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Penas restritivas de direitos

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Alternativas penais, penas alternativas e restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:  
I - prestação pecuniária;  
II - perda de bens e valores;  
III - limitação de fim de semana.  
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;  
V - interdição temporária de direitos;  
VI - limitação de fim de semana.
1. De acordo com o art. 43 do CP, as penas restritivas de direitos são: 
· prestação pecuniária; 
· perda de bens e valores
· prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
· interdição temporária de direitos; e 
· limitação de fim de semana.
2. Alternativas penais, também chamadas substitutivos penais, são meios de que se vale o legislador visando impedir que ao autor de uma infração penal venha a ser aplicada medida ou pena privativa de liberdade. Exs.: a fiança, o sursis, a suspensão condicional do processo e o perdão judicial. São também denominadas “medidas alternativas” e “medidas não privativas de liberdade”.
Nota: Nem todas as penas previstas no art. 43 do CP são restritivas de direitos, melhor seria que o nomen juris do art. 43 do CP fosse “penas alternativas”.
3. As penas alternativas podem ser classificadas em: 
1ª) restritivas de liberdade, como a limitação de fim de semana; 
2ª) restritivas de direitos, como as interdições provisórias de direitos; 
3ª) pecuniárias, como a multa e a prestação pecuniária;
4. O CP, com as alterações da Lei n. 9.714/98, passou a prever que são penas alternativas, algumas delas restritivas de direitos: 
· 1ª) prestação pecuniária (art. 43, I): consiste no pagamento à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social de importância fixada pelo juiz, não inferior a um nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos (art. 45, § 1º) 
· 2ª) perda de bens e valores pertencentes ao condenado em favor do Fundo Penitenciário Nacional (art. 43, II), considerando-se o prejuízo causado pela infração penal ou o provento obtido pelo agente ou por terceiro (art. 45, § 3º)
· 3ª) prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas (arts. 43, IV, e 46): atribuição de tarefas gratuitas ao condenado (art. 46, § 1º) em entidades assistenciais, escolas, hospitais etc. (art. 46, § 2º).
· 4ª) proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo (CP, art. 47, I); 
· 5ª) proibição de exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação oficial, de licença ou autorização do Poder Público (art. 47, II);
· 6ª) suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (art. 47, III);
· 7ª) proibição de frequentar determinados lugares (art. 47, IV); 
· 8ª) limitação de fim de semana (arts. 43, VI, e 48); 
· 9ª) multa (art. 44, § 2º); 
· 10ª) prestação inominada (art. 45, § 2º): em que o juiz, havendo aceitação do condenado, pode substituir a prestação pecuniária (arts. 43, I, e 45, § 1º), que se cumpre com pagamento em dinheiro à vítima, por “prestação de outra natureza”.
· 11º) interdição temporária de direitos, consistente na proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos (art. 47, V)
Natureza das penas restritivas de direitos
1. As penas alternativas são substitutivas. O juiz, em primeiro lugar, fixa a pena privativa de liberdade. Depois, a substitui por uma ou mais alternativas, se for o caso. Não podem ser aplicadas diretamente, nem cumuladas com as privativas de liberdade. A substituição é obrigatória, se presentes as condições de admissibilidade. Não se trata de simples faculdade judicial.
Condições
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:  
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
II – o réu não for reincidente em crime doloso;  
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.  
§ 1º (VETADO)   
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.  
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.  
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.  
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
1. De acordo com o art. 44 do CP, as penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: 
· aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
· o réu não for reincidente em crime doloso; 
· a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição é suficiente.
Essas condições, objetivas e subjetivas, devem existir simultaneamente.
2. Em se tratando de delitos ou contravenções cometidos com violência ou grave ameaça contra a mulher, no ambiente doméstico, não se admite a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (Súmula 588 do STJ).
3. O texto não trata de qualquer reincidente. Refere-se ao não reincidente em crime “doloso”, de modo que não há impedimento à aplicação de pena alternativa quando: a) os dois delitos são culposos; b) o anterior é culposo e o posterior doloso; c) o anterior é doloso e o posterior culposo. Quanto aos delitos preterdolosos, há impedimento, tendo em vista que nessa espécie o primum delictum é doloso.
4. A reincidência que proíbe de forma absoluta a substituição é a que ocorre com a “prática do mesmo crime” doloso (§ 3º, in fine), i.e., a “específica”. Tratando-se da “genérica”, desde que, em face da condenação anterior, a aplicação da pena alternativa “seja socialmente recomendável”, não fica impedida a substituição (art. 44, § 3º).
Multa substitutiva: condenação a pena igual ou inferior a um ano
1. A multa pode ser abstratamente imposta no tipo incriminador como pena comum (CP, art. 58, caput) ou substitutiva (CP, arts. 44, § 2º, e 58, parágrafo único). Tratando-se de condenação a pena igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. A substituição é aplicável à legislação especial.
2. Cremos que o § 2º do art. 60 do CP foi revogado pelo § 2º do art. 44.
Art. 44, § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.  
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.  
[...]
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código.
Conversão da pena alternativaem privativa de liberdade
1. A conversão pode ser obrigatória ou facultativa. A conversão é obrigatória nos casos de descumprimento da restrição (art. 44, § 4º). Facultativa na hipótese de nova condenação, desde que não exista incompatibilidade entre as penas (art. 44, §5°), pois se houver incompatibilidade entre as penas, a conversão é obrigatória (ex.: limitação de fim de semana e privativa de liberdade – são penas incompatíveis, logo a conversão deve ser obrigatória). 
2. A conversão ocorre em relação às penas alternativas previstas nos arts. 43 a 48 do CP, desde que admitam a transmutação. Não alcança a pena de multa. A multa é pena pecuniária. Nela não há restrição de direitos. Em face de seu não pagamento, incide o art. 51 do CP: o valor da pena de multa deve ser inscrito como dívida ativa em favor da Fazenda Pública. A execução, porém, deve se dar perante o juízo da execução penal, por expressa disposição legal. A obrigação de seu pagamento não se transmite aos herdeiros do condenado, de modo que, falecendo o executado, dar-se-á a extinção da punibilidade (CP, art. 107, I).
3. Na pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
Prestação pecuniária e prestação inominada
1. A prestação pecuniária, nos termos dos arts. 43, I, e 45, § 1º, do CP, consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social de importância fixada pelo juiz. 
2. De acordo com o § 2º do art. 45, o juiz pode substituir a pena de prestação pecuniária, presentes certas circunstâncias, por “prestação de outra natureza” (pena alternativa inominada).
Perda de bens e valores
1. De acordo com o art. 45, § 3º, do CP, a perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. Cuida-se de perda de bens e valores pertencentes ao condenado, encontrando-se prevista como pena criminal na Constituição Federal (art. 5º, XLVI, b). Os bens destinam-se ao Fundo Penitenciário Nacional.
No cálculo, considera-se o prejuízo causado pela infração penal ou o proveito obtido pelo autor do fato ou terceiro. E se houver diferença entre o prejuízo da vítima e o montante do proveito obtido pelo sujeito? Ex.: crime de estelionato. Considera-se o maior.
Prestação de serviço a comunidade
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.  
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. 
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. 
Interdições temporárias de direitos
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:  
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;  
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.  
IV – proibição de freqüentar determinados lugares.  
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
1. Essas penas restritivas de direitos devem ser individualizadas, procurando o juiz adequá-las ao fato e às condições do condenado. Aplicam-se na sentença condenatória. 
2. A proibição de frequência a determinados lugares (inc. IV) deve ser imposta considerando o local do cometimento do crime.
3. A proibição de inscrever-se em concurso deve guardar sintonia com o crime praticado.
Limitação de fim de semana
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.  
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
1. A limitação de fim de semana, diz o art. 48, caput, do CP, consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
2. Quando não for possível, pelas condições materiais da Comarca, a execução da pena de limitação de fim de semana, o juiz deverá proceder à concessão do sursis.
3. A execução da limitação de fim de semana faz-se nos termos da LEP (arts. 151 a 153).
Referências: 
JESUS, Damásio de. Parte geral – arts. 1 ao 120 do CP. Vol 1. Atualizador: André Estefam. 37 ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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