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@bene.med PÂNCREAS E O METABOLISMO DE GLICOSE É teoricamente a maior glândula do corpo (gordura também é considerada glândula), controla o metabolismo da glicose. → Pâncreas exógeno: principais enzimas digestivas do corpo → Pâncreas endógeno: insulina, glucagon, somatostatina, polipeptídeo pancreático (PP). Função do pâncreas endógeno é controlar a velocidade de absorção dos alimentos, controlar o armazenamento e controlar o metabolismo. ANATOMIA: fica na região superior do abdome. → Contato direto com estomago. → Cabeça do pâncreas relacionado com o arco duodenal. Pode obstruir a saída do ducto colédoco (icterícia). → Relacionado com o baço. → Cólon transverso passa na frente do pâncreas. Por isso é mal visto no US abdominal. HISTOLOGIA DO PÂNCREAS ENDÓCRINO Hormônios são produzidos nas ilhotas de Langerhans, as quais tem vários tipos celulares. → Alfa: glucagon → Beta: insulina e amilina → Delta: somatostatina → F: PP → E: grelina → D1: peptídeo vasoativo intestinal, produzido em outros locais também. → Ec (enterocromafins): secreção mista de serotonina, motilina etc. Tumores no pâncreas podem produzir esses hormônios, dependendo de qual celula acomete. Grande parte do tecido pancreático é formada pela função exógena. A função endócrina fica apenas nas ilhotas. INSULINA 51 aminoácidos em duas cadeias peptídicas. Tem uma grande importância, pois é responsável pelo armazenamento de energia. É um hormônio poupador, função dela é guardar/poupar energia, transforma em armazenamento (é anabólico). Conceito de que gasta glicose está errado. → Carboidratos → glicogênio → Gorduras → tecido adiposo → Carboidratos → gorduras SÍNTESE: ativada pelo aumento dos níveis de glicose e aminoácidos circulantes no sangue. RNAm começa a transcrição pra síntese da pré-pró- insulina no reticulo endoplasmático rugoso (RER) → a pró-insulina vai pro aparelho de golgi em vesículas @bene.med revestidas de clatrina (insulina + peptídeo C), ficam esperando a hora de serem liberadas → peptídeo C são liberados pela contração dos microtúbulos/cálcio. FISIOLOGIA: quando aumenta a glicose no sangue, a qual entra por difusão passiva nas células através do GLUT2 (transportador de glicose). Ela sofre transformações (enzima glicoquinase) e vira o piruvato (substrato do ciclo de Krebs) Quando o piruvato entra na mitocôndria ela produz ATP. O ATP pode ir no receptor de sulfanilreia (RSU), fechando ele, assim não sai mais potássio (K). → Medicamento sulfanilreia causa hipoglicemia. SE NÃO SAI POTASSIO, despolariza a celula e entra o cálcio. Quando o cálcio entra, os microtúbulos do complexo do golgi contraem, e assim sai insulina pra corrente sanguínea. A ATP também vai estimular AMPc (via GAD), o qual vai no núcleo da celula beta, estimulando a produção de insulina pra ser liberada quando necessária. ACTH estimula a entrada de cálcio pra dentro da célula. Estímulos parassimpáticos entra cálcio, saindo mais insulina. Desse modo, noradrenalina inibe a produção de insulina (sistema simpático quer gastar glicose). Receptor de GLP1 estimula a produção de insulina. → Medicamento agonista de GLP1, não gera hipoglicemia. LIBERAÇÃO: → Liberação basal → Liberação estimulada: fase rápida/fase inicial (liberação da insulina armazenada) e fase tardia (liberação da nova insulina produzida) Mesmo com glicose, a celula beta vai parando de liberar insulina, pois entra numa fase de exaustão. CIRCULAÇÃO DA INSULINA: → Circula livre, não é ligada em nenhuma proteína. → Meia-vida de 6 minutos → Depuração em 10-15 minutos. Por isso não dosa insulina sérica, depende do momento, do estimulo, do tempo. Pra dosar adequadamente, tem que dosar o peptídeo C (dura mais tempo na circulação). EFEITOS METABÓLICOS: → Efeitos parácrinos: agem nas células alfa, diminuem a secreção de glucagon. Não cai na corrente sanguínea. → Efeitos endócrinos: fígado, musculo, tecido adiposo. Existem outros efeitos, mas esses são relacionados à glicose. EFEITO DA INSULINA NO MÚSCULO Músculo precisa de glicose pra liberar ATP e gerar contração. A glicose não consegue passar passivamente na membrana muscular e entrar, ela precisa de um transportador (GLUT4), o qual fica dentro da celula muscular. A insulina se liga no seu receptor de insulina (receptor proteico com atividade tirosina quinase). Quando o receptor está em repouso (sem se ligar a insulina), a parte alfa do receptor inibe a fosforilação da parte beta. Quando a insulina se liga nele (IR – receptor de insulina), ela permite que ocorra a fosforilação da parte beta em substratos/resíduos de tirosina. Esses resíduos de tirosina estimulam a PI3K via AKT, a qual estimula a molécula GLUT4 a migrar pra membrana, assim a glicose consegue entrar pra dentro da célula. @bene.med O mesmo PI3K via AKT estimula a enzima glicogênio sintetase a formar o glicogênio, pois a insulina é um hormônio poupador. A AKT vai inibir a glicogênio sintetase quinase (GSK3), a qual inibiria a glicogênio sintetase, assim a glicogênio sintetase fica mais tempo fazendo sua ação de formar glicogênio. Ao mesmo tempo que a parte beta é fosforilada, ocorre a produção de serina e PTP-1B. Essas duas substancias fazem a parada da fosforilação pra que não ocorra hipoglicemia. Via auxiliar: via CAP/TC10 faz com que o GLUT4 se exteriorize na membrana muscular também, não é a principal, apenas auxilia. IR: fosforila varias substratos proteicos em tirosina. Existem estudos pra fazer medicamentos agindo neles. → IRS1: resistência insulínica e crescimento → IRS2: hiperglicemia severa → IRS3 Via MAPK: estimula a produção de proteína também, via substrato receptor de insulina. Na resistência insulínica, o IR fica defeituoso, a insulina se liga mas não consegue fazer ele funcionar, ou ainda não consegue se ligar. → Se o IR não funciona, o GLUT4 não se exterioriza. → Assim a glicose não entra na celula muscular → Continua a estimular a produção insulínica na célula beta pancreática (pois tem glicose no sangue ainda) → Aumenta a insulina → Consegue fazer funcionar o IR, pois tem MUITA insulina (pré-diabetes). → Por isso tem hiperglicemia pós-pandrial, e não em jejum. → Celula beta entra em exaustão (diabetes). A glitazona melhora a resistência do receptor de insulina. MECANIMOS DA MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA: no aumento da atividade física, ocorre o gasto de glicose dentro do músculo. Quando começa a abaixar os níveis de glicose na celula muscular, a célula entende que precisa mais de glicose, assim acontece um up- regulation nos receptores de insulina na célula muscular. Um fator que piora a resistência insulina é o excesso de ácidos graxos livres. Uma dieta com pouca gordura melhora os receptores de insulina. @bene.med Corticoides reduzem a ligação de insulina com o seu receptor. Descompensa o diabetes. EFEITO DA INSULINA NO FÍGADO Insulina se liga no seu receptor de insulina IR, gerando substratos igual no musculo. A entrada da glicose no fígado é PASSIVA via GLUT2/GLUT3, assim não precisa da insulina pra ela entrar. A saída também é passiva, depende do gradiente de concentração. Quando a glicose entra no fígado, ela pode formar glicogênio (se tiver glicogênio sintetase, pra isso precisa de insulina), e também pode ir pra gliconeogênese (proteína ou gordura). Como a insulina é um hormônio poupador, ela inibe a gliconeogênese, pois ela não quer que tenha glicose, ela quer que tenha armazenamento. Insulina inibe a produção hepática de glicose inibindo a gliconeogênese. A funcionalidade da gliconeogênese depende de um fator de transcrição nuclear (FOXO-1). Quando estamos em jejum isso acontece. Quando teminsulina, tem inibição do FOXO-1. FOXO-2 estimula a produção de glicose principalmente a partir da oxidação de ácidos graxos livres, gerando cetogênese (produção de corpos cetonicos a partir da degradação de gordura). Insulina inibe FOXO-2, não tendo corpos cetônicos. → Na DM1, não tem insulina pra inibir os FOXOs. Por isso aqui tem cetose. → Na DM2, tem insulina, mas o receptor não funciona. É suficiente pra inibir os FOXOs. Por isso aqui não tem cetose, tem apenas estado hiperosmolar. METFORMINA: inibe a produção hepática de glicose, reduz a gliconeogênese. Mas a glicose que ta entrando continua. Quando tem resistência insulínica, os níveis de glicose aumentam dentro do fígado, pra isso precisa reduzir a produção hepática, pra não ir pro sangue. LIPÍDEOS NO FÍGADO: no fígado tem 3 SREBPS, os quais regulam a produção de lipídeos. O mais importante é o SREBP1c. @bene.med Ele aumenta a transcrição de genes envolvidos na síntese de acido graxo, entre eles a acetil CoA carboxilase (ACC), a qual converse a acetil CoA em malonil CoA. E também a acido graxo sintetase (FAS), que converte malonil CoA em palmitato. → Estimula a síntese de ácido graxo no fígado em períodos de excesso de carboidratos, mediados pelo aumento do SREBP-1c Quando tem resistência insulínica, a insulina continua a ativar a transcrição de SREBP1c no fígado, gerando esteatose hepática e liberação de ácidos graxos livres no sangue (forma triglicerídeos no tecido adiposo). Um dos primeiros sinais em exames que pode estar com resistência insulínica é a esteatose hepática. FUNÇÃO DA INSULINA NO TECIDO ADIPOSO Insulina é poupadora, logo ela inibe as lipases hormônio sensíveis, assim a gordura fica mais tempo lá. Ela promove o transporte de glicose pra dentro das células adiposas (GLUT4 vai pras membranas celulares), assim forma os triglicerídeos (glicerol + ácidos graxos). OUTRAS FUNÇÕES DA INSULINA → Aumenta produção de oxido nítrico no endotélio → Prevenção de apoptose e morte celular → Promoção de sobrevida celular → Controle da ingestão alimentar GLUTs → GLUT 1- Hemácias, Células endoteliais do cérebro, músculo esquelético e tecido adiposo – condições basais → GLUT 2 - Células Beta pancreáticas, Fígado, Intestino e rins – níveis de glicose elevados → GLUT 3 – Neurônios – fundamental para a travessia da glicose pela barreira hematoencefálica → GLUT 4 – Músculo estriado, tecido adiposo – principal transportador responsivo à insulina → GLUT 5 – Espermatozóides e Intestino Delgado- transportador de frutose GLUCAGON É o contrario da insulina, ele é um hormônio gastador, ele quebra. Faz gliconeogênese, glicólise, lipólise. SÍNTESE: polipeptideo de 29 aminoacidos, originado da molécula de pró-glucagon. → Origem pancreática: GRPP-Glucagon- Hexapeptideo-Fragmento de pró-glucagon → Origem intestinal : GRPP-glucagon-GLP1/GLP2 SECREÇÃO: inibida diretamente pela glicose e indiretamente pela insulina como efeito parácrino. Estimulo da liberação do glucagon são catecolaminas, aminoácidos, estímulos simpáticos e alguns estímulos vagais. AÇÃO: estimula a degradação do glicogênio, mantem gliconeogênese e cetogenese, e estimula a glicogenólise. SOMASTOTATINA Ela regula a insulina e o glucagon. → Deprime a secreção desses hormônios → Diminui a motilidade gastrointestinal → Diminui a secreção e absorção pelo TGI → Diminui a utilização dos nutrientes, impedindo a rápida exaustão do pâncreas. @bene.med POLIPEPTÍDEO PANCREÁTICO (PP) Ações incertas, parece inibir a secreção pancreática exócrina, contrai a vesícula biliar e modula a secreção de acido gástrico e motilidade intestinal. GRELINA Tem papel na secreção do hormônio do crescimento, incerto no pâncreas. ELIMINAÇÃO RENAL DE GLICOSE Quando acima de 180mg/dL ela é filtrada. O mais importante é o SGLT2, responsável por 90% da reabsorção renal de glicose no túbulo proximal. SGL1 reabsorve 10%. Medicações que inibem a SLGT2 inibem a reabsorção da glicose, não causa hipoglicemia. Consegue reabsorver até 240mg/dl. É um medicamento que reduz muito a mortalidade cardiovascular, diminuindo também a internação por IC. É uma medicação de proteção de IC. → Empaglifozina, a dapaglifozina e a canaglifozina.
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