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SD 
2 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5 VARA CÍVEL VARA CÍVEL DA COMARCA DE 
REGIONAL JACAREPAGUA – RIO DE JANEIRO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contestação 
 
 
 
PROCESSO Nº: 0002296-31.2021.8.19.0203 
LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A, empresa 
concessionária de serviços públicos de energia elétrica, 
inscrita no CNPJ do MF sob n° 60.444.437/0001-46, 
com sede na Avenida Marechal Floriano nº 168, 
Centro, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20.080-002, vem, por 
intermédio de seus advogados in fine constituídos ut 
instrumento procuratório (doc.02), com endereço 
constante no timbre, onde receberão as intimações 
e/ou notificações, apresentar 
 
 
CONTESTAÇÃO 
Aos fatos e pedidos formulados nos autos do processo 
em epígrafe, que lhe move 
ELIZABETH MENDES SEBASTIÃO, o 
que faz em consonância com os fundamentos de fato 
e de direito abaixo adunados para ao final requerer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMENTA, 
A. Da inércia da parte autora. J. Do oportunismo. Da indústria do dano moral. E. 
Quase 800 demandas distribuídas entre 2019 e 2020. Ocorrência de queda de árvore que atingiu a rede de energia e desligou o fornecimento por 
período inferior a 24 horas na Região de Laje do Muriaé. F. Aplicação da súmula 193 TJERJ. Breve interrupção não enseja dano moral. Interrupção 
que atinge a coletividade não tem o condão de configurar danos morais individuais. Interrupção do serviço em situação emergencial representada 
por caso fortuito ou força maior não caracteriza a descontinuidade do serviço, conforme preceitua o artigo 140, § 3º, I da Resolução 414/2010 da 
ANEEL. Artigo 393 do Código Civil exclui expressamente a responsabilidade da Concessionária. Procedimentos de Distribuição nos termos do 
Módulo 8 do PRODIST. Ausência do Nexo Causal. Exclusão de responsabilidade prevista no inciso II, parágrafo 3º, do artigo 14 do CDC. Da ausência 
de comprovação do fato constitutivo do direito pretendido pela parte autora. I. Ausência de prova mínima. Da inexistência de fatos que 
caracterizem o dano moral. Ausência de ato ilícito praticado. Da impossibilidade de ser invertido o ônus da prova. 
4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preliminares Principais Subsídios e Provas Principais Teses Jurídicas 
 
 
 
TOI 
FOTOS 
 Resolução 414/2010 da 
ANEEL; 
Súmula 330 do TJRJ 
 
Resp 1.412.433 ( tema 699) 
 
Precedentes Jurisprudenciais TJRJ
 
 
Síntese da Contestação 
 
 
 
 
 
Narrativa e Pedidos Autorais 
 
A parte autora alega que não concorda com a 
lavratura do Termo de Ocorrência de Inspeção de nº 
9188027 realizada em sua unidade consumidora na 
data de 10/01/2019, e com a cobrança dos valores 
pelas irregularidades que foram apurados pela 
inspeção. 
 
Requer a antecipação da tutela para que o 
serviço não seja suspenso. No mérito, pede o 
cancelamento do TOI, cancelamento das cobranças 
originados no TOI, devolução em dobro, e eventuais 
danos morais pela lavratura do TOI. 
 
 
INFRAESTRUTURA E ENERGIA 
Realidade dos Fatos e Defesa 
 
Se o serviço de energia elétrica está ativo em uma unidade 
consumidora, e caso o valor do consumo medido seja inferior ao 
mínimo, mesmo assim, será cobrado um valor referente ao custo 
de disponibilidade do serviço que varia de acordo com o tipo de 
ligação. 
 
Em casos de interrupção em decorrência de caso fortuito ou 
força maior não é considerada descontinuidade do serviço, 
conforme a Resolução 414/2010 da ANEEL, em seu art. 140, §3º, 
inciso I, devendo ser considerado, ainda, o tempo que a ré 
reestabeleceu o fornecimento de energia. 
Indenização Energia Elétrica Interrupção 
 
Requerimentos Finais 
Acolhimento das preliminares; 
 
Sejam julgados improcedentes os pedidos autorais; 
Seja condenada a parte autora em litigância de má-fé; 
Em remota hipótese de procedência dos pedidos, seja o quantum indenizatório fixado seguindo a razoabilidade e 
proporcionalidade. 
5 
 
 
1.BREVE RESUMO DA DEMANDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para melhor compreensão 
da 
matéria e problemática 
envoltas à presente 
lide, acesse o conteúdo 
disponível através do 
QrCode acima. 
 
 A parte autora alega que não concorda com a lavratura do Termo de Ocorrência 
de Inspeção de nº 9188027 realizada em sua unidade consumidora na data de 
10/01/2019, e com a cobrança dos valores pelas irregularidades que foram apurados 
pela inspeção. 
 
Por fim, pede antecipação da tutela para que o serviço não seja suspenso. No 
mérito, pede o cancelamento do TOI, cancelamento das cobranças originados no TOI, 
devolução em dobro, e eventuais danos morais pela lavratura do TOI. 
 
Deu-se a causa o valor de R$ 11.927,00 
É o breve resumo do necessário. 
 
Como se verá adiante, por força da Resolução 414/2010 da ANEEL, do Recurso 
Repetitivo Resp 1.412.433 do STJ (tema 699), e do entendimento deste Tribunal, todos 
os pedidos da autora deverão ser julgados improcedentes ao final. 
 
 01 DO CUSTO DE DISPONIBILIDADE 
 (consumo mínimo) e da resolução 414/2010 da aneel- súmula nº 407 do stj e 
súmula nº 84 do tjrj 
 
02 
 
NA APLICAÇÃO DO RECURSO REPETITIVO RESP 1.412.433 (TEMA 699). 
 da legalidade do toi e da possibilidade de suspensão do serviço de energia com 
fundamento resolução 414/2010 da aneel 
 
03 
 
DA LEGALIDADE DO TOI E DA POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DO SERVIÇO 
 força probante do toi na forma da resolução nº 414/2010 da 
aneel e do tema 699 do stj 
 
 
04 
 RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL DA RESOLUÇÃO 414/2010 DA ANEEL 
 lavratura do toi como exercício regular de direito. da vedação 
do enriquecimento sem causa do consumidor 
 
6 
 
 
3.MÉRITO 
Em não sendo admitidas as preliminares acima suscitadas, o que se admite por 
extrema cautela, passa a Demandada combater o mérito da questão, que o faz nos 
seguintes termos: 
 
A. Do custo de disponibilidade ( consumo mínimo) e da resolução 414/2010 
da Aneel – Súmula nº 407 do STJ e Súmula nº 84 do TJRJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de iniciar a defesa do exercício regular da empresa e da legalidade da aplicação do TOI 
(TERMO DE OCORRÊNCIA DE INSPEÇÃO), cabe informar ao juízo sobre valores das tarifas mínimas. 
 
O art. 98 da Resolução 414/2010 da ANEEL assim dispõe sobre o custo de disponibilidade. 
 
Art. 98. O custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento mensal de 
consumidor responsável por unidade consumidora do grupo B, é o valor em moeda corrente 
equivalente a: 
 
I – 30 kWh, se monofásico ou bifásico a 2 (dois) condutores; 
II – 50 kWh, se bifásico a 3 (três) condutores; ou 
III – 100 kWh, se trifásico. 
 
§ 1º - O custo de disponibilidade deve ser aplicado sempre que o consumo medido ou 
estimado for inferior aos referidos neste artigo, não sendo a diferença resultante objeto de futura 
compensação. 
 
Isto quer dizer que se o serviço de energia elétrica está ativo em uma unidade consumidora, 
e caso o valor do consumo medido seja inferior ao mínimo, mesmo assim, será cobrado um valor 
referente ao custo de disponibilidade do serviço que varia de acordo com o tipo de ligação. 
 
No caso da ligação monofásica o custo de disponibilidade é de 30 kWh; na ligação bifásica o 
custo de disponibilidade é de 50 kWh; na ligação trifásica o custo de disponibilidade é de 100 kWh. 
 
Tanto Superior Tribunal de Justiça, quanto Tribunal do Rio de Janeiro, já sumularam o assunto, 
SÚMULA Nº 407 DO STJ E SÚMULA Nº 84 DO TJRJ. 
 
 
B. Da obrigatoriedade dos tribunais na aplicação do Recurso Repetitivo 
Resp 1.412.433 ( tema 699). Da legalidade do TOI e da possibilidade de 
suspensão do serviço de energia com fundamento na Resolução 414/2010 da 
Aneel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A parte autora é titular do serviço, possui código de cliente 21302128., e número de instalação 0414683159 com 
endereço na Rua Paulo da Gina 54, Ap. 201, Village Campo da Paz, CEP: 22780-210 cidade e estado do Rio de janeiro 
 
 
O art. 1036 do Código de Processo Civil dispõeque sempre que houver multiplicidade de Recursos Especiais com 
fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
Assim, quando o Acórdão paradigma é publicado, os Tribunais de Justiça devem aplicar a tese firmada pelo 
Tribunal Superior na forma do art.1.040, III, do CPC. 
 
 
 
Súmula 407 - É legítima a cobrança da tarifa 
de água, fixada de acordo com as categorias 
de usuários e as faixas de consumo. 
 
Súmula TJ nº 84 - É legal a cobrança do valor 
correspondente ao consumo registrado no 
medidor, com relação à prestação dos 
serviços de fornecimento de água e luz, salvo 
se inferior ao valor da tarifa mínima, cobrada 
pelo custo de disponibilização do serviço, 
vedada qualquer outra forma de exação. 
 
7 
 
 
Na discussão quanto à possibilidade do prestador de serviços públicos lavrar TOI para recuperar o consumo 
efetivo decorrente de irregularidades no aparelho medidor, bem como suspender o fornecimento de energia elétrica 
em razão disto, o Recurso Repetitivo Resp 1.412.433 (tema 699) do STJ, já firmou a seguinte tese, exatamente nestes 
termos1: 
 
O art.167 da Resolução 414/2010 dispõe que a responsabilidade pela manutenção adequada do equipamento 
de medição é do consumidor, uma vez que eventual faturamento a menor aproveitará diretamente o mesmo. 
 
 
Art. 167. O consumidor é responsável: 
 
IV. Pela custódia dos equipamentos de medição ou do TCCI da distribuidora, na qualidade de depositário 
a título gratuito, quando instalados no interior de sua propriedade, ou se, por solicitação formal do 
consumidor, o equipamento for instalados em área exterior. 
 
 
Nesta toada, o TOI de nº 9188027 foi lavrado pela concessionária em 10/01/2019 , no valor total de R$ 759,76 onde foi 
constatada a irregularidade “desvio de energia no ramal de ligação” no medidor da unidade consumidora em questão. 
 
 
1
 http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1412433 
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1412433
8 
 
 
9 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (Esquema ilustrado da irregularidade) 
 
Fotos do local na ocasião da inspeção da irregularidade na forma do art.129 da Resolução 
414/2010 da ANEEL. 
 
 
Fotos do local na ocasião da inspeção da 
irregularidade na forma do art.129 da 
Resolução 414/2010 da ANEEL. 
 
LIGHT oportunizou amplo contraditório ao 
cliente quanto ao procedimento de 
recuperação de consumo. 
 
10 
 
 
11 
 
 
12 
 
 
 
 
 
Primando pela imparcialidade, e afastando alegações de procedimentos unilaterais, a LIGHT 
ainda requisitou perícia técnica ao laboratório, a 3C SERVICE S.A, para avaliar os aspectos 
metrológicos, e as irregularidades apuradas no medidor que emitiu o seguinte parecer: 
 
13 
 
 
14 
 
 
 
 
 
No presente caso, a concessionária fez a recuperação de consumo por meio do Termo de 
Ocorrência de Inspeção com fundamento no exercício regular de direito do art.188, I, do Código 
Civil, e por força do art.129 da Resolução 414/2010 da ANEEL. 
 
Veja que a LIGHT oportunizou amplo contraditório ao cliente quanto ao procedimento de 
recuperação de consumo. 
 
Foi oferecido ao consumidor prazo para impugnações administrativas. 
 
Tal procedimento de contraditório, e ampla defesa, consta no Comunicado de Cobrança de 
Irregularidade, e no Comunicado de Faturamento de Irregularidade que foi entregue ao 
consumidor, conforme documento abaixo: 
 
15 
 
 
 
 
 
Mesmo diante da ausência de impugnação administrativa constata-se que a LIGHT realizou 
inspeção no medidor e deu oportunidade para o consumidor exercer o contraditório e a sua ampla 
defesa. 
 
Deste modo, é certo que o TOI entregue ao cliente foi lavrado em observância aos princípios 
do contraditório e da ampla defesa. 
 
Apurada a diferença entre a energia faturada, e a energia fornecida, a Concessionária pode e 
deve cobrar pela irregularidade constatada. 
 
A unidade possuía irregularidades que viciavam o efetivo registro de consumo. 
 
Após o TOI, o consumo voltou a ser real e regular, e passou a ser aferido normalmente. 
 
Por isto, a concessionária pode fazer a cobrança do consumo recuperado; fez prévio aviso ao 
consumidor; e possui a faculdade e o exercício regular de direito de suspender o serviço de energia em 
até 90 dias após o vencimento do débito. 
 
 Deste modo, conclui-se que o TOI encontra-se em perfeita harmonia com o Recurso Repetitivo Resp 1.412.433, e com os 
artigos art.129, § 1º, I e art. 167 da Resolução 414/2010 da ANEEL. 
 
 
 
C. Da apuração de consumo a menor no período de irregularidade e da força probante do Toi na forma 
da resolução nº 414/2010 da Anell e do tema 699 do STJ. 
 
 
 
A ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA) regula toda a atividade de distribuição de energia elétrica, 
em observância ao princípio constitucional da legalidade. 
 
A Resolução de nº. 414/2010 art. 772, permite que a concessionária realize verificações nos equipamentos de 
medição de energia elétrica instalados nas unidades consumidoras. 
 
Isto também para averiguar irregularidades no consumo que não estejam condizentes com a carga instalada, ou 
 
2 Art. 77. A verificação periódica dos equipamentos de medição, instalados na unidade consumidora, deve ser efetuada segundo critérios estabelecidos na legislação metrológica, devendo o consumidor assegurar o livre acesso dos 
inspetores credenciados aos locais em que os equipamentos estejam instalados. (Redação dada pela REN ANEEL 418, de 23.11.2010) 
16 
 
 
com o tipo de atividade exercida no local. 
 
Após o Recurso Repetitivo 1.412.433 do STJ com força vinculante do STJ nos Tribunais, não se pode mais admitir 
que clientes do serviço de energia, e entendimentos desatualizados de alguns julgados, venham ainda querer 
desprezar a legalidade completa que ampara o TOI. 
 
Reafirma-se a regularidade do procedimento do TOI, e os documentos emitidos que o amparam. 
 
Deve-se ainda esclarecer que as telas do sistema da concessionária complementam e reforçam as informações 
do TOI, o histórico do cliente, e o período irregular. 
 
As telas não são “documentos unilateralmente produzidos”. 
 
Ora Excelência, para a autora e a ré produzirem prova nos autos, elas devem juntar documentos. 
 
Entretanto, se a ré não junta documentos nos autos alguns julgados equivocados dizem que ela “não se 
desencumbiu do ônus que lhe cabia”. 
 
Agora, se a ré junta documentos como prova nos autos, alguns julgados equivocados alega que “são documentos 
unilateralmente produzidos”. 
 
O que se vê ocorrer nestes casos é um evidente cerceamento de defesa e uma lamentável desconsideração 
das provas apresentadas nos autos. 
 
Contudo, o bom senso por fim prevaleceu, e o STJ em julgado recente publicado em 11.03.2020, já solidificou o 
entendimento que as telas do sistema são válidas e se coadunam com os demais elementos. 
 
 “AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.225.024 - RS (2017/0330041-1) RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO 
AGRAVANTE : VALDEMIR FERREIRA DA VEIGA ADVOGADOS : FÁBIO DAVI BORTOLI - RS066539 ALEXANDRE LUIS 
JUDACHESKI - RS066424 AGRAVADO : OI S.A ADVOGADOS : TOMÁS ESCOSTEGUY PETTER - RS063931 DIEGO 
SOUZA GALVAO - RS065378 CARINA BELLOMO DA SILVA - RS080393 ISAC DA ROSA ALVES - RS098331 DECISÃO 
Trata-se de agravo de decisão que inadmitiu recurso especial fundado no art. 105, III, alínea a da Constituição 
Federal, interposto contra v. acórdão do Eg. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, assim ementado: 
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO À FASE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXCESSO DE EXECUÇÃO. 
FATURAS. TELAS SISTÊMICAS. 1. Destaca-se ausência de impugnação do agravante quanto à data de início do 
plano reclamado - 31 de janeiro de 2012- o que faz não compreender sua intenção de cobrar valores desde o 
ano de 2003, quando, malgrado a inversão do ônus da prova, foi reconhecido na origem que era obrigação do 
autor, ora agravante, demonstrar de onde originou sua irresignação, já que as faturas são encaminhadas 
mensalmente ao consumidor, estando ao seu alcance a prova que deveria fazer. 2. Reconhecida a validade das 
telas sistêmicas e faturas apresentadas pela agravada, porquanto se coadunam com o reclamo inicial e suprem 
a não apresentação de documentos pelo agravante. 3. Não há como desconsiderar que o título executivo 
ordenou a repetição do valor cobrado, desde que efetivamente pagos os valores exigidos nas faturas. Embora a 
prescrição tenha sido fixada de forma decenal, a pretensão de exigir a devolução da importância por tal período, 
sem comprovar o pagamento, também ofende a coisa julgada. 4. A escassez de documentos, que deveriam ter 
sido apresentados pelo autor, a ausência de impugnação às informações prestadas pela Brasil Telecom S/A e o 
excesso de execução observado, levam à manutenção da decisão recorrida. NEGARAM PROVIMENTO AO 
AGRAVO DE INSTRUMENTO."(e-STJ, fl. 196) Publique-se. Brasília (DF), 09 de março de 2020. MINISTRO RAUL 
ARAÚJO Relator. (STJ - AREsp: 1225024 RS 2017/0330041-1, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de 
Publicação: DJ 11/03/2020)” 
 
Demonstrando que está aliado à vanguarda contemporânea da época digital, este Tribunal de Justiça do Rio de 
Janeiro em um brilhante voto já afirmou em caso envolvendo TOI que as informações de telas extraídas do sistema 
valem como meio de prova em consonância com os demais elementos, confira: 
 
0010868-27.2018.8.19.0026 – APELAÇÃO. Des(a). SÔNIA DE FÁTIMA DIAS - Julgamento: 12/05/2020 - VIGÉSIMA 
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DECLARATÓRIA E 
INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. LAVRATURA E COBRANÇAS 
DECORRENTES DE TOI. Sentença de procedência para condenar a ré a restituir à autora os valores pagos 
referentes ao TOI, considerando a dobra do art. 42, § único do CDC, a pagar a título de indenização pelo dano 
material, no montante de R$1.640,62 e a quantia de R$4.000,00 a título de compensação por danos morais. 
Recurso exclusivo da parte ré. Inspeção no medidor apurando irregularidade que impedia o correto registro de 
consumo, dando ensejo à emissão de Termo de Ocorrência de Irregularidade. Histórico de consumo que 
demonstra a regularidade do registro após a substituição do medidor. Em que pese se tratar de tela unilateral, 
a celeridade exigida atualmente dos prestadores de serviço impõe a efetivação de contatos e procedimentos 
administrativos através de sistemas informatizados. INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DESTE SISTEMA VALEM 
COMO MEIO DE PROVA e são corroboradas pelas fotografias anexadas. TOI que não imputa ao consumidor 
17 
 
 
prática de qualquer ato, o que não altera a existência da medição errônea. A recuperação de consumo é 
procedimento previsto na Resolução nº 414 da ANEEL para cobrança, com a finalidade de ressarcir a 
concessionária pelo fornecimento de serviço prestado e não pago pelo consumidor em razão de irregularidade 
provocadas pelos usuários ou por defeitos técnicos. Os elementos constantes nos autos não autorizam a 
conclusão pela existência de falha no serviço prestado a amparar a pretensão da autora/apelada. 
PROVIMENTO DO RECURSO. 
 
Diante destas considerações sobre o entendimento recente do STJ e do TJ RJ que já admitem as telas do sistema 
como meio de prova, passa-se aos fatos e aos documentos. 
 
A irregularidade constatada no medidor resultou em um faturamento equivocado e menor do consumo de 
energia fornecido. 
 
A LIGHT fez o cálculo de recuperação da energia não faturada, equivalente a 740 kWh, referente ao período de 
04/2018 A 01/2019, no valor de R$ 467,95. 
 
 
 
 
Abaixo no gráfico, o período irregular de Khw de 04/2018 A 01/2019. 
 
Após o TOI, o consumo de Khw ficou regular conforme destaque 
 
 
18 
 
 
 
 
Neste sentido é a jurisprudência recente deste Tribunal: 
 
“0005869-65.2008.8.19.0031 – APELAÇÃO. Des(a). CELSO SILVA FILHO - Julgamento: 28/04/2020 - 
VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO. Lavratura de TOI. Ausência de prova de eventual 
irregularidade no termo de ocorrência apta a gerar a nulidade de cobranças realizadas pela 
concessionária. Provas dos autos que demonstram a observância do previsto na Resolução Normativa n. 
414, de 9 de setembro de 2010, da ANEEL, haja vista a comprovada existência de irregularidade no sistema 
de medição de energia elétrica do imóvel objeto do litígio. Laudo pericial que foi conclusivo ao evidenciar 
a existência de anomalia no sistema de medição na unidade consumidora. Provas dos autos que 
evidenciam a apuração a menor do consumo no período impugnado, sendo certo que o faturamento 
do consumo aumentou consideravelmente após a lavratura do Termo e a correção das irregularidades 
do equipamento de medição de energia elétrica. Cobrança do consumo recuperado que se mostra 
devida, nos termos do artigo 129 c/c artigo 130, ambos da Resolução 414/2010 da ANEEL. Lavratura do 
TOI, cobranças do consumo recuperado e interrupção do fornecimento de energia elétrica que são 
decorrentes do exercício regular do direito da concessionária. Jurisprudência desta Corte. RECURSO NÃO 
PROVIDO.” Grifo nosso 
 
 
“0010070-51.2018.8.19.0031. APELAÇÃO. Des(a). MARÍLIA DE CASTRO NEVES VIEIRA - Julgamento: 
31/07/2019 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C 
INDENIZATÓRIA. COBRANÇA POR RECUPERAÇÃO DE CONSUMO. TOI. UNIDADE CONSUMIDORA QUE SE 
ENCONTRAVA LIGADA DIRETAMENTE NA REDE DE ENERGIA EM APENAS UMA FASE, UTILIZANDO DE 
ARTIFÍCIO (CABO) PARA DESVIAR A MEDIÇÃO. CONSUMO APURADO NA UNIDADE COSUMIDORA, NOS 
OITOS MESES ANTERIORES A TROCA DO MEDIDOR, QUE SE MOSTRA IRRISÓRIO (MÉDIA DE 35 KWH). 
COM A TROCA DO MEDIDOR, O CONSUMO DA UNIDADE CONSUMIDORA AUMENTOU CERCA DE 700% 
(SETECENTOS POR CENTO), O QUE COMPROVA A EXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADE. LEGITIMIDADE DO 
TOI. PARTE RELEVANTE DA ENERGIA CONSUMIDA QUE NÃO PASSAVA PELO MEDIDOR, SENDO 
RECEBIDA ATRAVÉS DE LIGAÇÃO IRREGULAR. ENERGIA REGISTRADA PELO NOVO APARELHO, COM 
NOVA INSTALAÇÃO, QUE CONDIZ COM A ESTIMATIVA DE CONSUMO DO IMÓVEL. LEGITIMIDADE DO 
CORTE DE ENERGIA, PRECEDIDO DE AVISO, ANTE A FALTA DE PAGAMENTO PELA AUTORA. 
INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 83 DESTA E. CORTE. REFORMA DA SENTENÇA. PROVIMENTO DO RECURSO 
DA RÉ. PREJUDICADO O DA AUTORA.” Grifo nosso 
 
Cabe ressaltar que o valor apurado na irregularidade do TOI, teve seu pagamento facilitado ao cliente por meio 
de parcelamento, e em conformidade com o princípio da cooperação. 
 
Logo, restou demonstrado que a lavratura e o procedimento do TOI são amparados na legalidade, e que os 
valores apurados são devidos. Conclui-se pela improcedência do pedido da parte autora. 
 
 
 
D. Do reconhecimento pelo tribunal da Resolução 414/2010 da Aneel. Da lavratura do Toi como exercício 
de direito. Da vedação do enriquecimento sem causa do consumidor. 
 
 
 
 
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) editou a Resolução Normativa nº 414/2010. 
 
Tal ato estabelece as “condições gerais de fornecimento de energia elétrica” e ampara a lavratura do TOI: 
 
 
Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as 
providências necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não faturado ou 
faturado a menor.” 
19 
 
 
 
§ 1º A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de eventual 
irregularidade por meio dos seguintes procedimentos: 
I – emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário próprio, elaborado conforme 
Anexo V desta Resolução; 
 
 
O art.130 da Resolução 414/2010 da ANEEL traz a metodologia para a recuperação de receita: 
 
 
 
 Ressalta-se que é vedado o enriquecimento sem causa daquele que foi beneficiado pelo 
consumo irregular cobradoa menor. Por isto, este Tribunal prestigia a recuperação de valores 
apurados por meio do TOI. 
 
20 
 
 
Logo, deve ser afastado o pedido da parte autora de cancelamento do TOI, e do 
cancelamento das cobranças realizadas. 
 
 
E. Da impossibilidade de se acolher o pleito de devolução em dobro. 
 
 
A cobrança apurada pelo TOI é legal, regular, e se encontra insculpida no art. 130 da Resolução 
Normativa ANEEL nº 414/2010. 
 
Isto faz cair por terra a alegação da parte autora de que a cobrança e o pagamento seriam 
indevidos para buscar uma eventual devolução em dobro do valor pago. 
 
Neste sentido é o entendimento recente do TJ RJ apoiado na súmula 230. 
 
Apenas em respeito ao princípio da eventualidade, caso V.Exa julgue pela devolução de 
valores, a eventual restituição deveria se dar conforme a súmula nº 85 do TJ RJ, qual seja, na forma 
simples. 
 
 
F. Da não ocorrêcia de danos morais, da impossibilidade de condenação 
IN RE IPSA e do exercício regular de direito da lavratura do toi. 
 
 
Já foi repisado aqui nesta defesa à exaustão que o TOI é o meio pelo qual a concessionária pode apurar 
irregularidades nas unidades consumidoras. 
 
Tal procedimento de recuperação de consumo a menor por conta de irregularidade encontra respaldo nos 
dispositivos da Resolução 414/2010 da ANEEL, no exercício regular de direito na forma do art.188, I, do Código Civil, 
bem como no Recurso Repetitivo Resp 1.412.433 (tema 699) que possui força vinculante nos Tribunais. 
 
A legalidade que ampara o TOI afasta as alegações despropositadas da parte autora que alega que teria sofrido 
abalo, constrangimento, ao pedir “danos morais”. 
 
Inclusive a jurisprudência recente deste Tribunal vem espancando essas ações que buscam indenizações 
indevidas em face de um procedimento amparado no exercício regular de direito, confira: 
 
“004456-70.2019.8.19.0212. APELAÇÃO. Des(a). ANTONIO CARLOS ARRABIDA PAES - Julgamento: 
12/05/2020 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO 
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZATÓRIA E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. 
ALEGAÇÃO DE IRREGULARIDADE NA LAVRATURA DO TOI. SENTENÇA QUE DETERMINOU O CANCELAMENTO 
DO TOI BEM COMO DA COBRANÇA DO DESVIO DE REDE APURADO. CONDENAÇÃO EM DANOS MORAIS NO 
VALOR DE R$3.000,00 (TRÊS MIL REAIS). IRREGULARIDADE NO RELÓGIO MEDIDOR DA UNIDADE 
CONSUMIDORA COMPROVADA. CONSTATAÇÃO DE LIGAÇÃO DIRETA. COBRANÇA DE TAXA MÍNIMA NOS 
MESES ANTERIORES À LAVRATURA DO TOI QUE NÃO FOI CONTESTADA PELO AUTOR. VALOR RELATIVO À 
RECUPERAÇÃO DE DESVIO COMPATÍVEL COM O CONSUMO NORMAL DA UNIDADE. DANOS MORAIS 
INDEVIDOS, TENDO EM VISTA QUE A COBRANÇA DE RECUPERAÇÃO DE CONSUMO SE DEU NO EXERCÍCIO 
REGULAR DO DIREITO. RECURSO PROVIDO.” Grifo nosso 
 
E, 
 
“0006937-63.2018.8.19.0075. APELAÇÃO. Des(a). JOSE ROBERTO PORTUGAL COMPASSO - Julgamento: 
12/05/2020 - NONA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÕES CÍVEIS. Ação de obrigação de fazer (restabelecimento do 
fornecimento de energia) cumulada com pedido declaratório de nulidade de TOI e compensação por danos 
morais. Procedência do pedido. Reforma. Elementos de prova coligidos aos autos que demonstram a 
regularidade na realização do Termo de Ocorrência e Inspeção, bem como na cobrança da energia 
consumida e não faturada. Dano moral não configurado. Exercício regular do direito. Primeiro recurso a 
que se dá provimento (ré). Desprovimento do segundo (autora).” Grifo nosso 
 
E, 
 
“0005869-65.2008.8.19.0031. APELAÇÃO. Des(a). CELSO SILVA FILHO - Julgamento: 28/04/2020 - VIGÉSIMA 
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO. Lavratura de TOI. Ausência de prova de eventual irregularidade no 
termo de ocorrência apta a gerar a nulidade de cobranças realizadas pela concessionária. Provas dos autos 
que demonstram a observância do previsto na Resolução Normativa n. 414, de 9 de setembro de 2010, 
 
Sumula TJ nº 230 - 
Cobrança feita através de 
missivas, desacompanhada 
de inscrição em cadastro 
restritivo de crédito, não 
configura dano moral, nem 
rende ensejo à devolução 
em dobro. 
 
21 
 
 
da ANEEL, haja vista a comprovada existência de irregularidade no sistema de medição de energia elétrica 
do imóvel objeto do litígio. Laudo pericial que foi conclusivo ao evidenciar a existência de anomalia no 
sistema de medição na unidade consumidora. Provas dos autos que evidenciam a apuração a menor do 
consumo no período impugnado, sendo certo que o faturamento do consumo aumentou 
consideravelmente após a lavratura do Termo e a correção das irregularidades do equipamento de medição 
de energia elétrica. Cobrança do consumo recuperado que se mostra devida, nos termos do artigo 129 c/c 
artigo 130, ambos da Resolução 414/2010 da ANEEL. Lavratura do TOI, cobranças do consumo recuperado 
e interrupção do fornecimento de energia elétrica que são decorrentes do exercício regular do direito da 
concessionária. Jurisprudência desta Corte. RECURSO NÃO PROVIDO.” Grifo nosso 
 
Logo, o pedido de dano moral deve ser julgado totalmente improcedente. 
 
Além do exposto, no caso dos autos, a parte autora pleiteia valor desproporcional a 
título de dano moral e por isso, ainda que o pedido seja julgado procedente, o valor da 
indenização deve estar de acordo com a jurisprudência deste tribunal, sendo fixado de 
forma proporcional e razoável às peculiaridades do caso concreto, de modo a evitar 
manifestos excessos: 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE CANCELAMENTO DE TOI C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS. TOI 
LAVRADO PELA CONCESSIONÁRIA, CONSTATANDO IRREGULARIDADES NO RELÓGIO MEDIDOR DA 
UNIDADE CONSUMIDORA. AUTOR QUE REQUER A DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO TOI E DA 
INEXISTÊNCIA DA DÍVIDA QUE LHE É IMPUTADA, ALÉM DE COMPENSAÇÃO PELO DANO MORAL. 
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELO DA PARTE RÉ, PUGNANDO PELA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS 
OU REDUÇÃO DO VALOR FIXADO A TÍTULO DE DANO MORAL. PARCIAL PROVIMENTO. Na espécie, 
restou caracterizada a falha na prestação do serviço prestado pela ré diante da sentença que 
desconstituiu o débito imputado a parte autora. A ré não se desincumbiu do ônus que lhe competia, na 
forma do art. 333, II do CPC/73 ou 373, II do CPC/2015, ao demonstrar a alteração de consumo da 
autora após a constatação de irregularidades. Parte autora que comprovou a suspensão da prestação 
do serviço público de fornecimento de energia elétrica, circunstância que desnuda a ilegalidade da 
medida. Nesta linha de raciocínio, restando demonstrada a ilegalidade na suspensão injustificada do 
referido serviço essencial, caracterizada está a ocorrência de dano moral in re ipsa. Incidência da 
orientação expressa no Verbete nº 192 da Súmula de Jurisprudência Predominante desta Corte de 
Justiça, segundo a qual a indevida interrupção na prestação de serviços essenciais de água, energia 
elétrica, telefone e gás configura dano moral. Fixação da compensação pecuniária por dano moral em 
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) que se revela equilibrada, razoável, proporcional e em consonância com 
precedentes desta Corte de Justiça. Desprovimento. Majoração da verba honorária advocatícia 
sucumbencial em sede recursal. 
(TJ-RJ - APL: 00160093520178190067, Relator: Des(a). CLEBER GHELFENSTEIN, Data de Julgamento: 
06/02/2020, DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL) 
 
Dessa forma, considerando que a parte autora passou por mero dissabor do 
cotidiano e não por abuso de suas honra e personalidade, não merece lograr êxito a 
pretensão autoral de reparação pelos alegados, mas inexistentes, danos morais. Logo, o 
pedido de dano moral deve ser julgado totalmente improcedente 
 
G. Impossibilidade da inversão do ônus da prova, art 373, I, do 
CPC e a Súula 330 do TJRJ. 
 
A parte pede em sua inicial a inversão do ônus da prova. Contudo, deve-se rechaçar 
esta possibilidade que não pode ser deferida sem se apurar a hipossuficiência do 
consumidor. 
 
Todavia, ainda que se acolha a inversão do ônus da prova, isto não isenta a parte autora de arcar com o seu 
ônus, e de fazer ao seu encargo, uma prova mínima de suas alegações.Neste sentido é o art.373, I, do CPC, e a súmula 330 do TJ RJ, confira: 
 
“0017687-44.2017.8.19.0210. APELAÇÃO. Des(a). CLÁUDIO LUIZ BRAGA DELL'ORTO - Julgamento: 
24/06/2020 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE 
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMUALDA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER E 
INDENIZATÓRIA. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. AUMENTO DE CONSUMO E LAVRATURA DE 
TERMO DE OCORRÊNCIA DE IRREGULARIDADE (TOI). Alegação do usuário de que é excessivo o valor 
cobrado pelo fornecimento de energia elétrica em sua residência nos meses de abril e maio de 2016. 
Inocorrência de comprovação de falha na medição da concessionária. Variação de consumo que não 
22 
 
 
se mostra exorbitante, tendo em vista a possibilidade de aumento decorrente da sazonalidade e da 
política tarifária (bandeiras amarela e vermelha) implementada pelo Poder Concedente. Consumidor 
confessadamente inadimplente. Interrupção do serviço que revela exercício regular de direito da 
prestadora. Lavratura de Termo de Ocorrência de Irregularidade em perfeita observância do 
procedimento previsto na Resolução nº 414/10, da ANEEL. Indícios de irregularidade corroborados 
pelo fato de que, após a interrupção do serviço pela ré, aos 02/06/2016, houve o religamento direto 
efetuado pelo próprio consumidor, com ausência de registro de consumo (CONSUMO ZERADO), até 
o momento da inspeção ocorrida aos 27/03/2017, ocasionando a lavratura do TOI. Elementos 
trazidos aos autos que são suficientes a demonstrar o furto de energia pelo consumidor, no período 
compreendido entre a data da interrupção do serviço (02/06/2016) e a data da lavratura do TOI 
(27/03/2017), impondo-se o pagamento da verba fixada a título de recuperação de consumo. 
Inversão do ônus da prova que não exime a parte autora de produzir prova mínima do direito 
alegado. Hipótese que atrai a aplicação da Súmula nº 330 deste Tribunal de Justiça, segundo a qual 
"Os princípios facilitadores da defesa do consumidor em juízo, notadamente o da inversão do ônus 
da prova, não exoneram o autor do ônus de fazer, a seu encargo, prova mínima do fato constitutivo 
do alegado direito". Sentença que não merece reforma. RECURSO NÃO PROVIDO.” Grifo nosso 
 
E, 
“0021458-55.2016.8.19.0213 – APELAÇÃO. Des(a). ANTONIO CARLOS ARRABIDA PAES - Julgamento: 
12/05/2020 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. LIGHT. 
SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. LAVRATURA DE TOI. RECUPERAÇÃO DE 
CONSUMO. ALEGAÇÃO AUTORAL DE COBRANÇA INDEVIDA DE VALORES A TÍTULO DE TOI. 
ADVENTO DE SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL DOS PEDIDOS. RECURSO DA RÉ. HIPÓTESE DE 
CLARA ANOMALIA NO CONSUMO. PADRÃO DE CONSUMO COM AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS 
MESES POSTERIORES À MÉDIA DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PERÍODO APONTADO PELO 
TOI COMO DE CONSUMO IRREGULAR. INEXISTÊNCIA NOS AUTOS DE QUALQUER JUSTIFICATIVA 
PLAUSÍVEL PARA INFIRMAR A IRREGULARIDADE MENCIONADA NO TOI. COM EFEITO, A INVERSÃO 
DO ÔNUS DA PROVA NÃO ISENTA O AUTOR DE FAZER PROVA MÍNIMA DOS FATOS CONSTITUTIVOS 
DO DIREITO ALEGADO, À LUZ DO ARTIGO 373, I, DO CPC. SÚMULA Nº 330 DESTE TJRJ. DOUTRINA. 
PRECEDENTES DESTA CORTE. SENTENÇA REFORMADA PARA JULGAR IMPROCEDENTES OS PEDIDOS. 
INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. PROVIMENTO AO RECURSO.” Grifo nosso 
 
Logo, a inversão do ônus da prova deve ser afastada. Contudo, caso seja acolhida 
isto não exonera a parte autora de fazer a prova mínima de suas alegações na forma do 
art.373, I, do CPC, e do entendimento firmado na súmula 330 do TJ RJ. 
 
Súmula 330 do TJRJ: 
 
Logo, a inversão do ônus da prova deve ser afastada. Contudo, caso seja acolhida 
isto não exonera a parte autora de fazer a prova mínima de suas alegações na forma do 
art. 373, I, do CPC, e do entendimento firmado na súmula 330 do TJ RJ. 
 
 
 
 
 
 
 
a) Em não sendo acolhidas as preliminares suscitadas, no mérito, requer sejam os 
pedidos julgados improcedentes ante a ausência de prova mínima, apresentada pela parte 
Autora, principalmente ante a inércia do ingresso da demanda, bem como inexistência de 
verossimilhança nos argumentos apresentados na exordial; 
 
b) A condenação em litigância de má-fé tendo em vista a entrada massiva de ações; 
 
c) Na remota hipótese de se constatar a existência de danos morais, requer que o 
quantum indenizatório seja fixado com observância dos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade, evitando enriquecimento sem causa. 
 
 
Conclusão 
 
SUMULA TJ Nº 330 "OS PRINCÍPIOS 
FACILITADORES DA DEFESA DO 
CONSUMIDOR EM JUÍZO, NOTADAMENTE 
O DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, 
NÃO EXONERAM O AUTOR DO ÔNUS DE 
FAZER, A SEU ENCARGO, PROVA 
MÍNIMA DO FATO CONSTITUTIVO DO 
ALEGADO DIREITO." 
 
23 
 
 
Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental superveniente, para eventual 
demonstração de fatos novos. 
 
Requer ainda, que, sem prejuízo das intimações eletrônicas expedidas por este juízo, as decisões também sejam pu blicadas em órgão oficial de 
imprensa em nome de ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO, inscrito na OAB/PE sob o nº 23.255, com endereço profissional na Av. Visconde 
de Suassuna, nº 639, Boa Vista, Recife/PE - CEP: 50.050-540 e endereço eletrônico: publicacoes.pe@urbanovitalino.com.br , sob pena de 
nulidade, nos termos do art. 272, § 2° e §5º, do Códex Processual Civil. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
RIO DE JANEIRO, 11 de Fevereiro de 2021 
ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO 
OAB/PE 23.25 
mailto:publicacoes.pe@urbanovitalino.com.br
		2021-02-17T07:33:57-0300

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