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Responsabilidade social e ambiental do médico veterinário

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DESCRIÇÃO
As responsabilidades social e ambiental do médico veterinário, no exercício da sua profissão,
relacionadas à saúde pública, ao bem-estar animal, ao meio ambiente e ao desenvolvimento
sustentável.
PROPÓSITO
Compreender as responsabilidades social e ambiental do médico veterinário, articuladas com
as ideias de ética, direitos humanos, desenvolvimento e sustentabilidade.
PREPARAÇÃO
Para iniciar este estudo, é importante que você tenha em mãos os principais documentos
normativos para construir conhecimentos mais abrangentes sobre o tema. Você deverá
acessar e consultar:
Resolução n. 1.138, de 16 de dezembro de 2016 (aprova o Código de Ética do Médico
Veterinário)
Resolução CFMV n. 1.236, de 26 de outubro de 2018 (define e caracteriza crueldade,
abuso e maus-tratos contra animais vertebrados e dispõe sobre a conduta de médicos
veterinários e zootecnistas)
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever os principais aspectos que fundamentam a responsabilidade social do médico
veterinário
MÓDULO 2
Descrever os principais aspectos que fundamentam a responsabilidade ambiental do médico
veterinário
INTRODUÇÃO
Neste tema, estudaremos os aspectos importantes da responsabilidade social e da
responsabilidade ambiental do médico veterinário. A primeira é entendida como um arcabouço
ético que aponta para a obrigação que os indivíduos têm de trabalhar e cooperar com outros
indivíduos e organizações em prol do bem comum. Já a responsabilidade ambiental está
condicionada a ações que propiciem a existência de um meio ambiente saudável, sustentável e
equilibrado.
MÓDULO 1
 Descrever os principais aspectos que fundamentam a responsabilidade social do
médico veterinário
RESPONSABILIDADE SOCIAL – HISTÓRICO
E CONCEITO
Foi nos Estados Unidos, por volta dos anos 1950, e na Europa, na década de 1960, que
surgiram os estudos sobre responsabilidade social. Porém, apenas a partir dos anos 1970 o
tema se tornou um novo campo de estudo, quando as associações profissionais passaram a se
interessar pelo tema. Inicialmente vinculada às empresas que decidiram de forma voluntária
atuar orientadas por uma sociedade mais justa e o meio ambiente mais limpo, hoje a
responsabilidade social atravessa toda a sociedade, nos planos individual, profissional e
coletivo.
Mas se antes as empresas não pensavam nisso, de onde vem essa ideia?
Vários fatores contribuíram para o surgimento da ideia, em especial o fenômeno da
globalização, com as alterações nos modos de produção, os avanços da tecnologia, os
fenômenos migratórios, entre outros, despertando nas pessoas a consciência de que a
atividade econômica em geral não pode estar exclusivamente vinculada à noção de
lucro. Há uma dimensão ética voltada para o bem comum que deve ser considerada.
Indivíduos e instituições, assim como consumidores e investidores, tornam-se uma voz
importante no debate sobre a responsabilidade social, que se traduz na adoção de uma
moldura legal apropriada para fomentar medidas que possam gerar e ampliar as condições
adequadas de vida para toda a sociedade.
Hoje, a responsabilidade social pode ser entendida como um arcabouço ético que sugere aos
indivíduos o dever de trabalhar e cooperar com outros indivíduos e organizações – sejam
empresas, sociedades civis, entidades governamentais etc. – em prol do bem comum.
A responsabilidade social pode também ser compreendida como a obrigação que cada
indivíduo tem de atuar em prol do equilíbrio entre a economia e o bem comum a ser
usufruído pela sociedade, pelas pessoas, no meio ambiente em que todos vivemos, incluindo
não somente os seres humanos, mas também toda a natureza. Isso nada mais é do que a
ampliação e a consolidação dos direitos humanos. A responsabilidade social, além de
prescrever que as pessoas devem evitar a prática de atos socialmente danosos, é
intergeracional, pois as atitudes de uma geração têm consequências nas gerações
futuras, construindo uma cadeia de interdependência recíproca.
DIREITOS HUMANOS
Todos parecem saber o que significa, mas há muita dificuldade em determinar um conceito que
dê conta de transmitir o sentido da expressão direitos humanos. Confira o que Vicente Barreto,
autor reconhecido nos estudos da Ética, da Filosofia e do Direito, nos ensina:
O EMPREGO DA EXPRESSÃO ‘DIREITOS HUMANOS’
REFLETE ESSA ABRANGÊNCIA E A CONSEQUENTE
IMPRECISÃO CONCEITUAL COM QUE TEM SIDO
UTILIZADA. A EXPRESSÃO PODE REFERIR-SE A
SITUAÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E CULTURAIS QUE
SE DIFERENCIAM ENTRE SI, SIGNIFICANDO MUITAS
VEZES MANIFESTAÇÕES EMOTIVAS EM FACE DA
VIOLÊNCIA E DA INJUSTIÇA; NA VERDADE, A
MULTIPLICIDADE DOS USOS DA EXPRESSÃO
DEMONSTRA, ANTES DE TUDO, A FALTA DE
FUNDAMENTOS COMUNS QUE POSSAM CONTRIBUIR
PARA UNIVERSALIZAR O SEU SIGNIFICADO E, EM
CONSEQUÊNCIA, A SUA PRÁTICA.
(BARRETO, 2002, p. 500)
Ainda assim, podemos associar os direitos humanos, de um lado, a uma ideia de
vulnerabilidade do indivíduo e, de outro, à ideia de proteção.
Carlos Santiago Nino, importante filósofo e jurista argentino, que também estudou essa
temática, em seu livro Etica y derechos humanos: un ensayo de fundamentación chama
atenção para o fato de que muitas vezes é o próprio homem que ameaça e põe em risco o
outro. Ele trata os direitos humanos como uma ferramenta para lidar com ameaças à
vida humana, com os infortúnios que a todo o tempo podem recair sobre nossos planos,
aspirações e afetos, e destaca que esse aspecto trágico da condição humana é obra de
nós mesmos, determinado pela fragilidade de nossa constituição biológica e pela instabilidade
de nosso habitat ecológico (NINO, 1989).
Essa vulnerabilidade se torna evidente quando pensamos no direito à saúde, à
alimentação, ao desenvolvimento, ao bem-estar animal e na proteção do meio ambiente
– o que nos remete à contribuição do médico veterinário para essa temática, reforçando
o papel essencial desse profissional na proteção desses direitos, conforme a própria
Resolução n. 1.138/2016 reconhece.
Apesar da ausência de um conceito único, hoje podemos ao menos concordar que os direitos
humanos são direitos de TODAS as pessoas humanas – HOMENS, MULHERES e
CRIANÇAS – em TODOS OS LUGARES.
 ATENÇÃO
Os direitos humanos podem ser direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos e de
desenvolvimento, sendo ainda reconhecidos como direitos universais, indivisíveis, de todos os
seres humanos, sem distinção. Sustentam-se na dignidade das pessoas e estabelecem
obrigações para os governos, agentes públicos e profissionais em geral, que têm por finalidade
proteger indivíduos e grupos.
Como vimos, os direitos humanos também guardam uma relação estreita com a ideia de
dignidade. E é necessário, para que possamos mais adiante discutir a responsabilidade social
do médico veterinário e suas vinculações com a dignidade humana, fazer ainda algumas
considerações de natureza mais teórica sobre esse valor estruturante.
DIGNIDADE HUMANA
De acordo com Duarte e Iorio (2008) e Silva, Iorio e Silva (2016), a dignidade humana, tal qual
os direitos humanos, é considerada um conceito polissêmico. Isso quer dizer que essa
expressão comporta muitos sentidos diferentes, constituindo um desafio para aqueles que
buscam estabelecer um sentido único para ela. A dignidade humana diz respeito a coisas
diversas, determinadas em razão do sentido que lhe é atribuído ou dos interesses que
buscamos preservar ou defender quando dela fazemos uso.
O jurista brasileiro Ingo Wolfgang Sarlet conceitua a dignidade humana como a qualidade
intrínseca e distintiva que torna o indivíduo merecedor do mesmo respeito e consideração por
parte do Estado e da comunidade. Segundo o jurista, isso gera um complexo de direitos e
deveres fundamentais que asseguram a pessoa contra todo e qualquer ato de cunho
degradante e desumano, garantem condições existenciais mínimas para uma vida saudável,
e propiciam e promovem sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria
existência e da vida em comunhão com os demaisseres humanos (SARLET, 2007).
 COMENTÁRIO
Percebemos que falar de direitos humanos é falar de respeito. Respeito que é exigido do
Estado e da sociedade como um todo, materializando-se num feixe de direitos e deveres
fundamentais que asseguram uma existência minimamente decente (por exemplo, acesso ao
saneamento básico, à água potável, à alimentação adequada etc.), permitindo ao ser humano
decidir os rumos de sua vida, assegurando sua felicidade e participação na sociedade.
Os direitos humanos hoje são fundamentais para o discurso global sobre paz,
segurança, desenvolvimento e sustentabilidade.
Entre os valores assegurados pelos direitos humanos, podemos perceber com facilidade
que alguns dialogam diretamente com desempenho profissional do médico veterinário. E
é exatamente nessa interseção que apresentamos a questão da responsabilidade social desse
profissional. Vamos lá?
RESPONSABILIDADE SOCIAL DO MÉDICO
VETERINÁRIO
Os parâmetros de conduta do médico veterinário em sua atividade profissional se encontram
apontados no Código de Ética do Médico Veterinário (em vigor desde 9 de setembro de
2017), aprovado na Resolução n. 1.138, de 16 de dezembro de 2016, expedida pelo Conselho
de Medicina Veterinária, conforme as atribuições a ele conferidas pelo art. 16 da Lei n. 5.517,
de 23 de outubro de 1968.
Nas considerações iniciais do Código de Ética do Médico Veterinário, a medicina veterinária é
conceituada como atividade imprescindível ao progresso socioeconômico, à proteção da saúde
humana e animal, ao meio ambiente e ao bem-estar da sociedade e dos animais, requerendo,
daqueles que exercem a atividade, a formação, o conhecimento e o aprimoramento
profissional.
No juramento do médico veterinário, fica claro que ele se compromete a aplicar seus
“conhecimentos para o desenvolvimento científico e tecnológico em benefício da saúde única e
bem-estar dos animais, promovendo o desenvolvimento sustentável” (CFMV, 2016).
Assim, a medicina veterinária é qualificada como uma ciência em prol da sociedade,
devendo seu exercício acontecer sem discriminação de qualquer tipo ou natureza. Esse
compromisso implica direitos e deveres do profissional em relação à comunidade, ao paciente,
aos produtores, contratantes e a outros profissionais, bem como ao meio ambiente.
A atuação do médico veterinário comprometido com o bem comum pode ser entendida como
um compromisso com uma agenda, nos planos nacional e internacional, de promoção e
proteção dos direitos humanos, especialmente na perspectiva do direito à saúde, da
proteção aos animais e ao meio ambiente.
Em 2013, Felipe Pohl de Souza, à época tesoureiro do Conselho Regional de Medicina
Veterinária do Paraná, em palestra aos alunos do primeiro ano de medicina veterinária da
Unicentro de Guarapuava, explicou:
O MAIS IMPORTANTE PARA UM ACADÊMICO É SABER
O ESPAÇO QUE ELE TERÁ NA SOCIEDADE E QUAIS
AS COBRANÇAS QUE PODERÃO RECAIR SOBRE ELE
NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. A
RESPONSABILIDADE DO MÉDICO VETERINÁRIO NAS
ÁREAS ESPECÍFICAS DE ATUAÇÃO DELEGADAS
PELA SOCIEDADE EXIGE QUE A REPRESENTAÇÃO
SEJA BEM FEITA, NA INSPEÇÃO, CLÍNICA, DIREÇÃO
DE HOSPITAIS VETERINÁRIOS, SANIDADE ANIMAL E
SAÚDE PÚBLICA, POR EXEMPLO.”
(FERRARINI, 2013)
Pela fala de Felipe Pohl, percebemos que a responsabilidade do médico veterinário se
ancora nas mais diversas áreas de sua atuação profissional. Ele deve agir buscando
aprimorar continuamente seus conhecimentos, usando o melhor do progresso científico em
benefício dos animais, do homem e do meio ambiente, conforme estabelece o art. 6º do Código
de Ética (CFMV, 2016).
ATIVIDADES DO MÉDICO VETERINÁRIO NO
CONTEXTO DA ÉTICA
Veremos, agora, algumas atribuições do médico veterinário e as respectivas resoluções que as
relacionam a aspectos éticos.
INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL
A inspeção de produtos de origem animal (POA) é um serviço de responsabilidade de
instituições públicas nas esferas municipal, estadual e federal.
ÂMBITO FEDERAL
A fiscalização está a cargo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e é
realizada por médicos veterinários, por intermédio do Serviço de Inspeção Federal (SIF). A
inspeção tem por finalidade verificar se as normas sanitárias vigentes estão sendo cumpridas,
preservando assim a saúde pública, assegurando alimentos inócuos e a integridade dos
produtos produzidos.
ÂMBITO MUNICIPAL
A fiscalização fica a cargo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), ligado às secretarias
municipais de agricultura.
ÂMBITO ESTADUAL
A inspeção é da responsabilidade do Serviço de Inspeção Estadual (SIE), vinculado às
secretarias estaduais da agricultura.
O Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal
(RIISPOA), do MAPA, dá suporte legal a todos os serviços de fiscalização de POA. Há um
novo regulamento desde 2017 – o Decreto n. 9.013/2017, que substituiu o anterior, de 1952 –
com penas mais severas para as indústrias de processamento de POA que cometerem
irregularidades na elaboração de seus produtos.
Nos termos do art. 6º do RIISPOA (BRASIL, 2017), a inspeção e a fiscalização serão
realizadas:
I
Nas propriedades rurais fornecedoras de matérias-primas destinadas à manipulação ou ao
processamento de produtos de origem animal.
II
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Nos estabelecimentos que recebam as diferentes espécies de animais previstas neste Decreto
para abate ou industrialização.
III
Nos estabelecimentos que recebam o pescado e seus derivados para manipulação,
distribuição ou industrialização.
IV
Nos estabelecimentos que produzam e recebam ovos e seus derivados para distribuição ou
industrialização.
V
Nos estabelecimentos que recebam o leite e seus derivados para beneficiamento ou
industrialização.
VI
Nos estabelecimentos que extraiam ou recebam produtos de abelhas e seus derivados para
beneficiamento ou industrialização.
VII
Nos estabelecimentos que recebam, manipulem, armazenem, conservem, acondicionem ou
expeçam matérias-primas e produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis,
procedentes de estabelecimentos registrados ou relacionados.
VIII
Nos portos, aeroportos, postos de fronteira, aduanas especiais e recintos especiais de
despacho aduaneiro de exportação.
Lembramos que, embora a inspeção seja feita pelo médico veterinário vinculado aos serviços
de inspeção nos três níveis (federal, estadual e municipal), não podemos desconsiderar o
trabalho realizado pelo médico veterinário como responsável técnico (ver Resolução
CFMV n. 1.178/2017), já que os parâmetros de higiene e cuidados com os animais devem ser
uma referência para todos esses profissionais, não importando onde atuem.
RESPONSABILIDADE TÉCNICA DO MÉDICO
VETERINÁRIO
A responsabilidade técnica é a atividade que diz respeito ao exercício profissional voltado
a assegurar ao consumidor a qualidade de produtos e serviços prestados pelos médicos
veterinários. Está prevista na Lei n. 5.517/1968, que lista, em seu art. 5º, alínea “e”, a
seguinte atividade:
[...] DIREÇÃO TÉCNICA SANITÁRIA DOS
ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS E, SEMPRE QUE
POSSÍVEL, DOS COMERCIAIS OU DE FINALIDADES
RECREATIVAS, DESPORTIVAS OU DE PROTEÇÃO
ONDE ESTEJAM, PERMANENTEMENTE, EM
EXPOSIÇÃO, EM SERVIÇO OU PARA QUALQUER
OUTRO FIM ANIMAIS OU PRODUTOS DE SUA ORIGEM.
Lei n. 5.517/1968
E quanto à responsabilidade social?
Sob a ótica da responsabilidade social, espera-se do médico veterinário que ele não apenas
cumpra a lei, mas que tenha consciência de que sua atividade profissional é imprescindível
para assegurar fundamentalmente:
Que as pessoas tenham acesso a uma alimentação produzida dentro dos padrões
internacionais de higiene, reforçando a ideia de inocuidade e segurança alimentar,
pressupostos do direito à saúde.
Que o bem-estar animal seja sempre preservado.
Que a saúde pública seja preservada.
EXERCÍCIO DA CLÍNICA MÉDICO-VETERINÁRIA
A responsabilidade social do profissional que exerce a clínica médico-veterinária inspiracondutas que otimizam o bem-estar animal e que também se desdobram em questões de
saúde coletiva.
Cabe ao médico veterinário orientar os tutores sobre o manejo e a alimentação dos
animais; sobre a higiene e melhores formas de convivência, vacinação, prevenção de
zoonoses etc. Observe-se também que esses mesmos pressupostos devem ser considerados
quando se trata da atividade de direção de hospitais médico-veterinários.
 EXEMPLO
No exercício da atividade clínica, o atendimento a animais de estimação de pequeno porte
deve ser realizado em estabelecimentos adequados, cujas condições para funcionamento
estão previstas na Resolução CFMV n. 1.275/2019. Essa resolução se aplica aos ambulatórios,
consultórios, clínicas e hospitais médico-veterinários.
Observamos ainda que, caso a atividade clínica se organize em uma pessoa jurídica, a
responsabilidade social se traduz em responsabilidade social/empresarial, orientando as
empresas, ao exercerem seu objeto social, a levarem em conta não apenas o lucro, mas
também uma gestão e práticas negociais, éticas e transparentes, assim como o respeito ao
consumidor e à comunidade na qual está inserido.
OBJETO SOCIAL
Atividades para as quais a empresa foi criada para realizar, isto é: a sua finalidade.
 EXEMPLO
Se pensarmos em um hospital veterinário, uma forma de exercício de reponsabilidade
social/empresarial seria a promoção de uma campanha de sensibilização da comunidade para
adoção de animais abandonados.
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PRÁTICA DA EUTANÁSIA
A eutanásia é descrita como a indução da cessação da vida, por meio de método tecnicamente
aceitável e cientificamente comprovado, realizado, assistido e/ou supervisionado por médico
veterinário, para garantir ao animal uma morte sem dor e sem sofrimento, nos termos da
Resolução CFMV n. 1.236, de 26 de outubro de 2018.
Ela deve ser indicada, nos termos da Resolução CFMV n. 1.000, de 11 de maio de 2012,
quando:
O bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de
eliminar sua dor e/ou sofrimento, impossível de controlar por meio de analgésicos,
sedativos ou de outros tratamentos.
O animal constituir ameaça à saúde pública.
O animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente.
O animal for objeto de ensino ou pesquisa.
O tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal
se destina ou com os recursos financeiros do tutor.
Dessa forma, considerando que os animais submetidos à eutanásia são seres sencientes e
que os métodos aplicados precisam atender aos princípios de bem-estar animal, a eutanásia
deve ser compreendida como um procedimento necessário, a ser empregado de forma
científica e tecnicamente regulamentada, seguindo preceitos éticos específicos, nos termos
da Resolução CFMV n. 1.000/2012, já mencionada.
Para dar suporte consultivo aos interessados no tema, visto que várias são as espécies
submetidas a esse procedimento, o CFMV, por meio da sua Comissão de Ética, Bioética e
Bem-Estar Animal (CEBEA/CFMV) e consultores de reconhecido saber na área, elaborou, em
2012, o seguinte documento:
GUIA BRASILEIRO DE BOAS PRÁTICAS EM
EUTANÁSIA EM ANIMAIS
Os princípios abordados nesse guia que visam garantir:
elevado grau de respeito aos animais;
ausência ou redução máxima de desconforto e dor;
inconsciência imediata seguida de morte;
ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade;
segurança e irreversibilidade;
adequação para a espécie, idade e estado fisiológico do animal ou animais em questão;
ausência ou mínimo impacto ambiental;
ausência ou redução máxima de riscos aos presentes durante o ato;
treinamento e habilitação dos responsáveis por executar o procedimento de eutanásia
para agir de forma humanitária, sabendo reconhecer o sofrimento, grau de consciência e
morte do animal;
ausência ou redução máxima de impactos emocional e psicológico negativos, em
operadores e observadores.
O guia visa colaborar com detalhamentos que possam orientar, de forma consistente, os
médicos veterinários e todas as pessoas envolvidas no processo da eutanásia em
animais. Para tanto, foi realizada uma ampla consulta na legislação nacional e internacional,
bem como na literatura científica, incluindo os guias já existentes, conhecidos como guidelines
for euthanasia, utilizados mundialmente como embasamento científico para normatização do
tema.
OUTROS ASPECTOS CONSIDERADOS NA
CONDUTA ÉTICA
Além das atividades de inspeção de produtos animais, exercício da clínica veterinária e prática
da eutanásia, devemos ainda mencionar que a responsabilidade social do médico
veterinário também reverbera na produção animal, no que se refere à questão da extensão
rural e ao respeito ao modo de vida das comunidades locais.
Embora a produção animal e a extensão rural estejam bastante relacionadas com a zootecnia,
conforme a Resolução n. 619, de 14 de dezembro de 1994, o médico veterinário tem uma
contribuição significativa nessa área, também quando se fala da questão ambiental e da
sustentabilidade no campo, como veremos adiante.
É importante, ainda, mencionarmos o aspecto da sanidade animal em suas articulações com a
responsabilidade social do médico veterinário. A sanidade animal deve ser compreendida
como um valor que articule medidas de cuidado, proteção e prevenção e planejamento,
voltados para a saúde animal. Há vários exemplos, no dia a dia do médico veterinário, que
têm por finalidade a promoção da sanidade animal, vejamos:
O art. 8º do Código de Ética do Médico Veterinário (CFMV, 2016) proíbe que o atendimento
(clínico ou cirúrgico), a realização de procedimento ambulatorial e a prescrição sejam
realizados em estabelecimento comercial ou em locais que estejam em desacordo com a
legislação vigente.
Também é vedado, pelo mesmo artigo, em seu inciso XXIII, prescrever ou administrar aos
animais drogas que sejam proibidas por lei, drogas que possam causar danos à saúde animal
ou humana e drogas que tenham o objetivo de aumentar ou de diminuir a capacidade física dos
animais.
A proteção do bem estar-animal, em linhas gerais, nos termos do Código de Ética do Médico
Veterinário, proíbe a prática ou a permissão para que se pratiquem atos de crueldade para com
os animais nas atividades de produção, de pesquisa, esportivas, culturais, artísticas ou de
qualquer outra natureza.
Além do Código de Ética, outras normas também tratam do bem-estar animal, tais como:
RESOLUÇÃO CFMV N. 1.236/2018
Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebrados.
RESOLUÇÃO CFMV N. 879/2008
Dispõe sobre o uso de animais no ensino e na pesquisa e regulamenta as Comissões de Ética
no Uso de Animais (CEUA) no âmbito da medicina veterinária e da zootecnia brasileiras.
O bem-estar animal pode ser entendido como um valor ético em si mesmo, como uma
obrigação voltada para o aperfeiçoamento ético e moral do ser humano e também numa
dimensão ambiental, como abordaremos mais adiante.
Sobre a saúde pública, em primeiro lugar, devemos registrar que a 8ª Conferência Nacional
de Saúde concebeu a saúde como “direito de todos e dever do Estado” e ampliou a
compreensão dos seguintes pontos:
A relação saúde/doença como decorrência das condições de vida e trabalho.
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O acesso igualitário de todos aos serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde,
colocando como uma das questões fundamentais a integralidade da atenção à saúde e a
participação social.
A amplitude dessa compreensão implica a adoção de ações interdisciplinares no âmbito
da saúde. Por outro lado, o reconhecimento da imprescindibilidade das ações realizadas pelos
diferentes profissionais de nível superior tem sido visto como um avanço no que tange à
concepção de saúde e à integralidade da atenção. Nesse sentido, veja a resolução que inclui o
médico veterinário na categoria de “profissional de saúde”, vinculando-o à saúde
pública:
RESOLUÇÃO MS N. 287/1998
Nessa resolução, o médico veterináriorecebe diversas atribuições:
diagnóstico, controle e vigilância em zoonoses (a de maior destaque);
estudos comparativos da epidemiologia de enfermidades não infecciosas dos animais em
relação aos seres humanos;
intercâmbio de informações entre a pesquisa médica veterinária e a pesquisa médica
humana;
estudo sobre substâncias tóxicas e venenos provenientes dos animais considerados
peçonhentos;
inspeção de alimentos e vigilância sanitária em algumas áreas que são exclusivas da
profissão;
estudo de problemas de saúde relacionados às indústrias de produção de alimentos de
origem animal, incluindo o destino adequado de dejetos;
supervisão da criação de animais de experimentação;
estabelecimento de interligação e cooperação entre as organizações de saúde pública e
veterinária com outras unidades relacionadas a animais;
consulta técnica sobre assuntos de saúde humana relativos aos animais.
PERSPECTIVA DA OMS QUANTO À SAÚDE
PÚBLICA VETERINÁRIA
Alguns conceitos precisam ser definidos em relação a esse tema e que têm por base a atuação
da Organização Mundial da Saúde. Trata-se especificamente de saúde, saúde pública
veterinária e saúde única. Observemos:
SAÚDE
Para a OMS o conceito de saúde ultrapassa a ausência da doença, precisando haver um
estado de completo bem-estar físico, mental e social.
SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA
O uso desse termo ocorreu pela primeira vez no ano de 1946, também no âmbito da OMS, e é
aplicado para designar o marco conceitual e a estrutura de implementação das atividades de
saúde pública que utilizam os recursos e conhecimentos da medicina veterinária na proteção e
melhoria da saúde das pessoas, vinculando a agricultura, a saúde animal, a educação, o
ambiente e a saúde humana.
SAÚDE ÚNICA
O conceito de “saúde única” (one health, em inglês) remete à interdependência entre a saúde
humana, a dos demais seres vivos e a do meio ambiente. Tem por objetivo melhorar a
qualidade de vida da comunidade, gerando benefícios para todos, aqui englobados os seres
humanos, os animais e o meio ambiente, como já dito.
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Por fim, podemos concluir que a atuação do médico veterinário é central para que a
sociedade possa se desenvolver em um ambiente adequado, formado pelo indissociável
tripé:
AMBIENTE SAUDÁVEL
SAÚDE ANIMAL
SAÚDE HUMANA
A propósito, João Vieira de Almeida Neto, presidente do Conselho Regional de Medicina
Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV-MS), aponta que a importância da medicina
veterinária nas questões de saúde pública consolidou-se por esse conceito de saúde única,
que ambiente saudável, saúde animal e saúde humana têm de estar ligados e cuidados
(ALMEIDA NETO, 2017).
Como vimos, qualquer ação que possa impactar o bem comum deve estar orientada pelo
vetor responsabilidade social. Desse modo, a saúde com seus aspectos sanitários, o
controle da qualidade dos alimentos, o manejo dos animais que estão vinculados à indústria
alimentícia, a promoção da saúde animal e humana, o bem-estar animal etc. são aspectos que
motivam a reflexão de como o médico veterinário deve atuar em sua dimensão ética. E sob a
perspectiva legal, o Código de Ética do Médico Veterinário se abre igualmente a uma
leitura compromissada com a ideia de responsabilidade social, ao determinar que a
conduta desse profissional esteja pautada pelos princípios da igualdade, da justiça, da saúde
pública, dos animais e pelo bem-estar dos animais e respeito ao meio ambiente.
A VISÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO SOBRE
A SUA RESPONSABILIDADE SOCIAL
No vídeo a seguir, comentaremos sobre a visão do médico veterinário a respeito dos temas
que abordamos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever os principais aspectos que fundamentam a responsabilidade ambiental do
médico veterinário
A QUESTÃO AMBIENTAL
Questões relacionadas ao meio ambiente têm mobilizado instituições governamentais
nacionais e internacionais, a sociedade civil organizada, cidadãos, ativistas, cientistas e
pesquisadores, que buscam compreender seus desafios e impasses, já que sua degradação
impacta diretamente a qualidade de vida, não só dos seres humanos, mas de todos os seres
vivos que habitam o planeta, gerando efeitos para as gerações futuras.
Segundo a Organização das Nações Unidas, o meio ambiente é um conjunto de elementos
físicos, biológicos, químicos e sociais que provocam efeitos diretos ou indiretos sobre os seres
vivos. Foi após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, que tomou corpo a ideia de “consciência
ecológica”, com a edição da Carta das Nações Unidas, que criou a própria ONU.
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CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS
Tratado fundamental dessa organização intergovernamental que estabelece o compromisso
com a defesa dos direitos humanos dos cidadãos e um amplo conjunto de princípios
relacionados à obtenção de "padrões de vida mais altos”.
Ao longo das décadas, essa consciência ambiental foi sendo ampliada de tal modo que hoje há
uma série de compromissos e agendas internacionais, com implicações diretas para os países,
desdobrando-se muitas vezes em políticas públicas, programas de governo e ações da
sociedade civil, que se voltam para a promoção da proteção do meio ambiente. Entre eles,
podemos citar os seguintes:
POLÍTICAS PÚBLICAS
Medidas criadas pelos governos para garantir à população o acesso a direitos, assistência ou
prestações de serviços previstos em lei.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE (PNUMA)
Criado em 15 de dezembro de 1972 durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, sendo
regido pela Carta da ONU, para coordenar as ações internacionais de proteção ao meio
ambiente e de promoção do desenvolvimento sustentável.
AGENDA 2030 E SEUS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)
A Agenda 2030, criada em setembro de 2015 por líderes mundiais que se reuniram na sede da
ONU, corresponde a um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir
que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. Contém o conjunto de 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são integrados e indivisíveis, e mesclam as
dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. São como uma lista
de tarefas a serem cumpridas pelos governos, a sociedade civil, o setor privado e todos os
cidadãos.
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RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NA
MEDICINA VETERINÁRIA
Situamos a questão do meio ambiente em termos mais gerais, mas como podemos
compreender a responsabilidade ambiental na medicina veterinária?
Vimos que a responsabilidade social pode ser entendida como um arcabouço ético, sugerindo
que os indivíduos têm obrigação de trabalhar e cooperar com outros indivíduos e organizações
em prol do bem comum.
O bem comum está condicionado à existência de um meio ambiente saudável,
sustentável e equilibrado – o que nos remete à ideia de responsabilidade ambiental na
medicina veterinária. Tanto é que o próprio Código de Ética do Médico Veterinário (Resolução
CFMV n. 1.138/2016) dedica um capítulo inteiro – o capítulo X – às relações do médico
veterinário com o meio ambiente.
A seguir, confira os incisos do texto do art. 18 do Código de Ética do Médico Veterinário (2016):
I
Conhecer a legislação de proteção aos animais, de preservação dos recursos naturais e do
desenvolvimento sustentável, da biodiversidade e da melhoria da qualidade de vida.
II
Respeitar as necessidades fisiológicas, etológicas e ecológicas dos animais, não atentando
contra suas funções vitais e impedindo que outros o façam.
III
Evitar agressão ao ambiente por meio de resíduos resultantes da exploração e da indústria
animal que possam colocar em risco a saúde do animal e do homem.
IV
Usar os animais em práticas de ensino e experimentação científica, somente em casos
justificáveis, que possam resultar em benefício da qualidade do ensino, da vida do animal e do
homem, e apenas quando não houver alternativas cientificamente validadas.
Podemos ainda ampliar a noção de responsabilidadeambiental do médico veterinário, a partir
de três dimensões principais a serem consideradas no exercício de suas atribuições:
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PRIMEIRA DIMENSÃO
A proteção ambiental
SEGUNDA DIMENSÃO
O bem-estar animal
TERCEIRA DIMENSÃO
A sustentabilidade
A seguir, abordaremos cada uma dessas dimensões.
PRIMEIRA DIMENSÃO: A PROTEÇÃO
AMBIENTAL
A preservação da saúde coletiva está diretamente relacionada à qualidade de vida das
populações – o que pressupõe, minimamente, um meio ambiente saudável.
 ATENÇÃO
Pensar em proteção ambiental é estratégico para assegurar a qualidade de vida necessária à
manutenção da saúde, e essa proteção demanda algumas ações especificamente
direcionadas, entre elas ações voltadas para a educação ambiental e para o estudo sobre a
própria proteção ambiental.
O médico veterinário pode ser um agente transformador, ao atuar como um elo
multiplicador da educação ambiental. Motivar mudanças comportamentais – quer de
indivíduos, quer da coletividade – que incorporem a concepção de que tudo o que fazemos
ou faremos gerará um impacto no ambiente em que todos vivemos, pode ajudar a
fortalecer a consciência ambiental. De maneira reflexiva, essa consciência reconhece a
importância do desenvolvimento das pessoas e da sociedade, mas ao mesmo tempo entende
que esse desenvolvimento deve estar compromissado com valores, ações e práticas de
sustentabilidade ambiental.
Sendo a proteção ambiental um tema transversal e interdisciplinar, o médico veterinário
poderá trabalhar em conjunto com profissionais oriundos de outras áreas de formação,
realizando pesquisas que articulem a proteção ambiental como seu principal objeto de
investigação. Nessa dimensão protetiva, a contribuição do médico veterinário é,
inegavelmente, inestimável.
TEMA TRANSVERSAL
Conjunto de saberes que não pertence especificamente a nenhuma disciplina, mas que
atravessa todas as áreas de conhecimento, como se a todas fosse pertinente.
SEGUNDA DIMENSÃO: O BEM-ESTAR ANIMAL
O conceito de meio ambiente, como vimos, é bastante abrangente e, no que diz respeito aos
animais, prioriza sua saúde e necessariamente pressupõe como requisito mínimo seu bem-
estar. O bem-estar animal, por sua vez, nos termos da Resolução CFVM n. 1236, de 26 de
outubro de 2018 (que é um dos principais instrumentos normativos sobre o tema), é um
conceito que envolve aspectos fisiológicos, psicológicos, comportamentais e do ambiente sobre
cada indivíduo, tomado também em uma dimensão ética.
Assim, a responsabilidade ambiental do médico veterinário seria o princípio ético que inspira os
cuidados e proteção ao bem-estar dos animais que não pode ser preservado se estes são
sujeitos a atos de crueldade, abuso e maus-tratos, nos termos da legislação vigente.
A temática do bem-estar animal, tamanha a sua importância, transcende inclusive os limites da
disciplina deontológica da medicina veterinária. Vejamos a seguir leis e resoluções que
disciplinam o tema:
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART. 225
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu o art. 225, assegura que
todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
LEI N. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998, ART. 32
Essa lei define como crime – sujeito à pena de detenção de três meses a um ano e multa
– praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos. Também atribuiu aos Conselhos Federal e Regionais de
Medicina Veterinária o dever de fiscalizar o exercício da medicina veterinária e da zootecnia,
bem como orientar, supervisionar e disciplinar as atividades dos profissionais, sempre com a
finalidade de promover o bem-estar animal e em respeito aos direitos e interesses da
sociedade.
PENA DE DETENÇÃO
Um dos tipos de pena previstas pela legislação brasileira para os crimes chamados de menor
potencial ofensivo, por serem entendidos como de menor relevância. Daí essas condutas não
estarem sujeitas, na hipótese de condenação judicial, à reclusão que é cumprida em presídios,
em total restrição de liberdade.
CFVM N. 1.236/2018, ART. 2º
Essa resolução apresenta várias definições importantes para melhor compreendermos o
escopo exigido na proteção ao bem-estar animal. Analisemos:
a) maus-tratos são qualquer ato, direto ou indireto, comissivo ou omissivo, que
intencionalmente ou por negligência, imperícia ou imprudência provoque dor ou sofrimento
desnecessário aos animais;
b) crueldade é qualquer ato intencional que provoque dor ou sofrimento desnecessário aos
animais, bem como provocar-lhes maus-tratos continuamente e de modo intencional;
c) abuso é qualquer ato intencional, comissivo ou omissivo, que implique o uso
despropositado, indevido, excessivo, demasiado, incorreto de animais, causando prejuízos de
ordem física e/ou psicológica, incluindo os atos caracterizados como abuso sexual.
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RESOLUÇÃO CFVM N. 1.236/2018
Essa resolução apresenta uma lista de condutas consideradas maus-tratos que devem ser
evitadas, prevenidas e, se for o caso, reportadas pelo médico veterinário. Vejamos:
I - executar procedimentos invasivos ou cirúrgicos sem os devidos cuidados anestésicos,
analgésicos e higiênico-sanitários tecnicamente recomendados;
II – permitir ou autorizar a realização de procedimentos anestésicos, analgésicos, invasivos,
cirúrgicos ou injuriantes por pessoa sem qualificação técnica profissional;
III – agredir fisicamente ou agir para causar dor, sofrimento ou dano ao animal;
IV – abandonar animais;
V – deixar de orientar o tutor ou responsável a buscar assistência médico-veterinária ou
zootécnica quando necessária;
VI – não adotar medidas atenuantes a animais que estão em situação de clausura junto com
outros da mesma espécie, ou de espécies diferentes, que o aterrorizem ou o agridam
fisicamente;
VII – deixar de adotar medidas minimizadoras de desconforto e sofrimento para animais em
situação de clausura isolada ou coletiva, inclusive nas situações transitórias de transporte,
comercialização e exibição, enquanto responsável técnico ou equivalente;
VIII – manter animal sem acesso adequado a água, alimentação e temperatura compatíveis
com as suas necessidades e em local desprovido de ventilação e luminosidade adequadas,
exceto por recomendação de médico veterinário ou zootecnista, respeitadas as respectivas
áreas de atuação, observando-se critérios técnicos, princípios éticos e as normas vigentes para
situações transitórias específicas, como transporte e comercialização;
IX – manter animais de forma que não lhes seja permitido acesso a abrigo contra intempéries,
salvo condição natural a que se sujeitaria;
X - manter animais em número acima da capacidade de provimento de cuidados que lhes
asseguraria boas condições de saúde e de bem-estar, exceto nas situações transitórias de
transporte e comercialização;
XI – manter animal em local desprovido das condições mínimas de higiene e asseio;
XII – impedir a movimentação ou o descanso de animais;
XIII – manter animais em condições ambientais que propiciem a proliferação de
microrganismos nocivos;
XIV – submeter ou obrigar animal a atividades excessivas que ameacem sua condição física
e/ou psicológica, para dele obter esforços ou comportamentos que não se observariam senão
sob coerção;
XV – submeter animal, observada a espécie, a trabalho ou a esforço físico por mais de quatro
horas ininterruptas sem que lhe sejam oferecidos água, alimento e descanso;
XVI – utilizar animal enfermo, cego, extenuado, sem proteção apropriada ou em condições
fisiológicas inadequadas para realização de serviços;
XVII – transportar animal em desrespeito às recomendações técnicas de órgãos competentes
de trânsito,ambiental ou de saúde animal ou em condições que causem sofrimento, dor e/ou
lesões físicas;
XVIII – adotar métodos não aprovados por autoridade competente ou sem embasamento
técnico-científico para o abate de animais;
XIX – mutilar animais, exceto quando houver indicação clínico-cirúrgica veterinária ou
zootécnica;
XX – executar medidas de depopulação por métodos não aprovados pelos órgãos ou
entidades oficiais, como utilizar afogamento ou outras formas cruéis;
DEPOPULAÇÃO
Corresponde à ação de eliminar, de determinado local ou região, grande quantidade de
indivíduos de determinada espécie, incluindo seres humanos.
XXI – induzir a morte de animal utilizando método não aprovado ou não recomendado pelos
órgãos ou entidades oficiais e sem profissional devidamente habilitado;
XXII – utilizar métodos punitivos, baseados em dor ou sofrimento, com a finalidade de
treinamento, exibição ou entretenimento;
XXIII - utilizar agentes ou equipamentos que inflijam dor ou sofrimento com o intuito de induzir
comportamentos desejados durante práticas esportivas, de entretenimento e de atividade
laborativa, incluindo apresentações e eventos similares, exceto quando em situações de risco
de morte para pessoas e/ou animais ou tolerados enquanto essas práticas forem legalmente
permitidas;
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XXIV – submeter animal a eventos, ações publicitárias, filmagens, exposições e/ou produções
artísticas e/ou culturais para os quais não tenham sido devidamente preparados física e
emocionalmente ou de forma a prevenir ou evitar dor, estresse e/ou sofrimento;
XXV – fazer uso e/ou permitir o uso de agentes químicos e/ou físicos para inibir a dor ou que
possibilitem modificar o desempenho fisiológico para fins de participação em competição,
exposições, entretenimento e/ou atividades laborativas;
XXVI – forçar a alimentação do animal, exceto quando para fins de tratamento prescrito por
médico veterinário;
XXVII – estimular, manter, criar, incentivar, utilizar, em lutas, animais da mesma espécie ou de
espécies diferentes;
XXVIII – estimular, manter, criar, incentivar, adestrar, utilizar animais para a prática de abuso
sexual;
XXIX – realizar ou incentivar acasalamentos que tenham elevado risco de problemas
congênitos e que afetem a saúde da prole e/ou da progenitora, ou que perpetuem problemas
de saúde preexistentes dos progenitores.
Ressalta-se que a eutanásia e o abate para fins de controle sanitário, especialmente de
animais sinantrópicos, não são considerados maus-tratos, desde que seguidas as normas
e recomendações técnicas vigentes para as referidas práticas.
No que toca às manifestações culturais que envolvem a utilização de animais (tais como a
vaquejada e o rodeio), o tema é bastante polêmico, sendo acusadas, por muitas associações
de proteção aos animais, por atos de crueldade contra os animais. Entretanto, em 6 de junho
de 2017, foi aprovada uma alteração na Constituição Federal (EC n. 96/2017) que
acrescentou o parágrafo 7º ao art. 225 da Constituição para determinar que não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o
bem-estar dos animais envolvidos.
SINANTRÓPICOS
Animais que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da vontade deste, distinguindo-
se dos animais domésticos e dos criados para produção de alimentos ou transporte.
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 ATENÇÃO
Nos termos da legislação em foco, em especial a Resolução CFVM n. 1.236/2018, é exigido
que médico veterinário mantenha atenção permanente à possibilidade da ocorrência de
crueldade, abuso e maus-tratos aos animais, cabendo-lhe (e ao zootecnista) o dever de
prevenir e evitar esses atos, recomendando procedimentos de manejo, sistemas de produção,
criação e manutenção alinhados com as necessidades fisiológicas, comportamentais,
psicológicas e ambientais das espécies.
Essas obrigações, ao serem rigorosamente observadas, colaboram para o fortalecimento da
responsabilidade ambiental do médico veterinário, em prol de um meio ambiente adequado,
saudável e equilibrado.
TERCEIRA DIMENSÃO: A SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade é um conceito relacionado à ideia de utilização de recursos de forma
técnica, tornando seu uso viável economicamente e aceito socialmente, de maneira a
conservá-los, sejam eles animais, vegetais, água ou solo. Assim se destaca a importância de
que o desenvolvimento deve se fazer de forma sustentável, ou seja, deve-se tentar reduzir ao
máximo os impactos ambientais.
O tema da sustentabilidade também abriga estudos sobre práticas sustentáveis na
produção animal – campo de interseção entre a veterinária e a zootecnia –, pressupondo uma
cooperação entre os profissionais dessas áreas, e que têm o bem-estar animal como um
vetor para se pensar as melhores práticas de produção e manejo no campo. Este é,
inclusive, um dos temas centrais discutidos pela Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE), que, em maio de 2017, publicou a chamada “Estratégia mundial do bem-estar animal”,
incluindo diversas recomendações de proteção à saúde e ao bem-estar dos animais, que são a
base da prosperidade econômica, do bem-estar social, do meio ambiente e das populações.
Desse modo, o governo brasileiro, por intermédio do Mapa pela sua “Coordenação de boas
práticas de bem-estar animal”, entende que conhecer e aplicar essas recomendações da
OIE resguarda a agropecuária nacional, favorece a imagem dos produtores, gera
credibilidade ao serviço veterinário e beneficia diretamente os animais.
Nas últimas décadas, em virtude dos problemas observados no meio ambiente em função do
desenvolvimento social e econômico, ficou clara a necessidade de se encontrar um bom
termo para o problema, não abandonando o desenvolvimento econômico, mas também
entendendo e pensando em como reduzir ao máximo os impactos causados no
ambiente. Um dos importantes pontos associados à atuação do médico veterinário, nesse
tema, diz respeito à agropecuária.
Como articular a ideia de produção em larga escala com sustentabilidade e como o
médico veterinário participa desse processo?
O médico veterinário deve estar atento às questões ambientais, já que ele está em
contato direto com o meio ambiente, os animais e seus habitats. Problemas como a
destruição da fauna e da flora, contaminação dos recursos hídricos, erosão, uso de agrotóxicos
e inseticidas, entre outros, são aqueles aos quais o médico veterinário deve estar atento.
O professor e pesquisador Márcio Ricardo Costa dos Santos diz que o desempenho
sustentável em medicina veterinária compreende um processo participativo que pode (ANIMAL
BUSINESS, 2018):
Propiciar a conscientização dos médicos veterinários envolvidos, com mudanças de atitudes na
busca pela integração entre os diversos setores da sociedade, em sintonia com os preceitos da
sustentabilidade, para a consolidação de uma cultura profissional de desenvolvimento e
inovação biotecnológica.
Assegurar junto aos estudantes, clientes e demais membros da comunidade próxima o
exercício pleno da responsabilidade social, de acordo com a sua competência profissional.
Contribuir para melhorar as relações humanas entre si, com os participantes da sociedade e
com os animais, ao exercitar a ética, o bem-estar e seus hábitos em saúde, para a higiene
pessoal e alimentar.
Promover práticas interativas e discutir valores, com colegas, estudantes, clientes e público
participante, para ensinar as novas formas e oportunidades de inserção em um mercado de
qualidade, com a adoção de tecnologias apropriadas à gestão ambiental, seja no agronegócio
como um todo, seja nas demais atividades rurais ou urbanas.
Gerar dinheiro novo em posições qualificadas e bem remuneradas, através das consultorias e
dos serviços especializados executados por médicos veterinários envolvidos com a gestão de
negóciossustentáveis.
Ainda é importante registrarmos que a responsabilidade social e a responsabilidade
ambiental do médico veterinário não se confundem com sua responsabilidade civil. A
responsabilidade civil é o conceito jurídico que trata do dever de reparação, mediante
indenização em dinheiro, do dano físico ou moral que uma pessoa causou a outra. Assim, o
foco da responsabilidade civil está no centro das relações entre o médico veterinário e o
consumidor de seus serviços. Como é disposto no art. 17 do Código de Ética, o médico
veterinário deve (CFMV, 2016):
I
Conhecer as normas que regulamentam a sua atividade.
II
Cumprir contratos.
III
Prestar seus serviços sem condicioná-los ao fornecimento de produtos ou serviço, exceto
quando estritamente necessário para que a ação se complete.
IV
Agir sem se beneficiar da fraqueza, ignorância, saúde, idade ou condição social do consumidor
para impor-lhe produto ou diferenciar a qualidade de serviços.
Isso quer dizer que o médico veterinário é responsável diretamente pelos meios que
utiliza, mas não pelo resultado, já que este não pode ser garantido.
O PROFISSIONAL MÉDICO VETERINÁRIO E
SUA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
No vídeo a seguir, o especialista dá um depoimento sobre o profissional médico-veterinário e
sua responsabilidade ambiental.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, direitos humanos e dignidade são os vetores finais das práticas profissionais do
médico veterinário. Neste tema estudamos a responsabilidade social e a responsabilidade
ambiental, que, no contexto, são dimensões éticas do exercício da medicina veterinária
direcionadas para o fortalecimento do bem-estar social, do bem-estar dos animais e para a
proteção do meio ambiente sustentável e equilibrado. Mostramos que a responsabilidade social
– discutida a partir da inspeção de produtos de origem animal, do exercício da clínica médico-
veterinária e da eutanásia – é um compromisso ético do médico veterinário. A responsabilidade
ambiental foi abordada a partir de três dimensões: proteção ambiental, bem-estar animal e
sustentabilidade. Aprendemos, por fim, que o profissional da medicina veterinária tem um papel
fundamental na construção de uma sociedade compromissada com a promoção da vida e do
desenvolvimento pleno de todos, animais e humanos.
 PODCAST
No podcast a seguir, a especialista Cheryl Almada encerra o tema falando sobre a visão do
médico veterinário atuante na clínica sobre a sua importância na responsabilidade social e
ambiental.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ANIMAL BUSINESS. Entrevista com Márcio Ricardo Costa dos Santos. Sustentabilidade é
novo campo para a medicina veterinária. Consultado em meio eletrônico em: 18 nov. 2020.
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Janeiro, 2016.
EXPLORE+
Para reforçar e ampliar seus conhecimentos a respeito do tema tratado aqui, pesquise estas
indicações:
Responsabilidade ética e civil do médico-veterinário no ambiente hospitalar, artigo
publicado em 2016 na Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e
Zootecnia do CRMV-SP.
Responsabilidade social, artigo de Clarissa Azevedo.
Estratégia mundial de bem-estar animal, documento publicado pela OIE em maio de
2017.
Importância e atribuições do médico veterinário na saúde coletiva, texto de Laiza Bonela
Gomes, publicado de 2017.
CONTEUDISTA
Ronaldo Lucas da Silva
 CURRÍCULO LATTES
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