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SD 2 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5 VARA CÍVEL VARA CÍVEL DA COMARCA DE REGIONAL JACAREPAGUA – RIO DE JANEIRO. Contestação PROCESSO Nº: 0002296-31.2021.8.19.0203 LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A, empresa concessionária de serviços públicos de energia elétrica, inscrita no CNPJ do MF sob n° 60.444.437/0001-46, com sede na Avenida Marechal Floriano nº 168, Centro, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20.080-002, vem, por intermédio de seus advogados in fine constituídos ut instrumento procuratório (doc.02), com endereço constante no timbre, onde receberão as intimações e/ou notificações, apresentar CONTESTAÇÃO Aos fatos e pedidos formulados nos autos do processo em epígrafe, que lhe move ELIZABETH MENDES SEBASTIÃO, o que faz em consonância com os fundamentos de fato e de direito abaixo adunados para ao final requerer. EMENTA, A. Da inércia da parte autora. J. Do oportunismo. Da indústria do dano moral. E. Quase 800 demandas distribuídas entre 2019 e 2020. Ocorrência de queda de árvore que atingiu a rede de energia e desligou o fornecimento por período inferior a 24 horas na Região de Laje do Muriaé. F. Aplicação da súmula 193 TJERJ. Breve interrupção não enseja dano moral. Interrupção que atinge a coletividade não tem o condão de configurar danos morais individuais. Interrupção do serviço em situação emergencial representada por caso fortuito ou força maior não caracteriza a descontinuidade do serviço, conforme preceitua o artigo 140, § 3º, I da Resolução 414/2010 da ANEEL. Artigo 393 do Código Civil exclui expressamente a responsabilidade da Concessionária. Procedimentos de Distribuição nos termos do Módulo 8 do PRODIST. Ausência do Nexo Causal. Exclusão de responsabilidade prevista no inciso II, parágrafo 3º, do artigo 14 do CDC. Da ausência de comprovação do fato constitutivo do direito pretendido pela parte autora. I. Ausência de prova mínima. Da inexistência de fatos que caracterizem o dano moral. Ausência de ato ilícito praticado. Da impossibilidade de ser invertido o ônus da prova. 4 Preliminares Principais Subsídios e Provas Principais Teses Jurídicas TOI FOTOS Resolução 414/2010 da ANEEL; Súmula 330 do TJRJ Resp 1.412.433 ( tema 699) Precedentes Jurisprudenciais TJRJ Síntese da Contestação Narrativa e Pedidos Autorais A parte autora alega que não concorda com a lavratura do Termo de Ocorrência de Inspeção de nº 9188027 realizada em sua unidade consumidora na data de 10/01/2019, e com a cobrança dos valores pelas irregularidades que foram apurados pela inspeção. Requer a antecipação da tutela para que o serviço não seja suspenso. No mérito, pede o cancelamento do TOI, cancelamento das cobranças originados no TOI, devolução em dobro, e eventuais danos morais pela lavratura do TOI. INFRAESTRUTURA E ENERGIA Realidade dos Fatos e Defesa Se o serviço de energia elétrica está ativo em uma unidade consumidora, e caso o valor do consumo medido seja inferior ao mínimo, mesmo assim, será cobrado um valor referente ao custo de disponibilidade do serviço que varia de acordo com o tipo de ligação. Em casos de interrupção em decorrência de caso fortuito ou força maior não é considerada descontinuidade do serviço, conforme a Resolução 414/2010 da ANEEL, em seu art. 140, §3º, inciso I, devendo ser considerado, ainda, o tempo que a ré reestabeleceu o fornecimento de energia. Indenização Energia Elétrica Interrupção Requerimentos Finais Acolhimento das preliminares; Sejam julgados improcedentes os pedidos autorais; Seja condenada a parte autora em litigância de má-fé; Em remota hipótese de procedência dos pedidos, seja o quantum indenizatório fixado seguindo a razoabilidade e proporcionalidade. 5 1.BREVE RESUMO DA DEMANDA Para melhor compreensão da matéria e problemática envoltas à presente lide, acesse o conteúdo disponível através do QrCode acima. A parte autora alega que não concorda com a lavratura do Termo de Ocorrência de Inspeção de nº 9188027 realizada em sua unidade consumidora na data de 10/01/2019, e com a cobrança dos valores pelas irregularidades que foram apurados pela inspeção. Por fim, pede antecipação da tutela para que o serviço não seja suspenso. No mérito, pede o cancelamento do TOI, cancelamento das cobranças originados no TOI, devolução em dobro, e eventuais danos morais pela lavratura do TOI. Deu-se a causa o valor de R$ 11.927,00 É o breve resumo do necessário. Como se verá adiante, por força da Resolução 414/2010 da ANEEL, do Recurso Repetitivo Resp 1.412.433 do STJ (tema 699), e do entendimento deste Tribunal, todos os pedidos da autora deverão ser julgados improcedentes ao final. 01 DO CUSTO DE DISPONIBILIDADE (consumo mínimo) e da resolução 414/2010 da aneel- súmula nº 407 do stj e súmula nº 84 do tjrj 02 NA APLICAÇÃO DO RECURSO REPETITIVO RESP 1.412.433 (TEMA 699). da legalidade do toi e da possibilidade de suspensão do serviço de energia com fundamento resolução 414/2010 da aneel 03 DA LEGALIDADE DO TOI E DA POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DO SERVIÇO força probante do toi na forma da resolução nº 414/2010 da aneel e do tema 699 do stj 04 RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL DA RESOLUÇÃO 414/2010 DA ANEEL lavratura do toi como exercício regular de direito. da vedação do enriquecimento sem causa do consumidor 6 3.MÉRITO Em não sendo admitidas as preliminares acima suscitadas, o que se admite por extrema cautela, passa a Demandada combater o mérito da questão, que o faz nos seguintes termos: A. Do custo de disponibilidade ( consumo mínimo) e da resolução 414/2010 da Aneel – Súmula nº 407 do STJ e Súmula nº 84 do TJRJ. Antes de iniciar a defesa do exercício regular da empresa e da legalidade da aplicação do TOI (TERMO DE OCORRÊNCIA DE INSPEÇÃO), cabe informar ao juízo sobre valores das tarifas mínimas. O art. 98 da Resolução 414/2010 da ANEEL assim dispõe sobre o custo de disponibilidade. Art. 98. O custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento mensal de consumidor responsável por unidade consumidora do grupo B, é o valor em moeda corrente equivalente a: I – 30 kWh, se monofásico ou bifásico a 2 (dois) condutores; II – 50 kWh, se bifásico a 3 (três) condutores; ou III – 100 kWh, se trifásico. § 1º - O custo de disponibilidade deve ser aplicado sempre que o consumo medido ou estimado for inferior aos referidos neste artigo, não sendo a diferença resultante objeto de futura compensação. Isto quer dizer que se o serviço de energia elétrica está ativo em uma unidade consumidora, e caso o valor do consumo medido seja inferior ao mínimo, mesmo assim, será cobrado um valor referente ao custo de disponibilidade do serviço que varia de acordo com o tipo de ligação. No caso da ligação monofásica o custo de disponibilidade é de 30 kWh; na ligação bifásica o custo de disponibilidade é de 50 kWh; na ligação trifásica o custo de disponibilidade é de 100 kWh. Tanto Superior Tribunal de Justiça, quanto Tribunal do Rio de Janeiro, já sumularam o assunto, SÚMULA Nº 407 DO STJ E SÚMULA Nº 84 DO TJRJ. B. Da obrigatoriedade dos tribunais na aplicação do Recurso Repetitivo Resp 1.412.433 ( tema 699). Da legalidade do TOI e da possibilidade de suspensão do serviço de energia com fundamento na Resolução 414/2010 da Aneel. A parte autora é titular do serviço, possui código de cliente 21302128., e número de instalação 0414683159 com endereço na Rua Paulo da Gina 54, Ap. 201, Village Campo da Paz, CEP: 22780-210 cidade e estado do Rio de janeiro O art. 1036 do Código de Processo Civil dispõeque sempre que houver multiplicidade de Recursos Especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça. Assim, quando o Acórdão paradigma é publicado, os Tribunais de Justiça devem aplicar a tese firmada pelo Tribunal Superior na forma do art.1.040, III, do CPC. Súmula 407 - É legítima a cobrança da tarifa de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo. Súmula TJ nº 84 - É legal a cobrança do valor correspondente ao consumo registrado no medidor, com relação à prestação dos serviços de fornecimento de água e luz, salvo se inferior ao valor da tarifa mínima, cobrada pelo custo de disponibilização do serviço, vedada qualquer outra forma de exação. 7 Na discussão quanto à possibilidade do prestador de serviços públicos lavrar TOI para recuperar o consumo efetivo decorrente de irregularidades no aparelho medidor, bem como suspender o fornecimento de energia elétrica em razão disto, o Recurso Repetitivo Resp 1.412.433 (tema 699) do STJ, já firmou a seguinte tese, exatamente nestes termos1: O art.167 da Resolução 414/2010 dispõe que a responsabilidade pela manutenção adequada do equipamento de medição é do consumidor, uma vez que eventual faturamento a menor aproveitará diretamente o mesmo. Art. 167. O consumidor é responsável: IV. Pela custódia dos equipamentos de medição ou do TCCI da distribuidora, na qualidade de depositário a título gratuito, quando instalados no interior de sua propriedade, ou se, por solicitação formal do consumidor, o equipamento for instalados em área exterior. Nesta toada, o TOI de nº 9188027 foi lavrado pela concessionária em 10/01/2019 , no valor total de R$ 759,76 onde foi constatada a irregularidade “desvio de energia no ramal de ligação” no medidor da unidade consumidora em questão. 1 http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1412433 http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1412433 8 9 . (Esquema ilustrado da irregularidade) Fotos do local na ocasião da inspeção da irregularidade na forma do art.129 da Resolução 414/2010 da ANEEL. Fotos do local na ocasião da inspeção da irregularidade na forma do art.129 da Resolução 414/2010 da ANEEL. LIGHT oportunizou amplo contraditório ao cliente quanto ao procedimento de recuperação de consumo. 10 11 12 Primando pela imparcialidade, e afastando alegações de procedimentos unilaterais, a LIGHT ainda requisitou perícia técnica ao laboratório, a 3C SERVICE S.A, para avaliar os aspectos metrológicos, e as irregularidades apuradas no medidor que emitiu o seguinte parecer: 13 14 No presente caso, a concessionária fez a recuperação de consumo por meio do Termo de Ocorrência de Inspeção com fundamento no exercício regular de direito do art.188, I, do Código Civil, e por força do art.129 da Resolução 414/2010 da ANEEL. Veja que a LIGHT oportunizou amplo contraditório ao cliente quanto ao procedimento de recuperação de consumo. Foi oferecido ao consumidor prazo para impugnações administrativas. Tal procedimento de contraditório, e ampla defesa, consta no Comunicado de Cobrança de Irregularidade, e no Comunicado de Faturamento de Irregularidade que foi entregue ao consumidor, conforme documento abaixo: 15 Mesmo diante da ausência de impugnação administrativa constata-se que a LIGHT realizou inspeção no medidor e deu oportunidade para o consumidor exercer o contraditório e a sua ampla defesa. Deste modo, é certo que o TOI entregue ao cliente foi lavrado em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Apurada a diferença entre a energia faturada, e a energia fornecida, a Concessionária pode e deve cobrar pela irregularidade constatada. A unidade possuía irregularidades que viciavam o efetivo registro de consumo. Após o TOI, o consumo voltou a ser real e regular, e passou a ser aferido normalmente. Por isto, a concessionária pode fazer a cobrança do consumo recuperado; fez prévio aviso ao consumidor; e possui a faculdade e o exercício regular de direito de suspender o serviço de energia em até 90 dias após o vencimento do débito. Deste modo, conclui-se que o TOI encontra-se em perfeita harmonia com o Recurso Repetitivo Resp 1.412.433, e com os artigos art.129, § 1º, I e art. 167 da Resolução 414/2010 da ANEEL. C. Da apuração de consumo a menor no período de irregularidade e da força probante do Toi na forma da resolução nº 414/2010 da Anell e do tema 699 do STJ. A ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA) regula toda a atividade de distribuição de energia elétrica, em observância ao princípio constitucional da legalidade. A Resolução de nº. 414/2010 art. 772, permite que a concessionária realize verificações nos equipamentos de medição de energia elétrica instalados nas unidades consumidoras. Isto também para averiguar irregularidades no consumo que não estejam condizentes com a carga instalada, ou 2 Art. 77. A verificação periódica dos equipamentos de medição, instalados na unidade consumidora, deve ser efetuada segundo critérios estabelecidos na legislação metrológica, devendo o consumidor assegurar o livre acesso dos inspetores credenciados aos locais em que os equipamentos estejam instalados. (Redação dada pela REN ANEEL 418, de 23.11.2010) 16 com o tipo de atividade exercida no local. Após o Recurso Repetitivo 1.412.433 do STJ com força vinculante do STJ nos Tribunais, não se pode mais admitir que clientes do serviço de energia, e entendimentos desatualizados de alguns julgados, venham ainda querer desprezar a legalidade completa que ampara o TOI. Reafirma-se a regularidade do procedimento do TOI, e os documentos emitidos que o amparam. Deve-se ainda esclarecer que as telas do sistema da concessionária complementam e reforçam as informações do TOI, o histórico do cliente, e o período irregular. As telas não são “documentos unilateralmente produzidos”. Ora Excelência, para a autora e a ré produzirem prova nos autos, elas devem juntar documentos. Entretanto, se a ré não junta documentos nos autos alguns julgados equivocados dizem que ela “não se desencumbiu do ônus que lhe cabia”. Agora, se a ré junta documentos como prova nos autos, alguns julgados equivocados alega que “são documentos unilateralmente produzidos”. O que se vê ocorrer nestes casos é um evidente cerceamento de defesa e uma lamentável desconsideração das provas apresentadas nos autos. Contudo, o bom senso por fim prevaleceu, e o STJ em julgado recente publicado em 11.03.2020, já solidificou o entendimento que as telas do sistema são válidas e se coadunam com os demais elementos. “AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.225.024 - RS (2017/0330041-1) RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO AGRAVANTE : VALDEMIR FERREIRA DA VEIGA ADVOGADOS : FÁBIO DAVI BORTOLI - RS066539 ALEXANDRE LUIS JUDACHESKI - RS066424 AGRAVADO : OI S.A ADVOGADOS : TOMÁS ESCOSTEGUY PETTER - RS063931 DIEGO SOUZA GALVAO - RS065378 CARINA BELLOMO DA SILVA - RS080393 ISAC DA ROSA ALVES - RS098331 DECISÃO Trata-se de agravo de decisão que inadmitiu recurso especial fundado no art. 105, III, alínea a da Constituição Federal, interposto contra v. acórdão do Eg. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, assim ementado: "AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO À FASE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXCESSO DE EXECUÇÃO. FATURAS. TELAS SISTÊMICAS. 1. Destaca-se ausência de impugnação do agravante quanto à data de início do plano reclamado - 31 de janeiro de 2012- o que faz não compreender sua intenção de cobrar valores desde o ano de 2003, quando, malgrado a inversão do ônus da prova, foi reconhecido na origem que era obrigação do autor, ora agravante, demonstrar de onde originou sua irresignação, já que as faturas são encaminhadas mensalmente ao consumidor, estando ao seu alcance a prova que deveria fazer. 2. Reconhecida a validade das telas sistêmicas e faturas apresentadas pela agravada, porquanto se coadunam com o reclamo inicial e suprem a não apresentação de documentos pelo agravante. 3. Não há como desconsiderar que o título executivo ordenou a repetição do valor cobrado, desde que efetivamente pagos os valores exigidos nas faturas. Embora a prescrição tenha sido fixada de forma decenal, a pretensão de exigir a devolução da importância por tal período, sem comprovar o pagamento, também ofende a coisa julgada. 4. A escassez de documentos, que deveriam ter sido apresentados pelo autor, a ausência de impugnação às informações prestadas pela Brasil Telecom S/A e o excesso de execução observado, levam à manutenção da decisão recorrida. NEGARAM PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO."(e-STJ, fl. 196) Publique-se. Brasília (DF), 09 de março de 2020. MINISTRO RAUL ARAÚJO Relator. (STJ - AREsp: 1225024 RS 2017/0330041-1, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Publicação: DJ 11/03/2020)” Demonstrando que está aliado à vanguarda contemporânea da época digital, este Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em um brilhante voto já afirmou em caso envolvendo TOI que as informações de telas extraídas do sistema valem como meio de prova em consonância com os demais elementos, confira: 0010868-27.2018.8.19.0026 – APELAÇÃO. Des(a). SÔNIA DE FÁTIMA DIAS - Julgamento: 12/05/2020 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DECLARATÓRIA E INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. LAVRATURA E COBRANÇAS DECORRENTES DE TOI. Sentença de procedência para condenar a ré a restituir à autora os valores pagos referentes ao TOI, considerando a dobra do art. 42, § único do CDC, a pagar a título de indenização pelo dano material, no montante de R$1.640,62 e a quantia de R$4.000,00 a título de compensação por danos morais. Recurso exclusivo da parte ré. Inspeção no medidor apurando irregularidade que impedia o correto registro de consumo, dando ensejo à emissão de Termo de Ocorrência de Irregularidade. Histórico de consumo que demonstra a regularidade do registro após a substituição do medidor. Em que pese se tratar de tela unilateral, a celeridade exigida atualmente dos prestadores de serviço impõe a efetivação de contatos e procedimentos administrativos através de sistemas informatizados. INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DESTE SISTEMA VALEM COMO MEIO DE PROVA e são corroboradas pelas fotografias anexadas. TOI que não imputa ao consumidor 17 prática de qualquer ato, o que não altera a existência da medição errônea. A recuperação de consumo é procedimento previsto na Resolução nº 414 da ANEEL para cobrança, com a finalidade de ressarcir a concessionária pelo fornecimento de serviço prestado e não pago pelo consumidor em razão de irregularidade provocadas pelos usuários ou por defeitos técnicos. Os elementos constantes nos autos não autorizam a conclusão pela existência de falha no serviço prestado a amparar a pretensão da autora/apelada. PROVIMENTO DO RECURSO. Diante destas considerações sobre o entendimento recente do STJ e do TJ RJ que já admitem as telas do sistema como meio de prova, passa-se aos fatos e aos documentos. A irregularidade constatada no medidor resultou em um faturamento equivocado e menor do consumo de energia fornecido. A LIGHT fez o cálculo de recuperação da energia não faturada, equivalente a 740 kWh, referente ao período de 04/2018 A 01/2019, no valor de R$ 467,95. Abaixo no gráfico, o período irregular de Khw de 04/2018 A 01/2019. Após o TOI, o consumo de Khw ficou regular conforme destaque 18 Neste sentido é a jurisprudência recente deste Tribunal: “0005869-65.2008.8.19.0031 – APELAÇÃO. Des(a). CELSO SILVA FILHO - Julgamento: 28/04/2020 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO. Lavratura de TOI. Ausência de prova de eventual irregularidade no termo de ocorrência apta a gerar a nulidade de cobranças realizadas pela concessionária. Provas dos autos que demonstram a observância do previsto na Resolução Normativa n. 414, de 9 de setembro de 2010, da ANEEL, haja vista a comprovada existência de irregularidade no sistema de medição de energia elétrica do imóvel objeto do litígio. Laudo pericial que foi conclusivo ao evidenciar a existência de anomalia no sistema de medição na unidade consumidora. Provas dos autos que evidenciam a apuração a menor do consumo no período impugnado, sendo certo que o faturamento do consumo aumentou consideravelmente após a lavratura do Termo e a correção das irregularidades do equipamento de medição de energia elétrica. Cobrança do consumo recuperado que se mostra devida, nos termos do artigo 129 c/c artigo 130, ambos da Resolução 414/2010 da ANEEL. Lavratura do TOI, cobranças do consumo recuperado e interrupção do fornecimento de energia elétrica que são decorrentes do exercício regular do direito da concessionária. Jurisprudência desta Corte. RECURSO NÃO PROVIDO.” Grifo nosso “0010070-51.2018.8.19.0031. APELAÇÃO. Des(a). MARÍLIA DE CASTRO NEVES VIEIRA - Julgamento: 31/07/2019 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA. COBRANÇA POR RECUPERAÇÃO DE CONSUMO. TOI. UNIDADE CONSUMIDORA QUE SE ENCONTRAVA LIGADA DIRETAMENTE NA REDE DE ENERGIA EM APENAS UMA FASE, UTILIZANDO DE ARTIFÍCIO (CABO) PARA DESVIAR A MEDIÇÃO. CONSUMO APURADO NA UNIDADE COSUMIDORA, NOS OITOS MESES ANTERIORES A TROCA DO MEDIDOR, QUE SE MOSTRA IRRISÓRIO (MÉDIA DE 35 KWH). COM A TROCA DO MEDIDOR, O CONSUMO DA UNIDADE CONSUMIDORA AUMENTOU CERCA DE 700% (SETECENTOS POR CENTO), O QUE COMPROVA A EXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADE. LEGITIMIDADE DO TOI. PARTE RELEVANTE DA ENERGIA CONSUMIDA QUE NÃO PASSAVA PELO MEDIDOR, SENDO RECEBIDA ATRAVÉS DE LIGAÇÃO IRREGULAR. ENERGIA REGISTRADA PELO NOVO APARELHO, COM NOVA INSTALAÇÃO, QUE CONDIZ COM A ESTIMATIVA DE CONSUMO DO IMÓVEL. LEGITIMIDADE DO CORTE DE ENERGIA, PRECEDIDO DE AVISO, ANTE A FALTA DE PAGAMENTO PELA AUTORA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 83 DESTA E. CORTE. REFORMA DA SENTENÇA. PROVIMENTO DO RECURSO DA RÉ. PREJUDICADO O DA AUTORA.” Grifo nosso Cabe ressaltar que o valor apurado na irregularidade do TOI, teve seu pagamento facilitado ao cliente por meio de parcelamento, e em conformidade com o princípio da cooperação. Logo, restou demonstrado que a lavratura e o procedimento do TOI são amparados na legalidade, e que os valores apurados são devidos. Conclui-se pela improcedência do pedido da parte autora. D. Do reconhecimento pelo tribunal da Resolução 414/2010 da Aneel. Da lavratura do Toi como exercício de direito. Da vedação do enriquecimento sem causa do consumidor. A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) editou a Resolução Normativa nº 414/2010. Tal ato estabelece as “condições gerais de fornecimento de energia elétrica” e ampara a lavratura do TOI: Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não faturado ou faturado a menor.” 19 § 1º A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de eventual irregularidade por meio dos seguintes procedimentos: I – emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário próprio, elaborado conforme Anexo V desta Resolução; O art.130 da Resolução 414/2010 da ANEEL traz a metodologia para a recuperação de receita: Ressalta-se que é vedado o enriquecimento sem causa daquele que foi beneficiado pelo consumo irregular cobradoa menor. Por isto, este Tribunal prestigia a recuperação de valores apurados por meio do TOI. 20 Logo, deve ser afastado o pedido da parte autora de cancelamento do TOI, e do cancelamento das cobranças realizadas. E. Da impossibilidade de se acolher o pleito de devolução em dobro. A cobrança apurada pelo TOI é legal, regular, e se encontra insculpida no art. 130 da Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010. Isto faz cair por terra a alegação da parte autora de que a cobrança e o pagamento seriam indevidos para buscar uma eventual devolução em dobro do valor pago. Neste sentido é o entendimento recente do TJ RJ apoiado na súmula 230. Apenas em respeito ao princípio da eventualidade, caso V.Exa julgue pela devolução de valores, a eventual restituição deveria se dar conforme a súmula nº 85 do TJ RJ, qual seja, na forma simples. F. Da não ocorrêcia de danos morais, da impossibilidade de condenação IN RE IPSA e do exercício regular de direito da lavratura do toi. Já foi repisado aqui nesta defesa à exaustão que o TOI é o meio pelo qual a concessionária pode apurar irregularidades nas unidades consumidoras. Tal procedimento de recuperação de consumo a menor por conta de irregularidade encontra respaldo nos dispositivos da Resolução 414/2010 da ANEEL, no exercício regular de direito na forma do art.188, I, do Código Civil, bem como no Recurso Repetitivo Resp 1.412.433 (tema 699) que possui força vinculante nos Tribunais. A legalidade que ampara o TOI afasta as alegações despropositadas da parte autora que alega que teria sofrido abalo, constrangimento, ao pedir “danos morais”. Inclusive a jurisprudência recente deste Tribunal vem espancando essas ações que buscam indenizações indevidas em face de um procedimento amparado no exercício regular de direito, confira: “004456-70.2019.8.19.0212. APELAÇÃO. Des(a). ANTONIO CARLOS ARRABIDA PAES - Julgamento: 12/05/2020 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZATÓRIA E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. ALEGAÇÃO DE IRREGULARIDADE NA LAVRATURA DO TOI. SENTENÇA QUE DETERMINOU O CANCELAMENTO DO TOI BEM COMO DA COBRANÇA DO DESVIO DE REDE APURADO. CONDENAÇÃO EM DANOS MORAIS NO VALOR DE R$3.000,00 (TRÊS MIL REAIS). IRREGULARIDADE NO RELÓGIO MEDIDOR DA UNIDADE CONSUMIDORA COMPROVADA. CONSTATAÇÃO DE LIGAÇÃO DIRETA. COBRANÇA DE TAXA MÍNIMA NOS MESES ANTERIORES À LAVRATURA DO TOI QUE NÃO FOI CONTESTADA PELO AUTOR. VALOR RELATIVO À RECUPERAÇÃO DE DESVIO COMPATÍVEL COM O CONSUMO NORMAL DA UNIDADE. DANOS MORAIS INDEVIDOS, TENDO EM VISTA QUE A COBRANÇA DE RECUPERAÇÃO DE CONSUMO SE DEU NO EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO. RECURSO PROVIDO.” Grifo nosso E, “0006937-63.2018.8.19.0075. APELAÇÃO. Des(a). JOSE ROBERTO PORTUGAL COMPASSO - Julgamento: 12/05/2020 - NONA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÕES CÍVEIS. Ação de obrigação de fazer (restabelecimento do fornecimento de energia) cumulada com pedido declaratório de nulidade de TOI e compensação por danos morais. Procedência do pedido. Reforma. Elementos de prova coligidos aos autos que demonstram a regularidade na realização do Termo de Ocorrência e Inspeção, bem como na cobrança da energia consumida e não faturada. Dano moral não configurado. Exercício regular do direito. Primeiro recurso a que se dá provimento (ré). Desprovimento do segundo (autora).” Grifo nosso E, “0005869-65.2008.8.19.0031. APELAÇÃO. Des(a). CELSO SILVA FILHO - Julgamento: 28/04/2020 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO. Lavratura de TOI. Ausência de prova de eventual irregularidade no termo de ocorrência apta a gerar a nulidade de cobranças realizadas pela concessionária. Provas dos autos que demonstram a observância do previsto na Resolução Normativa n. 414, de 9 de setembro de 2010, Sumula TJ nº 230 - Cobrança feita através de missivas, desacompanhada de inscrição em cadastro restritivo de crédito, não configura dano moral, nem rende ensejo à devolução em dobro. 21 da ANEEL, haja vista a comprovada existência de irregularidade no sistema de medição de energia elétrica do imóvel objeto do litígio. Laudo pericial que foi conclusivo ao evidenciar a existência de anomalia no sistema de medição na unidade consumidora. Provas dos autos que evidenciam a apuração a menor do consumo no período impugnado, sendo certo que o faturamento do consumo aumentou consideravelmente após a lavratura do Termo e a correção das irregularidades do equipamento de medição de energia elétrica. Cobrança do consumo recuperado que se mostra devida, nos termos do artigo 129 c/c artigo 130, ambos da Resolução 414/2010 da ANEEL. Lavratura do TOI, cobranças do consumo recuperado e interrupção do fornecimento de energia elétrica que são decorrentes do exercício regular do direito da concessionária. Jurisprudência desta Corte. RECURSO NÃO PROVIDO.” Grifo nosso Logo, o pedido de dano moral deve ser julgado totalmente improcedente. Além do exposto, no caso dos autos, a parte autora pleiteia valor desproporcional a título de dano moral e por isso, ainda que o pedido seja julgado procedente, o valor da indenização deve estar de acordo com a jurisprudência deste tribunal, sendo fixado de forma proporcional e razoável às peculiaridades do caso concreto, de modo a evitar manifestos excessos: DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE CANCELAMENTO DE TOI C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS. TOI LAVRADO PELA CONCESSIONÁRIA, CONSTATANDO IRREGULARIDADES NO RELÓGIO MEDIDOR DA UNIDADE CONSUMIDORA. AUTOR QUE REQUER A DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO TOI E DA INEXISTÊNCIA DA DÍVIDA QUE LHE É IMPUTADA, ALÉM DE COMPENSAÇÃO PELO DANO MORAL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELO DA PARTE RÉ, PUGNANDO PELA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS OU REDUÇÃO DO VALOR FIXADO A TÍTULO DE DANO MORAL. PARCIAL PROVIMENTO. Na espécie, restou caracterizada a falha na prestação do serviço prestado pela ré diante da sentença que desconstituiu o débito imputado a parte autora. A ré não se desincumbiu do ônus que lhe competia, na forma do art. 333, II do CPC/73 ou 373, II do CPC/2015, ao demonstrar a alteração de consumo da autora após a constatação de irregularidades. Parte autora que comprovou a suspensão da prestação do serviço público de fornecimento de energia elétrica, circunstância que desnuda a ilegalidade da medida. Nesta linha de raciocínio, restando demonstrada a ilegalidade na suspensão injustificada do referido serviço essencial, caracterizada está a ocorrência de dano moral in re ipsa. Incidência da orientação expressa no Verbete nº 192 da Súmula de Jurisprudência Predominante desta Corte de Justiça, segundo a qual a indevida interrupção na prestação de serviços essenciais de água, energia elétrica, telefone e gás configura dano moral. Fixação da compensação pecuniária por dano moral em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) que se revela equilibrada, razoável, proporcional e em consonância com precedentes desta Corte de Justiça. Desprovimento. Majoração da verba honorária advocatícia sucumbencial em sede recursal. (TJ-RJ - APL: 00160093520178190067, Relator: Des(a). CLEBER GHELFENSTEIN, Data de Julgamento: 06/02/2020, DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL) Dessa forma, considerando que a parte autora passou por mero dissabor do cotidiano e não por abuso de suas honra e personalidade, não merece lograr êxito a pretensão autoral de reparação pelos alegados, mas inexistentes, danos morais. Logo, o pedido de dano moral deve ser julgado totalmente improcedente G. Impossibilidade da inversão do ônus da prova, art 373, I, do CPC e a Súula 330 do TJRJ. A parte pede em sua inicial a inversão do ônus da prova. Contudo, deve-se rechaçar esta possibilidade que não pode ser deferida sem se apurar a hipossuficiência do consumidor. Todavia, ainda que se acolha a inversão do ônus da prova, isto não isenta a parte autora de arcar com o seu ônus, e de fazer ao seu encargo, uma prova mínima de suas alegações.Neste sentido é o art.373, I, do CPC, e a súmula 330 do TJ RJ, confira: “0017687-44.2017.8.19.0210. APELAÇÃO. Des(a). CLÁUDIO LUIZ BRAGA DELL'ORTO - Julgamento: 24/06/2020 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMUALDA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZATÓRIA. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. AUMENTO DE CONSUMO E LAVRATURA DE TERMO DE OCORRÊNCIA DE IRREGULARIDADE (TOI). Alegação do usuário de que é excessivo o valor cobrado pelo fornecimento de energia elétrica em sua residência nos meses de abril e maio de 2016. Inocorrência de comprovação de falha na medição da concessionária. Variação de consumo que não 22 se mostra exorbitante, tendo em vista a possibilidade de aumento decorrente da sazonalidade e da política tarifária (bandeiras amarela e vermelha) implementada pelo Poder Concedente. Consumidor confessadamente inadimplente. Interrupção do serviço que revela exercício regular de direito da prestadora. Lavratura de Termo de Ocorrência de Irregularidade em perfeita observância do procedimento previsto na Resolução nº 414/10, da ANEEL. Indícios de irregularidade corroborados pelo fato de que, após a interrupção do serviço pela ré, aos 02/06/2016, houve o religamento direto efetuado pelo próprio consumidor, com ausência de registro de consumo (CONSUMO ZERADO), até o momento da inspeção ocorrida aos 27/03/2017, ocasionando a lavratura do TOI. Elementos trazidos aos autos que são suficientes a demonstrar o furto de energia pelo consumidor, no período compreendido entre a data da interrupção do serviço (02/06/2016) e a data da lavratura do TOI (27/03/2017), impondo-se o pagamento da verba fixada a título de recuperação de consumo. Inversão do ônus da prova que não exime a parte autora de produzir prova mínima do direito alegado. Hipótese que atrai a aplicação da Súmula nº 330 deste Tribunal de Justiça, segundo a qual "Os princípios facilitadores da defesa do consumidor em juízo, notadamente o da inversão do ônus da prova, não exoneram o autor do ônus de fazer, a seu encargo, prova mínima do fato constitutivo do alegado direito". Sentença que não merece reforma. RECURSO NÃO PROVIDO.” Grifo nosso E, “0021458-55.2016.8.19.0213 – APELAÇÃO. Des(a). ANTONIO CARLOS ARRABIDA PAES - Julgamento: 12/05/2020 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. LIGHT. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. LAVRATURA DE TOI. RECUPERAÇÃO DE CONSUMO. ALEGAÇÃO AUTORAL DE COBRANÇA INDEVIDA DE VALORES A TÍTULO DE TOI. ADVENTO DE SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL DOS PEDIDOS. RECURSO DA RÉ. HIPÓTESE DE CLARA ANOMALIA NO CONSUMO. PADRÃO DE CONSUMO COM AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS MESES POSTERIORES À MÉDIA DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PERÍODO APONTADO PELO TOI COMO DE CONSUMO IRREGULAR. INEXISTÊNCIA NOS AUTOS DE QUALQUER JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL PARA INFIRMAR A IRREGULARIDADE MENCIONADA NO TOI. COM EFEITO, A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NÃO ISENTA O AUTOR DE FAZER PROVA MÍNIMA DOS FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO ALEGADO, À LUZ DO ARTIGO 373, I, DO CPC. SÚMULA Nº 330 DESTE TJRJ. DOUTRINA. PRECEDENTES DESTA CORTE. SENTENÇA REFORMADA PARA JULGAR IMPROCEDENTES OS PEDIDOS. INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. PROVIMENTO AO RECURSO.” Grifo nosso Logo, a inversão do ônus da prova deve ser afastada. Contudo, caso seja acolhida isto não exonera a parte autora de fazer a prova mínima de suas alegações na forma do art.373, I, do CPC, e do entendimento firmado na súmula 330 do TJ RJ. Súmula 330 do TJRJ: Logo, a inversão do ônus da prova deve ser afastada. Contudo, caso seja acolhida isto não exonera a parte autora de fazer a prova mínima de suas alegações na forma do art. 373, I, do CPC, e do entendimento firmado na súmula 330 do TJ RJ. a) Em não sendo acolhidas as preliminares suscitadas, no mérito, requer sejam os pedidos julgados improcedentes ante a ausência de prova mínima, apresentada pela parte Autora, principalmente ante a inércia do ingresso da demanda, bem como inexistência de verossimilhança nos argumentos apresentados na exordial; b) A condenação em litigância de má-fé tendo em vista a entrada massiva de ações; c) Na remota hipótese de se constatar a existência de danos morais, requer que o quantum indenizatório seja fixado com observância dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, evitando enriquecimento sem causa. Conclusão SUMULA TJ Nº 330 "OS PRINCÍPIOS FACILITADORES DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO, NOTADAMENTE O DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, NÃO EXONERAM O AUTOR DO ÔNUS DE FAZER, A SEU ENCARGO, PROVA MÍNIMA DO FATO CONSTITUTIVO DO ALEGADO DIREITO." 23 Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental superveniente, para eventual demonstração de fatos novos. Requer ainda, que, sem prejuízo das intimações eletrônicas expedidas por este juízo, as decisões também sejam pu blicadas em órgão oficial de imprensa em nome de ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO, inscrito na OAB/PE sob o nº 23.255, com endereço profissional na Av. Visconde de Suassuna, nº 639, Boa Vista, Recife/PE - CEP: 50.050-540 e endereço eletrônico: publicacoes.pe@urbanovitalino.com.br , sob pena de nulidade, nos termos do art. 272, § 2° e §5º, do Códex Processual Civil. Nestes termos, Pede deferimento. RIO DE JANEIRO, 11 de Fevereiro de 2021 ANTÔNIO DE MORAES DOURADO NETO OAB/PE 23.25 mailto:publicacoes.pe@urbanovitalino.com.br 2021-02-17T07:33:57-0300
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