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CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 1 1. Introdução a terapia cognitivo comportamental 2. Teoria Social Cognitiva 3. Sistema Multimodal 4. Teoria da Aprendizagem Social Cognitiva 5. Terapia Cognitiva de Beck 6. Técnicas Comportamentais da TCC 7. Terapia Cognitiva Para os Transtornos de Ansiedade 8. Folhas Pautadas para anotações Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 2 Terapia Cognitivo Comportamental Aplicação da teoria comportamental na clínica aprendizagem do comportamento através das consequências Reforço positivo (R+) Reforços são estímulos que aumentam a frequência de uma determinada resposta. R+ é um estimulo agradável que quando apresentado contingências a uma determinada resposta, produz um aumento da frequência dessa resposta (resposta operante). O R- (reforço negativo) são estímulos desagradáveis que quando retirados o contingente a uma determinada resposta produz um aumento da frequência dessa resposta (resposta operante). A partir do momento que as pessoas não estão tendo reforços positivos podem desenvolver patologias. O R+ aumenta a probabilidade de um comportamento ter uma recompensa, aplicado na clínica de bebes até idosos. O que deve ser analisado para o reforço? Necessidade do caso Faixa etária Tipos de reforços: naturais (ou primários), sociais e arbitrários. Os naturais são ligados as necessidades básicas (comer, dormir...); os reforços sociais são questões de sobrevivência ou elogios; um reforço pode substituir o outro. Para instalar um comportamento (quando ainda não existe o comportamento desejado), usa-se reforço positivo e continuo (importante que seja continuo – mais de uma vez). É importante discutir sobre os reforçadores em psicoterapia, para que a pessoa desenvolva o auto reforçador e não precisa de terceiro para sempre reforçar determinados comportamentos. Se possível, é importante fazer um esquema de auto reforço. Após parear um reforço com o outro (natural com social) muda-se o comportamento. R+ Ap Sap as aumentam comport. R- Ret Sav Legenda: S – estímulos; Ap – apetitosos; Av – aversivo. Ret – retirada; Reforço positivo: aumenta o comportamento apresentando reforços / algo apetitoso / bom. Reforço negativo: Aumenta a frequência do comportamento, mas sem ganhar nada (retira o estimulo aversivo), não fazer prova porque o comportamento foi bom (mesmo assim a flecha continua para cima). P + Ap Sav diminuir o comportamento P - Ret Sap Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 3 Legenda: P – punição ; Ap – apetitoso; S – estimulo, Av- aversivo; Ret – retirada Punição positiva: apresenta algo ruim com objetivo de diminuir comportamento; causa vergonha (choques, tapas.) Precisa ser evitado por ser extremamente ruim. Punição negativa: retirada de um estimulo que é bom. Generalização de estímulos: uma resposta é emitida na presença de novos estímulos que partilham alguma propriedade física com estimulo discriminativo, na presença do qual a resposta fora reforçada no passado. Um indivíduo generaliza quando emite uma mesma resposta na presença de estímulos que se parecem com um estimulo discriminativo. Exemplo: mãe, mulher e terapeuta → coloca tudo no mesmo pacote e generaliza os comportamentos, trata da mesma maneira, espera as mesmas respostas, etc. Estimulo discriminativo: contexto do comportamento operante, estímulos que sinalizam uma dada resposta que será reforçada. Evoca o comportamento sinalizando a resposta reforçada. (Ex: gritar com a esposa e não obter resposta, o não obter resposta é o reforço então continua a gritar. Então tenta gritar com a terapeuta a fim de não obter respostas também). OBSERVAÇÃO: O QUE CAI EM PROVA: casos para ver R+ e R-; P+ e P- TIPOS DE REFORÇAMENTO Reforço continuo Reforça toda vez, quando fizer algo para superar (exemplo: deixar de roer a unha); se superou uma dificuldade se reforça; casos graves. Nos casos de reforço continuo toda resposta é seguida de reforçador. (Caso do namorado amoroso que toda vez aceita o convite da sua namorada – sempre é seguido de reforçador, ou seja, são continuamente reforçadas.) Reforço intermitente No esquema de reforço intermitente, algumas respostas são reforçadas e outras, não. Durante o dia-dia nem todos os comportamentos que é emitido recebem reforços, apenas algumas respostas são seguidas de reforço. A cada 10x que fizer reforça; a cada 1 mês que ficar sem roer unha reforça; geralmente é utilizado depois do continuo. São quatro tipos de reforçamento intermitente: 1) Razão fixa → a cada 3x que não pegar na maçaneta reforça; Neste caso, o número de respostas exigido para apresentação de cada reforçador é sempre o mesmo. 2) Razão variável → reforço apresentado em tempo variável; é muito mais comum no cotidiano, o número de respostas entre cada reforçador se modifica, ou seja, varia. Ex: pentear o cabelo, escovar o dente, fazer pedidos, dar ordem, etc. 3) Intervalo fixo → requisito para que uma resposta seja reforçada é o tempo decorrido desde o último reforçamento, o período entre o último reforçador e a disponibilidade do próximo é sempre o mesmo. Ex: programas de TV (novela começa sempre as 21h), salários (sempre recebe a cada 15 dias). 4) Intervalo variável → similar ao fixo com a diferença que os intervalos entre o último reforçador e a próxima disponibilidade não Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 4 são os mesmos, ou seja, são variáveis. Ex: um determinado filme passar na TV, achar uma música legal no rádio. Extinção Não pode liberar reforço positivo, se não o comportamento volta. É a suspensão de uma consequência reforçadora anteriormente produzida por um comportamento. Tem como efeito o retorno da frequência do comportamento ao seu nível operante. Ex: se nossos pedidos ou ordens não forem atendidas, provavelmente a emissão cessará, mas se houver um reforçamento positivo no meio, volta a ser emitido. Modelagem É uma técnica usada para se ensinar um comportamento por meio de reforço diferencial de aproximações sucessivas do comportamento alvo; precisa ter enfrentamento e fazer dia após dia e reforçando conforme vai tendo enfrentamento e dando certo, causa satisfação. Esse processo vai modificando o comportamento passo a passo. Ex: pais reforçam o balbuciar do bebê exigindo cada vez mais sequencias de sons, quando alguém bate o carro e não quer mais dirigir (um dia olha o carro, no outro pega a chave, no outro só entra, só liga...) Albert Bandura- Teoria Social Cognitiva Psicólogo canadense Nasceu: 1925 – Província de Alberta – Canadá A abordagem comportamental de Bandura é uma teoria de aprendizagem social, que investiga o comportamento como adquirido e modificado num contexto social. Embora Bandura, assim como Skinner, reconheça que muito aprendizado ocorra como resultado de reforçamento, ele também enfatiza que praticamente todas as formas de comportamento podem ser aprendidas sem que se experiencie diretamente qualquer reforço. Skiner Bandura Estimulo → respostas A abordagem de Bandura é chamada também de aprendizagem observacional, indicando a importância, nesse processo, da observação do comportamento de outras pessoas. Não precisaser reforçado diretamente, só de olhar já é um reforço. Ao invés de experienciarmos reforços para cada uma de nossas ações, aprendemos através de reforço vicariante (ou aprendizagem vicariante), observando o comportamento de outras pessoas e as consequências dele. Reforço vicariante: aprende através do que é visto, aumenta as possibilidades positivas e negativas e depende do que vai selecionar (seleciona o negativo e o positivo também). Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 5 Estimulo → pensamento → resposta Mediação Medía aquilo que observo; Avalio se é + ou – Observação: a mediação é o pensar se é bom ou não (tomar um tapa e revidar rapidamente → não houve mediação). O enfoque na aprendizagem por meio de observação ou exemplos, e nem sempre de reforço direto, é uma característica particular da teoria de Bandura. Diferentemente de Skinner, para Bandura os processos cognitivos internos ou de pensamento podem influenciar a aprendizagem de observação. Não imitamos automaticamente os comportamentos que vemos outras pessoas efetuarem; ao invés disso tomamos uma decisão consciente de nos comportarmos da mesma forma. Na abordagem de aprendizagem social da personalidade é importante a avaliação de variáveis comportamentais e cognitiva. Não há uma ligação direta entre estímulo e resposta ou entre comportamento e reforço, como Skinner propôs. Nossos processos cognitivos fazem mediação entre ambos. Bandura apresenta uma forma menos extrema de comportamentalismo que a de Skinner. Ele enfatiza a observação dos outros como meio de aprendizagem, a qual considera que é mediada por processos cognitivos. Para Bandura, a maior parte dos comportamentos humanos é aprendido por meio de exemplos, seja intencional ou acidentalmente. Aprendemos ao observar as outras pessoas e ao modelarmos nosso comportamento pelo delas. Modelamos nosso comportamento através do comportamento de outra pessoa, isso pode ser intencional (clinica- programado) ou acidentalmente Modelação: técnica de modificação de comportamento que envolve observar o comportamento de outros (chamados modelos) e com eles tomar parte no desempenho do comportamento desejado. Oferecer modelos que sejam seguros para seguir Modelação modelagem É uma técnica usada para se ensinar um comportamento por meio de reforço diferencial de aproximações sucessivas do comportamento alvo. Estudos com João-bobo Por meio da modelação, observando o comportamento de um modelo e repetindo esse comportamento, é possível adquirir respostas que nunca desempenhamos anteriormente e reforçar ou enfraquecer as já existentes. A demonstração de modelação de Bandura utiliza um boneco joão-bobo plástico e inflável que mede um pouco mais de um metro de altura. Os avaliados iniciais eram crianças de pré- escola, que assistiram a um adulto bater e chutar o boneco. Enquanto o atacava, o modelo adulto gritava: “Dê um soco no nariz dele e jogue-o para cima”. Quando as crianças Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 6 eram deixadas sozinhas com o boneco, modelavam seu comportamento a partir do exemplo que haviam observado. O comportamento delas era comparado ao de um grupo controle de crianças que não haviam visto o modelo atacar o joão-bobo. Verificou-se que o grupo experimental era duas vezes mais agressivo que o de controle. A intensidade do comportamento agressivo permaneceu a mesma nos submetidos a experimento, independentemente de o modelo ter sido visto ao vivo, na televisão ou como um personagem de desenho animado. **Observa, faz igual e se der certo é reforçado. É possível adquirir respostas que nunca desempenhamos anteriormente e reforçar ou enfraquecer as já existentes. As crianças deixadas sozinhas com o boneco modelavam o comportamento dos adultos. Tanto a agressividade quanto os afetos são modelados, pode-se aprender coisas boas ou ruins. Bandura demonstrou com pesquisa que pais e mães de crianças inibidas eram inibidos e que pais e mães de crianças agressivas eram agressivos. Desinibição: refere-se ao enfraquecimento de inibições ou constrangimentos por meio da observação do comportamento de um modelo. Exemplo: as pessoas numa multidão podem iniciar um tumulto, quebrando vidraças e gritando, exibindo comportamentos físicos e verbais que jamais apresentariam isoladamente. São mais propensas a se livrarem de suas inibições contra o comportamento agressivo se virem pessoas fazendo o mesmo. A massa tem muito poder de desinibição. São muitos comportamentos adquiridos (NÃO SÃO TODOS). Com base em muitas pesquisas, Bandura concluiu que muitos comportamentos – bons e maus, normais e anormais – são adquiridos por meio de imitação do comportamento de outras pessoas. Desde a infância desenvolvemos respostas a modelos que a sociedade nos oferece, tendo inicialmente os pais como modelos, aprendemos sua língua e nos tornamos socializados por meio dos costumes e comportamentos aceitáveis de nossa cultura. As pessoas que se desviam das normas culturais adquirem seu comportamento da mesma forma que todas as demais, a diferença é que as pessoas que se desviam seguiram modelos que o resto da sociedade considera indesejável. Bandura critica o tipo de sociedade que fornece modelos errados para as crianças, particularmente os exemplos típicos de comportamento violento tão comuns na televisão, em cinemas e videogames. Comportamentos altamente complexos não são imitados tão prontamente quanto os mais simples. Os comportamentos hostis e agressivos tendem a ser imitados com mais vigor, especialmente por crianças. Características da situação de modelação Para Bandura três fatores influenciam na modelação: 1. As características dos modelos: influenciam nossa tendência a imitá-los. Na vida real é provável que sejamos mais influenciados por quem parece ser mais semelhante a nós do que por alguém que seja, de maneira significativa, claramente diferente de nós. Modelos do mesmo sexo e/ou da mesma idade são mais propensos a influenciar nosso comportamento. Status e prestígio também são modelos importantes. Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 7 2. As características dos observadores: os atributos dos observadores também determinam a eficácia da aprendizagem de observação. As pessoas com autoconfiança e auto-estima baixas são muito mais propensas a imitar o comportamento de um modelo do que aquelas com autoconfiança e auto-estima altas. 3. As consequências recompensadoras associadas aos comportamentos: um modelo de elevado status pode nos levar a imitar um determinado comportamento, mas se as recompensas não tiverem significado para nós interromperemos o comportamento e seremos menos propensos a ser influenciados por aquele modelo no futuro. Na abordagem de Bandura quanto à personalidade, o self não é uma espécie de agente psíquico que determina ou que causa o comportamento, mas sim um conjunto de processos e estruturas cognitivos relacionados a pensamento e percepção. Dois aspectos importantes do self são o auto- reforço e a auto-eficácia. Auto-reforço: administração de recompensa ou punição a si mesmo por satisfazer, superar ou frustrar as próprias expectativas ou padrões. O auto-reforço é tão importante quanto o reforçoadministrado pelos outros, especialmente para crianças mais velhas e adultos. O reforço auto-administrado pode ser tangível, como um novo par de tênis ou um automóvel, ou ser emocional, como orgulho e satisfação por um trabalho bem feito. A punição auto-administrado pode expressar- se como vergonha, culpa ou depressão por não nos comportarmos da maneira como desejaríamos. Auto-eficácia: nosso sentimento de adequação, eficácia e competência para lidarmos com a vida. A satisfação e a manutenção dos nossos padrões de desempenho realçam a auto-eficácia; já os fracassos em satisfazer os nossos padrões de desempenho reduzem a auto-eficácia. É formado desde bebê e alguns comportamentos e características colaboram para a formação (tanto para baixa quando para elevada). • Auto eficácia baixa (sentem-se desamparadas- relação com a depressão) • Auto eficácia elevada As pessoas com auto-eficácia baixa sentem- se desamparadas, incapazes de exercer controle sobre os eventos da vida, acham que qualquer esforço que façam será em vão. Quando encontram obstáculos desistem rapidamente caso a sua primeira tentativa de contorná-los seja ineficaz. As pessoas com auto-eficácia extremamente baixa nem sequer tentarão contornar os problemas, pois estão convencidas de que nada que fizerem modificará algo. As pessoas com elevada auto-eficácia acreditam que podem lidar com eventos e situações satisfatoriamente. Já que esperam ser bem-sucedidas na superação de obstáculos, são perseverantes em suas tarefas e muitas vezes apresentam desempenho de alto nível. Encaram as dificuldades como desafios, e não como ameaças, e buscam ativamente situações novas. O julgamento sobre nossa auto-eficácia baseia-se em quatro fontes de informação: 1. Aquisição de desempenho: experiências prévias de sucesso oferecem indicações diretas sobre nosso nível de domínio e competência. Realizações anteriores atestam Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 8 nossa capacidade e fortalecem nossos sentimentos de auto-eficácia. Fracassos prévios, particularmente repetidos na infância, diminuem nossa auto-eficácia. Fracassos breves na vida adulta podem reduzir a auto- eficácia. Experiências boas fortalece, uma criança pequena conforme vai adquirindo as experiências, vai mostrando que é capaz. 2. As experiências vicariantes: ver outras pessoas apresentarem bom desempenho fortalece a auto-eficácia, particularmente se as pessoas que observamos são semelhantes em capacidade. É como se disséssemos: “Se eles fazem eu também faço”. Em contraposição, ver outras pessoas fracassarem pode reduzir a auto-eficácia: “Se eles não conseguem fazer, eu também não consigo”. 3. A persuasão verbal: que significa lembrar as pessoas que elas possuem a capacidade de alcançar o que quer que seja, pode realçar a auto-eficácia. Esta deve ser a mais comum entre as quatro fontes de informação, e é frequentemente fornecida pelos pais, professores, cônjuges, treinadores, amigos e terapeutas que dizem: “Você consegue fazer isso”. Para ser eficaz a persuasão verbal precisa ser realista. 4. Estimulação fisiológica e emocional: quanto maior o medo, a ansiedade ou a tensão que experienciarmos numa determinada situação, menos nos sentimos capazes de lidar com ela. Quanto mais calmos nos sentimos maior a nossa auto-eficácia. Bandura concluiu que certas condições aumentam a auto-eficácia: • Expor as pessoas a experiências bem- sucedidas estabelecendo objetivos alcançáveis aumenta o desempenho satisfatório. • Expor as pessoas a modelos adequados que são bem-sucedidos realça as experiências vicariantes de sucesso. • Oferecer persuasão verbal incentiva as pessoas a acreditar que possuem habilidade de um desempenho satisfatório. • Fortalecer a estimulação fisiológica por meio de dieta apropriada, redução de estresse e programas de exercício aumenta a força, a resistência e a capacidade de lidar com as situações. Os estágios de desenvolvimento de modelação e auto-eficácia INFÂNCIA: Durante a infância, a modelação limita-se à imitação direta. Os bebês ainda não desenvolveram a capacidade cognitiva (os sistemas de representação de imagens mentais e de representação verbal) necessária para imitar o comportamento de um modelo algum tempo depois de observá- lo. Por volta dos dois anos, as crianças já desenvolveram suficientemente os processos de atenção, retenção e produção para começar a imitar um comportamento algum tempo depois da exposição a ele, e não imediatamente. As crianças menores são primordialmente reforçadas com estímulos físicos, tais como comida, afeição ou punição. As maiores associam reforçadores físicos positivos a sinais de aprovação proveniente de modelos significativos e reforçadores indesejados a sinais de desaprovação. Mais tarde essas recompensas ou punições tornam-se auto administradas. A auto-eficácia se desenvolve gradualmente, os bebês começam a desenvolvê-la à medida que buscam exercer maior influência sobre os seus ambientes físico e social. Descobrem as consequências de suas próprias habilidades física e social e sua competência na linguagem. Idealmente, os pais são compreensivos com as atividades de seus Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 9 filhos em crescimento e as suas tentativas de comunicação e lhes fornecerão ambientes estimulantes que permitirão a eles a liberdade de crescer e fazer explorações. As experiências iniciais de construção de auto-eficácia são centradas nos pais. A importância da influência dos pais diminui à medida que o mundo do bebê se expande e admite modelos adicionais, como irmãos, amigos e outros adultos. Entre amigos, as crianças mais experientes e bem-sucedidas em tarefas e jogos constituem-se em modelos de elevada eficácia para outras crianças. Os amigos fornecem pontos referenciais de comparação para se avaliar o próprio nível de realização. Os professores influenciam julgamentos de auto-eficácia por meio de seu impacto sobre o desenvolvimento de capacidade cognitiva e capacidade de resolução de problemas, as quais são vitais para a atuação satisfatória de um adulto. Muitas vezes, as crianças classificam sua própria competência em termos das avaliações que os professores fazem delas. Para Bandura, as escolas que efetuam agrupamentos segundo a capacidade debilitam a auto-eficácia e a autoconfiança dos alunos classificados em grupos mais baixos. ADOLESCÊNCIA: As experiências de transição da adolescência implicam lidar com novas demandas e pressões, desde um maior interesse sexual até a escolha de faculdade ou carreira a seguir. Os adolescentes têm de estabelecer novas competências e avaliações para suas habilidades. Bandura observou que o sucesso deste estágio depende do nível de auto-eficácia estabelecido durante a infância. VIDA ADULTA: Bandura dividiu a vida adulta em dois períodos, adulta jovem e meia idade. A primeira compreende adaptações como casamento, paternidade ou maternidade e ascensão profissional. É necessário que exista elevada auto-eficácia para que essas experiências apresentem resultados positivos, caso contrário a pessoa não será capaz de lidar com essas situações adequadamente, e é provável que não consiga se adaptar. Os anos da meia-idade também são estressantes, pois as pessoas reavaliam sua carreira e sua vida familiar e social. Conforme nos confrontamos com nossas limitações e redefinimos nossos objetivos, temos de reavaliar nossas aptidões e encontrar novas oportunidades para melhorar a auto-eficácia. VELHICE: As reavaliações de auto-eficáciana velhice são difíceis. O declínio das capacidades mental e física, a aposentadoria e o afastamento da vida social exigem nova auto avaliação. Uma diminuição de auto- eficácia pode posteriormente afetar os funcionamentos físico e mental. Por exemplo: a autoconfiança reduzida quanto ao desempenho sexual pode levar a uma redução da atividade sexual. PARA BANDURA, AUTO-EFICÁCIA É O FATOR CRUCIAL NA DETERMINAÇÃO DO SUCESSO OU FRACASSO AO LONGO DE TODA A VIDA. Modificação do comportamento É o comportamento ou o sintoma, e não nenhuma suposta neurose interna, o alvo da abordagem social. Para Bandura, se a modelação é a forma como originalmente aprendemos nossos comportamentos, então ela também deve ser um modo eficaz de reaprender ou modificar o comportamento. Bandura aplicou técnicas de modelação para eliminar medos e outras reações emocionais intensas. Num estudo inicial, crianças que temiam cachorros observavam uma criança da mesma idade brincando com um cachorro. Enquanto os avaliados assistiam, a uma Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 10 distância segura, o modelo fazia movimentos cada vez mais destemidos com relação ao cachorro. O medo que os observadores tinham de cachorro reduzia-se consideravelmente como resultado dessa situação de aprendizagem por observação. Uma técnica denominada participação guiada implica assistir a um modelo vivo e depois participar com ele. Por exemplo: para tratar uma fobia de cobras, pessoas assistem, através de uma janela, a um modelo vivo manipular uma cobra. Elas entram no cômodo com o modelo e observam a manipulação da cobra a uma curta distância, usando luvas são convencidas a tocar o meio da cobra, enquanto o modelo segura sua cabeça e seu rabo. No final tocam a cobra sem luvas. Em uma outra técnica chamada modelação encoberta, as pessoas são instruídas a imaginar um modelo lidando com uma situação temida ou ameaçadora; elas não veem, realmente, um modelo. A modelação encoberta vem sendo utilizada para tratar fobias de cobras e inibições sociais. As pessoas que têm alguma fobia duvidam de sua auto-eficácia nessas situações de medo e têm pouca confiança em sua habilidade de lidar com a raiz da fobia. Aliviar esses medos nas pessoas expande o seu ambiente e eleva sua auto-eficácia. A terapia de modelação, particularmente usando técnicas de filme e de vídeos oferece várias vantagens práticas. Para citar algumas: comportamentos complexos podem ser vistos como um todo, os filmes podem ser repetidos para muitas pessoas e podem ser usadas com grupos, economizando tempo e dinheiro ao tratar pessoas com o mesmo problema. De acordo com pesquisas, os resultados indicaram que, como a auto-eficácia das pessoas aumentou durante o tratamento, elas tornaram-se cada vez mais capazes de lidar com a fonte de medo. Foi o próprio processo terapêutico que elevou a sua auto-eficácia. Questões sobre a natureza humana O comportamento é controlado pela pessoa, por meio de processos cognitivos, e pelo ambiente, por meio das situações sociais externas, Bandura chama essa noção de determinismo recíproco. Tanto as pessoas como o seu ambiente são determinantes recíprocos uns dos outros. AMBIENTE PESSOA Depois, ele introduziu a noção de reciprocidade triádica, na qual três fatores interagem: comportamento, processos cognitivos e variáveis situacionais ou ambientais. Codificamos e representamos simbolicamente os eventos externos e antecipamos que um determinado comportamento nos trará uma determinada resposta. Assim, escolhemos e modelamos nosso comportamento para receber reforço e evitar punição. Bandura propõe que a maioria dos comportamentos é aprendida (com exceção dos reflexos básicos) e que fatores genéticos têm uma importância secundária. No entanto, reconhece que fatores hereditários, como tipo de corpo, maturação física e aparência, podem influenciar os reforçadores que as pessoas recebem, particularmente na infância. Experiências infantis são importantes na teoria de Bandura. Nossos padrões internos de desempenho, que influenciam nossa auto-eficácia, são estabelecidos na infância, juntamente com um conjunto de comportamentos ideais. Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 11 No entanto, é possível que experiências infantis sejam desaprendidas ao longo da vida e que novos padrões de desempenho e comportamentos venham a substituí-las. PODEMOS INFERIR QUE NOSSO OBJETIVO FUNDAMENTAL E DEFINITIVO NA VIDA É ESTABELECER PADRÕES DE DESEMPENHO REALISTAS, DE MODO A MANTER UM NÍVEL ADEQUADO DE AUTO- EFICÁCIA. Questões 1. Como Bandura concebia a personalidade? 2. Descreva como a modelação pode ser utilizada para modificar o comportamento. Dê dois exemplos específicos. 3. Descreva os três fatores que influenciam na modelação. 4. Explique auto-reforço e auto-eficácia. OBSERVAÇÃO QUE CAI EM PROVA: sobre a personalidade Bandura fala sobre modelação, observação e experiências vicariantes, auto eficácia. Arnold Allan Lazarus - O Sistema Multimodal Terapia Multimodal de Arnold Lazarus Nasceu em 1932 – Joanesburgo – África do Sul Terapia Multimodal criada em 1976. A terapia multimodal não oferece nova teoria, nem novos postulados, ela é e sempre se baseou firmemente, e de modo constante, na teoria do aprendizado social e outros conceitos da terapia comportamental. Faz uma agregação das teorias mais importantes. BASIC I.D. Basicamente, somos organismos biológicos (entidades bioquímico-neurofisiológicas) que: 1. Se comportam (agem e reagem); 2. Se emocionam (experimentam respostas afetivas); 3. Sentem (respondem a estímulos táteis, olfativos, gustativos, visuais e auditivos); 4. Imaginam (invocam visões, sons e outros eventos em sua imaginação); 5. Pensam (nutrem crenças, opiniões, valores e atitudes); Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 12 6. Interagem com um outro (desfrutam, toleram ou experimentam vários relacionamentos interpessoais). Referindo-nos a estas seis dimensões ou modalidades distintas, porém interativas, como: 1. Behavior (comportamento); 2. Affect (Afeto); 3. Sensation (Sensação); 4. Imagery (imagem); 5. Cognition (Cognição) – são afirmativas muito fortes. 6. Interpersonal (Interpessoal); E acrescentando uma sétima modalidade: 7. Drugs-Biology (Drogas-Biologia) – relacionado a saúde. Assim surge a conveniente monograma BASIC I.D. a partir das letras iniciais. Muitas abordagens psicoterápicas são trimodais, dirigidas ao afeto, comportamento e cognição. A abordagem multimodal oferece aos clínicos um padrão abrangente que lhes permite pinçar problemas evidentes que pedem correção. Separando as sensações das emoções, distinguindo entre imagens e cognições, enfatizando os comportamentos tanto individuais como interpessoais, e remarcando o substrato biológico, a orientação multimodal tem maior alcance. Os elementos de uma avaliação completa, ainda que rápida, envolvem a seguinte gama de perguntas: Observação: NÃO NECESSARIAMENTE PRECISA TRABALHAR COM AS 7 MODALIDADES JUNTAS. Pode ser com algumas só. B: Comportamento (Behavior). O que este indivíduo está fazendo para atrapalhar sua felicidade ou realização pessoal (ações de auto frustração, comportamentos desajustados?); O que o cliente precisa aumentar ou diminuir? O que ele precisaria parar de fazer ou começar a fazer? A: Afeto. Que emoções (reações afetivas) sãopredominantes? Estamos lidando com a raiva, ansiedade, depressão ou combinações das mesmas, e até que ponto (p. ex. irritação versus raiva; tristeza versus melancolia profunda?). O que parece gerar estes afetos negativos? (Certas cognições, imagens, conflitos interpessoais?). E como a pessoa responde (se comporta) quando está se sentindo de certo modo? É importante buscar processos interativos - que impacto têm vários comportamentos sobre o afeto da pessoa e vice-versa? Como isto influencia cada uma das outras modalidades? S: Sensação. Existem queixas sensitivas específicas (p.ex. tensão, dor crônica, tremores?). Que sentimentos, pensamentos e comportamentos estão ligados a estas sensações negativas? Que sensações positivas (p. ex. prazeres visuais, auditivos, táteis, olfativos e gustativos) a pessoa relata? Isto inclui o indivíduo como um ser sensual e sexual. Quando existe a demanda, a melhora ou cultivo do prazer erótico é um objetivo terapêutico viável. I: Imagem. Que fantasias e imagens são predominantes? Qual é a autoimagem da pessoa? Existem imagens específicas de sucesso ou fracasso? Existem imagens negativas ou intrusas (p.ex. flashbacks de experiências infelizes ou traumáticas)? E como estas imagens estão ligadas aos comportamentos atuais, cognições, reações afetivas, etc.? Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 13 C: Cognição. Podemos determinar as principais atitudes, valores, crenças e opiniões do indivíduo? Quais são os “pode”, “deve”, “tem que”, predominantes dessa pessoa? Existem quaisquer ideias irracionais ou crenças disfuncionais definidas? Podemos detectar quaisquer pensamentos automáticos inconvenientes que minem o desempenho da pessoa? I.: Interpessoal. Interpessoalmente, quais são os outros significativos na vida desta pessoa? O que a pessoa quer, deseja, espera e recebe deles; o que, por sua vez, a pessoa dá a eles ou faz por eles? Que relacionamentos, em particular dão a pessoa prazer e dor? D.: Drogas/biologia. Está essa pessoa biologicamente sadia e consciente de sua saúde? A pessoa tem quaisquer problemas ou queixas médicas? Quais são os detalhes pertinentes em relação à dieta, peso, sono, exercício e uso de álcool e drogas? Na avaliação multimodal, o BASIC I.D. funciona para lembrar-nos de examinar cada uma das sete modalidades e seus efeitos interativos. Uma sequência mais abrangente para a identificação de problemas é obtida solicitando à maioria dos clientes que preencham o Inventário Multimodal da História de Vida. Este questionário é dado como tarefa de casa e fornece uma análise BASIC I.D., e possibilita um plano de tratamento viável. Uma grande parte da terapia é educacional, e as questões de como e por que as pessoas aprendem e desaprendem respostas adaptativas e desadaptativas são cruciais para a intervenção terapêutica efetiva. O núcleo da terapia multimodal é didático e a suposição básica é que quanto mais as pessoas aprendem na terapia, mais amplas se tornam suas respostas de enfrentamento, e menor a tendência delas a reincidirem. A Fórmula para a psicoterapia de Lazarus: OBSERVAÇÃO: A diferença de Lazarus para outros autores é que os outros focavam 1 ou 2 aspectos, enquanto Lazarus usou as 7 modalidades que os pacientes precisavam. Primeiro: Determinar se existem problemas significativos em cada uma das sete modalidades do BASIC I.D. Segundo: Em acordo com o cliente, selecionar três ou quatro problemas principais que exigem atenção específica. Terceiro: Se indicado, certificar-se de que o paciente passe por um exame físico e, se necessário, receba medicação ou drogas psicotrópicas. Quarto: Sempre que possível, aplicar empiricamente métodos comprovados de tratamento para problemas específicos. Frequentemente, na prática, é desnecessário empregar o BASIC I.D. completo. Quando um problema significativo em uma modalidade é modificado com sucesso, um efeito de propagação pode aliviar certas dificuldades em outras modalidades do BASIC I.D. A abordagem multimodal essencialmente pergunta: 1. Quais são os problemas específicos e inter-relacionados através do BASIC I.D.? 2. Quem ou o que parece desencadear e manter estes problemas? 3. Qual parece ser o melhor caminho em cada caso individual para corrigir estes problemas? 4. Foram identificados métodos empíricos comprovados para lidar com quaisquer dessas questões? (Chega a conclusão que, por exemplo, a pessoa fica se enxergando de modo negativo. Tem Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 14 algum aspecto que poderia, dentro da TCC, ajudar a diminuir essa imaginação e passar para positiva?). Em essência, a posição multimodal incorpora os quatro princípios a seguir: 1. Os seres humanos agem e interagem através das sete modalidades do BASIC I.D. 2. Estas modalidades estão ligadas por complexas cadeias de comportamento e outros eventos psicofisiológicos, e existem em um estado de transação recíproca. 3. A avaliação acurada (diagnóstico) é atendida pela avaliação sistemática de cada modalidade e sua interação com todas as outras. 4. A terapia abrangente pede correção específica de problemas significativos através do BASIC I.D. Terapia Breve Precisa realizar mais com menos Tomar decisões e tratamentos de maneira breve, em menos sessões (1 a 15 sessões). Mesmo breve, os objetivos são atingidos; o terapeuta deve ter a sensibilidade de perceber logo o que o paciente preciso. A abordagem multimodal sempre foi relativamente breve, mas atualmente, na época dos seguros saúde, há necessidade de uma brevidade ainda maior. A terapia eficaz depende muito menos das horas empregadas e muito mais do que você coloca nessas horas. Os terapeutas breves não tentam realizar menos; eles tentam realizar “mais com menos” – o que coloca demandas significativas para o clínico “tomar muitas decisões cuidadosas e difíceis, rapidamente, sem correr com a terapia”. Lazarus vê a terapia breve como dentro de um faixa de sessões com 1 a 15 horas de duração que podem ocorrer com grande proximidade temporal ou com intervalos de muitos meses. De acordo com a experiência de Lazarus, é extremamente difícil trabalhar de modo breve com pessoas que colocam seus problemas em termos vagos de modo que o enquadre objetivo permanece confuso. Para ele não é tanto o “rótulo” do diagnóstico que determina se alguém pode se beneficiar da terapia do enfoque ou de curto prazo e sim o grau do transtorno ou a extensão do distúrbio emocional. A terapia verdadeiramente breve, mas eficaz, dependerá de dois fatores principais: 1. A implementação de técnicas corretas de maneira adequada; 2. A capacidade do terapeuta de ser um verdadeiro camaleão. É importante determinar se o cliente responderá melhor a alguém que é diretivo, que apoie, reflexivo, frio, caloroso, indiferente, formal ou informal. O estilo do terapeuta é tão significativo quanto seus métodos. A terapia deve ser personalizada, de modo que os métodos sejam cuidadosamente talhados e adaptados ao usuário. Os clínicos eficientes precisam se adaptar às necessidades de diferentes indivíduos e situações. Mas há um limite: obviamente existe um ponto de corte definido na experiência individual, pois a classificação do DSM-IV de distúrbios mentais cita cerca de 400 diferentes doenças. E não existe terapeuta capaz de lidar com todos e cada um dos distúrbios psiquiátricos. Para uma terapia eficiente Lazarus diz: “Conheça suas limitações; tente estar em contato com profissionais que tenham habilidades e conhecimentos que você nãoLicenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 15 tem; e não hesite em fazer encaminhamentos apropriados”. Perfis de Modalidade Os Perfis de Modalidade listam problemas através do BASIC I.D. Após conduzir uma entrevista inicial e ler com atenção um Questionário Multimodal do Histórico de Vida preenchido pelo paciente, é frequentemente útil esquematizar um Perfil de Modalidades que lista as principais queixas em cada área e os tratamentos propostos. Muitos terapeutas multimodais preferem omitir as anotações de tratamentos e enfocar apenas a lista de problemas identificados. O Perfil de Modalidades pode ser modificado em qualquer momento. Ele serve como base para guiar o terapeuta e como um lembrete para não passar por cima de questões específicas. Dentro de tudo que o paciente trouxe, qual as maiores queixas? Baseado nessas queixas, qual seria o melhor tratamento? Exemplo: Perfil de uma mulher de 33 anos de idade que procurou terapia por “ansiedade e depressão”: BASIC I.D. de Segunda Ordem A terapia pode empacar por razões que fogem ao entendimento mesmo de terapeutas altamente perceptivos e esclarecidos. Quando isto ocorre, um dos recursos é a aplicação de uma avaliação BASIC I.D. de Segunda Ordem que frequentemente pode quebrar o impasse. Então se existe um problema que está difícil de ser trabalhado podemos percorrer o BASIC I.D. neste problema específico. Por Exemplo: um cliente tinha adição ao álcool estabelecida, e um dos itens neste Perfil de Modalidade era “Necessidade de Usar Álcool ou Vícios”. Quando a ele se perguntou sobre o poder destes impulsos ou ânsias, através do BASIC I.D. surgiu o seguinte: Comportamento: Cerra as mandíbulas; começa a batucar ou torcer as mãos. → Quando acredita que precisa usar o álcool, apresenta comportamento tenso. Afeto: Ansiedade; Raiva. → Sensações que fazem ter vontade de usar o álcool. Sensação: Tensão muscular; Boca seca; vago mal-estar na boca do estômago. → Sensações relacionadas ao uso. Imagens: Visualizar-se bebendo álcool; imagina o cheiro e o sabor do drink; faz o quadro mental da sensação de ressaca. Cognição: Pensamentos de injustiça; Crença de que o vício nunca vai desaparecer; Ideia de que a ingestão pode ser controlada e várias outras racionalizações. Interpessoal: Evita a interação social ou ataca os outros com irritação. Drogas/Biologia: Fuma um cigarro ou toma uma xícara de café. Fazer novamente o basic id, mas dessa vez mais direcionado, afim de “desempacar” a terapia. Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 16 Portanto, direcionar os problemas-chave, torna mais provável acontecer uma mudança significativa. Quando se estudou este Perfil, tornaram-se evidentes vários pontos para intervenção. As estratégias mais óbvias deveriam incluir: 1. Mais atenção ao relaxamento muscular profundo; 2. Imagens de sucesso em abandonar o álcool; 3. Questionamento cognitivo. Tratamento multimodal da Distimia Os distímicos mostram humor deprimido a maior parte do dia, por pelo menos 2 anos, eles nunca estão sem sintomas de depressão por mais que 2 meses de cada vez. Perfil de Modalidades de um homem distímico de 36 anos: (distimia é um rebaixamento de humor, crônica, que não seja a ser uma depressão. Dura muitos anos, dura a vida toda da pessoa. Aparece a maior parte do dia, fica meses ou anos sem e volta. Difícil sair do quadro, precisa de medicação e acompanhamento praticamente o tempo todo da vida dela). Comportamento: reduzida performance no trabalho, atividade diminuída, frases de auto difamação. Afeto: tristeza, “coração oprimido”, ansiedade intermitente. Sensação: menos prazer por alimentos e sexo, facilmente fatigado. Imagens: visões de solidão e fracasso, imagina-se sendo rejeitado por pessoas importantes em sua vida. Cognição: auto avaliação negativa, culpa, exagera os defeitos reais ou imaginários. Interpessoal: participação social reduzida. Drogas/Biologia: insônia intermitente. Para tratar este homem foram selecionadas três intervenções imediatas: 1) Sua atividade diminuída e reduzida participação social tornaram-se o primeiro alvo. De acordo com a demanda do cliente, foram discutidos diversões, passatempos, hobbies, formas de entretenimento e outros eventos prazerosos que ele poderia praticar ao invés de ficar sentado matutando. 2) Suas frases de auto reprovação e sua auto avaliação negativa também receberam atenção direta. Seu “filtro mental”, que tendia a selecionar apenas os detalhes negativos sobre os quais se estender, e desqualificava quaisquer experiências positivas, era repetidamente sinalizado. Ele foi habilitado a “ajustar as medidas”, de modo a desenvolver uma visão mais equilibrada. 3) Suas imagens de solidão, fracasso e rejeição foram vencidas por tarefas para serem feitas em casa, nas quais ele tinha que enfocar imagens de sucesso. Ele também precisou de três sessões nas quais recebeu dessensibilização formal às críticas e à rejeição. Na sétima e última sessão, ele não só relatou sentimentos significativamente melhores, como afirmou: “Você não pode acreditar, mas eu estou começando em novo emprego na quinta-feira”. No seu caso, um medo enorme de rejeição e fracasso vinha impedindo que ele assumisse riscos emocionais. O impacto das nossas sessões, disse ele, tornaram-no relativamente impermeável à sua anterior rejeição profundamente temida. Ele insistiu que a partir daí não se deixaria mais “podar e descartar” pela rejeição das mulheres, de seus pais ou de seus patrões. Este é um caso exemplar de como a abordagem trimodal via comportamento, cognição e formação de imagens efetuou Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 17 rapidamente algumas mudanças básicas que seriam provavelmente mantidas. Ao final da terapia Lazarus sempre se pergunta se os ensinou a pescar por si mesmos. Teorias e Técnicas Lázarus diz que a natureza arbitrária das crenças teóricas lhe ocorreu em torno de 1964, depois que tratou, num hospital, um paciente durante vários meses, por trás de um espelho que só permite a visão por uma das faces diante de uma plateia de profissionais de diferentes linhas teóricas. Na ocasião ele era um terapeuta comportamental que não dava importância aos processos cognitivos. Semana após semana seus colegas o observaram implementando técnicas de relaxamento, dessensibilização sistemática, treinamento de assertividade, vários métodos de uso da formação de imagens e tarefas para serem feitas em casa. A cada sessão, seguiam-se debates com a plateia a respeito das razões para aplicar ou suspender certos procedimentos. Após 8 ou 10 sessões, estava claro que os pacientes tinham feito progressos significativos. Houve então um acalorado debate sobre as razões que embasaram as mudanças construtivas. Cada um dos profissionais defendia sua própria linha teórica, no entanto ninguém discordou de que houve progresso, mas ninguém viu, face a face porque estes ganhos tinham ocorrido. Este foi o principal impulso por trás do desenvolvimento de uma visão tecnicamente eclética de Lázarus. De acordo com Lázarus, as técnicas podem, de fato, se mostrar eficazes por razões que não se relacionam nem remotamente com as ideias teóricas que as originam. As teorias científicas são, quando muito, um elaborado e sofisticado conjunto de hipóteses e proposições. Para Lázarus, faz sentido selecionar técnicas aparentemente eficazes de qualquer linha, sem necessariamenteadotar as teorias que as embasam. Na terapia multimodal, a seleção e desenvolvimento de técnicas específicas não se fazem de modo algum ao acaso. O ecletismo se justifica apenas quando não existem tratamentos de escolha bem documentados para um transtorno em particular, ou quando métodos bem estabelecidos não atingem os resultados adequados. Pode estar usando um método da comportamental ou cognitiva sem ter que estar trabalhando dentro daquela abordagem. Ex: na minha teoria não tenho essa técnica então não posso usar? Deve. É importante abranger uma estratégia para atingir o problema. Portanto, se considerarmos o tratamento da agorafobia, com ou sem ataques de pânico, existem diversos procedimentos de tratamento bem documentados, empiricamente estabelecidos e altamente recomendados. Por exemplo: os pesquisadores de todo o mundo têm demonstrado muito claramente que a exposição in vivo é o ingrediente central no tratamento comportamental da agorafobia e que este processo é substancialmente mais eficaz que qualquer número de procedimentos psicoterapêuticos alternativos reconhecidos. No entanto, quando estes procedimentos, apesar da implementação apropriada, falham em atingir os resultados desejados, deve-se buscar procedimentos menos confirmados ou tentar desenvolver novas estratégias. Personalidade Para Lázarus, em sentido amplo, somos produtos da interação entre nossa dotação genética, nosso meio ambiente físico e nossa história de aprendizado social. Porém isto não nos informa como, quando, aonde e por que outros comportamentos, pontos de vista, Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 18 insights, fantasias e padrões interpessoais são adquiridos. Não precisamos da explicação exata do que causou um problema para curá-lo. Essa proposta é extremamente valida pois muitas pessoas procuram atendimento querendo saber o porquê desenvolveu um trauma/ansiedade/depressão, acreditando que descobrir o porquê vai fazer com que ele se cure e não é assim, apenas trará um certo conforto. Lázarus descreve sete fatores que formam e mantém a personalidade humana: 1. Associações e relações entre eventos: Durante toda a vida são feitas conexões ou associações entre eventos. Pode ser dito que existe uma associação quando as respostas evocadas por um estímulo são previsíveis e fidedignamente similares àquelas provocadas por um outro estímulo. Muitos fenômenos do condicionamento respondente e do condicionamento operante são úteis para explicar as origens presumíveis e fatores de manutenção em diversas áreas das atividades humanas. Dizer “condicionamento respondente” parece ser a explicação mais adequada para a aversão de alguém por suco de laranja, com base na descoberta de que a mãe dessa pessoa tentava disfarçar o gosto amargo de certos medicamentos ministrando- os com suco de laranja. E “condicionamento operante” parede uma explicação adequada para uma situação em que um garoto que se queixava de frequentes dores de cabeça, para as quais os médicos não conseguiam detectar nenhuma razão orgânica, tinha um pai que o perturbava muito com exigências briguentas, mas que o mimava quando ele se sentia indisposto. Sem nos enredarmos nas controvérsias que os envolvem, parece útil delinear conceitos, tais como: “generalização de estímulo”; “reforço positivo”; estímulos de punição ou aversivos”, “controle do estímulo”, “reforço intermitente”, “auto-reforço”, e assim por diante. 2. Modelo e Imitação A sobrevivência humana é grandemente facilitada por nossa capacidade de adquirir novas respostas através da observação de alguém praticando uma atividade e então fazê-la por nós mesmos. O ensino de muitas tarefas ocupacionais complexas e de exigências sociais, o sucesso frequentemente depende da imitação, aprendizado por observação e identificação. 3. Processos não conscientes O termo “processos não conscientes” reconhece simplesmente que (1) as pessoas têm diferentes graus e níveis de autoconsciência, e (2) apesar de uma falta de consciência ou de compreensão consciente, estímulos não reconhecidos (subliminares) podem influenciar os pensamentos, sentimentos e comportamentos conscientes de alguém. Ambos, experiência consciente e processos psicológicos não conscientes, são necessários para uma completa compreensão do modo pelo qual os seres humanos sabem, aprendem ou se comportam. 4. Reações Defensivas As pessoas podem negar o óbvio ou atribuir erroneamente seus próprios sentimentos a outros (projeção). Podem facilmente deslocar suas agressões para outras pessoas, animais ou coisas. O termo “reações defensivas” prende-se a realidades estritamente empíricas, sem incluir os significados adicionais ao termo “mecanismos de defesa”, com suas elaboradas ligações aos desvios do complexo de atitudes, percepção e que, Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 19 supostamente, evitam que os impulsos do id dominem. As reações defensivas são “respostas de evitação” que atenuam a dor, desconforto, ansiedade, depressão, culpa e vergonha. Portanto, a “sublimação” é vista não como “a tradução e modificação de impulsos/desejos em atividades que são conscientemente aceitáveis para o ego e superego”, mas como uma distração, como uma canalização do esforço e concentração em uma outra direção. 5. Eventos Privados Os eventos privados (p.ex. crenças, valores, atitudes, imagens, autoimagem, auto regulação) devem ser acrescentados ao conjunto de conceitos básico. Isto inclui o uso idiossincrásico da linguagem, capacidade para resolver problemas, avaliações, atribuições, auto eficiência, expectativas, objetivos, codificação e atenção seletiva. Estas noções indicam um filtro significativo – as pessoas não respondem automaticamente a estímulos externos. Seus pensamentos a respeito daqueles estímulos vão determinar quais serão notados, como são percebidos, o quanto são valorizados, e por quanto tempo serão lembrados. 6. Metacomunicações ➔ Metacomunicação: falar com nossos pensamentos; além de falar com os outros, somos seres capazes de conversar com os pensamentos. Dialogo com você mesmo. As pessoas não apenas “comunicam” elas também “metacomunicam”, ou seja, comunicam a respeito de suas comunicações. A intervenção mais típica, envolvendo metacomunicações está na terapia de casais. Por exemplo: quando se discute Perfis Estruturais, além de se auto-avaliarem, pergunta-se aos esposos “Que nota você acha que ele ou ela vai dar a si mesmo? “ As discussões a respeito da precisão ou discrepâncias destas diferentes pontuações, geralmente favorecem o processo de entendimento mútuo. (Vide Inventário do Perfil Estrutural) 7. Limiares ➔ Apresentam limiares para o dia- dia, quem tem um limiar maior para frustração vai suportar não atingir seus objetivos e quem tem baixo ficara mais descompensado. As pessoas têm diferentes limiares de tolerância à frustração, limiares de tolerância ao estresse, limiares de tolerância à dor, limiares de tolerância ao barulho, limiares de tolerância ao frio e limiares de tolerância à poluição, entre muitos outros. Os limiares são em grande parte inatos, em outras palavras, as pessoas respondem a uma ampla variedade de estímulos com um padrão distinto de excitação do sistema nervoso vegetativo. Aqueles com um sistema vegetativo estável (que apresentam altos limiares para muitos eventos) têm uma “personalidade” diferente daqueles com reações vegetativas lábeis (que geralmente se correlacionam com baixos limiares para muitas condições ou situações). Estes últimos sãopropensos à ansiedade e inclinados a tornarem-se patologicamente ansiosos sob condições estressantes. Lázarus, defende que as contribuições combinadas dos construtos teóricos anteriormente mencionados explicam muito adequadamente a gama de experiências humanas – nossas esperanças, desejos, fantasias, sentimentos, sonhos, aspirações, motivações, ambições, medos, desconfianças, amores e ódios. Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 20 Albert Ellis – terapia racional-emotivo- comportamental – trec Nasceu – 1913 – New York Teoria mais contemporânea. Foi fundada por Albert Ellis em 1955, é ao mesmo tempo uma teoria da personalidade e um método de psicoterapia. Enfatiza a reestruturação cognitiva de acordo com o modelo A-B-C da perturbação emocional. O “A-B-C”, envolve uma compreensão sobre a base do funcionamento cognitivo do ser humano, em que: “A” seria o acontecimento ativador; Vive uma experiência ou passa por uma situação (um trauma, uma dificuldade) são acontecimentos ativadores. “B” (belief) seria a crença pessoal sobre o acontecimento ativador, sua interpretação e avaliação; Cresça sobre o acontecimento ativador, é como se avalia esse acontecimento. As crenças irracionais podem ser combatidas com questionamentos. “C” as consequências demonstradas pelos sentimentos pessoais e os comportamentos. Tenho um evento ativador, tenho crenças e interpretações sobre eles e tenho as consequências daquele evento, é como vou reagir/o que vai acontecer/ o que vou fazer/ como vou sentir. Reestruturação cognitiva → pensar sobre o pensamento, avaliar se aquilo que pensou é necessário ou não e caso for preciso adequar os pensamentos a uma realidade. As crenças irracionais podem ser combatidas com questionamentos (D, de dispute). Para Ellis o comportamento das pessoas floresce de suas ideias. É uma escola de psicoterapia baseada na suposição de que os seres humanos nascem com um potencial para o pensamento racional e correto, assim como para o pensamento irracional e desviante. Vê o indivíduo como único e como tendo o poder de compreender limitações, de mudar pontos de vista e valores básicos que foram introjetados acriticamente, por ele, enquanto criança e de contestar tendências autoderrotistas. As pessoas possuem a capacidade de confrontar seus sistemas de valores e redoutrinar a si mesmas com crenças, ideias e valores diferentes. Por poderem pensar e trabalhar até que se tornem realmente diferentes, as pessoas não são vítimas passivas de condicionamentos passados. Não somos vítimas das nossas ideias, é possível confrontar as nossas ideias, não somos pessoas passivas, pode trabalhar o pensamento e mudar e mudar para melhor. Teoria Básica A terapia racional-emotivo-comportamental apoia-se no método científico e na observação empírica. Na prática da TREC, para cada crença expressa por uma pessoa uma pergunta adequada seria: Quais são as evidências de que esta crença é verdadeira? Tenta-se fazer dos clientes melhores cientistas de modo que eles possam adquirir informações corretas, usar as evidências Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 21 logicamente e construir crenças solidamente embasadas. A arte do pensamento lógico não é facilmente adquirida: ao contrário, muitas pessoas parecem ser peritas em não ser lógicas. Quando tenho uma ideia sobre mim, o mundo que me cerca e o futuro, eu posso questionar a evidencia dessas ideias, se essas ideias tem uma certa lógica e por isso a arte do pensamento logico não é facilmente adquirida. Muitas pessoas têm dificuldade de pensar de uma forma desadaptada; não é pensar certo ou errado é logico ou ilógico, irracional ou racional, adaptada ou desadaptada. Exemplos: “Devo ser perfeito”. “Acabei de cometer um erro. Isso é terrível! ” E “Isso prova que sou imperfeito e, portanto, não tenho valor”. Onde está a evidência que apoia a afirmação “Devo ser perfeito”? Não há. E sobre “Acabei de cometer um erro”? Isso pode até ser demonstrado, mas é sobre isso ser “terrível”? Pode seguir-se então que “não tenho valor”? Claramente que não, embora pessoas que pensam dicotomicamente pudessem dizer que sim. ➔ Mas por que devo ser perfeito? Crença irracional, pois, seres humanos não são perfeitos. Gostaria de tentar fazer as coisas de uma maneira correta, mas não devo ser perfeito. ➔ Fiz uma coisa errada? Mas eu tenho valor, da próxima vez posso acertar e não pensar “fiz uma coisa errada e nunca vou acertar, não sirvo para nada” É ensinado ao paciente as evidencias e contestações, “aonde mostra que devo ser perfeito? ” Se cometeu um erro “tudo bem cometer um erro, mas não está tudo perdido, ainda tem valor”. As pessoas geralmente não estão conscientes das premissas de seus pensamentos (não tem total ideia/conhecimento das premissas de seus pensamentos), mas frequentemente, focalizam apenas as conclusões que, se distorcidas, tendem a gerar problemas emocionais. O pensamento racional envolve raciocínio lógico baseado em afirmações empiricamente verificáveis. Se pensarmos racionalmente, é improvável chegarmos a conclusões que levem a sentimentos extremamente perturbadores. Quando UMA coisa sai errado o pensamento irracional toma conta para deixar mal, o pensamento irracional está baseado em afirmações que podem verificar. “Por que vou me sentir mal assim se cometi um erro? ” → Porque o ser humano não consegue ser bom sempre, avaliar o que saiu fora dos eixos nessa situação, verificar o que pode modificar e concertar da próxima vez. Diante de um erro, um pensamento distorcido, pudesse brigar com ele e favorecer-nos e não deixar esse pensamento distorcido tomar conta dos nossos pensamentos. Se pensar racionalmente, vai chegar a uma conclusão adaptada “ah então não me esforcei e por isso fiz algo errado”. O conceito subjacente da TREC é que, se as pessoas são preparadas para pensar mais racionalmente, com mais flexibilidade e mais cientificidade (ou seja, de uma forma logica), elas estarão capacitadas para viver mais longamente e mais felizes. Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 22 A ideia da TREC é preparar as pessoas para pensar mais racionalmente, enquanto as pessoas tiverem fantasias e fizer de pequenos problemas uma catástrofe ela está pensando de forma irracional e precisa ajudar a pessoa a pensar de uma maneira mais racional. Ellis pega pesado na razão (como penso a respeito das coisas, cognição, raciocínio), emoção (quando sente ao ter pensamento racional e irracional) e comportamentos (o que faz e o que deixa de fazer devido a um acontecimento). Ellis aponta algumas metas importantes que vêm de encontro com os valores da TREC: Ajuda a avaliar se o indivíduo está bem ou mal e o quanto está bem e o quanto está mal. (São 11 metas para que tenha saúde mental) 1) Auto interesse: pessoas emocionalmente responsáveis tendem a colocar seus interesses ao menos um pouco acima dos interesses dos outros. Sacrificam-se em certo grau por aqueles que amam, mas não demasiadamente ou completamente. Se recebe algum paciente que parece não dar muita importância para ela propria e vive em função completamente de outra pessoa (filho ou esposo) não pode considerar que tem uma boa saúde mental, pois é necessário ter auto interesse, colocar seus interesses um pouco acima do interesse das outras pessoas. 2) Interesse social: a maioria daspessoas escolhe viver em grupos sociais e, para fazer isso de modo mais confortável e feliz, devem agir mais moralmente, proteger mais o direito dos outros e ajudar na sobrevivência da sociedade na qual vivem. Indivíduos com boa saúde mental acaba vivendo em grupos sociais, se alguém abandonou tudo é preciso avaliar as circunstâncias para saber se está bem. 3) Auto direção: seria bom cooperar com os outros, mas é melhor para nós assumirmos a responsabilidade primária das nossas próprias vidas mais do que exigir ou necessitar de apoio excessivo dos outros. Indivíduos com bom auto direção corre atrás daquilo que deseja ou acha importante, segue seus objetivos e não fica preocupado se as pessoas estão dando apoio para ele. Crianças e adolescentes precisam de um apoio maior. Auto direção é seguir um caminho, uma meta. Nos transtornos aprecem muita falta de auto direção, como nos transtornos de personalidade as pessoas não conseguem aprofundar na vida delas um seguimento, muda muito de relacionamento. No caso de quando essa pessoa que “guia” a outra, haverá um sofrimento muito maior, desolação, etc. Ocorre isso nos casos de dependência afetivo-amorosa. 1) Auto interesse 2) Interesse social 3) Auto direção 4) Tolerância: ajuda a permitir que as pessoas têm o direito de estar erradas. Não é apropriado apreciar comportamentos inadequados, mas também não é necessário maldizer a pessoa que os apresentou. Intolerantes são pouco assertivos 5) Flexibilidade: pessoas saudáveis tendem a ser pensadores flexíveis, regras rígidas, tendenciosas e invariantes tendem a minimizar a felicidade. Quem tem flexibilidade geralmente são saudáveis e as inflexíveis são mais rígidas e isso dificulta alcançar a felicidade e bem-estar. 4) Tolerância 5) Flexibilidade caminham próximas Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 23 6) Aceitação da incerteza: pessoas emocionalmente maduras reconhecem e aceitam o fato de que vivemos em um mundo de probabilidades e de acaso, no qual não existem certezas absolutas, nem provavelmente existirão. Dão-se conta de que não é terrível, pelo contrário, na verdade é fascinante e excitante viver nesse tipo de mundo probabilístico e incerto. Apreciam um bom grau de ordem, mas não a exigem ou a impõem. Quem aceita que viver em um mundo incerto, de certa forma, se dão melhor. De uma maneira geral, é apreciado uma ordem, mas não pode exigir/impor uma ordem com certeza total, pessoas saudáveis mentalmente aceitam a incerta. Ex: familiares estão bem e de repente alguém falece e isso traz várias incertezas, mas se aceita que incertezas acontecem, lida melhor. 7) Comprometimento: grande parte das pessoas sentem-se mais saudáveis e felizes quando está absorvida com algo seu, podendo ser pessoas, coisas e ideias. Elas têm preferivelmente pelo menos um grande interesse criativo tanto quanto algum envolvimento humano principal que consideram tão importante que estruturam uma boa parte da sua existência diária nisso. Quando se compromete com algum projeto, se sente melhor. Por isso fala-se muito da importância de trabalhar, estudar, participar de grupos como uma maneira de ser saudável. E alguns pacientes mais debilitados chegam a ser ter comprometimentos e isso dificulta. 8) Pensamento científico: pessoas que não são perturbadas tendem a ser mais objetivas, racionais e científicas do que as perturbadas. Regulam suas emoções e ações por reflexões sobre elas e suas consequências e por aplicação das regras da lógica e do método científico para avaliar e determinar essas consequências. São pensamentos com logica, racional então pessoas saudáveis regulam seus pensamentos por reflexões e pensamentos que tem delas mesmas, essas pessoas com pensamentos científicos aplicam as logicas do método cientifico para avaliar as consequências. Cada ser humano no seu dia- dia fosse fazendo uma pequena pesquisa cientifica sobre suas ideias e pensamentos “isso que estou fazendo tem logica, está bom? Isso está me ajudando ou prejudicando?” 9) Auto aceitação: pessoas saudáveis estão normalmente contentes por estarem vivas. Aceitam-se apenas porque estão vivas e, como criaturas vivas, têm alguma capacidade de se alegrar e de se afastar da dor e do sofrimento. Não medem seu valor intrínseco por suas realizações extrínsecas ou pelo que os outros pensam delas. Nos autos aceitarmos, quem somos e/ou como sonos 10) Aceitação de correr riscos: pessoas emocionalmente não-perturbadas percebem que a vida envolve um certo grau de riscos. Perguntam-se o que realmente gostariam de fazer e então tentam fazê-lo, mesmo que haja uma boa probabilidade de falharem. Tendem a ser aventureiras, sem serem bobas ou ingênuas, e a querer experimentar qualquer coisa pelo menos uma vez, para verem se gostam ou não. Com frequência, buscam uma quebra em sua rotina diária 11) Expectativas realistas: Pessoas não- perturbadas aceitam o fato de que utopias são impossíveis de alcançar e que nunca terão tudo o que querem nem conseguirão evitar tudo o que não querem. Não se dirigem irrealisticamente a uma satisfação ou felicidade totais, nem a uma falta total de Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 24 ansiedade, depressão, auto piedade ou hostilidade. Ellis, fala que os seres humanos têm duas principais tendências biológicas: A primeira é uma forte tendência para pensar irracionalmente. Embora reconhecendo a influência de fatores sociais, ele destacou que: Mesmo se todos tivessem a educação mais racional, os seres humanos iriam frequentemente migrar de modo irracional das suas preferências individuais e sociais para exigências absolutistas sobre si mesmos, sobre as outras pessoas e sobre o universo em torno de si. → São biológicos pensar irracional e ter ideias absolutistas. A segunda tendência biológica descreve os seres humanos como tendo tanto a capacidade para pensar sobre o seu próprio pensamento quanto à capacidade para poder escolher trabalhar na direção de mudar seu pensamento irracional. Desta forma, as pessoas não são escravas, sem poder sobre suas tendências para pensar irracionalmente. → Mas também tem uma tendência de pensar no nosso pensamento “o que estou pensando agora? Isso é verdade mesmo? Eu estou mudando a realidade? ” A Natureza da Perturbação Psicológica Ellis concorda com os teóricos da terapia cognitiva quanto ao papel das distorções cognitivas nas perturbações psicológicas. Contudo, defende que elas sempre decorrem de “devos”. → Usam as distorções em alguns momentos, mas pode levar a ansiedade, depressão, medo, etc. Exemplos de distorções: 1. Pensamento tudo ou nada: “Se eu falhar em qualquer tarefa importante, como não devo, sou um fracasso total e totalmente não merecedor de amor”. → Ou sei tudo e está tudo bem ou eu não sei nada e sou um fracasso. 2. Salto para conclusões: “Já que me viram falhando de modo terrível, como eu não deveria, vou ser visto como um verme incompetente”. 3. Adivinhação: “Como estão rindo de mim por eu ter falhado e sabem que eu deveria ter tido sucesso, irão me desprezar para sempre”. 4. Focalização no negativo: “Como não aguento que as coisas deem errado, como elas não devem, não consigo ver nada de bom acontecendo na minha vida”. 5. Desqualificação do positivo: “Quando me cumprimentam pelas coisas boas que eu fiz, estão apenas sendo gentis comigo e esquecendo as coisas estúpidas que eu não deveria ter feito”. 6. Sempre ade e nunca ade: “Como ascondições de vida tinham que ser boas e na verdade são tão más e intoleráveis, elas vão ser assim sempre e eu nunca vou conseguir ser feliz”. 7. Minimização: “Minhas realizações são resultado de sorte e são pouco importantes. No entanto, meus erros, os quais eu nunca deveria ter cometido, são tão ruins que eu não deveria jamais ser desculpado”. 8. Raciocínio emocional: “Como me desempenhei tão mal, como não deveria ter feito, sinto-me totalmente incompetente e meu sentimento prova que eu não sou nada bom”. 9. Rotulação e super generalização: “Como não devo falhar em trabalhos importantes e eu falhei, sou um fracasso completo e um perdedor”. 10. Personalização: “Já que estou agindo muito pior do que deveria e eles estão rindo Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 25 disso, tenho certeza de que estão rindo de mim, e isso é terrível”. 11. Farisaísmo (falsidade): “Quando não faço tão bem quanto eu deveria e eles ainda me elogiam e aceitam, isso significa que eu sou um impostor; mais cedo ou mais tarde, vou cair do cavalo e acabar demonstrando como sou desprezível”. 12. Perfeccionismo: “Mesmo me dando conta de que fiz bastante bem, eu deveria ter feito perfeitamente bem uma tarefa assim, e isso significa que sou realmente um incompetente”. As onze crenças irracionais A partir das distorções cognitivas destacadas, Ellis listou 11 crenças irracionais que representam o aspecto central de seu tratamento: 1. A ideia de que existe uma extrema necessidade para qualquer ser humano adulto ser amado ou aprovado por qualquer outra pessoa significativa em sua comunidade. 2. A ideia de que se deva ser inteiramente competente, adequado e realizador em todos os aspectos possíveis para se considerar como tendo valor. 3. A ideia de que é terrível e catastrófico quando as coisas não são do jeito que gostaríamos muito que fossem. 4. A idéia de que certas pessoas são más, perversas e velhacas e de que elas deveriam ser severamente responsáveis e punidas por sua maldade. 5. A idéia de que a infelicidade humana é externamente causada e de que as pessoas têm pouca ou nenhuma habilidade para controlar seus infortúnios e distúrbios. 6. A idéia de que, se alguma coisa é ou pode ser perigosa ou assustadora, deve-se ficar terrivelmente preocupado e ficar ruminando sobre sua possível ocorrência. 7. A idéia de que é mais fácil evitar do que enfrentar certas dificuldades ou responsabilidades da vida. 8. A idéia de que se deva ser dependente dos outros e de que se necessite de alguém mais forte em quem se apoiar. 9. A idéia de que a história passada de alguém é um determinante definitivo do seu comportamento presente e, se algo afetou uma vez fortemente a sua vida, isso continuará tendo indefinidamente um efeito similar. 10. A idéia de que se deva ficar muito transtornado com os problemas e as preocupações de outras pessoas. 11. A idéia de que há invariavelmente uma solução certa, precisa e perfeita para os problemas humanos e de que é catastrófico se essa solução perfeita não é encontrada. De todas as crenças descritas, as três primeiras são as mais importantes e comuns. A Mudança Terapêutica A TREC sustenta que a mudança mais duradoura envolve a reestruturação filosófica das crenças irracionais. Para produzir uma mudança filosófica as pessoas devem fazer o seguinte: 1. Compreender que elas criam suas próprias perturbações psicológicas e que quando o ambiente possa contribuir para isso é de consideração secundária. 2. Reconhecer plenamente que têm a capacidade para mudar essas perturbações. 3. Compreender e aceitar que as perturbações emocionais e comportamentais derivam, em grande parte, de crenças irracionais, absolutistas. Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 26 4. Detectar suas crenças irracionais e discriminar entre elas e suas contrapartes racionais. 5. Combater essas crenças irracionais, usando métodos lógico-empíricos da ciência. 6. Trabalhar para a internalização dessas novas crenças racionais, empregando métodos cognitivos e comportamentais de mudança. 7. Continuar esse processo de desafiar as crenças irracionais, usando métodos multimodais de mudanças pelo resto da vida. A Prática A TREC é uma forma ativa e diretiva de terapia na qual os terapeutas agem diretamente na identificação de suas crenças, as quais constituem a base para seus problemas. O processo terapêutico baseia-se em um modelo educacional de atuação, em que o terapeuta ensina o cliente a compreender-se melhor e a modificar seu próprio comportamento. A base fundamental é a aceitação incondicional do cliente pelo terapeuta, a capacidade empática, o interesse genuíno e o calor do terapeuta pelo cliente. O terapeuta atenta-se a detalhes e geralmente pergunta: o quê, por quê, quando, onde e como. O terapeuta faz confrontação se percebe discrepâncias entre o que o cliente está dizendo e o que disse antes, entre o que ele está comunicando verbalmente e a sua expressão não-verbal, entre o modo como o cliente está vendo os seus problemas e o modo como o terapeuta os está concebendo. Três qualidades são importantes no estabelecimento do rapport: a auto revelação, o uso apropriado do humor e um estilo ativo e diretivo. Avaliando os problemas do cliente Quando um cliente descreve um acontecimento problemático de sua vida, o terapeuta avalia: O que aconteceu? (Aspecto do A – Acontecimento Ativador); Como o cliente percebeu/entendeu o que aconteceu? (Aspecto do A – Acontecimento Ativador); Como o cliente avaliou o que aconteceu? (Aspecto do B – crenças). Quais foram as consequências emocionais e comportamentais? (Aspecto do C – consequências). O terapeuta tenta fazer uma distinção entre a realidade objetiva e a realidade percebida. Exemplo: Um cliente apresenta um problema de depressão porque no trabalho ninguém gosta dele. Um questionamento maior revela que os colegas interagem com ele apenas sobre problemas de trabalho, que não conversam com ele ou o convidam para almoçar e, quando o fazem, ele recusa: A (confirmável): “Poucas pessoas me convidam para almoçar ou tentam interagir comigo fora de assuntos de trabalho”. A (percebido): “Acho que ninguém gosta de mim”. B: “É terrível e catastrófico que ninguém gosta de mim”. C: Depressão. O “C” é um dos aspectos mais importantes, pois envolve as consequências emocionais e comportamentais decorrentes de “A” e “B”. É justamente pelo “C” que um cliente busca terapia. Os seres humanos são necessariamente emotivos, mas algumas de suas emoções podem impedi-los de alcançar suas metas, de se satisfazer, de prejudicar seu funcionamento cognitivo, de produzir Licenciado para - Isabela G om es - 48384926859 - P rotegido por E duzz.com CAROLINA BALDO- APOSTILA TCC @RESUMEPSICO 27 problemas psicossomáticos e, por isso podem ser consideradas inadequadas. “D” de Debater A, B e C são o terreno do diagnóstico da TREC. É importante ajudar os clientes a compreender a relação entre B e C. Depois dessa compreensão, pode-se passar para a etapa de tentar mudar as suas crenças irracionais. Mudar crenças irracionais é o verdadeiro trabalho terapêutico e ocorre no “D” de Debater. Debater significa combater, questionar, desafiar o sistema de crenças irracionais do cliente e, portanto, é um processo lógico- empírico no qual o paciente é ajudado a parar e pensar para poder internalizar uma nova filosofia mais adaptativa. Muda-se as crenças irracionais através de questionamentos de natureza cognitiva, imaginária e/ou comportamental. O
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