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História e Tecnologia da Produção de Mel no Brasil

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História da produção de mel História da produção de mel
no Brasil 
Tecnologia de mel e derivados
 Foram os egípcios e os gregos que
desenvolveram as técnicas mais rudimentares
de manejo, para a produção de alimentos e
cosméticos. 
 Na Idade Média, ocorreu maior
diversificação do uso do mel, cujos processos
de extração levavam à destruição da colmeia.
Portanto, alternativa foram criadas para
facilitação da colheita do mel.
 • Recipientes horizontais: Os recipientes 
tinham seu comprimento maior que o braço 
do produtor. Assim, para realizar a colheita o 
apicultor jogava fumaça na entrada da caixa, 
movimentando as abelhas para o fundo, 
inclusive a rainha, e depois retirava somente 
os favos da frente, deixando uma reserva
 para as abelhas.
 
 • Recipientes sobrepostos: permitiam ao 
apicultor remover a parte superior, deixando 
uma reserva para as abelhas na caixa inferior, 
porém, o produtor não tinha acesso à área de
 cria sem destruí-la.
 
 • Barras horizontais no topo dos 
recipientes: separadas por uma distância
 igual à distância dos favos construídos, as
 abelhas passaram a construir os favos 
nessas barras, facilitando a inspeção. 
Entretanto, as laterais dos favos ainda 
ficavam presas às paredes da colmeia.
 
 Antes do início da atividade apícola no
Brasil, já havia abelhas nativas, as
Melipônicas, cultivadas pelas civilizações
indígenas. Essas abelhas possuem ferrão
atrofiado e produzem mel de alta qualidade,
mas sua produtividade é muito baixa.
 A apicultura no Brasil começou em 1938,
com a importação de alguns enxames de
abelhas Apis mellifera de Portugal.
 As subespécies de Apis mellifera de origem
europeia introduzidas no Brasil, conhecidas
no meio rural como “abelhas europa”,
tiveram excelente adaptação ao clima
brasileiro, principalmente na Região Sul,
devido às temperaturas mais amenas. Além
da fácil adaptação climática, elas apresentam
comportamento não agressivo, de manejo
fácil, resultando no rápido desenvolvimento
da atividade apícola no território nacional. A
produção era destinada, principalmente, para
o consumo próprio. As principais subespécies
de abelhas oriundas da Europa foram:
 • Apis mellifera mellifera: Conhecida como
abelhas pretas e originadas dos Alpes
europeus e parte da Rússia central.
 • Apis mellifera ligustica: Conhecidas como
abelhas, de origem italiana.
. • Apis mellifera carnica: Conhecidas como
abelhas carnicas originadas dos Alpes austríacos
e de parte da antiga lugoslávia.
 • Apis mellifera caucasica: Conhecidas como
abelhas caucasianas, originadas do Cáucaso
central da Rússia.
 As quatro subespécies introduzidas no Brasil
não apresentavam a produtividade desejada
pelos apicultores. Em 1956, foram introduzidas
em Piracicaba, São Paulo, cerca de 50 abelhas
das subespécies trazidas da África, entre as
principais: Apis mellifera adansonii e Apis
mellifera capensis.
 O objetivo era um trabalho confinado de
hibridação com as raças de abelhas europeias,
para oferecer aos apicultores brasileiros rainhas
híbridas (euro-africanas), para produção de
enxames mais produtivos. Entretanto, as
abelhas fugiram e cruzaram com as europeias já
existentes no Brasil, resultando nas abelhas
africanizadas, agressivas e de comportamento
migratório. Atualmente, no Brasil, estima-se
que as abelhas africanas e africanizadas
representem 90% da população.
.
Importância econômica da
atividade apícola
 Tanto a apicultura como a meliponicultura são
atividades que envolvem a criação de abelhas
de forma racional. Enquanto a apicultura está
relacionada à criação das abelhas do gênero
Apis, as mais utilizadas comercialmente, a
meliponicultura se ocupa da criação de abelhas
do gênero Melipona. 
 PANORAMA MUNDIAL: A pandemia do
novo coronavírus não afetou o consumo de mel
no mundo, mas gerou mudanças de
comportamento de consumo. O fato de o
consumidor passar mais tempo dentro de casa
possibilitou a escolha e o consumo de produtos
mais saudáveis, como o mel, por exemplo.
A produção mundial de mel em 2019 foi de
1.852.598 toneladas (FAO, 2020).
 PANORAMA NACIONAL: O Brasil possui
vegetação rica e variada, aliada a um clima
muito diverso, que favorecem a exploração da
apicultura em todos os estados da federação. A
apicultura pode ser desenvolvida de duas
formas:
 • Fixa: As colônias de abelhas melíferas
permanecem no mesmo local.
. • Migratória: As colônias são transportadas
para locais que ofereçam uma flora apícola mais
abundante, com o objetivo de aumentar a
produtividade da colmeia.
No Brasil, predomina a apicultura fixa,
desenvolvida por pequenos produtores e
caracterizada pela exploração de até 150
colmeias, trabalho realizado, principalmente,
pela mão de obra familiar.
 A Região Sul do país lidera a produção
nacional, com dois terços do mel destinado ao
mercado externo, sendo exportado,
principalmente, para os EUA e a Europa. O
Paraná se destacou com o maior volume,
responsável por 15,7%, seguido por Rio Grande
do Sul (13,6%), Piauí (10,9%), São Paulo
(9,8%) e Minas Gerais (9,2%). 
Importância ambiental da
atividade apícola 
 A produção apícola é uma atividade que
contribui para o consumo racional dos recursos
naturais. 
 A apicultura cultura não requer desmatamento
da área utilizada e pode ser exercida em áreas
de preservação ou em conjunto com outros
meios de cultivo vegetal e animal.
 Além da produção de mel e derivados, as
abelhas possuem grande importância na
polinização, processo em que o grão de pólen é
transferido da estrutura masculina da flor para a
região que conduz os gametas masculinos até
os gametas femininos da planta. Essa
transferência pode ocorrer: em uma mesma flor
(autopolinização) ou entre flores diferentes
(polinização cruzada).
No Brasil, há três culturas que dependem do
uso de polinizadores: a maçã na Região Sul,
especialmente Santa Catarina; e o melão e a
melancia na Região Nordeste, nos estados do
Ceará e Rio Grande do Norte.
 
 Características das abelhas
melíferas
 Todas as abelhas passam por uma metamorfose
completa, que se constitui de quatro estágios de
desenvolvimento distintos:
 • Ovo: Fase normalmente curta, que termina
com o nascimento da larva.
 • Larva: Fase em que o elevado consumo de
alimento determina o seu crescimento.
 • Pupa: Fase em que a abelha se torna imóvel e
sofre a metamorfose propriamente dita, com
mudanças radicais nas suas estruturas interna e
externa.
 • Adulto: Fase em que o inseto está
completamente formado.
 São insetos sociais que se comunicam por
feromônios (odores) e danças. 
 Em uma colônia, convivem harmonicamente três
castas de abelhas, que possuem funções
específicas e perfeitamente delimitadas: milhares
de operárias, algumas centenas de zangões e uma
rainha.
 • Abelhas operárias: São fêmeas oriundas de
ovos fecundados que, devido ao tipo de
alimentação, não desenvolvem o aparelho
reprodutor, logo, não se reproduzem. Elas
alimentam as larvas; ventilam a colmeia batendo
as asas e aquecem quando está frio; produzem
cera; constroem favos; cuidam da rainha;
defendem a colmeia dos agressores; coletam
néctar, pólen e própolis; e produzem o mel.
 
 • Zangões: São oriundos de ovos não
fecundados. Possuem o corpo maior e mais
pesado que a operária, pois seu
desenvolvimento ocorre em células maiores
chamadas zanganeiras.
 • Abelha rainha: Cada colônia de abelhas
possui uma única rainha, que é a mãe de todas
as abelhas e responsável pela colônia, pois faz a
postura de ovos que vão originar operárias,
zangões ou novas rainhas; além de manter o
enxame unido. A rainha, como as operárias,
também é oriunda de um ovo fecundado. A
diferença é que a rainha é alimentada com
geleia real desde o início da fase larvar. As
larvas que recebem essa alimentação ficam em
alvéolos especiais, denominados realeira.
 MORFOLOGIA
 • Cabeça:
 - Está presente um par de antenas, com
estruturas olfativas e auditivas.
 - Três ocelos (olhos simples) na região
frontal permitem a visão de perto e no escuro.
 - dois olhos compostos na região lateral,formados por milhares de facetas, possibilitam
enxergar em várias direções.
 - Peças bucais fortes cortam e manipulam
diversos materiais, como cera e própolis, na
construção do ninho
 - A língua pilosa permite a coleta do grão
de pólen.
 - As operárias possuem glândulas
hipofaringeanas e mandibulares na cabeça e
duas glândulas salivares, uma na cabeça e outra
no tórax.
 • Tórax 
 - É dividido em três segmentos,
apresentando um par de pernas (anteriores,
intermediárias ou medianas e posteriores) em
cada um.
 - As patas posteriores das operárias, além
de possibilitarem a locomoção, possuem as
corbículas, cavidades onde são transportados o
pólen e a resina. O pólen também é
transportado nos pelos do tórax.
 - No tórax, há dois pares de asas e órgãos
respiratórios e digestório (esôfago).
 
 • Abdômen
 - Abriga órgãos importantes do sistema
digestivo, como o papo ou vesícula melífera,
onde o néctar é armazenado e transportado
para a colmeia.
 - O ferrão, órgão de defesa de operárias
e rainhas, fica na região posterior do
abdome, associado à glândula ácida ou de
veneno, que secreta apitoxina (veneno).
 - Internamente, encontra-se a glândula
de cheiro ou Nasonov, que libera um
feromônio que auxilia na orientação e no
agrupamento das abelhas.
 - Quatro pares, as glândulas cerígenas,
que secretam cera.
 O corpo é revestido por exoesqueleto de
quitina, formando uma carapaça, e algumas
regiões são cobertas por pelos. Essa
estrutura rígida evita a perda de água e
protege contra predadores.
 Comportamento higiênico das
abelhas 
As abelhas higiênicas detectam, desoperculam e
removem a cria doente da colônia antes de a
doença alcançar o estágio infeccioso, evitando o
manuseio e a transmissão do agente patogênico.
 Comportamento enxameatório 
 ENXAMEAÇÃO: Ocorre, geralmente, quando
as condições ambientais são extremamente
favoráveis, o que desencadeia um aumento
populacional que torna incompatível o espaço
físico do ninho. Antes de ocorrer a enxameação,
as operárias promovem o nascimento de outra
rainha e, antes que nasça, a rainha velha e suas
acompanhantes partem para outro local.
 ABANDONO: Este comportamento ocorre por
diferentes motivos adversos, tais como: escassez
de alimento e/ou água; e estresse térmico. É mais
comum nas abelhas africanas, bem como nas
africanizadas.
 Comportamento defensivo 
 A agressividade das abelhas é importante para a
defesa das colmeias, sendo realizada pelas
operárias. Os estímulos que desencadeiam o
comportamento agressivo são: Movimento,
vibrações no solo, cores escuras, temperatura do
corpo, consistência peluda.
 Durante a defesa, as operárias injetam a
apitoxina, utilizando o ferrão, que fica preso à
vítima, juntamente com as vísceras e a glândula
de veneno, garantindo maior dosagem injetada.
Entretanto, a perda do ferrão e partes anexas
resulta na morte da operária.
Transformação do néctar em
mel
 O néctar é uma substância aquosa açucarada,
secretada pelas plantas em seus nectários. É rico
em açúcares, principalmente sacarose, frutose e
glicose, além de: Aminoácidos, Proteínas,
Lipídeos, Glicosídeos, Dextrinas e Substâncias
inorgânicas.
 As abelhas operárias “campeiras” fazem a
colheita do néctar floral e transportam até a
colmeia na vesícula melífera. Ao chegar à
colmeia, transferem a carga trazida para as
operárias denominadas abelhas “receptoras”, que
manipularão o néctar com suas peças bucais,
expondo ao ar e diminuindo o teor de umidade
em torno de 40-50%. Esse mel “imaturo” é
regurgitado nos favos, onde continuará a perder
umidade e, consequentemente, a concentrar os
açúcares.
 Enquanto as abelhas receptoras manipulam o
néctar, ocorre a ação das enzimas produzidas
pelas glândulas hipofaringeanas, que continuam
agindo quando ocorre a sua deposição nos favos.
Quando o teor de umidade do mel atinge de 17%
a 20% (mel “maduro”), as abelhas operculam os
favos, fechando-os hermeticamente com uma
camada de cera. A operculação dos favos evita a
absorção de umidade.
Localização dos aviários 
 O mais importante de todos é a flora apícola,
espécies vegetais que irão ofertar o néctar, o pólen
e o material resinoso para as abelhas. O ideal é que
a flora apícola seja bastante diversificada e
composta por plantas que floresçam em diferentes
estações do ano.
 Outros cuidados de extrema importância são:
 • Oferta natural de água limpa.
 
 • Proteção natural contra correntes de ar
intensas.
 
 • Proteção contra incidência direta da luz solar,
para manter a temperatura em torno de 35°C na
área de cria.
 
 • A entrada da colmeia deve ficar voltada para o
sol nascente, para que a temperatura do interior da
colmeia aumente no início da manhã de forma mais
acelerada.
 
 • As colmeias não devem ser instaladas em
contato direto com o piso, mas sobre cavaletes,
diminuindo o risco de contaminação e absorção de
umidade pelo mel.
Povoamento do aviário e
estrutura das colmeias 
 O povoamento do apiário pode ser realizado de
diferentes formas:
 • Captura de enxames na natureza (forma mais
barata)
 • Divisão de enxames populosos já existentes
no apiário
 • Compra de enxames de outros apiários
 
 O modelo de colmeia mais utilizado é o de
Langstroth.
 Estrutura das colmeias 
 • Melgueiras: Local onde o mel fica
armazenado.
 • Quadros: Também denominados de caixilhos,
que são estruturas de madeira e arame, de
formato retangular, onde vai ser depositada a
cera alveolar.
 • Ninho: Local da colmeia em que a rainha se
encontra, onde faz a postura dos ovos e ocorre
sua incubação e a metamorfose. No interior do
ninho, também são colocados os quadros onde as
abelhas vão construir os favos de postura e de
armazenamento do mel.
 
 • A entrada da colmeia fica na parte frontal e
inferior da caixa. Essa “porta” é denominada
alvado.
 Colheita do mel 
 O mel apresenta características que o tornam
um alimento bastante susceptível à
contaminação: Microbiológica (ex.: Clostridium
botulinum), Química (ex.: agrotóxicos), Física
(ex.: fragmentos do corpo das abelhas)
 • Para reduzir ou evitar a contaminação, é
necessário que, em todas as etapas do
beneficiamento do mel, da colheita até a
comercialização, sejam adotadas as normas
higiênicas recomendadas pelas Boas Práticas
Apícolas.
 
 Vestimenta do apicultor
 Macacão: Deve ter um tecido resistente, com
manga comprida e punhos de elástico.
 Bota: Deve ser de borracha branca de cano alto
ou médio.
 Meia: Deve estar por cima da calça.
Luva: Deve ficar por baixo do punho de elástico
da manga do macacão.
 Protetor de cabeça ou “véu”: Deve ser um
tecido resistente, com visor confeccionado por
uma tela fina de cor escura.
 
 Condição climática
 A colheita deve ser realizada durante um dia
ensolarado, com baixa umidade, e num horário
em que grande parte das abelhas estejam no
campo fazendo a colheita do néctar e do pólen,
idealmente entre 9h00 e 16h00.
 
Uso da fumaça
 
 
 Para diminuir o risco de ataque pelas abelhas, é
feita a aplicação da fumaça por meio de um
fumigador.
 Alguns cuidados são necessários para a
produção e a aplicação da fumaça:
 • Deve ser utilizada a maravalha (lascas de
madeira) ou serragem não tratada (sem
aplicação de produtos químicos), provenientes
de madeiras brancas e de odor suave.
 • Nunca utilizar óleo, fumo, querosene, ou
qualquer outro tipo de material tóxico.
 • A fumaça deve ser limpa e fria para que não
provoque queimadura ou morte das abelhas. A
temperatura fria também é responsável por
produzir uma fumaça de maior densidade.
 • Deve ser aplicada diretamente sobre a
entrada da colmeia, respeitando um
distanciamento mínimo de 20cm para não
impregnar os quadros com a fumaça.
 • Deve ser aplicada em pequena quantidade e
de forma lenta.
 
Seleção dos quadros
 
 
 Durante essa inspeção, são selecionados os
quadros contendo 90% ou mais dos favos
operculados, sem a presença de crias e/ou pólens.
 Os quadros selecionados devem ser colocados
em uma melgueira vazia, fora do chão, e depois
transportadospara o local do beneficiamento.
 
Transporte dos quadros
 
 
 
 Deve-se evitar a exposição dos quadros ao sol,
pois o aumento da temperatura do mel eleva o
teor de hidroximetilfurfural (HMF), cuja presença
acima do limite estabelecido pela legislação é
indicativa de deterioração do mel. O ideal é fazer
o transporte em veículos fechados, quando não
for possível, deve-se cobrir as melgueiras com
uma lona plástica limpa, utilizada somente para
essa finalidade.
 
Extração do mel
 
 
 
 
 O Regulamento da Inspeção Industrial e
Sanitária dos Produtos de Origem Animal –
Riispoa (BRASIL, 2020) do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa,
classifica o estabelecimento de produtos apícolas
em: Unidade de Extração e Beneficiamento de
Produtos de Abelhas, e o define como:
“estabelecimento destinado à recepção, à
classificação, ao beneficiamento, à
industrialização, ao acondicionamento, à
rotulagem, à armazenagem e à expedição de
produtos e matérias-primas pré-beneficiadas,
provenientes de outros estabelecimentos de
produtos de abelhas e derivados, facultada a
extração de matérias-primas recebidas de
produtores rurais”.
 
Localização dos estabelecimentos
apícolas
 
 
 
 Devem estar afastados de locais com focos de
insalubridade, odores indesejáveis e de criações
de animais para evitar o risco de contaminação
cruzada. O acesso deve ser fácil, para permitir a
chegada e saída dos veículos transportadores das
melgueiras e dos produtos apícolas.
Higiene das instalações e
equipamentos dos
estabelecimentos apícolas
 
 
 
 
 Cor e superfície: O piso, as paredes, o teto, as
portas e as janelas devem ser de cor clara, com
superfície lisa, impermeável e lavável.
 Janelas: Devem ser teladas para evitar a entrada
de insetos e providas de sistema com a forma de
um funil, que permite a remoção das abelhas que
entraram junto com as melgueiras.
 Iluminação natural e artificial: Deve ser de
intensidade suficiente para permitir a realização
das atividades. A luz artificial deve ser fria e
devem ser utilizadas luminárias com proteção.
 Ventilação: Deve garantir conforto térmico e
evitar acúmulo de umidade e condensações. O
fluxo da ventilação deve ser no sentido da área
limpa (expedição) para a área suja (recepção das
melgueiras). Para garantir uma boa ventilação, o
pé direito deve ser de 4m ou de 3m quando
climatizado.
 Abastecimento de água: Deve ser promovido em
quantidade e qualidade que atenda a legislação
específica. O reservatório de água deve ser
provido de tampa e sua higienização deve ser
realizada a cada 6 meses.
 Equipamentos: Devem ser de aço inox, que é
um material resistente à higienização e não
transfere odores e sabores anormais aos produtos
apícolas.
 Sanitários e vestiários: Não podem ter acesso
direto à área de produção. Os lavatórios devem
ter torneiras acionadas por pedal ou sensor; sabão
próprio para higienização das mãos e antebraços;
papel toalha para secagem e álcool 70% para
desinfecção das mãos.
 Manipuladores: Devem apresentar uniforme
limpo, na cor branca, composto por bota de
borracha, calça, avental e touca protetora de
cabelo. Não é permitido o uso de adornos nem
atitudes que coloquem em risco a segurança dos
produtos. A higienização das mãos deve ser
realizada com frequência.
Etapas do beneficiamento do
mel
 
 
 
 
 Área de recepção: Os quadros são limpos para
remoção de abelhas, pedaços de cera e sujidades.
A limpeza deve ser realizada com os quadros
dispostos sobre estrados.
 Área de processamento: Ocorre a
desoperculação dos favos dos quadros, com
remoção da fina camada de cera que recobre os
favos contendo o mel maduro. A operação pode
ser feita com garfo desoperculador ou faca
desoperculadora.
 Para remoção da cera, o quadro deve ficar na
posição vertical, apoiado em uma barra lateral, e
o garfo ou a faca é passado abaixo da cobertura.
O ideal é que esta operação ocorra sobre a mesa
desoperculadora, que tem apoio para os quadros,
o fundo inclinado para o escorrimento do mel e
uma peneira para reter a cera removida.
 Após a desoperculação, os quadros seguem para
a centrifugação e para remoção do mel do
interior dos favos, sem serem danificados. A
velocidade da centrífuga deve ser aumentada
gradativamente, conforme ocorre a saída do mel
dos favos.
 Os quadros, após o término da centrifugação,
podem ter dois destinos:
 • Aqueles com os favos íntegros são
acondicionados dentro das melgueiras utilizadas
para o seu transporte e devolvidos para o apiário.
 • Os que apresentarem favos danificados ou
com cera escurecida, terão os favos removidos, a
cera derretida e, posteriormente, será realizada
uma limpeza e manutenção do quadro com troca
dos arames desgastados e/ou esticamento do
arame frouxo; em seguida, receberão uma nova
camada de cera alveolar e serão despachados
para o apiário.
 O mel recolhido da centrífuga passa por
peneiras, onde a filtração pode ser tanto Manual
(por gravidade), quanto mecânica (por pressão).
Após isso é despejado nos tanques decantadores
onde as impurezas (pedaços de cera e partes do
corpo das abelhas) que não foram retidas na
filtração, serão separadas por diferença de
gravidade.
 O tanque de decantação possui torneiras na sua
base; após o término da decantação, o mel é
escoado do tanque e encaminhado para a
homogeneização, para padronizar o aroma e a
cor. Após a homogeneização, o mel pode ser
envasado.
Área de armazenamento e
expedição do mel
 
 
 
 
 
 O local de armazenamento do mel deve ser
seco, sem incidência de luz solar direta. As
embalagens primárias e secundárias (caixas onde
as embalagens primárias individuais são
acondicionadas) devem estar depositadas sobre
estrados e afastadas da parede, para permitir a
limpeza do local. O transporte do mel para os
locais de comercialização deverá ser realizado em
caminhões de carroceria fechada.
Mel - Definição e composição
 
 
 
 
 
 O Riispoa define o mel como o “produto
alimentício produzido pelas abelhas melíferas a
partir do néctar das flores ou das secreções
procedentes de partes vivas das plantas ou de
excreções de insetos sugadores de plantas que
ficam sobre as partes vivas de plantas que as
abelhas recolhem, transformam, combinam com
substâncias específicas próprias, armazenam e
deixam maturar nos favos da colmeia”.
 Composição: 
 • Frutose: 38,38%
 • Glicose: 30,31%
 • Açúcares redutores: 76,65%
 • Frutose: 1,31%
Mel - Características sensoriais
 
 
 
 
 
 Docilidade: Varia conforme a composição dos
açúcares. Geralmente, a maioria apresenta maior
quantidade de frutose do que de glicose. A
frutose confere o sabor doce mais intenso do que
a glicose.
 Cor, sabor e aroma e consistência: Sua cor pode
variar de quase incolor a pardo-escura; que seu
sabor e aroma devem ser característicos da sua
origem e a sua consistência varia conforme o seu
estado físico (líquido, semicristalizado ou
cristalizado).
 Cristalização: É a glicose o principal açúcar
responsável pela cristalização. Quando este
açúcar perde água, se transforma em um
monoidrato de glicose e em cristal. A relação
frutose/glicose também é responsável pela
cristalização. Quando o mel apresenta maior
quantidade de frutose do que de glicose,
raramente cristaliza, pois a glicose é menos
solúvel que a frutose.
 Aquecimento: É o processo mais utilizado pelas
indústrias e pelos consumidores para
descristalizar o mel, porém o calor pode
prejudicar a qualidade do mel, diminuindo a
atividade diastásica e aumentando a concentração
de HMF.
Mel - Parâmetros de
deterioração
 
 
 
 
 
 Atividade diastásica: A diastase é um conjunto
de enzimas (α-amilase e β-amilase) responsáveis
pela hidrólise do amido. Essas enzimas são
termossensíveis, portanto, sua inativação indica
aquecimento do mel ou armazenamento
prolongado.
 Hidroximetilfurfural (HMF): O HMF é oriundo
da desidratação da frutose em meio ácido,
formado no mel quando é submetido ao
aquecimento e/ou armazenamento prolongado. A
presença de pequenas quantidades de HMF no
mel é normal, devido à sua composição, rica em
frutose e glicose;e a presença natural do ácido
glucônico.
 Acidez e fermentação: O mel apresenta uma
acidez natural devido à presença de ácidos
orgânicos, mas o crescimento microbiano,
principalmente das leveduras, determina o
aumento da acidez, pois utilizam os açúcares
como substrato para o seu desenvolvimento,
causando a sua fermentação.
 Açúcares redutores e não redutores: A presença
dos açúcares redutores (frutose e glicose) e não
redutores (sacarose) é utilizada como parâmetro
para avaliar a maturidade do mel. Altos teores de
sacarose e baixos teores de açúcares redutores
são um indicativo de colheita de mel imaturo ou
fraude por adição de sacarose ao mel.
 Teoar de umidade: É comum no mel a presença
de leveduras oriundas do solo, das plantas e da
própria colmeia, que são resistentes a altas
concentrações de açúcar. Um dos fatores que irá
controlar o desenvolvimento desses
microrganismos é o teor de umidade reduzido.
Porém, quando o teor de umidade é superior a
20%, as leveduras podem começar a crescer e vão
utilizar os açúcares como substrato para o seu
crescimento, causando sua fermentação com
consequente produção de ácido.
Mel - Parâmetros de
maturidade
 
 
 
 
Mel - Parâmetros de pureza
 
 
 
 
 Sólidos insolúveis em água: Máximo 0,1g/100g.
No mel prensado, tolera-se até 0,5g/100g.
 Minerais (cinzas): Máximo 0,6g/100g. No
melato, ou mel de melato, e suas misturas com
mel floral, até 1,2g/100g.
 Pólen: O mel deve, necessariamente, apresentar
grãos de pólen.
Pólen apícola - Definição
 
 
 
 
 De acordo com a Instrução Normativa nº 3 do
Mapa (BRASIL, 2001), “entende-se por Pólen
Apícola o resultado da aglutinação do pólen das
flores, efetuada pelas abelhas operárias,
mediante o néctar e suas substâncias salivares, o
qual é recolhido no ingresso da colmeia”.
Pólen apícola - Composição e
benefícios 
 
 
 
 
 O pólen apresenta, na sua composição: açúcares
(glicose, frutose e sacarose), fibras, proteínas e
lipídeos; além de outros componentes em menor
quantidade como: minerais, vitaminas
(principalmente do grupo B), carotenoides e
compostos fenólicos.
 Devido à presença de proteína (22,7%) e
aminoácidos essenciais (10,4%) na sua
composição, o pólen é o principal alimento
durante o desenvolvimento das abelhas, pois é
utilizado na produção da geleia real, consumida
pela rainha e pelas larvas das abelhas operárias.
Embora o principal alimento das abelhas seja o
mel, o pólen é um suplemento.
 Vários são os benefícios associados ao consumo
do pólen pelo homem. A presença dos compostos
fenólicos, principalmente os flavonoides, são
responsáveis pela sua atividade antioxidante. A
ingestão desses antioxidantes está associada com
a prevenção e o tratamento de múltiplas doenças,
além da sua atuação no fortalecimento do
sistema circulatório. A presença de carotenoides
também é um benefício, pois são precursores da
vitamina A. Ainda, a presença de vitaminas do
grupo B e de ferro contribui para a regulação do
funcionamento intestinal e o aumento da taxa de
glóbulos vermelhos do sangue.
Elaboração do pólen apícola
 
 
 
 
 
 O pólen que é coletado pelas abelhas e
transportado nas corbículas, é oriundo da sua
aglutinação com o néctar e as substâncias
presentes na saliva (enzimas e vitaminas)
formando as “bolotas de pólen”. No interior da
colmeia é estocado nos favos e transformado no
“pão das abelhas”. É utilizado na alimentação de
larvas, crias, abelhas jovens e adultas; e na
produção da geleia real.
Coletores do pólen apícola 
 
 
 
 
 
 O coletor de pólen apícola, como mostrado na
imagem a seguir, é utilizado para remoção das
bolotas de pólen apícola das corbículas das
abelhas quando elas regressam à colmeia. O
equipamento funciona como uma grade, cujos
orifícios devem ter tamanho suficiente para a
passagem das abelhas, mas devem reter 70% das
bolotas de pólen. Os outros 30% devem estar
disponíveis para alimentação das abelhas no
interior das colmeias. As bolotas de pólen retidas
caem em um compartimento gradeado que
impede o recolhimento do pólen pelas abelhas.
 A colheita do pólen deve ser diária. É realizada
uma limpeza com pinça para remoção de abelhas
mortas. Em seguida, o pólen éacondicionados em
baldes plásticos e vedados.
Geleia real - Definição
 
 
 
 
 
 O RTIQ da Geleia Real (BRASIL, 2001) a
define como “o produto da secreção do sistema
glandular cefálico (glândulas hipofaringeanas e
mandibulares) das abelhas operárias, coletada até
72 horas”.
Geleia real - Composição e
benefícios 
 
 
 
 
 
 A geleia real é composta por 60–70% de
umidade; 7–18% de açúcares, 12–15% de
proteínas e 3–8% de lipídeos, além de minerais e
vitaminas.
 Vários são os benefícios da utilização da geleia
real na alimentação humana, pois apresenta em
sua composição:
 • Biopterina: É um coator na produção de vários
neurotransmissores necessários no cérebro. A
falta desse coator pode levar ao desenvolvimento
de várias doenças graves no homem. 
 • Ácido pantotênico: Importante par garantir o
bom funcionamento do metabolismo humano. 
Geleia real - elaboração e
extração 
 
 
 
 
 
 A elaboração da geleia real é baseada na
produção da abelha rainha, utilizando colmeias
especiais. Primeiramente, faz-se a seleção de
uma colmeia forte e populosa e, em seguida, a
rainha é removida da colmeia, sendo um estímulo
para as operárias produzirem a geleia real e
alimentarem as larvas recém-eclodidas. Após 72
horas, as larvas são removidas e a geleia real é
extraída por meio de uma espátula ou de bomba
de sucção.
Própolis - Definição e
utilização pelas abelhas 
 
 
 
 
 
 Segundo a Instrução Normativa nº 3 do Mapa
(BRASIL, 2001), “entende-se por Própolis o
produto oriundo de substâncias resinosas,
gomosas e balsâmicas, colhidas pelas abelhas, de
brotos, flores e exsudados de plantas, nas quais
as abelhas acrescentam secreções salivares, cera e
pólen para elaboração final do produto”.
 As abelhas utilizam a própolis para a
higienização da colmeia e para a prevenção de
doenças. Também é utilizada para a vedação de
aberturas e fechamento de espaços internos na
colmeia; e para a renovação da película que
protege os favos.
Própolis - Composição e
benefícios do seu consumo
 
 
 
 
 
 Composição: Resinas, produtos balsâmicos,
cera, óleos essenciais, pólen, microelementos
 De acordo com a sua origem botânica, sua
composição irá conter uma variedade de
compostos fenólicos que apresentam vários
benefícios terapêuticos para o homem, como
ação anestésica, anti-inflamatória, cicatrizante,
antioxidante etc.
Própolis - Elaboração 
 
 
 
 
 
 As abelhas raspam com a mandíbula as
substâncias resinosas encontradas nas plantas,
para depois serem acondicionadas nas corbículas
e transportadas. Na colmeia, é retirada das
corbículas e misturada às secreções salivares,
pólen e cera.
Cera de abela - definição 
 
 
 
 
 
 Segundo a Instrução Normativa nº3 do Mapa
(BRASIL, 2001), “entende-se por cera de abelhas
o produto de consistência plástica, cor amarelada,
muito fusível, secretado pelas abelhas para a
formação dos favos nas colmeias”.
Cera de abela - elaboração 
 
 
 
 
 
 A cera é produzida na forma líquida pelas
glândulas cerígenas, mas o contato com ar
promove sua solidificação na forma de lâminas de
fina espessura. As abelhas mastigam essas
lâminas, misturando-as com a saliva e
promovendo a incorporação de própolis,
proteínas e pólen, que, influenciados pela
temperatura e pelo teor de umidade da colmeia,
vão originar as diferentes cores e consistências da
cera.
Cera de abela - extração 
 
 
 
 
 
 A cera extraída dos quadros deve ser
transformada em um bloco de cera bruta. Para a
obtenção desse bloco, podem ser utilizados o
aquecimento em banho-maria; imersão em água
quente; ou a utilização de caldeiras, onde o
derretimento da cera ocorre por ação do vapor,
sendo considerado o método mais eficiente.
 Apitoxina - Definição
 
 
 
 
 
 De acordo com a Instrução Normativa nº 3 do
Mapa (BRASIL, 2001), “entende-se por
Apitoxina o produto de secreção das glândulas
abdominais (glândulas do veneno) das abelhas
operárias e armazenadono interior da bolsa de
veneno”.
 Apitoxina - Composição e
benefícios do seu consumo
 
 
 
 
 
 Composição: Apamina, melitina, fosfolipase,
hialuronidase, aminoácidos.
 A apitoxina apresenta também várias
substâncias com atividades terapêuticas, como:
ação analgésica, anti-inflamatória, antitumoral
etc.
 Apitoxina - Elaboração e
extração da apitoxina
 
 
 
 
 
 
 Existem várias técnicas para a coleta da
apitoxina nas abelhas, contudo, a mais utilizada
pelos apiários é por meio de coletores elétricos.
Essa técnica apresenta como vantagens:
 • A coleta de maior volume.
 • Ausência de risco de contaminação do veneno
com conteúdo gastrointestinal.
 • Não provocar a morte das abelhas.
Acabou !

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