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Modulo de parasitologia

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Prévia do material em texto

LICENCIATURA EM Nutrição 
MÓDULO DE PARASITOLOGIA 
 
 
 
1º Ano 
Disciplina: PARASITOLOGIA 
Código: 
Total Horas/2o Semestre: 80h 
Créditos (SNATCA): 2 
Número de Temas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUTO SUPER 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e 
contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total 
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais 
em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto superior de Ciências e Educação a Distância (isced) 
Direcção de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 ii 
 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos 
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
Autor MSc. Luis Bernardo Bogaio Constantino 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
Revisão Científica e 
Linguística 
Ano de Publicação 
Local de Publicação 
Direcção Académica 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 
XXXXX 
2019 
ISCED – BEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.isced.ac.mz/
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 iii 
 
 
 
 
 
 
 
Índice 
Visão geral 1 
Benvindo à Disciplina/Módulo Parasitologia .................................................................... 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 2 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 4 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 5 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 8 
Avaliação ........................................................................................................................... 9 
TEMA – I: INTRODUÇAO A PARASITOLOGIA. 11 
Unidade temática 1.1. Considerações gerais ................................................................. 11 
Introdução ....................................................................................................................... 11 
Noções de parasitologia……………………………………………………………………………………………….9 
Conceito de parasita…………………………………………………………………………………………………….9 
Classificação dos parasitas………………………………………………………………………………………….10 
Hospedeiro…………………………………………………………………………………………………………………12 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 iv 
 
Tipos de hospedeiro…………………………………………………………………………………………………..12 
Termos associados à relação parasita – hospedeiro……………………………………………………12 
Infeção X infestação……………………………………………………………………………………………………14 
Mecanismo de transmissão das parasitoses……………………………………………………………….15 
Sumário……………………………………………………………………………………………………………………..19 
Unidade temática 1.2. Indicadores da qualidade higiênico-sanitária de alimentos…….19 
Introdução…………………………………………………………………………………………………….……………19 
Coliformes totais e fecais……………………………………………………………………………………………16 
Coliformes totais………………………………………………………………………………………………………..17 
Bolores e leveduras……………………………………………………………………………………….……………18 
Enterococcus……………………………………………………………………………………………………………..19 
Sumário…………………………………………………………………..…………………………………………………24 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO………………………………………………………………….................20 
Exercícios do TEMA………………………………………………………………………………………………….22 
TEMA – II: PRINCIPAIS PARASITOSES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS 29 
Unidade temática 2.1. Doença de Chagas ou Tripanossomíase africana ....................... 29 
Introdução ....................................................................................................................... 29 
Agente etiológico……………………………………………………………………………………………………….23 
Epidemiologia…………………………………………………………………………………………………………….23 
Ciclo de vida do parasita………………………………………………………………………………………….…25 
Mecanismo de transmissão………………………………………………………………………………………..26 
Manifestações clínicas……………………………………………………………………………………………….27 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 v 
 
Tratamento………………………………………………………………………………………………………………..27 
Prevenção e controle…………………………………………………………………………………………………27 
Sumário ........................................................................................................................... 35 
Unidade temática 2.2. Leishmaniose. ............................................................................. 37 
Introdução ....................................................................................................................... 37 
Agente etiológico……………………………………………………………………………………………………….29 
Modo de transmissão………………………………………………………………………………………………..29 
Período de incubação………………………………………………………………………………………………..30 
Ciclo de vida………………………………………………………………………………………………………………30 
Manifestações clínicas……………………………………………………………………………………………….31 
Epidemiologia……………………………………………………………………………………………………………31 
Tratamento………………………………………………………………………………………………………………..32 
Prevenção e controle………………………………………………………………………………………………...32 
Sumário ........................................................................................................................... 43 
Unidade temática 2.3. Malária ....................................................................................... 44 
Introdução ....................................................................................................................... 44 
Agente etiológico……………………………………………………………………………………………………….33 
Classificação .................................................................................................................... 44 
Epidemiologia…………………………………………………………………………………………………………….33 
Ciclo de vida do parasite Plasmodium ............................................................................ 46 
Modo de transmissão…………………………………………………………………………………………………36 
Manifestações clínicas……………………………………………………………………………………………….37 
Tratamento……………………………………………………………………………………………………………….37 
Tratamento da malária sem complicações ........................................................... 49 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 viTratamento de infecções por P. falciparum ................................................ 49 
Tratamento de infecções por P. vivax.......................................................... 49 
Tratamento de malária severa .............................................................................. 50 
Prevenção e controle…………………………………………………………………………………………………38 
Sumário ........................................................................................................................... 51 
UNIDADE TEMÁTICA 2.4. Toxoplasmose ........................................................................ 52 
Introdução ....................................................................................................................... 52 
Agente etiológico……………………………………………………………………………………………………….40 
Ciclo de vida do parasita……………………………………………………………………………………………40 
Modo de transmissão…………………………………………………………………………………………………41 
Epidemiologia…………………………………………………………………………………………………………….42 
Manifestações clínicas……………………………………………………………………………………………..…42 
Tratamento…………………………………………………………………………………………………………..……43 
Medidas preventivas…………………………………………………………………………………………..……..43 
Sumário ........................................................................................................................... 57 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 57 
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 60 
Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 64 
TEMA – II: PRINCIPAIS PARASITOSES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS 50 
Unidade temática 3.1. Tricomoníase .............................................................................. 65 
Introdução ....................................................................................................................... 65 
Agente etiológico……………………………………………………………………………………………………….51 
Modo de transmissão………………………………………………………………………………………………..51 
Epidemiologia…………………………………………………………………………………………………………...52 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 vii 
 
Patogénese………………………………………………………………………………………………………………..52 
Manifestações clínicas……………………………………………………………………………………………….53 
Tratamento………………………………………………………………………………………………………………..53 
Medidas preventivas………………………………………………………………………………………………….53 
Sumário ........................................................................................................................... 69 
Unidade temática 3.2. Giardíase .................................................................................... 69 
Introdução ....................................................................................................................... 69 
Agente etiológico……………………………………………………………………………………………………….55 
Epidemiologia…………………………………………………………………………………………………………….55 
Patogénese………………………………………………………………………………………………………………..55 
Manifestações clínicas……………………………………………………………………………………………….56 
Tratamento……………………………………………………………………………………………………………….57 
Medidas preventivas…………………………………………………………………………………………………57 
Sumário ........................................................................................................................... 57 
Unidade temática 3.3. Amebíase .................................................................................... 75 
Introdução ....................................................................................................................... 75 
Agente etiológica……………………………………………………………………………………………………….58 
Epidemiologia…………………………………………………………………………………………………………….58 
Mecanismo de transmissão……………………………………………………………………………………….59 
Ciclo de vida do parasita……………………………………………………………………………………………59 
Manifestações clínicas……………………………………………………………………………………………….60 
Tratamento………………………………………………………………………………………………………………..61 
Medidas preventivas………………………………………………………………………………………………….61 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 viii 
 
Sumário ........................................................................................................................... 79 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 80 
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 83 
Exercícios do TEMA ......................................................................................................... 87 
Referencias bibliográficas…………………………………………………………………………………………..68 
 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 1 
 
Visão geral 
Benvindo à Disciplina/Módulo Parasitologia 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Parasitologia o aluno 
deverá ser capaz de: conhecer conceitos básicos da área envolvida, 
criando fundamento que servirá de elo de ligação para posteriores 
conhecimentos e disciplinas, assim, preparando o aluno para 
compreender o ciclo biológico das parasitoses, correlacionando os 
conhecimentos com as alterações clínicas em cada um. 
 
 
 
 
Objectivos Específicos 
 
 Conhecer os principais conceitos de Parasitologia; 
 Reconhecer as etapas do ciclo biológico dos principais parasitas 
das espécies humana e dos seus respectivos habitat nos 
diferentes sistemas do corpo humano; 
 Compreender a relação parasito-hospedeiro; 
 Conhecer os mecanismos de transmissão e medidas profiláticas 
no controle das principais parasitoses humanas; 
 Reconhecer os principais sintomas das parasitoses humanas e 
relacioná-los com a ação patogênica dos diversos parasitos; 
 Identificar os fatores epidemiológicos que favorecem o 
estabelecimento dos diversos parasitos; 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 2 
 
 Utilizar os conhecimentos em Parasitologia para desenvolver 
habilidades e atitudes para resolução de problemas de saúde. 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de 
Nutrição geral do ISCED. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores 
que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa 
disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal 
se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Parasitologia, para estudantes do 1º ano do curso 
de licenciatura em Nutrição geral, à semelhança dos restantes do 
ISCED, está estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 3 
 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemasnão resolvidos e 
actividades práticas, incluído estudo de caso. 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de 
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta 
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você 
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro 
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso 
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste 
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter 
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as 
possibilidades dos seus estudos. 
 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 4 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios 
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro 
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção 
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do 
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de 
avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes 
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela 
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança 
de actividade, etc. 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 5 
 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, 
procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação 
crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as 
de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à 
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 6 
 
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada 
hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada 
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando 
achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por 
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 7 
 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou 
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento 
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando 
a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 8 
 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
tornam incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momentoem que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do 
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 9 
 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, 
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor! Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 10 
 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 11 
 
TEMA – I: INTRODUÇAO A PARASITOLOGIA. 
Unidade temática 1.1. Considerações gerais 
Introdução 
 Estudar parasitologia é bastante instigante! Entender a ecologia do parasito na relação 
parasito-hospedeiro e como os sintomas são gerados. Entender como parasito e hospedeiro 
interagem mantendo o ciclo de vida do parasito. E, então, a partir daí, buscar intervir para quebrar 
a cadeia de transmissão e garantir a qualidade de vida do hospedeiro. Esta é a rotina de trabalho 
do pesquisador em parasitologia. Antes uma ciência muito descritiva, hoje a parasitologia lança 
mão de estratégias cada vez mais tecnológicas, como engenharia genética e biologia molecular. O 
estudo dos parasitos tem aberto novas frentes de pesquisa, por exemplo, para novas estratégias 
terapêuticas, novos métodos diagnósticos e o desenvolvimento de vacinas. 
 
Ao final desta unidade temática o leitor deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Definir a parasitologia e descrever suas generalidades; 
 Compreender relações entre os seres vivos e parasitas. 
Noções de Parasitologia 
Parasitologia é o estudo dos parasitas ou doenças parasitárias, métodos 
de diagnósticos e controle de doenças parasitárias. Na maioria dos 
casos um organismo (o hospedeiro) passa a constituir o meio ecológico 
onde vive o outro (o parasita). 
 Os três principais grupos de animais que se estuda na parasitologia são: 
protozoário, helmintas (vermes) e os artrópodes que causam doenças 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 12 
 
diretamente ou agem como vetores de vários agentes patogénicos 
(parasitários ou não). 
Conceito de parasita 
É um ser vivo que depende de outro para sobreviver, de onde retira seu 
sustento prejudicando seu hospedeiro. A relação em si busca ser 
harmônica, minimizando os prejuízos para o hospedeiro. Mas se esta 
relação não se estabelece de forma satisfatória, a doença e a morte do 
hospedeiro, e consequentemente do parasito, acabam por vir. 
 
Classificação dos parasitas 
Classificação de acordo com o número de hospedeiros 
 
Monoxenos ou monogenéticos - são aqueles parasitas que realizam o 
seu ciclo evolutivo em apenas um único hospedeiro. 
Ex: Ascaris lumbricoides, Necator americanus. 
 
Figura 1. Ciclo de vida de do Ascaris lumbricoides. Fonte: 
https://www.researchgate.net/publication/259532883_Principais_parasitos_human
os_de_transmissao_hidrica_ou_por_alimentos/figures?lo=1 
 
https://www.researchgate.net/publication/259532883_Principais_parasitos_humanos_de_transmissao_hidrica_ou_por_alimentos/figures?lo=1
https://www.researchgate.net/publication/259532883_Principais_parasitos_humanos_de_transmissao_hidrica_ou_por_alimentos/figures?lo=1
 
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Heteroxenos ou digenéticos são os parasitas que necessitam de pelo 
menos dois hospedeiros para completarem o seu ciclo evolutivo, ou 
seja, possui hospedeiro definitivo e intermediário. 
 Ex.: Schistosoma mansoni. 
 
Figura 2. Ciclo de vida do parasita Schistosoma haematobium. Fonte: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Schistosoma#/media/File:Esquistossomose-2.png 
 
De acordo com à localização nos hospedeiros 
Ectoparasitas - são os que se instalam externamente ao hospedeiro. 
 Ex.: sanguessuga, caraça, piolho e a pulga. 
Endoparasitas - são os que se instalam internamente ao hospedeiro. 
Ex.: Tênias. 
Quanto à especificidade 
Estenoxenos: afetam somente uma espécie de hospedeiro. 
Ex.: Ascaris lumbricóides. 
 Eurixenos: afetam uma ampla variedade de hospedeiros.Ex:Toxoplasma gondii. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Schistosoma#/media/File:Esquistossomose-2.png
 
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Oligoxenos: afetam hospedeiros específicos, famílias ou gêneros 
próximos. 
Ex: Echinococcus granulosus. 
 
Quanto ao número de células 
Unicelulares - uma única célula. 
Pluricelulares - mais de uma célula. 
 
Hospedeiro 
Todo aquele que abriga em si, dentro ou em sua superfície, o parasito. 
É o suporte de onde o parasito tira sua subsistência. Aproximando-se 
de uma relação harmônica, há hospedeiros que não manifestam 
sintomas, mas abrigam parte do ciclo biológico do parasito, e são, por 
isso, chamados de reservatórios. 
 
Tipo de hospedeiro 
Hospedeiro acidental ou incidental – hospedeiro, diferente do normal, 
que alberga um parasita. 
Hospedeiro definitivo – hospedeiro no qual ocorre a fase de 
desenvolvimento adulta ou sexuada do parasita. 
Hospedeiro intermediário – hospedeiro no qual ocorre a fase de 
desenvolvimento larvária ou assexuada do parasita. 
Hospedeiro reservatório – hospedeiro albergando parasitas que 
infetam seres humanos e dos quais os seres humanos podem-se infetar. 
Hospedeiro de transporte – hospedeiro responsável por transportar um 
parasita de um local para outro. 
 
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Portador – hospedeiro que alberga um parasita e não exibe nenhum 
sintoma clínico, mas pode infetar outros. 
 
Termos associados à relação parasita – hospedeiro 
Simbiose 
 É quando duas espécies se associam de tal forma que esses seres são 
incapazes de viver isoladamente. As espécies realizam funções 
complementares, indispensáveis à vida de cada um (simbiontes). Como 
exemplo temos algumas bactérias que vivem no interior de 
protozoários de vida livre. Os protozoários fornecem abrigo e fontes 
alimentares para as bactérias, que por sua vez, sintetizam substâncias 
(complexo B etc.) necessárias ao protozoário. 
 
Comensalismo 
É a associação harmônica entre duas espécies, na qual uma obtém 
vantagens (o hóspede) sem prejuízos para o outro (o hospedeiro). 
Exemplo: Entamoeba cozi vivendo no intestino grosso humano. 
O comensalismo pode ser dividido em: 
Forésia: é quando na associação uma espécie fomece suporte, abrigo 
ou transporte a outra espécie. Exemplo: o, peixe-piolho Echneis remora 
que, com auxílio de uma ventosa, se adere ao tubarão acompanhando-
o nas suas caçadas e, frequentemente, alimentando-se das sobras. 
Alguns autores denominam a forésia "comensalismo epizóico". 
Inquilinismo: é quando uma espécie vive no interior de outra, sem se 
nutrir à custa desta, mas utilizando o abrigo e parte do alimento que a 
outra capturou. Exemplo: o peixe Fierasfer, que se abriga no interior de 
holotiinas e se alimenta de pequenos crustáceos. 
Sinfilismo ou protocooperação: ocorre quando duas espécies se 
associam para beneficio mútuo, mas 
 
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sem obrigatoriedade, isto é, a associação não é necessária para a 
sobrevivência de ambas. Exemplo clássico está entre as formigas 
(gênero Camponotus) que sugam as secreções de pulgões (afídeos) ou 
cigarrinhas (membracídeos), protegendoos contra inimigos naturais. 
 
Mutualismo 
É quando duas espécies se associam para viver, e ambas são 
beneficiadas. E uma associação obrigatória, sendo, por muitos autores, 
considerada como uma simbiose. O exemplo clássico é a associação que 
ocorre no intestino de cupins com os protozoários do gênero 
Hypermastiginia. 
 
Parasitismo 
É uma relação direta e estreita entre dois organismos geralmente bem 
determinados: o hospedeiro e o parasito, vivendo o segundo a custa do 
primeiro. A relação é essencialmente unilateral. O hospedeiro é 
indispensável ao parasito, que se separado dele morrerá por falta de 
nutrição. A organização do parasito se especializa correlativamente às 
condições em que vive sobre o hospedeiro, sendo a adaptação, a marca 
do parasitismo (monoxenos). Muitas vezes para que o parasito 
complete todo o seu ciclo de vida, ele necessita de um hospedeiro 
intermediário (heteroxenos). 
 
 
Tipos de parasitismo 
Ectoparasitos: podem obter o oxigênio diretamente do meio exterior, 
como o faz a Tunga penetrans (bicho-de-pé), que parasita a pele do 
porco ou do homem e o “berne” que também é parasito da pele, e 
mantém seus orifícios espiraculares voltados para fora, a fim de 
respirar. 
 
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Endoparasitos: São parasitos das cavidades naturais ou tecidos e 
dependem totalmente de seus hospedeiros como fonte nutritiva. 
Parasitos facultativos: Parasitismo ocasional ou acidental, como por 
exemplo o caso da Naegleria fowleri, ameba de vida livre encontrada 
em algumas coleções de águas naturais, que eventualmente 
contaminam a mucosa nasal de banhistas, invadindo o sistema nervoso 
através dos nervos oftálmicos. 
Parasitos monoxenos: quando um único hospedeiro é necessário para 
que se complete o ciclo. 
Parasitos heteroxenos: quando o desenvolvimento de uma espécie 
exige uma passagem obrigatória através de dois ou mais hospedeiros, 
sempre na mesma sequência e nas mesmas fases. Em cada um desses 
hospedeiros completa-se uma parte do ciclo vital do parasito. 
 
Infeção x infestação 
Infeção. Penetração e desenvolvimento, ou multiplicação, de um 
agente infecioso dentro do organismo de humanos ou animais 
(inclusive vírus, bactérias, protozoários e helmintos). 
 
Infestação. É o alojamento, desenvolvimento e reprodução de 
artrópodes na superfície do corpo ou vestes. (Pode se dizer também 
que uma área ou local está infestado de artrópodes.) 
Existem dois parâmetros em que se baseia a classificação: localização e 
dimensão. 
O primeiro sugerido por uma reunião de especialistas da Organização 
Mundial de Saúde (OMS), é o mais utilizado atualmente. 
 
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1. Localização: Infestação: Localização parasitária na superfície 
externa (ectoparasitas). Por exemplo: Carraças e piolhos. 
Infeção: Localização interna parasitária (endoparasitas). Por exemplo: 
Giardia lamblia e Schistosoma haematobium. 
Por esta definição, infeção seria a penetração seguida de multiplicação 
(microrganismo) ou desenvolvimento (helmintos) de determinado 
agente parasitário. 
2. Dimensão: Infestação: corresponde ao parasitismo por 
metazoários. Por exemplo: Enterobius vermicularis e 
Schistosoma haematobium 
Infeção: definida pelo parasitismo por microrganismos. Por exemplo: 
Giardia lamblia e Trypanosoma cruzi. 
Em consequência, infeção seria a penetração seguida de multiplicação 
de microrganismo. 
 
Mecanismos de transmissão das parasitoses 
Para que seja definido tal mecanismo, deve ocorrer análise quanto à 
porta de entrada no organismo do hospedeiro (via de infeção) e neste 
momento se ocorreu ou não gasto de energia pelo parasita (forma de 
infeção). 
1- Modo de transmissão 
 Passiva - Quando não existe gasto de energia para a invasão. 
 Ativa - Caso ocorra dispêndio energético para tal fim. 
 2- Via de transmissão ou porta de entrada 
 Oral 
 Cutânea 
 
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 Mucosa 
 Genital 
 
3. Principais mecanismos de transmissão 
 Passivo oral. Por exemplo: Ascaris lumbricoides. 
 Passivo cutâneo. Por exemplo: Gênero Plasmodium 
 Ativo cutâneo.Por exemplo: Trypanosoma cruzi 
 Ativo mucoso. Por exemplo: T. cruzi 
 Passivo genital. Por exemplo: Trichomonas vaginalis 
 
4. Mecanismos particulares 
 Transplacentário 
 Transmamário 
 Transfusional 
 Por Transplantação. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.1 abordamos sobres os principais conceitos 
de parasitologia, parasitas, hospedeiro e suas classificações, relações do 
parasita e hospedeiro e mecanismos de transmissão das parasitoses. 
 
Unidade temática 1.2. Indicadores da qualidade higiênico-sanitária de alimentos 
Introdução 
Microrganismos indicadores são grupos ou espécies de microrganismos que, quando presentes e um 
alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação de origem fecal, sobre a 
provável presença de patógenos ou sobre a deterioração potencial do alimento, além de poderem 
indicar condições sanitárias inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento. 
 
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 20 
 
Esses microrganismos indicadores podem ser utilizados para refletir a qualidade microbiológica dos 
alimentos em relação à vida de prateleira ou à segurança, neste ultimo caso, devido à presença de 
patógenos alimentares. Em geral, microrganismos indicadores são utilizados para avaliar aspetos de 
qualidade a sanificação dos alimentos. 
Alguns critérios devem ser considerados na definição de um microrganismo ou grupo de 
microrganismos indicadores: devem ser facilmente detetável, quantificado, claramente distinguido de 
outros microrganismos da microbiota do alimento; não deve estar presente como contaminante 
natural do alimento; deve estar presente quando o patógeno associado estiver; deve estar ausente no 
alimento livre do patógeno de interesse ou presente em quantidade mínima; taxa de crescimento 
equivalente às dos patógenos; taxa de morte paralela a dos patógenos de interesse; ter com habitat 
exclusivo o trato intestinal do homem e outros animais; deveria ocorrer em números muito altos nas 
fezes; apresentar alta resistência ao ambiente extra-enteral; deveria haver técnicas rápidas, simples e 
precisas para sua deteção e/ou contagem. 
 
Ao final desta unidade temática o leitor deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Conhecer os principais indicadores para avaliar as condições higiênica dos 
alimentos; 
 Compreender utilidades de cada indicador. 
Coliformes totais e fecais 
A presença de coliformes é o melhor indicativo de deficiência na higiene 
no preparo dos alimentos. Os coliformes classificam-se em dois grupos, 
os coliformes totais e os coliformes fecais, que são rotineiramente 
utilizados como microrganismos indicadores para avaliar as condições 
higiênicas dos alimentos (BRITO & ROSSF, 2005). 
 
 
 
 
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 21 
 
Coliformes totais 
Inclui todas as bactérias na forma de bastonetes gram-negativos, não 
esporogênicos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, capazes de 
fermentar a lactose com produção de gás, em 24 a 48 horas a 35ºC 
(CARDOSO et al., 2001). 
Estes coliformes pertencem aos gêneros bacterianos Escherichia, 
Enterobacter, Klebsiella e Citrobacter, incluindo cerca de 20 espécies, 
dentre as quais encontram-se tanto bactérias originárias do trato 
gastrintestinal de humanos e outros animais de sangue quente, como 
também diversos gêneros e espécies de bactérias não entéricas. Por 
isso, sua enumeração em água e alimentos é menos representativa, 
como indicação de contaminação fecal, do que a enumeração de 
coliformes fecais ou E. coli (SILVA, 2002). 
A principal razão para que sejam agrupados deve-se às suas muitas 
características comuns. São todos Gram negativos, não formadores de 
esporos, muitos são móteis, anaeróbios facultativos, resistentes a 
muitos agentes surfactantes e fermentam lactose produzindo ácido e 
gás em 48h a 32°C (leite) ou 35-37°C. 
 
Coliformes fecais 
são bactérias capazes de desenvolver e/ou fermentar a lactose com produção 
de gás em 24-48h a 44,5-45,5°C (RATTI et al., 2011). Quando esta análise é 
efetuada, busca-se a determinação de coliformes de origem 
gastrintestinal, porém sabe-se que cepas de Enterobacter e Klebsiella 
incluídas neste grupo podem apresentar origem não fecal (água, solo e 
vegetais). 
De acordo com BRITO & ROSSF (2005), a pesquisa de coliformes fecais 
ou de E. coli nos alimentos fornece com maior segurança, informações 
sobre as condições higiênicas do produto e melhor indicação da 
 
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 22 
 
eventual presença de enteropatógenos, sendo, utilizado como 
microrganismo indicador de contaminação fecal. 
O índice de coliformes totais avalia as condições higiênicas e o de 
coliformes fecais é empregado como indicador de contaminação fecal 
e avalia as condições higiênico-sanitárias deficientes, visto presumir- se 
que a população deste grupo é constituida de uma alta proporção de E. 
coli (CARDOSO et al., 2001). 
 
Bolores e leveduras 
Os fungos são microrganismos eucariotas, heterotróficos, 
caracteristicamente micelares, que se dividem em bolores e leveduras, 
com interesse não só do ponto de vista da deterioração dos alimentos, 
mas também pelas múltiplas utilizações industriais em que participam 
como agentes fermentativo. A grande dispersão dos bolores e 
leveduras no ambiente justifica a suas frequentes aparições como 
contaminantes nos produtos alimentares, visto que estes, em virtude 
da sua composição, constituem um excelente meio para a fixação e 
reprodução de grande número de espécies fúngicas, cuja proliferação 
ocorre com facilidade por serem mais tolerantes a fatores extremos que 
limitam o desenvolvimento bacteriano, como baixos valores de aw, pH 
e temperatura. Porém, a capacidade de desenvolvimento dos bolores a 
baixas temperaturas constitui um problema na conservação dos 
produtos cárneos quando estes, após o processamento térmico, são 
contaminados com esporos destes microrganismos que, 
desenvolvendo-se, vão alterar o aspecto e as características nutricionais 
e organolépticas dos produtos, abreviar a sua conservação e 
eventualmente contaminá-los com micotoxinas. São frequentes os 
géneros Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium spp.. Neste tipo de 
produtos, para além da qualidade das matérias-primas, o controlo do 
 
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 23 
 
desenvolvimento dos bolores e leveduras passarão pelos cuidados a ter 
com qualidade do ar nas zonas de alto risco em que o produto 
permanece após o processamento térmico e antes de ser embalado, na 
utilização de embalagens adequadas, a vácuo ou com atmosfera 
modificada, visto que são aeróbios estritos, ou pelo eventual recurso a 
conservantes. Na ausência de cuidados após o processamento térmico, 
desenvolvem-se geralmente leveduras pertencentes aos géneros 
Candida spp., Rhodotorula spp., Saccharomyces spp., Torulaspora spp. 
e Tricosporon spp., que por serem microaerófilas crescem em 
ambientes onde existem quantidades residuais de oxigénio como pode 
acontecer nas embalagens a vácuo ou em atmosfera modificada, 
passando nestes casos o seu controlo pela utilização de conservantes 
(BERG, 2014). 
Bolores são fungos filamentosos, multicelulares, podendo estar 
presente no solo, no ar, na àgua e em matéria-orgânica em 
decomposição. Leveduras são os fungos não filamentosos, 
normalmente disseminados por insetos vetores, pelo vento e pelas 
correntes aéreas. 
A presença de bolores e leveduras viáveis e em índice elevado nos 
alimentos pode fornecer varias informações,tais como, condições 
higiênicas deficientes de equipamentos, multiplicação no produto em 
decorrência de falhas no processamento e/ou estocagem e matéria-
prima com contaminação excessiva. 
Enterococcus 
Essas bactérias, antes um subgrupo do gênero Streptococcus, a partir 
de 1984 passaram a pertencer ao gênero Enterococcus, com 19 espécies 
reconhecidas atualmente. Antes de 1984, os Estreptococcus fecais eram 
chamados genericamente de enterococos, e consistiam de duas 
espécies: Streptococcus faecalis e Streptococcus faecium. São 
atualmente denominados 
 
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 24 
 
Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. São relativamente 
resistentes ao calor e podem sobreviver as pasteurizações do leite. 
Algumas restrições quanto a utilização dos Enterococcus como 
indicadores de contaminação fecal dos alimentos são feitas, uma delas 
seria de encontrarmos em outros ambientes além do trato intestinal e 
apresentarem uma sobrevivência maior em relação aos 
enteropatógenos encontrados no solo, nos vegetais e em alimentos, 
principalmente naqueles submetidos à desidratação, ação de 
desinfetantes e a flutuações de temperatura por serem mais 
resistentes. Apesar das limitações do uso desses microrganismos como 
indicadores de contaminação fecal, sua presença em números elevados 
em alimentos indica práticas sanitárias inadequadas ou exposição do 
alimento a condições que permitiram a multiplicação de 
microrganismos indesejáveis. 
 
 
Sumário 
Em suma os microrganismos indicadores podem ser agrupados em: microrganismos que não 
oferecem riscos à saúde (mesófilos, psicrotróficos, termófilos, bolores e leveduras) e 
microrganismos que oferecem um risco baixo ou indireto à saúde (coliformes totais, coliformes 
fecais enterococos, enterobactérias totais, Escherichia coli). 
 
 
 
 
 
 
 
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 25 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
Perguntas 
1. O parasitismo é uma relação ecológica: 
A. Intraespecífica e harmônica. 
B. Intraespecífica e desarmônica. 
C. Intraespecífica e positiva. 
D. Interespecífica e harmônica. 
E. Interespecífica e desarmônica. 
2. Todos os organismos citados a seguir são exemplos de 
endoparasitas, exceto: 
A. Tênia. 
B. Piolho. 
C. Vírus da gripe. 
D. Vírus da AIDS. 
E. Lombriga. 
3. Os parasitas são organismos que interagem com outros seres 
vivos, dos quais retiram seu alimento. Na relação entre o 
homem e o piolho, o homem pode ser chamado de: 
A. inquilino. 
B. parasita. 
C. hospedeiro. 
D. patógeno. 
E. antígeno. 
 
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 26 
 
4. Com relação aos parasitas e às doenças que causam, pode-se 
afirmar que: 
I. A larva cercária do Schistosoma haematobium penetra no 
homem pela pele, causando-lhe a schistossomose. 
II. A teníase é a doença causada pela Taenia solium ou 
pela Taenia saginata. 
III. A cisticercose é a doença causada pela larva da Taenia 
solium. 
IV. A lombriga ou ascaridíase é a doença causada pelo Ascaris 
lumbricoides. 
V. A opilação ou amarelão é a doença causada pelo Necator 
americanus ou pelo Ancylostoma duodenale. 
VI. A filariose, que pode originar a elefantíase, é causada 
pela Wuchereria bancrofti. 
Estão corretas: 
A. todas. 
B. apenas I, II, III, IV e V. 
C. apenas I, II, IV, V e VI. 
D. apenas II, III, IV e VI. 
E. apenas I, III, V e VI. 
5. Interação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes, em 
que os parceiros estabelecem entre si relações íntimas e 
duradouras com certo grau de dependência metabólica. Onde 
existe unilateralidade de benefícios. 
A. Simbiose 
B. Parasitismo 
C. Mutualismo 
D. Canibalismo 
E. Comensalismo 
 
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 27 
 
 
6. Com relação a relação parasita e hospedeiro é correto afirmar 
que: 
A. A relação de parasitismo surgiu a partir de uma evolução 
onde um organismo menor foi beneficiado. 
B. Para que ocorra o parasitismo é necessário sempre que o 
hospedeiro apresente sintomatologia. 
C. Na relação de parasitismo onde apresenta o quadro 
assintomático é que ambos são beneficiados. 
D. Na relação de parasitismo a relação é de benefício mútuo. 
E. No parasitismo a relação hospedeiro e parasita é 
independente. 
 
7. A especificidade parasitária é característica, às vezes, difícil de 
ser determinada, em virtude das diferentes possibilidades de 
adaptação entre parasitos e novos hospedeiros, também muito 
influenciadas pelas condições do ambiente. Quanto à 
especificidade são classificados em Estenoxeno, Eurixeno e 
Oligoxeno. Assinale a alternativa incorreta. 
A. Parasitas estenoxenos possuem alta especificidade 
B. Parasitas oligoxeno possuem ampla especificidade 
C. O Trichuris trichiura é um parasita estenoxeno 
D. Plasmodium malariae é um parasita oligoxeno 
E. O Toxoplasma gondii é um parasita eurixeno 
Respostas: 1E, 2B, 3C, 4A, 5B, 6A, 7B 
Exercícios do TEMA 
1. O que são Fungos? 
2. Por que os coliformes são considerados indicadores de 
contaminação fecal? 
 
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 28 
 
3. Qual é a diferença entre coliformes fecais e coliformes totais? 
4. Quais são os quatros principais género de bactérias do grupo 
coliforme, qual o principal representante do grupo? 
5. Menciona as principais vias de transmissão ou porta de entrada 
dos parasitas? 
6. Qual é a diferença entre infeção e infestação? 
7. Dê exemplos de quatro ectoparasitos e endoparasitas. 
8. Classifica os parasitas quanto a especificidade e dê um 
exemplo? 
9. Cite os tipos de hospedeiros? 
 
10. Quais são os quatro principais gêneros de bactérias do grupo 
coliforme, qual o principal representante do grupo 
 
 
 
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TEMA – II: PRINCIPAIS PARASITOSES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS 
Unidade temática 2.1. Doença de Chagas ou Tripanossomíase africana 
Introdução 
 Doença de Chagas ou Tripanossomíase africana foi notificada pela primeira vez por Carlos 
Chagas em 1909. Nesta notificação o protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi) foi 
considerado agente etiológico. Após esta descrição, a biologia do parasito e, 
consequentemente, a transmissão da doença de Chagas foi associada à presença de 
reservatórios mamíferos e a hospedeiros intermediários triatomíneos. O ciclo biológico 
ocorre naturalmente no ambiente silvestre vindo a afetar o homem após migrações e/ou 
invasão de ambiente natural (MATTOS & BERTO, 2010). Esta doença infecciosa é causada 
pelos parasitas Trypanosoma brucei gambiense ou Trypanosoma 
brucei rhodesiense causam esta doença infeciosa, e a mosca tsé-tsé transmite a 
doença. Para BARROSO et al. 2014, as tripanossomoses humanas são o segundo maior 
entrave ao desenvolvimento de zonas rurais nos trópicos, ultrapassadas apenas pela 
malária. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Conhecer os agentes etiológicos; 
 Conhecer os mecanismos de transmissão; 
 Descrever as manifestações clinicas e tratamento da tripanossomíase 
americana; 
 Conhecer as medidas preventivas. 
Agente etiologia 
A tripanossomíase americana conhecida como doença de Chagas é 
causada pelos protozoários T. cruzi (KRATZ et al .,2018) e é transmitida 
pela espécie Triatoma da família Reduviidae. T. cruzi um agente 
 
ISCED CURSO:NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 30 
 
hemoflagelante protozoário da ordem Kinetoplastida e família 
Trypanosomatidae. 
 
Epidemiologia 
A distribuição da doença está ligada às más condições de habitação da 
população rural de vasta zonas de América Latina, que permitem a 
domiciliação dos vetores. A doença é endémica em 21 paises 
americanos (figura 3), atingindo, segundo as últimas estimativas de 
2006, 15 milhões de indivíduos e resultando em 41 200 novos casos por 
ano com 12 500 mortes. A doença pode também ser transmitida por via 
congénita, por transfusão de sangue ou transplantação (BARROSO et 
al., 2014). De acordo com ANTINORI et al (2017), refere que o intenso 
fluxo de migrantes latino-americanos para a Europa (especialmente 
para Espanha, Portugal e Itália) registrados desde a década de 90 foram 
associados a um aumento dramático de casos de doença de chaga 
diagnosticados em países não endêmicos, com importantes implicações 
para a saúde pública e a mundialização de fato de uma doença. 
 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 31 
 
 
Figura 3. Áreas endémicas para a doença de chagas. 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Distribution_of_Chagas%27_disease.sv
g 
 
Ciclo de vida do parasita 
O ciclo de vida do T. cruzi é complexo (figura 4), com diferentes 
desenvolvimentos formas em vetores de insetos (epimastigotas e 
tripomastigotas metacíclicos) e hospedeiros mamíferos incluindo 
humanos (tripomastigotas não replicativos da corrente sanguínea e 
amastigotas intracelulares replicativos). O vetor triatomínico é infetado 
pela ingestão de parasitas circulantes (tripomastigotas) em uma 
refeição de sangue de um hospedeiro humano infetado. No intestino 
médio do vetor, os tripomastigotas se diferenciam em epimastigotas e 
se replicam. As epimastigotas ao atingir o intestino posterior se 
diferenciam em tripomastigotas metacíclicos infeciosos, que são 
 
ISCED CURSO: NUTRIÇÃO: 10 Ano Disciplina/Módulo: Parasitologia 
 32 
 
excretados com as fezes do vetor. No intestino médio posterior, os 
epimastigotas se ligam às membranas perimicrovilares através dos 
glicofosfatidilinositóis de superfície e se dividem por fissão binária. Uma 
vez no intestino grosso, os epimastigotas se ligam fracamente à cutícula 
retal e se transformam em tripomastigotas metacíclicos. O T. cruzi é 
transmitido por depósitos de matéria fecal, pois os vetores de 
triatomíneos infetados levam a farinha de sangue de hospedeiros 
humanos adormecidos à pele. A coceira produzida pela picada do vetor 
induz o indivíduo a coçar. Assim, os tripomastigotas metacíclicos podem 
entrar em lesões cutâneas ou na conjuntiva; a ingestão oral de 
alimentos ou bebidas contaminadas com fezes de reduvião infetadas 
também causa infeção humana. Os tripomastigotas metacíclicos 
expressam uma glicoproteína de superfície específica do estágio de 82 
kDa (GP82), uma importante molécula de adesão celular, responsável 
na internalização do parasita. 
Uma vez no hospedeiro humano, os tripomastigotas metacíclicos 
invadem as células nucleadas no sistema reticuloendotelial localizado e 
no tecido conjuntivo. No citoplasma, os tripomastigotas metacíclicos 
diferenciam-se em formas amastigotas esféricas, que se replicam por 
fissão binária, com um tempo de duplicação de cerca de 12 horas, 
durante um período de 4 a 5 dias. Quando a célula está inchada com 
formas amastigotas, elas se transformam em tripomastigotas pelo 
crescimento de flagelos, e são liberadas pela ruptura da célula 
hospedeira. Os tripomastigotas invadem os tecidos adjacentes e se 
espalham por meio dos vasos linfáticos e da corrente sanguínea até 
locais distantes, principalmente células musculares (cardíacas, lisas e 
esqueléticas) e células ganglionares, onde passam por mais ciclos de 
multiplicação intracelular. 
O ciclo de transmissão é completado quando tripomastigotas 
circulantes são tomados em refeições de sangue por vetores de 
 
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 33 
 
triatomíneos. Os vertebrados silvestres, como o tatu e o guaxinim, e os 
animais domésticos (principalmente cães e gatos) servem como 
reservatórios para o T. cruzi. 
 
Figura 4. ciclo de vida de T. cruzi. Fonte: https://pt.slideshare.net/KROLZITA/doena-
de-chagas-5834735 
 
Mecanismo de transmissão 
De acordo com Neves et al. 2005, a doença de Chaga transmite-se por: 
transmissão sanguínea, transplante, coito, transmissão pelo vetor, 
acidentes laboratório, transmissão congênita e transmissão oral. 
 
Manifestações clínicas 
Murray et al. 2017 refere que a doença de chagas pode ser 
assintomática, aguda ou crónica. Um dos primeiros sinais é o 
desenvolvimento de uma área eritematosa e endurecida, chamada de 
chagoma, no local da picada do inseto. Esta doença é mais grave em 
criança com menos de 5 anos e é frequentemente vista como um 
processo agudo que acomete o sistema nervoso central (SNC). 
 
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Na fase aguda a doença de Chaga é caracterizada por febre, calafrios, 
mal-estar, mialgia e fadiga, entretanto se apresentam escassos em 
pacientes com mais de um ano. O paciente pode morrer poucas 
semanas após um ataque agudo, pode se recuperar ou pode entrar na 
fase cronica, na qual os organismos proliferam e invadem o coração, 
fígado, baço, cérebro e linfonodos. 
Na fase crônica esta infeção caracteriza-se por hepatosplenomegalia, 
miocardite e aumento do tamanho do esôfago e do cólon com resultado 
da destruição de células nervosas (p. ex. plexo de Auerbach) e de outros 
tecidos que controlam o crescimento desses órgãos. 
Megacardia e alterações eletrocardiográficas são comumente 
observadas na doença crônica. O envolvimento do SNC, produz 
granulomas no cérebro, com formação de cistos e meningoencefalite. 
A morte resultante da doença de chagas crônica é uma consequência 
da destruição tecidual que ocorre em muitas áreas invadidas pelos 
organismos, e a morte repentina resulta de um bloqueio cardíaco 
completo e de dano cerebral. 
 
Tratamento 
Estão disponíveis dois fármacos para o tratamento da doença de 
Chagas: nifurtimox e benznidazol ambos de uso oral (KRATZ et al., 
2018; ANTINORI et al., 2017; MURRAY, 2017). 
O nifurtimox é administrado 8 a 10 mg/kg/dia em adultos, 12,5 mg / kg 
por dia em adolescentes e 15 a 20 mg / kg por dia em crianças tudo com 
uma durante 90 a 120 dias (BARROSO et al., 2014). Efeitos colaterais 
incluem náuseas, vómitos, diarreia, perda de peso, irritabilidade, 
perturbações do sono, neuropatia periférica. A tolerância nas crianças 
é melhor do que adultos. 
 
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 35 
 
O benzonidazol é administrado 5 a 7 mg/kg/dia, durante 60 dias( KRATZ 
et al., 2018). Este fármaco causa com frequência reações de 
hipersensibilidade habitualmente moderada, mas que podem ser 
graves e de difícil controlo. 
 
Prevenção e controle 
 O controle dos triatomíneos, a erradicação de seus ninhos e a 
construção de casas para prevenir o alojamento dos insetos 
também são essenciais. 
 Uso de diclorodifeniltricloroetano (DDT) em casas infestadas por 
insetos tem demonstrado uma queda na transmissão da malaria 
e da doença de chagas. 
 A triagem do sangue pela utilização de meios sorológicos ou da 
exclusão de doadores de sangue provenientes de áreas 
endêmicas previne algumas infeções que poderiam estar 
associadas à transfusãoterapêutica. 
 Programas educacionais sobre a doença e sua transmissão, 
desenvolvimento para informar pessoas em áreas endêmicas. 
 O desenvolvimento de uma vacina é possível, uma vez que T. 
cruzi não apresenta a variação antigénica observada nos 
 tripanossomos africanos. 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.1 estudamos e discutimos 
fundamentalmente a doença de chagas, também conhecida como 
tripanossomíase americana, é causada pelo protozoário 
tripanossomatídeo T. cruzi que, em seu ciclo de vida natural, é 
 
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 36 
 
transmitido por vetores de triatomíneos. Estudos parasitológicos são 
úteis para confirmar casos agudos, enquanto o diagnóstico de infecção 
crônica por T. cruzi se baseia em métodos sorológicos. Não há vacina 
para prevenir a infeção, e o tratamento é restrito ao nifurtimox e ao 
benzonidazol; e, portanto, novos medicamentos eficazes com menores 
efeitos colaterais são urgentemente necessários. 
 
 
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 37 
 
Unidade temática 2.2. Leishmaniose. 
Introdução 
 Leishmanioses é uma doença tropical causadas por protozoários do gênero Leishmania 
e transmitidas por mosquitos da família dos flebotomíneos. De referir que Leishmania 
são protozoários flagelados que existem sob a forma de promastigota no hospedeiro 
inseto e sob a forma amastigota nas células macrofágicas dos hospedeiros vertebrados, 
transmitidas ao Homem por picada de insetos hematófagos dos géneros Phlebotomos 
e Lutzomynia. De acordo com BURZA (2018), existem cerca de 20 espécies do género 
Leishmania causam doença no Homem. As principais incluem: membros do complexo 
Leishmania donovani (L. donovani, L, infantum e L. chagasi) associados a doença 
sistémica (Kala-azar) habitualmente fatal sem tratamento; L. tropica e L. major, 
causadoras de lesões cutâneas geralmente benignas; e membros dos complexos L. 
braziliensis, ocasionando formas mucocutâneas da doença, frequentemente graves e 
mutilantes. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Conhecer agente etiológico e os tipos de lesihmanioses; 
 compreender o ciclo biológico do parasita leishmania; 
 Conhecer as principais manifestações clinicas da leishmaniose cutânea, 
visceral e mucocutânea; 
 Conhecer o tratamento e medidas preventivas. 
 
Agente etiológico 
Para REYS (2010) os protozoários que causam as leishmaníases humanas são 
flagelados da familia Trypanosomatidae do gênero Leishmania caracterizados 
por apresentarem apenas duas formas durante seu ciclo vital: 
 
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a) forma amastigota, quando os parasitos estão no interior das células dos 
hospedeiros vertebrados; 
b) forma promastigota, quando se desenvolvem no tubo digestivo dos 
hospedeiros invertebrados (insetos flebotomíneos), bem como nos meios de 
cultura. 
Modo de transmissão 
LISBOA et al. (2016) refere que as Leishmanias são transmitidas aos animais e 
aos homens pela picada dos flebotomínios pertencentes à ordem díptera da 
família Psychodidae, denominados flebótomos na linguagem vulgar. 
Leismaniose pode ser transmitido por transfusão sanguínea, transmissão vertical 
e por acidente de laboratório (BARROSO et al., 2014). Usuários de drogas 
transmitem a leishmaniose por meio do compartilhamento de agulhas (FERRAR 
et al.,2014). 
 
Período de incubação 
Este período, que corresponde ao tempo decorrido entre a picada do inseto e o 
aparecimento de lesão inicial, varia entre duas semanas e três meses (NEVES, 
2005). 
 
Ciclo de vida 
Os ciclos de vida das leishmânias são muito semelhantes nas leishmanioses 
cutânea, mucocutânea e visceral (MURRAY et al, 2017). Possuem ciclo biológico 
heteroxênico necessitando assim de dois hospedeiros (figura 5), um vertebrado, 
representado por canídeos silvestres e domésticos, além de roedores e humanos, 
e de um invertebrado, representado pelo inseto vetor (LISBOA et al., 2016). 
Os dois tipos de transmissão existentes para a leishmaniose visceral são: ciclo 
zoonótico, onde a doença é transmitida ao homem a partir de um vetor que fez 
 
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o repasto sanguíneo em reservatório animal e o ciclo antroponótico, onde é 
transmitida de homem para homem através do vetor. 
Durante o processo de alimentação do flebotomíneo é que ocorre a transmissão 
do parasita. Na tentativa da ingestão do sangue, as formas promastigotas são 
introduzidas no local da picada. Dentro de quatro a oito horas, estes flagelados 
são interiorizados pelos macrófagos teciduais. A saliva do flebotomíneo possui 
neuropeptideos vasodilatadores que atuam facilitando a alimentação do inseto 
e ao mesmo tempo imunossuprimindo a resposta do hospedeiro vertebrado; 
desta forma, exerce importante papel no sucesso da infectividade das 
promastigotas metaciclicas. 
O macrófago estende pseudópodos que envolvem o parasito, introduzindo-o 
para o seu interior, envolto pelo vacúolo fagocitário. Rapidamente as formas 
promastígotas se transformam em amastígotas que são encontradas 24 horas 
após a fagocitose. 
 Dentro do vacúolo fagocitário dos macrófagos, as amastigotas estão adaptadas 
ao novo meio fisiológico e resistem a ação destruidora dos lisossomas, 
multiplicando se por divisão binaria até ocupar todo o citoplasma. O núcleo do 
macrófago chega a deslocar-se do centro, para dar lugar ao vacúolo com as 
amastígotas. Esgotando-se sua resistência, a membrana do macrófago se rompe 
liberando as amastígotas no tecido, sendo novamente fagocitadas, iniciando no 
local uma reação inflamatória. 
 
 
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Figura 5. ciclo de vida do parasita Leishmania. Fonte: Martins & Lima (2013). 
 
Manifestações clínicas 
Dependendo da espécie de Leishmania envolvida, a infeção pode resultar em 
uma doença cutânea, cutânea difusa, mucocutânea ou visceral. 
A leishmaniose visceral é caracterizada principalmente por febre – que pode 
assumir os mais variados padrões e é frequentemente pouco valorizada-, 
aumento progressivo do baço com dor abdominal, anemia, perda de peso e 
apatia. Sem tratamento, a progressão resulta em morte por infeção secundária. 
A maioria das infeções é subclínica, com cura espontânea, ou seguida de período 
quiescência; a imunossupressão, seja ela iatrogénica, associada à destruição 
proteico-calórica, ou relacionada com coinfecção pelo HIV, pode ativar a infeção 
latente. 
As formas cutâneas são caracterizadas por lesões ulceradas típicas, mais muitas 
apresentações (formas secas, lupoides, pseudotumorais, etc.) são possíveis. Nas 
formas mucocutâneas há ulceração progressiva de mucosa oral ou faríngea, 
 
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surgindo meses ou anos após a lesão cutânea inicial, tipicamente com destruição 
do septo nasal. 
 
Epidemiologia 
As leishmanioses estão presentes nas zonas intertropicais e temperadas do Novo 
Mundo (Américas) e Velho Mundo (África, Eurásia) (BARROSO et al.2014). Em 
todo o mundo um total de 350 milhões de pessoas encontram-se em áreas de 
risco. Estima-se que 500.000 novos casos ocorrem anualmente, com cerca de 
59.000 óbitos em vários países da Europa, Ásia, Oriente Médio, África e Américas, 
dos quais mais noventa por cento dos casos ocorrem em apenas cinco países: 
Índia,Bangladesh, Nepal, Sudão e Brasil (figura 6) (LISBOA et al., 2016). 
A leishmaniose visceral humana é endêmica nas regiões tropicais e subtropicais 
da Ásia, África, Américas Central e do Sul (figura 7). No Sul da Europa mais de 70% 
dos casos em adultos estão associados à infeção por HIV e mais de 9% dos 
pacientes com AIDS também são acometidos por esta endemia. 
Na sua maioria, as leishmânias são parasitas dos canídeos selvagens ou 
domésticos ou de roedores, constituindo zoonoses. 
 
 
Figura 6. Distribuição geográfica da leishmanias visceral em todo o mundo em 2016 
 
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 42 
 
Fonte: BURZA et al., 2018 
 
 
Figure 7. Distribuição geográfica da leishmanias cutânea em todo o mundo em 2016. 
Fonte:https://www.who.int/leishmaniasis/burden/Status_of_endemicity_of_CL_worldwide_20
16with_imported_cases.pdf?ua=1 
 
Tratamento 
O fármaco de escolha para todas as formas de leishmanioses é o composto 
antimonial pentavalente estibogluconato de sódio (Pentostam). 
A terapia-padrão para o tratamento da leishmaniose cutânea consiste em 
injeções de compostos antimoniais diretamente na lesão ou por via parenteral. 
Há pouco tempo, o fluconazol e a miltefosina se mostraram eficazes. Entre 
outros fármacos estão a anfotericina B, a pentamidina e várias formulações de 
paromomicina. 
O estibogluconato permanece como fármaco de escolha para o tratamento da 
leishmaniose mucocutânea, tendo como alternativa a anfotericina B. 
 
Prevenção e controle 
A Prevenção a nível individual apela redução do contacto Homem – vetor 
(repelentes, inseticidas, redes mosquiteiras). O controlo das leishmanias 
requer ações complexas de controlo vetorial combinadas com a redução ou 
eliminação do reservatório animal. 
 
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Sumário 
Nesta Unidade temática 2.2 estudamos e discutimos 
fundamentalmente a leishmaniose é uma zoonose relatada 
principalmente em países de clima tropical e sistêmica. 
Estas enfermidades são provocadas por protozoários do gênero 
Leishmania, que de acordo com a espécie podem produzir 
manifestações cutâneas, mucocutânea, cutânea difusa e viscerais. 
transmitida por flebotomínios. Por ser uma zoonose que afeta tanto o 
homem quanto os animais. Estima-se que no mundo tem por ano 2 
milhões de novo casos. Mais que 350 milhões de pessoas vivem em 
áreas com transmissão de Leishmania e casos são relatados em 98 
países da América do Sul, África, sul da Europa e Ásia. A doença é 
relacionada à pobreza e é uma das "Doenças Tropicais Negligenciadas". 
Leishmanioses são frequentemente classificados pela sua localização 
geográfica, Velho Mundo (Europa, Ásia e África) ou no Novo Mundo 
(Américas). Pelo menos 20 espécies do gênero Leishmania são 
patogênicas para os humanos. 
 
 
 
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Unidade temática 2.3. Malária 
Introdução 
A malária é um problema de saúde a nível mundial significativo com uma carga de doenças 
substancial em todo o mundo. Em 2017, houve aproximadamente 219 milhões de casos de 
malária, responsáveis por cerca de 435000 mortes, a maioria no continente africano (World 
Malaria Report 2018). A malária resulta da infecção por parasitas unicelulares pertencentes 
ao gênero Plasmodium . Sabe-se que cinco espécies de Plasmodium causam doenças em 
humanos: P. falciparum, P. vivax , P. ovale , P. malariae e P. knowlesi . Globalmente, P. 
falciparum e P. vivax são responsáveis pela maioria dos casos de malária. Enquanto P. falciparum 
é responsável por mais mortes, P. vivax é a mais disseminada de todas as espécies de malária, 
pode causar infecções graves e até fatais e resulta em significativa morbidade e mortalidade 
global. 
 
Ao final desta unidade temática o leitor deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Conhecer agente etiológico da malária; 
 Conhecer o ciclo biológico e modo de transmissão; 
 Conhecer manifestações clinicas da malária; 
 Conhecer tratamento da malária e medidas preventivas. 
 
Agente etiológico 
Segundo TRAMPUZ et al. (2003), malária é uma doença causada por 
protozoários intraeritrocitários obrigatórios do gênero Plasmodium. Os 
seres humanos podem ser infectados com uma (ou mais) das seguintes 
quatro espécies: P. falciparum , P. vivax , P. ovale e P. malariae . 
 
Classificação 
Reino Protista 
 
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 Filo Apicomplexa 
 Classe Aconoidasida 
 Ordem Haemosporida 
 Família Plasmodiidae 
 Gênero Plasmodium 
 
Epidemiologia 
A malária é uma doença parasitaria com grandes impactos a nível de 
saúde publica em todo o mundo. Estima-se que 300-500 milhões de 
pessoas contraem a malária a cada ano, resultando em 1.5-2.7 milhões 
de mortes por ano a nível mundial (figura 8). Devido ao aumento das 
viagens globais e à imigração de pessoas de áreas endêmicas para 
malária, a incidência de casos importados de malária em países 
desenvolvidos aumentou. Espera-se que aproximadamente 10 000 a 30 
000 viajantes de países (TRAMPUZ et al., 2003). Segundo dados da WHO 
( 2018), refere que houve 219 milhões de casos e 435.000 mortes 
relacionadas em 2017. 
 
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Figura 8. Distribuição global do Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax Fonte: 
FARRAR et al., 2014 
 
Ciclo de vida do parasite Plasmodium 
Quando o mosquito anofelino infetado faz uma refeição de sangue, os 
esporozoítos são inoculados na corrente sanguínea. Dentro de uma 
hora, os esporozoítos penetram nos hepatócitos e começam a dividir-
se em merozoitos exoeritrocíticos (esquizogonia tecidular). Para P. 
vivax e P. ovale, formas dormentes denominadas hipnozoítas 
geralmente permanecem quiescentes no fígado até um tempo 
posterior; P. falciparumn ão produz hypnozoites. Uma vez que os 
 
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merozoitos saem do fígado, eles invadem os eritrócitos e se 
desenvolvem em trofozoítos precoces, que são em forma de anel, 
vacuolados e não-colonizados. Uma vez que o parasita começa a se 
dividir, os trofozoítos são chamados de esquizontes, consistindo de 
muitos merozoítos filhos (esquizogonia do sangue). Eventualmente, os 
eritrócitos infetados são lisados pelos merozoítas, que posteriormente 
invadem outros eritrócitos, iniciando um novo ciclo de esquizogonia. A 
duração de cada ciclo em P. falciparum é de cerca de 48 horas. Em seres 
humanos não imunes, a infeção é ampliada cerca de 20 vezes a cada 
ciclo. Depois de vários ciclos, alguns dos merozoítos se desenvolvem em 
gametócitos, o estágio sexual da malária, que não causam sintomas, 
mas são infeciosos para os mosquitos (figura 9)(TRAMPUZ et al., 2003). 
 
Figura 9. Ciclo de vida das espécies de Plasmodium causadoras de malária em 
humanos. Fonte: FRANÇA et al., 2008 
 
Modo de transmissão 
 
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A malária pode ser transmitida por via transfusional, transplacentária 
(malária congénita) durante a partilha de seringa por 
toxicodependentes ou em acidentes de laboratório, mas a transmissão 
natural faz-se principalmente pela picada de fêmeas de mosquitos 
Anopheles. 
 
Manifestações clínicas 
Os sintomas da malária são febre, calafrios,

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