo da colméia; 
 
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 -As abelhas poedeiras ou zanguaneiras geram uma colméia de zangões; 
 -Quando na colméia há a presença de grande número de zangões atrofiados e 
pequenos é sinal que a colméia está zanguaneira; 
 -Neste estágio, a colméia está praticamente perdida, o apicultor ainda pode 
aproveitar as abelhas não poedeiras, o mel e a cera; 
-Como Corrigir: 
 -No início pode-se introduzir uma nova rainha, mas muitas vezes o problema 
não é solucionado, então deve-se aplicar bastante fumaça pelo alvado e depois fechar. 
Levar a colméia a uma distância de 100 metros, sacudir os quadros, derrubando todas as 
abelhas no chão, colocar os quadros de volta na colméia (sem abelhas) e levar esta 
colméia com os quadros e sem abelhas de volta ao local de origem com cuidado de não 
levar nenhuma abelha adulta. Na colméia retornada, deve-se introduzir uma nova rainha 
ou então um quadro de cria nova de outra colméia do apiário. 
 -A fumaça colocada no alvado faz com que as abelhas armazenem mel no papo, 
aumentando seu peso. As abelhas não zanguaneiras consegue voar mesmo com o peso 
extra de mel e podem voltar pra colméia. As abelhas zanganeiras, além do peso do mel 
possuem o peso extra dos óvulos, que impede o vôo. 
-Controle: 
 -Manejo adequado da rainha; 
 -Manter rainhas jovens nas colméias; 
 -Ao manejar a colméia, cuidar para não machucar e/ou matar a rainha; 
Acidentes com Abelhas: 
-Veneno das Abelhas: 
 -É composto principalmente por enzimas e peptídeos, podendo ser dividido em 7 
frações de acordo com o peso molecular. 
 -Fração 1 e 2: compostas pelas enzimas hialuronidase e fosfolipase A (principal 
alérgeno do veneno, o qual atua provocando contração da musculatura lisa, diminuição 
da pressão sanguínea, aumento da permeabilidade dos capilares e destruição dos 
mastócitos); 
 -Fração 3: composta pela melitina (é a principal toxina do veneno e produz 
aumento da permeabilidade celular e é responsável pela intensa dor local); 
 -Fração 4, 5 e 6: compostas pelos oligopeptídeos secapina, peptídeo degradador 
de mastócitos (atua sobre os mastócitos, liberando a histamina do interior destes, 
 
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causando uma baixa na pressão sanguínea e cianose), tertiapina e apamina (apresenta 
propriedades neurotóxicas) 
 -Fração 7: composta por procamina e compostos de baixo peso molecular 
(histamina, dopamina, noradrenalina e outros peptídeos); 
-Efeito do Veneno: 
 -Lesões Não Alérgicas na Superfície Corporal: 
 -Irritabilidade local, dor e lesão pruriginosa tendendo a desaparecer nas 
primeiras 24 horas; 
 -No caso de múltiplas picadas, tem-se ulcerações; 
 -Reações Imunológicas: 
 -Efeitos alérgicos locais, doença do soro e anafilaxia (hipersensibilidade 
do tipo I); 
 -Toxicidade Direta: 
 -Ocorrem efeitos locais e sistêmicos, principalmente em acidentes com 
múltiplas ferroadas; 
 -Mecanismos Autofarmacodinâmicos: 
 -Os componentes do veneno funcionam como um gatilho para 
desencadear uma série de fenômenos bioquímicos que ocorrem em cascata. Induzem a 
formação e/ou liberação de substâncias nas células-alvo, as quais no conjunto são mais 
lesivas que o próprio veneno. O estado de instabilidade metabólica, somado a 
toxicidade direta do veneno, são responsáveis pela morte do indivíduo exposto a 
múltiplas picadas. 
-Sinais Clínicos: 
 -Dor aguda no local da ferroada; 
 -Vermelhidão; 
 -Prurido e edema por várias horas ou dias; 
 -Anafilaxia (casos graves): reação alérgica forte com urticária, angiodema, 
dispnéia, choque anafilático e morte. 
-Tratamento: 
 -Retirada dos ferrões o mais rápido possível; 
 -Fazer compressa com gelo ou água fria e amônia; 
 
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 -Levar a vítima ao médico ou hospital; 
 -Usar analgésicos para o alívio da dor (Ex.: Dipirona); 
 -Reações anafiláticas: é administrado SC solução aquosa de adrenalina, 
iniciando-se na dose de 0,5ml repetida 2 vezes em intervalos de 10 minutos para adultos 
e em criança usa-se 0,01ml/kg, e aplica-se 2 a 3 vezes em intervalos de 30 minutos. 
Desde que não haja aumento exagerado na freqüência cardíaca. 
 -Corticóides e anti-histamínicos VO para alívio das reações alérgicas 
tegumentares; 
 -Oxigênio nasal e broncodilatadores para manifestações respiratórias; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
CAMARGO, J.M.F. Manual de Apicultura. 1ed. São Paulo: Editora Agronômica 
Ceres, 1972. 
TED HOOPER. Guia do Apicultor. 3ed. São Paulo: Editora Gráfica Europam, 1976. 
WIESE, Helmuth. Apicultura – Novos Tempos. 1 ed. Editora Livraria e Editora 
Agropecuária: Guaíba, 2000. 
 
 
 
 
 
 
	Apostila - Veterinariandocs - Apicultura 1.pdf (p.1-24)
	Apostila - Veterinariandocs - Apicultura 2.pdf (p.25-47)

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