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RESISTÊNCIA DOS MACIÇOS ROCHOSOS Os de solos resduais exibem feições mineralógicas ou litológicas preservadas no solo residual (veio granítico que corta os gnaisses (leptinitos), nos taludes do Parque Darke de Mattos, em Paquetá, podem representar , eventualmente, zonas de contraste de permeabilidade nestes perfis. Zonas ricas em mica, nos gnaisses ricos em biotita, no talude a montante do Rebouças, foram um condicionante da ruptura em 2007. Feições estruturais preservadas no solo residual, como os diques FALHADOS! de diabásio nos taludes marginais do Paraíba do Sul, em Itaocara (rJ), significam que as falhas são neotectônicas. Perfis de Intemperismo muito heterogêneos RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS GEOLÓGICOS - ROCHAS / SOLOS Zonas mais ricas em minerais de maior tamanho (quartzo), como no Condomínio Jardim Califórnia, em Nova Friburgo, impõem contraste de resistência à erosão e mecânica. Os de solos transportados são naturalmente heterogêneos, mormente quando observados verticalmente, e isto pode explicar a existência de contrastes de permeabilidade e resistência ao longo do perfil, como nestes cortes de estrada no recôncavo Baiano - (a), com textura arenosa na base e argilosa no topo; e na Cidade de Deus – (b), com um solo chamado rudáceo, típico de um clima árido (de período geológico anterior), composto por seixos facetados, transportados por chuvas episódicas e muito fortes. Nos ambientes sedimentares “mais recentes”, de baixadas topográficas, os contrastes de permeabilidade e resistência nos perfis de solo estão relacionados à ação da água (hidromorfismo). Este é o caso de um trincheira aberta pelo nosso Mestre Franklin no Conjunto Habitacional Jardim Maravilha, em Guaratiba, na zona oeste do rio de Janeiro, com textura arenosa “limpa” na base – porque os grãos de argila foram deslocados para maiores profundidades - e mais fina no topo, onde se acumula a matéria orgânica. Perfil de alteração proposto por Deere e Patton (1971) Perfil de solo proposto para a região das bordas da bacia de Curitiba RESISTÊNCIA DOS MATErIAIS GEOLÓGICOS - ROCHAS / SOLOS vitor Manuscrito RESISTÊNCIA DOS MATErIAIS GEOLÓGICOS - ROCHAS / SOLOS RESISTÊNCIA DOS MATErIAIS GEOLÓGICOS - ROCHAS / SOLOS (1) respeitar a heterogeneidade, a anisotropia e as descontinuidades dos materiais geológicos, e atentar para a variação das condições de contorno, com destaque para o tipo de solicitação. A resposta de resistência à compressão, à tração e ao cisalhamento, em especial desta última, deve se basear na observação da Natureza RESISTÊNCIA DOS MATErIAIS GEOLÓGICOS - ROCHAS / SOLOS vitor Manuscrito O comportamento mecânico dos Materiais Geológicos, com propriedades diferentes em pontos e direções diferentes, submetidos a diferentes ações mecânicas ao longo de milhares de anos, é ditado pela sua Resistência a um determinado estado de tensão imposto, cujo ponto máximo corresponde a sua ruptura local ou total. Isto é traduzido pelos critérios de ruptura (equações que separam as condições aceitáveis das condições inadmissíveis). RESISTÊNCIA DOS MATErIAIS GEOLÓGICOS - ROCHAS / SOLOS vitor Manuscrito RESISTÊNCIA – Ensaio de compressão simples • Trajetória de tensão - Compressão Simples O tipo mais comum é o A. Devido ao contato da amostra com as placas “confinantes”, as tensões radiais não são permitidas. Nas regiões 1 e 2 se desenvolvem tensões de compressão; já nas regiões 3 e quatro existem tensões de tração. Se o atrito no contato amostra-placa for eliminado (o que não pode ser realmente alcançado), então as fraturas “idealizadas” serão naturalmente de tração, e o espécime terá a tendência de split axialmente, como mostra B. No entanto, se o atrito for eliminado numa certa extensão, a partir da cobertura da placa do contato com um lubrificante, então, uma combinação de tensões de tração e cisalhamento pode se impor, tal como em C. Figura: Típicos modos de ruptura em testemunhos cilíndricos de rocha submetidos à compressão uniaxial. O ponto máximo de resistência à ruptura depende da orientação das feições estruturais na amostra, em relação à direção de carregamento. Logo, o valor mínimo de rCU vai ser alcançado se o testemunho ensaiado tiver estas feições coincidindo com as direções de ruptura por cisalhamento. Isto não diminui a importância do ensaio de laboratório, muito pelo contrário; ele serve para definir a influência de uma gama de parâmetros sobre o comportamento mecânico das rochas, inclusive da fluência. Ademais, em profundidade as fraturas vão se fechando, logo, a deformabilidade tende a ser a indicada na rocha. Material qu (MPa) qu/To Arenito 214,0 26,3 Basalto 148,0 11,3 Calcário 51,0 32,2 Dolomito 90,3 29,8 Folhelho 75,2 36,3 Gnaisse 74,1 ND Granito 141,1 12,1 Mármore 66,9 37,4 Quartzito 320,0 29,1 Siltito 122,7 41,5 Valores típicos de resistência à compressão uniaxial (qu) e relação entre a resistência à compressão uniaxial e a resistência à tração indireta (qu/To). (FONTE: Goodman, 1989). vitor Manuscrito RESISTÊNCIA – Ensaio de Tração ENSAIO DE TRAÇÃO DIRETA: ensaio que apresenta dificuldades em sua realização, principalmente ligadas ao acoplamento da garra e à manutenção da “axialidade” do carregamento. Devido às dificuldades de execução é utilizado com menor frequência do que o ensaio de tração indireta. vitor Manuscrito ENSAIO DE TRAÇÃO INDIRETA / COMPRESSÃO DIAMETRAL Chamado de ensaio brasileiro, o procedimento é executado em um disco e consiste basicamente na aplicação de carregamento compressivo ao longo de sua geratriz. A ruptura produzida por tensões de tração, teoricamente uniformes, atuantes na região central do diâmetro carregado. É interessante ressaltar que, além de o plano de ruptura da amostra ser imposto pelas condições do ensaio, a ruptura é produzida por um estado de tensão mais acentuadamente biaxial do que uniaxial. Apesar desses inconvenientes, ensaio brasileiro é uma boa alternativa para se estimar a resistência à tração das rochas, devido a sua facilidade de execução, de preparação dos corpos-de-prova, de adaptação em máquinas de ensaio de compressão e ao custo reduzido em relação aos ensaios de tração direta. vitor Manuscrito CISALHAMENTO DIRETO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIVETO EM OCHA 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 Tensão normal (KPa) T en sã o c is a lh a n te ( k P a ) "Rotina 1" "Rotina 2" 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0 50 100 150 200 250 300 350 Tensão normal (kPa) T en sã o c is a lh a n te ( k P a ) c' = 0 kPa ° RESISTÊNCIA – ENSAIO TRIAXIAL O ensaio consiste na compressão axial do cilindro de rocha com aplicação simultânea de pressão confinante. Na ruptura o estado de tensões é dado por: σ1 –> carga axial aplicada na amostra; σ3 –> pressão confinante aplicada na amostra; Δσ= σ1- σ3 –> tensão desviadora aplicada na amostra. O efeito de confinamento, em ensaios triaxiais de rochas, é obtido por meio da aplicação de óleo sob pressão na câmara triaxial, onde é colocada a amostra de rocha envolvida por uma membrana impermeável. Quanto maior a pressão confinante, maior a resistência. Algumas células triaxiais podem permitir que a variação da poropressão e da permeabilidade seja determinada. Trajetória de tensão UU Trajetória de tensão CD Trajetória de tensão CU As argilas diferenciam-se das areias pela sua baixa permeabilidade, razão pela qual é importante o conhecimento de sua resistência tanto em termos de carregamento drenado como não drenado. Por outro lado, o comportamento tensão-deformação das argilas, quando submetidas a um carregamento típico de adensamento, é bem distinto do comportamento das areias, que apresentam curvas tensão-deformação independentes para cada índice de vazios, já que este reflete as condições de sua disposição na natureza. Carregamentos posteriores, quenão criem tensões desviadoras elevadas, não produzem grandes reduções de índices de vazios. Argilas formam-se sempre com elevados índices de vazios. Quando as mesmas apresentam índices de vazios baixos, estes correspondem a um pré-adensamento, logo, carregamentos posteriores que não criem tensões desviadoras elevadas, não produzirão reduções significativas dos índices de vazios. Por conta disto, é possível que diversas amostras de argila, com diferentes índices de vazios iniciais, apresentem curvas tensão-deformação semelhantes, já que após se atingir a pressão de pré- adensamento, todas se fundem numa única reta virgem. vitor Manuscrito
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