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A Nova Lei de Licitacoes e Contratos

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1 
1 
Sumário 
1 NASCE UMA NOVA ESTRELA ............................................................................................. 8 
1.1 MAS .... PORQUÊ VEIO? É MESMO BENVINDA? ........................................................ 8 
1.2 TEM O PODER DA CONSOLIDAÇÃO NORMATIVA ...................................................... 8 
1.3 TEM O PODER DA PADRONIZAÇÃO ........................................................................... 9 
1.4 TEM O PODER DA CENTRALIZAÇÃO .......................................................................... 9 
1.5 TEM O PODER DA MODERNIZAÇÃO ........................................................................ 10 
1.6 UM CENÁRIO INICIAL .............................................................................................. 10 
2 A REALIDADE DO PAÍS DESAFIA A APLICAÇÃO DA NOVA LEI . ........................................ 12 
2.1 A REALIDADE DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS ......................................................... 12 
2.2 O AMBIENTE DA NOVA LEI ...................................................................................... 12 
2.3 UM SINTOMA INTERESSANTE ................................................................................. 15 
2.4 A BUSCA DA SEGURANÇA JURÍDICA ........................................................................ 16 
2.5 COMO FICAM AS REGULAMENTAÇÕES EXISTENTES? .............................................. 17 
3 A QUEM SE APLICA O NOVO DIPLOMA LEGAL? QUAIS SÃO SUAS NORMAS GERAIS ..... 19 
3.1 CAPÍTULO I DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI ................................................. 19 
3.2 COMO FICAM OS SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS ................................................ 20 
3.3 O QUE ESTÁ E O QUE NÃO ESTÁ SUBORDINADO A NOVA LEI ? ............................... 21 
3.4 SOBRE NORMAS GERAIS - A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E AS NORMAS GERAIS - 
IMPACTO SOBRE LICITAÇÕES E CONTRATOS. ..................................................................... 22 
4 A PARTIR DE QUANDO POSSO ADOTAR OU ESTAREI OBRIGADO À NOVA LEI ? .............. 27 
4.1 PRAZO DE ADAPTAÇÃO. .......................................................................................... 28 
4.2 REGIME JURÍDICO DOS CONTRATOS ....................................................................... 29 
4.3 ENTÃO... JÁ PODEREI DE FATO USAR A NOVA LEI? ................................................. 30 
5 AGENTES PÚBLICOS E DE CONTRATAÇÃO – FUNÇÕES ESSENCIAIS ................................. 32 
5.1 AGENTES PÚBLICOS................................................................................................. 32 
5.2 AGENTES DE CONTRATAÇÃO................................................................................... 36 
5.3 VEDAÇÕES DE ATOS - AGENTE DE CONTRATAÇÃO ................................................. 37 
6 DOS PRINCÍPIOS.............................................................................................................. 40 
6.1 PLANEJAMENTO ...................................................................................................... 41 
6.2 SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES ..................................................................................... 42 
6.3 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA ............................................................................................ 44 
6.4 TRANSPARÊNCIA ..................................................................................................... 45 
6.5 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEI RO LINDB ........................ 49 
6.6 MAIS ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE PRINCÍPIOS .................................................. 53 
7 OBJETIVOS CENTRAIS DO PROCESSO LICITATÓRIO ......................................................... 55 
 
 
2 
2 
7.1 OBJETIVO 1 ............................................................................................................. 55 
7.2 OBJETIVO 2 ............................................................................................................. 60 
7.3 OBJETIVO 3 ............................................................................................................. 61 
7.4 OBJETIVO 4 ............................................................................................................. 63 
7.5 GOVERNANÇA – AINDA O ART. 11 .......................................................................... 70 
7.6 PROGRAMA DE INTEGRIDADE ................................................................................. 74 
8 PROCEDIMENTO LICITATÓRIO ........................................................................................ 75 
9 FASES DO PROCESSO DE LICITAÇÃO ............................................................................... 82 
10 DA FASE PREPARATÓRIA............................................................................................. 86 
10.1 DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO LICITATÓRIO ........................................................... 86 
11 ORÇAMENTO DO ÓRGÃO/ENTIDADE .......................................................................... 95 
11.1 COMO ESPECIFICAR EQUIPAMENTOS? COMO ORÇAR? .......................................... 95 
11.2 NORMATIVOS SOBRE O ORÇAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO ................................. 96 
11.3 NORMATIVOS SOBRE O ORÇAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO - AQUISIÇÃO DE BENS 
E CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS EM GERAL ......................................................................... 96 
11.4 NORMATIVOS SOBRE O ORÇAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO – OBRAS E SERVIÇOS 
DE ENGEMHARIA ................................................................................................................ 98 
11.5 ORÇAMENTO SIGILO – INCENTIVO A COMPETIÇÃO .............................................. 102 
12 O EDITAL ............................................................................................................... 105 
12.1 A IMPORTÂNCIA DO EDITAL NA CONTRATAÇÃO .................................................. 105 
12.2 O QUE DIZ A LEI SOBRE NOSSO EDITAL? ............................................................... 105 
13 DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO ........................................................................... 115 
13.1 DEFINIÇÕES ........................................................................................................... 116 
13.3 ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: ............................................................ 118 
13.4 DIÁLOGO COMPETITIVO ....................................................................................... 120 
13.5 SÍNTESE SOBRE MODALIDADES ............................................................................. 121 
14 CRITÉRIOS DE JULGAMENTO ..................................................................................... 123 
14.1 A BUSCA POR RESULTADO .................................................................................... 123 
15 COMPRAS ................................................................................................................. 133 
15.1 PREFERÊNCIA POR MARCAS, A BUSCA DA QUALIDADE E DE RESULTADOS, 
AMOSTRAS ....................................................................................................................... 133 
15.2 O CICLO DE VIDA DO OBJETO EM COMPRAS. ........................................................ 133 
15.3 VAMOS AS COMPRAS? ......................................................................................... 135 
15.4 COMO SERÁ A PLANILHA? ITEM A ITEM? LOTE OU AGRUPAMENTO? .................. 139 
15.5 MARCAS, AMOSTRAS, CARTA DE SOLIDARIEDADE, NORMAS TÉCNICAS, 
CERTIFICAÇÃO, CERTIFICADO, LAUDO LABORATORIAL..................................................... 141 
15.6 UM PARÊNTESES: POLÊMICO: ARTIGOS DE LUXO ................................................. 146 
 
 
3 
3 
16 OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA E ARQUITETURA ............................................. 147 
16.1 REGIMES DE EXECUÇÃO - SÍNTESE........................................................................ 148 
16.2 A PALAVRA DA NOVA LEI SOB O ENFOQUE DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E 
SOCIAL. ............................................................................................................................. 156 
16.3 REGIMES DE EXECUÇÃO – A PALAVRA DA NOVA LEI ............................................. 161 
16.4 MATRIZ DE RISCO ................................................................................................. 164 
17 SERVIÇOS EM GERAL ................................................................................................. 169 
17.1 SÍNTESE SOBRE SERVIÇOS ..................................................................................... 169 
17.2 SERVIÇOS EM GERAL ............................................................................................. 171 
18 DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO ................................................................... 174 
18.1 FINAL DA FASE PREPARATÓRIA ............................................................................. 174 
18.2 PUBLICIDADE ........................................................................................................ 176 
18.3 PRAZOS ................................................................................................................. 176 
18.4 IMPUGNAÇÃO E ESCLARECIMENTOS .................................................................... 178 
18.4 QUEM NÃO PODE DISPUTAR A LICITAÇÃO OU DA EXECUÇÃO DO CONTRATO? .... 179 
18.5 PARTICIPAÇÃO EM CONSÓRCIO ............................................................................ 180 
18.6 APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES ........................................................... 181 
19 DO JULGAMENTO ..................................................................................................... 185 
19.1 DESCLASSIFICAÇÃO DA PROPOSTA ....................................................................... 185 
19.2 CRITÉRIOS DE DESEMPATE .................................................................................... 187 
19.3 NEGOCIAÇÃO .................................................................................................... 192 
19.4 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ............................................. 192 
20 HABILITAÇÃO ............................................................................................................ 194 
20.1 INFORMAÇÕES GERAIS ......................................................................................... 194 
20.2 HABILITAÇÃO JURÍDICA ......................................................................................... 196 
20.3 QUALIFICAÇÃO TÉCNICA ....................................................................................... 196 
20.3 HABILITAÇÕES FISCAL, SOCIAL E TRABALHISTA ..................................................... 200 
20.4 HABILITAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA .............................................................. 201 
21 RECURSO ADMINISTRATIVO ..................................................................................... 204 
22 ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO ............................................................................... 206 
23 CONTRATAÇÃO DIRETA ............................................................................................ 207 
23.1 PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DIRETA ..................................................................... 208 
23.2 INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO ............................................................................ 209 
23.3 DISPENSA DE LICITAÇÃO ....................................................................................... 212 
24 PROCEDIMENTOS AUXILIARES .................................................................................. 220 
24.1 CREDENCIAMENTO ............................................................................................... 221 
 
 
4 
4 
24.2 PRÉ-QUALIFICAÇÃO .............................................................................................. 223 
24.3 PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE ............................................. 226 
24.4 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS ....................................................................... 229 
24.5 REGISTRO CADASTRAL .......................................................................................... 236 
25 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................... 239 
25.1 CONCEITOS ........................................................................................................... 239 
25.2 FORMALIZAÇÃO .................................................................................................... 240 
25.3 CLÁUSULAS NECESSÁRIAS ..................................................................................... 243 
25.4 PUBLICIDADE ........................................................................................................ 245 
25.5 INSTRUMENTO DE CONTRATO .............................................................................. 246 
26 GARANTIAS ........................................................................................................... 248 
26.1 MODALIDADES ......................................................................................................... 248 
26.2 SOBRE A GARANTIA - PERCENTUAIS E VALORES ................................................... 249 
26.3 SEGURO-GARANTIA E CLÁUSULA DE RETOMADA ................................................ 250 
26.4 CUIDADOS ......................................................................................................... 252 
27 DURAÇÃO DOS CONTRATOS ..................................................................................... 253 
27.1 SÍNTESE DAS POSSIBILIDADES DOS PRAZOS CONTRATUAIS .................................. 254 
27.2 O TEXTO LEGAL SOBRE POSSIBILIDADES DE PRAZO .............................................. 255 
27.3 ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE PRAZOS CONTRATUAIS EM FUNÇÃO DE 
CONTRATOS POR ESCOPO E POR PRAZO. ......................................................................... 259 
28 EXECUÇÃO DOS CONTRATOS .................................................................................... 261 
28.1 MEDIDAS LOUVÁVEIS DO LEGISLADOR – SEGURANÇA PARA O CONTRATADO – 
MELHORES PREÇOS PARA A ADMINISTRAÇÃO ................................................................. 261 
28.2 FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS ............................................................................. 263 
28.3 SOBRE OBRAS E SERVIÇOS – DESTAQUE PARA SERVIÇOS DEMO – COM DEDICAÇÃO 
EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA. ......................................................................................... 268 
28.4 CIRCULAR SUSEP Nº 477 DE 30/09/2013 ............................................................... 273 
28.5 SUBCONTRATAÇÃO ............................................................................................... 275 
28.6 BOA NOTÍCIA......................................................................................................... 276 
29 DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS ..................................................... 278 
29.1 ALTERAÇÕES UNILATERAIS E CONSENSUAIS - EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO 
INICIAL DO CONTRATO ..................................................................................................... 278 
29.2 REPACTUAÇÃO ...................................................................................................... 286 
29.3 APOSTILAMENTO .................................................................................................. 288 
30 HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS .............................................................. 289 
30.1 PELA ADMINISTRAÇÃO ......................................................................................... 28930.2 DIREITO DO CONTRATADO A EXTINÇÃO ............................................................... 289 
 
 
5 
5 
30.3 COMO SE DÁ A EXTINÇÃO ..................................................................................... 291 
31 RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO ............................................................... 293 
32 PAGAMENTOS .......................................................................................................... 295 
33 REMUNERAÇÃO VARIÁVEL VINCULADA AO DESEMPENHO ...................................... 298 
34 NULIDADE DOS CONTRATOS ..................................................................................... 300 
35 DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS ............................ 302 
36 DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ....................................................... 305 
36.1 TIPIFICAÇÃO .......................................................................................................... 305 
36.2 SANÇÕES ............................................................................................................... 306 
36.3 PROCEDIMENTO.................................................................................................... 308 
36.4 REABILITAÇÃO....................................................................................................... 311 
37 DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS ............................................................................... 313 
37.1 TEMOS PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO!................................................................ 313 
37.2 DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ...................... 313 
37.2 O TEXTO LEGAL É RIGOROSO................................................................................ 314 
37.3 RESPONSABILIDADE DA PROJETISTA ........................................................................ 317 
38 DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS AINDA NÃO TRATADAS................................. 319 
39 NOSSO CONSELHO .................................................................................................... 321 
 
 
 
 
 
6 
6 
MARYBERG BRAGA NETO 
 
ESCOLARIDADE: Engenharia Civil (1976); Especialização em Direito Administrativo 
(2001/2004); MBA em Gestão de Negócios para Executivos – FGV SP (2002) 
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: 
Gerente de Licitações da SABESP, 30 anos na área – desde 03/1997 a 12/2006. Pregoeira 
Oficial. 
Integrou o grupo de serviços terceirizados do Governo do Estado SP desde sua criação. 
www.cadterc.sp.gov.br 
Integrou o grupo para elaboração de licitações sustentáveis 
www.cqgp.sp.gov.br/grupos_tecnicos/gt_licitacoes/index.htm 
Elaboração de modelagens avançadas na área de licitações e contratações inclusive contratos 
sob performance. 
Experiência em licitações internacionais - financiamento internacionais como BIRD, BID, JICA 
(JBIC). 
Pareceres em resposta a questionamentos Tribunais de Contas Estaduais e da União. 
Elaboração de editais de licitações na modelagem Parceria Público-privada. 
Elaboração de licitações na modelagem Locação de Ativos para saneamento básico. 
CONSULTORA EM LICITAÇÕES E CONTRATOS PARA EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS 
DOCÊNCIA: Professora do Instituto Licitar –http://www.institutolicitar.com.br. 
Cursos sobre Licitações, Terceirização, Obras/Serviços de engenharia, RDC, Lei das Estatais, 
Termo de Referência; outros: ABES, AESABESP, AESES/SANEAGO; ARSESP, BANCO DO 
BRASIL, BANDES, CPOS, CODEBA, ELETROBRAS, SABESP, IPOG (mestrado), CAGEPA, 
CEPE, LIFESA, IBEGESP. 
ELABORAÇÃO DE REGULAMENTOS INTERNOS DE LICITAÇÕES, CONTRATOS E 
CONVÊNIOS SEGUNDO A LEI 13303/2016. 
 
 
 
7 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Ao amigo de sempre, coordenador e incentivador, minha referência profissional, 
responsável por minha opção profissional em docência na área de licitações e 
contratações públicas, receba minha gratidão e meu afeto, 
professor Horácio José Ferragino. 
 
 
 
8 
8 
1 NASCE UMA NOVA ESTRELA 
 
Ironicamente em 01 de abril, nasceu uma nova estrela: a nova Lei de Licitações 
e Contratos Administrativos, numerada como Lei nº 14.133, de 1º de abril de 
2021. Seja benvinda. 
O Projeto de Lei nº 4253/2020 enfim foi convertido em lei. Com 26 vetos, mas 
em sua maioria, necessários. Importante a leitura da Mensagem nº 118, de 1º de 
abril de 2021, que trata desses motivos. Transcrevemos seu início, ao menos, 
para que fiquemos animados para a leitura, rica em argumentos. 
“Senhor Presidente do Senado Federal, 
Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da Constituição, 
decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público e 
inconstitucionalidade, o Projeto de Lei nº 4.253, de2020 (nº 6.814/17 na Câmara 
dos Deputados): "Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
(......) AQUI FICA PARA SUA LEITURA. 
Essas, Senhor Presidente, as razões que me conduziram a vetar os dispositivos 
acima mencionados do projeto em causa, as quais submeto à elevada 
apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional.” 
 
1.1 MAS .... PORQUÊ VEIO? É MESMO BENVINDA? 
 
Veio para resolver vários desafios. A nova Lei de licitações e contratos é 
benvinda. Sem sombra de dúvida chega em boa hora. 
Traz em seu corpo os verbos que esperávamos: CONSOLIDAR, PADRONIZAR, 
CENTRALIZAR E MODERNIZAR. Uma síntese para alcançarmos esses 
significados verbais para transformá-los em ação. 
Traz uma lógica operacional e transpira licitações eletrônicas e transparência 
high tech. Busca a unidade nacional em licitações e contratações especialmente 
ao instituir o Portal Nacional de Contratações Públicas mas permite harmonia 
entre os entes ao se referir por dezenas de vezes a regulamentos de cada órgão 
e entidade, que estão sob seu guarda-chuva. 
 
1.2 TEM O PODER DA CONSOLIDAÇÃO NORMATIVA 
 
A nova Lei vem consolidar os regimes hoje previstos na Lei nº 8.666/93 (Lei 
Geral), na Lei nº 10520/02 (Pregão) e Lei nº 12462/11 (RDC) que serão 
revogadas dois anos após a entrada em vigor, consolida a melhor jurisprudência 
 
 
9 
9 
dos Tribunais em matéria de licitações e contratos administrativos, em especial 
aquelas que foram debatidas e defendidas pelo E. Tribunal de Contas da União, 
as melhores práticas federais representadas pelo teor de inúmeras Instruções 
Normativas federais, a exemplo do plano de contratações anual, Estudos 
Técnicos Preliminares e demais documentos que suportam a fase preparatória 
da contratação, no que tange a licitação e as contratações diretas. E traz as boas 
novidades da Lei das Estatais: Lei 13.303/2016. 
Traz para a legislação primária, matérias tratadas por regulamentos. E por isso, 
ficou muito detalhada, imensa. São 194 artigos recheados de procedimentos. 
 
1.3 TEM O PODER DA PADRONIZAÇÃO 
 
Forte tendência de centralização normativa. Padroniza práticas nacionais para 
que todos possam conversar com a nova lei sob o mesmo prisma, mesmas 
diretrizes e objetivos. A consolidação apontada, a nova Lei de licitações e 
contratos administrativos, todos quantos de sujeitem a ela estão sob as mesmas 
normas. Nacionalizou o procedimento de forma ampla e plena. Os objetivos são 
claros: estabelecer segurança jurídica nos processos de contratação no âmbito 
da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional de quaisquer dos 
entes e a uniformização dos procedimentos, decisões e entendimentos sobre um 
dado assunto. Isso é importante para os agentes públicos e autoridades. A 
atuação do agente de contratação. da equipe de apoio, funcionamento da 
comissão de contratação, a atuação de fiscais e gestores de contratos e todos 
os envolvidos no complexo universo de contratações públicas estará fundada em 
novo regime jurídico. 
 
1.4 TEM O PODER DA CENTRALIZAÇÃO 
 
Aqui há um novo verbo: CENTRALIZAR. Acontece a centralização como uma 
mudança de paradigmaconforme prevista pelos artigos (a) 19 quando institui 
instrumentos que permitam, preferencialmente, a centralização dos 
procedimentos de aquisição e contratação de bens e serviços; (b) 86 quando 
permite adesões às Atas de Registro de Preços e em seu § 6º estabelece que a 
adesão à ata de registro de preços de órgão ou entidade gerenciadora do Poder 
Executivo federal por órgãos e entidades da Administração Pública estadual, 
distrital e municipal poderá ser exigida para fins de transferências voluntárias, 
não ficando sujeita ao limite de que trata o § 5º deste artigo se destinada à 
execução descentralizada de programa ou projeto federal e comprovada a 
compatibilidade dos preços registrados com os valores praticados no mercado 
na forma do art. 23 desta Lei; e 181 desta nova Lei quando busca a centralização 
objetiva das contratações: “Art. 181. Os entes federativos instituirão centrais de 
 
 
10 
10 
compras, com o objetivo de realizar compras em grande escala, para atender a 
diversos órgãos e entidades sob sua competência e atingir as finalidades desta 
Lei. 
Parágrafo único. No caso dos Municípios com até 10.000 (dez mil) habitantes, 
serão preferencialmente constituídos consórcios públicos para a realização das 
atividades previstas no caput deste artigo, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de 
abril de 2005.” 
 
1.5 TEM O PODER DA MODERNIZAÇÃO 
 
Reúne institutos já experimentados em diplomas legais específicos. Moderniza 
sim o ambiente nacional. Faz chegar aos municípios ferramentas importantes 
para pavimentar o caminho na obtenção de resultados vantajosos para a 
Administração. Incorpora instrumentos para enfrentar os desafios de reduzir a 
ineficiência e a corrupção. 
As contratações tem um canal direto com o Governo Digital, seja pelo Portal 
Nacional de Contratações Públicas, seja quando se utilizam do Comprasnet ou 
outro portal alinhado à nova Lei. 
Mas prevê novos conceitos importados especialmente práticas europeias em 
contratações públicas. O conceito de ciclo de vida do objeto, a modalidade 
Diálogo Competitivo, os regimes de contratação semi-integrada e integrada. 
 
1.6 UM CENÁRIO INICIAL 
 
“Licitações e contratos administrativos” é matéria de interesse nacional, visto 
envolver valores significativos de desembolsos, desperta a atenção dos 
mercados, condiciona a realização das atividades da Administração Pública. 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, impõe mudanças substanciais no 
cotidiano de todos os órgãos e entidades públicas de todos os entes, de norte a 
sul do país, assim como em mercados de todos os segmentos que contratam 
com a Administração Pública. 
Acontecerá, em pouco tempo, uma revolução impactando a Administração 
Pública – especialmente os pequenos e médios Municípios - que licitam em um 
regime mais modesto e com poucos recursos e agora se deparam com a 
obrigação de novas e complexas formas de contratação, novas necessidades a 
serem supridas pela máquina administrativa, quase incompatíveis com suas 
rotinas, realidade e estrutura. 
 
 
11 
11 
O governo digital substituirá a forma tradicional, em nome da transparência as 
rotinas serão alteradas, a principiologia estabelecida exigirá mais e mais o 
alcance de resultados; enfim esperamos uma revolução nas contratações 
públicas. E entendo, que os resultados serão melhores. Depois do primeiro 
impacto, a vida fluirá. Mudanças exigem dedicação e trabalho. 
 
Trouxe como um ímã, as melhores práticas para o âmbito nacional. 
 Nacionalizou. Esta é a melhor imagem da nova Lei. 
Seja benvinda. 
 
 
12 
12 
 
2 A REALIDADE DO PAÍS DESAFIA A APLICAÇÃO DA NOVA LEI . 
 
2.1 A REALIDADE DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS 
 
Somos um país continental, de várias cores, capacidades e realidades. Somos 
5570 Municípios e aproximadamente 2/3 deles (3520) são Municípios que têm 
população abaixo de 20.000 habitantes. Esses Municípios estão obrigados a 
licitar, da mesma forma que os grandes Municípios, Estados e União, mas 
apresentam condições e recursos por vezes limitados, quando visitamos as 
obrigações e procedimentos da Nova Lei: a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. 
Mas isto não é ruim, porque para que melhorem suas contratações precisam 
rever seus recursos e organizar a casa. Como exemplo de uma necessidade 
imediata é a profissionalização do agente público e agente de contratação e a 
implantação de uma gestão por competências. Todos ganharemos, em 
decorrência dessa necessidade: contratações adequadas, eficientes/eficazes 
assegurado o resultado planejado. 
Vejam que toda moeda tem duas faces. 
A Lei requer capacitação formal e material para exercer atribuições no processo 
da licitação. E esse agente público deve ser um servidor vocacionado e com 
habilidades individuais para o desempenho das funções relacionadas ao 
processo de contratação. 
A centralização, a padronização, o governo digital, a profissionalização do 
agente público, o operacional de rotina e a mudança comportamental exigem 
maior cuidado com a capacitação de todos quantos estejam envolvidos no 
processe de contratação. E o legislador pensou na Lei também com olhos no 
mercado. Considerou também o privado que participa fortemente nas várias 
fases do processo. Claro, as contratações têm dois atores: o público e o privado. 
E ambos precisam estar capacitados para esse novo regime jurídico que se 
impõe. 
 
2.2 O AMBIENTE DA NOVA LEI 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
 
 
13 
13 
Há uma justa preocupação com a eficácia das contratações, especialmente com 
as obras que hoje apresentam um número importante de inexecução, algo maior 
que 14.000 unidades de obras paradas no país considerando recursos federais. 
O planejamento está muito prestigiado pela Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, 
e permite à Administração melhorar esse cenário, considerando que a fase 
preparatória se reflete na escolha do contratado e na execução do contrato. A 
comunicação entre as fases é umbilical, as fases se conversam. 
Há um maior cuidado para não dizer uma verdadeira oficina instaurada na etapa 
de construção dos documentos da contratação quanto a modelagem e 
fundamentação da licitação e da contratação, estabelecidos documentos e 
procedimentos obrigatórios que orientam a atuação da Administração. Antecipa-
se os problemas da contratação. É assim mesmo que tem que acontecer. 
Incorpora-se a matriz de riscos como uma cláusula contratual, responsável por 
prever e alocar os eventos supervenientes que possam comprometer a 
execução contratual. É possível e recomendada em quaisquer contratos e 
obrigatória em contratos de obras, serviços e compras de grande vulto, e para 
contratos cujos regimes de execução sejam a contratação semi-integrada e a 
integrada. A divisão dos riscos define o equilíbrio econômico-financeiro e, com 
isso, permitir que os riscos sejam mais bem mitigados pelas partes, previsto já 
no contrato e na sua gestão, com a ciência de todos os envolvidos reduzindo 
pleitos desnecessários. 
Os melhores momentos da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 serão 
repassados ao longo deste ebook, e você conhecerá as boas novidades e como 
devem ser aplicadas. Exemplos são a adoção da inversão de fases como regra. 
O racional do pregão para obras, e para qualquer objeto. Prestigiam-se os 
princípios da celeridade, da competitividade e da concentração dos atos. 
Excelente. 
Fomenta o uso de sistemas eletrônicos para a realização da licitação. Modos de 
disputa aberto e fechado, permitindo o combinado segundo regras gerais. Abre 
para saneamento de falhas. Estabelece recurso único ao final da licitação. 
E toma em conta o ciclo de vida para todos os objetos. Um avanço. Qual o melhor 
preço a ser contratado com vistas ao menor desembolso durante a vida útil do 
objeto? Essa resposta está na Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, em inúmeras 
oportunidades.Contratar conjugado: CAPEX (investimento) e OPEX (operação). 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, importa inovações que já estão testadas 
em Leis mais recentes e setoriais. Exemplo disso é o regime da contratação 
integrada que busca soluções de resultado não estabelecendo o como fazer mas 
sim o que fazer. A solução é do parceiro privado que deve elaborar sob o 
contrato, o projeto e vai executar a obra em uma mesma contratação. 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, se vale do Procedimento de Manifestação 
de Interesse (PMI), utilizado nas concessões, que permite à Administração 
 
 
14 
14 
contar com o conhecimento do particular na realização dos estudos necessários 
à contratação, suprindo deficiências de pessoal e de recursos. 
Direto da Europa importamos a modalidade diálogo competitivo que permite um 
processo de construção transparente dos elementos em contratações 
complexas. Em pleno ambiente licitatório a Administração define sua solução, 
para, então, haver a competição própria das licitações. 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, instaura a transparência nas contratações 
e como exemplo cria o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), 
repositório das informações de licitações e contratos de todos os entes 
federativos, não apenas da União. 
Estamos diante de um governo digital nacional. A Lei nacionaliza as ferramentas 
e procedimentos em todos os seus comandos e agora, as ferramentas high tech 
estão à disposição de todos os entes. O PNCP totalmente sistêmico é 
centralização e fonte de informação para todos: órgãos e entidades, provados 
interessados e inclui o cidadão. 
Dispõe de ferramentas importantes; torna obrigatória a divulgação centralizada 
e dos atos; disponibiliza para todos os entes sistema eletrônico para a realização 
de sessões públicas; e permite realização facultativa das contratações no uso da 
plataforma para licitações eletrônicas. 
Disponibiliza sistema de registro cadastral unificado; com o cadastro de 
reputação que contém a anotação do cumprimento de obrigações pelo 
contratado em contratos executados, construindo um cadastro positivo e que é 
prático, tem aplicações. As notas serão utilizadas para compor o critério de 
pontuação técnica em licitações técnica e preço. Outra aplicação: compõe um 
dos critérios de desempate. 
Disponibiliza um painel para consulta de preços, incluindo o BPS banco de 
preços em saúde e permite acesso à base nacional de notas fiscais eletrônicas; 
para notas emitidas em contratações públicas. Permite acesso aos CEIS e 
CNEP. Prevê um sistema de gestão compartilhada com a sociedade de 
informações referentes à execução dos contratos. 
Toda essa grandeza, quando estará disponível? A questão é relevante porque 
condiciona a adoção da nova Lei. 
Os sistemas parciais estão prontos e com certa facilidade de customização para 
a nova Lei, mas precisamos de vontade política e agilidade e competência 
administrativa. 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, contempla outras formas de contratos e 
que tendem a ampliar o leque de soluções para as necessidades da 
Administração. Há previsão para os contratos de eficiência que permitem que a 
remuneração do contratado esteja diretamente atrelada aos benefícios trazidos 
para a Administração pelo contratado. 
 
 
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Muito oportuna é a previsão do contrato de fornecimento e prestação associada, 
que possibilita que o fornecedor do bem ou executor da obra assuma, também, 
a manutenção e a operação, como se fosse uma micro concessão. 
Tratados, ainda, contratos de sistemas estruturantes de tecnologia com vistas 
assegurar tais serviços a continuidade dos serviços públicos. 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, remete os crimes ocorridos durante a 
licitação e contrato ao Código Penal, e seus reflexos estão muito rigorosos. Essa 
condição é estendida a todas e qualquer licitação e contratação no país atingindo 
também as estatais; e entra em vigor já na publicação da nova Lei, 1º de abril de 
2021. 
Como exemplo, criminaliza omissões nos projetos de engenharia entregues à 
Administração, o que deve trazer consequências para o setor de engenharia 
consultiva. 
Atenção porque, a exemplo da Lei do RDC e também da Lei das Estatais, há um 
importante incremento na discricionariedade do agente para a escolha da melhor 
modelagem para uma dada contratação e como contraponto um maior dever 
motivador. Você constrói a sua modelagem, a mais adequada para atingir seus 
objetivos, mas por isso mesmo, precisamos de maior transparência como 
proteção aos envolvidos. 
Todo esse ambiente nos leva a entender e dominar a Lei nº 14.133, de 1º de 
abril de 2021. É uma chance para um adequado recomeço. Podemos ter um 
olhar mais otimista. Contratar por resultado. 
Acaba por instalar a burocratização dos certames, como foco principal na fase 
preparatória. 
 
2.3 UM SINTOMA INTERESSANTE 
 
Estamos vivendo um momento de evolução frenética e o Governo Federal tem 
dado sinais importantes para assegurar os rumos da modernidade em 
contratações públicas. 
Exemplo disso é o Decreto nº 10.609, de 26 de janeiro de 2021, que institui a 
Política Nacional de Modernização do Estado e o Fórum Nacional de 
Modernização do Estado, do qual destacamos seu Art. 3º: 
Art. 3º São princípios da Política Nacional de Modernização do Estado: 
I - o foco nas necessidades dos cidadãos; 
II - a simplificação normativa e administrativa; 
III - a confiabilidade na relação Estado-cidadão; 
IV - a inovação governamental; 
 
 
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V - a transparência na atuação do Estado; 
VI - a efetividade na gestão pública; 
VII - a competitividade dos setores público e privado; e 
VIII - a perenidade das iniciativas de modernização. 
São princípios inseridos e prestigiados pela Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 
de licitações e contratações. 
 
2.4 A BUSCA DA SEGURANÇA JURÍDICA 
 
Não se questiona a necessidade de segurança jurídica, contudo a previsão 
estabelecida pelo legislador albergada no Art. 172 no Projeto de Lei nº 
4253/2020, surpreendeu, em teor e em extensão. Foi inteiramente VETADO. 
Art. 172. Os órgãos de controle deverão orientar-se pelos enunciados das 
súmulas do Tribunal de Contas da União relativos à aplicação desta Lei , 
de modo a garantir uniformidade de entendimentos e a propiciar 
segurança jurídica aos interessados. VETADO. 
Parágrafo único. A decisão que não acompanhar a orientação a que se 
refere o caput deste artigo deverá apresentar motivos relevantes 
devidamente justificados. VETADO. 
 
Guardadas as devidas proporções, seria algo muito parecido coma previsão 
constitucional contida em seu Art. 103-A, que dá poderes ao Supremo Tribunal 
Federal na edição das súmulas vinculantes: 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões 
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na 
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na 
forma estabelecida em Lei . 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas 
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários 
ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica 
e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
 
 
17 
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§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em Lei, a aprovação, revisão 
ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem 
propor a ação direta de inconstitucionalidade. 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável 
ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal 
Federal que,julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a 
decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem 
a aplicação da súmula, conforme o caso. 
De forma muito prática, vejo que traria segurança jurídica para aqueles que 
militam e põem as mãos na massa na área de licitações e contratos. 
Engessamento dos Estados e Municípios nem tanto, porque hoje as súmulas e 
muitos acórdãos do TCU já são um norte observado pelos entes das três esferas 
na tomada de decisões. As posições do TCU trazem conforto e segurança. 
Hoje já temos em vigor a Súmula TCU 222 que, em alguma medida, reflete a 
pretensão da nova Lei : “Decisões do Tribunal de Contas da União, relativas à 
aplicação de normas gerais de licitação, sobre as quais cabe privativamente à 
União legislar, devem ser acatadas pelos administradores dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. 
Mas há outro olhar. Tal previsão afronta a Constituição Federal visto que não há 
autorização de verticalidade nas decisões do TCU em relação aos demais 
Tribunais. Ao contrário, há a independência entre eles. 
E por isso foi VETADO. 
Contudo, mesmo com esse veto, a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, por ser 
minudente e procedimental, imprime segurança jurídica no agir do agente 
público. 
 
2.5 COMO FICAM AS REGULAMENTAÇÕES EXISTENTES? 
 
Importante lembrar que as regulamentações a que se referem a Lei nº 8.666/93, 
Lei nº 10520/02 e Lei nº 12462/11 que serão revogadas 2 anos após a entrada 
em vigor da Nova Lei, dizem respeito somente a elas, mas são referências para 
a implantação das diretrizes trazidas pela nova Lei. 
Há na Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 mais de cinco dezenas de assuntos 
que precisam de regulamentação para dar aso a nova Lei. E, melhor não 
partirmos do zero, nosso passado e nossas experiências, observadas as regras 
gerais contidas na nova Lei, devem ser consideradas para uma evolução sem 
traumas. 
Especialmente para fase preparatória, quando se trata de planejamento das 
contratações, mas sem a ela se restringir, há inúmeras instruções normativas 
federais que disciplinam, de forma muito pormenorizada e porque não dizer 
 
 
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burocrática, o planejamento das licitações e contratos. E parte de seus conceitos, 
já está integrada no texto da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 202. São exemplos: 
• Instrução Normativa nº 01/2019 – Trata da elaboração de Plano Anual de 
Contratações; 
• Instrução Normativa nº 05/2017 – Dispõe sobre a contratação de serviços 
no âmbito da Administração Federal direta, autárquica e fundacional e exige 
delas planejamento minudente, com destaque para a necessidade de 
documento de formalização de demanda, estudo técnico preliminar, termo de 
referência e análise de risco; 
• Instrução Normativa nº 01/2019 -– Regulamenta o processo de 
contratação de soluções e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e 
exige planejamento muito detalhado, destacando-se, da mesma forma, a 
necessidade de documento de formalização de demanda, estudo técnico 
preliminar, termo de referência e análise de risco; 
• Instrução Normativa nº. 40/2020 -– Regulamenta a elaboração de estudo 
técnico preliminar, o famoso ETP; 
• Instrução Normativa nº. 73/2020 –- Regulamenta o procedimento 
administrativo para a pesquisa de preços no âmbito da Administração Pública 
federal direta, autárquica e fundacional. 
São normas importantes, mas muito complexas e burocráticas. A Lei 
nacionalizou suas normas. 
Cabe aos Estados e Municípios trazer os assuntos que demandem 
regulamentação para suas realidades, observadas as normas gerais trazidas 
pela Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. 
Mas a Lei é uma imensa norma geral em tudo, até que não haja para certos 
pontos alguma posição institucional diversa. 
 
 
 
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3 A QUEM SE APLICA O NOVO DIPLOMA LEGAL? QUAIS SÃO SUAS NORMAS GERAIS 
 
3.1 CAPÍTULO I DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI 
 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação para 
as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e abrange: 
I – os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados 
e do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, 
quando no desempenho de função administrativa; 
II – os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou 
indiretamente pela Administração Pública. 
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as sociedades 
de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303, de 
30 de junho de 2016, ressalvado o disposto no art. 178 desta Lei. 
 
Com exceção das estatais e suas subsidiárias que possuem um regime próprio 
de licitações e contratos autorizado pelo art. 173, § 1°,III da Constituição Federal, 
a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 de licitações e contratos alcança as 
Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluindo também os órgãos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e do Distrito Federal e os 
órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, quando no desempenho de função 
administrativa; e os fundos especiais e as demais entidades controladas direta 
ou indiretamente pela Administração Pública. 
É um novo regime geral de licitações e contratos nacional. 
E os Conselhos de Fiscalização Profissional que são Autarquias Especiais - 
Pessoas Jurídicas de Direito Público com atribuições específicas no sentido de 
fiscalizar o exercício técnico e moral das profissões regulamentadas-, também 
estarão sujeitos a nova lei. 
Sobre o conceito e a extensão das normais gerais trazido pela nova Lei de 
licitações e contratos, serão tratados neste item, subitem 3.4 a seguir. 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, de forma indireta, impacta nossas 
Estatais naquilo que a Lei nº 13.303/2016 for expressa ao remeter à aplicação 
das Lei s nº 8.666/1993 e Lei nº 10.520/2002, que serão revogadas em dois 
anos: 
1º. Pregão: citado na Lei 13.303/2016 como regulado pela Lei nº 
10.520/2002, conforme explicitado pelo art. 32, IV, da Lei nº 13.303/2016; e 
 
 
20 
20 
2º. Normas de direito penal para os processos de contratação, que deixarão 
de ser reguladas pelos Arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/1993. 
Observação sobre Fundos. Não são os fundos quem processa as contratações 
mas aqueles que são os responsáveis por sua gestão. 
Exemplos: FUNDEP - Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa: Apoia a 
transformação do conhecimento em educação, saúde, cultura, no avanço 
tecnológico-científico e em vários outros benefícios para a sociedade. A 
Fundação viabiliza projetos de ensino, pesquisa, extensão e desenvolvimento 
institucional da UFMG e de outros 18 importantes parceiros. A Fundação facilita 
a vida dos pesquisadores que podem focar em suas principais atribuições. 
e 
FUNDEB: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação: Fundo especial, de natureza 
contábil e de âmbito estadual (um total de vinte e sete Fundos), composto por 
recursos provenientes de impostos e das transferências dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios vinculados à educação, conforme disposto nos arts. 212 e 
212-A da Constituição Federal. 
 
3.2 COMO FICAM OS SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS 
 
Os serviços sociais autônomos Sistema S assim como as Organizações Sociais 
que hoje possuem Regulamento próprio precisam se adaptar com vistas a 
atender todos os princípios estabelecidos pelo Art. 5º da nova Lei de licitações e 
contratos. 
Ilustrando um pouco mais, os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas 
de direito privado, sem fins lucrativos, e não integram Administração Pública. 
São entidades paraestatais, sem finalidade lucrativa, criadas por Lei. Trabalham 
ao ladodo Estado, e como desempenham tarefas consideradas de relevante 
interesse, recebem a oficialização do Poder Público, que lhes fornece a 
autorização legal para que arrecadem de forma compulsória recursos de parcela 
da sociedade e deles se utilizem para a manutenção de suas atividades: as 
denominadas contribuições parafiscais. (RAP TCU 25/06/2013). 
Estão sujeitos à fiscalização do TCU por haver trato com recursos públicos na 
busca pela satisfação de objetivos ligados ao interesse dos cidadãos. 
Não se submetem ao rigor geral da Lei de Licitações, contudo se sujeitam a toda 
a principiologia que rege a atuação da Administração Pública em seus processos 
de contratação. 
Nos termos das Decisões nºs 907/1997 P e 461/1998 P os serviços sociais 
autônomos devem elaborar Regulamentos observados como coração os 
 
 
21 
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princípios que orientam o exercício da função administrativa, em especial: 
legalidade, impessoalidade, isonomia, moralidade, publicidade e eficiência. 
O mesmo raciocínio aplica-se as Organizações Sociais. 
 
3.3 O QUE ESTÁ E O QUE NÃO ESTÁ SUBORDINADO A NOVA LEI ? 
Art. 2º Esta Lei aplica-se a: 
I – alienação e concessão de direito real de uso de bens; 
II – compra, inclusive por encomenda; 
III – locação; 
IV – concessão e permissão de uso de bens públicos; 
V – prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais 
especializados; 
VI – obras e serviços de arquitetura e engenharia; 
VII – contratações de tecnologia da informação e de comunicação. 
De uma forma plena, as contratações dos entes listados no item anterior, 
subordinam-se a nova Lei de licitações e contratos, mas há umas poucas 
exceções traduzidas pelo Art. 3º da nova Lei. 
 
Art. 3º Não se subordinam ao regime desta Lei : 
I – contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno ou 
externo, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações de agente 
financeiro e a concessão de garantia relacionadas a esses contratos; 
II – contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria. 
 
Art. 186. Aplicam-se as disposições desta Lei subsidiariamente à Lei nº 
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, à Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 
2004, e à Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010. 
Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação que façam 
referência expressa à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, à Lei nº 10.520, 
de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de 
agosto de 2011. 
 
O inc. II do Art. 3º precisa ser interpretado juntamente com os comandos do 
citado Art. 186 e até mesmo com o teor do Art. 189. 
 
 
22 
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As contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria como é o caso 
da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, Lei nº 11.079, de 30 de dezembro 
de 2004, Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010 e da Lei nº 12.598, de 21 de 
março de 2012, requerem aplicação subsidiaria da Lei nº 14.133, de 1º de abril 
de 2021 ; visto que em seus textos requeriam tal subsidiariedade da Lei 8666/93. 
Portanto o inc. II não pode ser entendido de forma isolada. 
Sobre o Art. 189, chama-se a atenção quanto a previsão contida no Art. 32 da 
Lei 13.303/2016 que trata do pregão segundo a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 
2002. Sem dúvida, seus regulamentos e sistemas eletrônicos deverão ser 
adaptados a uma nova condição em função do regime jurídico próprio dessas 
entidades de direito privado. 
Art. 32 IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denominada pregão, 
instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, para a aquisição de bens e 
serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de desempenho e 
qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais no mercado; 
 
3.4 SOBRE NORMAS GERAIS - A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E AS NORMAS GERAIS - 
IMPACTO SOBRE LICITAÇÕES E CONTRATOS. 
 
Assunto de extrema relevância é o esforço na obtenção de um entendimento 
sobre normas gerais e normas específicas. Fará a diferença nas situações que 
se apresentarem na rotina daqueles que estejam envolvidos com licitações e 
contratações públicas. 
O Art. 22, inc. XXVII da Constituição Federal estabelece competência da União 
normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as 
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 
1°, III. E assim o fez editando a nova Lei de licitações. 
CF Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para 
as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e 
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 
173, § 1°, III; 
Conforme o citado comando são dois os regimes para licitações e contratações 
administrativas. 
 
 
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23 
O Art. 22, inc XXVII da CF determina a aplicação do inc. XXI do art. 37 as 
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. Aqui reside a aprovação da nova Lei de licitações. 
O Art. 173, § 1°, III cuida das Estatais. Aqui o regime jurídico está perfeitamente 
definido pela Lei 13.303/2016. 
Temos uma mega e nova norma geral. Mas estados e municípios precisam 
customizar/regulamentar os tópicos que não sejam normas gerais. 
Estados e municípios precisam ter segurança para regulamentarem os 
comandos específicos, não gerais, dentro de seus espaços normativos. Uma 
tarefa difícil, e sabemos muito sobre isso porque vivemos a Lei nº 8666 desde 
1993 e, ainda hoje, instalam-se dúvidas a esse respeito. Será mais uma 
dificuldade a ser enfrentada pelos entes nos próximos períodos. 
O texto legal previu necessidade de dezenas de regulamentos, dezenas de 
matérias a serem normatizadas. 
E surge a questão. Em que medida os entes podem regulamentar matérias? A 
Constituição Federal vem esclarecer a dúvida. 
CF Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
XI - procedimentos em matéria processual; 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas 
por esta Constituição. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da 
lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
CF Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse 
local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; ... 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
 
 
24 
24 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as Leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução; 
Aqui falamos de Leis nacionais e federais, decretos e demais regulamentos 
federais. Quando dizemos “federais” somente se aplicam a União. 
As Constituições dos demais entes trazem disposições equivalentes àquelas 
previstas pelo Art. 84 IV da Constituição Federal. 
Os Estados e Municípios podem restringir e não expandir os normativos da nova 
Lei. 
Da leitura dos destacados comandos da Constituição Federal percebe-se que as 
competências legislativas entres os entes federados requer análise para que se 
possível estabelecer, dentro da melhor interpretação do exegeta, uma tentativa 
para que fique delimitada a atuação de cada ente nas matérias de competêncianormativa concorrente. 
A preocupação surge do fato que a nova Lei de licitações e contratos traz 
dezenas de possibilidade de regulamentação de seus artigos pelos entes aos 
quais se aplicam o novo regime jurídico. 
Tem de estar detectado um critério para a conciliação de interesses entre os 
entes, sendo de competência da União editar normas gerais de licitação e 
contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI. 
Mas quais são as normas gerais do novo diploma? Estamos diante de um dilema 
– o mesmo enfrentado sob a vigência da Lei 8.666/93, que persiste ainda em 
nossos dias. 
A previsão do art. 22, XXVII, da CF nos obrigada a reflexão da separação das 
normas gerais das normas específicas a fim de que sejam caracterizadas as 
possibilidades de normatização para os Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Urge que estejam minimamente definidos os espaços de competência de 
Estados e Municípios para que se faça preservado seu poder dever de legislar 
de forma complementar, tomando por base suas realidades, seus problemas, 
seus entraves, seus anseios, com o fito de ser possível cumprir a Lei nº 14.133, 
de 1º de abril de 2021 e ver concretizado o interesse público sob a ótica local 
sabido por esse poder executivo pela proximidade com a vida que acontece em 
seu entorno, Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 essa tão completa em relação 
ao trato das múltiplas matérias por ela veiculadas. 
Haverá, portanto, após tal caracterização, uma clara e prática permissão 
constitucional para que os entes legislem sobre normas específicas de acordo 
com as suas realidades. 
Apesar da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 se intitular “norma geral” há em 
seu corpo espaço de sobra para as normas específicas a serem regulamentadas 
 
 
25 
25 
por todos os entes. O verbo aqui é HARMONIZAR sem inovar a Lei nº 14.133, 
de 1º de abril de 2021, quando verdadeiramente define normas gerais sobre 
licitações e contratos administrativos. Estamos diante de uma Lei Nacional mas 
que guarda espaços para os entes customizarem suas condutas observadas 
suas normas gerais – centrais – incólumes. 
Estados, Distrito Federal e Municípios podem disciplinar seus procedimentos 
licitatórios no âmbito de suas competências, logicamente respeitadas as normas 
gerais da nova Lei. Como exemplo, devem observar o rigor do Art. 5º que 
estabelece os princípios a serem observados por todos quantos se obriguem ao 
novo diploma sobre licitações e contratos administrativos. Os primeiros 5 artigos 
da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, têm caráter de normas gerais. São 
também normas gerais, tal qual já discutido nos diplomas anteriores a exemplo 
da Lei nº 8666/93 as modalidades de licitação que não podem ser aumentadas 
ou modificadas; os critérios de julgamento; critérios de preferência e de 
tratamento diferenciado; documentos de habilitação; impugnação; recursos 
administrativos; contratações diretas. 
Os entes podem definir prazos de publicidade dos editais e prazos para recursos 
administrativos maiores que os nacionais; regulamentar seus registros 
cadastrais, condições locais para procedimentos no modo de agir. 
Um exemplo recente sobre as possibilidades no âmbito de suas competências 
dos entes federativos. 
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.188.352 
DISTRITO FEDERAL: Ministro Luiz Fux – relator. 
(.....) Lúcia Valle Figueiredo ensina que “as normas gerais têm como principais 
efeitos a legislação homogênea geral, não particularizante para as pessoas 
políticas, o cumprimento, ainda, dos princípios constitucionais expressos e 
implícitos, o coartamento da legislação dos entes federativos no que deve ser 
preservado homogeneamente, para se obter segurança e certeza jurídicas” 
(FIGUEIREDO, Lucia Valle. Competência administrativa dos Estados e 
Municípios. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 207, p. 1-19, jan. 
1997, p. 10). 
No entanto, a imposição constitucional de existência de um núcleo comum e 
uniforme de normas deve ser sopesada com a noção de laboratório da 
democracia (laboratory of democracy). É desejável que os entes federativos 
gozem de certa liberdade para regular assuntos de forma distinta, não apenas 
porque cada um deles apresenta peculiaridades locais que justificam adaptações 
da legislação federal, mas também porque o uso de diferentes estratégias 
regulatórias permite comparações e aprimoramentos quanto à efetividade de 
cada uma delas. 
(....) 
 
 
26 
26 
A esse respeito, tive a oportunidade de me manifestar quando do julgamento da 
ADI 3059, em cujo acórdão expus as possíveis implicações da interpretação do 
conceito das normas gerais para a preservação da autonomia dos entes 
federativos. In verbis: 
“O conceito de ‘norma geral’ é essencialmente fluido, de fronteiras incertas, o 
que, embora não o desautorize como parâmetro legítimo para aferir a 
constitucionalidade de leis estaduais, distritais e municipais, certamente requer 
maiores cautelas no seu manejo. Isso porque a amplitude com que a Suprema 
Corte define com conteúdo do que sejam ‘normas gerais’ influi decisivamente 
sobre a experiência federalista brasileira. Qualquer leitura maximalista do 
aludido conceito constitucional milita contra a diversidade e a autonomia das 
entidades integrantes do pacto federativo, em flagrante contrariedade ao 
pluralismo que marca a sociedade brasileira. Contribui ainda para asfixiar o 
experimentalismo local tão caro à ideia de federação. Nesse cenário, é preciso 
extrema cautela na árdua tarefa de densificar o sentido e o alcance da expressão 
‘normas gerais’, limitando a censura judicial às manifestações nitidamente 
abusivas de autonomia.” 
Em síntese, a encampação de interpretações extremas do conceito de norma 
geral – seja para torná-la excessivamente ampla, seja para restringi-la em 
demasia – pode desencadear desequilíbrios indesejáveis no pacto federativo. 
(...) 
O fato é que hoje a nova Lei é uma gigantesca norma geral aguardando posição 
institucional diferente em um ponto ou outro. 
 
 
 
27 
27 
 
Regulamentos 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
LEI S, MP 
DECRETOS 
INSTRUÇÕES NORMATIVAS E RESOLUÇÕES 
SÚMULAS E ACÓRDÃOS 
HIERARQUIA NORMATIVA NACIONAL 
CF, LEI , MP: ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS 
DEMAIS: ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS. 
SÓ REGULAM, NADA DE INOVAR A LEI . 
ART. 84 INC IV CF - PRESIDÊNCIA sancionar, promulgar e fazer publicar as Leis, 
bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
 
 
28 
28 
4 A PARTIR DE QUANDO POSSO ADOTAR OU ESTAREI OBRIGADO À NOVA LEI ? 
4.1 PRAZO DE ADAPTAÇÃO. 
Art. 193. Revogam-se: 
I – os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de 
publicação desta Lei ; 
II – a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho 
de 2002, e os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, após 
decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial desta Lei . 
 
Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 
193, a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de 
acordo com esta Lei ou de acordo com as Lei s citadas no referido inciso, 
e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no 
aviso ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação 
combinada desta Lei com as citadas no referido inciso. 
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração 
optar por licitar de acordo com as Lei s citadas no inciso II do caput do 
art. 193 desta Lei , o contrato respectivo será regido pelas regras nelas 
previstas durante toda a sua vigência. 
 
De redação simples e direta a nova Lei de licitações e contratações tem vigência 
imediata. Traduzindo:é apta a produzir efeitos a partir de sua publicação. Então 
sua aplicação poderá ser imediata. 
Contudo o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) - sítio eletrônico 
oficial destinado à divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos pela 
Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, dentre outras funções e disponibilização 
de ferramentas sistêmicas, poderá condicionar sua aplicação imediata. 
A nova Lei, sancionada e publicada, dividirá seu espaço de normas gerais por 
dois anos com a Lei nº 8.666/1993 (Lei geral), a Lei nº. 10.520/2002 (Lei do 
pregão), e a Lei nº 12.462/2001 (Lei do Regime Diferenciado de Contratações). 
Todas essas Leis somente serão revogadas depois de dois anos da sanção e 
publicação da nova Lei. Trocando em miúdos: haverá dois anos de convívio entre 
os regimes antigo e novo de licitação e contratação. Todas estarão vigorando ao 
mesmo tempo nesse período. 
 
 
29 
29 
Enquanto isso, a Administração poderá se valer de quaisquer dos regimes, o 
antigo ou o novo, escolha essa função direta de vislumbrar o alcance dos 
melhores resultados contratuais para a Administração contratante. 
Conclui-se, então, que durante o período de dois anos – adaptação- um órgão 
ou entidade, disporá de três opções para realizar suas contratações: 
1º. se valer da nova Lei, 
2º. se valer das antigas Lei s, ou 
3º. alternar os regimes, desde que sejam construídos editais que observam o 
regime escolhido, em seu inteiro teor. 
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, permite um fôlego complementar para 
sua plena implantação: até dois anos, enquanto vigentes as Leis que serão 
revogadas. 
Durante dois anos, se a Administração contratante assim entender útil, pode usar 
a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, em um único edital. É o edital quem 
definirá o regime jurídico a ser utilizado. Novo ou velho!!!!! Nesses dois anos a 
Administração contratante poderá aplicar quaisquer dos regimes, o velho ou o 
novo. Basta que os editais estabeleçam as regras. 
Uma licitação pode ser um teste para atender uma demanda especial da 
Administração contratante. Ex.: Poderá adotar o regime de execução de 
contratação integrada ou a modalidade diálogo competitivo ou testar o 
fornecimento contínuo, se valer dos limites da Dispensa de Licitação por valor, 
ou adotar o precioso fornecimento e prestação de serviço associado ou se valer 
do Credenciamento: para serviços e para fornecimento ou os contratos de 
eficiência. São inúmeras as possibilidades. 
 
4.2 REGIME JURÍDICO DOS CONTRATOS 
 
Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da 
entrada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo com as 
regras previstas na legislação revogada. 
 
Notem a Regra: o regime do contrato acompanha o regime da licitação. 
Contratos de serviços contínuos serão renovados no regime do principal, isto é, 
observará seu regime original a cada renovação, e sabemos que podem chegar 
a sessenta meses. Vamos ainda conviver com a Lei nº 8666/93 por muito tempo. 
A mesma regra se aplica aos contratos resultantes das Atas de Registro de 
Preços, que deverão seguir o regime do principal, isto é, observará seu regime 
 
 
30 
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original que deu origem a Ata de Registro de Preços do Sistema de Registro de 
Preços. 
Poderá haver um contrato regido pela Lei nº 8666/1993 de prazo longo ou 
mesmo para os serviços de natureza contínua, resultante de uma licitação com 
sua publicação realizada ao apagar das luzes do prazo de adaptação de dois 
anos; e a vigência desse contrato estará em período onde a Lei nº 8666/1993 já 
estará revogada há muito, mas o contrato ainda estará vivo no regime anterior. 
O mesmo raciocínio se observa para licitação iniciada nas Lei nº 8.666/93 (Lei 
Geral), na Lei nº 10520/02 (Pregão) ou Lei nº 12462/11 (RDC), mas não 
concluída em dois anos. E a licitação seguirá no regime em que ela foi iniciada, 
concebida e divulgada. 
Para o Tribunal de Contas da União o que significa ter sido “iniciada”? 
Acórdão 2279/19 Plenário. 9.1. dar ciência à Companhia do Metropolitano do 
Distrito Federal (Metrô-DF), com fundamento no art. 7º da Resolução 265/2014 
– TCU, da necessidade de aplicação da Lei 13.303/2016 nos procedimentos 
licitatórios que serão publicados, mesmo que a fase interna tenha sido iniciada 
anteriormente à data prevista no art. 91 daquela Lei , com vistas à obtenção dos 
potenciais benefícios apresentados pela nova legislação; 
 
Para o TCU, quando a licitação está publicada então está iniciada, e assim, 
valerá o novo ou o velho regime. É uma regra prática a ser observada. 
 
4.3 ENTÃO... JÁ PODEREI DE FATO USAR A NOVA LEI? 
 
O que contamina a instrução do rito, o que me impede de sua utilização 
imediata? São dois parâmetros a serem observados de forma conjugada: 
1º a disponibilização do Portal Nacional de Contratações Públicas que obriga 
a publicidade dos atos. 
Para este primeiro ponto há uma previsão que o PNCP seja disponibilizado até 
agosto de 2021. 
Exemplificando: 
“Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é 
condição indispensável para a eficácia do contrato e de seus aditamentos e 
deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua assinatura: (..) 
Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), sítio 
eletrônico oficial destinado à: 
I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta Lei;” 
 
 
31 
31 
 
2º a disponibilização do regulamento para a prévia estimativa das despesas 
(arts. 23 e 72) e demais artefatos como por exemplo: Estudos Técnicos 
Preliminares, Gestão de Riscos, Minutas de Editais e Contratos, Termo de 
Referência (Art. 19). 
 
 
 
 
32 
32 
5 AGENTES PÚBLICOS E DE CONTRATAÇÃO – FUNÇÕES ESSENCIAIS 
 
A nova Lei de licitações e contratações estabeleceu competências rígidas para 
o processo da licitação e da contratação, observada a segregação de funções 
(quem trabalha em uma fase não trabalha em nenhuma outra) e 
elegeu/concebeu o agente público como gênero e suas espécies: o agente 
público trabalhando na fase preparatória; o agente de contratação, a comissão 
de contratação, o pregoeiro e o Leiloeiro trabalhando na fase externa; e o agente 
público trabalhando como fiscal e gestor do contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos conhecer os artigos da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 que cuidam 
desses agentes. 
5.1 AGENTES PÚBLICOS 
 
AGENTES PÚBLICOS: NOVIDADES. 
Agente público é gênero. 
Agentes que desempenham as “funções essenciais/centrais” em licitações e 
contratos: preferencialmente servidores efetivos. 
Agentes públicos com atribuições relacionadas a licitações e contratos ou que 
possuam formação compatível ou qualificação atestada por certificação 
profissional emitida por escola de governo criada e mantida pelo Poder Público. 
Agente de contratação é quem conduz a licitação. É obrigatoriamente servidor 
efetivo. Em caso de pregão, seu nome é pregoeiro. 
Municípios com até 20.000 habitantes: 6 anos para cumprir essas orientações. 
FASE PREPARATORIA 
= 
PLANEJAR 
(ETP, TR, EDITAL, 
MINUTA DE 
CONTRATO) 
FASE EXTERNA 
= 
LICITAR 
FASE DE CONTRATO 
= 
EXECUTAR (contratada) 
E 
FISCALIZAR 
(administração) 
 
 
33 
33 
 
DOS AGENTES PÚBLICOS 
Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem 
as normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por 
competências e designar agentes públicos para o desempenho das 
funções essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes 
requisitos: 
I – sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos 
quadros permanentes da Administração Pública; 
II – tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam 
formação compatível ou qualificação atestada por certificação 
profissional emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder 
público;e 
NORMAL GERAL: O agente público deve deter suficiente capacitação técnica. 
NORMA ESPECÍFICA: meios de alcance da capacitação técnica. 
III – não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados 
habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, 
comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil. 
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o 
princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo 
agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a 
riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de 
ocorrência de fraudes na respectiva contratação. 
O princípio da segregação de funções em órgãos com pessoal em quantidade 
insuficiente deverá ser relativizado, considerando outros valores de igual 
hierarquia. Sendo razoável e proporcional pode haver a acumulação de funções 
necessária à realização da licitação e da contratação. Isto não impede que esses 
órgãos, estejam providenciando um reforço para as equipes que atuarão nas 
várias fases do processo de contratação. A regra está nos Art. 7º e 8º da nova 
Lei. 
 
§ 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive os requisitos 
estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assessoramento jurídico 
e de controle interno da Administração. 
Para o exercício das atribuições de agentes públicos serão observados o que 
segue. 
Os agentes públicos para o desempenho das funções essenciais no processo 
de contratação, nos termos do inc. I do Art. 7° deverá ser preferencialmente, 
 
 
34 
34 
servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da 
Administração Pública. 
Definição: 
Art. 6º V – agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica 
integrante da Administração Pública; 
Vamos analisar qual a extensão da expressão “servidor efetivo ou empregado 
público dos quadros permanentes da Administração Pública”. 
São aqueles detentores de cargo efetivo (estatutários) ou de emprego público 
(celetistas), o que exclui detentores de cargo em comissão e contratados em 
caráter temporário. Ambos, detentores de cargo efetivo ou de emprego público, 
devem ser concursados. 
Mas a Lei diz: PREFERENCIALMENTE. Para tanto, caso o agente público não 
se enquadre na condição acima tratada, sua designação deverá estar justificada. 
Muitas vezes não há nos quadros de um ente público servidores suficientes com 
tais atributos. Enquanto o concurso público não se concretiza, a Lei previu a 
condição de ”preferencialmente”. 
Portanto, dizer preferencialmente, servidores efetivos ou empregados públicos 
dos quadros permanentes da Administração Pública importa concluir que na 
designação para tal atribuição de titular de cargo em comissão deva ser 
excepcional, e devidamente justificada. Uma justificativa real é a inexistência de 
servidores efetivos em número ou qualificação suficientes no órgão ou entidade. 
E será compulsório um plano gestão por competência, que em síntese se 
constitui em um programa que estabelece: atribuições da função administrativa; 
com atributos para desempenho da função; e parâmetros de avaliação do 
servidor. 
Devem ter atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuir formação 
compatível ou qualificação atestada por certificação profissional emitida por 
escola de governo criada ou mantida pelo Poder Público: o legislador passa a 
exigir a capacitação formal e material para exercer atribuições no processo da 
contratação. E assim exige capacitação e perfil condizente com sua função e 
atribuições. Fica vedada a indicação para exercer atribuições de agente público 
em quaisquer das fases do processo, de agente público que não detenha a 
suficiente capacitação técnica. 
Com relação ao relacionamento, tais agentes não podem ser cônjuge ou 
companheiro de licitantes ou contratados habituais da Administração nem 
tenham com eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil: 
Como haverá essa identificação em relação a habituais participantes em licitação 
 
 
35 
35 
ou contratado pela Administração. Temos que estar diante do caso concreto para 
que fique constatado eventual vício do certame. 
O que é grau de parentesco de terceiro grau? 
Resposta conforme pesquisa em: 
 
 
 
 
 
Acórdão TCU 1409/2020 P Responsabilidade. Licitação. Contratação direta. 
Nepotismo. A contratação direta de pessoa jurídica que tenha em seu quadro 
societário cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade até o terceiro grau de gestor responsável pela contração, 
independentemente do valor do contrato, do benefício à contratada ou da 
existência de prejuízo aos cofres públicos, caracteriza nepotismo e justifica a 
aplicação da multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992. Uma vez 
aperfeiçoada a contratação, nem mesmo a eventual restituição dos valores 
recebidos pela pessoa jurídica suprime a ilicitude da conduta do agente público. 
 
https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/diretorias/diretoria-de-recursos-humanos/estrutura-
1/depes/secretariado-parlamentar/diagrama-de-parentesco 
VER ART. 12 NOVA LEI 
https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/
https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/
https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8443.htm
https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/diretorias/diretoria-de-recursos-humanos/estrutura-1/depes/secretariado-parlamentar/diagrama-de-parentesco
https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/diretorias/diretoria-de-recursos-humanos/estrutura-1/depes/secretariado-parlamentar/diagrama-de-parentesco
 
 
36 
36 
O Art. 176 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, alivia o cumprimento dos 
Arts. 7º e 8º, concedendo o prazo de seis anos contados da data de publicação 
da Lei para que pequenos Municípios se organizem: 
Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes terão o prazo 
de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta Lei , para 
cumprimento: 
I – dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º desta Lei ; 
 
Segundo informações do IBGE (www.ibge.gov.br) 2/3 dos 5570 municípios 
brasileiros, isto é, 3714 enquadram-se na condição de municípios com menos 
de 20.000 habitantes. 
Seguindo, vamos ao Art. 8º que trata do festejado agente de contratação. 
 
5.2 AGENTES DE CONTRATAÇÃO 
 
Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa 
designada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou 
empregados públicos dos quadros permanentes da Administração 
Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar 
impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras 
atividades necessárias ao bom andamento do certame até a 
homologação. 
§ 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e 
responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo quando 
induzido a erro pela atuação da equipe. 
§ 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde que 
observados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei , o agente de 
contratação poderá ser substituído por comissão de contratação formada 
por, no mínimo, 3 (três) membros, que responderão solidariamente por 
todos os atos praticados pela comissão, ressalvado o membro que 
expressar posição individual divergente fundamentada e registrada em 
ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão. 
§ 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da equipe 
de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à atuação de 
fiscais e gestores de

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