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Proposal ergonomic design applied to uniforms for female professionals in the field 
of nursing. 
 
Proposta de design ergonômico aplicado a uniformes para profissionais do gênero 
feminino da área de enfermagem. 
 
Rodrigo Gomes Curimbaba 
PPG Design – UNESP– Campus Bauru 
e-mail: nunescurimbaba@hotmail.com 
Juliana Bononi Serra 
PPG Design – UNESP– Campus Bauru/ UNIFAFIBE 
e-mail: julianabs9@gmail.com 
 
Laís Regina Faganello 
PPG Design – UNESP– Campus Bauru/ UNIFAFIBE 
e-mail: laisfaganello@hotmail.com 
 
Bethânya Graick Carizio 
PPG Design – UNESP– Campus Bauru/ UNIFAFIBE 
e-mail: bethanya.carizio@yahoo.com.br 
Adriana Francisca Araújo 
PPG Design – UNESP– Campus Bauru 
e-mail: adrifranci@yahoo.com.br 
Galdenoro Botura Jr. 
Doutor, PPG Design – UNESP– Campus Bauru 
e-mail: galdenoro@gmail.com 
 
Luis Carlos Paschoarelli 
Doutor, PPG Design – UNESP– Campus Bauru 
e-mail: paschoarelli@faac.com.br 
 
Resumo: Os profissionais da área de enfermagem, durante sua rotina diária, estão 
submetidos a grandes exigências físicas, podendo estas desencadear distúrbios 
musculoesqueléticos relacionados à biomecânica das tarefas, devido a estes fatores este 
estudo objetivou desenvolver um uniforme ergonômico para profissionais enfermeiros 
do gênero feminino, a fim de permitir o uso adequado da mecânica corporal em 
diferentes tipos de atividades como mobilização e transporte de pacientes, levando 
também em consideração o conforto e a estética da vestimenta. 
	
  
	
  
 
Palavras-chave: ergonomia, profissionais da enfermagem, uniforme. 
 
 
Abstract: Professionals in the nursing field, during your daily routine, are undergoing 
major physical demands, which may trigger musculoskeletal disorders related to 
biomechanics of tasks due to these factors this study aimed to develop an ergonomic 
uniform for female nurses in order to allow the proper use of body mechanics in 
different types of activities like, mobilization and transportation of patients also taking 
comfort and aesthetics of the dress into consideration. 
 
Key-word: ergonomics, nursing professionals, uniform. 
 
 
 
1. Introdução 
 
Profissionais da área de saúde têm apresentado uma taxa excessiva de problemas 
devido à algias vertebrais. Estes, em seu ambiente de trabalho, estão sujeitos a um 
grande número de patologias, dentre estas, as que ocorrem na coluna vertebral e podem 
gerar muito desconforto e dores crônicas em toda sua extensão, passando pela cervical, 
torácica, lombar e sacral, dependendo do tipo e intensidade e do esforço exercidos pelos 
profissionais em suas atribuições diárias. 
Segundo Paschoarelli (2003), a pesquisa ergonômica tem se caracterizado 
principalmente pela análise das condições ocupacionais nos mais diferentes setores 
produtivos, uma vez que os problemas decorrentes destas condições têm apresentado 
um impacto negativo em toda a sociedade. Dentro dessa nova condição organizacional, 
apresenta-se o denominado design ergonômico, que pode ser caracterizado por um 
segmento do desenvolvimento do projeto do produto, cujo princípio é a aplicação do 
conhecimento ergonômico no projeto de dispositivos tecnológicos, com o objetivo de 
alcançar produtos e sistemas seguros, confortáveis, eficientes, efetivos e aceitáveis. Seus 
princípios baseiam-se na inter-relação entre usabilidade, ergonomia e design; entretanto, 
são os seus procedimentos metodológicos os aspectos que mais se destacam, uma vez 
que são desenvolvidos para melhorar o desenvolvimento de produtos através da 
compreensão da interação entre todos os aspectos humanos e os mais variados e 
distintos dispositivos tecnológicos. (RODRIGUES, BARELA, COSTA, 
PASCHOARELLI e SILVA, 2013). 
Através dessas pesquisas, notou-se a necessidade de averiguar a causa dessas 
algias; Constataram-se dificuldades na movimentação de pacientes acamados, 
principalmente pelo grande esforço físico praticado pelos funcionários ao transportá-los. 
Um aspecto problemático do ponto de vista ergonômico envolve o transporte em 
movimentação de pacientes acamados, já que é um dos fatores que mais causam lesões 
à coluna. Um levantamento aponta que 45,9% dos acidentes em enfermarias ocorrem 
	
  
	
  
durante tais manobras (YASSI, et al. 1995, apud ALEXANDRE; SILVA; ROGANTE, 
2001) . 
De acordo com Corrêa, Paschoarelli e Silva (2004), o setor médico-hospitalar 
(principalmente a enfermagem) é um exemplo no qual as condições ocupacionais têm 
gerado uma expressiva demanda ergonômica, possivelmente em decorrência da 
interface ocupacional com equipamentos tecnológicos mal projetados. Os trabalhadores 
de enfermagem são especialmente susceptíveis à lesões na coluna vertebral pelo fato de 
terem que movimentar e transportar pacientes regularmente, o que representa um evento 
acumulativo, que predispõe sobretudo , a algias vertebrais (GALLASCH, C. H. 2003). 
Dentre os vários fatores que podem acarretar inúmeros tipos de patologias nesses 
profissionais, podemos citar: mobiliários e equipamentos em condições inadequadas de 
uso; a manutenção de posturas corporais inadequadas, assim como a submissão de 
longos períodos de tempo em postura estática; estresse; pressão no trabalho; quadro 
funcional insuficiente em número de profissionais; uso inadequado da mecânica 
corporal para realização de movimentação ou transporte de cargas ou pacientes 
(CÉLIA; ALEXANDRE, 2004; PARADA; ALEXANDRE; BENATTI, 2002; 
RETSAS; YIP, 2001; PINIKAHANA, 2000). 
Os trabalhadores de enfermagem empregam esforços musculares com grande 
gasto de energia para a realização de atividades como: levantamento e manuseio de 
pacientes, de equipamentos e materiais, o que tem ocasionado problemas posturais e de 
fadiga nestes profissionais (ZANON, E.; MARZIALE, M. H. P. 2000). 
 Devido às demandas biomecânicas impostas ao ofício dos enfermeiros, este 
estudo objetivou desenvolver um uniforme ergonômico para estes profissionais, do 
gênero feminino, a fim de permitir o uso adequado da mecânica corporal em diferentes 
tipos de atividades como mobilização e transporte de pacientes, levando também em 
consideração o conforto e a estética da vestimenta. 
 
 
2. Referencial Teórico 
 
2.1 Profissionais da Enfermagem 
 
 Os profissionais de enfermagem, em suas atribuições profissionais, atuam em 
diversas áreas, dentre as quais no leito hospitalar, movendo, manipulando os pacientes 
acamados, materiais e equipamentos durante seu dia a dia. Segundo POTTER e PERRY 
(1996), o profissional da área de saúde, para diminuir o risco de lesões, tanto para si 
próprio quanto ao paciente, deve fazer uso apropriado da mecânica corporal sempre que 
realizar algum movimento ou movimentar o paciente. Para isso, deve coordenar de 
maneira adequada o esforço dos sistemas músculo esquelético e nervoso, mantendo o 
equilíbrio, a postura e alinhamento corporal, durante a inclinação, movimento, 
levantamento de carga e execução das atividades diárias este profissional reduzirá de 
modo considerável o risco de lesões e danos a sua saúde. 
 
	
  
	
  
2.2 O Paciente Acamado 
 
 Indivíduos acamados perdem durante algum tempo a autonomia sobre seu 
próprio corpo. Quando internado, o paciente sofre também com a ruptura com o mundo 
exterior, se sentindo muitas vezes defasado deste. Separa-se de sua família, trabalho, 
casa, e afazeres ficando segregado do meio onde até então vivia e possuía sua 
identidade (SANT ' ANNA 2000). 
 
2.3 Tipos de Mobilizações no leito 
 
 De acordo com ALEXANDRE e ROGANTE (2000) os pacientes basicamente 
são submetidos aos seguintes movimentos e posicionamentos no ambiente hospitalar: 
- Sentar no leito; 
- Sentar na beira da cama; 
- Movimentar em posição supina para a cabeceira da cama; 
- Ser movimentado para um dos lados da cama e posteriormente ficar em decúbito 
lateral; 
- Levantar-se de cadeiras ou poltronas; 
- Manobrar-se do leito para cadeira de rodas, de banho ou poltronas e vice-versa; 
- Deambulação. 
 
2.4 Execuções de mobilizações e transferências no leito 
 
 Para uma adequada movimentação de pacientesno leito, requer-se um grande 
esforço físico com grande gasto de energia, por isso é primordial o emprego e o uso de 
uma boa mecânica corporal pelo profissional da área da saúde (OGUISSO, T.; 
SCHMIDT, M. J. 1984). Ainda segundo estes autores, inicialmente devem ser 
realizados uma avaliação sobre as condições físicas do acamado e certificar-se sobre seu 
grau de colaboração possível. Após isso, observar se há algum material ou equipamento 
(sondas, soros, suportes, entre outros) que possa dificultar ou obstruir os movimentos do 
paciente, orientando-o sobre quais movimentos irá se submeter e solicitando de acordo 
com a sua autonomia, cooperação deste. 
 
 
3. Materiais e Métodos 
 
 Este estudo teve caráter exploratório e transversal, atendendo a “Norma ERG 
BR 1002”, do “Código de Deontologia do Ergonomista Certificado” (ABERGO, 2003). 
O presente estudo foi realizado em três etapas, a primeira compreendeu uma pesquisa 
teórica desenvolvida a partir de uma revisão bibliográfica, posteriormente foi realizada 
uma pesquisa de campo com aplicação de questionário estruturado dos autores Corllet e 
Manenica (1980), e por fim a criação do protótipo do uniforme. Característica da 
amostra: 11 profissionais enfermeiros do gênero feminino, com idades entre 38 e 49 
	
  
	
  
anos. 
 A amostra da pesquisa em campo foi representada por 11 profissionais entre 38 e 
49 anos – todas do gênero feminino. Das funções exercidas, 1 é auxiliar de enfermagem, 
4 são técnicas de enfermagem e 6 enfermeiras. A aplicação de questionário consistiu em 
3 questões que avaliam o conforto durante o desempenho das diversas atividades 
envolvidas no transporte de pacientes; incidência de dor nestes profissionais e sua 
segmentação.O primeiro questionário, avaliou em escala de 1 (um) a 7 (sete) pontos 10 
atividades desenvolvidas no setor de enfermagem em relação ao desconforto; O 
segundo foi baseado em formulários segundo CORLETT e MANENICA (1980), onde 
se classifica de 1 (um) a 5 (cinco) a intensidade de desconforto/dor de cada uma das 
regiões do corpo durante o exercício da função dos profissionais de enfermagem. O 
terceiro e último questionário também é baseado em CORLETT e MANENICA (1980), 
verificou a incidência de dor, incômodo, desconforto ou entorpecimento nos últimos 
tempos entre 30 (trinta) dias a 12 (doze) meses em regiões do corpo específicas, 
mencionadas nas questões. 
 
5. Resultados 
 
No primeiro questionário verificou-se questões de 1 (um) a 10 (dez) onde indicaram o 
grau de desconforto numa escala de 1 (um) a 7 (sete). Abaixo os itens das questões: 
 
 
 
1.   Colocar e retirar comadres; 
2.   Trazer pacientes para um dos lados da cama; 
3.   Colocar pacientes em decúbito lateral (corpo deitado de lado); 
4.   Mover paciente em posição supina (corpo deitado e a face voltada para cima) 
para a cabeceira da cama; 
5.   Sentar o paciente no leito; 
6.   Sentar o paciente na beirada da cama; 
7.   Auxiliar o paciente a levantar da cadeira ou poltrona; 
8.   Auxiliar o paciente a andar; 
9.   Transferir o paciente do leito para maca ou vice/versa; 
10.  Transferir o paciente do leito para a cadeira de rodas ou vice/versa; 
 
 
 
A linha na vertical mostra o grau de desconforto do procedimento, sendo 1 (um) 
confortável e 7 (sete) desconfortável. 
 
 
Já a linha vertical refere-se às questões acima mencionadas. 
 
	
  
	
  
1	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  2	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  3	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  4	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  5	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  6	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  7	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  8	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  9	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  10	
   
 
 Verificou-se que com exceção das questões 1 e 4, as demais, encontram-se em 
nível de desconforto acima da intensidade 5 (cinco). No segundo questionário aplicado, 
a intensidade 1 (um) significa nenhum desconforto/dor e está sendo demonstrada na cor 
verde, 2 (dois) significa algum desconforto/dor e está demonstrada na cor amarela, 3 
(três) significa moderado desconforto/dor e está demonstrada na cor laranja, 4 (quatro) 
bastante desconforto/dor e está demonstrada na cor coral e 5 (cinco) significa intolerável 
desconforto/dor e está demonstrada na cor vermelha; Os números no manequim de 
amostra referem-se ao número de vezes que tais partes foram indicadas no questionário, 
(figuras 2, 3, 4, 5 e 6). 
 
 
 
 
 
 
Figura	
  1	
  –	
  Nível	
  ponderado	
  de	
  conforto	
  /	
  desconforto,	
  indicado	
  pelos	
  sujeitos	
  para	
  as	
  principais	
  atividades	
  ocupacionais	
  de	
  
enfermagem,	
  descritas	
  por	
  ALEXANDRE	
  e	
  ROGANTE,	
  2000.	
  
Figura 2 – Incidência do nível de desconforto percebido (indicado) em 
partes do corpo (baseado em Corllet e Manenica,1980). 
 
Nesta figura foram destacados apenas os locais que tiveram indicação de 
nenhum	
  nível	
  de	
  desconforto.	
  
	
  
	
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Incidência do nível de desconforto percebido (indicado) 
em partes do corpo (baseado em Corllet e Manenica,1980). 
Nesta figura foram destacados apenas os locais que tiveram 
indicação de algum nível	
  de	
  desconforto.	
  
Figura 4 – Incidência do nível de desconforto percebido 
(indicado) em partes do corpo (baseado em Corllet e 
Manenica,1980). 
Nesta figura foram destacados apenas os locais que tiveram 
indicação de moderado nível de desconforto. 
	
  
	
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Incidência do nível de desconforto percebido (indicado) 
em partes do corpo (baseado em Corllet e Manenica,1980). 
Nesta figura foram destacados apenas os locais que tiveram 
indicação de bastante	
  nível	
  de	
  desconforto.	
  
Figura 6 – Incidência do nível de desconforto percebido 
(indicado) em partes do corpo (baseado em Corllet e 
Manenica, 1980). 
Nesta figura foram destacados apenas os locais que tiveram 
indicação de intolerável nível de desconforto. 
	
  
	
  
Constatou-se que 100% dos entrevistados sentem desconforto/dor na região cervical e 
que mais de 80% dessas dores estão situadas acima da pélvis. 
 
 Pra finalizar, no terceiro e último questionário, utilizaremos como legenda da 
barra vertical os seguintes segmentos: 
 
I.   Pescoço 
II.   Ombros 
III.   Cotovelos 
IV.   Punhos/mão 
V.   Costa Superior (dorsal) 
VI.   Costa Inferior (lombar) 
VII.   Quadril/Nádegas 
VIII.   Um ou ambas coxas 
IX.   Uma ou ambas pernas 
 
 
 
A cor vermelha são as respostas “NÃO” e a cor azul, são as respostas “SIM”; 
 
 
 
 
 
 
 Segundo estes resultados, a maior concentração de desconforto nos últimos 30 
(trinta) dias, estão localizados na região dorsal e lombar, enquanto a menor incidência 
está na região do cotovelo. 
 
 
Figura 7 – Incidência de dor nos últimos 30 dias, segundo o protocolo de CORLETT e 
MANENICA (1980) 
	
  
	
  
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto à incidência de qualquer incômodo nos últimos 12 (doze) meses, a maior 
concentração de desconforto no último ano está na região lombar, em seguida na região 
dorsal e pescoço, e com menor incidência no cotovelo. 
 
 
 
 
 
 
 
Já no que trata os últimos 12 (dozes) meses, menos de 30% das profissionais deixaram 
de realizar suas atividades por causa de algum tipo de cor. A maior incidência continua 
sendo a lombar. 
 
Figura 8 – Incidência de dor nos últimos 12 meses, segundo o protocolo de CORLETT e 
MANENICA (1980) 
Figura 9 – Incidência de dor nos últimos 12 meses, segundo o protocolo de CORLETT e 
MANENICA (1980) 
	
  
	
  
5.2. Projeto do uniforme 
 
 
Figura 10: uniforme para enfermeiras 
 
	
  
	
  
 Nesta etapa do desenvolvimento, foi respeitado o critério de trabalhar uniformes 
que visas a amenizar as dores. Pode-se constatar que a dor lombar tende a ocorrer em 
profissões como a de enfermarias, explica Marçal e Fantauzzi (2009), onde na maioria 
das vezes a jornada de trabalho se estende a um período que não teria intervalos 
suficientes para assentar osuficiente para repouso da coluna. Deste modo, se manifesta 
uma dor intensa nos vasos de lombalgia. Outras regiões que foram constadas dores 
seriam em toda a região dorsal, dado também constatado na pesquise deste artigo, 
estendendo para as regiões cervical, dos ombros e região torácica. 
 Deve-se pensar em um uniforme que atenue estas dores, porém que também não 
acabe atrapalhando a própria funcionalidade da enfermeira. A roupa tem a função de 
ajudar com que a enfermeira quando em posição favorável tenha um feedback sensorial 
de ajuda na correção da postura, de modo que tenha a contração dos músculos 
intrínsecos e extrínsecos da coluna. Outro estudo realizado sobre uniforme das 
enfermeiras é que de acordo com Stubbs (1981) apud Alexandre et al (1996, p. 270): 
 
O uso de vestidos reduz em 26% a flexão do quadril e que tal restrição pode 
levar a posturas potencialmente perigosas quando se movimentam pacientes. 
Relatam também que as calças impõem algumas restrições, mas permitem 
uma maior liberdade de movimentos que os vestidos. 
 
 Outro aspecto relevante é que em relação ao vestuário, do ponto de vista 
ergonômico, o conforto relacionado ao vestuário encontra-se divididos entre quatros 
aspectos: o primeiro deles o conforto psico-estético: este pode estar representado por 
meio das tendências de moda, identidade e apelo emocional. O segundo seria o conforto 
ergonômico: que pode ser aspectos antropométricos, a própria modelagem e confecção 
do vestuário, o conforto sensorial, ou seja, a sensação tátil e por último, e não menos 
importante, o conforto termofisiológico, ou seja, o conforto térmico. BROEGA E 
SILVA (2010). 
 Neste ponto, de modo a levar em consideração todos estes tipos de confortos 
ergonômicos mencionados, o esboço pensado para o projeto do uniforme para as 
enfermeiras apresentam estes aspectos, representando o conforto estético por meio de 
um design diferenciado e adepto as tendências de praticidade aliado ao conforto térmico 
com proposta de tecidos bacteriostáticos que facilitam na higienização, e com maior 
propriedade de impermeabilidade. Apresentam inovações no que se trata do conforto 
ergonômico, em relação à modelagem, com recortes propositalmente situados nas cavas 
que facilitam o movimento. Estes coletes possuem uma forração interna que auxilia na 
sensação tátil, feitos com materiais confortáveis, tais como: tactel aero. 
 
5.2.1 Descrição técnica do uniforme 
 
 O material possui recortes para facilitar movimentos, bolsos frontais que servem 
como material de bolso. O tecido utilizado é o algodão orgânico para ajudar no 
conforto. No segundo desenho técnico, a calça possui elástico na cintura para facilitar o 
vestir, o tecido é um algodão orgânico. O último desenho técnico, o colete, possui como 
	
  
	
  
diferencial uma forração interna que auxilia na sensação tátil, feitos com materiais 
confortáveis, tais como: tactel aero. O fecho com tensor elástico ajuda na regulagem 
adequada para não prejudicar as tarefas diárias da enfermeira. O colete também possui 
uma cinta com tecido 100% algodão e borracha de EVA por dentro por ser material leve 
e flexível, com faixa nas costas para correção da postura e também para encurvamento 
da coluna para as atividades de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
	
  
	
  
 
 
 
 
 
7. Considerações finais 
 
 Através da aplicação do questionário Corllet e Manenica foi possível detectar as 
regiões corporais que os entrevistados sentiam mais dor e desconforto (nos últimos 12 
meses) ao realizarem as atividades laborais diárias, e são elas: Coluna lombar (90% dos 
entrevistados), coluna torácica (75%), coluna cervical (45%) e ombros (40%). As 
atividades avaliadas foram: colocar e retirar comadres; trazer pacientes para um dos 
lados da cama, colocar pacientes em decúbito lateral, mover paciente em posição supina 
para a cabeceira da cama, sentar o paciente no leito e na beirada da cama, auxiliar o 
paciente a levantar -se da cadeira ou poltrona, auxiliar o paciente a andar, transferir o 
paciente do leito para a maca, do leito para a cadeira de rodas ou de banho e vice-versa. 
Também foram detectados os locais de maiores desconfortos corporais causados pelos 
uniformes utilizados pelos entrevistados (regiões articulares como: ombros, cotovelos e 
joelhos) e sugestões para possíveis modelos mais confortáveis. 
 Este estudo apresentou algumas das implicações relacionadas ao exercício da 
função da enfermagem e através dos dados colhidos foi possível a elaboração de um 
projeto de uniforme ergonômica, capaz de permitir maiores graus de movimento em 
articulações como ombro, cotovelo e joelho; proteção para regiões corporais como: 
coluna vertebral, articulações e membros (superiores e inferiores); melhor conforto; de 
fácil higienização, além de ser esteticamente aceitável. Espera-se que esta vestimenta 
venha a contribuir para o ofício de profissionais Enfermeiros a fim de minimizar (de 
certa forma) os distúrbios musculoesqueléticos causados pelas exigências biomecânicas 
das tarefas, promovendo melhor qualidade de vida em geral. 
 
	
  
	
  
8. Referências 
 
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