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UNESP – FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA – FEIS Instalações Elétricas Industriais – Prof. Fábio Bertequini Leão. Dedução do Fator de Potência na Presença de Harmônicas A correção do fator de potência deve ser realizada considerando-se as características da carga da instalação industrial. Se a carga da instalação for constituída de 80% ou mais de cargas lineares, pode-se corrigir o fator de potência considerando apenas os valores dessas cargas. No entanto, se na carga da instalação estiverem presentes cargas não-lineares com valor superior a 20% da carga conectada (cálculo do THD%), devem-se considerar os efeitos das componentes harmônicas na correção do fator de potência (instalação de filtros junto aos capacitores para filtragem das harmônicas). • Teoria do Tetraedro das Potências Figura 1: Tetraedro das Potências Na Figura 1 temos as seguintes definições: D é definida como a potência de distorção. Representa relação física com perdas e, matematicamente, é o acréscimo (relação não linear) da potência aparente quando existem componentes harmônicas. A medida de D é o KVAD (KVA de distorção). STOT é definida como a potência aparente considerando a presença de harmônicas. A partir da Figura 1 temos: �� = �� + �� (1) ����� = �� + � (2) Substituindo (1) em (2) temos: ����� = �� + �� + � → ���� = ��� + �� + � (3) Temos também a partir do tetraedro de potências da Figura 1: � = � ∙ cos� (4) � = ���� ∙ cos � → ���� = ����� (5) A partir de (4) e (5) podemos definir o fator de potência real (FPr) como: ��� = ����� (6) Substituindo (4) e (5) em (6) temos: ��� = � ∙ cos��cos � = � ∙ cos� ∙ cos �� → ��� = cos� ∙ cos � (7) Portanto, com a multiplicação por um novo fator menor que 1 (cos �), o fator de potência que no regime de carga linear é definido como cos�, assume um novo valor, reduzindo assim o fator de potência relativo ao regime linear. Essa conclusão confirma a expectativa de um menor fator de potência do sistema devido as cargas não-lineares. A potência ���� também pode ser escrita considerando um sistema Trifásico Simétrico Equilibrado: ���� = √3 ∙ �� ∙ !"� (8) Sendo: ��: Tensão de linha fundamental; !"�: Corrente eficaz total considerando as harmônicas; Substituindo (4) e (8) em (6) vem: ��� = ����� = √3 ∙ �� ∙ � ∙ cos�√3 ∙ �� ∙ !"� = � ∙ cos� !"� → ��� = #$∙���%&#$'(∑ #*'+,*-' (9) Conhecendo-se a THD% da carga temos: ./ = &∑ #*'+,*-'#$ ∙ 100 (10) Elevando ambos os lados de (10) ao quadrado e manipulando temos: ./ � = ∑ 2�3425� �� ∙ 100� → ∑ 2�3425� = �� ∙ 6�78�99:� (11) Substituindo (11) em (9) fica: ��� = � ∙ cos�& �� + �� ∙ 6./ 100 :� = � ∙ cos� ; �� ∙ <1 + 6./ 100 :�= = � ∙ cos� �&1 + 6./ 100 :� → ��� = ���%&�(6�>?$@@ :' (12) Utilizando a equação (12) pode-se estimar o fator de potência real conhecendo-se a THD% da carga.