Buscar

Aula 07 - Extra 03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE DIREITO CIVIL P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 
1 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
Bom dia, boa tarde, boa noite! Conforme combinamos vamos resolver 
as últimas provas da ESAF 2012 (CGU, MDIC e PFN) para que você 
fique bem “afiado”. 
ESAF – CGU 2012 – ÁREA CORREIÇÃO 
Com relação ao direito intertemporal, nos termos da Lei de 
Introdução ao Código Civil, é correto afirmar que: 
a) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, 
quando admitida, inicia-se 45 dias depois de oficialmente publicada. 
b) para que a lei posterior revogue a anterior, é imprescindível a 
revogação expressa. 
c) a repristinação é a regra no ordenamento brasileiro. 
d) as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
e) alguns podem escusar-se de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece. 
Vamos agora revisar o que foi abordado durante o curso de Direito 
Civil. Você aprendeu que a atual Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro (LINDB) – Lei 12.376/2010 trata sobre a 
vigência e eficácia das normas jurídicas, o conflito de leis no tempo e 
no espaço, sobre os critérios de hermenêutica jurídica 
(interpretação), critérios de integração do ordenamento jurídico bem 
como das normas de direito internacional público e privado. A LINDB 
alterou o nome da LICC, exatamente porque não ser uma lei de 
introdução ao Código Civil, mas uma lei aplicada a todo o 
ordenamento jurídico. 
Veja a linha do tempo: 
LEI X VACATIO 
 LEGIS Lei Y
ELABORAÇÃO --- SANÇÃO ---- PROMULGAÇÃO --- PUBLICAÇÃO ---- 45d----- VIGÊNCIA ----- REVOGAÇÃO 
 
 Parág. 3 art.1 Parág. 4 art. 1 
 
 Parág. 2 art. 2 (Lei Z) 
 
O projeto de lei é elaborado, sancionado, promulgado (nascimento da 
lei) e publicado. 
CURSO DE DIREITO CIVIL P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 
2 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
Todo o processo de elaboração de uma lei (iniciativa do projeto de lei, 
Casa iniciadora, Casa revisora, emenda ao projeto de lei, sanção, 
veto e promulgação) é estudo do Direito Constitucional. A 
Constituição a partir do art. 59 trata das espécies normativas e do 
processo legislativo. 
O Direito Civil cuida da publicação da lei em diante. Vamos lá, então? 
A lei pode “dizer” quando passa a ter vigência. Exemplo: “Esta lei 
entra em vigor imediatamente” ou “... na data X”. Porém, quando 
não for feita esta previsão ela entra em vigor 45 dias após a 
PUBLICAÇÃO. É o que dispõe o art. 1o: 
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo 
o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
Este período entre a publicação e a vigência da lei chama-se vacatio 
legis ou vacância da lei: há um vácuo. Nesse período a lei nova ainda 
não está vigente; vige, portanto, uma lei atual, até que a lei nova a 
partir de sua vigência possa revogar a lei anterior. 
Pelo Princípio da Extraterritorialidade, é possível que a lei brasileira 
seja admitida no estrangeiro. Nesse caso, aplica-se o art. 1o, § 1o .: 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de 
oficialmente publicada. 
Cuidado com as pegadinhas do tipo: “se inicia 90 dias depois de 
oficialmente publicada”. É o caso da alternativa “a” que é falsa: “nos 
Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, inicia-se 45 dias depois de oficialmente publicada” – Falsa. 
Continuemos analisando a LINDB: vamos supor que a lei foi 
elaborada, sancionada, promulgada e publicada. Após a publicação, 
porém antes da vigência, venha a se notar que a lei foi publicada 
contendo um erro material e que haja nova publicação 
destinada a correção do texto de lei. Qual o efeito disso? Art. 1o, 
§ 3o .: 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos 
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
Decore o efeito: o prazo da vacatio legis começa novamente a correr 
da nova publicação. 
CURSO DE DIREITO CIVIL P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 
3 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
E se somente depois de já estar em vigor houver correção de texto 
de lei? Efeito: § 4o As correções a texto de lei já em vigor
consideram-se lei nova. Por isso a alternativa “B” está correta e é o 
gabarito. 
Pois bem! No nosso exemplo (desenho), a Lei X está vigente. Até 
quando uma lei está em vigor? Até que outra lei a modifique ou 
revogue. A revogação é a retirada de uma lei do mundo jurídico por 
outra. 
A revogação pode ser expressa, tácita, total (ab-rogação) e parcial 
(derrogação): 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até 
que outra a modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o 
declare (revogação expressa), quando seja com ela incompatível 
(revogação tácita) ou quando regule inteiramente a matéria
(revogação tácita) de que tratava a lei anterior. 
Por esse motivo a alternativa “b” (para que a lei posterior revogue a 
anterior, é imprescindível a revogação expressa) está falsa. Não é 
imprescindível porque pode haver também a revogação tácita. 
Vamos tratar agora do art. 2o, § 2o; esse parágrafo não é objeto desta 
questão da ESAF da CGU de 2012 e é exatamente por esse motivo 
que vamos abordá-la; pode ser que ele seja objeto da sua prova. 
Art. 2o, § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou 
especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei 
anterior. 
Veja: o que é necessário para que uma lei (Lei X) seja revogada (pela 
Lei Y)? O art. 2o, § 1o responde a essa pergunta: § 1o A lei posterior 
revoga a anterior quando expressamente o declare (revogação 
expressa), quando seja com ela incompatível (revogação tácita) ou 
quando regule inteiramente a matéria (revogação tácita) de que 
tratava a lei anterior. 
Para que uma lei (Lei X) seja revogada, é necessário que a lei 
posterior (Lei Y) expressamente o declare (revogação expressa), 
quando seja com ela incompatível (revogação tácita) ou quando 
regule inteiramente a matéria (revogação tácita) de que tratava a 
lei anterior. 
CURSO DE DIREITO CIVIL P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 
4 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
Observe que o art. 2o, § 2o não diz que a lei nova expressamente
revoga a lei anterior (Lei X); o art. 2o, § 2o não diz que a lei nova (Lei 
Y) é incompatível (revogação tácita) com a lei anterior (Lei X) ou 
que a Lei posterior (Lei Y) regula inteiramente a matéria
(revogação tácita) de que tratava a lei anterior (Lei X). 
A redação do Art. 2o, § 2o é: “A lei nova (Lei Z), que estabeleça 
disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não 
revoga nem modifica a lei anterior”. E por que não modifica nem 
revoga a lei anterior? Porque a Lei nova posterior (Lei Z) é umalei 
meramente interpretativa. Ela interpreta a lei anterior; trata de 
disposições gerais e especiais já existentes. É só você pensar assim: 
para haver revogação é necessário que a lei posterior (Lei Y) 
expressamente o declare (revogação expressa), quando seja com 
ela incompatível (revogação tácita) ou quando regule 
inteiramente a matéria (revogação tácita) de que tratava a lei 
anterior. 
Continuemos: o art. 2, § 3o trata da repristinação: Salvo disposição 
em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência. 
Veja: 
 Lei revogada Lei revogadora 
 Revoga a Lei X 
Posteriormente: 
 Lei revogada Lei revogadora da Lei X 
 Lei revogada pela Lei Z 
 Revoga a Lei Y 
Lei X Lei Y 
Lei Z Lei X Lei Y 
CURSO DE DIREITO CIVIL P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 
5 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
Pergunta-se: o fato da revogadora (Lei Y) ter perdido a vigência, 
a lei revogada (Lei X) se restaura? Não! A repristinação (para os 
países que a aceitam) é o fenômeno pelo qual “a lei revogada se 
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. O Brasil NÃO 
adota a repristinação automática. Para que haja a repristinação a Lei 
Z deve dispor expressamente (que a Lei Z será restaurada). A 
repristinação, no Brasil, não é a regra; ao contrário, é exceção; note 
que o parágrafo tem um “salvo”, por isso a alternativa “c” está falsa. 
Continuemos: O art. 3o trata da obrigatoriedade da lei: Ninguém 
se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. A lei 
depois de tornada publica através de publicação oficial, respeitando o 
período de vacatio legis se houver, passa a vigorar para todos, não 
podendo ninguém alegar ignorância para justificar seu 
descumprimento. Portanto a alternativa “e” está falsa. 
Gabarito: d 
Até a próxima semana. 
Abraços, 
Prof. Márcia Albuquerque

Continue navegando