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FUNÇÕES DA LINDB

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FUNÇÕES DA LINDB 
A. determinar o início da obrigatoriedade das leis (art. 
1º); 
B. regular a vigência e eficácia das normas jurídicas 
(art. 1º e 2º); 
C. impor a eficácia geral e abstrata da 
obrigatoriedade, inadmitindo a ignorância da lei 
vigente (art. 3º); 
D. traçar os mecanismos de integração da norma legal 
para a hipótese de lacuna na norma (art. 4º); 
E. delimitar os critérios de hermenêutica, de 
interpretação da lei (art. 5º); 
F. regulamentar o direito intertemporal (art. 6º); 
G. regulamentar o direito internacional privado no 
Brasil (art. 7º a 17), abarcando normas relacionadas 
à pessoa e à família (art. 7º e 11), aos bens (art. 8º), 
às obrigações (artigo 9º), à sucessão (art.10), à 
competência da autoridade judiciária brasileira (art. 
12), à prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro 
(art.13), à prova da legislação de outros países (art. 
14), à execução da sentença proferida por juiz 
estrangeiro (art. 15) à proibição do retorno (art. 
16), aos limites da aplicação da lei e atos jurídicos 
de outro pais no Brasil (art. 17) e, finalmente, aos 
atos civis praticados por autoridades consulares 
brasileiras no estrangeiro (art. 18 e 19). 
H. normatizar a segurança jurídica e eficiência na 
criação e aplicação do Direito Público. As regras dos 
arts. 20 a 30 são preponderantemente aplicáveis ao 
Direito Administrativo. São regras que trabalham 
questões relacionadas à segurança jurídica, à 
tomada de decisões no mundo administrativo; à 
anulação dos atos administrativos; à punição dos 
gestores por questões de interpretação, etc. 
VIGÊNCIA DAS NORMAS: ART. 1º E 2º 
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a 
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. 
O momento da existência não se confunde com a 
vigência. 
Isso porque, depois de promulgada, a lei precisa de um 
iter legislativo para que as pessoas tenham 
conhecimento da norma para, somente depois, passar a 
ter vigência. 
 
 
 
 
 
SANÇÃO  PROMULGAÇÃO  PUBLICAÇÃO  
LAPSO TEMPORAL  VIGÊNCIA. 
 A lei só ganha vigência depois da vacatio legis 
(lapso temporal necessário para que as pessoas 
tenham conhecimento de sua existência). 
 Durante a vacatio legis, a lei já existe, mas ainda 
não tem vigência 
Atenção! Então, embora o próprio legislador utilize 
a palavra “vigor” como sinônimo de “vigência”, 
precisamos entender que, sob o aspecto peculiar 
da própria lei, da própria força normativa, 
“vigência” e “vigor” podem ser situações que estão 
dizendo respeito a institutos diferentes. Logo: 
“Vigência”, a lei está ligada ao tempo e, “vigor”, à 
força. 
Art. 1 º § 1º. Nos Estados estrangeiros, a 
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, 
se inicia três meses depois de oficialmente 
publicada. 
 Se uma lei for editada no Brasil, mas para surtir 
efeitos no estrangeiro (em geral quando cuida de 
atribuição de ministros, embaixadores, cônsules, 
convenções de direito internacional, etc.) e esta lei for 
omissa quanto à data que entrará em vigor (a data de 
sua vigência efetiva), esta lei somente entrará em 
vigor 03 (três) meses após a sua publicação. 
CONTAGEM DO PRAZO DE VACATIO LEGIS: 
Art. 8º, §1º, LC 95/98 → a contagem do prazo para 
entrada em vigor das leis que estabeleçam período 
de vacância far-se-á com a inclusão da data da 
publicação e do último dia do prazo, entrando em 
vigor no dia subsequente à sua consumação 
integral. 
Segundo a doutrina, não importa se o último dia é 
feriado ou final de semana. A norma entra em vigor 
mesmo assim, ou seja, a data não é prorrogada para 
o dia seguinte. 
PROMULGAÇÃO no dia 16/03/2015; 
PUBLICAÇÃO no dia 17/03/2015. Deve-se contar o 
ano cheio, logo: 
até o dia 17/03/2016 (vacatio). Em qual dia que essa 
lei passou a ter vigência? Dia 18/03/2016 – sexta-
feira (o que é irrelevante). 
 
CUIDADO! Essas regras somente se aplicam às 
normas legais. 
Desde 2019, as normas jurídicas 
administrativas (portarias, decretos, 
regulamentos, resoluções) possuem 
prazos diferentes conforme DECRETO Nº 
10.139, DE 28 DE NOVEMBRO DE 2019. 
 
Art. 1, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer 
nova publicação de seu texto, destinada a correção, o 
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores 
começará a correr da nova publicação. 
ITER: Percurso por meio 
do qual algo deve passar; 
roteiro; caminho; 
desenvolvimento. 
 
 A modificação do CONTEÚDO de uma lei dentro do seu 
período de vacatio legis só pode ocorrer através de uma 
nova lei. 
 
 A correção de meros erros materiais ou inexatidões 
pode ser feita através da simples REPUBLICAÇÃO da lei 
com as devidas correções, caso em que o prazo de 
vacatio legis volta a correr do zero somente para a 
parte que foi corrigida. 
 
 Mas se houver necessidade de alteração de conteúdo 
(ainda em vacatio) segue a regra geral de que o novo 
prazo deve ser contato a partir da nova publicação da 
nova lei. A previsão contida no §3º é apenas para 
corrigir erros que não modifiquem o conteúdo e o 
sentido original da lei. 
 
 Se a lei já estiver em vigor/vigência, daí é necessário 
observar o §4º: 
Art. 1, § 4º As correções a texto de lei já em vigor 
consideram-se lei nova. 
 
Art. 2º, LINDB → não se destinando à vigência 
temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique 
ou revogue. 
*A lei não tem um prazo certo para vigorar; ela 
permanece em vigor enquanto não for modificada ou 
revogada por outra (eficácia contínua – princípio da 
continuidade).* 
 
Art. 2º, §1° da LINDB dispõe que a lei posterior revoga a 
anterior em nos seguintes casos: 
1) quando expressamente assim o declare; 
2) quando seja com ela incompatível; 
3) quando regule inteiramente a matéria de que tratava a 
lei anterior. 
 
 O Direito Brasileiro não admite o dessuetudo, que 
é a revogação da lei pelos costumes (uma lei que 
não conseguiu “pegar”, por exemplo). 
 O STJ é firme nesse sentido, mesmo quanto às leis 
que não são respeitadas ou observadas. Este é o 
caso observado quanto às casas de prostituição, 
que não deixaram de ser crime, apesar de serem 
toleradas em todo o Brasil. 
A revogação necessariamente se dará por outra lei, que 
revogará expressa ou tacitamente, no todo ou em parte, 
a lei antiga. 
A REVOGAÇÃO É GÊNERO DA QUAL AB-ROGAÇÃO E 
DERROGAÇÃO SÃO ESPÉCIES. 
A) AB-ROGAÇÃO: É A REVOGAÇÃOTOTAL DA LEI: 
quando a lei nova regula inteiramente a matéria da lei 
anterior, ou quando existe incompatibilidade 
(explícita ou implícita) entre as leis. A norma anterior 
perde sua eficácia na totalidade. 
B) DERROGAÇÃO: É A REVOGAÇÃO PARCIAL DA LEI: 
quando torna sem efeito apenas uma parte da lei ou 
norma, permanecendo em vigor todos os dispositivos 
que não foram modificados. 
FORMAS DE SE EXPRESSAR A REVOGAÇÃO 
A) EXPRESSA (OU PORVIA DIRETA): quando a lei nova 
taxativamente declara revogada a lei anterior ou 
aponta os dispositivos que pretende suprimir (art. 2°, 
§1º, LINDB). 
 O art. 9º da LC 98/95, com a redação da LC 
107/01, estabelece que “a cláusula de 
revogação deverá enumerar, 
expressamente, as leis ou disposições legais 
revogadas”. 
B) TÁCITA (INDIRETA OU VIA OBLÍQUA): quando a lei 
posterior é incompatível com a anterior e não há 
disposição expressa no texto novo indicando a lei que 
foi revogada. Diz o art. 2º, §1º, LINDB, que ocorre a 
revogação tácita quando “seja com ela incompatível 
ou quando regule inteiramente a matéria que 
tratava a lei anterior”. Geralmente o legislador 
utiliza, no final das leis, a seguinte expressão 
genérica: “revogam-se as disposições em contrário” 
(sem indicar quais são esses dispositivos). 
O mais adequado é que a revogação ocorra de 
forma EXPRESSA. 
Art. 2º, § 2º, LINDB → a lei nova, que estabeleça 
disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
Esse dispositivo estabelece que uma lei nova, que 
trate da mesma matéria de lei anterior, e que traga 
disposições que estejam ao lado (a par) da outra lei, 
não revogaa lei anterior, mas sim que será utilizada 
juntamente com aquela. 
REPRISTINAÇÃO: é o restabelecimento dos efeitos de 
uma lei que foi revogada pela revogação da lei 
revogadora. 
Art. 2º, § 3º → salvo disposição em contrário, a lei 
revogada não se restaura por ter a lei revogadora 
perdido a vigência. 
Somente pode haver repristinação quando houver 
expressa disposição neste sentido nessa nova a lei. 
 A revogação da lei revogadora não 
restabelece os efeitos da lei revogada. 
 No Brasil NÃO HÁ repristinação ou 
restauração automática de lei velha, se uma 
lei mais nova for revogada. 
Ex.: Lei A → Lei B → Lei C. 
A Lei C revoga a Lei B, os efeitos da Lei A não 
serão restabelecidos.

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